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julho
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O Memorial da Resistência de São Paulo, museu da Secretaria de Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo, apresenta a exposição Mulheres em Luta! Arquivos
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O Memorial da Resistência de São Paulo, museu da Secretaria de Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo, apresenta a exposição Mulheres em Luta! Arquivos de Memória Política, com curadoria de Ana Pato. A mostra tem como fio condutor o acervo de história oral do Memorial da Resistência que compõe o programa Coleta Regular de Testemunhos, com depoimentos de mulheres que vivenciaram a violência de Estado no período da Ditadura Civil-Militar (1964-1985) e na Democracia.
Olhar para o período da Ditadura Civil-Militar sob a perspectiva de gênero é a linha que tece esta exposição, e através dos testemunhos, abordamos as lutas coletivas de mulheres por Memória, Verdade e Justiça e por direitos fundamentais. Pelo que lutam? Como lutam? Quais são suas histórias?
Luta por Memória, Verdade e Justiça
Começamos com um convite à escuta de testemunhos da Coleção Memórias da Ditadura Civil-Militar, na instalação partitura da escuta (2023), de Bianca Turner. As narrativas dessas mulheres nos levam a percorrer outros arquivos, como o de Inês Etienne Romeu, única sobrevivente do centro clandestino de tortura conhecido como Casa da Morte, em Petrópolis/RJ.
Sua coragem para enfrentar o aparato repressivo da Ditadura motivou uma campanha internacional por liberdade, da qual o filme Inês (1974), de Delphine Seyrig, é um importante documento histórico. São também as denúncias de Inês que nos aproximam da história da desaparecida política Heleny Guariba. Sua memória é apresentada nos cenários do filme Cadê Heleny? (2022), de Esther Vital, bordados em arpilleras por mulheres, a partir de oficinas realizadas no museu.
O imaginário de luta da pensadora negra, militante e poeta Beatriz Nascimento está presente em três poemas escritos nos anos 1980 e que trazem um retrato urgente e contemporâneo das formas de resistir contra a violência, a impunidade e o racismo.
As marcas profundas da ditadura entrelaçam o passado e o presente, como mostra a série Do luto à luta (2023) dirigida por Val Gomes. Os vídeos reúnem testemunhos da Coleção Memórias da Violência na Democracia com integrantes dos coletivos Mães de Maio da Leste, Movimento de Familiares de Vítimas do Massacre de Paraisópolis e Mães de Osasco/Barueri.
Luta por Direitos
A partir de meados dos anos 1970, a militância das mulheres por direitos ganhou força. Demandas por saúde, educação e moradia digna, presentes nas reuniões dos Clubes de Mães da Zona Sul, encontraram as pautas feministas da União de Mulheres de São Paulo. Hoje, continuam a inspirar projetos como as Promotoras Legais Populares.
O registro visual das lutas populares é central para a construção da memória política do país, como revela o acervo fotográfico de Nair Benedicto. Exibir imagens das oficinas Conhecendo o Corpo Feminino (1984) no edifício que foi sede do Deops/SP, onde muitas das mulheres aqui presentes foram torturadas, é um gesto de liberdade.
Conquistas na luta por direitos são frutos da dedicação de vidas inteiras, como a de Laudelina de Campos Mello em defesa das trabalhadoras domésticas, e de organizações como o IN.FORMAR, criado para apoiar e documentar movimentos sociais.
A história oral, os encontros em círculos e as rodas de conversa nos conectam com a Escola de testemunhos, do Grupo Contrafilé, e com os percursos de memória mediados pelo Acervo Bajubá, em torno das ações do coletivo Mulheres da Luz e das experiências das comunidades LGBT+ em defesa de suas identidades e sexualidades.
Das histórias de vida fraturadas pela dor às redes de afeto construídas na resistência, esta exposição é um ato de memória à força política das mulheres.
Serviço
Exposição | Mulheres em Luta! Arquivos de Memória Política
De 7 de outubro de 2023 a 27 de julho de 2024
De quarta a segunda (fechado às terças), das 10h às 18h
Período
7 de outubro de 2023 10:00 - 27 de julho de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Memorial da Resistência de São Paulo
Largo General Osório, 66 - Santa Ifigênia, São Paulo – SP
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O Museu de Arte do Rio (MAR) lança a sua nova exposição “FUNK: Um grito de ousadia e liberdade” no dia 29 de setembro. A principal mostra
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O Museu de Arte do Rio (MAR) lança a sua nova exposição “FUNK: Um grito de ousadia e liberdade” no dia 29 de setembro. A principal mostra do ano do MAR perpassa os contextos do funk carioca através da história. Apresentada pelo Instituto Cultural Vale, com curadoria da Equipe MAR junto a Taísa Machado e Dom Filó, a mostra contou também com a colaboração de consultores, como Deize Tigrona, Celly IDD, Tamiris Coutinho, Glau Tavares, Sir Dema, GG Albuquerque, Marcelo B Groove, Leo Moraes, Zulu TR.
A temática da exposição irá apresentar e articular a história do funk, para além da sua sonoridade, também evidenciando a matriz cultural urbana, periférica, a sua dimensão coreográfica, as suas comunidades, os seus desdobramentos estéticos, políticos e econômicos ao imaginário que em torno dele foi constituído. “Funk é um tema coletivo. Durante muitos momentos no MAR, fomos instigados a fazer uma exposição sobre o funk carioca. A exposição conta com duas salas. A primeira sala é sobre o soul, esse movimento de músicas importadas dos anos 70 e 80, que ganhou repercussão no Brasil e, é claro, influenciou o consumo também de roupas, sapatos, cabelos…a estética que vira consumo. Tem ali, ainda, a presença de pessoas que tinham acesso a equipamentos, compravam discos importados e começavam a fazer grandes equipes de som para tocar nas festas. Eram essas festas, feitas em clubes de bairros, que precederam o funk de hoje. Já a segunda sala é toda dedicada ao baile de favela, que hoje constitui, talvez, uma das maiores forças de produção artística carioca e nacional. A gente mergulha nisso, na história dos bailes constituídos por lonas, instalados em vários lugares, mas sempre dentro das comunidades”, antecipa Marcelo Campos, Curador Chefe do MAR.
A abordagem vai se estender, ainda, à presença do funk nas mais variadas dimensões e práticas culturais, com especial atenção ao campo das artes visuais contemporâneas, para as quais o funk foi uma referência de visualidade, de resistência política, de alteridade e de forma. Objetos próprios da história do estilo musical serão combinados a uma profusão audiovisual de sons, vozes e gestos, bem como atravessados por uma iconografia relacionada ao funk, de modo a convidar o público da cidade a experimentar sua história como uma das mais potentes formas de imaginar e singularizar o Rio de Janeiro.
Para o MAR, essa é uma exposição carregada de significados que dialogam com a história da cidade do Rio de Janeiro. “Trazer o funk para dentro do Museu de Arte do Rio é reconhecer que ele já ganhou o mundo ao ter se internacionalizado como estilo musical que dialoga com muitas vozes e representa nossa cultura diversa, inquieta, ousada e livre. Este é o nosso objetivo: proporcionar ao público um encontro com a dimensão desse tão significativo movimento da cultura carioca e brasileira”, afirma Leonardo Barchini, Diretor e Chefe da Representação da Organização de Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI) no Brasil, instituição que faz a gestão do MAR.
A exposição é dividida em 11 núcleos e contará com mais de 900 itens. Entre os mais de 100 artistas brasileiros e estrangeiros que participam da exposição, estão Hebert, Vincent Rosenblatt, Blecaute, Gê Vianna, Manuela Navas, Maxwell Alexandre, Fotogracria, Emerson Rocha, Panmela Castro, Bruno Lyfe, entre outros. O público poderá interagir com algumas instalações, ouvir músicas, dançar e ler textos que contam a história do ritmo musical pelas duas salas do pavilhão de exposições. A expografia é assinada pelo Estúdio Gru.a.
E na noite de abertura a exposição a programação do MAR contará com um baile funk no Pilotis do Museu. Estão previstas as apresentações de dança do Afrofunk Rio, e das atrações musicais Jonathan da Provi, MC Cacau canta MC Marcinho e Trilogia do Santo Amaro. O evento é gratuito, com retirada de ingressos via Sympla e sujeito à lotação
Serviço
Exposição | FUNK: Um grito de ousadia e liberdade
De 29 de setembro a 25 de agosto
De quinta-feira a domingo, das 11h às 18h (última entrada às 17h)
Período
26 de outubro de 2023 11:00 - 25 de agosto de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Museu de Arte do Rio - MAR
Praça Mauá, 5 – Centro, Rio de Janeiro – RJ
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Conheci Iberê Camargo no início da década de 1990, por ocasião de um workshop com artistas consagrados, no Centro Cultural São Paulo. Iberê era um desses artistas. Naquele momento, ele
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Conheci Iberê Camargo no início da década de 1990, por ocasião de um workshop com artistas consagrados, no Centro Cultural São Paulo. Iberê era um desses artistas. Naquele momento, ele representou, para mim, a confirmação da vocação, a prova da existência da pintura, do pintor.
No final da década de 1970, quando comecei a fazer faculdade, existia um predomínio da arte conceitual. Também nesse sentido, Iberê representava uma exceção: ele vivia a vida da própria pintura, perfazendo uma relação simbiótica entre arte e vida.
Na contramão das tendências nacionais/populares, ele se evidenciava como uma espécie de outsider, construindo uma visão singular dentro da pintura brasileira. Seu realismo era uma escavação interior, o que fazia repercutir, em seu trabalho, um raro acento subjetivo e expressionista. Desde então, eu o vi como uma espécie de exilado, buscando arquitetar uma “pintura grande”, no Brasil, enfrentando o mal-estar de ser um pintor em um contexto carente de tradição (ou, pelo menos, a tradição que ele gostaria).
Iberê buscava, assim, criar um lugar de origem, onde memória e autobiografia pudessem se unir para fundar essa espécie de pátria real: a de pintura. Concentrando-se na experiência da pintura e do pintor, e longe de quaisquer bairrismos, sua obra revelava, por meio do seu fazer obsessivo, a gênese do próprio indivíduo, uma verdadeira condensação do próprio tempo.
Para realizar essa tarefa no plano pictórico, Iberê lançava mão da matéria, quase um barro original, de onde tudo poderia brotar. Suas cores também não estariam dissociadas dessa matéria, lugar do qual, no dizer de Ferreira Gullar, elas surgiriam “como gemas sujas da noite, arrancadas ao caos”.
Também penso as cores de Iberê como sendo crepusculares. Elas nos remeteriam a uma escuridão primordial, mesmo porque, na sua prática, o pintor anoitecia as cores, criando uma espécie de blackout. Só assim, talvez, ele poderia terminar uma pintura e se reconhecer nela.
Possivelmente, a melhor metáfora, para mim, sobre as cores de Iberê, seja a do eclipse. Para além do aspecto noturno de seus trabalhos, a luz construída por ele parece não iluminar, não aquecer, mais ou menos como a sugestão de um sol que foi fechado.
A palavra eclipse vem do grego, que significa despedida, abandono. A experiência com as cores de Iberê, para mim, obedeceria a esse mesmo conteúdo poético. Nelas, no seu sentido de não cor, somos desertados da luz solar, apesar de toda a intensidade reinante.
Abraçando o fracasso e o destino como partes intrínsecas da vida, sua pintura é uma resposta à dor existencial. Sua narrativa ainda desafia categorias, deixando uma marca duradoura na história da arte brasileira.
Paulo Pasta, curador
Serviço
Exposição | Iberê Camargo: Eclipses
De 02 de março a 01 de setembro
Quinta-feira a domingo, das 14h às 18h (última entrada)
Período
2 de março de 2024 14:00 - 1 de setembro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Fundação Iberê
Avenida Padre Cacique, 2000 – Bairro CristalTele, Porto Alegre RS
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Concebida e montada pela Universcience | Cité des Sciences et de l’Industrie em colaboração com o Museu Nacional de História Natural da França, a exposição “Darwin, o Original” oferece a
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Concebida e montada pela Universcience | Cité des Sciences et de l’Industrie em colaboração com o Museu Nacional de História Natural da França, a exposição “Darwin, o Original” oferece a chance de nos reconectarmos ao pensamento – muitas vezes mal interpretado – de Charles Darwin; é uma viagem fascinante às noções que sustentam sua teoria de evolução e às inovadoras abordagens do mundo natural pelo cientista.
Seguindo um percurso interativo, com apresentações envolventes, o visitante conhece a vida desse homem lendário, mostrando como se desenvolveu seu pensamento e como se estruturou sua obra magistral e revolucionária. A exposição também discute o contexto histórico em que Darwin viveu e trabalhou: o momento em que a ciência começa a se libertar da religião e como suas ideias foram recebidas naquela sociedade. Finalmente, lança luz sobre os avanços das ciências da evolução, na linha do tempo traçada a partir dos estudos e conclusões de Darwin.
Serviço
Exposição | Darwin, O Original
De 16 de março a 11 de agosto
Terça a sexta, das 10h30 às 21h, sábado e domingo das 10h30 às 18h
Período
16 de março de 2024 10:30 - 11 de agosto de 2024 21:00(GMT-03:00)
Local
Sesc Santo André
R. Tamarutaca, 302 - Vila Guiomar, Santo André - SP
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Na exposição “ABRIGAR-SE – Novas Incorporações”, o Museu mostra, na Sala Permanente de Exibição do Acervo, obras de oito artistas contemporâneos de abrangência nacional. De acordo com o diretor do
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Na exposição “ABRIGAR-SE – Novas Incorporações”, o Museu mostra, na Sala Permanente de Exibição do Acervo, obras de oito artistas contemporâneos de abrangência nacional. De acordo com o diretor do Museu de Arte do Espírito Santo, Nicolas Soares, são oito trabalhos de oito artistas, de vários locais do país e que dialogam com novas perspectivas com a arte contemporânea, apresentando várias relações com a cidade e com o mundo. “O acervo tem a intenção de manter diálogos com instituições, acervos e outros artistas e que possa ter uma perspectiva contemporânea também de apresentar outras possibilidades cíclicas e temáticas”, salientou.
O acervo é uma colaboração com a OMA Galeria, instituição de São Bernardo do Campo, em São Paulo, reconhecida por representar artistas jovens e emergente. Os artistas que representam têm suas obras incorporadas em acervos de instituições em todo o País, como a Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museu de Arte do Rio (MAR), Museu de Arte Moderna (MAM), Museu Nacional de Belas Artes e Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB). Os artistas presentes na exposição são Andrey Rossi, Carla Duncan, Fernanda Figueiredo, Júlio Vieira, Marlene Stamm, Nario Barbosa, Renan Marcondes (foto) e Thiago Toes.
Serviço
Exposição | ABRIGAR-SE – Novas Incorporações
De 19 de março a 26 de agosto
De terça a sexta, das 10h às 18h; sábados, domingos e feriados, das 10h às 16h
Período
19 de março de 2024 10:00 - 26 de agosto de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Museu de Arte do Espírito Santo Dionísio Del Santo (MAES)
Avenida Jerônimo Monteiro, 631, Centro de Vitória - ES
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O MASP — Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand apresenta, de 22 de março a 28 de julho de 2024, Francis Bacon: a beleza da carne, que ocupa
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O MASP — Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand apresenta, de 22 de março a 28 de julho de 2024, Francis Bacon: a beleza da carne, que ocupa o espaço expositivo no 1o andar do museu. Com curadoria de Adriano Pedrosa, diretor artístico, MASP, Laura Cosendey, curadora assistente, MASP, e assistência de Isabela Ferreira Loures, assistente curatorial, MASP, a exposição pretende evidenciar como o artista, com sua pintura inovadora e impactante, abriu caminhos para a presença queer na cultura visual.
Cobrindo mais de quatro décadas de trabalho do britânico, a mostra, com patrocínio master do Nubank e patrocínio da Vivo, reúne mais de vinte obras de Bacon, desde as décadas iniciais de sua produção até os anos 1980, e é acompanhada de um catálogo com ensaios inéditos. As obras provêm de empréstimos de museus como Tate (Inglaterra), MoMA (Nova York), Metropolitan Museum (Nova York), Museum Boijmans van Beuningen (Países Baixos), Museu Tamayo (México), Fondation Beyeler (Suíça), Stedelijk Museum (Países Baixos), entre inúmeras outras instituições de renome internacional e coleções particulares.
Francis Bacon (Dublin, Irlanda, 1909—1992, Madrid, Espanha) é considerado um dos mais importantes pintores da arte do século 20, com mais de seis décadas de produção. Filho de pais ingleses, teve uma infância difícil, em um ambiente familiar violento. Aos dezesseis anos, foi expulso de casa por seu pai e, após passar um período em Berlim e em Paris, fixou-se em Londres a partir dos anos 1930, onde iniciaria sua carreira como artista. Bacon construiu uma obra contundente e marcante, tornando-se um nome fundamental para a renovação da pintura figurativa.
O artista voltou-se especialmente para as figuras masculinas, seu objeto de desejo, em retratos e nus. A exposição apresenta retratos de homens com quem ele teve relacionamentos marcantes, como Peter Lacy (1916-1962) e George Dyer (1934-1971), além de outras figuras importantes em sua vida, como seu companheiro próximo John Edwards.
O título da mostra, A beleza da carne, faz referência a um relato do artista em uma das entrevistas conduzidas pelo crítico de arte e importante interlocutor ao longo de sua carreira, David Sylvester. Bacon conta que, ao se deparar com a vitrine de um açougue, refletiu: “[…] enquanto pintor, devemos lembrar que há essa grande beleza na cor da carne. […] Nós, obviamente, somos carne, somos carcaças em potencial. Quando vou a um açougue, sempre penso que é surpreendente que eu não esteja lá no lugar do animal”.
A fisicalidade do corpo é traduzida pelo artista em texturas espessas e oleosas, conferindo às figuras formas quase abstratas. As pinturas de Bacon reúnem em si uma grande variedade de fontes iconográficas, revisitando temas canônicos e combinando referências da história da arte com suas experiências pessoais e percepções sobre o corpo masculino.
“Seja em suas obras iniciais, que muitas vezes transgrediam símbolos da cristandade, ou naquelas que retratavam nus masculinos, a fisicalidade do corpo também é matéria central de sua obra”, analisa a curadora Laura Cosendey. “Essa simbologia da carne por Bacon condensa em si extremos: o espiritual e o animal, o frescor e a putrefação. Ela é a própria materialidade de nossa existência ‘em carne e osso’, mas também é ícone do desejo carnal, do instinto natural do corpo”, finaliza.
A produção de Bacon acompanha as mudanças significativas da experiência queer no contexto social britânico, visto que a prática de atos sexuais entre pessoas do mesmo gênero só foi descriminalizada na Inglaterra em 1967, após a promulgação do Sexual Offenses Act. Tais transformações trouxeram desdobramentos significativos para a obra do artista. Ainda nos anos 1950, Bacon produziu Two Figures [Duas figuras] (1953) e Two Figures in the Grass [Duas figuras na grama] (1954), obras que marcam um ponto de inflexão em seu trabalho. Em ambas, dois corpos masculinos em cena se entrelaçam e transbordam as fronteiras do corpo. Essas duplas de figuras, às quais o artista se referia como couplings [acasalamentos], poderiam ser confundidas com imagens de lutadores fundindo-se num embate corpo a corpo, ampliando a ambiguidade das imagens queer apresentadas por Bacon.
Se inicialmente sua produção foi marcada por uma certa ambiguidade entre o desejo e a violência, em especial nos anos 1950, a presença do erótico e de relações homoafetivas foi pouco a pouco se tornando mais evidente. A obra Man at a Washbasin [Homem em um lavatório] (circa 1954) também aponta para um vínculo de intimidade a partir de um gesto corriqueiro: uma figura humana arqueada que se debruça sobre a pia. A pintura sugere esse vínculo ao retratar um momento de privacidade no trato com o corpo.
Nos anos subsequentes, Bacon passa a trabalhar com espessas massas de tinta para caracterizar suas pinturas. A visceralidade com a qual o artista retratava esses corpos irrompe na superfície da pele, excedendo seus limites, como se pintasse o avesso da carne. Pinturas como Two Figures with a Monkey (1972), que também apresenta um de seus couplings, evidenciam esses acasalamentos. “Aqui, a carnalidade é posta em sua matéria literal, em primeiro plano, mas também transparece na voracidade dos corpos em ação, pondo em cena o embate entre suas figuras entrelaçadas. O ato sexual volta a mostrar-se protagonista”, explica Cosendey.
Em algumas entrevistas concedidas por Bacon ao longo de sua carreira, o artista comentou como sua vida emocional afetava profundamente sua produção. Sua obra foi impactada por dois relacionamentos turbulentos que marcaram sua vida: Peter Lacy, seu parceiro ao longo dos anos 1950, e George Dyer, que conheceu pouco tempo após a morte de Lacy e tornou-se sua grande inspiração durante os quase dez anos que passaram juntos.
Os homens que o artista amou permaneceram como presenças espectrais em suas pinturas, perdurando mesmo após o fim dos relacionamentos. A obra Study for Three Heads [Estudo de três cabeças] (1962), por exemplo, um de seus primeiros trípticos de menor escala, combina um retrato de Lacy ao seu autorretrato. Após a trágica morte de Dyer na antevéspera da abertura de uma exposição individual de Bacon em Paris, em 1971, o artista também pintou importantes trípticos dedicados a ele.
Para Laura Cosendey, a vida pessoal do artista marcou significativamente a produção e a compreensão de suas obras: “a soma da intimidade do artista com a gestualidade expressiva de suas pinceladas é o que dá potência à obra de Bacon, que ainda hoje nos tira o fôlego. Suas imagens nos trazem o vigor da vida, mas também a iminência da morte – essa ambivalência da beleza da carne que, por décadas, impactou os olhos do pintor”.
Francis Bacon: a beleza da carne integra a programação anual do MASP dedicada às Histórias da diversidade LGBTQIA+. Este ano a programação também inclui mostras de Gran Fury, Mário de Andrade, MASP Renner, Lia D Castro, Catherine Opie, Leonilson, Serigrafistas Queer e a grande coletiva Histórias da diversidade LGBTQIA+.
Serviço
Exposição | Francis Bacon: a beleza da carne
De 22 de março a 28 de julho
Terças grátis, das 10h às 20h (entrada até as 19h); quarta a domingo, das 10h às 18h (entrada até as 17h); fechado às segundas
Período
27 de março de 2024 10:00 - 27 de julho de 2024 20:00(GMT-03:00)
Local
MASP
Avenida Paulista, 1578, São Paulo
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A partir de 27 de março, a Área de Convivência do Sesc Pompeia recebe a exposição Quase Circo – Carmela Gross. Sob a curadoria de Paulo Miyada, a mostra da
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A partir de 27 de março, a Área de Convivência do Sesc Pompeia recebe a exposição Quase Circo – Carmela Gross. Sob a curadoria de Paulo Miyada, a mostra da artista visual paulistana proporciona uma leitura abrangente de suas obras, evidenciando a diversidade de sua produção e sua contribuição para a arquitetura, história urbana e o panorama artístico contemporâneo.
A exposição destaca a convergência entre as criações de Gross e a arquitetura visionária de Lina Bo Bardi, oferecendo aos visitantes uma imersão nas obras da artista. Sem aderir a rótulos ou convenções, a narrativa visual apresentada por Carmela Gross desafia expectativas e convida os espectadores a explorar novas perspectivas.
A mostra reúne 13 obras, exibidas em grande escala, como a instalação “RODA GIGANTE” (2019), “ESCADAS VERMELHAS” (2012/2024), “O FOTÓGRAFO” (2001), “UMA CASA” (2007),” LUZ DEL FUEGO” (2018/2024), “FIGURANTES” (2016), “BANDO” (2016/2024), “ROUGE” (2018), “A NEGRA VERMELHA” (1997/2024), “BANDEIRA PIVÔ” (2024).
Além disso, os visitantes terão acesso a painéis luminosos, vídeos e desenhos na Área de Convivência, junto com duas obras anteriormente expostas no Sesc Pompeia: “RIO MADEIRA” (1990) e “ESTANDARTE VERMELHO” (1999). Destaca-se também a obra “GATO”, criada especialmente para a exposição e instalada nas passarelas do complexo esportivo, inspirada em um desenho de Lina Bo Bardi.
“Esta exposição é uma convergência. De um lado, a obra peculiar de Carmela Gross, que, ao longo de quase seis décadas, produz arte como uma forma singular de observar, deslocar e recombinar elementos do mundo, frequentemente utilizando os restos do crescimento urbano como matéria-prima. De outro lado, a arquitetura de Lina Bo Bardi, que encontrou no Brasil lições sobre trabalho, arquitetura e design populares, incorporando-as em sua própria arquitetura fundamentada em princípios modernistas”, destaca o curador.
Para o diretor regional do Sesc São Paulo, Luiz Deoclécio Massaro Galina, a iniciativa integra uma série de projetos expositivos sediados no Sesc Pompeia em anos recentes, com o intuito de revisitar produções históricas de nomes decisivos para a compreensão da arte brasileira. “A obra de Carmela Gross se conecta com mais uma dimensão valorizada pela entidade, a saber, a sensibilidade aos espaços arquitetônicos e a seus usos múltiplos, inclusive no sentido de desafiá-los. Uma fábrica refundada enquanto centro de lazer e difusão artístico-cultural, em um período histórico de perda de função dos complexos industriais urbanos, é particularmente propícia para isso”, destaca.
A exposição fica aberta para visitação do público até o dia 25 de agosto de 2024 e conta com ações educativas ao longo deste período. Para acompanhar a programação, acesse: sescsp.org.br/quasecirco.
Serviço
Exposição | Quase Circo – Carmela Gross
De 27 de março a 25 de agosto
Terça a sábado, das 10h às 21h. Domingos e feriados, das 10h às 18h.
Período
27 de março de 2024 10:00 - 25 de agosto de 2024 21:00(GMT-03:00)
Curadoria
Paulo Miyada
Paulo Miyada é curador e pesquisador de arte contemporânea. Graduado em Arquitetura e Urbanismo pela FAU-USP, tem mestrado em História da Arquitetura e Urbanismo pela mesma instituição. Foi assistente de curadoria da 29ª Bienal de São Paulo, em 2010, e fez parte da equipe de curadores do Rumos Artes Visuais do Itaú Cultural, entre 2011 e 2013. Atualmente, é curador-chefe do Instituto Tomie Ohtake, e coordenador do Núcleo de Pesquisa e Curadoria do mesmo instituto. Em 2021, passou a atuar como curador adjunto do Centre Pompidou, em Paris, uma das mais renomadas instituições de arte da Europa. Miyada também é curador adjunto da 34ª Bienal de São Paulo.
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Os avanços tecnológicos da corrida espacial entre os Estados Unidos e a antiga União Soviética, que culminou com a chegada do homem à Lua em 1969, estão no imaginário de Emmanuel
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Os avanços tecnológicos da corrida espacial entre os Estados Unidos e a antiga União Soviética, que culminou com a chegada do homem à Lua em 1969, estão no imaginário de Emmanuel Nassar. Mas o título de sua instalação Lataria Espacial, além dos aspectos científico e político, traz também um termo informal, que se refere a estruturas metálicas de veículos motorizados. Para o artista, lataria está associada ao termo “lata velha”, geralmente usado para designar o estado precário de grandes máquinas deterioradas.
O trabalho aproxima opostos: a lataria envelhecida e com sinais de desgaste, o que há de primitivo e popular nas funilarias do subúrbio às missões espaciais e altamente tecnológicas que colaboraram para o desenvolvimento das comunicações via satélite. Há, nessa justaposição, algo do sonho e da fantasia de voar. Mas se o voo está ligado à imagem da liberdade que tanto aviões quanto pássaros evocam, uma das asas de Lataria Espacial está decepada, como se estivesse incrustada na parede. Dentro da Sala de Vidro do MAM São Paulo, a obra parece tratar mais da impossibilidade de levantar voos do que da completa realização do desejo de liberdade.
O artista projetou e construiu seu próprio jato particular, que se assemelha aos aviões de brinquedo, mas é inspirado no modelo Phenom 300, da Embraer, que está entre os jatos executivos mais vendidos no mundo. Mas, em vez de fazer um elogio à alta performance e ao poder que uma aeronave de pequeno porte carrega, o artista aponta de modo irônico para as contradições sociais do país e para o contraste entre o imaginário da elite e do povo, justamente mostrando que essa separação já não é tão clara.
Emmanuel Nassar valoriza as cores das chapas metálicas publicitárias e o que há de popular na periferia de centros urbanos, em especial de Belém do Pará. Embora, no presente trabalho, ele não se aproprie das placas descartadas, recorrendo ao zinco galvanizado, o conjunto de pinturas que formam o avião ecoa o improviso das soluções inventivas. Entre as marcas da poética de Emmanuel Nassar está o reconhecimento das gambiarras, as engenhocas provisórias, realizadas com poucos recursos, que resolvem problemas práticos do cotidiano.
Lataria Espacial permite que os diversos públicos do MAM se divirtam ao serem recebidos com o prestígio e status de um tapete vermelho, brinquem, tirem selfies com a bagagem, como se estivessem prestes a embarcar num sonho que, embora não decole de modo literal, realiza-se na experiência única e generosa que a obra proporciona.
Serviço
Exposição | Emmanuel Nassar: Lataria Espacial
De 02 de abril a 01 de setembro
Terça a domingo, das 10h às 18h (com a última entrada às 17h30)
Período
2 de abril de 2024 10:00 - 1 de setembro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM SP)
Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, Vila Mariana, São Paulo – SP
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Na efeméride de 60 anos do Golpe Militar brasileiro (1964–1985), a Pinacoteca, em
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Na efeméride de 60 anos do Golpe Militar brasileiro (1964–1985), a Pinacoteca, em realização conjunta com o Memorial da Resistência de São Paulo, constrói diálogos sobre o estado de exceção a partir dos acervos artísticos e documentais de ambas as instituições. A exposição conjunta ocupa o 2º andar da Pina Estação.
A mostra acontece no edifício da Pina Estação, que sediou até 1983 o Deops/SP — Departamento Estadual de Ordem Política e Social de São Paulo —, que atuava como aparelho de repressão política do Estado e onde inúmeras pessoas foram presas e torturadas durante a Ditadura Civil-Militar (1964–1985), e hoje é ocupado pelo Memorial da Resistência de São Paulo e a Pinacoteca de São Paulo.
A exposição parte da Coleção Alípio Freire, doada ao Memorial da Resistência em 2023. Será a primeira vez que o conjunto, composto por trabalhos de ex-presos políticos dos presídios de São Paulo durante o período ditatorial e reunidos por Alípio Freire e Rita Sipahi, será mostrado ao público na Pinacoteca.
Entre os destaques da mostra, está a obra do acervo da Pinacoteca Fantasmas da Esperança (2018), de Marcela Cantuária, que traz elementos simbólicos que a exposição propõe discutir.
ACERVOS E COLEÇÕES
Do acervo da Pinacoteca são destaques as obras A Corda (1967) de Neide Sá, que será apresentada em nova configuração, e Desdobramentos (2017), de Jefferson Medeiros.
Em diálogo com a coleção da Pinacoteca está parte do acervo do jornalista e ex-preso político Alípio Freire (in memorian) e sua esposa Rita Sipahi, que reúne registros de presos políticos na Ditadura Civil-Militar (1964–1985). Estão reunidas pinturas, desenhos, colagens e gravuras, realizadas em diferentes presídios da cidade de São Paulo, como Tiradentes, Carandiru, Penitenciária Feminina, Hipódromo, Presídio Militar Romão Gomes (Barro Branco) e no próprio Deops/SP, durante os anos 70. As obras integram, desde 2023, o acervo do Memorial da Resistência de São Paulo.
Já o coletivo Mulheres Possíveis apresenta projeto artístico multidisciplinar desenvolvido pelas artistas Beatriz Cruz, Leticia Olivares, Sandra Ximenez e Vânia Medeiros em colaboração com mulheres em situação de cárcere na Penitenciária Feminina da Capital desde 2016.
O acervo traz visibilidade para a situação do cárcere nos dias atuais, tendo a narrativa do corpo como centro da experiência. Na exposição, o público poderá ver as imagens produzidas por mulheres em privação de liberdade durante as oficinas do projeto e que resultaram na publicação Mulheres Possíveis- corpo, gênero e encarceramento em 2019.
Por fim, o acervo Bajubá, projeto comunitário de registro de memórias das comunidades LGBT+ brasileiras, reúne uma coleção de itens que registram a diversidade sexual e a pluralidade de expressões e identidades de gênero no país também no período militar. Parte desse arquivo poderá ser visto na exposição.
Serviço
Exposição | Sol Fulgurante: arquivos de vida e resistência
De 06 abril a 18 agosto
De quarta a segunda, das 10h às 18h
Período
6 de abril de 2024 10:00 - 18 de agosto de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Pina Estação
Lg. General Osório, 66, São Paulo - SP
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Uma noite que se repete indefinidamente: é este o mote da exposição, que apresenta os mais diversos tons de claro-escuro, produzidos com diversas técnicas fotográficas. – A noite sempre esconde
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Uma noite que se repete indefinidamente: é este o mote da exposição, que apresenta os mais diversos tons de claro-escuro, produzidos com diversas técnicas fotográficas. – A noite sempre esconde algumas coisas e expõe outras – ressalta Vicente.
Já na abertura, a série Limite Oblíquo subverte o próprio ato de fotografar, quando o artista captura, em alto contraste, vários objetos deixados na areia pelo mar, que ele próprio recolheu, dispostos sobre uma superfície iluminada. Noite Americana, inspirada na estética do cinema noir da década de 1950, é uma sequência de fotos de interiores e de paisagens urbanas, capturadas com pouca iluminação, em que predominam o contraluz e imagens escuras, com pouca definição.
Galáctica transforma luminárias, lustres e neons em formas que lembram corpos celestes, ao serem isolados de seu conceito original – o que, de certa forma, contradiz a ideia da fotografia como documento ou como reprodução fiel de um cenário. O exercício com objetos retirados do ateliê do artista, tratados na sala escura, sem câmera e sem negativo – à maneira dos rayogramas de Man Ray – cria a série Monolux, formada por fotogramas de laboratório.
Vermelhos Telúricos mostra cópias fotográficas no formato de molduras de slides de várias paisagens do mundo, que tendem à tonalidade vermelha, pelo desgaste do tempo; e Slidetrip é uma homenagem ao tempo das projeções domésticas de slides. A celebrada Moiré reflete efeitos de luz e sombra através do movimento das cortinas de um apartamento em Pequim, enquanto Silence City fala sobre o tempo.
Átomo Cian, que integra a série Sete Dias, é a imagem de um poste da cidade de Bruxelas que Vicente fotografou, usando um prisma comum de brinquedo. Duplicou a foto com lambe-lambe e, mais tarde, com serigrafia de alta qualidade. O resultado é uma instalação que lembra uma rede neural; “uma trama estelar, observada por um astrolábio à noite” como define o artista.
Ultramarino homenageia os faróis que orientam os navios quanto aos perigos ou os conduz à segurança, protegendo e orientando os navegantes. Na sala escura, um periscópio simula o movimento de um farol náutico. Embora as paredes estejam cobertas com imagens, o visitante só vê as imagens que o farol varre, em seu movimento constante.
Toda Noite tem curadoria assinada por Marília Panitz, mestre em arte contemporânea, teoria e história da arte pela Universidade de Brasília; e Aldones Nino, curador adjunto do Collegium (Arévalo, Espanha), além de doutorando em Historia y Arte pela Universidade de Granada, em cotutela com o programa de PósGraduação em Artes Visuais da UFRJ.
Serviço
Exposição | Toda noite
De 13 de abril a 28 de julho
Terça a domingo, das 11h às 19h
Período
13 de abril de 2024 11:00 - 28 de julho de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Centro Cultural Justiça Federal
Avenida Rio Branco 241, Cinelândia - Riod e Janeiro - RJ
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Exposição individual do artista Maxwell Alexandre. Novo poder: passabilidade faz parte da série “Novo Poder” e trata-se da itinerância em São Paulo do primeiro Pavilhão de Maxwell Alexandre, que foi
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Exposição individual do artista Maxwell Alexandre. Novo poder: passabilidade faz parte da série “Novo Poder” e trata-se da itinerância em São Paulo do primeiro Pavilhão de Maxwell Alexandre, que foi no bairro de São Cristóvão, Rio de Janeiro.
Uma vez que o artista tem uma agenda de exposições majoritariamente internacional, o Pavilhão Maxwell Alexandre foi anunciado para expandir no Brasil, a discussão do que estava sendo mostrado em galerias e museus fora do país. A intenção é gerar diálogo e dar acesso a uma audiência local à obra do artista e seu desenvolvimento a longo prazo: passabilidade. A caminhada segura e tranquila pelo cubo branco. Este é o conceito de passabilidade nos termos de Maxwell Alexandre.
Tratada pela primeira vez dentro da série Novo Poder na Espanha, passabilidade ganha desenvolvimento e chega com uma abordagem mais aguda ao Pavilhão, através de uma instalação ambiciosa com mais de 50 retratos, todos pintados a óleo sobre papel pardo.
Firmes e conscientes desses espaços – museus e galerias – que outrora eram hostis a pessoas melanizadas, os personagens caminham elegantes, como se estivessem desfilando numa passarela. Em Novo poder: passabilidade, o artista faz esse cruzamento entre moda e arte contemporânea, denotando os dois campos como plataformas de empoderamento, que oferecem dignidade e autoestima para o indivíduo.
Serviço
Exposição | Novo Poder: passabilidade
De 19 de abril a 29 de setembro
Terça a Sexta – Das 10h às 21h30, sábado – Das 10h às 19h30 e domingo – Das 10h às 18h30
Período
19 de abril de 2024 10:00 - 29 de setembro de 2024 19:30(GMT-03:00)
Local
Sesc Avenida Paulista
Av. Paulista, 119 - Bela Vista, São Paulo - SP
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Entre 25 de abril e 1º de dezembro de 2024, “Um Defeito de Cor” toma o espaço expositivo do segundo andar do Sesc Pinheiros com desdobramentos que recepcionam visitantes desde
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Entre 25 de abril e 1º de dezembro de 2024, “Um Defeito de Cor” toma o espaço expositivo do segundo andar do Sesc Pinheiros com desdobramentos que recepcionam visitantes desde o muro da entrada como uma mostra de arte que parte do romance histórico homônimo de Ana Maria Gonçalves. Em seu livro, a autora reconta a saga de Kehinde, africana escravizada confrontada com a necessidade de reconstrução em terras brasileiras e a incessante luta por liberdade fazendo uso da comida, da arte, do afeto, da busca pela família, acolhimento e de sua fé nos encantados.
Os curadores Amanda Bonan e Marcelo Campos, ambos do MAR (Museu de Arte do Rio), fizeram o convite a Ana Maria para uma construção curatorial conjunta a repensar a trajetória do livro de forma imagética: da produção moderna e contemporânea que tem em seu cerne a cosmogonia africana nasceu esse encontro a partir de produções de 131 artistas – entre 77 vivos e 37 já falecidos, além de 17 convidados a produzir novas obras para a mostra, com nomes como Kwaku Ananse Kintê, Kika Carvalho, Antonio Oloxedê e Goya Lopes.
Assim, tal exposição se pretende um profundo mergulho pelas quase mil páginas do texto de “Um Defeito de Cor” e toma seus dez capítulos como metodologia de divisão de núcleos temáticos em uma estrutura circular de fruição que transborda as questões da ancestralidade nas visualidades da mostra e proposta expográfica. Além dos curadores, fazem parte do processo de criação os artistas Ayrson Heráclito, consultor que assina a expografia ao lado de Aline Arroyo, e Tiganá Santana, curador da paisagem sonora que envolve o ambiente.
Nos meses em que esteve em cartaz no Rio de Janeiro, a mostra foi bem recebida pelo público, com visitação expressiva, deixando clara sua potência. É importante destacar que, antes da vinda para o Sesc Pinheiros, esta itinerância passou pelo Museu da Cultura Afro-Brasileira (Muncab), fazendo uma importante triangulação entre instituições e abrangência de públicos do Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
Serviço
Exposição | Um Defeito de Cor
De 25 de abril a 01 de dezembro
Terça a sábado das 10h30 às 21h | domingos e feriados das 10h30 às 18h
Período
25 de abril de 2024 10:30 - 1 de dezembro de 2024 21:00(GMT-03:00)
Local
Sesc Pinheiros
Rua Paes Leme, 195, Pinheiros, São Paulo - SP
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O SESI São José dos Campos apresenta a exposição J. Borges – O Mestre da Xilogravura, até o dia 30 de setembro, com visitação gratuita. O imaginário popular do Nordeste está presente
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O SESI São José dos Campos apresenta a exposição J. Borges – O Mestre da Xilogravura, até o dia 30 de setembro, com visitação gratuita. O imaginário popular do Nordeste está presente em símbolos e figuras talhadas pelo artista, que completa 88 anos em dezembro.
Com curadoria de Ângelo Filizola, a exposição traz uma coletânea de 44 xilogravuras, sendo oito delas até então inéditas (com suas respectivas matrizes), junto às 28 obras mais importantes da carreira de J. Borges. Os temas retratados simbolizam a trajetória de vida do artista, considerado pelo dramaturgo Ariano Suassuna como o “melhor gravador popular do Brasil”.
Os visitantes podem apreciar obras de diversas fases de sua história, identificadas pelos temas: Viagem a Trabalho e Negócios, Serviços do Campo, Plantio de Algodão, Forró Nordestino, Plantio de Cana, Feira de Caruaru, Carnaval em Pernambuco e Festa dos Apaixonados. A poesia popular também tem lugar na exposição: um espaço dedicado especialmente à literatura de cordel. Cordelista há mais de 50 anos, os versos de J. Borges tratam do cotidiano do agreste, de acontecimentos políticos, de fatos lendários, de folclóricos e pitorescos da vida.
“Estou muito felizl com essa exposição sobre meu trabalho na xilogravura. E eu ainda quero viver bastante, e o que me inspira é a vida, é a continuação, é o movimento. Minha obra é aquilo que eu vejo, aquilo que eu sinto”, comenta J. Borges, que é patrimônio Vivo de Pernambuco, título concedido pelo Estado. Borges já expôs na França, Alemanha, Suíça, Itália, EUA, Venezuela e Cuba, deu aulas na França e nos EUA, ilustrou livros em vários países e foi destaque no The New York Times.
A exposição J. Borges – O Mestre da Xilogravura traz ainda duas obras assinadas por Pablo Borges e Bacaro Borges, filhos e aprendizes do artista, além da exibição de uma cinebiografia sobre vida e obra de Borges, assinada pelo jornalista Eduardo Homem.
J. Borges desenha direto na madeira, equilibrando cheios e vazios com maestria, sem a produção de esboços, estudos ou rascunhos. O título é o mote para criar o desenho, onde as narrativas próprias do cordel têm espaço na expressiva imagem da gravura. O fundo da matriz é talhado ao redor da figura que recebe aplicação de tinta, tendo como resultado um fundo branco e a imagem impressa em cor. As xilogravuras não apresentam uma preocupação rigorosa com perspectiva ou proporção.
A originalidade, irreverência e personagens imaginários são notáveis nas suas obras. Os temas mais recorrentes em seu repertório são o cotidiano da vida simples do campo, o cangaço, o amor, os castigos do céu, os mistérios, os milagres, crimes e corrupção, os folguedos, a religiosidade, a picardia, enfim todo o rico universo cultural do povo nordestino.
A Gerente de Cultura do Sesi-SP, Debora Viana, reforça a importância desta exposição integrar o circuito das mostras itinerantes nos Espaços Galerias. “Com a iniciativa, que começou em Campinas, reforçamos o compromisso que a instituição possui de fomentar o cenário cultural e artístico por meio do acesso do público a obras, ao processo criativo de artistas nacionais e internacionais, à reflexão e à experimentação. Para o Sesi-SP, é de extrema importância a formação de novos públicos em artes, a difusão e o acesso à cultura de forma gratuita. É por isso que desenvolvemos e realizamos projetos das mais diversas áreas e convidamos o público a entrar de cabeça no universo do conhecimento e da arte”.
Com produção e idealização da Cactus Promoções e Produções, a exposição J. Borges – O Mestre da Xilogravura já foi apresentada no Centro Cultural FIESP e nas unidades do SESI em Campinas, São José do Rio Preto e Itapetininga.
Serviço
Exposição | J. Borges – O Mestre da Xilogravura
De 26 de abril a 30 de setembro
Quarta a domingo, das 10h às 20h
Período
26 de abril de 2024 10:00 - 30 de setembro de 2024 20:00(GMT-03:00)
Local
SESI São José dos Campos
Av. Cidade Jardim, 4389 - Bosque dos Eucaliptos. São José dos Campos - SP
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A exposição fotográfica inédita “Cartunistas” reúne os maiores cartunistas do Brasil retratados por Paulo Vitale e com curadoria de Eder Chiodetto. A mostra, que foi aberta ao público no dia
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A exposição fotográfica inédita “Cartunistas” reúne os maiores cartunistas do Brasil retratados por Paulo Vitale e com curadoria de Eder Chiodetto. A mostra, que foi aberta ao público no dia 26 de abril, será realizada até 29 de setembro de 2024, de quarta a sexta-feira, das 14h às 19h; sábado e domingo, das 10h às 19h, com visitação gratuita.
A exposição é um projeto composto por retratos de 120 desenhistas da área do humor gráfico, retratados pelo fotógrafo Paulo Vitale em que cada foto pode ser considerada um cartum, refletindo características e estilo dos retratados. Só assim para traduzir em retratos o humor que esses desenhistas produzem no cérebro das pessoas com temas políticos, sociais e sobre a própria existência humana. Dentre os retratados, estão Mauricio de Sousa; Ziraldo; Paulo Caruso; Jaguar; Angeli; Laerte; entre outros.
Ao olhar o ensaio como um todo, a curadoria de Eder Chiodetto adotou o caminho de equacionar o espaço expositivo proposto para que ele pudesse receber a totalidade dos retratos realizados pelo fotógrafo. Como a grande maioria dos (as) cartunistas olhava diretamente para a lente do fotógrafo, agora na exposição o fotógrafo desaparece e cada retratado estará olhando nos olhos de cada espectador, criando uma conexão mais enfática entre público e cartunistas.
Paulo Vitale é fotógrafo, diretor de cena e autor. Cursou História, na Universidade de São Paulo (USP) e fotografia no International Center of Photography, de Nova York. Percorreu mais de 50 países fazendo trabalhos editoriais, publicitários e autorais. Tem mais de 100 capas publicadas nas principais revistas brasileiras. Foi fotógrafo e editor de fotografia do Jornal O Estado de S. Paulo. Editor de fotografia das revistas VEJA e ÉPOCA, e correspondente da Agência Estado, em Nova York. Paulo, e já retratou grandes personalidades, como Nelson Mandela, Oscar Niemeyer, Caetano Veloso, Mark Zuckerberg e Pelé.
Eder Chiodetto é curador de fotografia independente, autor, publisher da editora de fotolivros Fotô Editorial e diretor do centro de estudos Ateliê Fotô. Foi curador de fotografia do MAM-SP, entre 2005 e 2021, e mentor do programa Arte na Fotografia, no canal Arte1. Como curador já realizou mais de 120 exposições no Brasil, Europa, EUA e Japão.
A exposição ‘Cartunistas’ faz parte do projeto Espaço Galeria SESI-SP, no qual o foyer do teatro se transforma em plataforma expositiva, recebendo exposições de diferentes técnicas e formatos. Criada em 2013, a iniciativa oferece exposições de artes visuais especialmente desenvolvidas para os centros de atividades do SESI-SP, propiciando a circulação de obras originais com embasamento curatorial e expografias específicas.
Serviço
Exposição | Cartunistas
De 26 de abril a 29 de setembro
Quarta a sexta-feira, das 14h às 19h; sábado e domingo, das 10h às 19h
Período
26 de abril de 2024 14:00 - 29 de setembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
SESI Sorocaba
Rua Gustavo Teixeira, 369, Vila Independência - Sorocaba - SP
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Sucesso de público e elogiada pela crítica, a mostra Dos Brasis, que reúne obras de 240 negros do país no Centro Cultural Sesc Quitandinha, foi vista por mais de
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Sucesso de público e elogiada pela crítica, a mostra Dos Brasis, que reúne obras de 240 negros do país no Centro Cultural Sesc Quitandinha, foi vista por mais de 130 mil pessoas no Sesc Belenzinho, em São Paulo. Exposição estará em cartaz, em Petrópolis de 3 de maio a 27 de outubro.
A centralidade do pensamento negro no campo das artes visuais brasileiras, em diferentes tempos e lugares, é uma das principais premissas que guiam o processo curatorial da mostra Dos Brasis – Arte e Pensamento Negro, a mais abrangente exposição dedicada exclusivamente à produção de artistas negros. Depois de passar sete meses em São Paulo, com registro de mais de 130 mil visitantes, a exposição chega ao Rio de Janeiro e será instalada em um dos principais cartões postais da Região Serrana: o Centro Cultural Sesc Quitandinha (CCSQ), em Petrópolis. Com abertura marcada para o dia 3 de maio, a mostra receberá visitantes até 27 de outubro deste ano.
Resultado de um trabalho desenvolvido pelo Sesc em todo o país, a mostra conta com sete núcleos temáticos, reunindo aproximadamente 240 artistas negros, de todos os estados do Brasil, sob curadoria de Igor Simões, em parceria com Lorraine Mendes e Marcelo Campos. Realizada por meio de um trabalho em conjunto de analistas de cultura da Insituição de todo o país, a exposição traz obras em diversas linguagens artísticas como pintura, fotografia, escultura, instalações e videoinstalações, produzidas desde o fim do século XVIII até o século XXI. A lista completa dos artistas participantes está disponível ao final do texto.
A exposição chega na íntegra ao Centro Cultural Sesc Quitandinha (CCSQ). As 314 obras que estavam em exibição no Sesc Belenzinho (SP) vão ocupar os salões da área monumental do histórico edifício, que em 2024 completa 80 anos. Parte dos trabalhos, alguns inéditos, também serão expostos pela primeira vez na área externa e no lago em frente à unidade. A mostra vai ainda oferecer ao público uma programação paralela com ações em mediação cultural e atividades educativas, além de um programa público composto de debates e palestras com convidados.
Inaugurado em 1944, um ano antes do fim da Segunda Guerra Mundial, o Quitandinha abrigou um dos maiores hotéis-cassino das Américas. Recebeu personalidades brasileiras e hollywoodianas, como Carmen Miranda e Walt Disney. Também foi palco de eventos que marcaram a história, como da Conferência Interamericana para a Manutenção da Paz e da Segurança no Continente, em 1947, e a 1ª Exposição Nacional de Arte Abstrata, realizada em 1953. Na década de 1960, após a proibição dos jogos no Brasil, o cassino foi fechado e o hotel teve seus apartamentos vendidos, tornando-se um condomínio. Em 2007, a área monumental passou a ser administrada pelo Sesc RJ, que a transformou em um Centro Cultural.
Desde que foi reinaugurado como um Centro Cultural, em abril do ano passado, o Quitandinha vem sendo ocupado por exposições que resgatam a forte identidade afro-brasileira em Petrópolis. A primeira, intitulada “Um oceano para lavar as mãos”, com curadoria de Marcelo Campos e Filipe Graciano, apresentou uma revisão da história do Brasil a partir de narrativas não eurocentradas, pensada por curadores e artistas negros, levando o espectador à reflexão sobre a forte memória e produção artística negra na contemporaneidade, no Brasil e no município, e sua relação com o passado imperial. Depois, dos mesmos curadores, recebeu a coletiva “Da Kutanda ao Quitandinha”, em que o ponto de partida foi o território onde o edifício está inserido – uma região marcada por quilombos formadores da cidade.
