Com texto crítico de Thierry Freitas, A Estranha Ordem das Coisas apresenta uma instalação inédita do artista Eduardo Nazarian, articulando cerâmica, porcelana e pintura com pigmentos naturais coletados no sul da Bahia. A mostra propõe uma imersão sensorial e material no universo poético do artista, cuja prática parte de uma escuta radical da natureza e da potência expressiva da matéria bruta.
Nascido em São Paulo em 1978, Nazarian desenvolve uma pesquisa contínua sobre os limites e possibilidades dos materiais naturais em diálogo com técnicas tradicionais e contemporâneas. Em suas obras, os gestos manuais preservam o traço da impermanência e a influência do ambiente sobre os processos de criação.
Como destaca Thierry Freitas, curador da Pinacoteca de São Paulo: “Este é um momento significativo na trajetória de Nazarian. As peças apresentadas, de formas rústicas e elementares, são dispostas em agrupamentos que evocam constelações imagéticas e se desdobram em uma grande instalação.
Além da contínua experimentação com pigmentos e tonalidades terrosas, a exposição revela a abertura do artista a novos processos e sentidos, como o deslocamento geográfico dos materiais e a percepção de suas qualidades intrínsecas, como porosidade, densidade e fragilidade.”
Sua prática é marcada por uma investigação sensível sobre a transformação da matéria e a imprevisibilidade dos processos naturais. Os tons, texturas e formas surgem da interação entre gesto e ambiente, revelando uma estética que valoriza o irregular, o silêncio e o tempo expandido. Em vez de buscar controle ou repetição, o artista celebra a singularidade de cada obra como expressão viva da paisagem que a originou.
A exposição marca a primeira individual do artista no Ora, com apoio de @cabebidas e @dobem.