Serviço
Exposição | Dos Brasis
De 3 de maio a 27 de outubro
Terças a domingos e feriados, das 10h às 17h
Período
3 de maio de 2024 10:00 - 27 de outubro de 2024 17:00(GMT-03:00)
Local
Centro Cultural Sesc Quitandinha
Avenida Joaquim Rolla, 2, Petrópolis, Rio de Janeiro - RJ
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Entre as tantas reinvenções da modernidade, está o fato de termos gradativamente mudado o lugar e o estado das relações sociais. Se na Idade Média o objetivo era perdurar e
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Entre as tantas reinvenções da modernidade, está o fato de termos gradativamente mudado o lugar e o estado das relações sociais. Se na Idade Média o objetivo era perdurar e estabelecer laços fixos e imutáveis, nos tempos atuais o deslocamento e a maleabilidade são chave para a compreensão de um mundo novo e flexível. A teoria acima, descrita pelo filósofo polonês Zygmunt Bauman (1925-2017), evoluiu pelos meandros da mente humana e trouxe reflexões, também, a partir das consequências dessa fluidez que, entre outros aspectos, nos leva a deslocamentos que, muitas vezes, causam a sensação equivocada de que estamos fora de encaixe, talvez no lugar errado, tarde ou cedo demais no contexto histórico no qual estamos todos inevitavelmente inseridos. É sobre esse caminho móvel e diverso que trata Deslocamentos, exposição da artista carioca Frida Baranek na Galeria Raquel Arnaud.
A própria trajetória de Baranek evidencia esse pensamento. Desde cedo, a artista transita pelo mundo, habitando diversos países e adaptando-se de forma versátil ao seu entorno – de São Paulo a Lisboa, passando por Berlim, Londres, Nova York e Paris. Observadora nata do que a rodeia, Baranek apropria-se disso através de materiais que vai coletando pelo caminho. Concentra grande parte de sua pesquisa na materialidade do mundo e, a partir dela, propõe novos formatos: descaracterizando-a em alguns processos e, em outros, reforçando sua potência. A fluidez com que transita com seu corpo pelo espaço físico aparece na polpa e na água que compõem os papéis, fio condutor que orienta o espectador na atual mostra.
Essa camada de celulose, que nas mãos da artista ganha diversas formas e texturas, faz parte de sua trajetória desde os anos 1990, quando, durante um projeto realizado na Alemanha, foi desafiada a criar uma série de trabalhos a partir dessa matéria. Desde o primeiro momento, a mistura fluida ganhou corpo em massas físicas que evidenciavam o processo criativo de Baranek – mesmo no formato bidimensional, a artista trabalha de forma intuitiva e escultórica. Experimentar e transformar materiais são mecanismos naturais de Baranek, que transita com destreza entre os diversos suportes artísticos, desde suas reconhecíveis esculturas em larga escala até a mobilidade contida em um pigmento adicionado ao papel.
Com o tempo e a intimidade adquirida com a matéria-prima, a artista passou a produzir artesanalmente sua própria mistura de polpa e água, experimentando, dessa forma, relevos e gramaturas, e adicionando materiais possíveis na composição de suas séries, como fios de seda, pó de ferro e arames. Em certo ponto, apropriou-se da técnica collagraph, na qual as gravuras são impressas através de chapas plásticas, mais maleáveis e que permitem um grau elevado de experimentação e interferência.
Se, antes, tais deslocamentos levavam a artista a criar majoritariamente corpos labirínticos, hoje Baranek provoca reflexões sobre a impermanência ao trabalhar as camadas feitas em formas mais simples e geométricas. O desencaixe e a fluência da vida moderna e contemporânea, dos quais falava Bauman em suas teorias, reaparecem de forma subjetiva nas duas esculturas presentes no espaço – e que levam o nome desta exposição. Feitas em madeira – matéria-prima da celulose – e acrílico, as obras norteiam o pensamento e o trabalho atual de Baranek, que desfruta do desembaraço da matéria para apresentar suas novas sobreposições. Com a ilusão de que podemos encaixar tais formas geométricas que ali se apresentam de maneira aparentemente descomplicada, somos envolvidos pelas camadas propostas por ela e, assim, nos deslocamos na sutileza das possibilidades.
Serviço
Exposição | Deslocamentos
De 8 de maio a 10 de agosto
Segunda à sexta das 11:00 às 19:00, sábado das 11:00 às 15:00
Período
8 de maio de 2024 11:00 - 10 de agosto de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Raquel Arnaud
Rua Fidalga, 125 – Vila Madalena, São Paulo - SP
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A beleza e a força do feminino ancestral causam impacto aos olhos de quem observa as pinturas que chegaram ao Museu de Arte do Rio. A primeira exposição individual
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A beleza e a força do feminino ancestral causam impacto aos olhos de quem observa as pinturas que chegaram ao Museu de Arte do Rio. A primeira exposição individual da artista indígena Daiara Tukano, na cidade do Rio de Janeiro, será inaugurada no MAR, a partir do dia 10 de maio. A mostra “Pamuri Pati – Mundo de transformação” é realizada em parceria com a galeria Millan, de São Paulo, que representa a artista, e ficará em cartaz até o dia 25 de agosto. Por meio da mostra, Daiara Tukano fala sobre as transformações sociais que podem ser observadas pelas óticas do feminino e do próprio povo indígena. Para ela, isso se dá por uma retomada da “memória ancestral” com a qual a sociedade se reconecta. “Quero compartilhar um pouco da cultura do meu povo, mas também dessa vivência de luta”, afirma a artista.
O Museu de Arte do Rio é um equipamento da Prefeitura do Rio, de responsabilidade da Secretaria Municipal de Cultura, gerido pela Organização de Estados Ibero-Americanos (OEI). A mostra faz uma retrospectiva da carreira da artista, reunindo mais de 70 obras, entre elas pinturas, esculturas e instalações.
A expressão “Pamuri Pati” significa “mundo de transformação”, conceito arraigado na cultura indígena: “Para nós, os seres do mundo são seres em transformação. O mundo em transformação traz todas essas narrativas desde os petróglifos (representações gravadas pelo homem em pedra ou em rochas), que são as pinturas mais antigas em pedras e cachoeiras”, destaca Daiara.
Receber a exposição “Pamuri Pati – Mundo de transformação” é cumprir a missão do MAR de trazer a linguagem e as percepções dos artistas contemporâneos brasileiros. “Viabilizar o acesso à expressão de tanta força e diversidade dos povos indígenas, valorizando a língua, que está na base da conexão social de todos os povos, fortalece o MAR como um espaço aberto e plural, que promove a arte e a cultura”, afirma Leonardo Barchini, diretor da OEI no Brasil.
Serviço
Exposição | Pamuri Pati – Mundo de transformação
De 10 de maio a 25 de agosto
Terça-feira a domingo das 10h30 às 17h
Período
10 de maio de 2024 10:30 - 25 de agosto de 2024 17:00(GMT-03:00)
Local
Museu de Arte do Rio - MAR
Praça Mauá, 5 – Centro, Rio de Janeiro – RJ
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Cecilia Vicuña (Santiago, Chile, 1948) “Sonhar a água — Uma retrospectiva do futuro (1964…)” é uma colaboração da Pinacoteca com o Museu Nacional do Chile, em Santiago, e com o
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Cecilia Vicuña (Santiago, Chile, 1948) “Sonhar a água — Uma retrospectiva do futuro (1964…)” é uma colaboração da Pinacoteca com o Museu Nacional do Chile, em Santiago, e com o Malba, em Buenos Aires. A curadoria é do peruano Miguel López e levará pinturas, fotografias, vídeos, peças sonoras, esculturas e instalações da artista para a Pina Contemporânea. Um de seus trabalhos mais emblemáticos, Menstrual (2006), poderá ser visto pelo público pela primeira vez no Brasil.
Essa é a primeira grande mostra da artista chilena no Brasil, reúne cerca de 200 obras que abrangem os 60 anos de sua produção e apresenta o compromisso de Vicuña com as lutas populares, o respeito aos direitos humanos e a proteção ambiental. O nome da exposição representa um convite para mudarmos nossa relação com a terra.
NÚCLEOS
A exposição é organizada em nove núcleos. O primeiro é “Tribu No“, nome de um grupo de jovens artistas e poetas de Santiago que, como ela, buscavam expressar sua oposição às forças conservadoras do Chile. O segundo núcleo “Pinturas, poemas e explicações” apresenta algumas de suas primeiras pinturas produzidas em Santiago, Londres e Bogotá, junto com textos explicativos.
Uma série de documentos, fotografias e materiais impressos relacionados com as campanhas de solidariedade com o Chile compõem o núcleo “Artistas pela democracia“, enquanto o núcleo “Vicuña na Colômbia” representa o momento em que Vicuña atravessou um período de explosão criativa no qual deu vida a centenas de desenhos, colagens e pinturas, ações em espaços públicos, oficinas educativas, projetos cenográficos e filmes experimentais em 16 mm.
O quinto núcleo da exposição leva o nome “Palabrarmas” e representa o período (1973) em que a artista começou a produzir uma série de desenhos, colagens e vídeos que refletiam sobre o papel da poesia em um tempo de repressão política e desaparecimentos forçados na América do Sul.
O “Quipu desaparecido” faz alusão ao legado de sequestros e assassinatos por motivos políticos perpetrados por várias ditaduras latino-americanas do século XX. O núcleo 7, “Precarios” traz as primeiras obras precárias de Vicuña criadas na Praia de Concón, no Chile, em 1966. A instalação “Quipu menstrual” (O sangue dos glaciais) nomeia o oitavo e último núcleo da mostra. Na Pina, visitantes poderão ver uma versão feita para o espaço da Grande Galeria.
Serviço
Exposição | Sonhar a água — Uma retrospectiva do futuro (1964…)
De 18 de maio a 15 de setembro
De quarta a segunda, das 10h às 18h
Período
18 de maio de 2024 10:00 - 15 de setembro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Pinacoteca Contemporânea
Av. Tiradentes, 273, Luz, São Paulo - SP
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Esculturas e instalações suspensas que, através de tramas e elementos têxteis, apresentam ao público a força da manufatura na arte contemporânea brasileira. Esse é o mote das obras criadas
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Esculturas e instalações suspensas que, através de tramas e elementos têxteis, apresentam ao público a força da manufatura na arte contemporânea brasileira. Esse é o mote das obras criadas pela artista paranaense Lidia Lisbôa, em cartaz no Museu de Arte do Rio (MAR) a partir deste sábado, 18/05, Dia Internacional dos Museus. A exposição “Têta”, primeira individual da artista na instituição, apresenta cerca de 30 obras e tem a curadoria de Amanda Bonan, Marcelo Campos, Amanda Rezende, Thayná Trindade e Jean Carlos Azuos. A mostra terá algumas obras inéditas comissionadas pela instituição, e faz parte do “Mulheres no MAR”, programa que visa ampliar a exibição da arte produzida por artistas brasileiras. Essa é a terceira exposição do projeto, que iniciou com a individual “Ònà Irin: Caminho de ferro”, de Nádia Taquary, e recentemente com “Pamuri Pati: Mundo de Transformação”, de Daiara Tukano.
Úteros, tetas, cordões umbilicais e cupinzeiros fazem parte da poética da artista Lidia Lisbôa. Com uma pesquisa que perpassa o território ancestral e o corpo feminino, a artista convida o público a uma imersão em suas obras. “Lidia é uma mulher negra que se aproxima do que, poeticamente, se vinculou ao feminino nas artes, principalmente a questão têxtil e a própria pesquisa sobre a argila. Em tudo é uma obra muito próxima das mãos, do fazer manual, mas com o pensamento contemporâneo ampliado. Ela instala, pendura, espalha no chão, faz em quantidade e acumula. O ateliê de Lidia é constituído de elementos de costura como tecidos e retalhos, botões, filós, todos os elementos que a gente encontraria num ateliê de costura. Mas é importante dizer também, que há neste lugar uma escolha muito assertiva dela nesses materiais, ou seja, ela compra os rolos de tecido, não é somente um material de coleta ou descarte. Isso dá à própria obra da Lidia o elemento da escolha, sobre a qual a noção de uma colcha de retalhos não se enquadraria”, afirma Marcelo Campos, curador-chefe do MAR.
O Museu de Arte do Rio é um equipamento da Prefeitura do Rio de Janeiro, de responsabilidade da Secretaria Municipal de Cultura, gerido pela Organização de Estados Ibero-Americanos (OEI). A mostra ficará em cartaz até 8 de setembro e ocupa o térreo do pavilhão de exposições. A prática da artista se desenvolve em suportes distintos e suas instalações escultóricas trazem elementos como crochê, macramê e costura. “O MAR tem a vocação de ser um espaço plural e pulsante, onde o pensamento extrapola os sentidos. E é isso que Lidia Lisboa transmite em suas produções, quando valoriza a força da figura feminina e a coloca em sintonia com a arte contemporânea brasileira ao mesmo tempo em que nos inquieta com as paisagens do corpo e da memória para além do que se vê”, afirma Leonardo Barchini, diretor da OEI no Brasil.
Obras
O público que visitar o térreo do Pavilhão de Exposições do MAR irá encontrar obras da série intitulada “Tetas que deram de mamar ao mundo”, cuja produção foi iniciada em 2011. Tratam-se de esculturas têxteis de grandes dimensões que são alçadas ao teto e caem próximas ao chão, numa forma que remete aos seios femininos. A exposição apresenta ainda seus trabalhos escultóricos, em especial, a série Cupinzeiros. Dos cordões umbilicais de seus irmãos que viu sendo cortados no parto aos cupinzeiros que observava na juventude interiorana, Lisbôa costura e transforma suas memórias em arte.
Serviço
Exposição | Têta
De 18 de maio a 8 de setembro
Terça a domingo, das 11h às 18h (última entrada às 17h)
Período
18 de maio de 2024 11:00 - 8 de setembro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Museu de Arte do Rio - MAR
Praça Mauá, 5 – Centro, Rio de Janeiro – RJ
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Marli Matsumoto Arte Contemporânea tem o prazer de anunciar a abertura da individual da artista Mayana Redin na galeria, em colaboração com a GDA, no dia 25 de maio,
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Marli Matsumoto Arte Contemporânea tem o prazer de anunciar a abertura da individual da artista Mayana Redin na galeria, em colaboração com a GDA, no dia 25 de maio, sábado, com a apresentação e texto crítico de José Augusto Ribeiro.
A exposição reúne cerca de dez obras recentes da artista, incluindo desenhos materiais, esculturas e um vídeo inédito.
Os trabalhos de Mayana Redin giram em torno de imaginários cosmogônicos, técnicos e artefatuais da humanidade. Sua produção utiliza-se principalmente da linguagem tridimensional e do diálogo entre imagem e escultura para construir cenas, instalações e objetos. Nos últimos anos, Redin vem pesquisando a relação entre imaginação cósmica em sua orientação materialista com o espaço. Tem experimentado o uso de solda, queimas, metais, borracha, argilas e cerâmica em suas obras, interessando-se pelo repertório técnico e de manufaturas.
Serviço
Exposição | Nenhum Mistério
De 25 de maio a 27 de julho
Segunda a sexta, das 11h às 19h. Sábados das 12h às 17h
Período
25 de maio de 2024 11:00 - 27 de julho de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Marli Matsumoto Arte Contemporânea
Rua João Alberto Moreira, 128, Vila Madalena, São Paulo - SP
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Para celebrar vinte anos de carreira da artista Cristina Suzuki a Diáspora Galeria inaugura a exposição “Crtl+C_Crtl+V”. Esta individual histórica tem a curadoria de Carolline Akemy Miyashita e Priscila
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Para celebrar vinte anos de carreira da artista Cristina Suzuki a Diáspora Galeria inaugura a exposição “Crtl+C_Crtl+V”.
Esta individual histórica tem a curadoria de Carolline Akemy Miyashita e Priscila Arantes e promete envolver o público e faze-lo refletir com humor e sagacidade os lugares e possibilidades da arte contemporânea pelo olhar criativo da artista.
A prerrogativa de “copiar e colar” e ressignificar imagens, símbolos e conceitos traz a potência do usual e ordinário, ocupando os dois andares da galeria com investigações diversas sobre o que é arte e os limites tênues entre o que ao mesmo tempo se chancela em um espaço expositivo, mas também faz parte do cotidiano no qual se habita.
Será um prazer receber todes para celebrar a arte que se envereda na vida, com a inventividade e humor que apenas artistas como Cristina Suzuki conseguem propiciar.
Serviço
Exposição | Crtl+C_Crtl+V
De 25 de maio a 03 de agosto
Terça a sexta, das 11h às 19h, sábado, das 11h às 16h
Período
25 de maio de 2024 11:00 - 3 de agosto de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Diáspora Galeria
Av. Rebouças, 2915 - Pinheiros, São Paulo - SP
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O Instituto Artium de Cultura inaugura a exposição Ponto de Osso, com mais de 30 trabalhos inéditos da artista plástica Marcia de Moraes, concebidos especificamente para a arquitetura do Palacete
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O Instituto Artium de Cultura inaugura a exposição Ponto de Osso, com mais de 30 trabalhos inéditos da artista plástica Marcia de Moraes, concebidos especificamente para a arquitetura do Palacete Stahl. A exposição, que ocupa tanto as salas quanto o jardim.
Os 30 desenhos que ocupam a área interna do espaço expositivo foram concebidos especialmente para esta montagem. Todos os trabalhos têm 2,80 de altura e, lado a lado, somam dez metros de comprimento, numa composição sequencial e políptica. “No caso dos desenhos desta exposição, escolhi ocupar os espaços delimitados por umas molduras douradas que fazem parte da arquitetura da casa, criando todos os desenhos especialmente para este lugar. É, portanto, um site specific. Comecei aos poucos, da esquerda para a direita ocupando a parede de 9 metros do meu ateliê, como se fosse um grande e único desenho, que no Artium, se desmembra e ocupa os espaços demarcados. Eu quero que o espectador perceba que os desenhos têm uma continuidade, que formam um corpo único”, detalha a artista Marcia de Moraes.
Além dos desenhos, a artista também concebeu uma instalação em madeira para ocupar uma sala inteira e esculturas em cerâmica para o jardim do palacete. O título da exposição, Ponto de Osso, nasce em referência a este universo da cerâmica, ao momento em que a argila seca e não é mais possível modelá-la. “Ela se torna um osso. Para mim, isso se relaciona totalmente com os desenhos, pois, diferente da pintura, o desenho não me deixa sobrepor cores, e nem consigo apagar o que pinto com lápis de cor, ou seja, o que é feito se torna seco como a argila, não há como arrumar aquilo que não se gosta, apenas improvisar e aceitar. E isso também pode ser encarado como uma metáfora da vida, pois há sempre situações que vivemos e que não podemos alterar, apenas lidar com as consequências. Os meus trabalhos são sempre muito auto referentes, são mesmo comentários acerca daquilo que vivo, que me circunda. Nesta exposição sinto que os trabalhos estão mais vorazes, parecem famintos pelo espectador, espero que o visitante se sinta abraçado ou engolido”, completa.
Serviço
Exposição | Em Mãos
De 26 de maio a 18 de agosto
Quarta a sexta de 12h às 18h, sábados e domingos: 10h às 18h.
Período
26 de maio de 2024 12:00 - 18 de agosto de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Instituto Artium de Cultura
Rua Piauí, 874 - Higienópolis, São Paulo - SP
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A mostra individual do artista plástico Marcos Akasaki, “Equilíbrio Instável”, foi prorrogada até o dia 27 de julho. O conjunto de obras composto por esculturas, pinturas, desenhos, cerâmicas e outras
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A mostra individual do artista plástico Marcos Akasaki, “Equilíbrio Instável”, foi prorrogada até o dia 27 de julho. O conjunto de obras composto por esculturas, pinturas, desenhos, cerâmicas e outras técnicas contemporâneas ocupa o Espaço Cultural da FESPSP (Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo), que foi reinaugurado no final do ano passado na Rua General Jardim, região Central de São Paulo. Além disso, no dia 13, ganha uma nova oportunidade de visitação guiada pelo artista e pelo curador durante o encontro “Chá Com Arte”.
O “Chá Com Arte” é um evento já tradicional entre os artistas contemporâneos da cidade promovido pela Comissão de Artes Plásticas do Bunkyo. Nesta edição especial, que será realizada na FESPSP, os participantes terão a oportunidade de uma visita à exposição guiada por Akasaki e o curador da mostra, o PhD Andrés I. M. Hernández. A participação é gratuita e o encontro acontece no dia 13 de julho (sábado), às 14h30. A exposição, também segue com entrada gratuita de segunda à sábado, das 10h às 19h.
“Cada uma das obras da exposição condensa micromundos sensoriais, que, além de evidenciar o potencial autoral de Akasaki, transbordam metáforas e subjetividades pelas cores e formas. Explodem submundos lúdicos costurados por frames cromáticos reverberantes; como moléculas de um universo onírico e propositivo onde o artista projeta fábulas associativas aos espectadores; poemas hilemórficos estruturados em suas cadências de formas, materiais e cores, nas suas espacialidades”, explica Hernández.
O artista consegue extrair da instabilidade de materiais densos como o ferro e a cerâmica uma delicadeza no equilíbrio a partir dos tensionamentos formais, conceituais e espaciais, que as obras projetam instaurados na sua concepção, construção e visibilidade que carregam. O “Equilíbrio Instável” está nos embates discursivos provocados pela construção das obras e seus movimentos que sugerem a reformulação e a assimilação de cada componente estrutural e material das obras a partir do encontro com o espectador.
Serviço
Exposição | Equilíbrio Instável
De 27 de maio a 27 de julho
Segunda a sábado, das 10h às 19h
Período
27 de maio de 2024 10:00 - 27 de julho de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Espaço Cultural da FESPSP
Rua General Jardim, 522 – Vila Buarque, São Paulo - SP
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Com curadoria do crítico e curador Adolfo Montejo Navas, a mostra Ars Sonora apresenta ao público uma faceta menos conhecida do multi-instrumentista Hermeto Pascoal – sua produção como
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Com curadoria do crítico e curador Adolfo Montejo Navas, a mostra Ars Sonora apresenta ao público uma faceta menos conhecida do multi-instrumentista Hermeto Pascoal – sua produção como artista visual. Em 2019, uma primeira montagem da exposição integra a 14ª Bienal de Curitiba e, agora, chega a São Paulo ampliada e em voo solo.
Músico autodidata em atividade desde a década de 1940, Hermeto Pascoal grava o seu primeiro disco, “Hermeto”, nos Estados Unidos, em 1971. Um ano antes emplaca duas composições suas no icônico “Live-Evil”, gravado ao vivo com Miles Davis. Em 1979 se apresenta no Festival de Jazz de Montreaux, na Suíça. Em sua longeva trajetória recebeu o Grammy Latino em 2019, na categoria “Melhor Álbum de Música de Raízes em Língua Portuguesa”. E em maio do ano passado foi nomeado doutor honorário da Juilliard School, de Nova York (EUA) – o título foi entregue pelo trompetista Wynton Marsalis.
Em Ars Sonora – Hermeto Pascoal, o público pode conhecer sua criação no território das artes visuais. Pioneira, a mostra abrange diferentes linguagens, como desenhos, pinturas, objetos e proto-instrumentos musicais. A produção ultrapassa fronteiras disciplinares e, de modo ampliado, estabelece relações com a performance e as artes visuais.
A proposta da exposição Ars Sonora – Hermeto Pascoal é reconhecer sua produção para além dos já difundidos conceitos de Música Livre e Música Universal. Neles, o artista afirma a quebra das barreiras culturais, ultrapassando linguagens e suportes estabelecidos pela tradição. Nesse sentido, a mostra reúne objetos feitos dos mais diferentes materiais, deslocados do seu uso cotidiano e reconfigurados em seu sentido visual. Panos de prato, chaleiras, caixas de presente, sacolas, brinquedos, roupas e toalhas de mesa servem à ampliação musical transpostas para a apreciação visual, dando forma a um vasto arquivo sensorial e sonoro.
Articulando sons e ruídos a partir da musicalidade coletada de animais e de objetos do dia a dia, o artista transforma usos e funções, construindo assim o seu alfabeto sonoro e visual próprio até chegar no glossário da sua linguagem, a “Hermetologia”.
“A obra ímpar e caleidoscópica de Hermeto Pascoal deve ser reconhecida de forma mais ampla, muito além das coordenadas estritamente musicais nas quais é mal confinada a maioria das vezes”, afirma o curador. “A compreensão da obra de Hermeto Pascoal também como música visual se baseia na consideração porosa de sua obra, uma arte sonora que ultrapassa seus eixos musicais para desenvolver uma potência sinergética de escritura musical e visual ao mesmo tempo, de visualidade sonora e gestual, que contamina todo tipo de instrumentos-objetos-suportes como novos espaços-registros de representação sonora (experimentações diversas com a natureza, a animália, a voz das pessoas, as performances corporais, os desenhos, os objetos-partituras, os álbuns sonoros, visuais, as trilhas imagéticas…). Tudo isso corresponde com uma terminologia afim à poesia visual, à pangrafia, e ao mesmo tempo ao happening, à performance, a outro olhar-ver-fazer que é simultâneo às percepções, à interação som/imagem, gesto/pensamento”, completa Navas.
O que encontrar em Ars Sonora – Hermeto Pascoal
Reunindo nove diferentes vertentes de sua criação, a mostra está configurada em um conjunto de núcleos em torno da poética artística elaborada por Hermeto Pascoal. Numa combinação relacional e interconectada, tem como ponto de partida a “Música da Aura”, na qual mostra experiências sonoras realizadas com o som da voz das pessoas e a sua natureza tonal.
A seguir vêm as partituras-expansivas, os poemas-objetos e as obras em papel. É nesta seção que estão elementos retirados de seu fabrico industrial serializado e ora refeitos em música própria e pessoal, a partir das notações musicais sobrescritas, como se as partituras brotassem dos objetos.
“Cosmossonia”, a seguir, traz como ponto de partida o som e trata-se, portanto, de uma ampla conversão de todo objeto e utensílio em instrumento musical. Na sequência, “Obras-Arquivo” apresenta o Calendário do Som, obra em que Hermeto Pascoal compôs, de 1996 a 1997, uma música para cada dia do ano. Publicada em livro em 2000, foi interpretado por diferentes artistas, como a “Orquestra Família de Itiberê Zwarg” e o músico João Pedro. Ao lado das partituras estão os desenhos de Hermeto Pascoal para a obra, além de anotações e comentários do autor.
As “Pinturas Caligráficas” reúnem partituras feitas em guardanapos, convites, papeis de toda sorte, toalha de mesa, brinquedos, jogos americanos, cardápios de restaurantes e até em papel higiênico ou tampa de privada. Roupas e as paredes de locais públicos também servem de suportes às partituras. Na exposição, estão acompanhadas dos “Desenhos e Pinturas” do artista. Feitos com técnica mista, lápis de cor e caneta hidrográfica, são obras que apresentam numerosos elementos de cor e figurações livres em correspondência entre si.
O segmento “Brincando de Corpo e Alma”, uma ação performática de 2012, exibe registro audiovisual de captações sonoro-visual do artista produzindo diferentes sons no próprio corpo. É exibido ao lado de outra produção em áudio e vídeo, a peça “Ato de Criação”, trilha-sonora de Hermeto Pascoal para o curta-metragem “Eu Vi o Mundo, e Ele Começava no Recife”, de Mário Carneiro, dedicado ao artista Cícero Dias. Por fim, “Animália” é uma instalação sonora na qual diferentes formas de vida e de viver são celebradas em sua sonoridade, tendo o registro do som de bichos reunidos como parceiros artísticos de Hermeto Pascoal.
Para completar a exposição há a “Hermetologia”, glossário no qual se compila uma coleção de verbetes e citações sobre os mais diversos assuntos, com reflexões do próprio artista sobre música, som, arte, cultura, matéria e espírito.
Serviço
Exposição | Ars Sonora
De 29 de maio a 03 de novembro
Terça a sexta, das 9h às 20h, sábado, das 10h às 20h, domingo e feriado, das 10h às 18h
Período
29 de maio de 2024 09:00 - 3 de novembro de 2024 20:00(GMT-03:00)
Local
Sesc Bom Retiro
Alameda Nothmann, 185 – Bom Retiro – São Paulo - SP
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O Museu de Arte Contemporânea de Niterói – MAC receberá, entre os dias 1 de junho e 4 de agosto de 2024, a exposição fotográfica “YVY MARÃEY – A
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O Museu de Arte Contemporânea de Niterói – MAC receberá, entre os dias 1 de junho e 4 de agosto de 2024, a exposição fotográfica “YVY MARÃEY – A TERRA SEM MALES”. Esta série inédita mergulha nas raízes ancestrais do povo Guarani, através das lentes do fotógrafo Daniel Sul. “Yvy Marãey”, que significa “busca pela terra sem mal”, é o tema central da mostra, que aborda a cultura e mitologia do grupo Guarani Mbya, a partir de uma investigação visual voltada para a Aldeia Mata Verde Bonita.
Os Guaranis, o maior povo indígena do Brasil e a maioria entre os indígenas aldeados no Rio de Janeiro, têm percorrido vastas distâncias em busca dessa utopia por mais de 2 mil anos. Esta busca é um traço distintivo de seu povo, marcada pela esperança e resiliência. Atualmente, muitas comunidades Guarani no Brasil têm lutado para recuperar pequenas parcelas de suas terras ancestrais, enfrentando terríveis consequências sociais devido à perda da maior parte de seu território.
A Aldeia Mata Verde Bonita, situada em Maricá, é o cenário e a inspiração para a criação da mostra. Sob a liderança da Cacica Jurema, filha de D. Lidia, essa comunidade de aproximadamente 200 moradores mantém viva a tradição e a cultura Guarani. Após perderem suas terras na cidade de Niterói, o grupo estabeleceu-se no bairro de São José, na cidade de Maricá, com apoio da prefeitura local e busca pela demarcação da terra que ocupam há mais de 10 anos.
Como uma iniciativa do instituto Terra Verde, a exposição busca trazer visibilidade e fortalecimento à diversidade cultural e à presença Guarani nas terras fluminenses, em resposta ao apagamento e silenciamento de sua cultura e história.
“Ao optar por dar visibilidade à questão indígena através das Artes Visuais, partimos do princípio de que as pessoas só respeitam, defendem e protegem o que conhecem. Partimos, também, da certeza de que uma exposição fotográfica, com conteúdo e qualidade técnica e artística, mostrando a realidade de indígenas que habitam as terras fluminenses, pode ter um grande alcance, fazendo com que um enorme número de pessoas passe a conhecer e a defender a cultura, o direito à terra e a vida desses povos”, afirma Leonardo Brandão, presidente do Instituto Terra Verde.
A mostra contará, em sua abertura, com apresentação do Coral Guarani da Aldeia Mata Verde Bonita, celebrando a tradição e a contemporaneidade da música indígena brasileira, além de diversas programações complementares que serão divulgadas ao longo dos próximos meses
A exposição conta com a participação da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa e do Governo do Estado do Rio de Janeiro, do Ministério da Cultura e do Governo Federal, através da Lei Paulo Gustavo, além do apoio da Secretaria Municipal das Culturas, da Fundação de Artes e da Prefeitura de Niterói.
Serviço
Exposição | YVY MARÃEY – A TERRA SEM MALES
De 01 de junho a 04 de agosto
Segunda a sábado, das 10h às 18h; Domingos e feriados, das 12h às 16h
Período
1 de junho de 2024 10:00 - 4 de agosto de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
MAC Niterói
Mirante da Boa Viagem, s/nº - Boa Viagem, Niterói - Rio de Janeiro - RJ
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A ideia de afrofuturismo remete a um campo complexo e polêmico de posicionamentos intelectuais, políticos e artísticos dissidentes. O termo costumeiramente está associado com a ideia de antirracismo, ancestralidade, futuro
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A ideia de afrofuturismo remete a um campo complexo e polêmico de posicionamentos intelectuais, políticos e artísticos dissidentes. O termo costumeiramente está associado com a ideia de antirracismo, ancestralidade, futuro e tecnoculturas. As práticas do afrofuturismo são movidas pela constatação da invisibilidade histórica e ideológica do negro nas sociedades ocidentais, demonstrada na ausência de representatividade e protagonismo negros na literatura, nas artes, nas ciências, na história e nas narrativas de ficção científica. Nesse contexto, o afrofuturismo sinaliza para a existência de uma humanidade negra, em um mundo não determinado pelo racismo e pela opressão. Um mundo pós-racial.
O termo afrofuturismo foi cunhado pelo escritor Mark Dery em 1994 (Black to the future) e difundido por pensadores e artistas afro-americanos que criticam a escravização enquanto mecanismo de apagamento de vidas negras. Ele informa um conjunto de práticas intelectuais e artísticas, orientadas para a construção de realidades não marcadas pela supremacia racial.
Uma visão peculiar desse debate encontramos no teórico Achille Mbembe, em seu texto Afropolitanismo (2005). Para o autor camaronês, existe uma modernidade africana pré-colonial, que foi devastada em sua materialidade e memória pelas práticas colonialistas. Por essa ótica, a visão afrofuturista consiste em desvelar a modernidade em um passado ancestral, presente ainda em espaços sociais que lhe são reminiscentes, a exemplo dos territórios sagrados das religiões afro-diaspóricas e comunidades quilombolas.
A exposição Bahia afrofuturista: Bauer Sá e Gilberto Filho, ao promover o diálogo entre dois artistas negros com poéticas distintas, busca apresentar diferentes abordagens dessa nova estética, comprometida com o ativismo negro. As linguagens eleitas pelos artistas — a fotografia e a escultura — servem como estratégia para experimentação de conceitos como a corporeidade e a espacialidade em perspectiva afirmativa e afrocentrada.
Bauer Sá (1950) faz parte da tradição de negros baianos que fizeram carreira enquanto fotógrafos ou fotojornalistas. No entanto, o que é peculiar na sua produção é a inserção da sua fotografia em um refinado circuito de instituições e coleções de artes visuais, circuito esse que era, diga-se de passagem, majoritariamente branco no Brasil. Na Bahia, Bauer Sá e Mário Cravo Neto são contemporâneos e fazem parte desse mainstream que contribuiu para elevar a fotografia ao status de obra de arte, embora o racismo tratou de construir trajetórias e privilégios distintos para ambos.
Uma primeira questão deve ser destacada ao se pensar o solitário processo criativo de Bauer: a forma como o corpo negro é politicamente atravessado pela condição de sujeito nas suas elaboradas construções imagéticas. Bauer é um dos pioneiros, enquanto artista negro, da arte antirracista na Bahia. Seu trabalho é uma crítica contundente à longa tradição etnográfica de representação do corpo negro enquanto corpo-coisa (corpo escravizado). Dessa forma, podemos vinculá-lo às inquietações afrofuturistas.
Suas imagens são construídas utilizando elaborações metodológicas sintéticas e precisas, com o intuito de apurar o seu discurso visual. Isso explica a opção pela fotografia em preto e branco, técnica aprendida enquanto assistente no laboratório do seu pai. Todo um controle formal está a serviço do apuro narrativo das imagens. Geralmente os seus trabalhos articulam dois elementos — um modelo negro e um objeto precisamente selecionado — que performam uma ação provocativa e política.
O seu talento produz padrões visuais minuciosamente construídos e elaborados. A modelagem da luz sobre o fundo preto gera um brilho suave na superfície, de modo a revelar na pele negra um raro jogo de claro e escuro. Tal realização estética representa um desafio técnico na apreensão da imagem do negro e sua fotogenia. É recorrente, no senso comum, a afirmação racista de que o negro “queima o filme”. Bauer destrói essa ideia infame. A realização do seu sofisticado processo de criação justifica a opção pela foto de estúdio, onde é possível se ter um controle rigoroso sobre a imagem produzida.
O corpo negro em Bauer, em fina ironia à tradição racista ocidental, também está nu. No entanto, a nudez nas suas fotos não coisifica nem hipersexualiza o corpo negro. A nudez em sua obra é cortante, política, revolucionária. É prerrogativa de uma humanidade negra que denuncia desigualdades e reivindica a condição e o lugar de sujeito àqueles corpos insubmissos. Bauer Sá faz foto-guerrilha. Sua estética pode ser compreendida pela “tradição radical negra”, onde o corpo-coisa cede lugar ao corpo-imagem, promovendo a morte da fotografia etnológica, tão comum na Bahia. Essa postura lhe confere um lugar de destaque, mesmo que à margem, na história da arte baiana. A sua obra impacta pela violenta objetividade das mensagens que elas veiculam. Sem ser panfletário, o ativismo artístico de Bauer Sá desconstrói e constrange velhas representações racistas. As suas imagens, de rara poética insurgente, revelam um obra que instaura uma crítica ao presente, como sugere fabulações de um futuro onde a humanidade negra é possível.
Gilberto Filho (1953) iniciou o seu fazer artístico como aprendiz de marceneiro na oficina de seu pai, na cidade histórica de Cachoeira, no recôncavo baiano. Essa cidade foi outrora a sede da primeira aristocracia rural da América, condição que lhe converteu em num lugar estratégico para a confluência de populações africanas oriundas do escravismo. A grande concentração de afrodescendentes transformou a cidade em uma importante referência da cultura afro-brasileira. Isso justifica a presença de inúmeros artistas negros que produzem esculturas em madeira e que gozam de prestígio pela qualidade de suas obras, normalmente representando santos, deidades do candomblé e outros temas populares.
No panorama artístico cachoeirano, a obra de Gilberto Filho se destaca por se distanciar completamente das temáticas dos seus conterrâneos. A sua produção veicula uma rasura na concepção de temporalidade. Ele evade das noções de passado e presente ocidentais, colocando em suspensão a ideia linear de tempo através de uma imaginação disruptiva que constrói cidades que são devaneios futuristas. Gilberto ressignifica o futuro em uma modernidade ancestral, concebida enquanto um sistema de saberes e crenças do passado que orientam o entendimento do mundo.
Na paisagem colonial da cidade de Cachoeira, o artista promove um estranhamento poético ao construir em pau d’arco, jacarandá, sucupira, angelim, louro e outras madeiras de lei, megalópoles afrofuturistas. O artista também faz uso de madeira de demolição para criar o futuro sobre as ruínas do passado. Um passado aparentemente superado em construções arquitetônicas grandiosas, que lembram as cidades das histórias de ficção científica.
Em sua manufatura, reconhecemos diversas técnicas tradicionais para se trabalhar a madeira, tais como marchetaria, entalhes e recortes. Com o auxílio de formões, tornos, serras e martelos, ele vai dando vida a conjuntos de arranha-céus, laboriosamente trabalhados em suas torres, frontões, cúpulas, varandas, esquadrias, pilotis e incontáveis pavimentos. Suas construções, de apurado rigor geométrico, não devem ser confundidas com maquetes, pois, como nos informa o artista, suas obras “não são cópias de prédios”.
A sua escala chega a medir 2,5m de altura, se estabelecendo espacialmente de forma instalativa, e nos transportando para lugares imaginários e distantes, diluindo prédios e fachadas em uma quase abstração. Gilberto inventa mundos, se impondo no espaço onde os arranjos escultóricos são montados. É curioso contemplar a contemporaneidade das suas esculturas futuristas nos velhos salões coloniais da prosaica cidade de Cachoeira.
À primeira vista, parece contraditória a utilização da madeira para a construção de mundos futuros, visto que esses sempre foram associados aos novíssimos materiais sintéticos e às tecnologias de última geração. No entanto, se olharmos a questão pela perspectiva da modernidade ancestral africana, talvez o procedimento artístico de Gilberto Filho fique mais compreensível. Por essa concepção, os elementos da natureza estão carregados de energias que agem sobre a ordem do mundo, odus e destinos. Por isso, compreendemos que mora em cada toro de madeira uma memória cósmica, apontando caminhos e orientando futuros ecologicamente harmônicos. Portanto, para a construção de um futuro que supere as desigualdades do presente, nada melhor do que se orientar por essa sabedoria ancestral. Só assim será possível um mundo absolutamente novo.
As cidades em Gilberto, por outro lado, acenam para além das utopias de equidade social do modernismo. Suas construções parecem desabitadas, à espera dos ideais de justiça e igualdade que estão por vir e que irão promover uma horizontalidade efetiva das estratificações sociais. O artista nos convida a sobrevoar uma sociedade antirracista, onde as suas esculturas servem de inspiração para narrativas afrofuturistas. Uma urbe que caiba a humanidade negra, uma Wakanda brasileira.
Pensar a produção de Bauer Sá e Gilberto Filho é um exercício de compreensão de distintos enfrentamentos antirracistas, nesse momento em que estamos unindo esforços para reescrever a história da arte brasileira de forma diversa e inclusiva, evidenciando o protagonismo de negros e indígenas. Rompendo com estereótipos impostos pela sociedade ocidental, a arte negra vem ganhando espaços relevantes e o artista negro rompendo a secular invisibilidade ideológica, se afirmando como autor de uma poética artística necessária para se pensar a cultura no Brasil.
Serviço
Exposição | Bahia Afrofuturista: Bauer Sá E Gilberto Filho
De 04 de junho até 28 de setembro
Segunda a quinta, das 10h às 19h, sexta, das 10h às 18h, sábado, das 11h às 15h
Período
4 de junho de 2024 10:00 - 28 de setembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Galatea Salvador
R. Chile, 22 - Centro, Salvador - BA
Detalhes
As galerias Martins&Montero e Nara Roesler têm o prazer de convidar para a abertura, no dia 8 de junho de 2024, das 11h às 15h, da exposição panorâmica “A imaterialidade em tudo”,com 31 obras – entre pinturas, esculturas
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As galerias Martins&Montero e Nara Roesler têm o prazer de convidar para a abertura, no dia 8 de junho de 2024, das 11h às 15h, da exposição panorâmica “A imaterialidade em tudo”,com 31 obras – entre pinturas, esculturas e instalações de grande escala, que cobrem um percurso de três décadas da produção da artista nipo-brasileira Lydia Okumura (1948, Oswaldo Cruz, São Paulo), do início dos anos 1970 ao final dos 1990. A exposição será realizada simultaneamente nas galerias Martins&Montero e Nara Roesler, e apresentará obras emblemáticas da artista, em uma homenagem aos seus mais de 50 anos de contribuição à arte. Na abertura, haverá van gratuita fazendo o percurso entre as duas galerias. O evento marca a colaboração em torno da obra da artista entre a Martins&Monteiro, com espaços em São Paulo e Bruxelas, e Nara Roesler, sediada em São Paulo, Nova York e Rio de Janeiro.
Das obras expostas, dezessete nunca foram mostradas no Brasil, e serão montadas ainda duas instalações que estavam apenas em projeto, e não haviam sido realizadas. O título da exposição é uma frase da própria artista: “Quero expressar a imaterialidade em tudo”, no texto do artista Pontogor, que acompanha a mostra.
Por mais de cinqüenta anos, Okumura empregou a abstração geométrica para investigar a compreensão e a experiência do espaço, expandindo suas possibilidades através de forma e cor. Utilizando materiais como barbante, arame, tinta acrílica, cordões, chapas de ferro, vidro, alumínio, carvão e grafite, Okumura concebe instalações site-specific que se relacionam diretamente com a arquitetura do espaço expositivo. Nelas, planos são pintados nos cantos das paredes que se conectam por fios, resultando em formas geométricas que se projetam no campo espacial e criam a ilusão de objetos tridimensionais. Embora a sua prática possa ser enquadrada na tradição minimalista, a op art (arte óptica) também está em jogo. Através de intervenções modestas, porém engenhosas, Okumura questiona a percepção de nossa presença corporal no ambiente.
Dada a essa relevância e status de referência, Lydia Okumura justifica um grande movimento colaborativo entre duas das mais preeminentes galerias do país, visando à expansão da sua presença no circuito nacional e internacional da arte.
Serviço
Exposição | A imaterialidade em tudo
De 8 de junho a 3 de agosto
Segunda a sexta de 10h às 19h, sábados e domingos: 11h às 15h.
Período
8 de junho de 2024 10:00 - 3 de agosto de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Martins&Montero e Nara Roesler
Rua Jamaica, 50, São Paulo - SP | Avenida Europa 655 Jardim Uuropa São Paulo - SP
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Este é um texto em três movimentos. Cada um deles nos parece, à primeira vista, autônomo. Quando unidos neste espaço, têm uma coreografia ou uma comunicação polifônica, na qual cada
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Este é um texto em três movimentos. Cada um deles nos parece, à primeira vista, autônomo. Quando unidos neste espaço, têm uma coreografia ou uma comunicação polifônica, na qual cada voz se revela única, mas é interdependente. Os movimentos do texto focam as mãos – extremidades dos membros superiores, articuladas pelo punho e estendendo-se até os dedos. No primeiro movimento, as mãos são serenas, em descoberta silenciosa e construção. No segundo, agitam-se intensamente, refletindo conflitos e resoluções. No terceiro, encontram equilíbrio e dançam em harmonia.
I – em mãos
O filósofo e ensaísta francês Jules Michelet debruça-se, em seu livro The Bird[1], sobre o comportamento das aves. Em um dado momento do ensaio, ele afirma que os pássaros, por não terem as mãos dos esquilos nem os dentes dos castores, poderiam ser compreendidos como operários desprovidos de instrumentos. Os corpos leves de formato arredondado são, no entanto, sua ferramenta: com o peito, eles apertam e comprimem materiais até torná-los dóceis, até misturá-los, sujeitá-los à obra geral. Nos pássaros, todo o corpo é mão.
O ninho, seu espaço de abrigo e proteção, espelha, em certo sentido, a forma de seu corpo: no arranjo dos galhos que servem de local de repouso veem-se dedos; o corpo do pássaro é, inteiro, instrumento de construção. Com nossas mãos humanas, reproduzimos a forma do ninho: ao recolhermos os dedos, curvamos as palmas das mãos para cima. O gesto é de acolhimento em mãos do mundo material e imaterial e de criação de contenedores, espaços de guarda e proteção[2].
Esta exposição é, em muitos sentidos, o esticar dos braços e o curvar das mãos ao convidarmos as jovens artistas – Ana Takenaka, iah bahia, Nathalie Ventura – a dialogar com aqueles já representados pela Galeria Raquel Arnaud – Carla Chaim, Carlos Nunes e João Trevisan. O entrelaçar das poéticas desses artistas é como a construção de um ninho, na qual se adensam e se arrefecem os galhos, a depender do estágio da construção: na exposição, há momentos em que são costuradas relações próximas; em outros, tem-se apenas indicações de proximidade ou distanciamento.
Os artistas aqui reunidos, assim como pássaros em busca de construir seus ninhos, utilizam a mão, o corpo, a respiração em uma pesquisa em torno do gesto.
II – demãos e mãos duplas
A relação entre os movimentos da mão e os processos mentais é complexa. Deixando em segundo plano o debate do campo científico para nos atermos às reflexões da filosofia e da crítica literária, tem-se certa tradição que associa as ações concretas realizadas pela mão, como segurar, tomar e agarrar, aos processos do pensamento, como lembrar, sonhar, perguntar e, no limite, sintetizar. Para Paul Valéry[3], por exemplo, a mão é um órgão extraordinário no qual reside toda a potência de transformação da humanidade: ela é capaz de contrariar o curso das coisas e pode modificá-las. Quando a mão trabalha a matéria, seus movimentos são precisos e investigativos, como os de um detetive em busca de algo perdido. Há uma imagem mental a ser extraída, por meio de movimentos meticulosos que identificam onde tocar, onde a matéria é sensível, frágil e moldável. A forma surge dessas ações, conferindo à matéria uma função ou dimensão estética.
Os artistas reunidos na exposição ensinam diversas maneiras de apreender e construir com as mãos. Em seus gestos, encontramos uma espécie de alquimia: é como se, por meio das mãos, fosse possível desvendar seus segredos e trazer à vida novas formas de ser no mundo. Nos próximos parágrafos, nós nos dedicaremos ao exercício de identificar as camadas (demãos) que compõem a poética de cada um, de modo a apontar semelhanças e diferenças pelas quais se apropriam da matéria e criam seus trabalhos. Intentamos criar, assim, um caminho de mãos duplas.
Ana Takenaka e Carla Chaim desenham. Interessadas no movimento da mão (e do corpo) sobre o papel, seus trabalhos ressoam a afirmação de Degas: “O desenho não é forma, é maneira de ver a forma”[4]. Em gravuras e monotipias, Takenaka ocupa-se da representação das sensações e dos pensamentos por meio do traço, do gesto, explorando as potencialidades da linha e de seus campos abstratos e representativos. Para Chaim, o desenho se expande além das fronteiras do papel. Em seus trabalhos, seu corpo deixa marcas que refletem a tensão entre as regras impostas, como a paleta de cores restrita e os movimentos orgânicos que as desafiam.
Carlos Nunes e iah bahia dobram. Dobrar é um verbo que, em si, guarda uma interessante ambiguidade: significa duplicar ou virar um objeto de modo que uma ou mais partes dele fiquem sobrepostas. Tem-se, na poética de ambos os artistas, o desejo de aumentar ou diminuir de tamanho ao mesmo tempo. Nunes cria regras para explorar relações entre diversos elementos compositivos. Seu trabalho culmina (ou parte de) frequentemente em um esgotamento gradual da matéria. Na exposição, ele apresenta uma série anual de trabalhos com papel de seda que são dobrados pelo artista e tingidos pelo sol. Já nos trabalhos de bahia, estabelecem-se conexões entre pontos e linhas abstratas, criando territórios definidos. Na série Solitons, por exemplo, ela explora a forma de ondas atômicas solitárias. Ao experimentar com formas por meio do tecido, desenvolve uma metodologia topológica, revelando um espaço duplo que desafia noções tradicionais de dentro e fora.
Nathalie Ventura e João Trevisan cavucam. “Cavucar” é uma expressão informal que significa investigar, explorar ou mexer em algo com cuidado ou curiosidade. Ao justapor materiais de origem geológica distinta, Ventura escava a fragilidade dos estilos de vida diante dos desafios ambientais e sociais contemporâneos. Por sua vez, Trevisan explora as relações entre tensão, peso e leveza. Em suas pinturas e seus desenhos, camadas sobrepostas ao longo do tempo revelam profundidade e variação cromática. O artista, assim como Ventura, constrói paisagens em escavações na matéria.
III – marcas nas mãos
O tato é uma sensação presente em toda a pele. Como escreve Vergílio Ferreira: “Em qualquer parte do corpo podemos assinalar a presença de um objeto, a presença do real”[5]. Poderíamos perguntar talvez se existiriam diversos tipos de tato: o tato que percebe as coisas do mundo e está distribuído pela pele e aquele que se manifesta principalmente nas mãos, que reflete e prolonga a atividade do eu[6]. Esse último tipo de tato cria também memória e, ao longo do tempo, uma espécie de biblioteca do que foi tocado, compreendido e reconhecido pelo toque. Produzem-se marcas invisíveis nas superfícies das nossas mãos.
No atual espaço expositivo, há repertórios de superfície distintos: do papel japonês ao craft, do carvão ao óleo, da costura do objeto vestido ao encadernado. Os materiais e gestos quentes (como o papel) e frios (como o acrílico) percebidos e explorados pelas mãos dos artistas acessam a biblioteca sensorial do espectador. Cria-se, potencialmente, um encontro entre sensibilidades – do artista e do espectador – e possíveis vínculos entre o eu e o outro: o desejo sentido no corpo de quem vê os trabalhos é de riscar, esticar, dobrar, cavar… As mãos tornam-se pontes entre nós e o mundo.
[1] MICHELET, Jules. The Bird. T. Nelson, 1874.
[2] Para um debate acerca da importância das diversas maneiras de armazenar ao longo da história, ver: LE GUIN, Ursula K. A Teoria da Bolsa de Ficção. N-1 Edições, 2021.
[3] VALÉRY, Paul. Eupalinos el Arquitecto y el Alma y la Danza. Antonio Machado Libros, 2019.
[4] Idem, Degas Dança Desenho. Editora Cosac Naify, 2003.
[5] FERREIRA, Vergílio. Invocação ao Meu Corpo. Bertrand, 1978, p. 273.
[6] Ibidem, p. 274.
Serviço
Exposição | Em Mãos
De 8 de junho a 10 de agosto
Segunda à sexta das 11:00 às 19:00, sábado das 11:00 às 15:00
Período
8 de junho de 2024 11:00 - 10 de agosto de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Raquel Arnaud
Rua Fidalga, 125 – Vila Madalena, São Paulo - SP
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A Nara Roesler New York tem o prazer de apresentar Co(r)respondências: Afinidades construtivas/Pintura como superfície, segunda edição do projeto Co(r)respondences. Com curadoria de Luis Pérez-Oramas, a iniciativa curatorial busca reunir
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A Nara Roesler New York tem o prazer de apresentar Co(r)respondências: Afinidades construtivas/Pintura como superfície, segunda edição do projeto Co(r)respondences. Com curadoria de Luis Pérez-Oramas, a iniciativa curatorial busca reunir conjuntos de artistas de diferentes gerações cujas poéticas estabelecem diálogos entre si.
Esta edição conta com treze artistas, sendo oito deles representados pela Nara Roesler e os demais nomes internacionais convidados. Embora diferentes entre si, os trabalhos dialogam com o eixo curatorial da exposição, que consiste na compreensão da pintura enquanto um tratamento especial de uma superfície e os tipos de construtivismos que advém disso.
De forma a tornar visíveis os diálogos estabelecidos entre os trabalhos, a exposição estará dividida em núcleos: Montagem Construtiva e sua relação com o Espaço – que inclui os trabalhos de Lydia Okumura, Bruno Munari, Elaine Reichek e Lucia Koch –, Composições Seriadas de Formas Elementares – com Bruno Munari, Tomie Ohtake e Abraham Palatnik –, Superfícies Mutáveis enquanto Agentes de Deslocamento Temporal e Espacial – com trabalhos de Carlos Bunga e Eugenio Dittborn –, Repetição entre Ordem e Caos – com Antonio Dias, Chris Martin e Bruno Dunley – e Superfícies Gestuais – com obras de Karin Lambrecht, Mira Schendel e Cristina Canale.
De acordo com o curador Luis Pérez-Oramas, o critério de escolha para a realização dessas correspondências não se dá na História da Arte, mas sim na Antropologia: “somente a Antropologia entende a arte como uma política de multiplicidades, contra o fantasma da unificação e da síntese, contra um elemento dominante que subjuga todos ao seu entorno. Por meio de uma colisão de contextos, a Antropologia sugere que a arte pode ser universal apenas na condição que sua universalidade venha a consistir em sua incessante variação”.
Serviço
Exposição | Co(r)respondências: Afinidades construtivas/Pintura como superfície
De 13 de junho a 16 de agosto
Terça a sábado, das 10h às 18h
Período
13 de junho de 2024 10:00 - 16 de agosto de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Nara Roesler NY
511 w 21st street new york, 10011 ny usa
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Helô Sanvoy (1985, Goiânia, GO) inaugura a exposição “Nessas artes, vadiava” , com curadoria de Ana Avelar, que sucede a recente participação do artista em diversas exposições coletivas institucionais.
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Helô Sanvoy (1985, Goiânia, GO) inaugura a exposição “Nessas artes, vadiava” , com curadoria de Ana Avelar, que sucede a recente participação do artista em diversas exposições coletivas institucionais.
Pensada enquanto um tipo de investigação sobre o lugar ambíguo do fazer arte, a escolha pela ideia de vadiagem alude, por um lado, tanto à dinâmica singular que envolve a produção poética julgada à condição de atividade ociosa frente às demandas econômicas do capital quanto tenciona, por outro ângulo, o dado violento e escravagista a que permaneceram reiteradamente encrustadas as histórias social e política brasileiras. Com fundo em nexos relacionados ao pensamento do antropólogo e ativista sul-africano Archie Mafeje, a produção de Helô Sanvoy explora disputas relevantes que envolvem a arte contemporânea, bem como coloca em xeque uma espécie de neurose etnográfica que tem ocupado diversas frentes do discurso cultural. Primeira exposição individual dedicada à produção do artista, a mostra reúne um conjunto de obras que percorrem a multisciplinaridade da produção de Helô, abrangendo desde o seu trabalho com escultura, desenho, vídeo e fotografia até instalação e relevo de parede.
Helô Sanvoy foi um dos artistas premiados nas edições de 2023 do Prêmio PIPA e do Prêmio ABCA. Mestre em Artes Visuais pela ECA/USP, participou de exposições no Brasil e no exterior, tendo sido selecionado para mostras em programas como os do Centro Cultural de São Paulo (CCSP), do Paço das Artes e do Paço Imperial. Fez parte também de exposições coletivas no Inhotim, Instituto Moreira Salles, Museu de Arte do Rio (MAR), Museu da República, dentre outras.
Serviço
Exposição | Nessas artes, vadiava
De 15 de junho a 27 de julho
segunda a sexta, das 10h às 19h, sábado, das 11h às 17h
Período
15 de junho de 2024 10:00 - 27 de julho de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Aura Galeria
Rua da Consolação, 2767. Jardins, São Paulo - SP
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“Ocupação CCSF” é o título dessa exposição inédita do artista Augusto Leal na cidade de São Paulo. A exposição é orientada a partir de uma reunião emblemática e estratégica de
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“Ocupação CCSF” é o título dessa exposição inédita do artista Augusto Leal na cidade de São Paulo. A exposição é orientada a partir de uma reunião emblemática e estratégica de sua produção e se propõe a evidenciar o caráter multifacetado e transversal das formulações do artista de Simões Filho/BA – com obras que datam de 2009 a 2024 – instaladas por diversas áreas da instituição.
Ao construir sua pesquisa artística a partir de noções como geopolítica, território, relações e coletividade, instaura, a partir de sua prática (est)ética, justaposições incontornáveis e críticas com os espaços que ocupam, trazendo à tona aqui obras de arte que nos convidam a revisar nossos repertórios visuais – não para corrigir o que está posto, mas a fim de questionar o que se dá a entender como o ordinário -, insurgindo poeticamente referências à rua e a vida pública, como em estruturas de comunicação visual urbana, brinquedos, usos espontâneos e ocupação dos espaços.
As obras ficarão expostas em diversos espaços do CCSP, como pisos expositivos, jardim suspenso (lado vergueiro e 23 de maio), jardim Luiz Telles e áreas de comuns de circulação.
Serviço
Exposição | Ocupação CCSF
De 15 de junho a 18 de agosto
Terça a sexta, das 10h às 20h. Sábados e domingos, das 10h às 18h
Período
15 de junho de 2024 10:00 - 18 de agosto de 2024 20:00(GMT-03:00)
Local
Centro Cultural São Paulo (CCSP)
ua Vergueiro, 1000 - Paraíso, São Paulo - SP
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Quantas histórias a arquitetura de uma cidade é capaz de contar? As edificações de Belo Horizonte não só representam uma variedade de estilos e influências culturais, como revelam figuras
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Quantas histórias a arquitetura de uma cidade é capaz de contar? As edificações de Belo Horizonte não só representam uma variedade de estilos e influências culturais, como revelam figuras marcantes para a preservação de sua memória e patrimônio. A Casa Fiat de Cultura dá destaque ao arquiteto Edgard Nascentes Coelho (1853-1917), cujas obras ainda hoje marcam a paisagem da cidade, como a Igreja de São José, o Coreto da Praça da Liberdade e o prédio do Instituto de Educação de Minas Gerais (IEMG), que este ano recebe o Modernos Eternos BH – 2024. Integrando este evento de arquitetura, a exposição “BH eclética: a arquitetura de Edgard Nascentes Coelho na Casa Fiat de Cultura” proporciona, por meio de fotografias, documentos, desenhos arquitetônicos e cartões postais originais, uma visão do estilo eclético dos projetos do arquiteto. O acervo de objetos e do mobiliário da época do Instituto de Educação (IEMG) ativa o imaginário do público, ampliando a percepção desse período para além da arquitetura. A mostra fica em cartaz entre 18 de junho e 18 de agosto de 2024. Toda programação da Casa Fiat de Cultura é gratuita.
Mais de 50 peças em exposição recontam o modo de viver do início do século XX e evocam memórias afetivas daqueles que passaram pelo Instituto de Educação. Segundo o presidente da Casa Fiat de Cultura, Massimo Cavallo, a exposição apresenta referências de diferentes tempos do IEMG, com peças que fizeram parte do universo acadêmico de várias gerações, em mais de 100 anos de história. “A mostra revela a importância do patrimônio cultural e artístico e apresenta aspectos marcantes da identidade da capital, estimulando novas percepções sobre a história com um olhar para o futuro.”
Dentre as peças em exposição, os postais – um meio de comunicação tão importante naquela época – reforçam a importância da arquitetura ao retratar os edifícios que faziam parte da paisagem da cidade. Um quadro de giz e outros objetos pedagógicos do final do século XIX e início do século XX dão uma visão de como eram os materiais escolares nesse período. Além disso, os móveis de época permitem a compreensão não só da arquitetura, mas dos interiores dos ambientes na época da construção da cidade. Também compõe o ambiente um trecho original do discurso do jornalista e poeta Olavo Bilac (1865-1918) na Escola Normal, escrito à mão em 1916.
Na mostra, a Casa Fiat de Cultura ainda relembra Jeanne Milde (1900-1997), escultora belga naturalizada brasileira que, além de artista, foi pioneira na educação para as artes em Minas. Formada pela Real Academia de Belas Artes de Bruxelas, ela aceitou o convite para compor a Missão Pedagógica Europeia para uma reforma educacional em Belo Horizonte. Na então Escola Normal Modelo – hoje Instituto de Educação – era responsável pelas disciplinas de modelagem e pintura. Milde é considerada a primeira presença feminina, artista e profissional, no universo das artes na capital mineira, abrindo espaço e oportunidade para outras mulheres nos anos a seguir. Atualmente, o hall de entrada do IEMG possui dois painéis em baixo-relevo esculpidos por ela, um representando o ensino artístico e o outro o ensino das ciências.
A exposição conta com três esculturas de Milde, do acervo do Museu Mineiro: “As primeiras palavras” (1946), voltada para a temática da educação ao retratar uma mulher e uma criança juntas, “Retrato de Vera” (1960), em que explora a mulher e o feminino, e a emblemática “As adolescentes” (1937), produzida pela artista logo ao chegar em BH, que apesar de trazer uma escultura clássica, é uma obra muito importante do Modernismo.
A exposição “BH eclética: a arquitetura de Edgard Nascentes Coelho na Casa Fiat de Cultura” é uma realização da Casa Fiat de Cultura e do Ministério da Cultura, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Conta com o patrocínio da Fiat, copatrocínio da Stellantis Financiamento, do Banco Stellantis, do Banco Safra, da Usiminas e da Sada. O evento é uma parceria com a Modernos Eternos, tem apoio institucional do Circuito Liberdade, além do apoio do Governo de Minas e do Programa Amigos da Casa.
Serviço
Exposição | BH eclética: a arquitetura de Edgard Nascentes Coelho na Casa Fiat de Cultura
De 18 de junho a 18 de agosto
Terça-feira a sexta-feira, das 10h às 21h
Sábado, domingo e feriado, das 10h às 18h
Período
18 de junho de 2024 10:00 - 18 de agosto de 2024 21:00(GMT-03:00)
Local
Casa Fiat de Cultura
Praça da Liberdade, 10 – Funcionários – BH - MG
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Mostra retrospectiva que traça um panorama da atuação do artista nas últimas décadas, cujo trabalho faz uso de uma variedade de materiais e suportes, e aponta para temas como ecologia
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Mostra retrospectiva que traça um panorama da atuação do artista nas últimas décadas, cujo trabalho faz uso de uma variedade de materiais e suportes, e aponta para temas como ecologia e ancestralidade, urgentes dos tempos atuais. Numa reflexão sobre seu processo de criação, Luiz Zerbini afirma que “viver é ruminar paisagens”.
Artista multifacetado paulistano, Zerbini é um dos grandes representantes da Geração 80 brasileira.
A ruminação, como método, é o ponto de partida curatorial para a exposição, que acompanha as constantes reelaborações paisagísticas da obra do artista: do seu exercício cotidiano de pintar as paisagens de caráter sonoro, histórico e alegórico.
A obra de Zerbini é um convite à reflexão sobre a natureza da arte e sua relação intrínseca com a vida. Além de sua proeminência como pintor, ele destaca-se como um artista multimídia, cuja produção multifacetada explora os limites entre as artes visuais, a música e o cinema.
Serviço
Exposição | Paisagens Ruminadas
De 19 de junho a 02 de setembro
Segunda a quinta, das 10 às 19h, sexta, das 10 às 18h, sábado, das 11h às 15h
Período
19 de junho de 2024 10:00 - 2 de setembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
CCBB RJ
R. Primeiro de Março, 66 - Centro Rio de Janeiro - RJ
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O Instituto Cervantes de São Paulo inaugura a exposição Por dentro da paisagem, uma exposição coletiva de pinturas e desenhos que mostram manifestações da arte cubana contemporânea atual. A arte
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O Instituto Cervantes de São Paulo inaugura a exposição Por dentro da paisagem, uma exposição coletiva de pinturas e desenhos que mostram manifestações da arte cubana contemporânea atual. A arte cubana, rica em simbolismo e reflexão, tem revelado uma tendência na ressignificação da paisagem e dos objetos do cotidiano através de um olhar singular dos artistas insulares. Na mostra, Alejandro Lloret (1957) Alexis Iglesias (1968), e J. Pável Herrera (1979) se destacam neste movimento, cada um trazendo uma perspectiva única e profunda sobre os espaços da paisagem e suas possibilidades significativas. Esses artistas
Com suas abordagens distintas, os três artistas convergem em uma visão que transcende o mero aspecto visual das paisagens. Eles convidam o espectador a uma contemplação mais profunda, onde cada espaço vazio, cada recorte da paisagem e cada objeto abandonado revelam histórias ocultas e significados transcendentais. Através de suas obras, nos oferecem uma ressignificação do olhar, uma oportunidade de enxergar o mundo com uma percepção mais aguçada, sensível e atemporal, conectando o material ao imaterial e o cotidiano ao permanente
Serviço
Exposição | Por dentro da paisagem
De 20 de junho a 27 de julho
Segunda a sexta, das 10h às 20h; aos sábados, das 10h às 14h
Período
20 de junho de 2024 10:00 - 27 de julho de 2024 20:00(GMT-03:00)
Local
Instituto Cervantes de São Paulo
Av. Paulista, 2439, São Paulo - SP
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A Nara Roesler Rio de Janeiro tem o prazer de apresentar Outros Carnavais, primeira exposição individual de Alberto Pitta (Salvador, 1961) na galeria, que passou a representá-lo este ano.
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A Nara Roesler Rio de Janeiro tem o prazer de apresentar Outros Carnavais, primeira exposição individual de Alberto Pitta (Salvador, 1961) na galeria, que passou a representá-lo este ano. Com curadoria de Vik Muniz, a mostra faz um apanhado histórico de sua produção ao longo de mais de quarenta anos, apresentando elementos documentais, como matrizes antigas, esboços, cadernos e livros com a presença de sua obra. O segundo andar da galeria será dedicado a trabalhos recentes e inéditos, em serigrafia e tinta sobre tela, com predominância de tons de branco, que remetem aos bordados em ponto Richelieu que a mãe do artista fazia. A exposição conta ainda com um ambiente instalativo composto por amostras de tecido de seu acervo de mais de três décadas.
Em seu trabalho, Pitta representa elementos e simbolismos ligados à espiritualidade e a religiões de matriz africana, fazendo referência direta ao contexto baiano. Se originalmente esses motivos eram trabalhados através do vestuário e da estamparia que realizava para os blocos de carnaval baianos, mais recentemente, o artista tem se dedicado a outras linguagens, como a pintura e serigrafia sobre tela e trabalhos instalativos. A simbologia explorada pelo artista remete em especial à mitologia Iorubá: oriunda do Oeste africano, onde hoje se situam especialmente Nigéria e Benim, e que exerceu grande influência em Salvador e no Recôncavo baiano.
Vik Muniz diz que, como artista, sempre está muito preocupado em como “a arte se torna relevante, do momento em que transcende o contexto da galeria e do museu e passa a fazer parte do dia a dia das pessoas”. “Isso abriu um enorme diálogo, longevo, entre Pitta e eu”, comenta. “Quero que as pessoas vejam o tamanho deste artista, e o que ele vem fazendo há mais de quarenta anos. Ele já expôs na Alemanha, em Sidney, em muitos lugares. Esta mostra pode ser importante para ele, mas é mais ainda para o mundo da arte”, salienta.
Pitta e Muniz se conheceram em 2000, na exposição “A Quietude da Terra: vida cotidiana, arte contemporânea e projeto axé”, que reunia artistas baianos e internacionais, com curadoria de France Morin, no Museu de Arte Moderna da Bahia e, desde então, os artistas tornaram-se grandes amigos. A realização de uma mostra na galeria, contudo, é uma das primeiras vezes em que conversam diretamente sobre trabalho.
Filho da ialorixá Mãe Santinha, do Ilê Axé Oyá, educadora e bordadeira, especialista em ponto Richelieu, Pitta começou sua trajetória ainda no final dos anos 1970, criando estampas para pequenos blocos de carnaval como o Zâmbia Pombo e Oba Layê, do bairro onde morava, em São Caetano. Ao longo de sua carreira, no entanto, realizou trabalhos em parceria com outros importantes blocos da capital baiana, como o Ara Ketu e o Ilê Aiyê, e tendo atuado como diretor artístico do Olodum. Desde 1998, comanda seu próprio bloco, o Cortejo Afro, para o qual realiza toda a produção visual. Pitta afirma gostar de provocar “encontros de analfabetos”: “Entre os que não tiveram oportunidade de estudar, e os que são da academia, mas não conhecem os símbolos das religiões de matriz africana”.
De acordo com Vik Muniz, “a iconografia dentro do trabalho dele é muito importante, e se vai aprendendo. É uma cartilha de significados, muitos deles discretos, porque o candomblé não gosta muito de falar, e Pitta vai soltando as coisas de forma homeopática”, afirma, e complementa: “Pitta já invadiu o entorno do cubo branco, e agora nesta mostra queremos contar um pouco de cada coisa que ele fez”.
Serviço
Exposição | Outros Carnavais
De 20 de junho a 10 de agosto
Segunda a sexta, das 10h às 19h, sábado, das 11h às 15h
Período
20 de junho de 2024 10:00 - 10 de agosto de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Nara Roesler RJ
Rua Redentor 241 Ipanema Rio De Janeiro Rj
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“Pensar a natureza por meio da arte é um caminho magnífico para sensibilizar as pessoas sobre sua importância, e Efrain Almeida desenvolve um trabalho poético em torno deste tema como
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“Pensar a natureza por meio da arte é um caminho magnífico para sensibilizar as pessoas sobre sua importância, e Efrain Almeida desenvolve um trabalho poético em torno deste tema como poucos”, afirma a secretária de Estado da Cultura, Luciana Casagrande Pereira. “É uma honra para o Paraná receber, no MON, essa exposição individual que com certeza vai nos emocionar e nos conectar não apenas com a natureza, mas também com a cultura popular do sertão brasileiro”, comenta.
A diretora-presidente do MON, Juliana Vosnika, explica que ao realizar essa inédita exposição o Museu Oscar Niemeyer traz um jardim para o interior da sala expositiva. “Aqui certamente haverá uma troca silenciosa entre artista e visitante”, diz
Ela ressalta que, “numa feliz coincidência”, a exposição “O Jardim” acontece simultaneamente à instalação do projeto “MON sem Paredes”, em que o Museu rompe o seu limite físico. Com um parque de esculturas interativas na área externa, o MON abraça o público e o convida a entrar.
“Com seus pássaros, casas, ninhos, árvores e diversos outros animais, Efrain nos conecta a uma natureza íntima, o que pode servir como um antídoto ao esquecimento e às efemeridades contemporâneas. Esculturas, instalações, pinturas e bordados evocam cenas simples que nos fazem entrar em contato com a nossa essência”, afirma Juliana.
O curador Bitu Cassundé explica que a exposição, além de apresentar diferentes períodos da produção de Efrain, compreende também a transição que se estabelece nos projetos escultóricos do artista. “Vai da produção em madeira ao bronze, além de contemplar outras técnicas trabalhadas por ele, como pintura, bordado e desenho”, comenta.
A exposição dá prosseguimento à pesquisa que se inicia em 2020 e se desdobra no documentário “Ensaio para outros Instantes” (2021) e na exposição Encarnado (2023), apresentada no Centro Cultural do Cariri, em Crato (CE). “Ambos os trabalhos discutem o corpo, o sagrado e o território a partir de Canindé e Juazeiro do Norte, importantes centros religiosos daquele estado”, informa Cassundé.
Serviço
Exposição | O Jardim
De 20 de junho a 27 de outubro
Terça a domingo, das 10h às 18h, acesso até as 17h30
Período
20 de junho de 2024 10:00 - 27 de outubro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Museu Oscar Niemeyer (MON)
R. Mal. Hermes, 999 - Centro Cívico, Curitiba - PR
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Sem ter formação como arquiteto ou engenheiro, ele ergueu edifícios que perduram até hoje e se tornaram ícones de São Paulo e objetos de desejo. Em um tempo em que
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Sem ter formação como arquiteto ou engenheiro, ele ergueu edifícios que perduram até hoje e se tornaram ícones de São Paulo e objetos de desejo. Em um tempo em que imperava a sisudez do cinza e de linhas retas, Artacho preencheu a cidade com construções festivas, coloridas, em uma mescla de texturas e formas. Também rompeu padrões ao incluir áreas de lazer e convívio, oferecendo aos moradores um estilo de vida cinematográfico
Artacho Jurado (1907-1983) amava a ópera e os charutos. Embalado por esse gênero musical e pelo tabaco, ele seguia madrugada adentro, em seu apartamento no Edifício Piauí – o primeiro que ergueu no bairro de Higienópolis, em São Paulo, com ampla vista para a cidade –, criando as plantas dos prédios que logo construiria. Na contramão dos traços racionalistas da arquitetura moderna, Artacho se tornou uma espécie de aquarelista da cidade, com projetos que destacavam elementos ornamentais e decorativos, cores vibrantes e espaços de convivência que perduram até hoje.
É este espírito que, de 20 de junho a 15 de setembro, a Ocupação Artacho Jurado, apresenta ao público no espaço Multiuso – segundo piso do Itaú Cultural. Cerca de 130 peças, entre imagens, fotografias, vídeos, desenhos originais, publicidade de época, uma maquete e o acervo pessoal da família Jurado – além de recursos acessíveis – permitem ao público conhecer a fundo a vida e obra deste empreendedor, que ajudou a desenhar a paisagem urbana. Ele via no mercado imobiliário da época possibilidades muito além da sobriedade e racionalidade geométrica que guiava outros arquitetos do período.
A curadoria desta Ocupação é do antropólogo, curador, pesquisador e roteirista documental Guilherme Giufrida, ao lado da curadora, arquiteta e pesquisadora Jéssica Varrichio e da equipe do Itaú Cultural formada pelos núcleos de Artes Visuais e de Informação e Difusão Digital, o qual abriga a Enciclopédia da instituição. A expografia é de Juliana Godoy.
“Procuramos revelar a pragmática construtiva de Artacho”, explica Giufrida. “Seguimos menos pelo raciocínio das ideias ou do teórico, já que a arquitetura dele foi pouco considerada em termos acadêmicos, para olhar para os aspectos construtivos dos materiais formais que é aquilo em que ele mais se debruçava”, completa.
O arquiteto autodidata desenhava à mão os cobogós, gradis de guarda-corpos, a paleta de cores de cada edifício, as marquises das coberturas, as amplas janelas pouco usuais no período. “Ele foi como um aquarelista de São Paulo”, observa Jéssica.
Espaço expositivo
A entrada da Ocupação embala o público com o som das óperas favoritas de Artacho e a vista de alguns de seus apartamentos, proporcionando um diálogo com o arquiteto ao experienciar a paisagem urbana. É neste momento que o público conhece a sua personalidade e importância para o legado arquitetônico da cidade, da história da arquitetura, da indústria dos empreendimentos imobiliários e da propaganda. O período contempla o final da era Vargas, quando país entrava na Quarta República – iniciada em 1946 com a posse de Gaspar Dutra e encerrada em 1964 pelo golpe militar.
Na sequência, entra-se em um núcleo que revela a história de Jurado antes de se embrenhar na construção arquitetônica. Nascido no bairro do Brás, em São Paulo, em 1907, filho de imigrantes espanhóis, ele começou a sua carreira como letrista de cartazes, estandartes, feiras e exposições, na década de 1920. Depois, passou a desenhar estandes para feiras industriais. Acabou se estabelecendo como organizador de grandes eventos, como as exposições Centenário da cidade de Santos e Bicentenário de Campinas.
Fotos da época de neons, luminosos publicitários – que ele desenhava e produzia – e dos estandes que criava para as feiras com novidades da indústria ilustram este núcleo. Aqui se revela quando, em 1946, Artacho decidiu entrar na construção civil ao lado do irmão Aurélio. Os dois construíram casas, pequenos prédios e vilas. Por fim, já entrando na década 1950, criaram a Construtora Monções, fonte de suas obras mais emblemáticas. O primeiro empreendimento foi um conjunto de casas no bairro do Brooklin Novo, na zona sul de São Paulo, no qual a venda dos imóveis incluía telefone e automóvel.
Uma grande maquete comissionada demonstra os edifícios mais importantes do arquiteto e como foram inseridos na topografia de São Paulo e de Santos, formando uma cronologia geolocalizada de seus projetos. É possível imaginar que, no início dos anos 1950, do edifício Saint Honorè, situado na Avenida Paulista, era possível ver os prédios Cinderela, Piauí e Bretagne, em Higienópolis, de onde, por sua vez, se enxergava o edifício Parque das Hortênsias, e, a partir dele, as construções do Louvre, Viadutos e Planalto, no centro. Uma projeção em vídeo-mapping sobre a maquete traz informações sobre cada um deles e como mudaram a paisagem paulistana, quando a cidade dava os primeiros passos em direção à sua verticalização.
Outro núcleo revela o conceito de lazer e ócio impregnado por Artacho em seus empreendimentos. Ele foi pioneiro na oferta, no térreo e na cobertura dos projetos, de áreas comuns, onde os moradores poderiam se encontrar e confabular, entre salões de festas, de chá, de música e galerias de arte. Um estilo de vida no gênero american way of life, que era viabilizado com espaço para publicidades e anúncios nas coberturas, barateando o valor do condomínio.
No espaço seguinte, o visitante se depara com o ambiente festivo que embalava as suntuosas inaugurações dos prédios: havia bandas e fanfarras, convidados internacionais, políticos, celebridades, religiosos e apresentações musicais e de dança. A abertura do Edifício Bretagne, por exemplo, contou com apresentações de cortejo de cavalaria e da Escola de Balé de Higienópolis. Teve, ainda, as presenças de Eurlyne Howell, Miss Estados Unidos, e de Odette le Mintier de Léhélec, viscondessa da França. Não por acaso essa arquitetura e glamour de inspiração cinematográfica serviu de cenário para filmes, comerciais e videoclipes, da época em que os edifícios foram construídos até hoje.
Gramática do arquiteto
Uma parede inteira do espaço expositivo é dedicada ao que os curadores chamam de gramática de Artacho. Ela acolhe um ensaio fotográfico comissionado do fotógrafo Tuca Vieira que revela em detalhes os seus elementos construtivos, propondo uma pesquisa abrangente sobre a estética do arquiteto e seu desenvolvimento no tempo, a partir de alguns de seus edifícios.
Esse estilo foi desenvolvido por ele em um período em que a indústria pregava a padronização de elementos na construção civil, enquanto Artacho propunha uma junção entre o industrial e o artesanal. Assim, ele mesmo desenhava os lustres, os cobogós, as janelas, as escadas, as rampas e os gradis de cada apartamento e de todos os prédios que construiu. O escopo deste núcleo se desdobra em uma publicação, distribuída no balcão de atendimento no piso térreo e na própria Ocupação, com desenhos da ilustradora Juliana Russo, que traduzem em traço, desenho e cor a sua caligrafia projetiva.
Outro espaço nobre da mostra apresenta dezenas de imagens do edifício Parque Verde Mar feitas pelo fotógrafo alemão Hans Günter Flieg. Nascido em 1923, ele é um dos mais versáteis profissionais a registrar o desenvolvimento industrial, arquitetônico e publicitário de São Paulo, quando começava a se anunciar moderna. Com os ensaios fotográficos encomendados por Artacho, ele ressaltou desejos e perspectivas sociais e culturais de toda uma época, demonstrando como a experiência do morar tornou-se uma das principais vitrines da vida moderna, um aspecto em consonância com o modo como o arquiteto projetava e vendia seus edifícios.
A riqueza da proposta construtiva de Artacho também se evidencia nos estudos que realizou para os seus diversos projetos – inclusive aqueles que nunca saíram do papel, como o Edifício Marajoara. O conjunto de documentos inéditos apresentados nessa mostra permite conhecer as diferentes etapas de um projeto arquitetônico: estudos de volumetria, esboços de ambientes internos, hall, salões, fachadas e terraços, além das perspectivas coloridas utilizadas para apresentar e vender os empreendimentos aos futuros moradores.
Serviço
Exposição | Ocupação Artacho Jurado
De 20 de junho a 15 de setembro
Terça-feira a sábado, das 11h às 20h; domingos e feriados, das 11h às 19h
Período
20 de junho de 2024 11:30 - 15 de setembro de 2024 20:00(GMT-03:00)
Local
Itaú Cultural
Avenida Paulista, 149, Sâo Paulo - SP
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As 20 fotografias e 18 fotogravuras presentes na mostra, fazem parte de uma série de trabalhos produzidos nos últimos anos pela artista. “Em 2022 comecei a explorar a fotogravura, um
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As 20 fotografias e 18 fotogravuras presentes na mostra, fazem parte de uma série de trabalhos produzidos nos últimos anos pela artista. “Em 2022 comecei a explorar a fotogravura, um processo fotomecânico do século XIX, que envolve a transferência de uma imagem fotográfica para uma chapa de metal. Isso me abriu novas possibilidades para essa história, que eu conto através de imagens impressas, em papel de algodão e japonês nessa mostra” explica Grigolin. “Giovana pensa a fotografia para levar o corpo a paisagens surreais. A (des)construção que a artista experimenta em suas narrativas em preto e branco, nos transporta para os ambientes mais diáfanos do movimento Dada, com grafismos, formas e volumes granulados, apenas sugerindo a entrega sublime da solidão”, comenta Renato, que é ex-diretor do Departamento de Museus Municipais de São Paulo e atual curador e gestor do Paço das Artes.
Entre os anos de 2020 e 2023, Giovana pediu para mulheres enviarem fotos dos seus corpos e do lugar que estavam habitando. Começou então a produção de uma série de trabalhos sobrepondo essas imagens. Primeiro com fotos, e em seguida passou a explorar a técnica da fotogravura, junto ao ateliê da artista e professora Cleiri Cardoso. Aliando-se ao breu, ao fogo, a tinta e suas chapas de metal, Giovana sugere estorias veladas na intimidade de cada uma. “Impressas em papéis especiais, com a delicadeza que nos remete aos processos orientais da produção de imagens, a artista arrisca sua linguagem atemporal para se afirmar na contemporaneidade. Corpos que viram montanhas, água-viva; barco a vagar nos pensamentos, temos a anuência do corpo nu, camuflando-se entre outros obstáculos. A liberdade da vida no silêncio do isolamento. Amigas distantes, aproximando seus desejos e linguagens”, completa De Cara em seu texto curatorial sobre a mostra individual que segue até o dia 27 de julho.
Esta é a primeira exposição individual realizada pela WG galeria (inaugurada na Rua Araújo em novembro de 2023), que passa a representar Giovana Grigolin como artista. “A escolha da mostra no formato individual aconteceu durante uma conversa entre os galeristas, De Cara e a artista. Entendemos que a produção diversificada e ainda inédita ao mercado, realizada por Giovana nos últimos anos, compõe uma individual completa para o nosso espaço”, explica Mariana Weigand , sócia da WG.
Para o galeria André Weigand, trabalhar com fotogravuras é uma grata novidade para a WG galeria. “Nenhum dos nossos artistas até o momento trabalha com essa técnica e o que vem somar ainda mais ao trabalho da Giovana é que ela ousa produzir imagens grandes através desta técnica, o que torna o processo ainda mais complexo para a artista, em termos de manipulação das imagens, menejo das chapas de metal, espaço físico e produtos químicos necessários para um bom resultado. Prevemos que as fotogravuras de diversos tamanhos vão encher os olhos de quem aprecia arte e de quem visitar a WG para conhecer pela primeira vez este trabalho”, completa.
Exposição | Água Viva
De 20 de junho a 27 de julho
Terça a sábado, das 13h00 às 19h00
Período
20 de junho de 2024 13:00 - 27 de julho de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
WG galeria
Rua Araújo, 154, Centro, São Paulo
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A montagem de uma exposição envolve muitos fatores e vai se compondo de acordo com sua construção, transformando todas as artes em uma arte única e harmoniosa. Com curadoria
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A montagem de uma exposição envolve muitos fatores e vai se compondo de acordo com sua construção, transformando todas as artes em uma arte única e harmoniosa.
Com curadoria de Izis Kosta, artistas brasileiros de diversos pontos do Brasil terão obras exposta no Espaço Izis Kosta localizado em Campinas SP. O vernissage da exposição denominada “Unidos pela Arte”, ocorre dia 21 de junho às 19 h à Av. José Bonifácio 601 – JD Flamboyant – Campinas – SP. O vernissage será completamente registrado pelo conhecido fotografo das celebridades Marcos Ruggiero.
Os artistas irão expor suas obras produzidas a partir de materiais diversificados, cada qual com sua identidade, estando todos focados numa pluralidade de abordagens e expressões, dialogando com diferentes públicos. Representantes de várias cidades brasileiras, entre os nomes selecionados estão Armando Paolillo Jr, Carmen Moreira, Cristiane Maschietto, Elias Kosta, Flavia Mesquita, Gisele Faganello, Glaucia Felippe, Izis Kosta, Josie Mengai, Juarez Oliveira, Laura B., Luciano Júlio, Luiz Vieira, Marília Perez, Nelson Braga Jr., Patricia Lopes, Sueli Zinetti Dovigo.
A curadora Izis Kosta que também é artista plástica ressalta: “Unimos conhecimento, emoção e a vontade, e só então, a mágica acontece e a arte emerge inspirada pelo o que existe de mais bonito nos seres, a nossa arte. Do que precisa o mundo hoje? Afeto, beleza, puros sentimentos, menos julgamentos. A arte que está no seu interior, bruta, não revelada, contida ou protegida, livre ou adaptada, é o elo forte que esta exposição quer convocar. Este convite é para que se una a arte de artistas diversificados para que assim, juntos, possamos transpor as barreiras explícitas e veladas, que nos aprisionam o sentir, e impedem que lindas cores emocionais tornem o mundo um lugar ainda mais maravilhoso, com as telas da vida expostas em cada galeria íntima do coração. Que UNIDOS PELA ARTE lembre a você que a beleza de cada ser deve ser admirada, inclusive a sua”, conclui.
Serviço
Exposição | Unidos pela Arte
De 21 de junho a 06 de agosto
Diariamente, até as 16:30hs. Aos sábados com hora marcada pela manhã das 9hs às 13hs
Período
21 de junho de 2024 09:00 - 6 de agosto de 2024 16:30(GMT-03:00)
Local
Espaço Izis Kosta
Av. José Bonifácio 601 – JD Flamboyant – Campinas – SP
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A partir do desejo compartilhado de promover trocas e explorar modelos horizontais de organização, Fortes D’Aloia & Gabriel e HOA fundem diferentes gerações de artistas e suas respectivas abordagens, linguagens
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A partir do desejo compartilhado de promover trocas e explorar modelos horizontais de organização, Fortes D’Aloia & Gabriel e HOA fundem diferentes gerações de artistas e suas respectivas abordagens, linguagens e mídias em uma única mostra de intercâmbio entre os espaços expositivos de ambas as galerias. Em exibição a partir de 22 de junho, RAW! subsidia um campo de articulações para diálogos convergentes entre jovens artistas e nomes já estabelecidos por meio da expressão. Do vídeo à escultura, a exposição reúne práticas diversas em categorias instalativas, audiovisuais e pictóricas.
A HOA abre suas portas a uma escultura imersiva de Ernesto Neto em contraste com o trabalho de Nidia Aranha e, também, abriga a primeira edição da programação presencial do fdag-film, plataforma digital de vídeo-arte e imagem em movimento da Fortes D’Aloia & Gabriel. Ao longo da exposição serão apresentadas obras de Babi Mello, biarritzzz, Caio Rosa, Cristiano Lenhardt, Ivens Machado, Nico Mascarenhas, Rivane Neuenschwander, Ernesto Neto, Rodrigo Cass, Sara Ramo e Janaina Tschäpe, entre outros. Corpo, natureza, movimento e tecnologia – em composições que sobrepõem escalas de tempo – torcem as narrativas estabelecidas.
Na FDAG, pinturas, fotografias, esculturas e assemblages dão forma a um espaço atravessado por tensões entre cor, textura e matéria. Os trabalhos de Ana Clara Tito e Iah Bahia empregam o contraste entre materiais da construção civil e tecidos frágeis, enquanto as obras de Igi Lola Ayedun, Anderson Borba e Almeida da Silva organizam superfícies carregadas de informação textural, recompondo a materialidade habitual de seus suportes. Beatriz Milhazes, Janaina Tschäpe, Leda Catunda, Mariana Rocha e Marina Rheingantz apresentam composições que sugerem expansão e movimento, comunicando um ritmo vital e encadeando visões oníricas. As pinturas de Bertô, Márcia Falcão e Mika Takahashi trazem gestos marcados que traduzem o corpo-a-corpo da sua fatura, assim como materiais corriqueiros são ressignificados nas práticas de Antonio Tarsis e Derrete, traduzindo a aspereza da atmosfera urbana.
Ainda passeando pela curadoria hospedada na FDAG e na HOA, os trabalhos de A Loja de Atrocidades e Hawnee, nos quais a variedade de elementos levam à desorientação pela simultaneidade, formam um contraponto à solidão metafísica da escultura de Efrain Almeida ou à placidez alegórica da fotografia cotidiana de Mauro Restiffe e Rafaela Kennedy. As esculturas de Cristiano Lenhardt, Erika Verzutti e Labö Young reconfiguram elementos da arquitetura vernacular, experiências volumétricas e texturais que suscitam silhuetas orgânicas. Finalizando o ciclo condutor da exposição, o limiar entre o humano e o inumano dos trabalhos de Janice Mascarenhas e Nídia Aranha distorcem a consistência do corpo na referência à tecnologia reprodutiva e à objectualidade, por meio da encenação crítica em oscilação entre sujeito e objeto.
Durante o dia de abertura, a programação recebe duas performances: Jussaras, de Cristiano Lenhardt, em trânsito pelos dois espaços, enquanto Felipa Damasco apresenta Cabelo crespo não molha na Fortes D’Aloia & Gabriel, às 15h
Serviço
Exposição | RAW!
De 22 de junho a 3 de agosto
Terça a sexta, das 10h às 19h; sábados, das 10h às 18h
Período
22 de junho de 2024 10:00 - 3 de agosto de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galpão Fortes D'Aloia & Gabriel - SP
Rua James Holland 71, Barra Funda, São Paulo
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É uma exposição? É uma instalação? É uma performance? É “Amador e Jr Segurança Patrimonial Ltda, nem profissional, nem sênior”, uma mistura de tudo isso com pitadas de humor e
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É uma exposição? É uma instalação? É uma performance? É “Amador e Jr Segurança Patrimonial Ltda, nem profissional, nem sênior”, uma mistura de tudo isso com pitadas de humor e crítica. Antonio Gonzaga Amador e Jandir Jr são os artistas que mergulharam nessa empreitada divertida e instigante, que estará aberta ao público na sala 2 da Casa França-Brasil, com entrada gratuita. Todo fim de semana, haverá um programa de performances. Ao final da temporada, no dia 2 de agosto, será lançado o catálogo da mostra e acontecerá uma palestra das 17h às 19h, com tradução simultânea de libras e a participação dos artistas, da curadora Carolina Rodrigues e da artista multidisciplinar, educadora e curadora convidada Renata Sampaio.
Será a primeira exposição da dupla Amador e Jr. Segurança Patrimonial Ltda. no Rio de Janeiro. Antonio e Jandir interpretam a dupla de vigias fictícios que fazem as maiores peripécias para garantir a segurança das exposições de arte em museus e instituições culturais, com o intuito de questionar o tão restrito e contraditório sistema da arte contemporânea. A Amador e Jr. Segurança Patrimonial Ltda. apresenta séries de propostas performáticas concebidas por Antonio Gonzaga Amador e Jandir Jr., é realizada em instituições de arte pelos próprios artistas trajados com uniformes de segurança, tendo seus problemas centrais advindos das relações entre instituições como essas e as pessoas que trabalham cotidianamente em suas salvaguardas.
Nascidos e criados respectivamente nos bairros cariocas de Brás de Pina e Penha Circular, Antônio e Jandir trazem o repertório de quem conhece bem o subúrbio para utilizar seus elementos em suas performances. Dois bons exemplos são os trabalhos “A rigor”, em que realizam as rondas no museu usando os característicos chinelos Havaianas, e “Isopor”, quando no, meio do expediente, abrem uma gelada e sentam na cadeira de praia com um cooler ao lado. Assim, vão construindo uma narrativa em torno de questões que evocam o trabalho precarizado no tão abastado sistema da arte, a relação do artista com os funcionários do museu e o papel da instituição no campo da arte.
“A ideia para esse trabalho surgiu da nossa experiência como monitores-educadores em museu, onde dividíamos espaço com profissionais de segurança. Notamos que tínhamos muitas semelhanças com eles: a negritude, os problemas com transporte público, as referências culturais… Mesmo trabalhando como educadores, nos vimos em posições de trabalhos racializados: pessoas negras, pobres, fazendo segurança do patrimônio dos outros… Então, esse cenário acabou nos inspirando”, explica Jandir.
Com curadoria de Carolina Rodrigues, a exposição apresentará ao público um recorte dos oito anos de parceria da dupla, recebendo oito de suas performances, que acontecerão ao longo de dois meses de exposição com a presença dos artistas. A expografia divide-se em dois espaços. Num deles, há uma quebra da oposição entre público e privado em relação à presença desses profissionais na instituição, caracterizada pela montagem de uma sala de descanso, aos moldes das salinhas onde os seguranças tiram aquele cochilo entre uma ronda e outra. No outro, o espaço expositivo apresenta fotografias e croquis de suas performances em desenhos emoldurados, feitos pela própria dupla, acompanhados dos objetos que fazem parte das interações, como elementos performáticos.
A mostra possui o diferencial de tratar a performance como a principal linguagem artística, fazendo uma relação direta com o corpo do proletariado de base em performances com duração de uma jornada de trabalho real. Oito horas de trabalho. Oito horas de performance. Oito horas de prática. É pelo trabalho do corpo e pelo corpo no trabalho que a exposição toma forma e produz outros elementos, como os desenhos, as fotografias e a instalação e os objetos construídos e utilizados para o trabalho.
Por ter longa duração, o público poderá experienciar diversos momentos do trabalho sendo executado. A ação é, por vezes, simples: andar com chinelos, olhar através de um espelho convexo, usar dentes de ouro, trabalhar remotamente, segurar um sino de mesa, segurar uma cadeira, recepcionar as pessoas com bebidas e comidas em um isopor, ou deixar a sala de descanso aberta para visitação. Assim, as performances tentam evidenciar as relações de trabalho e as performatividades cotidianas realizadas por trabalhadoras e trabalhadores durante suas jornadas.
Serviço
Exposição | Amador e Jr Segurança Patrimonial Ltda, nem profissional, nem sênior
De 22 de junho a 4 de agosto,
Terça a domingo, das 10h às 17h
Período
22 de junho de 2024 10:00 - 4 de agosto de 2024 17:00(GMT-03:00)
Local
Casa França-Brasil
Rua Visconde De Itaboraí, 78 - Centro, Rio de Janeiro - RJ
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Em sua primeira exposição individual em São Paulo, Heberth Sobral apresenta 28 obras entre pinturas, fotografias e objetos distribuídos em uma montagem lúdica com cenografia e elementos do universo dos
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Em sua primeira exposição individual em São Paulo, Heberth Sobral apresenta 28 obras entre pinturas, fotografias e objetos distribuídos em uma montagem lúdica com cenografia e elementos do universo dos jogos de mesa, tabuleiro e carteado. Com curadoria de Manuela Parrino e texto de Luiz Chrysostomo, a exposição acontece na sala 1 da galeria.
Sobre a exposição “Sala de Jogos”, em meio a obras alusivas a baralhos, dominós, álbuns de figurinhas, mini-golf, e jogos de botão, Luiz Chrysostomo comenta: “Heberth reafirma que a arte não é domínio do óbvio, do literal, mas terreno da ousadia que ultrapassa a superficialidade. A ocupação do espaço, o uso de materiais não convencionais e a intimidade com a cor, podem estar representadas por meio de montagens fotográficas, pinturas em acrílica de telas e madeiras, azulejos modelados, tijolos coloniais ou recursos digitais. Uma das obras centrais exibidas é seu “jogo-mobil” de xadrez. Composto por peças em cerâmica pintada, esculpidas com os elementos definidores de seu código, o artista revive a história da arte e relembra como esse tipo de ativação, ou de jogo, vai além de preciosidades intelectuais”.
Serviço
Exposição | Sala de Jogos
De 22 de junho até 24 de agosto
Terça a sexta, das 10h às 18h, sábado, das 10h às 16h
Período
22 de junho de 2024 10:00 - 24 de agosto de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Luciana Caravello Galeria de Arte Contemporânea
Rua Mourato Coelho, 790 – Vila Madalena São Paulo - SP
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Uma das fotógrafas mais importantes do mundo, Claudia Andujar é a nova artista a ocupar a Pinacoteca do Ceará. O museu, que integra a Rede Pública de Equipamentos e Espaços Culturais (Rece)
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Uma das fotógrafas mais importantes do mundo, Claudia Andujar é a nova artista a ocupar a Pinacoteca do Ceará. O museu, que integra a Rede Pública de Equipamentos e Espaços Culturais (Rece) da Secretaria da Cultura do Ceará (SECULT) e é gerido pelo Instituto Mirante, abre a exposição “Claudia Andujar. Minha vida em dois mundos” no sábado, 22 de junho, a partir das 17h. A entrada é gratuita e haverá acessibilidade em Libras.
A programação de abertura contará com uma sessão especial do documentário “A senhora das flechas” (The Lady with the Arrows”, 2024), de Heidi Specogna. O filme, que foi exibido no Brasil apenas durante o festival “É Tudo Verdade” deste ano, aborda a relação de afeto e militância de Claudia Andujar com o povo indígena Yanomami. A sessão acontece às 17h30 e serão distribuídos 80 ingressos por ordem de chegada, a partir das 16h.
Dividida em cinco núcleos, “Claudia Andujar. Minha vida em dois mundos” tem curadoria de Eduardo Brandão e reúne cerca de 200 fotografias da artista suíça naturalizada brasileira. O título reforça a proposta curatorial, que traz diferentes olhares e trânsitos de Andujar: entre o fotojornalismo e a arte experimental; as grandes cidades e a floresta; a Europa, onde ela nasceu, e a América, continente que a acolheu após a perseguição nazista à sua família paterna; ela própria e o Outro.
Reconhecida por sua atuação humanista na fotografia, Andujar constrói os trabalhos a partir de uma longa convivência com o ambiente, as pessoas e os costumes. É o que se vê em séries como “Famílias Brasileiras”, um dos primeiros ensaios que ela realizou no Brasil, no qual passou longos períodos convivendo com diferentes famílias em cidades de São Paulo, Minas Gerais e Bahia. O intenso trabalho de reelaboração das imagens feito pela artista também é destaque na exposição. Em “A Sônia”, para refletir esteticamente sobre as formas do corpo feminino, as fotografias com filme infravermelho são posteriormente refotografadas, com um uso experimental de filtros de cor e sobreposições.
“Trem Baiano” é outro importante trabalho presente na mostra, que retrata migrantes que tentavam se estabelecer em São Paulo voltando às suas cidades de origem, enviados pelo Departamento de Imigração e Colonização de São Paulo. Para fazer o ensaio publicado numa reportagem da clássica revista Realidade, em 1969, Andujar embarcou sozinha no trem que saía de São Paulo e parava em diversas cidades no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e na Bahia.
A colaboração com Realidade levou a fotógrafa a ter o primeiro contato com os indígenas Yanomami, trabalhando numa edição especial sobre a Amazônia, em 1971. A partir daí, Claudia Andujar estabelece uma ligação cuidadosa e comprometida com aquele povo ameaçado à época – e até hoje – pelo garimpo e por interesses políticos e econômicos, como o projeto de desenvolvimento industrial do governo militar, que construiu grandes rodovias na região.
Em plena ditadura militar, Claudia passa a atuar na luta política em defesa do povo Yanomami, que a acolhe e reconhece na artista uma aliada. Durante os anos 1970, ela faz diversas viagens ao território, chega a morar durante 14 meses na Reserva Catrimani e se envolve com o modo de vida local, a cultura, os hábitos e rituais daquele povo.
Em 1977, enquadrada na Lei de Segurança Nacional, editada pelo Governo Militar, ela é retirada à força do território indígena, sendo proibida de voltar à Amazônia. A partir daí, a fotógrafa funda, em 1977, a Comissão pela Criação do Parque Yanomami (CCPY), que tinha como objetivo a demarcação do território, o que se concretiza apenas em 1992, com a criação da Terra Indígena Yanomami.
Esse período é retratado especialmente nas séries “Catrimani”, “Reahu”, “Sonhos Yanomami” e “Marcados”, em que é possível perceber a aproximação real entre a fotógrafa e o povo Yanomami, além do experimentalismo de linguagem que, ao longo do tempo, foi sendo ampliado até chegar a propostas estéticas extremamente inovadoras.
A retrospectiva “Claudia Andujar. Minha vida em dois mundos” ficará em cartaz na Pinacoteca do Ceará até 29 de dezembro de 2024 e conecta o Ceará a um circuito internacional de museus que têm repercutido o grande trabalho de Claudia Andujar. Nos últimos anos, a obra da artista tem sido exposta em instituições de todo o mundo, com apoio da Fondation Cartier pour l’Art Contemporain (França), como no México, Itália, Espanha, Suíça, Inglaterra, Estados Unidos e Alemanha. Sempre gratuita, a Pinacoteca oferece aos visitantes a chance de conhecer uma das fotógrafas mais celebradas da arte contemporânea que, aos 93 anos, traz uma contribuição fundamental para compreender o Brasil.
A exposição tem classificação indicativa de 12 anos e contará com diversos recursos de acessibilidade, como obras táteis, audiodescrição, Braille e vídeo em Libras, além de uma série de atividades formativas, com diversos públicos, ao longo de todo o período de exibição.
Documentário “A Senhora das flechas”
Exibido no Brasil em abril deste ano, durante o festival “É tudo verdade” (SP), o documentário “A Senhora das flechas” (The Lady With the Arrows, 2024), da diretora suíça Heidi Specogna, mostra o relacionamento profundo de Claudia Andujar com o povo Yanomami, numa costura emocionante a partir da biografia da artista, sua relação com a fotografia e o ativismo na luta contra a exploração da floresta amazônica e a defesa do povo Yanomami
Serviço
Exposição | Claudia Andujar. Minha vida em dois mundos
De 22 de junho a 29 de dezembro
Segunda a sexta, das 10h às 19h; sábados, das 10h às 11:30h
Exibição do documentário | A Senhora das flechas (The Lady With the Arrows, 2024)
Sábado, 22 de junho, a partir das 17h30
Auditório da Pinacoteca do Ceará
Acesso gratuito | 80 ingressos distribuídos por ordem de chegada, a partir das 16h
Período
22 de junho de 2024 10:00 - 29 de dezembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Pinacoteca do Ceará
Rua 24 de Maio, s/n, Praça da Estação, Centro - Fortaleza - CE
Detalhes
Para celebrar a inauguração de seu novo espaço expositivo no Edifício Louvre, a galeria Verve inaugura, no sábado dia 22 de junho, a coletiva “CUIR SOU, notas sobre afetividade”, comentada
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Para celebrar a inauguração de seu novo espaço expositivo no Edifício Louvre, a galeria Verve inaugura, no sábado dia 22 de junho, a coletiva “CUIR SOU, notas sobre afetividade”, comentada por Hilda de Paulo e Tiago Sant’Ana em ensaios críticos escritos especialmente para a exposição. A mostra reúne trabalhos de Adriel Visoto, Aretha Sadick, AVAF, Caroline Ricca Lee, Carlos Motta, Cassils, Fefa Lins, Felippe Moraes + Márcia Pantera, Francisco Hurtz, Gabriella Marinho, Gabz 404, Hilda de Paulo, iah bahia, Isabelle Passos, João GG, Karola Braga, Lady Letal, Lia D Castro, Madalena Schwartz, Manauara Clandestina, Mariela Scafati, Mayara Ferrão, Nathan Braga, Nino Pereira, Pat Baik, Piti Tomé, Rafa BQueer, Randolpho Lamonier, Renan Soares, Tales Frey, Victor Fidelis e Yeguas del Apocalipsis.
Nos textos críticos, percebem-se as múltiplas facetas de se relacionar afetivamente enquanto pessoa queer: seja na intimidade, no ambiente familiar, nas interações (redes) sociais ou se reconhecendo em objetos e distintas personalidades. Fica explícito que esta afetividade é também uma forma política de habitar o mundo, conforme comenta Tiago Sant’Ana: “O que a política queer traz (…) é compreender, nomear as normas, mas também debochar de sua configuração. Assim, queer tem mais relação com uma rebeldia do que com um desejo de integração a todo custo. É uma vontade de ressaltar a estranheza, gozar da margem em vez de lutar por uma anulação e higienização das subjetividades em troca de uma aceitação dentro de uma configuração enfadonha de vida.”
De distintas gerações, o conjunto de artistas apresenta ainda uma coleção de sensibilidades singulares a partir de “um conjunto de trabalhos em que as questões de gênero e sexualidade podem até não aparecer de modo explícito, contudo, estão unidas, também, por um desejo de estranhar as visualidades estabelecidas, trazendo algo de excêntrico – aqui compreendido como não ser capturado ou desviar-se do centro – para o fazer artístico.” conclui Sant’Ana.
Artistas: Adriel Visoto, Aretha Sadick, AVAF, Caroline Ricca Lee, Carlos Motta, Cassils, Fefa Lins, Felippe Moraes + Márcia Pantera, Francisco Hurtz, Gabriella Marinho, Gabz 404, Hilda de Paulo, iah bahia, Isabelle Passos, João GG, Karola Braga, Lady Letal, Lia D Castro, Madalena Schwartz, Manauara Clandestina, Mariela Scafati, Mayara Ferrão, Nathan Braga, Nino Pereira, Pat Baik, Piti Tomé, Rafa BQueer, Randolpho Lamonier, Renan Soares, Tales Frey, Victor Fidelis e Yeguas del Apocalipsis.
Serviço
Exposição | Cuir Sou, notas sobre afetividade
De 22 de junho a 03 de agosto
Terça a sexta-feira, das 11:00 às 18:00h, sábado, das 12:00 às 17:00h
Período
22 de junho de 2024 11:00 - 3 de agosto de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Verve Galeria
Avenida São Luis, 192, Sobreloja 06, República, São Paulo - SP
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NONADA SP abre coletiva Diadorim, sob curadoria de Guilherme Teixeira onde reúne 17 artistas em torno de 19 obras que exploram temas como corpo, inadequação, pertencimento e gênero, utilizando diversas
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NONADA SP abre coletiva Diadorim, sob curadoria de Guilherme Teixeira onde reúne 17 artistas em torno de 19 obras que exploram temas como corpo, inadequação, pertencimento e gênero, utilizando diversas técnicas e suportes, incluindo pintura, escultura, fotografia, desenho, objetos, videoarte, performance e instalações, atualizando questões conceituais do clássico “Grande Sertão: Veredas” de Guimarães Rosa, obra da qual a galeria tira seu nome e conceito. Vernissage no sábado, 22 de junho, às XX, ficando em cartaz até 31 de agosto.
Diadorim, um personagem que se veste como homem para acompanhar os cangaceiros e proteger-se, traz à tona discussões contemporâneas sobre construção de gênero e performance social. Esta narrativa literária oferece um ponto de partida para a reflexão sobre identidades de gênero e seus desdobramentos na sociedade atual.
Guilherme Teixeira, o curador, é reconhecido por seu trabalho que atravessa temas de identidade, sexualidade e pertencimento. A seleção de um grupo diversificado de artistas possibilitou que trouxessem suas próprias perspectivas e experiências para a exposição. Esta abordagem pluralista permite uma ampla gama de interpretações e provocações sobre as temáticas abordadas. Andre Barion, Andy Villela, Ana Matheus Abbade, Ana Raylander Martís dos Anjos, Amorí, Bruno Magliari, Rafaela Kennedy, Santarosa, Juno, Ode, Diambe, Daniel Mello, Domingos de Barros Octaviano, Linga Acácio, Flow Kontouriotis, Wisrah C. V. da Celestino e Nati Canto trazem uma diversidade de estilos e abordagens. A pluralidade de técnicas e temas reflete o compromisso da NONADA em proporcionar um espaço para a diversidade artística e cultural.
NONADA, cujo nome deriva de um neologismo criado por Guimarães Rosa, tem como missão preencher lacunas na cena artística contemporânea, promovendo um espaço inclusivo e de experimentação. Seus fundadores, João Paulo, Ludwig, Luiz e Paulo, destacam que a NONADA é um espaço híbrido que acolhe, expõe e dialoga, oferecendo uma plataforma para trabalhos de alta qualidade que abordam temas políticos, identitários e de gênero, entre outros.
Serviço
Exposição | Diadorim
De 22 de junho a 31 de agosto
Terça a sexta-feira, das 11h às 18h; sábado, das 11h às 15h
Período
22 de junho de 2024 11:00 - 31 de agosto de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
NONADA
Praça da Bandeira, 61 – Centro, São Paulo - SP
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O Museu A CASA do Objeto Brasileiro realiza a exposição ” ISA 30 ANOS – POR UM BRASIL SOCIOAMBIENTAL”, uma celebração das três décadas de atuação do Instituto Socioambiental (ISA) na defesa dos
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O Museu A CASA do Objeto Brasileiro realiza a exposição ” ISA 30 ANOS – POR UM BRASIL SOCIOAMBIENTAL”, uma celebração das três décadas de atuação do Instituto Socioambiental (ISA) na defesa dos direitos de povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos e outras comunidades tradicionais. A exposição será aberta ao público a partir do dia 22 de junho e permanecerá até o dia 25 de agosto de 2024, com visitação de quinta a domingo, das 10h às 18h, na sede do museu, localizada na Av. Pedroso de Morais 1216, em Pinheiros, São Paulo.
Com curadoria e expografia de Rosely Nakagawa, a mostra reúne materiais audiovisuais que ilustram os projetos desenvolvidos pelo ISA, além de objetos de arte indígena, artefatos artesanais. A exposição apresenta 30 painéis em tecido com mais de 100 imagens documentais de diversas ações do instituto ao longo das três décadas. Os registros foram capturados por fotógrafos e antropólogos parceiros de longa data da organização, como Are Yudja, Carol Quintanilha, Christian Braga, Claudia Andujar, Linsker, Kamikiá Kisêdjê, Lalo de Almeida, Pedro Martinelli, Roberto Linsker, Rogério Assis e Victor Moriyama. De acordo com a curadora, “A ideia é atingir e comover o público não especializado, tornando a mostra de fácil compreensão para quem ainda não conhece a organização.”
Renata Mellão, fundadora do Museu A CASA, expressa sua admiração pelo Instituto Socioambiental (ISA) e celebra a duradoura parceria iniciada em 1999, quando o antropólogo Beto Ricardo, sócio fundador do ISA, ministrou uma palestra no museu. “Somos grandes admiradores do instituto e é uma honra para nós abrigar essa exposição”, afirma Renata.
Para enriquecer a experiência, as comemorações dos 30 anos do ISA contemplam uma extensa programação cultural voltada à conscientização e à informação sobre os povos indígenas no Brasil. As atividades incluem três rodas de conversas no “Papo de Casa”, uma ação promovida pelo Museu A CASA que visa aprofundar o conhecimento por meio de diálogos abertos com protagonistas e especialistas da temática, além da exibição de filmes em realidade virtual. Também haverá a apresentação da série de livros “Povos Indígenas do Brasil” e do projeto educativo “Povos Indígenas no Brasil Mirim”. Igualmente, o público poderá interagir com o mapa” Terras e Povos Indígenas no Brasil”, uma oportunidade única para conhecer as comunidades e explorar os territórios onde vivem as etnias.
Serviço
Exposição | Isa 30 anos – por um brasil socioambiental
De 23 de junho a 25 de agosto
Quinta a domingo, das 10h às 18h.
Período
25 de junho de 2024 10:00 - 25 de agosto de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Museu A CASA do Objeto Brasileiro
Avenida Pedroso de Morais, 1216, Pinheiros, São Paulo, SP
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Trazendo destaque para a moda de rua do Japão, a Japan House São Paulo traz a exposição “Sutorīto Fashion: moda das ruas“, que apresenta as tendências de moda desde a década
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Trazendo destaque para a moda de rua do Japão, a Japan House São Paulo traz a exposição “Sutorīto Fashion: moda das ruas“, que apresenta as tendências de moda desde a década de 1950 até os dias atuais por meio de mais de 100 registros fotográficos. Com entrada gratuita, a mostra acontece de 25 de junho a 20 de outubro, no térreo da instituição. Assim como “Efeito Japão: moda em 15 atos” (em cartaz no segundo andar até 1° de setembro), a exposição “Sutorīto Fashion: moda das ruas” é coordenada pelo diretor de moda Souta Yamaguchi.
A seleção de fotografias analisa por década as mudanças da moda de rua no Japão dos anos 1950 aos anos 2020, abordando diversas tendências internacionais, cinema e música, assim como a contracultura japonesa que surgiu em resposta às mudanças culturais, sociais, políticas e econômicas dessas épocas.
“Essa exposição faz parte do ciclo de moda que iniciamos em maio deste ano e tem como foco o cotidiano japonês e como as recentes mudanças culturais e sociais afetaram a moda de rua dos jovens. Será uma oportunidade única para entender como cada período foi traduzido, adaptado e refletido nos looks cotidianos, gerando uma identidade muito particular, criativa e inovadora.”, comenta a Diretora Cultural da JHSP, Natasha Barzaghi Geenen.
A passagem histórica da exposição tem início na década de 1950, em um contexto pós-guerra. Nesse período de recuperação e reconstrução após a Segunda Guerra Mundial, referências internacionais da alta costura e o cinema japonês servem como inspiração, além de estilos como o rockabilly. Foi um período de aumento no consumo de roupas com a difusão de peças prêt-à-porter e o avanço na qualidade de fibras sintéticas. Na década de 1960, o ambiente doméstico japonês se modernizou e a influência de tendências internacionais na moda jovem, como o uso da minissaia e de calças pantalonas tornou-se popular no Japão. Nos anos 70, os primeiros estilistas japoneses despontam nas passarelas internacionais, ao mesmo tempo em que os movimentos de contracultura no Japão são acompanhados pelo mais conservador “nyuutora” (abreviação japonesa do termo em inglês New Traditional) adotado por estudantes, com saias até os joelhos.
A década de 1980, o momento de aumento do poder econômico permitiu um gasto maior de jovens e adultos em itens da moda, inclusive artigos de luxo. Foi o auge da popularidade das DC Brands (abreviação de Designer’s & Character’s), nome dado às marcas fundadas por designers renomados. As revistas de moda e lifestyle também eram essenciais em ditar tendências vistas nas ruas e o estilo “shibuya casual“, baseado no “amekaji” (abreviação japonesa do termo em inglês American Casual) tornou-se popular especialmente entre os estudantes. Já nos anos 90, surgiram várias culturas, subdividindo os estilos. A moda que mais impactou as gerações posteriores foi a “ura-harajuku” (estilo que surgiu quando lojas de designers famosos foram abertas no bairro de Harajuku), onde as marcas que herdaram o contexto da cultura de rua, como skatistas e DJs, criaram um grande movimento. Por outro lado, no bairro de Shibuya, que continuava sendo o centro da cultura jovem, surgiram as “kogal”, que desencadeou uma tendência da moda baseada na combinação de saias de uniforme escolar com bainhas curtas e meias até a altura da panturrilha, criando uma cultura singular que deu início ao boom das “colegiais”.
A década de 2000 é marcada pelo surgimento de várias redes de fast fashion internacionais no Japão. Os estilos ficaram mais globalizados em conjunto com a popularização da internet. Nos anos 2010, impactados pelo Grande Terremoto do Leste do Japão de 2011, jovens japoneses passaram a buscar um estilo mais simples e sustentável, fazendo com que a moda contemporânea priorizasse o conforto e um caimento solto das roupas.
Em complemento à evolução década a década, a exposição apresenta também uma coletânea de 25 fotos retiradas da Revista FRUiTS, uma das plataformas mais influentes de documentação acerca do streetstyle japonês entre os anos 1997 e 2017, quando teve sua última publicação. A revista foi responsável por registrar como os jovens, que resistiam aos padrões de estilo da época, se vestiam na região de Harajuku, no distrito de Shibuya, em Tóquio, local que viria a ser conhecido como um dos principais centros de cultura jovem do país, marcando toda uma geração. Até hoje, a criatividade e a espontaneidade desse movimento inspiram designers e amantes da moda do mundo todo.
De forma a estender a experiência do público para além da exposição, a JHSP promoverá atividades paralelas durante todo o período expositivo, como visitas mediadas, seminários, workshops e bate-papos com especialistas. Dentro do programa JHSP Acessível, a exposição “Sutorīto Fashion: moda das ruas” ainda conta com recursos de audiodescrição e vídeo libras. Esta exposição é realizada em cooperação com a “ACROSS” by PARCO CO., LTD. – mídia que pesquisa a cultura jovem e a moda de Tóquio – e a Revista FRUiTS, publicação que documentou a moda de rua japonesa.
Exposição | Sutorīto Fashion: moda das ruas
De 25 de junho a 20 de outubro
Terça a sexta, das 10h às 18h; sábados, domingos e feriados, das 10h às 19h
Período
25 de junho de 2024 10:00 - 20 de outubro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Japan House São Paulo
Avenida Paulista, 52 – Bela Vista, São Paulo - SP
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A exposição “E a cobra fumou: o Brasil na Segunda Guerra Mundial” conta a história da participação brasileira naquele conflito, com foco na Força Expedicionária Brasileira (FEB). Além das batalhas
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A exposição “E a cobra fumou: o Brasil na Segunda Guerra Mundial” conta a história da participação brasileira naquele conflito, com foco na Força Expedicionária Brasileira (FEB). Além das batalhas propriamente ditas, a exposição aborda temas diversificados, tais como: o papel das enfermeiras e do serviço de saúde; a importância das correspondências e jornais; e as músicas compostas pelos “pracinhas”.
Além do acervo variado, a exposição conta também com elementos interativos, como totens eletrônicos e fones de ouvido, com os quais os visitantes podem escutar músicas compostas na Itália pelos soldados.
Serviço
Exposição | E a cobra fumou: o Brasil na Segunda Guerra Mundial
De 26 de junho a 10 de agosto
Terça-feira a sábado, das 12h às 19h
Período
26 de junho de 2024 12:00 - 10 de agosto de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Centro Cultural Correios RJ
Rua Visconde de Itaboraí, 20, Centro – Corredor Cultural, Rio de Janeiro - RJ
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Tudo aquilo que nasce é também tudo aquilo que morrerá. É, a princípio, o que parece nos sussurrar o conjunto de obras inéditas apresentadas pela artista Marina Hachem (São Paulo,
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Tudo aquilo que nasce é também tudo aquilo que morrerá. É, a princípio, o que parece nos sussurrar o conjunto de obras inéditas apresentadas pela artista Marina Hachem (São Paulo, 1993), em sua primeira exposição individual na Casa Triângulo. Através de uma prática artística que transcende o plano bidimensional em obras que apresentam uma verdadeira vocação–e desejo–escultórico, a artista paulistana nos apresenta uma série de novas obras bidimensionais e três esculturas de sua autoria
À primeira vista, talvez seja a curiosidade pela dimensão formal o primeiro aspecto a nos atrair pelos trabalhos de Marina Hachem. Através de um peculiar processo que parte do plano pictórico–liso, ainda nu e virgem designificado–Hachem conjuga o uso de materiais a princípio díspares, ou pouco familiares entre si, de modo a torna-lós quase que alquimicamente pares, matérias perfeitamente casadas
O engenhoso processo da artista parte da utilização deum maquinário próprio da marcenaria para reforçar o que acima, chamamos de uma inequívoca e evidente dimensão escultórica destes trabalhos. Através do corte e da manipulação de superfícies de madeira–de modo similar a um método de desenho sobre este material–a artista esculpe formas que remetem a uma miríade sem fim de imagens próprias de seu imaginário ou advindas de referências fotográficas e de outras fontes.
Em um segundo estágio, há o papel incontornável do fogo. É através da queima destes relevos espaciais esculpidos em madeira que a artista atinge os robustos tons de preto que, em seguida, são banhados por materiais pouco convencionais como graxa e cera, responsáveis pela polidez do acabamento com que os tons escuros de suas obras fazem saltar os olhos daqueles que as observam
Por fim, por entre a superfície entrecortada das formas destes trabalhos, é aplicada uma camada de graute, um tipo especifico de concreto comumente utilizado na construção civil. Como em todo o transcorrer de seu fazer artístico aqui a artista empreende a complexa tarefa de destituir o material de seu aspecto primariamente bruto, fazendo um frutifero uso dos distintos tons de cinza revelados pelo concreto para que estes ganhem aspectos visualmente um tanto mais poéticos–estamos diante da superfície da Lua?, por exemplo, perguntamo-nos, encantados e perplexos.
É neste momento que, nós, visitantes desta espécie de sítio arqueológico do futuro criado no espaço expositivo em que nos encontramos situados, deixamos de nos ater aos aspectos formais de seus trabalhos. Se em um primeiro instante, nosso fascínio é capturado pela virtuosa capacidade de Hachem de mesclar materiais de origens distintase chegar em um resultado tão plasticamente refinado, passamos a nos entregar, então, apenas ao deleite da apreciação metafísica/metafórica de tudo aquilo que está a nos cercar, na presente exposição
É a dimensão poética do olhar de cada um que será capaz de ver, em formas radicalmente distintas entre si, raízes ou ruínas, formas orgânicas ou arquitetônicas, leitos de rio e também caminhos abstratos nas obras que preenchem as paredes do espaço expositivo
O que antes apresentava-se como um sussurro parece, em um momento avançado, ganhar considerável volume similar àquele presente no desejo das formas bidimensionais de ganharem o espaço real em que estamos a pousar nosos pés e o peso de nossos corpos
É o que revelam, por exemplo, as três esculturas situadas para além das paredes, criaturas fugitivas das superficies lisas e brancas do território que nos circunda. Feito rochas, repousam sobre o espaço com uma brutal leveza evidenciando a complexidade formal tamanha alcançada pela especificidade do processo engendrado pela artista
Já não sabemos–e tampouco nos importamos–se estamos situados em um jardim de plantas férteis e águas forte sou, quem sabe, em um longínquo terreno de fósseis e vestígios de tudo aquilo que restará num futuro não tão distante, quando a presença humana já não mais existir no planeta que hoje chamamos de Terra. Ainda além–sim é possível, não temos mais dúvidas!, estamos a vivenciar um outro insuspeito local, tão distante e talvez aqui tão perto, um território possível, enfim: o habitat natural da artista.
Marina Hachem (1993, São Paulo. Vive e trabalha em São Paulo). Formada em Artes Visuais pela Fundação Armando Alvares Penteado, em São Paulo, estudou também na Central Saint Martins, em Londres. Participou de exposições coletivas como Artista de Artista, Galeria Luisa Strina, São Paulo (2023) et tu Art Brut?,Andrew Edlin Gallery, New York (2018) e Novíssimos, IBEU Galeria de Arte, Rio de Janeiro, Brasil (2018). Realizou as exposições individuais Ensaio sobre o fim do mundo, curadoria de Agnaldo Farias, Galeria Lume, São Paulo (2022)Entrelinhas, curadoria de Maguy Etilin, Galeria Arte Hall, São Paulo (2016). Participou do programa de residência artistica da SVA, New York (2019).
Serviço
Exposição | Entre raízes e ruínas
De 27 de junho a 03 de agosto
Terça a Sexta das 10h às 19h. Sábado das 10h às 17h
Período
27 de junho de 2024 10:00 - 3 de agosto de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Casa Triângulo
Rua Estados Unidos, 1324, São Paulo - SP
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O Museu FAMA – Fundação Marcos Amaro – juntamente com o artista Renato Gosling, inaugura a exposição individual intitulada “A Verdade sobre a Nostalgia”. Curada por Jhon Voese, a exposição
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O Museu FAMA – Fundação Marcos Amaro – juntamente com o artista Renato Gosling, inaugura a exposição individual intitulada “A Verdade sobre a Nostalgia”. Curada por Jhon Voese, a exposição terá início em 29 de junho e permanece em exibição até 29 de setembro de 2024.
“A Verdade sobre a Nostalgia” mergulha nas profundezas da memória e da emoção, convidando o público a explorar a intersecção entre o passado e o presente através das obras de Gosling. Reconhecido por sua habilidade em capturar a essência da experiência humana, Gosling apresenta uma série de trabalhos que evocam sentimentos de nostalgia, mas também questionam a natureza da memória e da identidade Brasileira.
Segundo Voese, Renato procura problematizar a nostalgia, colocando em cheque lembranças de um passado que normalmente idealizamos. As obras partem de uma conexão afetiva, mas rapidamente chacoalham os espectadores ao apontar pontos de crítica.
“As obras em giz, por exemplo, evocam discussões formais, plásticas, um experimentalismo intuitivo do artista e do visitante, mas também nos levam para dentro de salas de aula que ainda se utilizam deste material, o que reflete certa precariedade em meio à era de novas tecnologias de comunicação. Seja como tecnologia antiga de comunicação, ou como meio lúdico na mão das crianças, o giz de calcário, está intimamente conectado com diversas gerações ainda hoje”, explica o curador.
Voese colaborou com Gosling na seleção das obras que compõem a exposição, criando uma narrativa visual coesa que guia os espectadores por uma jornada única e emocionante. O espectador irá se deparar com séries nas quais o artista se apropria de objetos e de imagens, furtando-lhes o significado original e usando de traquinagens como maquiar bois e lhes dar colares de doces, ou criando cenas com fósforos animados que aliviam o ar com certa espirituosidade.
Suspensos na sala ainda encontramos as serigrafias em linho com ícones, ídolos, celebridades homenageadas que permanecem como marcas em nossa memória. A reflexão iconológica a despeito do carinho pela lembrança também pode evocar questões de identificação e subjetividades que formam nossos eus.
Ao longo do espaço nos deparamos com objetos cobertos de giz, carteiras escolares e skates, mas também bolinhas de gude e peões, que emoldurados perdem o significado de meras brincadeiras para ganharem o status de retrato de uma época idealizada para alguns, imaginada para outros, inexistente para muitos. Ainda solto no espaço o jogo de amarelinha feito com as lentes de semáforos obsoletos que agem em uma dupla significância, as cores indicam o momento em que se pode ou não andar, bem como quais os momentos em que devemos ter atenção, algo tipicamente adulto, mas a forma da brincadeira infantil nos deixa tentados a desafiar o sistema e pular metaforicamente de uma “casa” para a outra em um pé só, testando nosso equilíbrio e com o único propósito de chegar até o final e retornar sem “pisar na linha”. Um aprendizado também de amadurecimento.
Fechando as séries apresentadas em A verdade sobre a nostalgia, estão os Orbes que com sua explosão de cores mostram uma faceta mais abstrata de Gosling e que também serve de chamado à atenção, mas que diferente do semáforo, estão mais para aspectos de calmaria em meio ao caos imagético contemporâneo.
A exposição estará aberta ao público no FAMA – Fundação Marcos Amaro, localizada na [endereço da FAMA]. Os visitantes poderão desfrutar das obras de Renato Gosling de terça-feira a domingo, das 10h às 18h na Sala 8.
Para mais informações sobre a exposição e eventos relacionados, visite o site da FAMA – Fundação Marcos Amaro em famamuseu.org.br
Serviço
Exposição | A Verdade sobre a Nostalgia
De 06 de julho a 09 de setembro
Quarta a Domingo, das 11h às 17h
Período
27 de junho de 2024 10:00 - 3 de agosto de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
FAMA Museu
Rua Padre Bartolomeu Tadei, 9 – Centro – CEP 13300-190 – Itu – SP
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A partir de 26 de junho será possível conhecer o pensamento da antropóloga, historiadora e filósofa brasileira Lélia Gonzalez (1935 – 1994). O Sesc São Paulo, em parceria com a
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A partir de 26 de junho será possível conhecer o pensamento da antropóloga, historiadora e filósofa brasileira Lélia Gonzalez (1935 – 1994). O Sesc São Paulo, em parceria com a Boitempo, inaugura o projeto Lélia em nós: festas populares e amefricanidade, na unidade Vila Mariana. A exposição, que fica em cartaz até 24 de novembro de 2024, foi inspirada pelo livro Festas populares no Brasil (que ganha nova edição pela Boitempo) e promove uma celebração da cultura afro-brasileira – ou amefricana, como propõe a autora – a partir de um recorte que estabelece diálogos e reflexões suscitados pela produção intelectual de Gonzalez, uma proeminente ativista do movimento negro brasileiro e importante teórica do feminismo negro, cuja morte completará 30 anos em 10 de julho de 2024.
Com uma seleção de produções contemporâneas e de diferentes períodos, reunida em cinco eixos temáticos, Lélia em nós: festas populares e amefricanidade apresenta pinturas, fotografias, documentos históricos, objetos, performances, instalações e vídeos de artistas como Alberto Pitta, Heitor dos Prazeres, Januário Garcia, Maria Auxiliadora, Nelson Sargento, e Walter Firmo, além de 12 trabalhos inéditos, de artistas como Coletivo Lentes Malungas, Eneida Sanches, Lidia Lisboa, Lita Cerqueira, Manuela Navas, Maurício Pazz, Rafael Galante e Rainha Favelada.
A mostra também apresenta um recorte de sonoridades e musicalidades, tanto do universo das festas e festejos brasileiros quanto das intervenções do DJ Machintown e do trombonista Allan Abbadia, além de registros fonográficos da discoteca pessoal de Lélia. Parte do acervo do Instituto Memorial Lélia Gonzalez (IMELG), a coleção reúne álbuns de artistas como Wilson Moreira e Nei Lopes, Luiz Gonzaga, Tamba Trio, Clementina de Jesus, Jamelão e Lazzo Matumbi
Partindo de conceitos teóricos desenvolvidos por Lélia Gonzalez, como a categoria político-cultural de amefricanidade – termo cunhado pela acadêmica em contraposição à ideia hegemônica de afro-americanidade para, segundo ela, “ultrapassar as limitações de caráter territorial, linguístico e ideológico” e redimensionar a influência da diáspora atlântica para a formação das Américas do Sul, Central, do Norte e Insular –, a mostra convida o público à compreensão do potencial da cultura popular afro-brasileira como tecnologia de identidade e resistência.
Com curadoria de Glaucea Britto e Raquel Barreto, a exposição foi inspirada pelas proposições feitas por Lélia Gonzalez em Festas populares no Brasil. Único título publicado em vida pela intelectual exclusivamente como autora, o livro foi publicado originalmente em 1987. A obra não foi oficialmente lançada no mercado, tendo sido patrocinada por uma empresa multinacional e distribuída como presente de fim de ano. No mês de abertura da exposição, a publicação ganhará nova edição da Boitempo, a primeira voltada à circulação no mercado editorial. Com textos da acadêmica que evidenciam laços indissociáveis entre Brasil e África por meio de manifestações populares como o Carnaval, o Bumba-Meu-Boi, as Cavalhadas e festas afro-brasileiras como as Congadas e o Maracatu, a obra reúne mais de cem imagens de cinco fotógrafos: Leila Jinkings, Marcel Gautherot, Maureen Bisilliat, Januário Garcia e Walter Firmo (os dois últimos, integrando a exposição). A nova edição inclui também materiais inéditos, textos de apoio, fac-símiles, prólogo de Leci Brandão, prefácio de Raquel Marreto, posfácio de Leda Maria Martins, texto de orelha de Sueli Carneiro e quarta capa de Angela Davis e Zezé Motta.
Serviço
Exposição | Lélia em nós: festas populares e amefricanidade
De 27 de junho a 24 de novembro
Terça a sexta, das 10h às 21h; aos sábados, das 10h às 20h; domingos e feriados, das 10h às 18h
Período
27 de junho de 2024 10:00 - 24 de novembro de 2024 21:00(GMT-03:00)
Local
Sesc Vila Mariana
Rua Pelotas, 141 - Vila Mariana – São Paulo - SP
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Ao chegar à Galeria Francisco Fino, em Lisboa, é possível ver logo na entrada um autorretrato, da artista carioca Panmela Castro. Nele alguns dos principais elementos formais do
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Ao chegar à Galeria Francisco Fino, em Lisboa, é possível ver logo na entrada um autorretrato, da artista carioca Panmela Castro. Nele alguns dos principais elementos formais do seu trabalho estão presentes: o escorrido que resulta das pinceladas rápidas que buscam captar o instante (uma tradição da pintura moderna impressionista), a habilidade em captar o ar que circunda a pessoa retratada. As plantas, as luminárias, a atmosfera de um jardim. Um espaço que por si só, carrega uma série de camadas históricas que vão também tocar na tradição artística europeia do século XVIII e sua disputa entre a natureza como algo controlável pela ação humana ou então como o lugar do insubmisso. Não estamos em um jardim qualquer. Os pincéis, a paleta de cores, tudo nos faz entender que esse jardim é o lugar de processo e criação da artista. Panmela, em seu autorretrato, surge em posição ao mesmo tempo relaxada e absorta. Seus olhos miram um livro. Não qualquer livro! Em suas mãos, está o que seria um exemplar da obra definidora de Gayatri Spivak, que traz no título a pergunta retórica que conduziu grande parte dos pensadores interessados em fundar uma outra forma de compreensão do mundo: “Pode o subalterno falar?”.
Surge outra pista que pode nos conduzir pela exposição. O jardim não está situado em um lugar neutro. A neutralidade não existe. E como tal, não é possível deixar de lado, o fato de que a série de pinturas, apresentadas na galeria, surgiu em um jardim lisboeta. Acima de tudo, em um jardim português. É em Portugal que a figura da artista empunha o livro de Spivak, e isso muda tudo: O que está em jogo quando a artista brasileira e negra Panmela Castro cruza o atlântico e resolve se encontrar com um conjunto de pessoas negras, brancas, afro-asiáticas, asiáticas, pessoas cisgêneras, trans, não binárias, portugueses, africanos, migrantes, e esse encontro se dá em Portugal? Pois é exatamente nesse momento que por entre as arquiteturas do jardim, se vê surgir um oceano. *
Sabemos todos que nos rastros do projeto colonial português, uma série de existências foram retiradas dos seus lugares de origem e carregadas à força para territórios dominados pela coroa; Terras em África foram retiradas de seus antigos donos para fazer desses pedaços de mundo, um lugar de domínio, extração de riquezas e mão de obra a serviço do império português. O Oceano foi a estrada por onde Portugal planejou submeter parte do mundo. Mas lembremos também que toda a tentativa de submissão tem de lidar com o insubmisso, com aquilo que não se dobra.
Aos poucos, o oceano Atlântico foi também virando um espaço que não mais se submetia apenas à ideia de fronteiras nacionais, estabelecidas por europeus que se queriam descobridores do que sempre esteve em seu lugar. Acima e abaixo da água, uma série de tradições foram criadas. E foi dessa maneira que um mundo de práticas, linguagens e culturas, foi se tramando por entre sussurros, trocas, estratégias de sobrevivência. O Brasil, país de Panmela Castro, foi nesse fluxo deixando de ser a principal colônia portuguesa para se tornar o principal destino de homens e mulheres negras que fundaram o maior processo de deslocamento forçado já experienciado pela humanidade: a diáspora africana.
Ora, como só poderia acontecer, essas vidas desviadas não ocuparam apenas o território dominado. Elas também refutaram o dominador, ameaçando-lhe a supremacia pelo interior de suas antigas cidades, ruas, casarios, jardins. Portugal e a cidade de Lisboa foram vendo surgir gentes que escapavam dos seus padrões europeus e, com elas, vozes e saberes que foram relegados ao lugar da subalternidade. No entanto, os subalternos que chegaram (e seguem chegando) falam. E não apenas falam. Eles criam e recriam linguagens artísticas, modos de existir, formas de redesenhar a vida. *
Panmela Castro opera a transformação do jardim em oceano, pois lançando mão dos seus processos de deriva afetiva, reúne um coro de vozes e existências que são resultados do mundo inventado pela água salgada do Atlântico. As pessoas que agora ela encontra e com quem cria, ao chegar ao jardim, trazem a porção oceânica de suas histórias. Trazem consigo deslocamentos feitos pela história dos seus corpos e dos corpos daqueles que lhes antecederam. Suas vidas são a prova concreta de que subalternidade foi tentativa.
Seus encontros, que podem durar diferentes tempos, são a base para seus retratos. O que essas pinturas trazem são o oposto da ideia de imobilidade. De alguém que “posa” para outro que o representa. Se o retrato é canonicamente pensado como o instante em que alguém paralisa e se torna o objeto a ser captado pelo pintor, essa noção não se aplica à operação poética que faz de um jardim, o oceano.
As pinturas aqui expostas são o registro de uma performance feita para ativar encontros. Cada pessoa aqui representada foi também agente criador da sua própria imagem. Esses retratos não são a narrativa única e excludente de uma pintora sobre corpos que a ela se submetem. Tão pouco são as verdades absolutas de seus retratados. O que temos é o resultado de um ato de plena confiança no poder de se estar junto; de se estar com; de lançar uma proposição e com ela se abrir ao acaso. Panmela é uma performer. Uma performer que, é também, uma grande pintora. Uma artista de sofisticada habilidade e repertório artístico.
Em uma de nossas conversas, a artista me trouxe uma outra dimensão de seu processo, que de alguma maneira me escapava. Ela me contava que essas pessoas nas pinturas são também partes de uma rede. Uma rede ampla de afetos que começa nos encontros e se expande para as dimensões da vida cotidiana. Ela me narrava histórias vividas entre ela e algumas daquelas que aparecem nos retratos dessa exposição. Me contava também sobre como cada uma dessas vidas se conectava com outras que vinham aos seus encontros e como, para ela, esse é um processo que nos leva a um outro ato: a própria exposição e suas celebrações: Uma manhã, tarde ou noite de abertura, quando essas pessoas juntas, vendo a multidão de vozes que surgiram por entre conversas, pinceladas que escorrem e afetos, veem não somente os retratos, mas a enorme rede que expressam. E nesse momento, aqueles que eram os subalternos celebram e relembram que com a força do que fazemos juntos, é possível fazer de um jardim em Lisboa, o próprio Atlântico. De um jardim, um infinito oceano
Exposição | Do Jardim, um Oceano
De 27 de junho a 14 de setembro
Terça a sexta, das 12h às 19h; sábados, domingos e feriados, das 14h às 19h
Período
27 de junho de 2024 12:00 - 14 de setembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Francisco Fino
Rua Capitão Leitão, 76, 1950-052 Lisboa - Portugal
Detalhes
“A arte e a medicina estão intrinsecamente ligadas. Ambas exigem um olhar atento, uma mão precisa e, acima de tudo, atenção aos detalhes. Detalhes estes que me fizeram desenvolver
Detalhes
“A arte e a medicina estão intrinsecamente ligadas. Ambas exigem um olhar atento, uma mão precisa e, acima de tudo, atenção aos detalhes. Detalhes estes que me fizeram desenvolver uma técnica que intitulei “risca e rabisca”, que se trata de uma grande quantidade de minúcias, na forma de milhares de pequenos desenhos”, conta Kuroiwa.
O resultado da técnica é uma obra que convida espectadores a duas contemplações. À distância, o observador vislumbra o tema central de uma narrativa múltipla, como uma paisagem, uma figura humana e até figuras criadas a partir da imaginação do autor. Ao se aproximar, contudo, há uma multiplicidade de narrativas distintas, na forma das centenas de pequenos desenhos interligados, que convidam o observador a interpretar a criação a partir de suas próprias vivências e emoções.
A mão precisa, por sua vez, é explorada na técnica do bordado, presente em quatro obras expostas na mostra. “Nesta técnica, a agulha substitui o pincel, e as linhas multicoloridas as tintas”, explica o artista.
“Costumo dizer que é impossível esperar que alguém se emocione com uma obra sem que você mesmo a crie com emoção. Por isso, espero que aqueles que puderem comparecer à exposição possam, na rede de metáforas, alegorias e hipérboles, decifrar todas as histórias que se entrelaçam”, conclui.
Serviço
Exposição | Em Detalhes
De 29 de junho a 27 de julho
Segunda a sexta, das 9h às 18h. Aos sábados, das 9h às 17h
Período
29 de junho de 2024 09:00 - 27 de julho de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Associação Paulista de Medicina
Av. Brigadeiro Luís Antônio, 278 - Bela Vista, São Paulo - SP
Detalhes
“Pensar a natureza por meio da arte é um caminho magnífico para sensibilizar as pessoas sobre sua importância, e Efrain Almeida desenvolve um trabalho poético em torno deste tema como
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“Pensar a natureza por meio da arte é um caminho magnífico para sensibilizar as pessoas sobre sua importância, e Efrain Almeida desenvolve um trabalho poético em torno deste tema como poucos”, afirma a secretária de Estado da Cultura, Luciana Casagrande Pereira. “É uma honra para o Paraná receber, no MON, essa exposição individual que com certeza vai nos emocionar e nos conectar não apenas com a natureza, mas também com a cultura popular do sertão brasileiro”, comenta.
A diretora-presidente do MON, Juliana Vosnika, explica que ao realizar essa inédita exposição o Museu Oscar Niemeyer traz um jardim para o interior da sala expositiva. “Aqui certamente haverá uma troca silenciosa entre artista e visitante”, diz
Ela ressalta que, “numa feliz coincidência”, a exposição “O Jardim” acontece simultaneamente à instalação do projeto “MON sem Paredes”, em que o Museu rompe o seu limite físico. Com um parque de esculturas interativas na área externa, o MON abraça o público e o convida a entrar.
“Com seus pássaros, casas, ninhos, árvores e diversos outros animais, Efrain nos conecta a uma natureza íntima, o que pode servir como um antídoto ao esquecimento e às efemeridades contemporâneas. Esculturas, instalações, pinturas e bordados evocam cenas simples que nos fazem entrar em contato com a nossa essência”, afirma Juliana.
O curador Bitu Cassundé explica que a exposição, além de apresentar diferentes períodos da produção de Efrain, compreende também a transição que se estabelece nos projetos escultóricos do artista. “Vai da produção em madeira ao bronze, além de contemplar outras técnicas trabalhadas por ele, como pintura, bordado e desenho”, comenta.
A exposição dá prosseguimento à pesquisa que se inicia em 2020 e se desdobra no documentário “Ensaio para outros Instantes” (2021) e na exposição Encarnado (2023), apresentada no Centro Cultural do Cariri, em Crato (CE). “Ambos os trabalhos discutem o corpo, o sagrado e o território a partir de Canindé e Juazeiro do Norte, importantes centros religiosos daquele estado”, informa Cassundé.
Serviço
Exposição | Fazer muitas coisas com uma coisa só
De 29 de junho a 04 de agosto
Terça, das 9h às 20h, Quarta a sexta, das 9h às 17h | Último sábado do mês, das 10h às 16h
Período
29 de junho de 2024 09:00 - 4 de agosto de 2024 20:00(GMT-03:00)
Local
Pinacoteca Municipal de São Bernardo do Campo
R. Kara, 105 - Jardim do Mar. São Bernardo do Campo - SP
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A Galeria Alma da Rua I inaugura a exposição “Antigos Agoras” do artista Rocket, com abertura marcada para o dia 29 de junho, às 16h. A mostra fica em cartaz
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A Galeria Alma da Rua I inaugura a exposição “Antigos Agoras” do artista Rocket, com abertura marcada para o dia 29 de junho, às 16h. A mostra fica em cartaz até 31 de julho, oferecendo ao público uma perspectiva única sobre a evolução da arte urbana e as influências que moldaram o trabalho do grafiteiro.
“Antigos Agoras”, sob curadoria de Tito Bertolucci e Lara Pap, propõe uma reflexão sobre cenas e ideias que evocam memórias e experiências passadas, muitas vezes despercebidas no cotidiano. Este conceito dialoga com a história da arte urbana, que sempre buscou capturar e refletir as dinâmicas sociais e culturais das cidades. A técnica de Rocket, que utiliza humanoides como elemento central, propõe uma nova interpretação da figura humana e suas interações com o espaço e as cidades. Seu estilo se alinha à tradição da arte de rua, que historicamente tem sido uma forma potente de expressão e resistência cultural.
Rocket, nascido no bairro Jardim São Pedro, no extremo leste de São Paulo, iniciou sua prática no grafite em 2006. Suas primeiras influências vieram do movimento Hip-Hop, dos amigos e da rebeldia típica da adolescência. Integrante da crew de grafite OTM, Rocket desenvolveu um estilo distintivo que se concentra na criação de personagens humanoides, caracterizados por traços respingados, cores vibrantes e anatomias não convencionais.
A exposição na Galeria Alma da Rua I oferece uma oportunidade valiosa para explorar a trajetória do grafite e sua influência na cultura contemporânea. A galeria, conhecida por seu apoio à arte urbana e seus criadores, reafirma seu compromisso com a promoção e valorização deste movimento cultural.
Serviço
Exposição | Antigos Agoras
De 29 de junho a 31 de julho
Segunda a domingo, das 10 às 18h
Período
29 de junho de 2024 10:00 - 31 de julho de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Alma da Rua
Rua Gonçalo Afonso 96 Beco do Batman, Vila Madalena, São Paulo - SP
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A exposição de Dragos tem organização da galeria em parceria com Laymert Garcia dos Santos, que também assina o texto crítico, e procura promover uma recuperação histórica desse artista singular,
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A exposição de Dragos tem organização da galeria em parceria com Laymert Garcia dos Santos, que também assina o texto crítico, e procura promover uma recuperação histórica desse artista singular, que viveu e produziu durante mais de quatro décadas no Brasil, reunindo um conjunto de pinturas de uma de suas fases mais expressivas, datada principalmente da década de 1980. Junto às pinturas de Dragos, serão apresentadas de maneira inédita no Brasil as impressionantes esculturas em cerâmica de Seyni Awa Camara, comentadas em texto crítico de Luciara Ribeiro. Oriundos de realidades distintas, as pinturas de Dragos e as esculturas de Seyni encontram-se pela primeira vez no mesmo espaço, uma oportunidade que procura refletir de que maneira o inconsciente se expressa através dasformas. A expografia é assinada por Lucas Jimeno Dualde.
Nascido em 1931 em Cetatea-Alba, cidade romena na Bessarábia que fazia parte da União Soviética na época, Nicolai Dragos entrou no cenário artístico de seu país ainda jovem, em Bucareste. No final da década de 1940, já interessado em estudar pintura, conheceu Rudolf Schweitzer-Cumpana (1886–1975) e Corneliu Baba (1906–1997), dois dos pintores mais relevantes de seu país. Nesse período, desenvolveu interesse também pelo expressionismo, realizando em 1952 uma viagem à Bruxelas que se tornaria seminal em seu percurso artístico. Permaneceu dois meses estudando na capital belga, onde teve contato com a obra de protagonistas do conhecido grupo CoBrA, formado por artistas de Copenhage, Bruxelas e Amsterdam. O grupo ofereceu novas referências estéticas para Dragos, com práticas semi-figurativas e gestuais e, no limite, toda uma relação com o método e a fatura da pintura com a qual o jovem artista se identificou, adotando nas décadas posteriores.
A partir de sua primeira individual em Bucareste em 1954, Dragos passou a participar de diversas individuais e coletivas em instituições e galerias de cidades como Sofía, Paris, Bruxelas, Düsseldorf, Colônia, Le Havre, Istambul, Varsóvia, entre outras. Emigrou para o Brasil junto à sua esposa em 1976, e, nos anos subsequentes, suas obras circularam por diversas exposições, mas já num período em que seu trabalho como médico patologista passava a ocupar maistempo de sua rotina, no que sua produção artística ficou em segundo plano – apesar do artista nunca ter parado de produzir.
Seyni Awa Camara é uma ceramista senegalesa, residente em Bignona, na região de Casamance, sul do país. Na comuna de Oussouye, na mesma região, passou a realizar os primeiros trabalhos com cerâmica, conhecimento transmitido ali de forma hereditária entre as mulheres, que historicamente produzem utilitários como cântaros, pratos e potes de tabaco. Seyni é um caso substancial que rompe com essa corrente milenar, indo além das produções características da região e produzindo esculturas nas quais figuram representações femininas totêmicas, com pequenas cabeças e corpos que se acumulam uns sobre os outros, o que confere altura às peças. Com uma obra permeada pelas tradições animistas do povo Diola (majoritário na região de Casamance), Seiny edifica seus trabalhos com ligações explícitas com o divino – também referente ao Islamismo, sua religião. Cria assim motivos que derivam principalmente das suas visões, abrangendo animais de diferentes escalas e híbridos de bicho-gente.
Tanto Dragos quanto Seyni trabalham o inconsciente, ainda que criando diferentes resultados em suportes distintos. Na pintura de Dragos, sempre surge um figural que nunca se consuma numa figura acabada, enquanto Seyni cria suas esculturas no sentido oposto, engendrando signos variados no topo de suasfigurastotêmicas. Ambos os artistas exploram, cada qual em sua linguagem, o âmago do gesto. Dragos trabalha a partir de um caráter embrionário na pintura, realizando suas obras com as telas pintadas diretamente no chão, enquanto Seyni cria suas esculturas concebendo o seu animismo que lhe é particular, representando e aludindo seus antepassados para dar caminho às gerações porvir. Em diferentes latitudes, os artistas exploram os limites do sublime, onde tudo se cria e se deforma. Criadores de realidades inimagináveis, os dois artistas sugerem, aqui, representações das formas múltiplas de seus inconscientes.
Serviço
Exposição | Nicolai Dragos e Seyni Awa Camara
De 20 de junho a 03 de agosto
Segunda a domingo, das 10 às 18h
Período
29 de junho de 2024 10:00 - 31 de julho de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Gomide & Co
Avenida Paulista, 2644 01310-300 - São Paulo - SP
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Prestes a celebrar 50 anos de carreira o artista Luiz Braga inaugura sua quinta exposição individual na Galeria Leme, em uma parceria de longo tempo. A mostra Luiz Braga: Colorista
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Prestes a celebrar 50 anos de carreira o artista Luiz Braga inaugura sua quinta exposição individual na Galeria Leme, em uma parceria de longo tempo. A mostra Luiz Braga: Colorista apresenta um recorte na produção do artista, focado muito mais na cor do que na temática social de seu trabalho. Neste cenário, Braga se desprende da figuração e mergulha nas cores ocultas do cotidiano de sua terra, o Pará.
Os diálogos propostos na mostra ilustram esta vertente do trabalho do artista, encontrando intersecções com obras pictóricas de Paulo Pasta e Alfredo Volpi, nas quais aproxima suas fotografias às técnicas da pintura. Para isso, Braga realça o campo de luz da região como uma materialidade pincelada pelas lentes de sua câmera.
Em uma região como Marajó, onde nas pequenas vilas ribeirinhas as casas não tem números mas sim cores diferentes para sua identificação, Luiz explora toda esta luz e a riqueza desta vasta paleta exibida na ilha e em seu cotidiano.
Luiz Braga não é fotógrafo por denominação, mas sim por ser – como ele próprio diz – “um pintor que escolheu a câmera, assumindo o desafio que seria pintar com a luz.”
Serviço
Exposição | Luiz Braga: Colorista
De 29 de junho a 10 de agosto
Terça a sexta, das 10h às 19h, sábados, das 10h às 17h.
Período
29 de junho de 2024 10:00 - 10 de agosto de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Leme
Av. Valdemar Ferreira, 130 - São Paulo - SP
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O MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand apresenta a exposição Catherine Opie: o gênero do retrato, com obras de um dos principais nomes da fotografia internacional
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O MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand apresenta a exposição Catherine Opie: o gênero do retrato, com obras de um dos principais nomes da fotografia internacional contemporânea. Catherine Opie (Sandusky, Ohio, EUA, 1961) foi uma das precursoras na discussão sobre questões de gênero entre o fim dos anos 1980 e o início dos anos 1990. Sua produção dialoga com a tradição do retrato – um dos mais tradicionais gêneros da pintura ocidental – de modo a dar legitimidade a novos corpos, subjetividades e experiências que emergem na sociedade contemporânea. Em suas fotografias, Opie retrata diversas expressões e subjetividades de indivíduos e coletivos que se identificam com gêneros e orientações sexuais diversas, especialmente pessoas queer.
Com curadoria de Adriano Pedrosa, diretor artístico, MASP, e Guilherme Giufrida, curador assistente, MASP, a mostra é a primeira da artista no Brasil, e reúne 63 fotografias de suas séries mais emblemáticas, desenvolvidas ao longo de mais de três décadas. Os retratos de Opie figuram ao lado de 21 importantes pinturas da coleção do MASP, entre elas, de Pierre-Auguste Renoir, Hans Holbein, Anthony van Dyck e Van Gogh. As obras são apresentadas em diálogo com o objetivo de acentuar os diálogos, tensões e reformulações aos quais o trabalho de Opie se propõe, além de desdobrar a predileção pela arte figurativa, marca da coleção do museu.
A artista explora o gênero clássico do retrato assumindo algumas de suas características, – fundo neutro, os gestos com as mãos, as expressões e os enquadramentos – e adiciona novos elementos, como a diversidade de gênero, as práticas sexuais, os corpos distintos e os relacionamentos familiares homossexuais. “É fundamental que todos os seres humanos sejam legitimados, isso é necessário para a inclusão de todas as pessoas, para a humanidade. Ao utilizar a estética tradicional do retrato, conforme a minha visão sobre a retratística, busco manter o espectador envolvido na obra durante a observação. Além disso, é uma forma de redefinir o corpo queer dentro de uma formalidade conhecida, e não tratar apenas de uma fotografia documental”, comenta Catherine Opie.
Serviço
Exposição | Catherine Opie: o gênero do retrato
De 05 de julho a 27 de outubro
Terças grátis e primeira quinta-feira do mês grátis; terças, das 10h às 20h (entrada até as 19h); quarta a domingo, das 10h às 18h (entrada até as 17h); fechado às segundas.
Período
29 de junho de 2024 10:00 - 10 de agosto de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
MASP
Avenida Paulista, 1578, São Paulo
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Luise Weiss apresenta em “Paisagens Desconhecidas” mais de trinta novas pinturas em acrílica sobre tela ou painel de madeira. Com curadoria de Fernando Stickel, a mostra reúne, além desses quadros,
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Luise Weiss apresenta em “Paisagens Desconhecidas” mais de trinta novas pinturas em acrílica sobre tela ou painel de madeira. Com curadoria de Fernando Stickel, a mostra reúne, além desses quadros, xilogravuras e fotomontagens, refletindo de forma ampla a produção artística desta fotógrafa, gravadora, pintora e professora de renome.
Suas obras expressam lembranças de viagens que nunca fez, de lugares que pode até ter conhecido ou visto, mas que foram se tornando apenas sensações. Fotografias antigas de família são referência fundamental em seu trabalho, em especial a partir de 2001, quando visita a Áustria, terra de seus antepassados, e refotografa alguns dos locais onde viveram.
Luise Weiss é natural de São Paulo e graduada em artes plásticas pela ECA/USP, onde concluiu mestrado e doutorado, este com a tese “Retratos Familiares: in Memorian”. Construiu uma carreira docente notável lecionando na Pinacoteca do Estado de São Paulo, nas universidades Faam, Mackenzie e Unicamp, na qual desenvolveu sua livre-docência. Foi agraciada com a Bolsa Vitae pelo projeto “Fragmentos”.
PAISAGENS DESCONHECIDAS
Texto do curador Fernando Stickel
A saga de Luise Weiss continua nos mares revoltos, no desconhecido, na angústia. Mas ela fala também de uma viagem que nunca fez, que lugares são esses? São lugares em que eu posso até ter vivido, posso ter visto.
– Eu nunca fui, esse porto não existe!
Algumas coisas são apenas sensações, lembranças de travessias, mares com temporais, com sensação de enjoo, medo e fascínio. Ela pensou muito nisso. Tem paisagens, baseadas em fotografias antigas PB que são um ponto de partida, ela fica observando e cria.
Luise sempre trabalhou com séries. Ela vê toda a produção como se estivesse observando um livro aberto. Não é só uma tela, são várias telas. Não é uma gravura somente, são várias. Uma coisa vai gerando a outra, de um porto a outro porto. Mesmo que o porto não exista.
Sua paleta reflete a inquietação do desconhecido, gosta de ocres, cinzas, pretos, com um súbito grito em vermelho! Em algumas pinturas coloca camadas com base no “momento”.
Entre abstração e figura, ela se sente muito mais atraída pela figura. Destaca que sempre trabalhou com pouco tempo, resistindo, abrindo o pouco tempo disponível para realizar suas criações. Tempo de sedimentar o que se quer fazer.
Mas operacionalizar a pintura é rápido! “Tem uma coisa da pincelada, que às vezes tem que ser mais rápida”. Algumas pinturas, resolve de primeira, outras necessitam de mais observação e interferência. As que precisam ser mexidas, ela mexe sem medo colocando camadas e relacionando pinturas e gravuras.
Serviço
Exposição | Paisagens Desconhecidas
De 29 de junho a 24 de agosto
Terça a sexta das 10h às 18h, sábados das 11h às 15h
Período
29 de junho de 2024 10:00 - 24 de agosto de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Espaço Fundação Stickel
Rua Nova Cidade, 195 – Vila Olímpia - SP
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A arte do pós-guerra buscou construir novas utopias a partir do fracasso dos projetos iniciais modernistas. As pesquisas abstratas se desenvolveram em diferentes lugares como resposta a essas necessidades. A
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A arte do pós-guerra buscou construir novas utopias a partir do fracasso dos projetos iniciais modernistas. As pesquisas abstratas se desenvolveram em diferentes lugares como resposta a essas necessidades. A migração de artistas e pensadores do velho mundo para às Américas pulverizou uma hegemonia europeia de séculos e transformou ambientes e trajetórias. Além disso, as inovações industriais mudaram definitivamente as relações de criação, produção e consumo
No Brasil, a década de 1950 consolida princípios modernos e uma promessa de nação que teve como símbolo a construção de Brasília. A interação com vanguardas internacionais extinguiu o regionalismo e ampliou as possibilidades no campo da criação abstrata. As experiências mais formalistas se organizaram em grupos, movimentos, manifestos e propostas teorizadas. Outros artistas se aventuraram em expressões mais gestuais, líricas, ou composicionais, com um destaque para a contribuição nipônica que incorporou tanto o grafismo dos ideogramas como a consciência do vazio própria datradição japonesa.
No ocaso das utopias modernas, o século XX se desenvolveu entre grandes conquistas sociais e democracias fragilizadas. As duas únicas telas pintadas por Oscar Niemeyer, presentes nesta exposição, retratam a capital federal em ruínas numa impactante imagem premonitória. Realizadas no trágico ano de 1964, elas ilustram o paradoxo entre o projeto e a realidade.
Esta mostra, realizada em 2023 no Rio de Janeiro e em itinerância agora em São Paulo, reúne produções de diferentes naturezas, matrizes e inquietações. Como provocação curatorial e objeto de estudo, são trajetórias fundamentais para a compreensão das bases que sustentam nossa produção artística contemporânea e que fazem partedas nossas tantas histórias da arte
Marcus de Lontra Costa e Rafael Fortes Peixoto
Serviço
Exposição | Abstrações Utópicas
De 29 de junho a 31 de agosto
Terça a sexta-feira, de 11 às 19h, sábados, de 11 às 17h
Período
29 de junho de 2024 11:00 - 31 de agosto de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Danielian Galeria
Rua Major Rubens Vaz Gávea, 414 - Rio de Janeiro - RJ
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Para marcar os 20 anos da Casa Museu Carlos Scliar, foi inaugurada a exposição “Os Artivistas: Carlos Scliar e Cildo Meireles”, que une, pela primeira vez, a obra desses dois
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Para marcar os 20 anos da Casa Museu Carlos Scliar, foi inaugurada a exposição “Os Artivistas: Carlos Scliar e Cildo Meireles”, que une, pela primeira vez, a obra desses dois importantes artistas. “O Scliar foi fundamental na minha vida”, afirma Cildo Meireles sobre o amigo falecido em 2001. Com curadoria de Cristina Ventura, coordenadora da casa museu, serão apresentadas cerca de trinta obras, sendo algumas inéditas, que cobrem um período que vai desde a década de 1940 até 2021. Completam a mostra obras participativas, inspiradas nos trabalhos dos dois artistas. A exposição, que terá entrada gratuita até o final do mês de agosto, é apresentada pelo Governo Federal, Ministério da Cultura, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro através da Lei Paulo Gustavo.
“A ideia é provocar no espectador um convite á reflexão, instigada pela atualidade das questões tratadas pelos artistas em suas obras. Temas como: crimes de estado, meio ambiente, guerra, valor monetário, entre outros. Nosso propósito é que a pessoa pense sobre o seu papel no mundo de hoje”, diz a curadora Cristina Ventura.
As obras de Cildo Meireles e Carlos Scliar serão expostas juntas, como uma grande instalação, sem seguir uma ordem cronológica. São pinturas, desenhos, colagens, estudos, gravuras, objetos e vídeos. De Cildo, estarão as notas “Zero Dólar” (1984) e “Zero Cruzeiro” (1978), a instalação sonora “Rio Oir” (2011), o vídeo “15 segundos” (2021), em homenagem a Marielle Franco, entre outras obras. De Scliar, destacam-se os desenhos “Levante do Gueto de Varsóvia” (1957) e SOS (1989), além de desenhos e estudos, alguns inéditos, que tratam de temas como a cultura afro-brasileira e o holocausto. “Sou um grande admirador dos desenhos do Scliar, acho que ele era um desenhista dos mais talentosos do Brasil, verdadeiramente sensível”, afirma Cildo Meireles.
Na mostra, estará, ainda, a matriz da capa da Revista Horizonte, feita por Scliar em 1952, onde se lê: “Assine Apelo Paz”. “A Segunda Guerra Mundial o marcou muito, Scliar foi pracinha, atuou como cabo de artilharia. No período pós-guerra participa ativamente de movimentos a exemplo o Congresso pela paz ocorrido na antiga Tchecoslováquia, a mensagem trazida na obra é fundamental”, diz a curadora. Uma reprodução tátil desta matriz fará parte da exposição para que o visitante possa manuseá-la. Também estará na exposição um texto inédito do artista, da década de 1980, narrado pela cantora e compositora Marina Lima. No documento, Scliar expressa sua indignação e cansaço diante da nossa construção histórica. A artista cresceu vendo obras de Scliar, colecionadas por seu pai, segundo Marina, “uma imagem afetiva que nunca esqueço”. A gravação foi feita especialmente para a exposição.
Com trajetórias diversas, Carlos Scliar e Cildo Meireles se conheceram em 1966. “A partir do nosso primeiro encontro, onde mostrei meus desenhos, ele se interessou em mostrar esses trabalhos para alguns colecionadores e a partir daí praticamente me financiou. Sempre foi uma pessoa de uma generosidade muito grande, não só no meu caso, mas também com outros artistas jovens que estavam iniciando. Ele era uma pessoa de um entusiasmo intrínseco, estava sempre incentivando, sempre apoiando”, conta Cildo Meireles. Os dois foram muito amigos durante toda a vida e, em diversos momentos, tratam de questões similares em seus trabalhos, como no período da ditadura militar. Outras questões também convergem na produção dos dois: a icônica obra “Zero Dólar”, de Cildo Meireles, traz a imagem do Tio Sam, personagem que aparece sobrevoando a Amazônia com asas pretas, como se fosse um urubu, na obra SOS, de Carlos Scliar.
Serviço
Exposição | Os Artivistas: Carlos Scliar e Cildo Meireles
De 29 de junho a 01 de junho de 2025
Terça a sexta das 14h30 às 18h. Sábados das 15h30 às 19h
Período
29 de junho de 2024 14:30 - 1 de junho de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
Casa Museu Carlos Scliar
Rua Marechal Floriano (Orla Scliar), 253 – Cabo Frio - RJ
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“Os Super-Heróis Negros Brasileiros” é uma exposição pensada para mostrar a importância da cultura afro-brasileira através do quadrinho, e a qualidade de produção dos personagens. Ao contrário do que se possa
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“Os Super-Heróis Negros Brasileiros” é uma exposição pensada para mostrar a importância da cultura afro-brasileira através do quadrinho, e a qualidade de produção dos personagens. Ao contrário do que se possa pensar, são ricos em características e diversidade, existindo já há dois séculos e povoando as imaginações de todas as idades.
A cultura afro-brasileira, um dos pilares mais significativos da identidade e história do Brasil, estará representada por 21 super heróis, de quadrinistas de todo o Brasil, com diversos super poderes, representando suas vivências diversas, voltados para o público de todas as idades. O visitante poderá também conhecer as publicações e assistir a palestras com criadores como Valu Vasconcelos, Ropram, Ellyan Lopes e o CEO da Editora Kimera, Vanderlei Sadrack, o Stan Lee brasileiro.
A exposição, com curadoria de Paula Ramagem e co-curadoria de Adalberto Bernardino, Erick Lustosa e Raphael Gomide, vem para resgatar o antigo que nunca deixou de existir e apresentar o novo, que surge com novas ideias a cada dia.
Serão expostos personagens de quadrinhos, de super-heróis brasileiros negros. Considerada como a nona arte, o objetivo é trazer à luz sua importância em nossa história, ancestralidade, sua humanidade e seus super poderes.
Serviço
Exposição | Os Super-Heróis Negros Brasileiros
De 02 a 28 de julho
Terça a domingo, das 10h às 17h
Período
2 de julho de 2024 10:00 - 28 de julho de 2024 17:00(GMT-03:00)
Local
MUHCAB
Rua Pedro Ernesto, 80 - Gamboa - RJ
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Thalassa é, na mitologia grega, uma das primeiras a personificações femininas do mar Mediterrâneo, mãe de todos os peixes e seres que habitam a vida marítima. “Nesta série, o mar
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Thalassa é, na mitologia grega, uma das primeiras a personificações femininas do mar Mediterrâneo, mãe de todos os peixes e seres que habitam a vida marítima. “Nesta série, o mar é o elemento central. Nas fotografias, às vezes, o autorretrato aparece fragmentado, e me corporifica como matéria frágil e forte da natureza. Utilizo sombras difusas, alto contraste, catalogação de seres marinhos que se metamorfoseam em outros seres, evocando uma ideia onírica no campo surrealista”, explica a fotógrafa, que recebeu apoio curadorial de Eder Chiodetto para esta exposição.
O Nova Fotografia é um projeto anual do MIS que seleciona, através de convocatória aberta ao público, seis novos fotógrafos para uma exposição individual no museu. A seleção fica a cargo do Núcleo de Programação, com supervisão e coordenação da curadoria geral do MIS. São selecionadas séries fotográficas inéditas, de profissionais que se destacam por sua originalidade técnica e estética. Após o período em exposição, as séries escolhidas passam a integrar o acervo do MIS.
Serviço
Exposição | Visita ao acervo #4 – Diálogos
De 02 de julho a 11 de agosto
Terças a sextas, das 10h às 19h, sábados das 10h às 20h, domingos e feriados, das 10h às 18h
Período
2 de julho de 2024 10:00 - 11 de agosto de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Museu da Imagem e do Som - MIS
Av. Europa, 158, Jd. Europa São Paulo - SP
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Michel Zózimo inaugura a individual Livro Verde no Instituto Ling. Com curadoria de Gabriela Motta, a exposição traz desenhos e colagens de recortes retirados de antigas enciclopédias de ciências naturais. O
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Michel Zózimo inaugura a individual Livro Verde no Instituto Ling. Com curadoria de Gabriela Motta, a exposição traz desenhos e colagens de recortes retirados de antigas enciclopédias de ciências naturais.
O trabalho de Zózimo parte da pesquisa sobre o natural e onírico. O artista investiga imagens que povoam o encantamento, formações geológicas, alquimia, efeitos visuais e pesadelos. Michel Zózimo participou do 36º Panorama da Arte Brasileira do Museu de Arte Moderna (São Paulo, 2019), da 9ª Bienal do Mercosul (Porto Alegre, 2013), e do Festival Vídeobrasil (São Paulo, 2013). Suas obras integram as coleções da Pinacoteca de São Paulo, Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires, Museu de Arte do Rio, Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul e Fundação Vera Chaves Barcellos.
Serviço
Exposição | Livro verde
De 02 de julho a 11 de outubro
Segunda a sábado (exceto feriados), das 10h30 às 20h
Período
2 de julho de 2024 10:30 - 11 de outubro de 2024 20:00(GMT-03:00)
Local
Instituto Ling
Rua João Caetano, 440 – Três Figueiras – Porto Alegre - RS
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Mostra reúne 129 fotografias vencedoras do 67º concurso anual. A mostra, que volta ao Brasil após um breve intervalo, apresenta uma seleção do melhor do fotojornalismo e fotografia documental do
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Mostra reúne 129 fotografias vencedoras do 67º concurso anual. A mostra, que volta ao Brasil após um breve intervalo, apresenta uma seleção do melhor do fotojornalismo e fotografia documental do mundo. As obras são um convite para que o visitante saia do ciclo de notícias e tenha um olhar mais profundo para histórias proeminentes e negligenciadas. As guerras em Gaza e na Ucrânia, migração, família, demência e meio ambiente estão entre os temas destacados na edição do prêmio em 2024. Este ano, o júri tomou a decisão excepcional de incluir duas menções especiais na seleção. Quatro fotógrafos brasileiros estão entre os expositores.
Ao todo, a World Press Photo 2024 será exibida em mais de 60 cidades em todo o mundo. A mostra já passou por Amsterdã, Londres, Sydney e Cidade do México. Além do Rio de Janeiro e de São Paulo, Berlim, Roma, Hong Kong, entre outras cidades, ainda receberão a exibição.
As fotografias que fazem parte do acervo da exposição foram selecionadas entre 61.062 inscrições de 3.851 fotógrafos de 130 países. São 24 projetos vencedores e seis menções honrosas, num total de 33 fotógrafos de 25 países: Argentina, Austrália, Azerbaijão, Brasil, Canadá, China, República Democrática do Congo, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Irã, Japão, Myanmar, Palestina, Peru, Filipinas, África do Sul, Espanha, Tunísia, Turquia, Ucrânia, Reino Unido, Estados Unidos e Venezuela.
E para representar melhor uma pluralidade de perspectivas e vozes globais, a World Press Photo introduziu em 2021 uma nova estratégia de premiação regional, dividindo os trabalhos pelos continentes onde foram criados. Este ano, o concurso premiou quatro categorias: Individual: fotografias individuais; Reportagem: 4-10 fotografias; Projetos de Longo Prazo: 24–30 fotografias; e Formato Aberto: projetos baseados em fotos que utilizam uma variedade de mídias e técnicas de narrativa. “O visitante tem a oportunidade de dar um passeio pelo mundo inteiro com as fotos premiadas pela Fundação World Press Photo”, explica Raphael.
Entre os destaques da World Press Photo 2024, está a foto do ano Uma Mulher Palestina Abraça o Corpo de Sua Sobrinha, do palestino Mohammed Salem, da Agência Reuters, que representa a perda de uma criança, a luta do povo palestino e as 33.000 pessoas mortas na Palestina, além de simbolizar o custo do conflito e fazer uma declaração sobre a futilidade de todas as guerras. Na reportagem do ano do World Press Photo, a série Valim-babena, da Sul-africana Lee-Ann Olwage para GEO, a fotógrafa aborda a demência, um problema de saúde universal, através da lente da família e do cuidado. A seleção de imagens feita pela fotógrafa lembra aos espectadores o amor e a proximidade necessários em tempos de guerra e agressão em todo o mundo.
O projeto vencedor da categoria de longo prazo, Os Dois Muros, do venezuelano Alejandro Cegarra, do The New York Times/Bloomberg, traz imagens que são ao mesmo tempo implacáveis e respeitosas, e transmitem as emoções íntimas presentes em diversas jornadas de migração em todo o planeta. E o prêmio de formato aberto A Guerra é Pessoal, da fotógrafa ucraniana Julia Kochetova, traz imagens emotivas sobre a contínua invasão russa da Ucrânia. A obra traz um fio de simbolismo visual, forte uso de sequências de cores e colaborações com um ilustrador e DJ ucranianos. O uso envolvente de áudio e ilustração – especialmente no diário poético e nas gravações de áudio – se destacou, conferindo uma qualidade cinematográfica ao trabalho.
Do Brasil
Quatro brasileiros, que se destacaram no concurso, estarão expondo na World Press Photo 2024. Com Seca na Amazônia, premiado na categoria Individual da América do Sul, Lalo de Almeida retrata a realidade de Porto Praia, lar dos povos indígenas Ticuna, Kokama e Mayoruna, que não tem acesso rodoviário e normalmente só é alcançável por via fluvial. A seca fez com que os moradores tivessem que caminhar quilômetros ao longo do leito seco do rio para chegar às suas casas. Esta fotografia captura a gravidade da crise ambiental global e da seca na Amazônia.
Agraciada com uma menção honrosa por Insurreição, Gabriela Biló, fotógrafa radicada em Brasília, lança luz sobre os acontecimentos de 8 de janeiro de 2023 no contexto mais amplo da dinâmica política do Brasil. Ao documentar o ataque às instituições democráticas e aos jornalistas, sua foto destaca a importância de defender os valores democráticos e a liberdade de imprensa no Brasil e no mundo.
Os brasileiros Felipe Dana e Renata Brito foram premiados na categoria formato com À Deriva. No ensaio, eles contam a história de um barco vindo da Mauritânia, cheio de homens mortos, que foi encontrado na costa da ilha caribenha de Tobago. Quem eram esses homens e por que estavam do outro lado do Oceano Atlântico? Os jornalistas procuraram respostas, descobrindo uma história sobre migrantes da África Ocidental que buscam oportunidades na Europa por meio de uma rota atlântica cada vez mais popular, mas traiçoeira.
Concurso
Desde 1955, o Concurso Anual World Press Photo celebra os exemplos mais cativantes, informativos e inspiradores do fotojornalismo e da narrativa visual de todo o mundo. Esta exposição destaca os talentosos vencedores do World Press Photo 2024, reconhecidos por um júri
independente e avaliados de acordo com quatro categorias: Individual: fotografias individuais; Reportagem: 4-10 fotografias; Projetos de Longo Prazo: 24–30 fotografias; e Formato Aberto: projetos baseados em fotos que utilizam uma variedade de mídias e técnicas de narrativa
Serviço
Exposição | World Press Photo 2024
De 3 de julho a 25 de agosto
Terça a Sábado, das 10h às 20h / Domingos e Feriados, das 11h às 18h.
Período
3 de julho de 2024 10:00 - 25 de agosto de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Caixa Cultural Rio de Janeiro
R. do Passeio, 38 - Centro, Rio de Janeiro - RJ
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A Galatea Salvador tem o prazer de anunciar sua segunda exposição, intitulada Bahia afrofuturista: Bauer Sá e Gilberto Filho. A mostra se estrutura em dois núcleos distintos: no primeiro, fotografias
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A Galatea Salvador tem o prazer de anunciar sua segunda exposição, intitulada Bahia afrofuturista: Bauer Sá e Gilberto Filho. A mostra se estrutura em dois núcleos distintos: no primeiro, fotografias de Bauer Sá (1950, Salvador, BA), produzidas entre os anos 1990 e 2000, exploram a potência da ancestralidade afro-brasileira através de figurações do corpo negro representado como protagonista da cena; no segundo, esculturas em madeira que retratam cidades utópicas e modernas imaginadas por Gilberto Filho (1953, Cachoeira, BA) se reúnem pela primeira vez de forma tão ampla em uma exposição, com obras produzidas desde 1992 até o momento atual.
Este diálogo entre os trabalhos dos artistas baianos cria uma rica narrativa visual, conectando ancestralidade e fabulação em torno de futuros possíveis. A exposição conta também com texto crítico do artista e curador Ayrson Heráclito, reconhecido por abordar símbolos e tradições vinculados à cultura afro-brasileira em sua obra, e Beto Heráclito, escritor e historiador.
Serviço
Exposição | Bahia Afrofuturista
De 04 de julho a 28 de setembro
Segunda a quinta, das 10 às 19h, sexta, das 10 às 18h, sábado, das 11h às 15h
Período
4 de julho de 2024 10:00 - 28 de setembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Galatea Salvador
R. Chile, 22 - Centro, Salvador - BA
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Pelo segundo ano consecutivo, a Galeria 18 abre a exposição NOT SAMO fruto da seleção de portfólios que recebe periodicamente através de suas chamadas, trazendo 37 artistas de vários lugares do
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Pelo segundo ano consecutivo, a Galeria 18 abre a exposição NOT SAMO fruto da seleção de portfólios que recebe periodicamente através de suas chamadas, trazendo 37 artistas de vários lugares do Brasil, apresentando diferentes técnicas e estilos.
“SAMO” é uma das abreviações mais difundidas do mundo da arte. Criada no início dos anos 80 por Jean-Michel Basquiat e Al Diaz, grafitada pelas ruas e muros de Nova Iorque, a tag era uma das formas que o artista utilizava para questionar o status quo da época. A sigla é uma abreviação da frase “same old shit”, “a mesma merda de sempre” em tradução livre.
NOT, “não” em português, foi somada à expressão de Basquiat, propondo que não seja a mesma ‘merda’ de sempre. Com a intenção de quebrar a bolha do circuito artístico, a ideia da coletiva anual NOT SAMO é trazer algo diferente do que sempre se vê, buscando artistas dos mais diversos lugares do Brasil, e de outros países, de diferentes técnicas e linhas de trabalho.
Nesta edição, participam da coletiva:
AL.MA; ALEX KÖRNER; CARMEN GARCIA; CAROLINA PRADO PINTO; CLÁU EPIPHANIO; CLAU PARANHOS; D.HELL; DANIEL KENZO; FABIOLLA CANEDO; GAB MAFRA; GEORGIA ABDALLA HANNUD; HELOIZE ROSA; ISABELA JAHA; IVONETE CAVALCANTE; JOÃO FRANÇA; JOSÉ GUILHERME BERARDO; LÍGIA TEIXEIRA; LILIAN WALKER; LUCAS WILD; MARAISA MARQUES; MÁRCIO PETINI; MARIA LUIZA TORAL; MARIANNE LÉPINE; MARIÊ; MARIO CAMARGO; NATHALIA TIVERON; OLAVO TENÓRIO; PAULO KURAZUMI; PAULODETARSO; PEDRO LEOBONS; RAFA DIÅS; REGINA PESSOA; RENATA BARRETO; ROBERTO MÜLLER; SHEE GOMES; THAYRONI ARRUDA; VINICIUS MONTE.
Sem nenhuma temática definida, a coletiva traz mais de 100 obras, entre elas: esculturas, intervenções, fotografias, bordado, colagem e colagem têxtil, pinturas sobre tela, papel ou madeira, desenhos, entre outros, com abordagem dos mais diversos temas que vão do feminino, ao deslocamento de arte urbana, representação de corpos distintos, críticas sociais, exploração de materiais e até registros culturais brasileiros. Sem ter em vista de onde estes artistas vem, a sua trajetória ou ponto na carreira, a NOT SAMO, busca trabalhos e nomes diferentes, representando o que a 18 acredita.
Serviço
Exposição | NOT SAMO
De 04 de julho a 03 de agosto
Terça a Sexta, das 11h às 20h, sábado, das 10h às 18h
Período
4 de julho de 2024 11:00 - 3 de agosto de 2024 20:00(GMT-03:00)
Local
Galeria 18
Rua Simpatia 23, Vila Madalena – São Paulo - SP
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É impossível refletir sobre a obra da artista e intelectual Lia D Castro (Martinópolis, São Paulo, 1978) sem falar de encontros, contrastes, fricções e transformações. A partir de 5 de julho, o público
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É impossível refletir sobre a obra da artista e intelectual Lia D Castro (Martinópolis, São Paulo, 1978) sem falar de encontros, contrastes, fricções e transformações. A partir de 5 de julho, o público pode encontrar a exposição Lia D Castro: em todo e nenhum lugar, no MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand. A primeira mostra individual da artista em um museu reúne 36 trabalhos, sendo a maioria pinturas de caráter figurativo. As obras selecionadas exploram cenários onde o afeto, o diálogo e a imaginação se tornam importantes ferramentas de transformação social.
O título da exposição parte da constatação da ausência histórica de grupos minorizados em posições de poder e decisão — em nenhum lugar —, enquanto sua presença e força de trabalho compõem as bases que sustentam a sociedade — em todo lugar. Com curadoria de Isabella Rjeille, curadora, MASP, e Glaucea Helena de Britto, curadora assistente, MASP, a mostra apresenta trabalhos que abrangem toda a produção da artista.
Lia D Castro utiliza a prostituição como ferramenta de pesquisa e desenvolve sua produção a partir de encontros com seus clientes – homens cisgêneros, em sua maioria brancos, heterossexuais, de classe média e alta – para subverter relações de poder ou violência que possam surgir entre eles, aliando história de vida e história social. Temas como masculinidade e branquitude, mas também afeto, cuidado e responsabilidade, são abordados nessas ocasiões e resultam em pinturas, gravuras, desenhos, fotografias e instalações criadas de modo colaborativo.
Nesses momentos, ela conversa com esses homens e os convida a refletir: quando você se percebeu branco? E quando se descobriu cisgênero, heterossexual? “Perguntas sobre as quais a artista não busca uma resposta definitiva, mas sim provocar um posicionamento dentro do debate racial, sobre gênero e sexualidade”, afirma a curadora Isabella Rjeille.
As conversas de Lia D Castro com esses homens são permeadas por referências a importantes intelectuais negros como Frantz Fanon, Toni Morrison, Conceição Evaristo e bell hooks. Frases retiradas dos livros desses autores, lidos pela artista na companhia de seus colaboradores, são inseridas nas telas e misturam-se aos gestos, cenas, cores e personagens. O trabalho de Lia D Castro torna-se um lugar de encontro, embate e fricção, no qual ações, imagens e imaginários são debatidos, revistos e transformados. Com frequência, a artista insere referências a outros trabalhos por ela realizados, incluindo-os em outro contexto e, consequentemente, atribuindo novos significados e leituras a essas imagens.
“Partindo da visão de Frantz Fanon de que o racismo é uma repetição, eu proponho combatê-lo com a repetição de imagens. Como a imagem constrói cultura e memória, ao colocar uma obra dentro da outra, busco criar novas referências estéticas”, comenta a artista.
PINTURAS E METODOLOGIA ARTÍSTICA
A produção de Lia D Castro é organizada em séries, sendo a maior delas Axs Nossxs Filhxs, presente nesta exposição. Desenvolvida na sala de estar e ateliê de Lia D Castro, um lugar de encontro e trocas, comerciais, intelectuais e afetivas, a série apresenta um processo criativo marcado por escolhas coletivas, da paleta de cores à assinatura das obras. A repetição é uma característica central: por meio desse recurso é possível reconhecer gestos, personagens e situações, assim como outras obras da artista que aparecem representadas nas telas, acumulando significados. A utilização do “x” no título da série se refere à diversidade de formações familiares e vínculos afetivos para além do parentesco consanguíneo ou da família heterossexual monogâmica. O uso do “x” também é utilizado para abarcar diferentes gêneros.
Lia D Castro também se retrata em pinturas dessa série. Enquanto os homens estão nus, ela encontra-se vestida. Seu corpo é coberto por esparadrapos colados sobre a tela formando um longo vestido branco, na contramão da tradição histórica da pintura ocidental, em que a grande maioria dos nus são femininos.
A artista subverte também pintando esses personagens em momentos de pausa, descanso, lazer, leitura e contemplação. “O caráter político da obra de Lia D Castro questiona o imaginário social que vincula violência e subalternidade a corpos não hegemônicos na arte ocidental”, afirma a co-curadora Glaucea Helena de Britto.
Lia D Castro: em todo e nenhum lugar integra a programação anual do MASP dedicada às Histórias da diversidade LGBTQIA+. Este ano a programação também inclui mostras de Gran Fury, Francis Bacon, Mário de Andrade, MASP Renner, Catherine Opie, Leonilson, Serigrafistas Queer e a grande coletiva Histórias da diversidade LGBTQIA+.
Exposição | Lia D Castro: em todo e nenhum lugar
De 5 de julho a 17 de novembro
Terças grátis e primeira quinta-feira do mês grátis; terças, das 10h às 20h (entrada até as 19h); quarta a domingo, das 10h às 18h (entrada até as 17h)
Período
5 de julho de 2024 10:00 - 17 de novembro de 2024 20:00(GMT-03:00)
Local
MASP
Avenida Paulista, 1578, São Paulo
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A Galeria Hugo França, em parceria com a Galeria Raquel Arnaud, apresenta a exposição “DENTRO/FORA”, uma retrospectiva das obras de Frida Baranek. Curada por Marc Pottier, a mostra traça a
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A Galeria Hugo França, em parceria com a Galeria Raquel Arnaud, apresenta a exposição “DENTRO/FORA”, uma retrospectiva das obras de Frida Baranek. Curada por Marc Pottier, a mostra traça a trajetória da artista desde sua primeira exposição na Petite Galerie no Rio de Janeiro até suas influências e residências na Europa e Estados Unidos.
“DENTRO/FORA” explora a relação entre matéria e forma, utilizando materiais como tela de aço galvanizado, acrílico, vidro e metais variados. Inspirada pelo movimento “American Anti-Form” dos anos 1960 e por artistas como Eva Hesse e Robert Morris, Baranek cria esculturas que frequentemente permanecem no chão, evocando continuidade e transformação.
A exposição reflete a dualidade experienciada por Baranek em sua carreira nômade entre Brasil e Portugal, adaptando seu trabalho às mudanças culturais e pessoais. Suas obras testemunham a interação entre o “Dentro” íntimo da artista e o “Fora” dinâmico do ambiente, revelando um diálogo com a memória, a experiência e a mudança.
Os visitantes são convidados a contemplar as esculturas instaladas no ambiente amplo da Galeria Hugo França, que conecta genuinamente com a natureza ao redor, e o espaço emocional compartilhado por Baranek através de suas criações. Obras como “Fronteira”, “Ma Mémoire”, “Balance” entre outras, compõem a mostra.
Frida Baranek, artista contemporânea brasileira e internacional, continua a desafiar as fronteiras da escultura contemporânea em “DENTRO/FORA”
Serviço
Exposição | DENTRO/FORA
De 06 de julho a 15 de setembro
Segunda a sexta, das 10h às 17h. sábado, domingo e feriados somente com horário marcado
Período
6 de julho de 2024 10:00 - 15 de setembro de 2024 17:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Hugo França
Rodovia BA 001 s/n, próximo ao trevo Trancoso/Caraíva, Trancoso (BA) - Brasil
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A artista visual Daniela Vignoli estará expondo cerca de 15 obras em sua primeira mostra individual intitulada “Ganesha”, na Galeria Gaby Indio da Costa Arte Contemporânea, de 06 de julho
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A artista visual Daniela Vignoli estará expondo cerca de 15 obras em sua primeira mostra individual intitulada “Ganesha”, na Galeria Gaby Indio da Costa Arte Contemporânea, de 06 de julho a 28 de agosto. Segundo a curadora Heloisa Amaral Peixoto, “Ganesha é o resultado da soma das experiências profissionais e pessoais de Daniela nos últimos anos.”
Suas criações, que têm como suporte a fotografia autoral, recebem intervenções de linhas ou tecidos realçando alguns detalhes de suas imagens. “Eu sentia a necessidade de interferir nas fotos para deixar um pouco mais de mim naquelas imagens que me tocam tão profundamente”, conta ela. Os bordados sobre os retratos são lúdicos e poéticos e surgiram de forma orgânica, a partir do seu trabalho social à frente da Nós do Crochê. “Cada bordado é realizado intencionando evolução e cura através da energia neles depositada” – explica Daniela, enfatizando o forte lado espiritual de suas obras.
Com fotos feitas ora na Índia, ora na comunidade da Rocinha ou por entre viagens ao nordeste do Brasil, seu olhar é focado na interação com as pessoas que fotografa, ou melhor, na alma delas. Não por acaso, o seu maior interesse é ajudar a transformar vidas, missão realizada na prática há mais de 8 anos anos, como criadora e coordenadora de dois projetos sociais: a A.M.A.R (Associação de Mães Amigas da Rocinha, através da distribuição de cestas básicas) e a ONG Nós do Crochê (onde ensina a arte manual e promove a venda da produção para ajudar no sustento de mulheres em situação de vulnerabilidade).
Daniela Vignoli participará de duas individuais nos próximos meses – uma no Rio de Janeiro com parte do seu conjunto “India” e a segunda com a sua série “Rocinha” em Genebra.
Serviço
Exposição | GANESHA
De 06 de julho a 28 de agosto
Segunda a sexta-feira, das 11h às 18h
Período
6 de julho de 2024 11:00 - 28 de agosto de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Gaby Indio da Costa – Arte Contemporânea
Estrada da Gávea, 712, São Conrado, Rio de Janeiro - RJ
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A Gentil Carioca convida a todos para dois eventos imperdíveis neste sábado, dia 6 de julho, no centro da cidade do Rio de Janeiro. Às 10h, Jarbas Lopes inaugura a
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A Gentil Carioca convida a todos para dois eventos imperdíveis neste sábado, dia 6 de julho, no centro da cidade do Rio de Janeiro. Às 10h, Jarbas Lopes inaugura a exposição poeta-poeta no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica. Às 16h, Marcela Cantuária lança o catálogo da exposição Transmutação: alquimia e resistência no Paço Imperial, seguido de um bate-papo com a artista e a curadora Andressa Rocha.
A exposição poeta-poeta, de Jarbas Lopes, nasce a partir das leituras neoconcretas do artista sobre a série de poemas “Poetamenos” de Augusto de Campos. A mostra apresenta correlações experimentais entre livros, desenhos e instalações, integrando o processo que acompanhou a criação e publicação do “POETMINUS”, a primeira edição dos poemas em inglês, realizada pelo projeto Gráfica Editora Kadê, de Jarbas Lopes e Katerina Dimitrova.”POETAMENOS”, um conjunto de seis poemas coloridos, foi concebido em 1953 com estudos feitos à mão e depois datilografados com carbonos coloridos. Este trabalho é um marco da poesia brasileira e precursor da revolução poética da Poesia Concreta, criada por Décio Pignatari, Haroldo e Augusto de Campos a partir de 1956.
Serviço
Exposição | poeta – poeta
De 06 de julho a 03 de agosto
Terça a sexta, das 12h às 18h, sábado, das 11h às 17h
Período
6 de julho de 2024 12:00 - 3 de agosto de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica
Rua Luís de Camões 68, Praça Tiradentes, Centro, Rio de Janeiro - RJ
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Integrando elementos díspares e construindo peças que contenham acontecimentos, informações e objetos de universos multifacetados, a artista e ceramista Jacqueline Belotti vai moldando, manualmente suas obras, sempre agregadas a um
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Integrando elementos díspares e construindo peças que contenham acontecimentos, informações e objetos de universos multifacetados, a artista e ceramista Jacqueline Belotti vai moldando, manualmente suas obras, sempre agregadas a um caráter experimental. Suas criações recentes estarão na exposição “E DE TODAS AS COISAS UM”, que inaugura no dia 6 de julho, sábado, na Galeria Mercedes Viegas, no Horto. Paula Terra-Neale, que faz a curadoria, selecionou 15 cerâmicas e porcelanas de produção recente. A argila, nas mãos da artista, se torna um meio para transmitir histórias, emoções e visões únicas, ecoando o poder da criação que celebra. Da argila bruta ao objeto final, a magia do processo artístico dá nova vida e significado à matéria, que pode assumir a forma de folhagens, rosas, orquídeas, entre outras flores – inventadas ou não – mãos, cabeças, pássaros, asas, peixes, conchas, vegetação marinha, misturados a cacos de cerâmica diversos.
Inspiração em Bordalo Pinheiro e Heráclito
Segundo a artista, a obra de Bordalo Pinheiro sempre foi uma fonte inesgotável de inspiração para o seu trabalho: “Sua capacidade de combinar técnicas tradicionais com uma abordagem inovadora e crítica ressoa profundamente com minha própria prática artística”.
Mas é do conceito de “harmonia dos contrários”, do filósofo Heráclito, que vem a inspiração para dar forma às suas cerâmicas, que parecem afirmar que os opostos não são apenas necessários para a existência de tudo, mas também a harmonia e a unidade emergem da tensão entre eles. A artista incorpora ao seu processo de criação a visão de que a realidade é caracterizada pela mudança constante e pelo fluxo, tudo está em constante transformação e os opostos são interdependentes. A “harmonia dos contrários” sugere que a tensão e contraste entre os opostos cria um equilíbrio dinâmico. Assim como para Heráclito, essa tensão e contraste são fundamentais para a ordem e a estrutura das suas obras únicas, sempre se transformando mas mantendo a harmonia através do conflito contínuo entre todas as partes da obra. Cada peça de Jaqueline é uma expressão desse espírito.
“Jacqueline Belotti nos apresenta sua mais recente série de trabalhos: são vasos biomórficos de cerâmica em argila e porcelana esmaltados, produzidos desde 2020. O senso de urgência, de iminência da tragédia e de potência de vida transpiram deles. São peças únicas e elaboradas com experimentalidade técnica e sofisticação intelectual. Apresentam um deslocamento delicado e conflituoso entre as pequenas partes; os pequenos dramas equilibrados na totalidade da peça única, o vaso. As formas de cada uma das partes individuais, que podem ser associadas às da flora e da fauna, incluindo as dos corpos feminilizados, são aqui amalgamadas num todo fluído, e contínuo como que na tradição barroca e do rococó, mas com um toque de surrealidade. O fogo da queima unindo pigmentos e pedra num ardor sensual e erótico.
A artista cria seu próprio diálogo e exploração com a cerâmica, não apenas com o material em si, mas na possibilidade de trabalhar nele as questões da arte, as questões subjetivas, e empreender uma reflexão crítica sobre processos históricos, num mesmo mergulho”, sintetiza a curadora, Paula Terra-Neale.
Serviço
Exposição | E de todas as coisas um
De 06 de julho a 09 de agosto
Segunda a sexta, das 12h às 19h; aos sábados com agendamento prévio
Período
6 de julho de 2024 12:00 - 9 de agosto de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Mercedes Viegas
Rua Abreu Fialho, 5 – S Horto, Jd. Botânico, Rio de Janeiro - RJ
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Anita Schwartz Galeria de Arte tem o prazer de convidar para a abertura, em 10 de julho de 2024, às 19h, da exposição “Visita ao acervo #4 – Diálogos”, com
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Anita Schwartz Galeria de Arte tem o prazer de convidar para a abertura, em 10 de julho de 2024, às 19h, da exposição “Visita ao acervo #4 – Diálogos”, com curadoria de Cecília Fortes, que selecionou obras dos artistas Abraham Palatnik, Bruna Snaiderman, Cristina Salgado, Eduardo Frota, Lenora de Barros, Liana Nigri, Lívia Flores, Nuno Ramos, Paulo Vivacqua, Renato Bezerra de Mello, Rodrigo Braga e Ronaldo do Rego Macedo, criando aproximações por temas, técnicas e materiais usados, formas, ou ainda “uma narrativa surreal imaginária”.
Esta é a quarta edição do programa que apresenta as obras do acervo de Anita Schwartz Galeria de Arte a partir de um recorte curatorial. Cecília Fortes explica que nesta exposição “a proposta foi identificar pontos de convergência entre trabalhos, criando diálogos diversificados. Conexões que ocorrem de forma orgânica, estabelecendo conversas diretas em alguns casos e relações inusitadas, em outros”.
A curadora exemplifica: “Contornos do corpo feminino e suas camadas físicas e metafóricas, observados em planos positivo e negativo no ato escultórico”, conectam as obras ‘Presas em frestas, da série Vazante’ (2024), de Liana Nigri (1984), em bronze e granito em liga, com 76 x 24 x 10 cm, e ‘Mulher em dobras 1 (Vênus)’, de Cristina Salgado (1957), produzida em 2022, com tapete e parafusos, medindo 170 x 70 cm.
“A materialidade da tinta a óleo, que ganha corpo e se transforma em elemento marcante de composição”, estão nas pinturas “O céu como cicatriz, Tapetes” (2019), de Nuno Ramos (1960), em óleo e pigmento sobre papel, com 50 x 65 cm, e “Sem título” (2022), de Ronaldo do Rego Macedo (1950), em óleo sobre tela, 100 x 150 cm.
“Esferas laminadas que preenchem o espaço expositivo com seus volumes repletos de ausências e ilusões óticas colocam em relação as criações de Bruna Snaiderman (1984) – ‘Sem título’ (2024), da série ‘Presença através da ausência’, em metacrilato e vinil, com 100 x 100 x 21 cm – e Eduardo Frota (1959) – “Esfera (com anel), 1991, em compensado industrial, de 62 x 73 x 22 cm.
“Ondas sonoras derivadas da escultura ‘Sem título’ (2019), de Paulo Vivacqua (1971) – composta por alto-falantes, vidro, espelho e mesa de madeira, com 83 x 36 x 80 cm – se propagam pelo ar e reverberam na obra ‘W-H/112’ (2018), de Abraham Palatnik (1928-2020), em acrílica sobre madeira, com 105 x 134 cm.
“Seguindo uma narrativa surreal imaginária, a relação das mãos que tocam pinturas de círculos brancos e pretos sobre pedra, no plano bidimensional na obra ‘Direita para esquerda, esquerda para direita’ (2023), de Rodrigo Braga (1976), em impressão fine art sobre papel de algodão, com 150 x 50 cm, mergulham nas formas e acessam a matéria expondo a sua tridimensionalidade em ‘Mão dupla 1’ (2017),de Lenora de Barros (1953), da série “Performance escultura para mãos”, impressão em jato de tinta, 40 x 30,5 cm.
“O uso da geometria como elemento de abstração estabelece a relação entre as obras de Livia Flores (1959) – ‘Xu (06)’ e ‘Xu (08) Plot’, de 2021, em colagem sobre tela, com 30 x 40 cm e 80 x 60 cm, respectivamente – com os ‘Cadernos de confinamento 1 e 2’ (2020/21), de Renato Bezerra de Mello (1960), desenho em tinta nanquim sobre folha de papel Canson, 40 x 60 cm.
Serviço
Exposição | Visita ao acervo #4 – Diálogos
De 10 de julho a 24 de agosto
Segunda a sexta – 10h às 19h, sábado – 12h às 18h
Período
6 de julho de 2024 12:00 - 24 de agosto de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Anita Schwartz Galeria de Arte
Rua José Roberto Macedo Soares, 30, Gávea, 22470-100, Rio de Janeiro - RJ
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A exposição “Eterno Egito: A Imortalidade nas Coleções Viscondessa de Cavalcanti e Eva Klabin” traz a união inédita das coleções de Eva Klabin e da Viscondessa de Cavalcanti, duas colecionadoras
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A exposição “Eterno Egito: A Imortalidade nas Coleções Viscondessa de Cavalcanti e Eva Klabin” traz a união inédita das coleções de Eva Klabin e da Viscondessa de Cavalcanti, duas colecionadoras que reuniram artefatos do antigo Egito em seus acervos. A mostra apresentará 100 peças de diversas dinastias, datando desde 3000 a.C. até o século I d.C. Com a curadoria de Helena Severo e Douglas Fasolato, a nova exposição da Casa Museu Eva Klabin estará aberta à visitação gratuita de quarta a domingo, das 14h às 18h, a partir deste sábado (6).
A exposição conjunta traz artefatos e objetos que refletem a crença egípcia na vida após a morte. Na coleção da Viscondessa, destacam-se uma estela policromada, de Per-a-Iset, que faz oferendas ao deus Ra-Osíris; fragmentos de um rosto de ataúde masculino; figuras shabtis (servidores funerários); e um significativo conjunto de amuletos funerários. A coleção de Eva Klabin apresenta como destaques um rosto de esquife de madeira dourada com olhos incrustados de marfim e ébano da XVIII Dinastia, uma estela funerária de pedra que pertenceu a Thutmés, representado se apresentando a Osíris, além de objetos votivos que destacam o importante papel dos animais na religião egípcia, como um esquife para uma múmia de gato. A coleção egípcia de Eva Klabin, atualmente a maior em exibição no Rio de Janeiro e uma das maiores do Brasil, integra o acervo permanente da Casa Museu, , enquanto a da Viscondessa de Cavalcanti pertence ao acervo do Museu Mariano Procópio, em Juiz de Fora (MG).
Apesar de separadas por cinquenta anos, a Viscondessa de Cavalcanti (1853-1946) e Eva Klabin (1903-1991) tiveram em comum o interesse por artefatos do Egito Antigo, desenvolvendo suas coleções por meio de viagens internacionais, residências em diversos países e visitas a ateliês de artistas, antiquários renomados e casas de leilões. A união de suas coleções nesta exposição permite uma reflexão sobre o papel das mulheres no colecionismo brasileiro e oferece um olhar sobre as motivações, práticas e intenções envolvidas no ato de colecionar.
O fascínio contínuo pelo Egito Antigo transcende o tempo e continua a influenciar a sociedade, nos mais diversos setores. Na arte contemporânea este fascínio se materializa nas obras de artistas que completam a exposição “Eterno Egito”, dialogando com os acervos históricos de Eva e da Viscondessa. A exposição é uma iniciativa da Casa Museu Eva Klabin, com patrocínio da Klabin S.A, produção da AREA27 e realização do Ministério da Cultura. Apoio da Atlantis e da Everaldo Molduras.
Serviço
Exposição | Eterno Egito: A Imortalidade nas Coleções Viscondessa de Cavalcanti e Eva Klabin
De 06 de julho a 15 de setembro
Quarta a domingo , 14h às 18h
Período
6 de julho de 2024 14:00 - 15 de setembro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Casa Museu Eva Klabin
Av. Epitácio Pessoa, 2480 - Lagoa - RJ
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Através da iniciativa DAN Acredita, artistas com produção consistente e que se dedicam exclusivamente às artes visuais, são incorporados, ganham visibilidade e passam a ser representados pela Dan. Nesta jornada,
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Através da iniciativa DAN Acredita, artistas com produção consistente e que se dedicam exclusivamente às artes visuais, são incorporados, ganham visibilidade e passam a ser representados pela Dan. Nesta jornada, Senk é um artista em ascensão, escolhido via projeto “Do Atelier Direto a Você” do Parque Global Cultural, idealizado por Dinda Bueno Netto e Katia D’Avillez.
“Veredas” tem curadoria de Carolina Splendore e reflete a natureza diversificada e dinâmica da arte contemporânea brasileira. Com cerca de 20 obras, entre pinturas, instalações e três esculturas, a exposição abre no dia 6 de julho, às 11 horas, com cerimônia especial e prolonga-se até 6 de outubro. Ao longo da mostra, visitas guiadas, palestras com artistas e oficinas para os visitantes interagirem com as obras de arte e com o processo criativo do artista. De acordo com Splendore – “Nas obras de Senk, o terreno é fértil, mesmo que árido. Ele nos convida para seus caminhos: áreas úmidas e alongadas do sertão que, assim como seus personagens, são cheias de vida. Suas figuras arredondadas carregam o tempo, seja nos colares-relicário, nos porta-retratos ou nas garrafas de cachaça quase vazias; o tempo é um traço de memória e um precursor de um devir constante”.
As vistas oblíquas, por vezes fechadas para o exterior, são, na sua maioria, intercaladas por janelas com treliças de finas barras de madeira que formam vãos, impedindo quem está de fora de ver quem está dentro. É como se seus personagens pudessem ver sem serem vistos, mesmo que aqui exibidos. Nesses caminhos, Senk esclarece o que escreveu Guimarães Rosa: “O sertão tem o tamanho do mundo. Mas em certos lugares, à beira dos caminhos, crescem buritis”.
Fabiano Senk (n.1992) é um pintor figurativo urbano radicado em São Paulo. Utiliza paleta de cores sonhadoras de azuis, amarelos e rosas, cria obras de rua e pinturas em tela. Seu processo criativo está profundamente enraizado nas suas observações da vida cotidiana e suas memórias afetivas de um Brasil profundo, sua família é oriunda do Vale do Jequitinhonha. As pinturas muitas vezes irrompem em paisagens misturadas com figuras, contando a história de onde veio, das pessoas que conheceu e da pessoa que costumava ser. Embora se aprofunde em emoções mais complexas em seu trabalho, ele afirma que muitas vezes incorpora o sentimento de melancolia, mas que ‘é diferente da tristeza porque é mais bonito’. As obras que divulga pelas ruas de São Paulo tendem a ter conotações políticas, pois tenta ampliar as perspectivas das pessoas de sua comunidade. Os murais de rua muitas vezes se relacionam com uma crítica política e social.
“A provocação presente na minha arte vem de uma indignação com alguns aspectos da sociedade. Temos muito a melhorar como cidade, como sociedade e como país. Pequenas provocações fazem um papel positivo na arte. O questionamento tem que estar ali”, afirma Senk.
Serviço
Exposição | Veredas
De 06 de julho a 06 de outubro
Quinta a domingo das 14h às 19h
Período
6 de julho de 2024 14:00 - 6 de outubro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
DAN Galeria Sala São Pedro
Rua Doutor Graciano Geribello, nº 8 - Bairro Alto, Itu - SP
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No dia 10 de julho, o MIS, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, inaugura a exposição “O gosto da guerra”, que apresenta
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No dia 10 de julho, o MIS, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, inaugura a exposição “O gosto da guerra”, que apresenta uma seleção de fotografias sobre a história do repórter José Hamilton Ribeiro na Guerra do Vietnã. No mesmo dia, em parceria com a Companhia das Letras, o Museu realiza o lançamento da nova edição do livro homônimo, seguido de um bate-papo com o autor e a jornalista Patricia Campos Mello.
Com curadoria de Teté Ribeiro, a exposição “O gosto da guerra” traz imagens registradas pelo premiado jornalista José Hamilton Ribeiro e pelo fotógrafo que o acompanhou na cobertura, o japonês Keisaburo Shimamoto. Além disso, a mostra destaca o trabalho de cinco outros correspondentes de guerra do século 20, que cobriram outros conflitos: André Liohn, Hélio de Campos Mello, Juca Martins, Leão Serva e Yan Boechat. As fotografias oferecem uma visão direta e impactante dos conflitos armados, retratando a realidade e os custos humanos da guerra.
No dia 10 de julho, o MIS, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, inaugura a exposição “O gosto da guerra“, que apresenta uma seleção de fotografias sobre a história do repórter José Hamilton Ribeiro na Guerra do Vietnã. No mesmo dia, em parceria com a Companhia das Letras, o Museu realiza o lançamento da nova edição do livro homônimo, seguido de um bate-papo com o autor e a jornalista Patricia Campos Mello.
Com curadoria de Teté Ribeiro, a exposição “O gosto da guerra” traz imagens registradas pelo premiado jornalista José Hamilton Ribeiro e pelo fotógrafo que o acompanhou na cobertura, o japonês Keisaburo Shimamoto. Além disso, a mostra destaca o trabalho de cinco outros correspondentes de guerra do século 20, que cobriram outros conflitos: André Liohn, Hélio de Campos Mello, Juca Martins, Leão Serva e Yan Boechat. As fotografias oferecem uma visão direta e impactante dos conflitos armados, retratando a realidade e os custos humanos da guerra.
Sobre o livro “O gosto da guerra”
José Hamilton Ribeiro foi um dos raros jornalistas do país a entrar no Vietnã durante os conflitos que, por quase duas décadas, fizeram tremer o Sudeste Asiático — e abalaram o mundo, que não seria o mesmo depois da humilhante derrota da maior potência militar global, as forças armadas dos Estados Unidos.
Narrada em tom coloquial, na qual não faltam ironias, a reportagem sobre o Vietnã de José Hamilton Ribeiro (ele mesmo uma baixa do conflito, após pisar em uma traiçoeira mina na Estrada sem Alegria) capta toda a dimensão trágica dessa guerra desigual e insere o autor na tradição do jornalismo literário ao lado de grandes nomes da imprensa internacional.
Nesta edição revista e ampliada de “O gosto da guerra”, o texto original vem acompanhado por outra reportagem de José Hamilton, também escrita em 1968, em que ele narra seus primeiros dias no Vietnã, além de colaborações do autor para a revista Realidade, que dão uma amostra do tipo de jornalismo praticado por ele e explicam por que Hamilton é o repórter mais premiado do Brasil. Além disso, a obra conta com posfácio de Patrícia Campos Mello.
José Hamilton Ribeiro foi um dos raros jornalistas do país a entrar no Vietnã durante os conflitos que, por quase duas décadas, fizeram tremer o Sudeste Asiático — e abalaram o mundo, que não seria o mesmo depois da humilhante derrota da maior potência militar global, as forças armadas dos Estados Unidos.
Narrada em tom coloquial, na qual não faltam ironias, a reportagem sobre o Vietnã de José Hamilton Ribeiro (ele mesmo uma baixa do conflito, após pisar em uma traiçoeira mina na Estrada sem Alegria) capta toda a dimensão trágica dessa guerra desigual e insere o autor na tradição do jornalismo literário ao lado de grandes nomes da imprensa internacional.
Nesta edição revista e ampliada de “O gosto da guerra”, o texto original vem acompanhado por outra reportagem de José Hamilton, também escrita em 1968, em que ele narra seus primeiros dias no Vietnã, além de colaborações do autor para a revista Realidade, que dão uma amostra do tipo de jornalismo praticado por ele e explicam por que Hamilton é o repórter mais premiado do Brasil. Além disso, a obra conta com posfácio de Patrícia Campos Mello.
Serviço
Exposição | O gosto da guerra
De 10 de julho a 26 de julho
terças a sextas, das 10h às 19h, sábados, das 10h às 20h, domingos e feriados, das 10h às 18h
Período
10 de julho de 2024 12:00 - 26 de julho de 2024 22:00(GMT-03:00)
Local
Museu da Imagem e do Som - MIS
Av. Europa, 158, Jd. Europa São Paulo - SP
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Kika Goldstein utiliza os primeiros gestos das pinturas rupestres como metáfora para seu próprio recomeço em novo território após migrar para Kuala Lumpur, no continente asiático. As cavernas com paredes
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Kika Goldstein utiliza os primeiros gestos das pinturas rupestres como metáfora para seu próprio recomeço em novo território após migrar para Kuala Lumpur, no continente asiático. As cavernas com paredes e superfícies marcadas por topografias de sedimentos, cederam espaço para a elaboração simbólica de habitantes que ali se abrigavam e se protegiam, ao mesmo tempo em que elaboravam suas cosmologias como forma de compreensão do céu e da natureza que os cercava.
Os primeiros gestos nas paredes das cavernas representam um balbucio, um encontro inicial com o que hoje denominamos expressão artística. Para Kika Goldstein, esses gestos primordiais deram impulso à sua própria experiência de adaptação em um novo contexto cultural e geográfico. As pinturas da exposição são como um sussurro, uma tentativa de capturar a essência de um momento de transição e de descoberta. Sussurros Simbólicos propõe assim uma jornada visual que celebra a capacidade de percepção humana – o primeiro impulso na construção simbólica necessária para compreender como nos relacionamos com a natureza e seus movimentos cíclicos.
Serviço
Exposição | Sussurros Simbólicos
De 13 de julho a 17 de agosto
Segunda a sábado, das 10h às 18h
Período
13 de julho de 2024 10:00 - 17 de agosto de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
ArteFASAM Galeria
Rua Rodrigues Caldas, 726 Salas 1305 e 1306 Santo Agostinho - Belo Horizonte - MG
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A exposição “Esplendor”, que reúne artistas de 20 a 80 anos, é uma ponte de gerações em diálogo, quase um recorte da cena paulistana e suas reflexões nas artes, entre
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A exposição “Esplendor”, que reúne artistas de 20 a 80 anos, é uma ponte de gerações em diálogo, quase um recorte da cena paulistana e suas reflexões nas artes, entre beleza, leveza, dúvida e solidão.
A mostra, com curadoria de Lilian Bado, reúne cerca de 150 obras, em sua maioria bidimensionais, entre pintura, gravura, desenho e algumas excentricidades em técnica mista, instalação e vídeo.
Os artistas são: Ana Luiza Álvares; Carolina Velasquez; Fabiola Racy; Joaquim Pinkalsky; Lu Martins; Luiz Basile; Maria Villares; Nina Moraes; Otávio Barata; Rodrigo Pimenta; Rui Versiani; Shaolin; Soraia Dias e Ulysses Bôscolo.
“A exposição “Esplendor” é sobre a alma humana, a complexidade das emoções, a contradição da razão e do coração, a criatividade para fazer coisas belas, a possibilidade de admirarmos a nossa própria criação enquanto humanidade. Na origem do projeto estava mostrar a beleza e a leveza nas artes, mas ao visitar os ateliês dos artistas, apareceram o medo, a dúvida, a solidão, a morte. Além de momentos entre o sensual, a excitação e o obsceno do sexo, apresentados em um Gabinete Erótico”, explica a curadora Lilian Bado, mestre em Teoria de Arte Contemporânea pela Goldsmiths – Londres e diretora d’A Outra Feira de Arte Contemporânea.
“É uma preocupação, quase uma missão, da Casa do Jasmin Arte dar visibilidade a artistas que o mercado não procura mais, como mulheres e homens mais maduros, além de jovens talentos, ainda à margem do mercado” explica Sofia Carvalhosa, diretora do espaço.
Serviço
Exposição | Esplendor
De 13 de julho a 03 de agosto
Quinta a sábado, das 12h às 18h
Período
13 de julho de 2024 12:00 - 3 de agosto de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Casa do Jasmin Arte
R. José Maria Lisboa, 1145 - Jardins, São Paulo - SP
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Para a artista Anny Lemos, suas obras são representações de “metáforas da casa”, ou seja, nessa simbologia, espectadores diagramam olhares sobre as cenas recortadas. São pequenos cantos com móveis querendo
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Para a artista Anny Lemos, suas obras são representações de “metáforas da casa”, ou seja, nessa simbologia, espectadores diagramam olhares sobre as cenas recortadas. São pequenos cantos com móveis querendo transgredir o espaço (Fig. 1, Canto com planta, 2020), intensidades luminosas em superfícies chapadas matizadas por formas luminosas (Fig. 2, Quem permanence quando termina a dança?, 2024), ou detalhes do cotidiano (Fig. 3, Chaveiro, 2022).
Ao visitante da mostra, nos intervalos dessa arquitetura de sofás, tapetes, cadeiras, janelas, plantas, abajurs, outras camadas se dão a ver. São nervuras que filtram um invisível como reflexo de presenças e ausências, do fixo e do fugidio, do visto e da dúvida sobre o que é visto.
Em suas palavras, Anny afirma que se interessa pelos campos perceptivos se uma poética do habitar, com a qual a visualidade de um mundo interior flui pelas janelas do olhar.
A partir de 2012, Suzana Barboza inicia seus estudos em pintura, dedicando-se à construção de sua linguagem. Estuda com Paulo Pasta, pesquisa procedimentos e técnicas de artistas como Morandi, Mira Schendel, Eleonore Koch e Volpi, entre outros. Comum a esses, são as atmosferas criadas por Suzana que, ao acessar nossa percepção, nos aproxima de um tecido ordenado no silêncio, no tempo.
Sua palheta, muitas vezes esmaecida (Fig. 4, Sem título, 2024), constroi paisagens abstratas onde espaços de cor-luzes encontram-se sugerindo uma matéria etérea (Fig. 5, Sem título, 2023, Fig. 6, Sem título, 2024). Levados por essas deambulações estéticas, nos aproximamos, como descreve Suzana, de formas reduzidas às suas essências, intencionadas por questões sobre a impermanência do ser, suas imprecisões, derivas e flaneurismos.
Círculos imperfeitos, construídos com pinceladas aparentes tratados à tinta a óleo e cera, traduzem, então, o universo da artista.
Poderia ser um mero acaso, a curadoria colocar junto duas artistas vindas de formações diferentes:- Anny Lemos, artista visual pela UNESP (2010) e Suzana Barboza, arquiteta pela FAU USP (1994). No entanto, motivadas pela busca de diálogo com suas produções atuais, Anny e Suzana, em conversas sobre o projeto da mostra, fizeram surgir alguns passeios de fenômenos estéticos próprios da linguagem da pintura, os quais possibilitaram a motivação curatorial de colocar lado a lado certos trabalhos (Fig. 6, Sem título, 2024, Fig. 7, Aniversário, 2022), sem tratá-los apenas como linguagens figurativa ou abstrata (Fig. 8, Silêncio, 2022, Fig. 9, Sem título, 2024).
As artistas Anny Lemos e Suzana Barboza, ao criarem um diálogo entre si, sobre o mundo da vida e sobre correlações formais transformam Um dia, uma prosa um conto… em um ato que excede os limites de cada obra, motivando-nos com outros passeios estéticos.
Serviço
Exposição | Um dia, uma prosa, um conto
De 13 de julho a 10 de agosto
Terça a sexta-feira, das 13h às 19h; sábado, das 13h às 17h
Período
13 de julho de 2024 13:00 - 10 de agosto de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Casagaleria e Oficina de Arte Loly Demercian
Rua Fradique Coutinho, 1216 - São Paulo - SP
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A CAIXA Cultural São Paulo apresenta, de 16 de julho a 01 de setembro de 2024, a exposição “Laguna Plena”, do artista curitibano Rimon Guimarães. A mostra oferece ao público
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A CAIXA Cultural São Paulo apresenta, de 16 de julho a 01 de setembro de 2024, a exposição “Laguna Plena”, do artista curitibano Rimon Guimarães. A mostra oferece ao público uma combinação de diferentes linguagens, como música, artes visuais e moda, que se entrelaçam criando um universo onírico surreal e lúdico. Entrada gratuita.
Os elementos artísticos que compõem a mostra foram elaborados a partir da música “Laguna Plena” – que dá nome à mostra. Laguna Plena é a primeira parte da trilogia “Melodias Neolatinas”, escrita por Rimon Guimarães em 2012 numa viagem a Kuala Lumpur, numa feira de arte na Malásia. Anos depois, em 2018, ele mostrou a canção para o amigo e produtor Tiago Ramalho, que sugeriu gravá-la. O processo foi finalizado durante a pandemia em 2020; E, um ano depois, foi lançada, com a adição de um quarteto de cordas composto por músicos russos (arranjo de Maycon Ananias) e as vozes livres e polifônicas de Tuyo.
Com patrocínio da CAIXA e Governo Federal, e realização da GP Produção Cultura, a exposição “Laguna Plena” reúne um compilado de obras que refletem a diversidade e a velocidade das informações nos temos atuais, o acesso às mídias distintas que se retroalimentam e colaboram para uma fonte infinita de criação.
“Cada linguagem, cada trabalho, seja de uma tela ou de uma música, vem em processos diferentes. Não existe uma fórmula. O que acontece muito é a retroalimentação de uma mídia para outra. Como colocar um som enquanto estou pintando, ou parar de pintar e começar a criar sons e escrever letras. Isso dá um respiro da pintura e me traz mais inspirações para voltar nela. Uma linguagem ajuda a outra”, explica Rimon.
O resultado de toda essa pluralidade criativa e artística está presente na mostra, que, por meio de cores e formas, evidencia uma construção em arranjos e desarranjos: da música que se desdobra para desenho, dos traços que se desdobram para animação. Os visitantes terão a oportunidade de conhecer o trabalho de Rimon Guimarães por meio dos sons, das obras produzidas com a técnica acrílica sobre tela, de frames de vídeos e dos figurinos criados para a gravação do vídeo da música, roupas desenhadas, recicladas e customizadas pelo artista com a colaboração de costureiras e figurinistas locais, a partir da técnica de impressão serigráfica manual.
Serviço
Exposição | Laguna Plena
De 16 de julho a 01 de setembro
Terça a domingo, das 9h às 18h
Período
16 de julho de 2024 09:00 - 1 de setembro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
CAIXA Cultural São Paulo
Praça da Sé, 111 – Centro – SP
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O artista visual Thiago Modesto apresenta a exposição ‘Casa-Tempo: Assentamentos’, com curadoria de Messias Silva de Oliveira, no Centro Cultural Correios RJ, trazendo sua mais recente produção em xilogravuras e trabalhos produzidos em tecido, com o
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O artista visual Thiago Modesto apresenta a exposição ‘Casa-Tempo: Assentamentos’, com curadoria de Messias Silva de Oliveira, no Centro Cultural Correios RJ, trazendo sua mais recente produção em xilogravuras e trabalhos produzidos em tecido, com o objetivo de dividir suas vivências, crenças e memórias que partem principalmente de suas raízes familiares.
Texto Curatorial
Os pés que atravessaram a soleira deste espaço expositivo a fim de transitar pela Casa-Tempo: Assentamentos, serão movidos a seguir em direção ao anfitrião que se encontra no interior da moradia. Os espectadores, conduzidos por essa figura que desterra lembranças guardadas no fundo dos cômodos da casa, são levados a perceber que o ambiente desta exposição individual do artista é uma convocação à intimidade.
Os que já foram fisgados pela poética de Thiago Modesto veem, na passagem por esse assentamento memorial que reúne as lembranças de dois sertões fluminenses emaranhados pelo verde-atlântico, uma narrativa traduzida através da série de trabalhos que são o novo capítulo desta Casa-Tempo. (Messias Silva de Oliveira – Curador)
Serviço
Exposição | Casa-Tempo: Assentamentos
De 17 de julho a 31 de agosto
Terça a sábado, das 12h às 19h
Período
17 de julho de 2024 12:00 - 31 de agosto de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Centro Cultural Correios RJ
Rua Visconde de Itaboraí, 20, Centro – Corredor Cultural, Rio de Janeiro - RJ
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O circuito cultural da Av. Paulista, em São Paulo, volta a contar com um importante espaço de exposições. Fechada por um período de 18 meses para reformas estruturais e
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O circuito cultural da Av. Paulista, em São Paulo, volta a contar com um importante espaço de exposições. Fechada por um período de 18 meses para reformas estruturais e melhorias técnicas, a Galeria de Arte do Centro Cultural Fiesp será reinaugurada no final de julho de 2024.
O espaço expositivo de 850m2 – que integra o complexo de artes cênicas e visuais, audiovisual, música, literatura e tecnologia do SESI-SP – apresenta “outros navios: uma coleção afro-atlântica”, com período expositivo que vai de 24 de julho de 2024 a 16 de fevereiro de 2025. A mostra inédita permitirá que o grande público visitante do local conheça a rica e diversificada coleção de artes africana e afro-brasileira do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE/USP).
O acervo começou a ser formado no final da década de 1960 (época em que os movimentos de independência das ex-colônias em África se consolidavam), por meio de doações ou compras encomendadas pela universidade. Marianno Carneiro da Cunha (1926-1980), então professor do MAE/USP, foi um dos principais nomes à frente do projeto institucional e científico da construção da coleção.
Arqueólogo especialista em Médio Oriente, ele lecionou entre 1974 e 1976 em Ifé, na Nigéria, lugar sagrado para os iorubá, ficando incumbido de adquirir peças para o MAE. Com olhar antropológico e educativo, Marianno se preocupou em também trazer para o Brasil moldes, mostrando interesse não apenas pelo objeto artístico, mas também pela técnica de diferentes culturas da África central e ocidental.
O trio de curadores da mostra, Carla Gibertoni Carneiro, Renato Araújo da Silva e Rosa C. R. Vieira, apontam que essas duas regiões africanas estão conectadas ao Brasil por séculos de circuitos transatlânticos. Eles trouxeram até nosso litoral inúmeros navios de violência, mas também trouxeram outros navios, que nos permitem mergulhar por histórias alternativas e criar novos significados para as centenas de objetos selecionados para a exposição.
OUTROS NAVIOS: NÚCLEOS TEMÁTICOS
Aberta à visitação gratuita até 16 de fevereiro de 2025, a exposição que reabre a Galeria de Arte apresentará mais de 300 peças africanas e afro-brasileiras, muitas nunca antes exibidas ao público, que estarão divididas em sete núcleos temáticos.
A visita começa por “Dentro das águas”, onde poderão ser vistos objetos relacionados ao culto de Iemanjá e Oxum, orixás dos mares e das águas doces, como coroa, pulseira, leque (abebê) e espelho.
Em “Bagagens afro-atlânticas” também estão diversas peças ligadas a religiões de matrizes africanas: arco e flecha de Oxóssi, estatuetas de Exu, bastão (opaxoro) de Oxalá, machado (oxê) de Xangô, além de elementos de altar e instrumentos musicais.
No núcleo “De São Paulo a Ifé”, os visitantes encontrarão obras variadas dos iorubá, vindos especialmente da Nigéria e Benim. Há itens do dia a dia, como baú, pilão, enxada e colher, além de um conjunto de máscaras esculpidas em madeira e pintadas e pares de estatuetas de ibeji, que estão ligadas à gemealidade entre os povos iorubá.
O termo “bantu” designa genericamente toda uma gama de culturas da África Central, de países como República Democrática do Congo e Angola. Eles estarão representados no núcleo “Bantu, das terras centrais”, que traz peças como esteiras de ráfia (palha) em diferentes formatos, taças cerimoniais e um recipiente para leite com tampa decorado com conchas (cauris).
Em “Ventos no oeste africano” estão reunidos objetos de países como Gana, Mali e Costa do Marfim, incluindo um dos maiores itens da exposição, uma porta celeiro dogon. Há conjuntos de vestimentas, pentes do tipo garfo, figuras em bronze e uma balança para pesar pó de ouro, junto de um peso em formado de escorpião usado na pesagem.
“Técnicas” destaca os materiais utilizados nas diferentes etapas da técnica da cera perdida, técnica milenar que esculpe peças de liga metálica por moldagem, além de apresentar um conjunto de enxós e permitir ao visitante conhecer o processo de elaboração de uma máscara Gueledé.
O último núcleo, “Joias e tudo que reluz”, é também o mais notável da exposição, já que a coleção de joias africanas do MAE/USP é uma das mais expressivas do mundo. São diversos exemplares de pulseiras, tornozeleiras, colares, anéis e brincos, em materiais como vidro, bronze e marfim.
Há ainda uma seção especial que reúne obras de artistas contemporâneos negros brasileiros. São onze obras, em diferentes técnicas e suportes, de Denis Moreira, Denise Camargo, Guto Oca, Larissa de Souza e Renan Teles, que mostram que uma coleção não é fixa e pode ser recomposta para apontar outros navios à vista.
Serviço
Exposição | outros navios: uma coleção afro-atlântica
De 24 de julho de 2024 a 16 de fevereiro
Terça a domingo, das 10h às 20h
Período
24 de julho de 2024 10:00 - 16 de fevereiro de 2025 20:00(GMT-03:00)
Local
Centro Cultural Fiesp
Avenida Paulista, 1313 - São Paulo - SP
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A Galeria Marcelo Guarnieri tem o prazer de apresentar a segunda exposição individual de Mariannita Luzzati (1963, São Paulo) em nossa unidade de São Paulo, que conta com texto crítico
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A Galeria Marcelo Guarnieri tem o prazer de apresentar a segunda exposição individual de Mariannita Luzzati (1963, São Paulo) em nossa unidade de São Paulo, que conta com texto crítico de Luiz Armando Bagolin. Convidando o espectador a refletir sobre o vazio e o silêncio, Mariannita Luzzati desenvolve sua prática pictórica a partir do interesse pela paisagem e pela simbologia elementar da contemplação que vem associada a ela. Em sua pesquisa, tenta refletir sobre a ideia de “restauração” da paisagem, que diz respeito a um mundo sem excessos, sejam eles de informação, de imagens ou de cores. A ação de esvaziar pode ser observada não só nas paisagens silenciosas que nos apresenta, mas também na paleta de tons rebaixados que utiliza e até mesmo no aspecto difuso da pintura que dá conta de nublar os elementos da cena.
A partir de um sistema pictórico próprio que desenvolveu há mais de 25 anos, Mariannita Luzzati apresenta nesta exposição um diálogo entre pinturas inéditas e pertencentes a séries anteriores, onde a variação de escalas se faz evidente. Como observa Luiz Armando Bagolin: “O ponto de inflexão entre as telas maiores e as novas, menores, parece ser exatamente este, ou seja, o desejo da artista em tornar tudo o que vê mais próximo, no sentido de mais familiar, por mais que os sentimentos de isolamento e inacabamento prevaleçam. E por maior que seja a dimensão do campo colorido (ou do quadro pintado), nunca é ao monumental que sua obra se endereça. Se sua pintura dispensa propositadamente uma profundidade, dispensa igualmente a escala da paisagem como algo épico e farsesco. O seu trabalho, ao contrário, oscila sempre entre um campo de projeção de um espaço físico observável e um espaço de pura imanência que pertence à realidade da própria pintura. Por isso, é avesso também ao sublime grandioso ou terrível (imaginado por Edmund Burke).”
Por meio da tinta diluída, sobrepõem-se camadas muito leves que dão corpo a rochedos muito pesados, rodeados pela imensidão do imprevisível oceano. Há uma troca entre cor e forma, onde uma se constrói enquanto a outra se desmancha. Em suas novas pinturas, Luzzati passeia por tons azulados e esverdeados por meio do uso de pigmentos como verde ftalo, óxido de cromo verde, azul ultramar e azul cobalto, aproximando-se assim, como observado por Luiz Armando Bagolin em seu texto crítico, de um momento da tradição da pintura de paisagem inglesa em que o pintor do gênero buscava uma emancipação e autonomia. “John Constable então aprendeu (e a partir dele, Monet, mais tarde) que, ao pintar a paisagem, deve-se partir sempre de um fundo verde vivo, a fim de obter efeitos mais vibrantes nas sucessivas camadas de cores que serão aplicadas depois sobre este fundo. Invertia-se ou se modificava assim o princípio segundo o qual, na pintura “clássica” ou mais antiga, de gênero alto (a pintura histórica) ou de gêneros mais elevados do que a pintura de paisagem (que era considerado um gênero baixo), iniciava-se a composição a partir de um fundo avermelhado (com cinábrio) ou acastanhado (com sépia ou bistre) como garantia da recepção das luzes e do modelado do claro-escuro na progressão da feitura da pintura.
Mariannita Luzzati (1963, São Paulo), vive e trabalha entre São Paulo e Londres. Dentre as exposições individuais e coletivas que participou, destacam-se nas seguintes instituições: Pinacoteca do Estado de São Paulo, Centro Cultural São Paulo, Museu de Arte Moderna de São Paulo, Museu de Arte Contemporânea de São Paulo, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Museu de Arte Moderna da Bahia, Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, Fundação Iberê Camargo, Museu de Arte Contemporânea de Curitiba, Museu Vale do Rio Doce de Vitória, Museu Nacional de Buenos Aires, Museum Of London, Haus Der Kulturen Der Welt em Berlim, Maison Saint Gilles em Bruxelas
Suas obras constam em importantes coleções nacionais e internacionais, dentre as quais a Fundação Itaú Cultural de São Paulo; a Fundação Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro; a Fundação Cultural de Curitiba; a Fundação Padre Anchieta – TV Cultura em São Paulo; o Museu de Arte de Brasília; o Machida City Museum of Graphic Arts em Tóquio; Pinacoteca do Estado de São Paulo; Centro Cultural Dragão do Mar em Fortaleza; Instituto Figueiredo Ferraz em Ribeirão Preto; Fundação Musei Civici de Lecco e MIDA – Scontrone na Itália; British Museum de Londres; Essex Collection em Colchester na Inglaterra; Credit Suisse First Boston; Halifax plc; Herbert Smith; Rexam plc de Londres; Teodore Goddard, em Jersey e Pearson plc, em Nova York.
Serviço
Exposição | Mariannita Luzzati
De 30 de julho a 03 de setembro
Segunda a sexta, das 10h às 19h. Aos sábados, das 10h às 17h
Período
30 de julho de 2024 10:00 - 30 de setembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Marcelo Guarnieri
Alameda Franca, 1054 São Paulo – SP
agosto
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O Museu de Arte do Rio (MAR) lança a sua nova exposição “FUNK: Um grito de ousadia e liberdade” no dia 29 de setembro. A principal mostra
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O Museu de Arte do Rio (MAR) lança a sua nova exposição “FUNK: Um grito de ousadia e liberdade” no dia 29 de setembro. A principal mostra do ano do MAR perpassa os contextos do funk carioca através da história. Apresentada pelo Instituto Cultural Vale, com curadoria da Equipe MAR junto a Taísa Machado e Dom Filó, a mostra contou também com a colaboração de consultores, como Deize Tigrona, Celly IDD, Tamiris Coutinho, Glau Tavares, Sir Dema, GG Albuquerque, Marcelo B Groove, Leo Moraes, Zulu TR.
A temática da exposição irá apresentar e articular a história do funk, para além da sua sonoridade, também evidenciando a matriz cultural urbana, periférica, a sua dimensão coreográfica, as suas comunidades, os seus desdobramentos estéticos, políticos e econômicos ao imaginário que em torno dele foi constituído. “Funk é um tema coletivo. Durante muitos momentos no MAR, fomos instigados a fazer uma exposição sobre o funk carioca. A exposição conta com duas salas. A primeira sala é sobre o soul, esse movimento de músicas importadas dos anos 70 e 80, que ganhou repercussão no Brasil e, é claro, influenciou o consumo também de roupas, sapatos, cabelos…a estética que vira consumo. Tem ali, ainda, a presença de pessoas que tinham acesso a equipamentos, compravam discos importados e começavam a fazer grandes equipes de som para tocar nas festas. Eram essas festas, feitas em clubes de bairros, que precederam o funk de hoje. Já a segunda sala é toda dedicada ao baile de favela, que hoje constitui, talvez, uma das maiores forças de produção artística carioca e nacional. A gente mergulha nisso, na história dos bailes constituídos por lonas, instalados em vários lugares, mas sempre dentro das comunidades”, antecipa Marcelo Campos, Curador Chefe do MAR.
A abordagem vai se estender, ainda, à presença do funk nas mais variadas dimensões e práticas culturais, com especial atenção ao campo das artes visuais contemporâneas, para as quais o funk foi uma referência de visualidade, de resistência política, de alteridade e de forma. Objetos próprios da história do estilo musical serão combinados a uma profusão audiovisual de sons, vozes e gestos, bem como atravessados por uma iconografia relacionada ao funk, de modo a convidar o público da cidade a experimentar sua história como uma das mais potentes formas de imaginar e singularizar o Rio de Janeiro.
Para o MAR, essa é uma exposição carregada de significados que dialogam com a história da cidade do Rio de Janeiro. “Trazer o funk para dentro do Museu de Arte do Rio é reconhecer que ele já ganhou o mundo ao ter se internacionalizado como estilo musical que dialoga com muitas vozes e representa nossa cultura diversa, inquieta, ousada e livre. Este é o nosso objetivo: proporcionar ao público um encontro com a dimensão desse tão significativo movimento da cultura carioca e brasileira”, afirma Leonardo Barchini, Diretor e Chefe da Representação da Organização de Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI) no Brasil, instituição que faz a gestão do MAR.
A exposição é dividida em 11 núcleos e contará com mais de 900 itens. Entre os mais de 100 artistas brasileiros e estrangeiros que participam da exposição, estão Hebert, Vincent Rosenblatt, Blecaute, Gê Vianna, Manuela Navas, Maxwell Alexandre, Fotogracria, Emerson Rocha, Panmela Castro, Bruno Lyfe, entre outros. O público poderá interagir com algumas instalações, ouvir músicas, dançar e ler textos que contam a história do ritmo musical pelas duas salas do pavilhão de exposições. A expografia é assinada pelo Estúdio Gru.a.
E na noite de abertura a exposição a programação do MAR contará com um baile funk no Pilotis do Museu. Estão previstas as apresentações de dança do Afrofunk Rio, e das atrações musicais Jonathan da Provi, MC Cacau canta MC Marcinho e Trilogia do Santo Amaro. O evento é gratuito, com retirada de ingressos via Sympla e sujeito à lotação
Serviço
Exposição | FUNK: Um grito de ousadia e liberdade
De 29 de setembro a 25 de agosto
De quinta-feira a domingo, das 11h às 18h (última entrada às 17h)
Período
26 de outubro de 2023 11:00 - 25 de agosto de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Museu de Arte do Rio - MAR
Praça Mauá, 5 – Centro, Rio de Janeiro – RJ
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Conheci Iberê Camargo no início da década de 1990, por ocasião de um workshop com artistas consagrados, no Centro Cultural São Paulo. Iberê era um desses artistas. Naquele momento, ele
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Conheci Iberê Camargo no início da década de 1990, por ocasião de um workshop com artistas consagrados, no Centro Cultural São Paulo. Iberê era um desses artistas. Naquele momento, ele representou, para mim, a confirmação da vocação, a prova da existência da pintura, do pintor.
No final da década de 1970, quando comecei a fazer faculdade, existia um predomínio da arte conceitual. Também nesse sentido, Iberê representava uma exceção: ele vivia a vida da própria pintura, perfazendo uma relação simbiótica entre arte e vida.
Na contramão das tendências nacionais/populares, ele se evidenciava como uma espécie de outsider, construindo uma visão singular dentro da pintura brasileira. Seu realismo era uma escavação interior, o que fazia repercutir, em seu trabalho, um raro acento subjetivo e expressionista. Desde então, eu o vi como uma espécie de exilado, buscando arquitetar uma “pintura grande”, no Brasil, enfrentando o mal-estar de ser um pintor em um contexto carente de tradição (ou, pelo menos, a tradição que ele gostaria).
Iberê buscava, assim, criar um lugar de origem, onde memória e autobiografia pudessem se unir para fundar essa espécie de pátria real: a de pintura. Concentrando-se na experiência da pintura e do pintor, e longe de quaisquer bairrismos, sua obra revelava, por meio do seu fazer obsessivo, a gênese do próprio indivíduo, uma verdadeira condensação do próprio tempo.
Para realizar essa tarefa no plano pictórico, Iberê lançava mão da matéria, quase um barro original, de onde tudo poderia brotar. Suas cores também não estariam dissociadas dessa matéria, lugar do qual, no dizer de Ferreira Gullar, elas surgiriam “como gemas sujas da noite, arrancadas ao caos”.
Também penso as cores de Iberê como sendo crepusculares. Elas nos remeteriam a uma escuridão primordial, mesmo porque, na sua prática, o pintor anoitecia as cores, criando uma espécie de blackout. Só assim, talvez, ele poderia terminar uma pintura e se reconhecer nela.
Possivelmente, a melhor metáfora, para mim, sobre as cores de Iberê, seja a do eclipse. Para além do aspecto noturno de seus trabalhos, a luz construída por ele parece não iluminar, não aquecer, mais ou menos como a sugestão de um sol que foi fechado.
A palavra eclipse vem do grego, que significa despedida, abandono. A experiência com as cores de Iberê, para mim, obedeceria a esse mesmo conteúdo poético. Nelas, no seu sentido de não cor, somos desertados da luz solar, apesar de toda a intensidade reinante.
Abraçando o fracasso e o destino como partes intrínsecas da vida, sua pintura é uma resposta à dor existencial. Sua narrativa ainda desafia categorias, deixando uma marca duradoura na história da arte brasileira.
Paulo Pasta, curador
Serviço
Exposição | Iberê Camargo: Eclipses
De 02 de março a 01 de setembro
Quinta-feira a domingo, das 14h às 18h (última entrada)
Período
2 de março de 2024 14:00 - 1 de setembro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Fundação Iberê
Avenida Padre Cacique, 2000 – Bairro CristalTele, Porto Alegre RS
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Concebida e montada pela Universcience | Cité des Sciences et de l’Industrie em colaboração com o Museu Nacional de História Natural da França, a exposição “Darwin, o Original” oferece a
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Concebida e montada pela Universcience | Cité des Sciences et de l’Industrie em colaboração com o Museu Nacional de História Natural da França, a exposição “Darwin, o Original” oferece a chance de nos reconectarmos ao pensamento – muitas vezes mal interpretado – de Charles Darwin; é uma viagem fascinante às noções que sustentam sua teoria de evolução e às inovadoras abordagens do mundo natural pelo cientista.
Seguindo um percurso interativo, com apresentações envolventes, o visitante conhece a vida desse homem lendário, mostrando como se desenvolveu seu pensamento e como se estruturou sua obra magistral e revolucionária. A exposição também discute o contexto histórico em que Darwin viveu e trabalhou: o momento em que a ciência começa a se libertar da religião e como suas ideias foram recebidas naquela sociedade. Finalmente, lança luz sobre os avanços das ciências da evolução, na linha do tempo traçada a partir dos estudos e conclusões de Darwin.
Serviço
Exposição | Darwin, O Original
De 16 de março a 11 de agosto
Terça a sexta, das 10h30 às 21h, sábado e domingo das 10h30 às 18h
Período
16 de março de 2024 10:30 - 11 de agosto de 2024 21:00(GMT-03:00)
Local
Sesc Santo André
R. Tamarutaca, 302 - Vila Guiomar, Santo André - SP
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Na exposição “ABRIGAR-SE – Novas Incorporações”, o Museu mostra, na Sala Permanente de Exibição do Acervo, obras de oito artistas contemporâneos de abrangência nacional. De acordo com o diretor do
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Na exposição “ABRIGAR-SE – Novas Incorporações”, o Museu mostra, na Sala Permanente de Exibição do Acervo, obras de oito artistas contemporâneos de abrangência nacional. De acordo com o diretor do Museu de Arte do Espírito Santo, Nicolas Soares, são oito trabalhos de oito artistas, de vários locais do país e que dialogam com novas perspectivas com a arte contemporânea, apresentando várias relações com a cidade e com o mundo. “O acervo tem a intenção de manter diálogos com instituições, acervos e outros artistas e que possa ter uma perspectiva contemporânea também de apresentar outras possibilidades cíclicas e temáticas”, salientou.
O acervo é uma colaboração com a OMA Galeria, instituição de São Bernardo do Campo, em São Paulo, reconhecida por representar artistas jovens e emergente. Os artistas que representam têm suas obras incorporadas em acervos de instituições em todo o País, como a Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museu de Arte do Rio (MAR), Museu de Arte Moderna (MAM), Museu Nacional de Belas Artes e Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB). Os artistas presentes na exposição são Andrey Rossi, Carla Duncan, Fernanda Figueiredo, Júlio Vieira, Marlene Stamm, Nario Barbosa, Renan Marcondes (foto) e Thiago Toes.
Serviço
Exposição | ABRIGAR-SE – Novas Incorporações
De 19 de março a 26 de agosto
De terça a sexta, das 10h às 18h; sábados, domingos e feriados, das 10h às 16h
Período
19 de março de 2024 10:00 - 26 de agosto de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Museu de Arte do Espírito Santo Dionísio Del Santo (MAES)
Avenida Jerônimo Monteiro, 631, Centro de Vitória - ES
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A partir de 27 de março, a Área de Convivência do Sesc Pompeia recebe a exposição Quase Circo – Carmela Gross. Sob a curadoria de Paulo Miyada, a mostra da
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A partir de 27 de março, a Área de Convivência do Sesc Pompeia recebe a exposição Quase Circo – Carmela Gross. Sob a curadoria de Paulo Miyada, a mostra da artista visual paulistana proporciona uma leitura abrangente de suas obras, evidenciando a diversidade de sua produção e sua contribuição para a arquitetura, história urbana e o panorama artístico contemporâneo.
A exposição destaca a convergência entre as criações de Gross e a arquitetura visionária de Lina Bo Bardi, oferecendo aos visitantes uma imersão nas obras da artista. Sem aderir a rótulos ou convenções, a narrativa visual apresentada por Carmela Gross desafia expectativas e convida os espectadores a explorar novas perspectivas.
A mostra reúne 13 obras, exibidas em grande escala, como a instalação “RODA GIGANTE” (2019), “ESCADAS VERMELHAS” (2012/2024), “O FOTÓGRAFO” (2001), “UMA CASA” (2007),” LUZ DEL FUEGO” (2018/2024), “FIGURANTES” (2016), “BANDO” (2016/2024), “ROUGE” (2018), “A NEGRA VERMELHA” (1997/2024), “BANDEIRA PIVÔ” (2024).
Além disso, os visitantes terão acesso a painéis luminosos, vídeos e desenhos na Área de Convivência, junto com duas obras anteriormente expostas no Sesc Pompeia: “RIO MADEIRA” (1990) e “ESTANDARTE VERMELHO” (1999). Destaca-se também a obra “GATO”, criada especialmente para a exposição e instalada nas passarelas do complexo esportivo, inspirada em um desenho de Lina Bo Bardi.
“Esta exposição é uma convergência. De um lado, a obra peculiar de Carmela Gross, que, ao longo de quase seis décadas, produz arte como uma forma singular de observar, deslocar e recombinar elementos do mundo, frequentemente utilizando os restos do crescimento urbano como matéria-prima. De outro lado, a arquitetura de Lina Bo Bardi, que encontrou no Brasil lições sobre trabalho, arquitetura e design populares, incorporando-as em sua própria arquitetura fundamentada em princípios modernistas”, destaca o curador.
Para o diretor regional do Sesc São Paulo, Luiz Deoclécio Massaro Galina, a iniciativa integra uma série de projetos expositivos sediados no Sesc Pompeia em anos recentes, com o intuito de revisitar produções históricas de nomes decisivos para a compreensão da arte brasileira. “A obra de Carmela Gross se conecta com mais uma dimensão valorizada pela entidade, a saber, a sensibilidade aos espaços arquitetônicos e a seus usos múltiplos, inclusive no sentido de desafiá-los. Uma fábrica refundada enquanto centro de lazer e difusão artístico-cultural, em um período histórico de perda de função dos complexos industriais urbanos, é particularmente propícia para isso”, destaca.
A exposição fica aberta para visitação do público até o dia 25 de agosto de 2024 e conta com ações educativas ao longo deste período. Para acompanhar a programação, acesse: sescsp.org.br/quasecirco.
Serviço
Exposição | Quase Circo – Carmela Gross
De 27 de março a 25 de agosto
Terça a sábado, das 10h às 21h. Domingos e feriados, das 10h às 18h.
Período
27 de março de 2024 10:00 - 25 de agosto de 2024 21:00(GMT-03:00)
Curadoria
Paulo Miyada
Paulo Miyada é curador e pesquisador de arte contemporânea. Graduado em Arquitetura e Urbanismo pela FAU-USP, tem mestrado em História da Arquitetura e Urbanismo pela mesma instituição. Foi assistente de curadoria da 29ª Bienal de São Paulo, em 2010, e fez parte da equipe de curadores do Rumos Artes Visuais do Itaú Cultural, entre 2011 e 2013. Atualmente, é curador-chefe do Instituto Tomie Ohtake, e coordenador do Núcleo de Pesquisa e Curadoria do mesmo instituto. Em 2021, passou a atuar como curador adjunto do Centre Pompidou, em Paris, uma das mais renomadas instituições de arte da Europa. Miyada também é curador adjunto da 34ª Bienal de São Paulo.
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Os avanços tecnológicos da corrida espacial entre os Estados Unidos e a antiga União Soviética, que culminou com a chegada do homem à Lua em 1969, estão no imaginário de Emmanuel
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Os avanços tecnológicos da corrida espacial entre os Estados Unidos e a antiga União Soviética, que culminou com a chegada do homem à Lua em 1969, estão no imaginário de Emmanuel Nassar. Mas o título de sua instalação Lataria Espacial, além dos aspectos científico e político, traz também um termo informal, que se refere a estruturas metálicas de veículos motorizados. Para o artista, lataria está associada ao termo “lata velha”, geralmente usado para designar o estado precário de grandes máquinas deterioradas.
O trabalho aproxima opostos: a lataria envelhecida e com sinais de desgaste, o que há de primitivo e popular nas funilarias do subúrbio às missões espaciais e altamente tecnológicas que colaboraram para o desenvolvimento das comunicações via satélite. Há, nessa justaposição, algo do sonho e da fantasia de voar. Mas se o voo está ligado à imagem da liberdade que tanto aviões quanto pássaros evocam, uma das asas de Lataria Espacial está decepada, como se estivesse incrustada na parede. Dentro da Sala de Vidro do MAM São Paulo, a obra parece tratar mais da impossibilidade de levantar voos do que da completa realização do desejo de liberdade.
O artista projetou e construiu seu próprio jato particular, que se assemelha aos aviões de brinquedo, mas é inspirado no modelo Phenom 300, da Embraer, que está entre os jatos executivos mais vendidos no mundo. Mas, em vez de fazer um elogio à alta performance e ao poder que uma aeronave de pequeno porte carrega, o artista aponta de modo irônico para as contradições sociais do país e para o contraste entre o imaginário da elite e do povo, justamente mostrando que essa separação já não é tão clara.
Emmanuel Nassar valoriza as cores das chapas metálicas publicitárias e o que há de popular na periferia de centros urbanos, em especial de Belém do Pará. Embora, no presente trabalho, ele não se aproprie das placas descartadas, recorrendo ao zinco galvanizado, o conjunto de pinturas que formam o avião ecoa o improviso das soluções inventivas. Entre as marcas da poética de Emmanuel Nassar está o reconhecimento das gambiarras, as engenhocas provisórias, realizadas com poucos recursos, que resolvem problemas práticos do cotidiano.
Lataria Espacial permite que os diversos públicos do MAM se divirtam ao serem recebidos com o prestígio e status de um tapete vermelho, brinquem, tirem selfies com a bagagem, como se estivessem prestes a embarcar num sonho que, embora não decole de modo literal, realiza-se na experiência única e generosa que a obra proporciona.
Serviço
Exposição | Emmanuel Nassar: Lataria Espacial
De 02 de abril a 01 de setembro
Terça a domingo, das 10h às 18h (com a última entrada às 17h30)
Período
2 de abril de 2024 10:00 - 1 de setembro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM SP)
Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, Vila Mariana, São Paulo – SP
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Na efeméride de 60 anos do Golpe Militar brasileiro (1964–1985), a Pinacoteca, em
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Na efeméride de 60 anos do Golpe Militar brasileiro (1964–1985), a Pinacoteca, em realização conjunta com o Memorial da Resistência de São Paulo, constrói diálogos sobre o estado de exceção a partir dos acervos artísticos e documentais de ambas as instituições. A exposição conjunta ocupa o 2º andar da Pina Estação.
A mostra acontece no edifício da Pina Estação, que sediou até 1983 o Deops/SP — Departamento Estadual de Ordem Política e Social de São Paulo —, que atuava como aparelho de repressão política do Estado e onde inúmeras pessoas foram presas e torturadas durante a Ditadura Civil-Militar (1964–1985), e hoje é ocupado pelo Memorial da Resistência de São Paulo e a Pinacoteca de São Paulo.
A exposição parte da Coleção Alípio Freire, doada ao Memorial da Resistência em 2023. Será a primeira vez que o conjunto, composto por trabalhos de ex-presos políticos dos presídios de São Paulo durante o período ditatorial e reunidos por Alípio Freire e Rita Sipahi, será mostrado ao público na Pinacoteca.
Entre os destaques da mostra, está a obra do acervo da Pinacoteca Fantasmas da Esperança (2018), de Marcela Cantuária, que traz elementos simbólicos que a exposição propõe discutir.
ACERVOS E COLEÇÕES
Do acervo da Pinacoteca são destaques as obras A Corda (1967) de Neide Sá, que será apresentada em nova configuração, e Desdobramentos (2017), de Jefferson Medeiros.
Em diálogo com a coleção da Pinacoteca está parte do acervo do jornalista e ex-preso político Alípio Freire (in memorian) e sua esposa Rita Sipahi, que reúne registros de presos políticos na Ditadura Civil-Militar (1964–1985). Estão reunidas pinturas, desenhos, colagens e gravuras, realizadas em diferentes presídios da cidade de São Paulo, como Tiradentes, Carandiru, Penitenciária Feminina, Hipódromo, Presídio Militar Romão Gomes (Barro Branco) e no próprio Deops/SP, durante os anos 70. As obras integram, desde 2023, o acervo do Memorial da Resistência de São Paulo.
Já o coletivo Mulheres Possíveis apresenta projeto artístico multidisciplinar desenvolvido pelas artistas Beatriz Cruz, Leticia Olivares, Sandra Ximenez e Vânia Medeiros em colaboração com mulheres em situação de cárcere na Penitenciária Feminina da Capital desde 2016.
O acervo traz visibilidade para a situação do cárcere nos dias atuais, tendo a narrativa do corpo como centro da experiência. Na exposição, o público poderá ver as imagens produzidas por mulheres em privação de liberdade durante as oficinas do projeto e que resultaram na publicação Mulheres Possíveis- corpo, gênero e encarceramento em 2019.
Por fim, o acervo Bajubá, projeto comunitário de registro de memórias das comunidades LGBT+ brasileiras, reúne uma coleção de itens que registram a diversidade sexual e a pluralidade de expressões e identidades de gênero no país também no período militar. Parte desse arquivo poderá ser visto na exposição.
Serviço
Exposição | Sol Fulgurante: arquivos de vida e resistência
De 06 abril a 18 agosto
De quarta a segunda, das 10h às 18h
Período
6 de abril de 2024 10:00 - 18 de agosto de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Pina Estação
Lg. General Osório, 66, São Paulo - SP
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Exposição individual do artista Maxwell Alexandre. Novo poder: passabilidade faz parte da série “Novo Poder” e trata-se da itinerância em São Paulo do primeiro Pavilhão de Maxwell Alexandre, que foi
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Exposição individual do artista Maxwell Alexandre. Novo poder: passabilidade faz parte da série “Novo Poder” e trata-se da itinerância em São Paulo do primeiro Pavilhão de Maxwell Alexandre, que foi no bairro de São Cristóvão, Rio de Janeiro.
Uma vez que o artista tem uma agenda de exposições majoritariamente internacional, o Pavilhão Maxwell Alexandre foi anunciado para expandir no Brasil, a discussão do que estava sendo mostrado em galerias e museus fora do país. A intenção é gerar diálogo e dar acesso a uma audiência local à obra do artista e seu desenvolvimento a longo prazo: passabilidade. A caminhada segura e tranquila pelo cubo branco. Este é o conceito de passabilidade nos termos de Maxwell Alexandre.
Tratada pela primeira vez dentro da série Novo Poder na Espanha, passabilidade ganha desenvolvimento e chega com uma abordagem mais aguda ao Pavilhão, através de uma instalação ambiciosa com mais de 50 retratos, todos pintados a óleo sobre papel pardo.
Firmes e conscientes desses espaços – museus e galerias – que outrora eram hostis a pessoas melanizadas, os personagens caminham elegantes, como se estivessem desfilando numa passarela. Em Novo poder: passabilidade, o artista faz esse cruzamento entre moda e arte contemporânea, denotando os dois campos como plataformas de empoderamento, que oferecem dignidade e autoestima para o indivíduo.
Serviço
Exposição | Novo Poder: passabilidade
De 19 de abril a 29 de setembro
Terça a Sexta – Das 10h às 21h30, sábado – Das 10h às 19h30 e domingo – Das 10h às 18h30
Período
19 de abril de 2024 10:00 - 29 de setembro de 2024 19:30(GMT-03:00)
Local
Sesc Avenida Paulista
Av. Paulista, 119 - Bela Vista, São Paulo - SP
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Entre 25 de abril e 1º de dezembro de 2024, “Um Defeito de Cor” toma o espaço expositivo do segundo andar do Sesc Pinheiros com desdobramentos que recepcionam visitantes desde
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Entre 25 de abril e 1º de dezembro de 2024, “Um Defeito de Cor” toma o espaço expositivo do segundo andar do Sesc Pinheiros com desdobramentos que recepcionam visitantes desde o muro da entrada como uma mostra de arte que parte do romance histórico homônimo de Ana Maria Gonçalves. Em seu livro, a autora reconta a saga de Kehinde, africana escravizada confrontada com a necessidade de reconstrução em terras brasileiras e a incessante luta por liberdade fazendo uso da comida, da arte, do afeto, da busca pela família, acolhimento e de sua fé nos encantados.
Os curadores Amanda Bonan e Marcelo Campos, ambos do MAR (Museu de Arte do Rio), fizeram o convite a Ana Maria para uma construção curatorial conjunta a repensar a trajetória do livro de forma imagética: da produção moderna e contemporânea que tem em seu cerne a cosmogonia africana nasceu esse encontro a partir de produções de 131 artistas – entre 77 vivos e 37 já falecidos, além de 17 convidados a produzir novas obras para a mostra, com nomes como Kwaku Ananse Kintê, Kika Carvalho, Antonio Oloxedê e Goya Lopes.
Assim, tal exposição se pretende um profundo mergulho pelas quase mil páginas do texto de “Um Defeito de Cor” e toma seus dez capítulos como metodologia de divisão de núcleos temáticos em uma estrutura circular de fruição que transborda as questões da ancestralidade nas visualidades da mostra e proposta expográfica. Além dos curadores, fazem parte do processo de criação os artistas Ayrson Heráclito, consultor que assina a expografia ao lado de Aline Arroyo, e Tiganá Santana, curador da paisagem sonora que envolve o ambiente.
Nos meses em que esteve em cartaz no Rio de Janeiro, a mostra foi bem recebida pelo público, com visitação expressiva, deixando clara sua potência. É importante destacar que, antes da vinda para o Sesc Pinheiros, esta itinerância passou pelo Museu da Cultura Afro-Brasileira (Muncab), fazendo uma importante triangulação entre instituições e abrangência de públicos do Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
Serviço
Exposição | Um Defeito de Cor
De 25 de abril a 01 de dezembro
Terça a sábado das 10h30 às 21h | domingos e feriados das 10h30 às 18h
Período
25 de abril de 2024 10:30 - 1 de dezembro de 2024 21:00(GMT-03:00)
Local
Sesc Pinheiros
Rua Paes Leme, 195, Pinheiros, São Paulo - SP
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O SESI São José dos Campos apresenta a exposição J. Borges – O Mestre da Xilogravura, até o dia 30 de setembro, com visitação gratuita. O imaginário popular do Nordeste está presente
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O SESI São José dos Campos apresenta a exposição J. Borges – O Mestre da Xilogravura, até o dia 30 de setembro, com visitação gratuita. O imaginário popular do Nordeste está presente em símbolos e figuras talhadas pelo artista, que completa 88 anos em dezembro.
Com curadoria de Ângelo Filizola, a exposição traz uma coletânea de 44 xilogravuras, sendo oito delas até então inéditas (com suas respectivas matrizes), junto às 28 obras mais importantes da carreira de J. Borges. Os temas retratados simbolizam a trajetória de vida do artista, considerado pelo dramaturgo Ariano Suassuna como o “melhor gravador popular do Brasil”.
Os visitantes podem apreciar obras de diversas fases de sua história, identificadas pelos temas: Viagem a Trabalho e Negócios, Serviços do Campo, Plantio de Algodão, Forró Nordestino, Plantio de Cana, Feira de Caruaru, Carnaval em Pernambuco e Festa dos Apaixonados. A poesia popular também tem lugar na exposição: um espaço dedicado especialmente à literatura de cordel. Cordelista há mais de 50 anos, os versos de J. Borges tratam do cotidiano do agreste, de acontecimentos políticos, de fatos lendários, de folclóricos e pitorescos da vida.
“Estou muito felizl com essa exposição sobre meu trabalho na xilogravura. E eu ainda quero viver bastante, e o que me inspira é a vida, é a continuação, é o movimento. Minha obra é aquilo que eu vejo, aquilo que eu sinto”, comenta J. Borges, que é patrimônio Vivo de Pernambuco, título concedido pelo Estado. Borges já expôs na França, Alemanha, Suíça, Itália, EUA, Venezuela e Cuba, deu aulas na França e nos EUA, ilustrou livros em vários países e foi destaque no The New York Times.
A exposição J. Borges – O Mestre da Xilogravura traz ainda duas obras assinadas por Pablo Borges e Bacaro Borges, filhos e aprendizes do artista, além da exibição de uma cinebiografia sobre vida e obra de Borges, assinada pelo jornalista Eduardo Homem.
J. Borges desenha direto na madeira, equilibrando cheios e vazios com maestria, sem a produção de esboços, estudos ou rascunhos. O título é o mote para criar o desenho, onde as narrativas próprias do cordel têm espaço na expressiva imagem da gravura. O fundo da matriz é talhado ao redor da figura que recebe aplicação de tinta, tendo como resultado um fundo branco e a imagem impressa em cor. As xilogravuras não apresentam uma preocupação rigorosa com perspectiva ou proporção.
A originalidade, irreverência e personagens imaginários são notáveis nas suas obras. Os temas mais recorrentes em seu repertório são o cotidiano da vida simples do campo, o cangaço, o amor, os castigos do céu, os mistérios, os milagres, crimes e corrupção, os folguedos, a religiosidade, a picardia, enfim todo o rico universo cultural do povo nordestino.
A Gerente de Cultura do Sesi-SP, Debora Viana, reforça a importância desta exposição integrar o circuito das mostras itinerantes nos Espaços Galerias. “Com a iniciativa, que começou em Campinas, reforçamos o compromisso que a instituição possui de fomentar o cenário cultural e artístico por meio do acesso do público a obras, ao processo criativo de artistas nacionais e internacionais, à reflexão e à experimentação. Para o Sesi-SP, é de extrema importância a formação de novos públicos em artes, a difusão e o acesso à cultura de forma gratuita. É por isso que desenvolvemos e realizamos projetos das mais diversas áreas e convidamos o público a entrar de cabeça no universo do conhecimento e da arte”.
Com produção e idealização da Cactus Promoções e Produções, a exposição J. Borges – O Mestre da Xilogravura já foi apresentada no Centro Cultural FIESP e nas unidades do SESI em Campinas, São José do Rio Preto e Itapetininga.
Serviço
Exposição | J. Borges – O Mestre da Xilogravura
De 26 de abril a 30 de setembro
Quarta a domingo, das 10h às 20h
Período
26 de abril de 2024 10:00 - 30 de setembro de 2024 20:00(GMT-03:00)
Local
SESI São José dos Campos
Av. Cidade Jardim, 4389 - Bosque dos Eucaliptos. São José dos Campos - SP
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A exposição fotográfica inédita “Cartunistas” reúne os maiores cartunistas do Brasil retratados por Paulo Vitale e com curadoria de Eder Chiodetto. A mostra, que foi aberta ao público no dia
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A exposição fotográfica inédita “Cartunistas” reúne os maiores cartunistas do Brasil retratados por Paulo Vitale e com curadoria de Eder Chiodetto. A mostra, que foi aberta ao público no dia 26 de abril, será realizada até 29 de setembro de 2024, de quarta a sexta-feira, das 14h às 19h; sábado e domingo, das 10h às 19h, com visitação gratuita.
A exposição é um projeto composto por retratos de 120 desenhistas da área do humor gráfico, retratados pelo fotógrafo Paulo Vitale em que cada foto pode ser considerada um cartum, refletindo características e estilo dos retratados. Só assim para traduzir em retratos o humor que esses desenhistas produzem no cérebro das pessoas com temas políticos, sociais e sobre a própria existência humana. Dentre os retratados, estão Mauricio de Sousa; Ziraldo; Paulo Caruso; Jaguar; Angeli; Laerte; entre outros.
Ao olhar o ensaio como um todo, a curadoria de Eder Chiodetto adotou o caminho de equacionar o espaço expositivo proposto para que ele pudesse receber a totalidade dos retratos realizados pelo fotógrafo. Como a grande maioria dos (as) cartunistas olhava diretamente para a lente do fotógrafo, agora na exposição o fotógrafo desaparece e cada retratado estará olhando nos olhos de cada espectador, criando uma conexão mais enfática entre público e cartunistas.
Paulo Vitale é fotógrafo, diretor de cena e autor. Cursou História, na Universidade de São Paulo (USP) e fotografia no International Center of Photography, de Nova York. Percorreu mais de 50 países fazendo trabalhos editoriais, publicitários e autorais. Tem mais de 100 capas publicadas nas principais revistas brasileiras. Foi fotógrafo e editor de fotografia do Jornal O Estado de S. Paulo. Editor de fotografia das revistas VEJA e ÉPOCA, e correspondente da Agência Estado, em Nova York. Paulo, e já retratou grandes personalidades, como Nelson Mandela, Oscar Niemeyer, Caetano Veloso, Mark Zuckerberg e Pelé.
Eder Chiodetto é curador de fotografia independente, autor, publisher da editora de fotolivros Fotô Editorial e diretor do centro de estudos Ateliê Fotô. Foi curador de fotografia do MAM-SP, entre 2005 e 2021, e mentor do programa Arte na Fotografia, no canal Arte1. Como curador já realizou mais de 120 exposições no Brasil, Europa, EUA e Japão.
A exposição ‘Cartunistas’ faz parte do projeto Espaço Galeria SESI-SP, no qual o foyer do teatro se transforma em plataforma expositiva, recebendo exposições de diferentes técnicas e formatos. Criada em 2013, a iniciativa oferece exposições de artes visuais especialmente desenvolvidas para os centros de atividades do SESI-SP, propiciando a circulação de obras originais com embasamento curatorial e expografias específicas.
Serviço
Exposição | Cartunistas
De 26 de abril a 29 de setembro
Quarta a sexta-feira, das 14h às 19h; sábado e domingo, das 10h às 19h
Período
26 de abril de 2024 14:00 - 29 de setembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
SESI Sorocaba
Rua Gustavo Teixeira, 369, Vila Independência - Sorocaba - SP
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Sucesso de público e elogiada pela crítica, a mostra Dos Brasis, que reúne obras de 240 negros do país no Centro Cultural Sesc Quitandinha, foi vista por mais de
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Sucesso de público e elogiada pela crítica, a mostra Dos Brasis, que reúne obras de 240 negros do país no Centro Cultural Sesc Quitandinha, foi vista por mais de 130 mil pessoas no Sesc Belenzinho, em São Paulo. Exposição estará em cartaz, em Petrópolis de 3 de maio a 27 de outubro.
A centralidade do pensamento negro no campo das artes visuais brasileiras, em diferentes tempos e lugares, é uma das principais premissas que guiam o processo curatorial da mostra Dos Brasis – Arte e Pensamento Negro, a mais abrangente exposição dedicada exclusivamente à produção de artistas negros. Depois de passar sete meses em São Paulo, com registro de mais de 130 mil visitantes, a exposição chega ao Rio de Janeiro e será instalada em um dos principais cartões postais da Região Serrana: o Centro Cultural Sesc Quitandinha (CCSQ), em Petrópolis. Com abertura marcada para o dia 3 de maio, a mostra receberá visitantes até 27 de outubro deste ano.
Resultado de um trabalho desenvolvido pelo Sesc em todo o país, a mostra conta com sete núcleos temáticos, reunindo aproximadamente 240 artistas negros, de todos os estados do Brasil, sob curadoria de Igor Simões, em parceria com Lorraine Mendes e Marcelo Campos. Realizada por meio de um trabalho em conjunto de analistas de cultura da Insituição de todo o país, a exposição traz obras em diversas linguagens artísticas como pintura, fotografia, escultura, instalações e videoinstalações, produzidas desde o fim do século XVIII até o século XXI. A lista completa dos artistas participantes está disponível ao final do texto.
A exposição chega na íntegra ao Centro Cultural Sesc Quitandinha (CCSQ). As 314 obras que estavam em exibição no Sesc Belenzinho (SP) vão ocupar os salões da área monumental do histórico edifício, que em 2024 completa 80 anos. Parte dos trabalhos, alguns inéditos, também serão expostos pela primeira vez na área externa e no lago em frente à unidade. A mostra vai ainda oferecer ao público uma programação paralela com ações em mediação cultural e atividades educativas, além de um programa público composto de debates e palestras com convidados.
Inaugurado em 1944, um ano antes do fim da Segunda Guerra Mundial, o Quitandinha abrigou um dos maiores hotéis-cassino das Américas. Recebeu personalidades brasileiras e hollywoodianas, como Carmen Miranda e Walt Disney. Também foi palco de eventos que marcaram a história, como da Conferência Interamericana para a Manutenção da Paz e da Segurança no Continente, em 1947, e a 1ª Exposição Nacional de Arte Abstrata, realizada em 1953. Na década de 1960, após a proibição dos jogos no Brasil, o cassino foi fechado e o hotel teve seus apartamentos vendidos, tornando-se um condomínio. Em 2007, a área monumental passou a ser administrada pelo Sesc RJ, que a transformou em um Centro Cultural.
Desde que foi reinaugurado como um Centro Cultural, em abril do ano passado, o Quitandinha vem sendo ocupado por exposições que resgatam a forte identidade afro-brasileira em Petrópolis. A primeira, intitulada “Um oceano para lavar as mãos”, com curadoria de Marcelo Campos e Filipe Graciano, apresentou uma revisão da história do Brasil a partir de narrativas não eurocentradas, pensada por curadores e artistas negros, levando o espectador à reflexão sobre a forte memória e produção artística negra na contemporaneidade, no Brasil e no município, e sua relação com o passado imperial. Depois, dos mesmos curadores, recebeu a coletiva “Da Kutanda ao Quitandinha”, em que o ponto de partida foi o território onde o edifício está inserido – uma região marcada por quilombos formadores da cidade.
Serviço
Exposição | Dos Brasis
De 3 de maio a 27 de outubro
Terças a domingos e feriados, das 10h às 17h
Período
3 de maio de 2024 10:00 - 27 de outubro de 2024 17:00(GMT-03:00)
Local
Centro Cultural Sesc Quitandinha
Avenida Joaquim Rolla, 2, Petrópolis, Rio de Janeiro - RJ
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Entre as tantas reinvenções da modernidade, está o fato de termos gradativamente mudado o lugar e o estado das relações sociais. Se na Idade Média o objetivo era perdurar e
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Entre as tantas reinvenções da modernidade, está o fato de termos gradativamente mudado o lugar e o estado das relações sociais. Se na Idade Média o objetivo era perdurar e estabelecer laços fixos e imutáveis, nos tempos atuais o deslocamento e a maleabilidade são chave para a compreensão de um mundo novo e flexível. A teoria acima, descrita pelo filósofo polonês Zygmunt Bauman (1925-2017), evoluiu pelos meandros da mente humana e trouxe reflexões, também, a partir das consequências dessa fluidez que, entre outros aspectos, nos leva a deslocamentos que, muitas vezes, causam a sensação equivocada de que estamos fora de encaixe, talvez no lugar errado, tarde ou cedo demais no contexto histórico no qual estamos todos inevitavelmente inseridos. É sobre esse caminho móvel e diverso que trata Deslocamentos, exposição da artista carioca Frida Baranek na Galeria Raquel Arnaud.
A própria trajetória de Baranek evidencia esse pensamento. Desde cedo, a artista transita pelo mundo, habitando diversos países e adaptando-se de forma versátil ao seu entorno – de São Paulo a Lisboa, passando por Berlim, Londres, Nova York e Paris. Observadora nata do que a rodeia, Baranek apropria-se disso através de materiais que vai coletando pelo caminho. Concentra grande parte de sua pesquisa na materialidade do mundo e, a partir dela, propõe novos formatos: descaracterizando-a em alguns processos e, em outros, reforçando sua potência. A fluidez com que transita com seu corpo pelo espaço físico aparece na polpa e na água que compõem os papéis, fio condutor que orienta o espectador na atual mostra.
Essa camada de celulose, que nas mãos da artista ganha diversas formas e texturas, faz parte de sua trajetória desde os anos 1990, quando, durante um projeto realizado na Alemanha, foi desafiada a criar uma série de trabalhos a partir dessa matéria. Desde o primeiro momento, a mistura fluida ganhou corpo em massas físicas que evidenciavam o processo criativo de Baranek – mesmo no formato bidimensional, a artista trabalha de forma intuitiva e escultórica. Experimentar e transformar materiais são mecanismos naturais de Baranek, que transita com destreza entre os diversos suportes artísticos, desde suas reconhecíveis esculturas em larga escala até a mobilidade contida em um pigmento adicionado ao papel.
Com o tempo e a intimidade adquirida com a matéria-prima, a artista passou a produzir artesanalmente sua própria mistura de polpa e água, experimentando, dessa forma, relevos e gramaturas, e adicionando materiais possíveis na composição de suas séries, como fios de seda, pó de ferro e arames. Em certo ponto, apropriou-se da técnica collagraph, na qual as gravuras são impressas através de chapas plásticas, mais maleáveis e que permitem um grau elevado de experimentação e interferência.
Se, antes, tais deslocamentos levavam a artista a criar majoritariamente corpos labirínticos, hoje Baranek provoca reflexões sobre a impermanência ao trabalhar as camadas feitas em formas mais simples e geométricas. O desencaixe e a fluência da vida moderna e contemporânea, dos quais falava Bauman em suas teorias, reaparecem de forma subjetiva nas duas esculturas presentes no espaço – e que levam o nome desta exposição. Feitas em madeira – matéria-prima da celulose – e acrílico, as obras norteiam o pensamento e o trabalho atual de Baranek, que desfruta do desembaraço da matéria para apresentar suas novas sobreposições. Com a ilusão de que podemos encaixar tais formas geométricas que ali se apresentam de maneira aparentemente descomplicada, somos envolvidos pelas camadas propostas por ela e, assim, nos deslocamos na sutileza das possibilidades.
Serviço
Exposição | Deslocamentos
De 8 de maio a 10 de agosto
Segunda à sexta das 11:00 às 19:00, sábado das 11:00 às 15:00
Período
8 de maio de 2024 11:00 - 10 de agosto de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Raquel Arnaud
Rua Fidalga, 125 – Vila Madalena, São Paulo - SP
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A beleza e a força do feminino ancestral causam impacto aos olhos de quem observa as pinturas que chegaram ao Museu de Arte do Rio. A primeira exposição individual
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A beleza e a força do feminino ancestral causam impacto aos olhos de quem observa as pinturas que chegaram ao Museu de Arte do Rio. A primeira exposição individual da artista indígena Daiara Tukano, na cidade do Rio de Janeiro, será inaugurada no MAR, a partir do dia 10 de maio. A mostra “Pamuri Pati – Mundo de transformação” é realizada em parceria com a galeria Millan, de São Paulo, que representa a artista, e ficará em cartaz até o dia 25 de agosto. Por meio da mostra, Daiara Tukano fala sobre as transformações sociais que podem ser observadas pelas óticas do feminino e do próprio povo indígena. Para ela, isso se dá por uma retomada da “memória ancestral” com a qual a sociedade se reconecta. “Quero compartilhar um pouco da cultura do meu povo, mas também dessa vivência de luta”, afirma a artista.
O Museu de Arte do Rio é um equipamento da Prefeitura do Rio, de responsabilidade da Secretaria Municipal de Cultura, gerido pela Organização de Estados Ibero-Americanos (OEI). A mostra faz uma retrospectiva da carreira da artista, reunindo mais de 70 obras, entre elas pinturas, esculturas e instalações.
A expressão “Pamuri Pati” significa “mundo de transformação”, conceito arraigado na cultura indígena: “Para nós, os seres do mundo são seres em transformação. O mundo em transformação traz todas essas narrativas desde os petróglifos (representações gravadas pelo homem em pedra ou em rochas), que são as pinturas mais antigas em pedras e cachoeiras”, destaca Daiara.
Receber a exposição “Pamuri Pati – Mundo de transformação” é cumprir a missão do MAR de trazer a linguagem e as percepções dos artistas contemporâneos brasileiros. “Viabilizar o acesso à expressão de tanta força e diversidade dos povos indígenas, valorizando a língua, que está na base da conexão social de todos os povos, fortalece o MAR como um espaço aberto e plural, que promove a arte e a cultura”, afirma Leonardo Barchini, diretor da OEI no Brasil.
Serviço
Exposição | Pamuri Pati – Mundo de transformação
De 10 de maio a 25 de agosto
Terça-feira a domingo das 10h30 às 17h
Período
10 de maio de 2024 10:30 - 25 de agosto de 2024 17:00(GMT-03:00)
Local
Museu de Arte do Rio - MAR
Praça Mauá, 5 – Centro, Rio de Janeiro – RJ
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Cecilia Vicuña (Santiago, Chile, 1948) “Sonhar a água — Uma retrospectiva do futuro (1964…)” é uma colaboração da Pinacoteca com o Museu Nacional do Chile, em Santiago, e com o
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Cecilia Vicuña (Santiago, Chile, 1948) “Sonhar a água — Uma retrospectiva do futuro (1964…)” é uma colaboração da Pinacoteca com o Museu Nacional do Chile, em Santiago, e com o Malba, em Buenos Aires. A curadoria é do peruano Miguel López e levará pinturas, fotografias, vídeos, peças sonoras, esculturas e instalações da artista para a Pina Contemporânea. Um de seus trabalhos mais emblemáticos, Menstrual (2006), poderá ser visto pelo público pela primeira vez no Brasil.
Essa é a primeira grande mostra da artista chilena no Brasil, reúne cerca de 200 obras que abrangem os 60 anos de sua produção e apresenta o compromisso de Vicuña com as lutas populares, o respeito aos direitos humanos e a proteção ambiental. O nome da exposição representa um convite para mudarmos nossa relação com a terra.
NÚCLEOS
A exposição é organizada em nove núcleos. O primeiro é “Tribu No“, nome de um grupo de jovens artistas e poetas de Santiago que, como ela, buscavam expressar sua oposição às forças conservadoras do Chile. O segundo núcleo “Pinturas, poemas e explicações” apresenta algumas de suas primeiras pinturas produzidas em Santiago, Londres e Bogotá, junto com textos explicativos.
Uma série de documentos, fotografias e materiais impressos relacionados com as campanhas de solidariedade com o Chile compõem o núcleo “Artistas pela democracia“, enquanto o núcleo “Vicuña na Colômbia” representa o momento em que Vicuña atravessou um período de explosão criativa no qual deu vida a centenas de desenhos, colagens e pinturas, ações em espaços públicos, oficinas educativas, projetos cenográficos e filmes experimentais em 16 mm.
O quinto núcleo da exposição leva o nome “Palabrarmas” e representa o período (1973) em que a artista começou a produzir uma série de desenhos, colagens e vídeos que refletiam sobre o papel da poesia em um tempo de repressão política e desaparecimentos forçados na América do Sul.
O “Quipu desaparecido” faz alusão ao legado de sequestros e assassinatos por motivos políticos perpetrados por várias ditaduras latino-americanas do século XX. O núcleo 7, “Precarios” traz as primeiras obras precárias de Vicuña criadas na Praia de Concón, no Chile, em 1966. A instalação “Quipu menstrual” (O sangue dos glaciais) nomeia o oitavo e último núcleo da mostra. Na Pina, visitantes poderão ver uma versão feita para o espaço da Grande Galeria.
Serviço
Exposição | Sonhar a água — Uma retrospectiva do futuro (1964…)
De 18 de maio a 15 de setembro
De quarta a segunda, das 10h às 18h
Período
18 de maio de 2024 10:00 - 15 de setembro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Pinacoteca Contemporânea
Av. Tiradentes, 273, Luz, São Paulo - SP
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Esculturas e instalações suspensas que, através de tramas e elementos têxteis, apresentam ao público a força da manufatura na arte contemporânea brasileira. Esse é o mote das obras criadas
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Esculturas e instalações suspensas que, através de tramas e elementos têxteis, apresentam ao público a força da manufatura na arte contemporânea brasileira. Esse é o mote das obras criadas pela artista paranaense Lidia Lisbôa, em cartaz no Museu de Arte do Rio (MAR) a partir deste sábado, 18/05, Dia Internacional dos Museus. A exposição “Têta”, primeira individual da artista na instituição, apresenta cerca de 30 obras e tem a curadoria de Amanda Bonan, Marcelo Campos, Amanda Rezende, Thayná Trindade e Jean Carlos Azuos. A mostra terá algumas obras inéditas comissionadas pela instituição, e faz parte do “Mulheres no MAR”, programa que visa ampliar a exibição da arte produzida por artistas brasileiras. Essa é a terceira exposição do projeto, que iniciou com a individual “Ònà Irin: Caminho de ferro”, de Nádia Taquary, e recentemente com “Pamuri Pati: Mundo de Transformação”, de Daiara Tukano.
Úteros, tetas, cordões umbilicais e cupinzeiros fazem parte da poética da artista Lidia Lisbôa. Com uma pesquisa que perpassa o território ancestral e o corpo feminino, a artista convida o público a uma imersão em suas obras. “Lidia é uma mulher negra que se aproxima do que, poeticamente, se vinculou ao feminino nas artes, principalmente a questão têxtil e a própria pesquisa sobre a argila. Em tudo é uma obra muito próxima das mãos, do fazer manual, mas com o pensamento contemporâneo ampliado. Ela instala, pendura, espalha no chão, faz em quantidade e acumula. O ateliê de Lidia é constituído de elementos de costura como tecidos e retalhos, botões, filós, todos os elementos que a gente encontraria num ateliê de costura. Mas é importante dizer também, que há neste lugar uma escolha muito assertiva dela nesses materiais, ou seja, ela compra os rolos de tecido, não é somente um material de coleta ou descarte. Isso dá à própria obra da Lidia o elemento da escolha, sobre a qual a noção de uma colcha de retalhos não se enquadraria”, afirma Marcelo Campos, curador-chefe do MAR.
O Museu de Arte do Rio é um equipamento da Prefeitura do Rio de Janeiro, de responsabilidade da Secretaria Municipal de Cultura, gerido pela Organização de Estados Ibero-Americanos (OEI). A mostra ficará em cartaz até 8 de setembro e ocupa o térreo do pavilhão de exposições. A prática da artista se desenvolve em suportes distintos e suas instalações escultóricas trazem elementos como crochê, macramê e costura. “O MAR tem a vocação de ser um espaço plural e pulsante, onde o pensamento extrapola os sentidos. E é isso que Lidia Lisboa transmite em suas produções, quando valoriza a força da figura feminina e a coloca em sintonia com a arte contemporânea brasileira ao mesmo tempo em que nos inquieta com as paisagens do corpo e da memória para além do que se vê”, afirma Leonardo Barchini, diretor da OEI no Brasil.
Obras
O público que visitar o térreo do Pavilhão de Exposições do MAR irá encontrar obras da série intitulada “Tetas que deram de mamar ao mundo”, cuja produção foi iniciada em 2011. Tratam-se de esculturas têxteis de grandes dimensões que são alçadas ao teto e caem próximas ao chão, numa forma que remete aos seios femininos. A exposição apresenta ainda seus trabalhos escultóricos, em especial, a série Cupinzeiros. Dos cordões umbilicais de seus irmãos que viu sendo cortados no parto aos cupinzeiros que observava na juventude interiorana, Lisbôa costura e transforma suas memórias em arte.
Serviço
Exposição | Têta
De 18 de maio a 8 de setembro
Terça a domingo, das 11h às 18h (última entrada às 17h)
Período
18 de maio de 2024 11:00 - 8 de setembro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Museu de Arte do Rio - MAR
Praça Mauá, 5 – Centro, Rio de Janeiro – RJ
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Para celebrar vinte anos de carreira da artista Cristina Suzuki a Diáspora Galeria inaugura a exposição “Crtl+C_Crtl+V”. Esta individual histórica tem a curadoria de Carolline Akemy Miyashita e Priscila
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Para celebrar vinte anos de carreira da artista Cristina Suzuki a Diáspora Galeria inaugura a exposição “Crtl+C_Crtl+V”.
Esta individual histórica tem a curadoria de Carolline Akemy Miyashita e Priscila Arantes e promete envolver o público e faze-lo refletir com humor e sagacidade os lugares e possibilidades da arte contemporânea pelo olhar criativo da artista.
A prerrogativa de “copiar e colar” e ressignificar imagens, símbolos e conceitos traz a potência do usual e ordinário, ocupando os dois andares da galeria com investigações diversas sobre o que é arte e os limites tênues entre o que ao mesmo tempo se chancela em um espaço expositivo, mas também faz parte do cotidiano no qual se habita.
Será um prazer receber todes para celebrar a arte que se envereda na vida, com a inventividade e humor que apenas artistas como Cristina Suzuki conseguem propiciar.
Serviço
Exposição | Crtl+C_Crtl+V
De 25 de maio a 03 de agosto
Terça a sexta, das 11h às 19h, sábado, das 11h às 16h
Período
25 de maio de 2024 11:00 - 3 de agosto de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Diáspora Galeria
Av. Rebouças, 2915 - Pinheiros, São Paulo - SP
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O Instituto Artium de Cultura inaugura a exposição Ponto de Osso, com mais de 30 trabalhos inéditos da artista plástica Marcia de Moraes, concebidos especificamente para a arquitetura do Palacete
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O Instituto Artium de Cultura inaugura a exposição Ponto de Osso, com mais de 30 trabalhos inéditos da artista plástica Marcia de Moraes, concebidos especificamente para a arquitetura do Palacete Stahl. A exposição, que ocupa tanto as salas quanto o jardim.
Os 30 desenhos que ocupam a área interna do espaço expositivo foram concebidos especialmente para esta montagem. Todos os trabalhos têm 2,80 de altura e, lado a lado, somam dez metros de comprimento, numa composição sequencial e políptica. “No caso dos desenhos desta exposição, escolhi ocupar os espaços delimitados por umas molduras douradas que fazem parte da arquitetura da casa, criando todos os desenhos especialmente para este lugar. É, portanto, um site specific. Comecei aos poucos, da esquerda para a direita ocupando a parede de 9 metros do meu ateliê, como se fosse um grande e único desenho, que no Artium, se desmembra e ocupa os espaços demarcados. Eu quero que o espectador perceba que os desenhos têm uma continuidade, que formam um corpo único”, detalha a artista Marcia de Moraes.
Além dos desenhos, a artista também concebeu uma instalação em madeira para ocupar uma sala inteira e esculturas em cerâmica para o jardim do palacete. O título da exposição, Ponto de Osso, nasce em referência a este universo da cerâmica, ao momento em que a argila seca e não é mais possível modelá-la. “Ela se torna um osso. Para mim, isso se relaciona totalmente com os desenhos, pois, diferente da pintura, o desenho não me deixa sobrepor cores, e nem consigo apagar o que pinto com lápis de cor, ou seja, o que é feito se torna seco como a argila, não há como arrumar aquilo que não se gosta, apenas improvisar e aceitar. E isso também pode ser encarado como uma metáfora da vida, pois há sempre situações que vivemos e que não podemos alterar, apenas lidar com as consequências. Os meus trabalhos são sempre muito auto referentes, são mesmo comentários acerca daquilo que vivo, que me circunda. Nesta exposição sinto que os trabalhos estão mais vorazes, parecem famintos pelo espectador, espero que o visitante se sinta abraçado ou engolido”, completa.
Serviço
Exposição | Em Mãos
De 26 de maio a 18 de agosto
Quarta a sexta de 12h às 18h, sábados e domingos: 10h às 18h.
Período
26 de maio de 2024 12:00 - 18 de agosto de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Instituto Artium de Cultura
Rua Piauí, 874 - Higienópolis, São Paulo - SP
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Com curadoria do crítico e curador Adolfo Montejo Navas, a mostra Ars Sonora apresenta ao público uma faceta menos conhecida do multi-instrumentista Hermeto Pascoal – sua produção como
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Com curadoria do crítico e curador Adolfo Montejo Navas, a mostra Ars Sonora apresenta ao público uma faceta menos conhecida do multi-instrumentista Hermeto Pascoal – sua produção como artista visual. Em 2019, uma primeira montagem da exposição integra a 14ª Bienal de Curitiba e, agora, chega a São Paulo ampliada e em voo solo.
Músico autodidata em atividade desde a década de 1940, Hermeto Pascoal grava o seu primeiro disco, “Hermeto”, nos Estados Unidos, em 1971. Um ano antes emplaca duas composições suas no icônico “Live-Evil”, gravado ao vivo com Miles Davis. Em 1979 se apresenta no Festival de Jazz de Montreaux, na Suíça. Em sua longeva trajetória recebeu o Grammy Latino em 2019, na categoria “Melhor Álbum de Música de Raízes em Língua Portuguesa”. E em maio do ano passado foi nomeado doutor honorário da Juilliard School, de Nova York (EUA) – o título foi entregue pelo trompetista Wynton Marsalis.
Em Ars Sonora – Hermeto Pascoal, o público pode conhecer sua criação no território das artes visuais. Pioneira, a mostra abrange diferentes linguagens, como desenhos, pinturas, objetos e proto-instrumentos musicais. A produção ultrapassa fronteiras disciplinares e, de modo ampliado, estabelece relações com a performance e as artes visuais.
A proposta da exposição Ars Sonora – Hermeto Pascoal é reconhecer sua produção para além dos já difundidos conceitos de Música Livre e Música Universal. Neles, o artista afirma a quebra das barreiras culturais, ultrapassando linguagens e suportes estabelecidos pela tradição. Nesse sentido, a mostra reúne objetos feitos dos mais diferentes materiais, deslocados do seu uso cotidiano e reconfigurados em seu sentido visual. Panos de prato, chaleiras, caixas de presente, sacolas, brinquedos, roupas e toalhas de mesa servem à ampliação musical transpostas para a apreciação visual, dando forma a um vasto arquivo sensorial e sonoro.
Articulando sons e ruídos a partir da musicalidade coletada de animais e de objetos do dia a dia, o artista transforma usos e funções, construindo assim o seu alfabeto sonoro e visual próprio até chegar no glossário da sua linguagem, a “Hermetologia”.
“A obra ímpar e caleidoscópica de Hermeto Pascoal deve ser reconhecida de forma mais ampla, muito além das coordenadas estritamente musicais nas quais é mal confinada a maioria das vezes”, afirma o curador. “A compreensão da obra de Hermeto Pascoal também como música visual se baseia na consideração porosa de sua obra, uma arte sonora que ultrapassa seus eixos musicais para desenvolver uma potência sinergética de escritura musical e visual ao mesmo tempo, de visualidade sonora e gestual, que contamina todo tipo de instrumentos-objetos-suportes como novos espaços-registros de representação sonora (experimentações diversas com a natureza, a animália, a voz das pessoas, as performances corporais, os desenhos, os objetos-partituras, os álbuns sonoros, visuais, as trilhas imagéticas…). Tudo isso corresponde com uma terminologia afim à poesia visual, à pangrafia, e ao mesmo tempo ao happening, à performance, a outro olhar-ver-fazer que é simultâneo às percepções, à interação som/imagem, gesto/pensamento”, completa Navas.
O que encontrar em Ars Sonora – Hermeto Pascoal
Reunindo nove diferentes vertentes de sua criação, a mostra está configurada em um conjunto de núcleos em torno da poética artística elaborada por Hermeto Pascoal. Numa combinação relacional e interconectada, tem como ponto de partida a “Música da Aura”, na qual mostra experiências sonoras realizadas com o som da voz das pessoas e a sua natureza tonal.
A seguir vêm as partituras-expansivas, os poemas-objetos e as obras em papel. É nesta seção que estão elementos retirados de seu fabrico industrial serializado e ora refeitos em música própria e pessoal, a partir das notações musicais sobrescritas, como se as partituras brotassem dos objetos.
“Cosmossonia”, a seguir, traz como ponto de partida o som e trata-se, portanto, de uma ampla conversão de todo objeto e utensílio em instrumento musical. Na sequência, “Obras-Arquivo” apresenta o Calendário do Som, obra em que Hermeto Pascoal compôs, de 1996 a 1997, uma música para cada dia do ano. Publicada em livro em 2000, foi interpretado por diferentes artistas, como a “Orquestra Família de Itiberê Zwarg” e o músico João Pedro. Ao lado das partituras estão os desenhos de Hermeto Pascoal para a obra, além de anotações e comentários do autor.
As “Pinturas Caligráficas” reúnem partituras feitas em guardanapos, convites, papeis de toda sorte, toalha de mesa, brinquedos, jogos americanos, cardápios de restaurantes e até em papel higiênico ou tampa de privada. Roupas e as paredes de locais públicos também servem de suportes às partituras. Na exposição, estão acompanhadas dos “Desenhos e Pinturas” do artista. Feitos com técnica mista, lápis de cor e caneta hidrográfica, são obras que apresentam numerosos elementos de cor e figurações livres em correspondência entre si.
O segmento “Brincando de Corpo e Alma”, uma ação performática de 2012, exibe registro audiovisual de captações sonoro-visual do artista produzindo diferentes sons no próprio corpo. É exibido ao lado de outra produção em áudio e vídeo, a peça “Ato de Criação”, trilha-sonora de Hermeto Pascoal para o curta-metragem “Eu Vi o Mundo, e Ele Começava no Recife”, de Mário Carneiro, dedicado ao artista Cícero Dias. Por fim, “Animália” é uma instalação sonora na qual diferentes formas de vida e de viver são celebradas em sua sonoridade, tendo o registro do som de bichos reunidos como parceiros artísticos de Hermeto Pascoal.
Para completar a exposição há a “Hermetologia”, glossário no qual se compila uma coleção de verbetes e citações sobre os mais diversos assuntos, com reflexões do próprio artista sobre música, som, arte, cultura, matéria e espírito.
Serviço
Exposição | Ars Sonora
De 29 de maio a 03 de novembro
Terça a sexta, das 9h às 20h, sábado, das 10h às 20h, domingo e feriado, das 10h às 18h
Período
29 de maio de 2024 09:00 - 3 de novembro de 2024 20:00(GMT-03:00)
Local
Sesc Bom Retiro
Alameda Nothmann, 185 – Bom Retiro – São Paulo - SP
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O Museu de Arte Contemporânea de Niterói – MAC receberá, entre os dias 1 de junho e 4 de agosto de 2024, a exposição fotográfica “YVY MARÃEY – A
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O Museu de Arte Contemporânea de Niterói – MAC receberá, entre os dias 1 de junho e 4 de agosto de 2024, a exposição fotográfica “YVY MARÃEY – A TERRA SEM MALES”. Esta série inédita mergulha nas raízes ancestrais do povo Guarani, através das lentes do fotógrafo Daniel Sul. “Yvy Marãey”, que significa “busca pela terra sem mal”, é o tema central da mostra, que aborda a cultura e mitologia do grupo Guarani Mbya, a partir de uma investigação visual voltada para a Aldeia Mata Verde Bonita.
Os Guaranis, o maior povo indígena do Brasil e a maioria entre os indígenas aldeados no Rio de Janeiro, têm percorrido vastas distâncias em busca dessa utopia por mais de 2 mil anos. Esta busca é um traço distintivo de seu povo, marcada pela esperança e resiliência. Atualmente, muitas comunidades Guarani no Brasil têm lutado para recuperar pequenas parcelas de suas terras ancestrais, enfrentando terríveis consequências sociais devido à perda da maior parte de seu território.
A Aldeia Mata Verde Bonita, situada em Maricá, é o cenário e a inspiração para a criação da mostra. Sob a liderança da Cacica Jurema, filha de D. Lidia, essa comunidade de aproximadamente 200 moradores mantém viva a tradição e a cultura Guarani. Após perderem suas terras na cidade de Niterói, o grupo estabeleceu-se no bairro de São José, na cidade de Maricá, com apoio da prefeitura local e busca pela demarcação da terra que ocupam há mais de 10 anos.
Como uma iniciativa do instituto Terra Verde, a exposição busca trazer visibilidade e fortalecimento à diversidade cultural e à presença Guarani nas terras fluminenses, em resposta ao apagamento e silenciamento de sua cultura e história.
“Ao optar por dar visibilidade à questão indígena através das Artes Visuais, partimos do princípio de que as pessoas só respeitam, defendem e protegem o que conhecem. Partimos, também, da certeza de que uma exposição fotográfica, com conteúdo e qualidade técnica e artística, mostrando a realidade de indígenas que habitam as terras fluminenses, pode ter um grande alcance, fazendo com que um enorme número de pessoas passe a conhecer e a defender a cultura, o direito à terra e a vida desses povos”, afirma Leonardo Brandão, presidente do Instituto Terra Verde.
A mostra contará, em sua abertura, com apresentação do Coral Guarani da Aldeia Mata Verde Bonita, celebrando a tradição e a contemporaneidade da música indígena brasileira, além de diversas programações complementares que serão divulgadas ao longo dos próximos meses
A exposição conta com a participação da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa e do Governo do Estado do Rio de Janeiro, do Ministério da Cultura e do Governo Federal, através da Lei Paulo Gustavo, além do apoio da Secretaria Municipal das Culturas, da Fundação de Artes e da Prefeitura de Niterói.
Serviço
Exposição | YVY MARÃEY – A TERRA SEM MALES
De 01 de junho a 04 de agosto
Segunda a sábado, das 10h às 18h; Domingos e feriados, das 12h às 16h
Período
1 de junho de 2024 10:00 - 4 de agosto de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
MAC Niterói
Mirante da Boa Viagem, s/nº - Boa Viagem, Niterói - Rio de Janeiro - RJ
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A ideia de afrofuturismo remete a um campo complexo e polêmico de posicionamentos intelectuais, políticos e artísticos dissidentes. O termo costumeiramente está associado com a ideia de antirracismo, ancestralidade, futuro
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A ideia de afrofuturismo remete a um campo complexo e polêmico de posicionamentos intelectuais, políticos e artísticos dissidentes. O termo costumeiramente está associado com a ideia de antirracismo, ancestralidade, futuro e tecnoculturas. As práticas do afrofuturismo são movidas pela constatação da invisibilidade histórica e ideológica do negro nas sociedades ocidentais, demonstrada na ausência de representatividade e protagonismo negros na literatura, nas artes, nas ciências, na história e nas narrativas de ficção científica. Nesse contexto, o afrofuturismo sinaliza para a existência de uma humanidade negra, em um mundo não determinado pelo racismo e pela opressão. Um mundo pós-racial.
O termo afrofuturismo foi cunhado pelo escritor Mark Dery em 1994 (Black to the future) e difundido por pensadores e artistas afro-americanos que criticam a escravização enquanto mecanismo de apagamento de vidas negras. Ele informa um conjunto de práticas intelectuais e artísticas, orientadas para a construção de realidades não marcadas pela supremacia racial.
Uma visão peculiar desse debate encontramos no teórico Achille Mbembe, em seu texto Afropolitanismo (2005). Para o autor camaronês, existe uma modernidade africana pré-colonial, que foi devastada em sua materialidade e memória pelas práticas colonialistas. Por essa ótica, a visão afrofuturista consiste em desvelar a modernidade em um passado ancestral, presente ainda em espaços sociais que lhe são reminiscentes, a exemplo dos territórios sagrados das religiões afro-diaspóricas e comunidades quilombolas.
A exposição Bahia afrofuturista: Bauer Sá e Gilberto Filho, ao promover o diálogo entre dois artistas negros com poéticas distintas, busca apresentar diferentes abordagens dessa nova estética, comprometida com o ativismo negro. As linguagens eleitas pelos artistas — a fotografia e a escultura — servem como estratégia para experimentação de conceitos como a corporeidade e a espacialidade em perspectiva afirmativa e afrocentrada.
Bauer Sá (1950) faz parte da tradição de negros baianos que fizeram carreira enquanto fotógrafos ou fotojornalistas. No entanto, o que é peculiar na sua produção é a inserção da sua fotografia em um refinado circuito de instituições e coleções de artes visuais, circuito esse que era, diga-se de passagem, majoritariamente branco no Brasil. Na Bahia, Bauer Sá e Mário Cravo Neto são contemporâneos e fazem parte desse mainstream que contribuiu para elevar a fotografia ao status de obra de arte, embora o racismo tratou de construir trajetórias e privilégios distintos para ambos.
Uma primeira questão deve ser destacada ao se pensar o solitário processo criativo de Bauer: a forma como o corpo negro é politicamente atravessado pela condição de sujeito nas suas elaboradas construções imagéticas. Bauer é um dos pioneiros, enquanto artista negro, da arte antirracista na Bahia. Seu trabalho é uma crítica contundente à longa tradição etnográfica de representação do corpo negro enquanto corpo-coisa (corpo escravizado). Dessa forma, podemos vinculá-lo às inquietações afrofuturistas.
Suas imagens são construídas utilizando elaborações metodológicas sintéticas e precisas, com o intuito de apurar o seu discurso visual. Isso explica a opção pela fotografia em preto e branco, técnica aprendida enquanto assistente no laboratório do seu pai. Todo um controle formal está a serviço do apuro narrativo das imagens. Geralmente os seus trabalhos articulam dois elementos — um modelo negro e um objeto precisamente selecionado — que performam uma ação provocativa e política.
O seu talento produz padrões visuais minuciosamente construídos e elaborados. A modelagem da luz sobre o fundo preto gera um brilho suave na superfície, de modo a revelar na pele negra um raro jogo de claro e escuro. Tal realização estética representa um desafio técnico na apreensão da imagem do negro e sua fotogenia. É recorrente, no senso comum, a afirmação racista de que o negro “queima o filme”. Bauer destrói essa ideia infame. A realização do seu sofisticado processo de criação justifica a opção pela foto de estúdio, onde é possível se ter um controle rigoroso sobre a imagem produzida.
O corpo negro em Bauer, em fina ironia à tradição racista ocidental, também está nu. No entanto, a nudez nas suas fotos não coisifica nem hipersexualiza o corpo negro. A nudez em sua obra é cortante, política, revolucionária. É prerrogativa de uma humanidade negra que denuncia desigualdades e reivindica a condição e o lugar de sujeito àqueles corpos insubmissos. Bauer Sá faz foto-guerrilha. Sua estética pode ser compreendida pela “tradição radical negra”, onde o corpo-coisa cede lugar ao corpo-imagem, promovendo a morte da fotografia etnológica, tão comum na Bahia. Essa postura lhe confere um lugar de destaque, mesmo que à margem, na história da arte baiana. A sua obra impacta pela violenta objetividade das mensagens que elas veiculam. Sem ser panfletário, o ativismo artístico de Bauer Sá desconstrói e constrange velhas representações racistas. As suas imagens, de rara poética insurgente, revelam um obra que instaura uma crítica ao presente, como sugere fabulações de um futuro onde a humanidade negra é possível.
Gilberto Filho (1953) iniciou o seu fazer artístico como aprendiz de marceneiro na oficina de seu pai, na cidade histórica de Cachoeira, no recôncavo baiano. Essa cidade foi outrora a sede da primeira aristocracia rural da América, condição que lhe converteu em num lugar estratégico para a confluência de populações africanas oriundas do escravismo. A grande concentração de afrodescendentes transformou a cidade em uma importante referência da cultura afro-brasileira. Isso justifica a presença de inúmeros artistas negros que produzem esculturas em madeira e que gozam de prestígio pela qualidade de suas obras, normalmente representando santos, deidades do candomblé e outros temas populares.
No panorama artístico cachoeirano, a obra de Gilberto Filho se destaca por se distanciar completamente das temáticas dos seus conterrâneos. A sua produção veicula uma rasura na concepção de temporalidade. Ele evade das noções de passado e presente ocidentais, colocando em suspensão a ideia linear de tempo através de uma imaginação disruptiva que constrói cidades que são devaneios futuristas. Gilberto ressignifica o futuro em uma modernidade ancestral, concebida enquanto um sistema de saberes e crenças do passado que orientam o entendimento do mundo.
Na paisagem colonial da cidade de Cachoeira, o artista promove um estranhamento poético ao construir em pau d’arco, jacarandá, sucupira, angelim, louro e outras madeiras de lei, megalópoles afrofuturistas. O artista também faz uso de madeira de demolição para criar o futuro sobre as ruínas do passado. Um passado aparentemente superado em construções arquitetônicas grandiosas, que lembram as cidades das histórias de ficção científica.
Em sua manufatura, reconhecemos diversas técnicas tradicionais para se trabalhar a madeira, tais como marchetaria, entalhes e recortes. Com o auxílio de formões, tornos, serras e martelos, ele vai dando vida a conjuntos de arranha-céus, laboriosamente trabalhados em suas torres, frontões, cúpulas, varandas, esquadrias, pilotis e incontáveis pavimentos. Suas construções, de apurado rigor geométrico, não devem ser confundidas com maquetes, pois, como nos informa o artista, suas obras “não são cópias de prédios”.
A sua escala chega a medir 2,5m de altura, se estabelecendo espacialmente de forma instalativa, e nos transportando para lugares imaginários e distantes, diluindo prédios e fachadas em uma quase abstração. Gilberto inventa mundos, se impondo no espaço onde os arranjos escultóricos são montados. É curioso contemplar a contemporaneidade das suas esculturas futuristas nos velhos salões coloniais da prosaica cidade de Cachoeira.
À primeira vista, parece contraditória a utilização da madeira para a construção de mundos futuros, visto que esses sempre foram associados aos novíssimos materiais sintéticos e às tecnologias de última geração. No entanto, se olharmos a questão pela perspectiva da modernidade ancestral africana, talvez o procedimento artístico de Gilberto Filho fique mais compreensível. Por essa concepção, os elementos da natureza estão carregados de energias que agem sobre a ordem do mundo, odus e destinos. Por isso, compreendemos que mora em cada toro de madeira uma memória cósmica, apontando caminhos e orientando futuros ecologicamente harmônicos. Portanto, para a construção de um futuro que supere as desigualdades do presente, nada melhor do que se orientar por essa sabedoria ancestral. Só assim será possível um mundo absolutamente novo.
As cidades em Gilberto, por outro lado, acenam para além das utopias de equidade social do modernismo. Suas construções parecem desabitadas, à espera dos ideais de justiça e igualdade que estão por vir e que irão promover uma horizontalidade efetiva das estratificações sociais. O artista nos convida a sobrevoar uma sociedade antirracista, onde as suas esculturas servem de inspiração para narrativas afrofuturistas. Uma urbe que caiba a humanidade negra, uma Wakanda brasileira.
Pensar a produção de Bauer Sá e Gilberto Filho é um exercício de compreensão de distintos enfrentamentos antirracistas, nesse momento em que estamos unindo esforços para reescrever a história da arte brasileira de forma diversa e inclusiva, evidenciando o protagonismo de negros e indígenas. Rompendo com estereótipos impostos pela sociedade ocidental, a arte negra vem ganhando espaços relevantes e o artista negro rompendo a secular invisibilidade ideológica, se afirmando como autor de uma poética artística necessária para se pensar a cultura no Brasil.
Serviço
Exposição | Bahia Afrofuturista: Bauer Sá E Gilberto Filho
De 04 de junho até 28 de setembro
Segunda a quinta, das 10h às 19h, sexta, das 10h às 18h, sábado, das 11h às 15h
Período
4 de junho de 2024 10:00 - 28 de setembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Galatea Salvador
R. Chile, 22 - Centro, Salvador - BA
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As galerias Martins&Montero e Nara Roesler têm o prazer de convidar para a abertura, no dia 8 de junho de 2024, das 11h às 15h, da exposição panorâmica “A imaterialidade em tudo”,com 31 obras – entre pinturas, esculturas
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As galerias Martins&Montero e Nara Roesler têm o prazer de convidar para a abertura, no dia 8 de junho de 2024, das 11h às 15h, da exposição panorâmica “A imaterialidade em tudo”,com 31 obras – entre pinturas, esculturas e instalações de grande escala, que cobrem um percurso de três décadas da produção da artista nipo-brasileira Lydia Okumura (1948, Oswaldo Cruz, São Paulo), do início dos anos 1970 ao final dos 1990. A exposição será realizada simultaneamente nas galerias Martins&Montero e Nara Roesler, e apresentará obras emblemáticas da artista, em uma homenagem aos seus mais de 50 anos de contribuição à arte. Na abertura, haverá van gratuita fazendo o percurso entre as duas galerias. O evento marca a colaboração em torno da obra da artista entre a Martins&Monteiro, com espaços em São Paulo e Bruxelas, e Nara Roesler, sediada em São Paulo, Nova York e Rio de Janeiro.
Das obras expostas, dezessete nunca foram mostradas no Brasil, e serão montadas ainda duas instalações que estavam apenas em projeto, e não haviam sido realizadas. O título da exposição é uma frase da própria artista: “Quero expressar a imaterialidade em tudo”, no texto do artista Pontogor, que acompanha a mostra.
Por mais de cinqüenta anos, Okumura empregou a abstração geométrica para investigar a compreensão e a experiência do espaço, expandindo suas possibilidades através de forma e cor. Utilizando materiais como barbante, arame, tinta acrílica, cordões, chapas de ferro, vidro, alumínio, carvão e grafite, Okumura concebe instalações site-specific que se relacionam diretamente com a arquitetura do espaço expositivo. Nelas, planos são pintados nos cantos das paredes que se conectam por fios, resultando em formas geométricas que se projetam no campo espacial e criam a ilusão de objetos tridimensionais. Embora a sua prática possa ser enquadrada na tradição minimalista, a op art (arte óptica) também está em jogo. Através de intervenções modestas, porém engenhosas, Okumura questiona a percepção de nossa presença corporal no ambiente.
Dada a essa relevância e status de referência, Lydia Okumura justifica um grande movimento colaborativo entre duas das mais preeminentes galerias do país, visando à expansão da sua presença no circuito nacional e internacional da arte.
Serviço
Exposição | A imaterialidade em tudo
De 8 de junho a 3 de agosto
Segunda a sexta de 10h às 19h, sábados e domingos: 11h às 15h.
Período
8 de junho de 2024 10:00 - 3 de agosto de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Martins&Montero e Nara Roesler
Rua Jamaica, 50, São Paulo - SP | Avenida Europa 655 Jardim Uuropa São Paulo - SP
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Este é um texto em três movimentos. Cada um deles nos parece, à primeira vista, autônomo. Quando unidos neste espaço, têm uma coreografia ou uma comunicação polifônica, na qual cada
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Este é um texto em três movimentos. Cada um deles nos parece, à primeira vista, autônomo. Quando unidos neste espaço, têm uma coreografia ou uma comunicação polifônica, na qual cada voz se revela única, mas é interdependente. Os movimentos do texto focam as mãos – extremidades dos membros superiores, articuladas pelo punho e estendendo-se até os dedos. No primeiro movimento, as mãos são serenas, em descoberta silenciosa e construção. No segundo, agitam-se intensamente, refletindo conflitos e resoluções. No terceiro, encontram equilíbrio e dançam em harmonia.
I – em mãos
O filósofo e ensaísta francês Jules Michelet debruça-se, em seu livro The Bird[1], sobre o comportamento das aves. Em um dado momento do ensaio, ele afirma que os pássaros, por não terem as mãos dos esquilos nem os dentes dos castores, poderiam ser compreendidos como operários desprovidos de instrumentos. Os corpos leves de formato arredondado são, no entanto, sua ferramenta: com o peito, eles apertam e comprimem materiais até torná-los dóceis, até misturá-los, sujeitá-los à obra geral. Nos pássaros, todo o corpo é mão.
O ninho, seu espaço de abrigo e proteção, espelha, em certo sentido, a forma de seu corpo: no arranjo dos galhos que servem de local de repouso veem-se dedos; o corpo do pássaro é, inteiro, instrumento de construção. Com nossas mãos humanas, reproduzimos a forma do ninho: ao recolhermos os dedos, curvamos as palmas das mãos para cima. O gesto é de acolhimento em mãos do mundo material e imaterial e de criação de contenedores, espaços de guarda e proteção[2].
Esta exposição é, em muitos sentidos, o esticar dos braços e o curvar das mãos ao convidarmos as jovens artistas – Ana Takenaka, iah bahia, Nathalie Ventura – a dialogar com aqueles já representados pela Galeria Raquel Arnaud – Carla Chaim, Carlos Nunes e João Trevisan. O entrelaçar das poéticas desses artistas é como a construção de um ninho, na qual se adensam e se arrefecem os galhos, a depender do estágio da construção: na exposição, há momentos em que são costuradas relações próximas; em outros, tem-se apenas indicações de proximidade ou distanciamento.
Os artistas aqui reunidos, assim como pássaros em busca de construir seus ninhos, utilizam a mão, o corpo, a respiração em uma pesquisa em torno do gesto.
II – demãos e mãos duplas
A relação entre os movimentos da mão e os processos mentais é complexa. Deixando em segundo plano o debate do campo científico para nos atermos às reflexões da filosofia e da crítica literária, tem-se certa tradição que associa as ações concretas realizadas pela mão, como segurar, tomar e agarrar, aos processos do pensamento, como lembrar, sonhar, perguntar e, no limite, sintetizar. Para Paul Valéry[3], por exemplo, a mão é um órgão extraordinário no qual reside toda a potência de transformação da humanidade: ela é capaz de contrariar o curso das coisas e pode modificá-las. Quando a mão trabalha a matéria, seus movimentos são precisos e investigativos, como os de um detetive em busca de algo perdido. Há uma imagem mental a ser extraída, por meio de movimentos meticulosos que identificam onde tocar, onde a matéria é sensível, frágil e moldável. A forma surge dessas ações, conferindo à matéria uma função ou dimensão estética.
Os artistas reunidos na exposição ensinam diversas maneiras de apreender e construir com as mãos. Em seus gestos, encontramos uma espécie de alquimia: é como se, por meio das mãos, fosse possível desvendar seus segredos e trazer à vida novas formas de ser no mundo. Nos próximos parágrafos, nós nos dedicaremos ao exercício de identificar as camadas (demãos) que compõem a poética de cada um, de modo a apontar semelhanças e diferenças pelas quais se apropriam da matéria e criam seus trabalhos. Intentamos criar, assim, um caminho de mãos duplas.
Ana Takenaka e Carla Chaim desenham. Interessadas no movimento da mão (e do corpo) sobre o papel, seus trabalhos ressoam a afirmação de Degas: “O desenho não é forma, é maneira de ver a forma”[4]. Em gravuras e monotipias, Takenaka ocupa-se da representação das sensações e dos pensamentos por meio do traço, do gesto, explorando as potencialidades da linha e de seus campos abstratos e representativos. Para Chaim, o desenho se expande além das fronteiras do papel. Em seus trabalhos, seu corpo deixa marcas que refletem a tensão entre as regras impostas, como a paleta de cores restrita e os movimentos orgânicos que as desafiam.
Carlos Nunes e iah bahia dobram. Dobrar é um verbo que, em si, guarda uma interessante ambiguidade: significa duplicar ou virar um objeto de modo que uma ou mais partes dele fiquem sobrepostas. Tem-se, na poética de ambos os artistas, o desejo de aumentar ou diminuir de tamanho ao mesmo tempo. Nunes cria regras para explorar relações entre diversos elementos compositivos. Seu trabalho culmina (ou parte de) frequentemente em um esgotamento gradual da matéria. Na exposição, ele apresenta uma série anual de trabalhos com papel de seda que são dobrados pelo artista e tingidos pelo sol. Já nos trabalhos de bahia, estabelecem-se conexões entre pontos e linhas abstratas, criando territórios definidos. Na série Solitons, por exemplo, ela explora a forma de ondas atômicas solitárias. Ao experimentar com formas por meio do tecido, desenvolve uma metodologia topológica, revelando um espaço duplo que desafia noções tradicionais de dentro e fora.
Nathalie Ventura e João Trevisan cavucam. “Cavucar” é uma expressão informal que significa investigar, explorar ou mexer em algo com cuidado ou curiosidade. Ao justapor materiais de origem geológica distinta, Ventura escava a fragilidade dos estilos de vida diante dos desafios ambientais e sociais contemporâneos. Por sua vez, Trevisan explora as relações entre tensão, peso e leveza. Em suas pinturas e seus desenhos, camadas sobrepostas ao longo do tempo revelam profundidade e variação cromática. O artista, assim como Ventura, constrói paisagens em escavações na matéria.
III – marcas nas mãos
O tato é uma sensação presente em toda a pele. Como escreve Vergílio Ferreira: “Em qualquer parte do corpo podemos assinalar a presença de um objeto, a presença do real”[5]. Poderíamos perguntar talvez se existiriam diversos tipos de tato: o tato que percebe as coisas do mundo e está distribuído pela pele e aquele que se manifesta principalmente nas mãos, que reflete e prolonga a atividade do eu[6]. Esse último tipo de tato cria também memória e, ao longo do tempo, uma espécie de biblioteca do que foi tocado, compreendido e reconhecido pelo toque. Produzem-se marcas invisíveis nas superfícies das nossas mãos.
No atual espaço expositivo, há repertórios de superfície distintos: do papel japonês ao craft, do carvão ao óleo, da costura do objeto vestido ao encadernado. Os materiais e gestos quentes (como o papel) e frios (como o acrílico) percebidos e explorados pelas mãos dos artistas acessam a biblioteca sensorial do espectador. Cria-se, potencialmente, um encontro entre sensibilidades – do artista e do espectador – e possíveis vínculos entre o eu e o outro: o desejo sentido no corpo de quem vê os trabalhos é de riscar, esticar, dobrar, cavar… As mãos tornam-se pontes entre nós e o mundo.
[1] MICHELET, Jules. The Bird. T. Nelson, 1874.
[2] Para um debate acerca da importância das diversas maneiras de armazenar ao longo da história, ver: LE GUIN, Ursula K. A Teoria da Bolsa de Ficção. N-1 Edições, 2021.
[3] VALÉRY, Paul. Eupalinos el Arquitecto y el Alma y la Danza. Antonio Machado Libros, 2019.
[4] Idem, Degas Dança Desenho. Editora Cosac Naify, 2003.
[5] FERREIRA, Vergílio. Invocação ao Meu Corpo. Bertrand, 1978, p. 273.
[6] Ibidem, p. 274.
Serviço
Exposição | Em Mãos
De 8 de junho a 10 de agosto
Segunda à sexta das 11:00 às 19:00, sábado das 11:00 às 15:00
Período
8 de junho de 2024 11:00 - 10 de agosto de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Raquel Arnaud
Rua Fidalga, 125 – Vila Madalena, São Paulo - SP
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A Nara Roesler New York tem o prazer de apresentar Co(r)respondências: Afinidades construtivas/Pintura como superfície, segunda edição do projeto Co(r)respondences. Com curadoria de Luis Pérez-Oramas, a iniciativa curatorial busca reunir
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A Nara Roesler New York tem o prazer de apresentar Co(r)respondências: Afinidades construtivas/Pintura como superfície, segunda edição do projeto Co(r)respondences. Com curadoria de Luis Pérez-Oramas, a iniciativa curatorial busca reunir conjuntos de artistas de diferentes gerações cujas poéticas estabelecem diálogos entre si.
Esta edição conta com treze artistas, sendo oito deles representados pela Nara Roesler e os demais nomes internacionais convidados. Embora diferentes entre si, os trabalhos dialogam com o eixo curatorial da exposição, que consiste na compreensão da pintura enquanto um tratamento especial de uma superfície e os tipos de construtivismos que advém disso.
De forma a tornar visíveis os diálogos estabelecidos entre os trabalhos, a exposição estará dividida em núcleos: Montagem Construtiva e sua relação com o Espaço – que inclui os trabalhos de Lydia Okumura, Bruno Munari, Elaine Reichek e Lucia Koch –, Composições Seriadas de Formas Elementares – com Bruno Munari, Tomie Ohtake e Abraham Palatnik –, Superfícies Mutáveis enquanto Agentes de Deslocamento Temporal e Espacial – com trabalhos de Carlos Bunga e Eugenio Dittborn –, Repetição entre Ordem e Caos – com Antonio Dias, Chris Martin e Bruno Dunley – e Superfícies Gestuais – com obras de Karin Lambrecht, Mira Schendel e Cristina Canale.
De acordo com o curador Luis Pérez-Oramas, o critério de escolha para a realização dessas correspondências não se dá na História da Arte, mas sim na Antropologia: “somente a Antropologia entende a arte como uma política de multiplicidades, contra o fantasma da unificação e da síntese, contra um elemento dominante que subjuga todos ao seu entorno. Por meio de uma colisão de contextos, a Antropologia sugere que a arte pode ser universal apenas na condição que sua universalidade venha a consistir em sua incessante variação”.
Serviço
Exposição | Co(r)respondências: Afinidades construtivas/Pintura como superfície
De 13 de junho a 16 de agosto
Terça a sábado, das 10h às 18h
Período
13 de junho de 2024 10:00 - 16 de agosto de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Nara Roesler NY
511 w 21st street new york, 10011 ny usa
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“Ocupação CCSF” é o título dessa exposição inédita do artista Augusto Leal na cidade de São Paulo. A exposição é orientada a partir de uma reunião emblemática e estratégica de
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“Ocupação CCSF” é o título dessa exposição inédita do artista Augusto Leal na cidade de São Paulo. A exposição é orientada a partir de uma reunião emblemática e estratégica de sua produção e se propõe a evidenciar o caráter multifacetado e transversal das formulações do artista de Simões Filho/BA – com obras que datam de 2009 a 2024 – instaladas por diversas áreas da instituição.
Ao construir sua pesquisa artística a partir de noções como geopolítica, território, relações e coletividade, instaura, a partir de sua prática (est)ética, justaposições incontornáveis e críticas com os espaços que ocupam, trazendo à tona aqui obras de arte que nos convidam a revisar nossos repertórios visuais – não para corrigir o que está posto, mas a fim de questionar o que se dá a entender como o ordinário -, insurgindo poeticamente referências à rua e a vida pública, como em estruturas de comunicação visual urbana, brinquedos, usos espontâneos e ocupação dos espaços.
As obras ficarão expostas em diversos espaços do CCSP, como pisos expositivos, jardim suspenso (lado vergueiro e 23 de maio), jardim Luiz Telles e áreas de comuns de circulação.
Serviço
Exposição | Ocupação CCSF
De 15 de junho a 18 de agosto
Terça a sexta, das 10h às 20h. Sábados e domingos, das 10h às 18h
Período
15 de junho de 2024 10:00 - 18 de agosto de 2024 20:00(GMT-03:00)
Local
Centro Cultural São Paulo (CCSP)
ua Vergueiro, 1000 - Paraíso, São Paulo - SP
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Quantas histórias a arquitetura de uma cidade é capaz de contar? As edificações de Belo Horizonte não só representam uma variedade de estilos e influências culturais, como revelam figuras
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Quantas histórias a arquitetura de uma cidade é capaz de contar? As edificações de Belo Horizonte não só representam uma variedade de estilos e influências culturais, como revelam figuras marcantes para a preservação de sua memória e patrimônio. A Casa Fiat de Cultura dá destaque ao arquiteto Edgard Nascentes Coelho (1853-1917), cujas obras ainda hoje marcam a paisagem da cidade, como a Igreja de São José, o Coreto da Praça da Liberdade e o prédio do Instituto de Educação de Minas Gerais (IEMG), que este ano recebe o Modernos Eternos BH – 2024. Integrando este evento de arquitetura, a exposição “BH eclética: a arquitetura de Edgard Nascentes Coelho na Casa Fiat de Cultura” proporciona, por meio de fotografias, documentos, desenhos arquitetônicos e cartões postais originais, uma visão do estilo eclético dos projetos do arquiteto. O acervo de objetos e do mobiliário da época do Instituto de Educação (IEMG) ativa o imaginário do público, ampliando a percepção desse período para além da arquitetura. A mostra fica em cartaz entre 18 de junho e 18 de agosto de 2024. Toda programação da Casa Fiat de Cultura é gratuita.
Mais de 50 peças em exposição recontam o modo de viver do início do século XX e evocam memórias afetivas daqueles que passaram pelo Instituto de Educação. Segundo o presidente da Casa Fiat de Cultura, Massimo Cavallo, a exposição apresenta referências de diferentes tempos do IEMG, com peças que fizeram parte do universo acadêmico de várias gerações, em mais de 100 anos de história. “A mostra revela a importância do patrimônio cultural e artístico e apresenta aspectos marcantes da identidade da capital, estimulando novas percepções sobre a história com um olhar para o futuro.”
Dentre as peças em exposição, os postais – um meio de comunicação tão importante naquela época – reforçam a importância da arquitetura ao retratar os edifícios que faziam parte da paisagem da cidade. Um quadro de giz e outros objetos pedagógicos do final do século XIX e início do século XX dão uma visão de como eram os materiais escolares nesse período. Além disso, os móveis de época permitem a compreensão não só da arquitetura, mas dos interiores dos ambientes na época da construção da cidade. Também compõe o ambiente um trecho original do discurso do jornalista e poeta Olavo Bilac (1865-1918) na Escola Normal, escrito à mão em 1916.
Na mostra, a Casa Fiat de Cultura ainda relembra Jeanne Milde (1900-1997), escultora belga naturalizada brasileira que, além de artista, foi pioneira na educação para as artes em Minas. Formada pela Real Academia de Belas Artes de Bruxelas, ela aceitou o convite para compor a Missão Pedagógica Europeia para uma reforma educacional em Belo Horizonte. Na então Escola Normal Modelo – hoje Instituto de Educação – era responsável pelas disciplinas de modelagem e pintura. Milde é considerada a primeira presença feminina, artista e profissional, no universo das artes na capital mineira, abrindo espaço e oportunidade para outras mulheres nos anos a seguir. Atualmente, o hall de entrada do IEMG possui dois painéis em baixo-relevo esculpidos por ela, um representando o ensino artístico e o outro o ensino das ciências.
A exposição conta com três esculturas de Milde, do acervo do Museu Mineiro: “As primeiras palavras” (1946), voltada para a temática da educação ao retratar uma mulher e uma criança juntas, “Retrato de Vera” (1960), em que explora a mulher e o feminino, e a emblemática “As adolescentes” (1937), produzida pela artista logo ao chegar em BH, que apesar de trazer uma escultura clássica, é uma obra muito importante do Modernismo.
A exposição “BH eclética: a arquitetura de Edgard Nascentes Coelho na Casa Fiat de Cultura” é uma realização da Casa Fiat de Cultura e do Ministério da Cultura, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Conta com o patrocínio da Fiat, copatrocínio da Stellantis Financiamento, do Banco Stellantis, do Banco Safra, da Usiminas e da Sada. O evento é uma parceria com a Modernos Eternos, tem apoio institucional do Circuito Liberdade, além do apoio do Governo de Minas e do Programa Amigos da Casa.
Serviço
Exposição | BH eclética: a arquitetura de Edgard Nascentes Coelho na Casa Fiat de Cultura
De 18 de junho a 18 de agosto
Terça-feira a sexta-feira, das 10h às 21h
Sábado, domingo e feriado, das 10h às 18h
Período
18 de junho de 2024 10:00 - 18 de agosto de 2024 21:00(GMT-03:00)
Local
Casa Fiat de Cultura
Praça da Liberdade, 10 – Funcionários – BH - MG
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Mostra retrospectiva que traça um panorama da atuação do artista nas últimas décadas, cujo trabalho faz uso de uma variedade de materiais e suportes, e aponta para temas como ecologia
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Mostra retrospectiva que traça um panorama da atuação do artista nas últimas décadas, cujo trabalho faz uso de uma variedade de materiais e suportes, e aponta para temas como ecologia e ancestralidade, urgentes dos tempos atuais. Numa reflexão sobre seu processo de criação, Luiz Zerbini afirma que “viver é ruminar paisagens”.
Artista multifacetado paulistano, Zerbini é um dos grandes representantes da Geração 80 brasileira.
A ruminação, como método, é o ponto de partida curatorial para a exposição, que acompanha as constantes reelaborações paisagísticas da obra do artista: do seu exercício cotidiano de pintar as paisagens de caráter sonoro, histórico e alegórico.
A obra de Zerbini é um convite à reflexão sobre a natureza da arte e sua relação intrínseca com a vida. Além de sua proeminência como pintor, ele destaca-se como um artista multimídia, cuja produção multifacetada explora os limites entre as artes visuais, a música e o cinema.
Serviço
Exposição | Paisagens Ruminadas
De 19 de junho a 02 de setembro
Segunda a quinta, das 10 às 19h, sexta, das 10 às 18h, sábado, das 11h às 15h
Período
19 de junho de 2024 10:00 - 2 de setembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
CCBB RJ
R. Primeiro de Março, 66 - Centro Rio de Janeiro - RJ
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A Nara Roesler Rio de Janeiro tem o prazer de apresentar Outros Carnavais, primeira exposição individual de Alberto Pitta (Salvador, 1961) na galeria, que passou a representá-lo este ano.
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A Nara Roesler Rio de Janeiro tem o prazer de apresentar Outros Carnavais, primeira exposição individual de Alberto Pitta (Salvador, 1961) na galeria, que passou a representá-lo este ano. Com curadoria de Vik Muniz, a mostra faz um apanhado histórico de sua produção ao longo de mais de quarenta anos, apresentando elementos documentais, como matrizes antigas, esboços, cadernos e livros com a presença de sua obra. O segundo andar da galeria será dedicado a trabalhos recentes e inéditos, em serigrafia e tinta sobre tela, com predominância de tons de branco, que remetem aos bordados em ponto Richelieu que a mãe do artista fazia. A exposição conta ainda com um ambiente instalativo composto por amostras de tecido de seu acervo de mais de três décadas.
Em seu trabalho, Pitta representa elementos e simbolismos ligados à espiritualidade e a religiões de matriz africana, fazendo referência direta ao contexto baiano. Se originalmente esses motivos eram trabalhados através do vestuário e da estamparia que realizava para os blocos de carnaval baianos, mais recentemente, o artista tem se dedicado a outras linguagens, como a pintura e serigrafia sobre tela e trabalhos instalativos. A simbologia explorada pelo artista remete em especial à mitologia Iorubá: oriunda do Oeste africano, onde hoje se situam especialmente Nigéria e Benim, e que exerceu grande influência em Salvador e no Recôncavo baiano.
Vik Muniz diz que, como artista, sempre está muito preocupado em como “a arte se torna relevante, do momento em que transcende o contexto da galeria e do museu e passa a fazer parte do dia a dia das pessoas”. “Isso abriu um enorme diálogo, longevo, entre Pitta e eu”, comenta. “Quero que as pessoas vejam o tamanho deste artista, e o que ele vem fazendo há mais de quarenta anos. Ele já expôs na Alemanha, em Sidney, em muitos lugares. Esta mostra pode ser importante para ele, mas é mais ainda para o mundo da arte”, salienta.
Pitta e Muniz se conheceram em 2000, na exposição “A Quietude da Terra: vida cotidiana, arte contemporânea e projeto axé”, que reunia artistas baianos e internacionais, com curadoria de France Morin, no Museu de Arte Moderna da Bahia e, desde então, os artistas tornaram-se grandes amigos. A realização de uma mostra na galeria, contudo, é uma das primeiras vezes em que conversam diretamente sobre trabalho.
Filho da ialorixá Mãe Santinha, do Ilê Axé Oyá, educadora e bordadeira, especialista em ponto Richelieu, Pitta começou sua trajetória ainda no final dos anos 1970, criando estampas para pequenos blocos de carnaval como o Zâmbia Pombo e Oba Layê, do bairro onde morava, em São Caetano. Ao longo de sua carreira, no entanto, realizou trabalhos em parceria com outros importantes blocos da capital baiana, como o Ara Ketu e o Ilê Aiyê, e tendo atuado como diretor artístico do Olodum. Desde 1998, comanda seu próprio bloco, o Cortejo Afro, para o qual realiza toda a produção visual. Pitta afirma gostar de provocar “encontros de analfabetos”: “Entre os que não tiveram oportunidade de estudar, e os que são da academia, mas não conhecem os símbolos das religiões de matriz africana”.
De acordo com Vik Muniz, “a iconografia dentro do trabalho dele é muito importante, e se vai aprendendo. É uma cartilha de significados, muitos deles discretos, porque o candomblé não gosta muito de falar, e Pitta vai soltando as coisas de forma homeopática”, afirma, e complementa: “Pitta já invadiu o entorno do cubo branco, e agora nesta mostra queremos contar um pouco de cada coisa que ele fez”.
Serviço
Exposição | Outros Carnavais
De 20 de junho a 10 de agosto
Segunda a sexta, das 10h às 19h, sábado, das 11h às 15h
Período
20 de junho de 2024 10:00 - 10 de agosto de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Nara Roesler RJ
Rua Redentor 241 Ipanema Rio De Janeiro Rj
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“Pensar a natureza por meio da arte é um caminho magnífico para sensibilizar as pessoas sobre sua importância, e Efrain Almeida desenvolve um trabalho poético em torno deste tema como
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“Pensar a natureza por meio da arte é um caminho magnífico para sensibilizar as pessoas sobre sua importância, e Efrain Almeida desenvolve um trabalho poético em torno deste tema como poucos”, afirma a secretária de Estado da Cultura, Luciana Casagrande Pereira. “É uma honra para o Paraná receber, no MON, essa exposição individual que com certeza vai nos emocionar e nos conectar não apenas com a natureza, mas também com a cultura popular do sertão brasileiro”, comenta.
A diretora-presidente do MON, Juliana Vosnika, explica que ao realizar essa inédita exposição o Museu Oscar Niemeyer traz um jardim para o interior da sala expositiva. “Aqui certamente haverá uma troca silenciosa entre artista e visitante”, diz
Ela ressalta que, “numa feliz coincidência”, a exposição “O Jardim” acontece simultaneamente à instalação do projeto “MON sem Paredes”, em que o Museu rompe o seu limite físico. Com um parque de esculturas interativas na área externa, o MON abraça o público e o convida a entrar.
“Com seus pássaros, casas, ninhos, árvores e diversos outros animais, Efrain nos conecta a uma natureza íntima, o que pode servir como um antídoto ao esquecimento e às efemeridades contemporâneas. Esculturas, instalações, pinturas e bordados evocam cenas simples que nos fazem entrar em contato com a nossa essência”, afirma Juliana.
O curador Bitu Cassundé explica que a exposição, além de apresentar diferentes períodos da produção de Efrain, compreende também a transição que se estabelece nos projetos escultóricos do artista. “Vai da produção em madeira ao bronze, além de contemplar outras técnicas trabalhadas por ele, como pintura, bordado e desenho”, comenta.
A exposição dá prosseguimento à pesquisa que se inicia em 2020 e se desdobra no documentário “Ensaio para outros Instantes” (2021) e na exposição Encarnado (2023), apresentada no Centro Cultural do Cariri, em Crato (CE). “Ambos os trabalhos discutem o corpo, o sagrado e o território a partir de Canindé e Juazeiro do Norte, importantes centros religiosos daquele estado”, informa Cassundé.
Serviço
Exposição | O Jardim
De 20 de junho a 27 de outubro
Terça a domingo, das 10h às 18h, acesso até as 17h30
Período
20 de junho de 2024 10:00 - 27 de outubro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Museu Oscar Niemeyer (MON)
R. Mal. Hermes, 999 - Centro Cívico, Curitiba - PR
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Sem ter formação como arquiteto ou engenheiro, ele ergueu edifícios que perduram até hoje e se tornaram ícones de São Paulo e objetos de desejo. Em um tempo em que
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Sem ter formação como arquiteto ou engenheiro, ele ergueu edifícios que perduram até hoje e se tornaram ícones de São Paulo e objetos de desejo. Em um tempo em que imperava a sisudez do cinza e de linhas retas, Artacho preencheu a cidade com construções festivas, coloridas, em uma mescla de texturas e formas. Também rompeu padrões ao incluir áreas de lazer e convívio, oferecendo aos moradores um estilo de vida cinematográfico
Artacho Jurado (1907-1983) amava a ópera e os charutos. Embalado por esse gênero musical e pelo tabaco, ele seguia madrugada adentro, em seu apartamento no Edifício Piauí – o primeiro que ergueu no bairro de Higienópolis, em São Paulo, com ampla vista para a cidade –, criando as plantas dos prédios que logo construiria. Na contramão dos traços racionalistas da arquitetura moderna, Artacho se tornou uma espécie de aquarelista da cidade, com projetos que destacavam elementos ornamentais e decorativos, cores vibrantes e espaços de convivência que perduram até hoje.
É este espírito que, de 20 de junho a 15 de setembro, a Ocupação Artacho Jurado, apresenta ao público no espaço Multiuso – segundo piso do Itaú Cultural. Cerca de 130 peças, entre imagens, fotografias, vídeos, desenhos originais, publicidade de época, uma maquete e o acervo pessoal da família Jurado – além de recursos acessíveis – permitem ao público conhecer a fundo a vida e obra deste empreendedor, que ajudou a desenhar a paisagem urbana. Ele via no mercado imobiliário da época possibilidades muito além da sobriedade e racionalidade geométrica que guiava outros arquitetos do período.
A curadoria desta Ocupação é do antropólogo, curador, pesquisador e roteirista documental Guilherme Giufrida, ao lado da curadora, arquiteta e pesquisadora Jéssica Varrichio e da equipe do Itaú Cultural formada pelos núcleos de Artes Visuais e de Informação e Difusão Digital, o qual abriga a Enciclopédia da instituição. A expografia é de Juliana Godoy.
“Procuramos revelar a pragmática construtiva de Artacho”, explica Giufrida. “Seguimos menos pelo raciocínio das ideias ou do teórico, já que a arquitetura dele foi pouco considerada em termos acadêmicos, para olhar para os aspectos construtivos dos materiais formais que é aquilo em que ele mais se debruçava”, completa.
O arquiteto autodidata desenhava à mão os cobogós, gradis de guarda-corpos, a paleta de cores de cada edifício, as marquises das coberturas, as amplas janelas pouco usuais no período. “Ele foi como um aquarelista de São Paulo”, observa Jéssica.
Espaço expositivo
A entrada da Ocupação embala o público com o som das óperas favoritas de Artacho e a vista de alguns de seus apartamentos, proporcionando um diálogo com o arquiteto ao experienciar a paisagem urbana. É neste momento que o público conhece a sua personalidade e importância para o legado arquitetônico da cidade, da história da arquitetura, da indústria dos empreendimentos imobiliários e da propaganda. O período contempla o final da era Vargas, quando país entrava na Quarta República – iniciada em 1946 com a posse de Gaspar Dutra e encerrada em 1964 pelo golpe militar.
Na sequência, entra-se em um núcleo que revela a história de Jurado antes de se embrenhar na construção arquitetônica. Nascido no bairro do Brás, em São Paulo, em 1907, filho de imigrantes espanhóis, ele começou a sua carreira como letrista de cartazes, estandartes, feiras e exposições, na década de 1920. Depois, passou a desenhar estandes para feiras industriais. Acabou se estabelecendo como organizador de grandes eventos, como as exposições Centenário da cidade de Santos e Bicentenário de Campinas.
Fotos da época de neons, luminosos publicitários – que ele desenhava e produzia – e dos estandes que criava para as feiras com novidades da indústria ilustram este núcleo. Aqui se revela quando, em 1946, Artacho decidiu entrar na construção civil ao lado do irmão Aurélio. Os dois construíram casas, pequenos prédios e vilas. Por fim, já entrando na década 1950, criaram a Construtora Monções, fonte de suas obras mais emblemáticas. O primeiro empreendimento foi um conjunto de casas no bairro do Brooklin Novo, na zona sul de São Paulo, no qual a venda dos imóveis incluía telefone e automóvel.
Uma grande maquete comissionada demonstra os edifícios mais importantes do arquiteto e como foram inseridos na topografia de São Paulo e de Santos, formando uma cronologia geolocalizada de seus projetos. É possível imaginar que, no início dos anos 1950, do edifício Saint Honorè, situado na Avenida Paulista, era possível ver os prédios Cinderela, Piauí e Bretagne, em Higienópolis, de onde, por sua vez, se enxergava o edifício Parque das Hortênsias, e, a partir dele, as construções do Louvre, Viadutos e Planalto, no centro. Uma projeção em vídeo-mapping sobre a maquete traz informações sobre cada um deles e como mudaram a paisagem paulistana, quando a cidade dava os primeiros passos em direção à sua verticalização.
Outro núcleo revela o conceito de lazer e ócio impregnado por Artacho em seus empreendimentos. Ele foi pioneiro na oferta, no térreo e na cobertura dos projetos, de áreas comuns, onde os moradores poderiam se encontrar e confabular, entre salões de festas, de chá, de música e galerias de arte. Um estilo de vida no gênero american way of life, que era viabilizado com espaço para publicidades e anúncios nas coberturas, barateando o valor do condomínio.
No espaço seguinte, o visitante se depara com o ambiente festivo que embalava as suntuosas inaugurações dos prédios: havia bandas e fanfarras, convidados internacionais, políticos, celebridades, religiosos e apresentações musicais e de dança. A abertura do Edifício Bretagne, por exemplo, contou com apresentações de cortejo de cavalaria e da Escola de Balé de Higienópolis. Teve, ainda, as presenças de Eurlyne Howell, Miss Estados Unidos, e de Odette le Mintier de Léhélec, viscondessa da França. Não por acaso essa arquitetura e glamour de inspiração cinematográfica serviu de cenário para filmes, comerciais e videoclipes, da época em que os edifícios foram construídos até hoje.
Gramática do arquiteto
Uma parede inteira do espaço expositivo é dedicada ao que os curadores chamam de gramática de Artacho. Ela acolhe um ensaio fotográfico comissionado do fotógrafo Tuca Vieira que revela em detalhes os seus elementos construtivos, propondo uma pesquisa abrangente sobre a estética do arquiteto e seu desenvolvimento no tempo, a partir de alguns de seus edifícios.
Esse estilo foi desenvolvido por ele em um período em que a indústria pregava a padronização de elementos na construção civil, enquanto Artacho propunha uma junção entre o industrial e o artesanal. Assim, ele mesmo desenhava os lustres, os cobogós, as janelas, as escadas, as rampas e os gradis de cada apartamento e de todos os prédios que construiu. O escopo deste núcleo se desdobra em uma publicação, distribuída no balcão de atendimento no piso térreo e na própria Ocupação, com desenhos da ilustradora Juliana Russo, que traduzem em traço, desenho e cor a sua caligrafia projetiva.
Outro espaço nobre da mostra apresenta dezenas de imagens do edifício Parque Verde Mar feitas pelo fotógrafo alemão Hans Günter Flieg. Nascido em 1923, ele é um dos mais versáteis profissionais a registrar o desenvolvimento industrial, arquitetônico e publicitário de São Paulo, quando começava a se anunciar moderna. Com os ensaios fotográficos encomendados por Artacho, ele ressaltou desejos e perspectivas sociais e culturais de toda uma época, demonstrando como a experiência do morar tornou-se uma das principais vitrines da vida moderna, um aspecto em consonância com o modo como o arquiteto projetava e vendia seus edifícios.
A riqueza da proposta construtiva de Artacho também se evidencia nos estudos que realizou para os seus diversos projetos – inclusive aqueles que nunca saíram do papel, como o Edifício Marajoara. O conjunto de documentos inéditos apresentados nessa mostra permite conhecer as diferentes etapas de um projeto arquitetônico: estudos de volumetria, esboços de ambientes internos, hall, salões, fachadas e terraços, além das perspectivas coloridas utilizadas para apresentar e vender os empreendimentos aos futuros moradores.
Serviço
Exposição | Ocupação Artacho Jurado
De 20 de junho a 15 de setembro
Terça-feira a sábado, das 11h às 20h; domingos e feriados, das 11h às 19h
Período
20 de junho de 2024 11:30 - 15 de setembro de 2024 20:00(GMT-03:00)
Local
Itaú Cultural
Avenida Paulista, 149, Sâo Paulo - SP
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A montagem de uma exposição envolve muitos fatores e vai se compondo de acordo com sua construção, transformando todas as artes em uma arte única e harmoniosa. Com curadoria
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A montagem de uma exposição envolve muitos fatores e vai se compondo de acordo com sua construção, transformando todas as artes em uma arte única e harmoniosa.
Com curadoria de Izis Kosta, artistas brasileiros de diversos pontos do Brasil terão obras exposta no Espaço Izis Kosta localizado em Campinas SP. O vernissage da exposição denominada “Unidos pela Arte”, ocorre dia 21 de junho às 19 h à Av. José Bonifácio 601 – JD Flamboyant – Campinas – SP. O vernissage será completamente registrado pelo conhecido fotografo das celebridades Marcos Ruggiero.
Os artistas irão expor suas obras produzidas a partir de materiais diversificados, cada qual com sua identidade, estando todos focados numa pluralidade de abordagens e expressões, dialogando com diferentes públicos. Representantes de várias cidades brasileiras, entre os nomes selecionados estão Armando Paolillo Jr, Carmen Moreira, Cristiane Maschietto, Elias Kosta, Flavia Mesquita, Gisele Faganello, Glaucia Felippe, Izis Kosta, Josie Mengai, Juarez Oliveira, Laura B., Luciano Júlio, Luiz Vieira, Marília Perez, Nelson Braga Jr., Patricia Lopes, Sueli Zinetti Dovigo.
A curadora Izis Kosta que também é artista plástica ressalta: “Unimos conhecimento, emoção e a vontade, e só então, a mágica acontece e a arte emerge inspirada pelo o que existe de mais bonito nos seres, a nossa arte. Do que precisa o mundo hoje? Afeto, beleza, puros sentimentos, menos julgamentos. A arte que está no seu interior, bruta, não revelada, contida ou protegida, livre ou adaptada, é o elo forte que esta exposição quer convocar. Este convite é para que se una a arte de artistas diversificados para que assim, juntos, possamos transpor as barreiras explícitas e veladas, que nos aprisionam o sentir, e impedem que lindas cores emocionais tornem o mundo um lugar ainda mais maravilhoso, com as telas da vida expostas em cada galeria íntima do coração. Que UNIDOS PELA ARTE lembre a você que a beleza de cada ser deve ser admirada, inclusive a sua”, conclui.
Serviço
Exposição | Unidos pela Arte
De 21 de junho a 06 de agosto
Diariamente, até as 16:30hs. Aos sábados com hora marcada pela manhã das 9hs às 13hs
Período
21 de junho de 2024 09:00 - 6 de agosto de 2024 16:30(GMT-03:00)
Local
Espaço Izis Kosta
Av. José Bonifácio 601 – JD Flamboyant – Campinas – SP
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A partir do desejo compartilhado de promover trocas e explorar modelos horizontais de organização, Fortes D’Aloia & Gabriel e HOA fundem diferentes gerações de artistas e suas respectivas abordagens, linguagens
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A partir do desejo compartilhado de promover trocas e explorar modelos horizontais de organização, Fortes D’Aloia & Gabriel e HOA fundem diferentes gerações de artistas e suas respectivas abordagens, linguagens e mídias em uma única mostra de intercâmbio entre os espaços expositivos de ambas as galerias. Em exibição a partir de 22 de junho, RAW! subsidia um campo de articulações para diálogos convergentes entre jovens artistas e nomes já estabelecidos por meio da expressão. Do vídeo à escultura, a exposição reúne práticas diversas em categorias instalativas, audiovisuais e pictóricas.
A HOA abre suas portas a uma escultura imersiva de Ernesto Neto em contraste com o trabalho de Nidia Aranha e, também, abriga a primeira edição da programação presencial do fdag-film, plataforma digital de vídeo-arte e imagem em movimento da Fortes D’Aloia & Gabriel. Ao longo da exposição serão apresentadas obras de Babi Mello, biarritzzz, Caio Rosa, Cristiano Lenhardt, Ivens Machado, Nico Mascarenhas, Rivane Neuenschwander, Ernesto Neto, Rodrigo Cass, Sara Ramo e Janaina Tschäpe, entre outros. Corpo, natureza, movimento e tecnologia – em composições que sobrepõem escalas de tempo – torcem as narrativas estabelecidas.
Na FDAG, pinturas, fotografias, esculturas e assemblages dão forma a um espaço atravessado por tensões entre cor, textura e matéria. Os trabalhos de Ana Clara Tito e Iah Bahia empregam o contraste entre materiais da construção civil e tecidos frágeis, enquanto as obras de Igi Lola Ayedun, Anderson Borba e Almeida da Silva organizam superfícies carregadas de informação textural, recompondo a materialidade habitual de seus suportes. Beatriz Milhazes, Janaina Tschäpe, Leda Catunda, Mariana Rocha e Marina Rheingantz apresentam composições que sugerem expansão e movimento, comunicando um ritmo vital e encadeando visões oníricas. As pinturas de Bertô, Márcia Falcão e Mika Takahashi trazem gestos marcados que traduzem o corpo-a-corpo da sua fatura, assim como materiais corriqueiros são ressignificados nas práticas de Antonio Tarsis e Derrete, traduzindo a aspereza da atmosfera urbana.
Ainda passeando pela curadoria hospedada na FDAG e na HOA, os trabalhos de A Loja de Atrocidades e Hawnee, nos quais a variedade de elementos levam à desorientação pela simultaneidade, formam um contraponto à solidão metafísica da escultura de Efrain Almeida ou à placidez alegórica da fotografia cotidiana de Mauro Restiffe e Rafaela Kennedy. As esculturas de Cristiano Lenhardt, Erika Verzutti e Labö Young reconfiguram elementos da arquitetura vernacular, experiências volumétricas e texturais que suscitam silhuetas orgânicas. Finalizando o ciclo condutor da exposição, o limiar entre o humano e o inumano dos trabalhos de Janice Mascarenhas e Nídia Aranha distorcem a consistência do corpo na referência à tecnologia reprodutiva e à objectualidade, por meio da encenação crítica em oscilação entre sujeito e objeto.
Durante o dia de abertura, a programação recebe duas performances: Jussaras, de Cristiano Lenhardt, em trânsito pelos dois espaços, enquanto Felipa Damasco apresenta Cabelo crespo não molha na Fortes D’Aloia & Gabriel, às 15h
Serviço
Exposição | RAW!
De 22 de junho a 3 de agosto
Terça a sexta, das 10h às 19h; sábados, das 10h às 18h
Período
22 de junho de 2024 10:00 - 3 de agosto de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galpão Fortes D'Aloia & Gabriel - SP
Rua James Holland 71, Barra Funda, São Paulo
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É uma exposição? É uma instalação? É uma performance? É “Amador e Jr Segurança Patrimonial Ltda, nem profissional, nem sênior”, uma mistura de tudo isso com pitadas de humor e
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É uma exposição? É uma instalação? É uma performance? É “Amador e Jr Segurança Patrimonial Ltda, nem profissional, nem sênior”, uma mistura de tudo isso com pitadas de humor e crítica. Antonio Gonzaga Amador e Jandir Jr são os artistas que mergulharam nessa empreitada divertida e instigante, que estará aberta ao público na sala 2 da Casa França-Brasil, com entrada gratuita. Todo fim de semana, haverá um programa de performances. Ao final da temporada, no dia 2 de agosto, será lançado o catálogo da mostra e acontecerá uma palestra das 17h às 19h, com tradução simultânea de libras e a participação dos artistas, da curadora Carolina Rodrigues e da artista multidisciplinar, educadora e curadora convidada Renata Sampaio.
Será a primeira exposição da dupla Amador e Jr. Segurança Patrimonial Ltda. no Rio de Janeiro. Antonio e Jandir interpretam a dupla de vigias fictícios que fazem as maiores peripécias para garantir a segurança das exposições de arte em museus e instituições culturais, com o intuito de questionar o tão restrito e contraditório sistema da arte contemporânea. A Amador e Jr. Segurança Patrimonial Ltda. apresenta séries de propostas performáticas concebidas por Antonio Gonzaga Amador e Jandir Jr., é realizada em instituições de arte pelos próprios artistas trajados com uniformes de segurança, tendo seus problemas centrais advindos das relações entre instituições como essas e as pessoas que trabalham cotidianamente em suas salvaguardas.
Nascidos e criados respectivamente nos bairros cariocas de Brás de Pina e Penha Circular, Antônio e Jandir trazem o repertório de quem conhece bem o subúrbio para utilizar seus elementos em suas performances. Dois bons exemplos são os trabalhos “A rigor”, em que realizam as rondas no museu usando os característicos chinelos Havaianas, e “Isopor”, quando no, meio do expediente, abrem uma gelada e sentam na cadeira de praia com um cooler ao lado. Assim, vão construindo uma narrativa em torno de questões que evocam o trabalho precarizado no tão abastado sistema da arte, a relação do artista com os funcionários do museu e o papel da instituição no campo da arte.
“A ideia para esse trabalho surgiu da nossa experiência como monitores-educadores em museu, onde dividíamos espaço com profissionais de segurança. Notamos que tínhamos muitas semelhanças com eles: a negritude, os problemas com transporte público, as referências culturais… Mesmo trabalhando como educadores, nos vimos em posições de trabalhos racializados: pessoas negras, pobres, fazendo segurança do patrimônio dos outros… Então, esse cenário acabou nos inspirando”, explica Jandir.
Com curadoria de Carolina Rodrigues, a exposição apresentará ao público um recorte dos oito anos de parceria da dupla, recebendo oito de suas performances, que acontecerão ao longo de dois meses de exposição com a presença dos artistas. A expografia divide-se em dois espaços. Num deles, há uma quebra da oposição entre público e privado em relação à presença desses profissionais na instituição, caracterizada pela montagem de uma sala de descanso, aos moldes das salinhas onde os seguranças tiram aquele cochilo entre uma ronda e outra. No outro, o espaço expositivo apresenta fotografias e croquis de suas performances em desenhos emoldurados, feitos pela própria dupla, acompanhados dos objetos que fazem parte das interações, como elementos performáticos.
A mostra possui o diferencial de tratar a performance como a principal linguagem artística, fazendo uma relação direta com o corpo do proletariado de base em performances com duração de uma jornada de trabalho real. Oito horas de trabalho. Oito horas de performance. Oito horas de prática. É pelo trabalho do corpo e pelo corpo no trabalho que a exposição toma forma e produz outros elementos, como os desenhos, as fotografias e a instalação e os objetos construídos e utilizados para o trabalho.
Por ter longa duração, o público poderá experienciar diversos momentos do trabalho sendo executado. A ação é, por vezes, simples: andar com chinelos, olhar através de um espelho convexo, usar dentes de ouro, trabalhar remotamente, segurar um sino de mesa, segurar uma cadeira, recepcionar as pessoas com bebidas e comidas em um isopor, ou deixar a sala de descanso aberta para visitação. Assim, as performances tentam evidenciar as relações de trabalho e as performatividades cotidianas realizadas por trabalhadoras e trabalhadores durante suas jornadas.
Serviço
Exposição | Amador e Jr Segurança Patrimonial Ltda, nem profissional, nem sênior
De 22 de junho a 4 de agosto,
Terça a domingo, das 10h às 17h
Período
22 de junho de 2024 10:00 - 4 de agosto de 2024 17:00(GMT-03:00)
Local
Casa França-Brasil
Rua Visconde De Itaboraí, 78 - Centro, Rio de Janeiro - RJ
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Em sua primeira exposição individual em São Paulo, Heberth Sobral apresenta 28 obras entre pinturas, fotografias e objetos distribuídos em uma montagem lúdica com cenografia e elementos do universo dos
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Em sua primeira exposição individual em São Paulo, Heberth Sobral apresenta 28 obras entre pinturas, fotografias e objetos distribuídos em uma montagem lúdica com cenografia e elementos do universo dos jogos de mesa, tabuleiro e carteado. Com curadoria de Manuela Parrino e texto de Luiz Chrysostomo, a exposição acontece na sala 1 da galeria.
Sobre a exposição “Sala de Jogos”, em meio a obras alusivas a baralhos, dominós, álbuns de figurinhas, mini-golf, e jogos de botão, Luiz Chrysostomo comenta: “Heberth reafirma que a arte não é domínio do óbvio, do literal, mas terreno da ousadia que ultrapassa a superficialidade. A ocupação do espaço, o uso de materiais não convencionais e a intimidade com a cor, podem estar representadas por meio de montagens fotográficas, pinturas em acrílica de telas e madeiras, azulejos modelados, tijolos coloniais ou recursos digitais. Uma das obras centrais exibidas é seu “jogo-mobil” de xadrez. Composto por peças em cerâmica pintada, esculpidas com os elementos definidores de seu código, o artista revive a história da arte e relembra como esse tipo de ativação, ou de jogo, vai além de preciosidades intelectuais”.
Serviço
Exposição | Sala de Jogos
De 22 de junho até 24 de agosto
Terça a sexta, das 10h às 18h, sábado, das 10h às 16h
Período
22 de junho de 2024 10:00 - 24 de agosto de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Luciana Caravello Galeria de Arte Contemporânea
Rua Mourato Coelho, 790 – Vila Madalena São Paulo - SP
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Uma das fotógrafas mais importantes do mundo, Claudia Andujar é a nova artista a ocupar a Pinacoteca do Ceará. O museu, que integra a Rede Pública de Equipamentos e Espaços Culturais (Rece)
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Uma das fotógrafas mais importantes do mundo, Claudia Andujar é a nova artista a ocupar a Pinacoteca do Ceará. O museu, que integra a Rede Pública de Equipamentos e Espaços Culturais (Rece) da Secretaria da Cultura do Ceará (SECULT) e é gerido pelo Instituto Mirante, abre a exposição “Claudia Andujar. Minha vida em dois mundos” no sábado, 22 de junho, a partir das 17h. A entrada é gratuita e haverá acessibilidade em Libras.
A programação de abertura contará com uma sessão especial do documentário “A senhora das flechas” (The Lady with the Arrows”, 2024), de Heidi Specogna. O filme, que foi exibido no Brasil apenas durante o festival “É Tudo Verdade” deste ano, aborda a relação de afeto e militância de Claudia Andujar com o povo indígena Yanomami. A sessão acontece às 17h30 e serão distribuídos 80 ingressos por ordem de chegada, a partir das 16h.
Dividida em cinco núcleos, “Claudia Andujar. Minha vida em dois mundos” tem curadoria de Eduardo Brandão e reúne cerca de 200 fotografias da artista suíça naturalizada brasileira. O título reforça a proposta curatorial, que traz diferentes olhares e trânsitos de Andujar: entre o fotojornalismo e a arte experimental; as grandes cidades e a floresta; a Europa, onde ela nasceu, e a América, continente que a acolheu após a perseguição nazista à sua família paterna; ela própria e o Outro.
Reconhecida por sua atuação humanista na fotografia, Andujar constrói os trabalhos a partir de uma longa convivência com o ambiente, as pessoas e os costumes. É o que se vê em séries como “Famílias Brasileiras”, um dos primeiros ensaios que ela realizou no Brasil, no qual passou longos períodos convivendo com diferentes famílias em cidades de São Paulo, Minas Gerais e Bahia. O intenso trabalho de reelaboração das imagens feito pela artista também é destaque na exposição. Em “A Sônia”, para refletir esteticamente sobre as formas do corpo feminino, as fotografias com filme infravermelho são posteriormente refotografadas, com um uso experimental de filtros de cor e sobreposições.
“Trem Baiano” é outro importante trabalho presente na mostra, que retrata migrantes que tentavam se estabelecer em São Paulo voltando às suas cidades de origem, enviados pelo Departamento de Imigração e Colonização de São Paulo. Para fazer o ensaio publicado numa reportagem da clássica revista Realidade, em 1969, Andujar embarcou sozinha no trem que saía de São Paulo e parava em diversas cidades no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e na Bahia.
A colaboração com Realidade levou a fotógrafa a ter o primeiro contato com os indígenas Yanomami, trabalhando numa edição especial sobre a Amazônia, em 1971. A partir daí, Claudia Andujar estabelece uma ligação cuidadosa e comprometida com aquele povo ameaçado à época – e até hoje – pelo garimpo e por interesses políticos e econômicos, como o projeto de desenvolvimento industrial do governo militar, que construiu grandes rodovias na região.
Em plena ditadura militar, Claudia passa a atuar na luta política em defesa do povo Yanomami, que a acolhe e reconhece na artista uma aliada. Durante os anos 1970, ela faz diversas viagens ao território, chega a morar durante 14 meses na Reserva Catrimani e se envolve com o modo de vida local, a cultura, os hábitos e rituais daquele povo.
Em 1977, enquadrada na Lei de Segurança Nacional, editada pelo Governo Militar, ela é retirada à força do território indígena, sendo proibida de voltar à Amazônia. A partir daí, a fotógrafa funda, em 1977, a Comissão pela Criação do Parque Yanomami (CCPY), que tinha como objetivo a demarcação do território, o que se concretiza apenas em 1992, com a criação da Terra Indígena Yanomami.
Esse período é retratado especialmente nas séries “Catrimani”, “Reahu”, “Sonhos Yanomami” e “Marcados”, em que é possível perceber a aproximação real entre a fotógrafa e o povo Yanomami, além do experimentalismo de linguagem que, ao longo do tempo, foi sendo ampliado até chegar a propostas estéticas extremamente inovadoras.
A retrospectiva “Claudia Andujar. Minha vida em dois mundos” ficará em cartaz na Pinacoteca do Ceará até 29 de dezembro de 2024 e conecta o Ceará a um circuito internacional de museus que têm repercutido o grande trabalho de Claudia Andujar. Nos últimos anos, a obra da artista tem sido exposta em instituições de todo o mundo, com apoio da Fondation Cartier pour l’Art Contemporain (França), como no México, Itália, Espanha, Suíça, Inglaterra, Estados Unidos e Alemanha. Sempre gratuita, a Pinacoteca oferece aos visitantes a chance de conhecer uma das fotógrafas mais celebradas da arte contemporânea que, aos 93 anos, traz uma contribuição fundamental para compreender o Brasil.
A exposição tem classificação indicativa de 12 anos e contará com diversos recursos de acessibilidade, como obras táteis, audiodescrição, Braille e vídeo em Libras, além de uma série de atividades formativas, com diversos públicos, ao longo de todo o período de exibição.
Documentário “A Senhora das flechas”
Exibido no Brasil em abril deste ano, durante o festival “É tudo verdade” (SP), o documentário “A Senhora das flechas” (The Lady With the Arrows, 2024), da diretora suíça Heidi Specogna, mostra o relacionamento profundo de Claudia Andujar com o povo Yanomami, numa costura emocionante a partir da biografia da artista, sua relação com a fotografia e o ativismo na luta contra a exploração da floresta amazônica e a defesa do povo Yanomami
Serviço
Exposição | Claudia Andujar. Minha vida em dois mundos
De 22 de junho a 29 de dezembro
Segunda a sexta, das 10h às 19h; sábados, das 10h às 11:30h
Exibição do documentário | A Senhora das flechas (The Lady With the Arrows, 2024)
Sábado, 22 de junho, a partir das 17h30
Auditório da Pinacoteca do Ceará
Acesso gratuito | 80 ingressos distribuídos por ordem de chegada, a partir das 16h
Período
22 de junho de 2024 10:00 - 29 de dezembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Pinacoteca do Ceará
Rua 24 de Maio, s/n, Praça da Estação, Centro - Fortaleza - CE
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Para celebrar a inauguração de seu novo espaço expositivo no Edifício Louvre, a galeria Verve inaugura, no sábado dia 22 de junho, a coletiva “CUIR SOU, notas sobre afetividade”, comentada
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Para celebrar a inauguração de seu novo espaço expositivo no Edifício Louvre, a galeria Verve inaugura, no sábado dia 22 de junho, a coletiva “CUIR SOU, notas sobre afetividade”, comentada por Hilda de Paulo e Tiago Sant’Ana em ensaios críticos escritos especialmente para a exposição. A mostra reúne trabalhos de Adriel Visoto, Aretha Sadick, AVAF, Caroline Ricca Lee, Carlos Motta, Cassils, Fefa Lins, Felippe Moraes + Márcia Pantera, Francisco Hurtz, Gabriella Marinho, Gabz 404, Hilda de Paulo, iah bahia, Isabelle Passos, João GG, Karola Braga, Lady Letal, Lia D Castro, Madalena Schwartz, Manauara Clandestina, Mariela Scafati, Mayara Ferrão, Nathan Braga, Nino Pereira, Pat Baik, Piti Tomé, Rafa BQueer, Randolpho Lamonier, Renan Soares, Tales Frey, Victor Fidelis e Yeguas del Apocalipsis.
Nos textos críticos, percebem-se as múltiplas facetas de se relacionar afetivamente enquanto pessoa queer: seja na intimidade, no ambiente familiar, nas interações (redes) sociais ou se reconhecendo em objetos e distintas personalidades. Fica explícito que esta afetividade é também uma forma política de habitar o mundo, conforme comenta Tiago Sant’Ana: “O que a política queer traz (…) é compreender, nomear as normas, mas também debochar de sua configuração. Assim, queer tem mais relação com uma rebeldia do que com um desejo de integração a todo custo. É uma vontade de ressaltar a estranheza, gozar da margem em vez de lutar por uma anulação e higienização das subjetividades em troca de uma aceitação dentro de uma configuração enfadonha de vida.”
De distintas gerações, o conjunto de artistas apresenta ainda uma coleção de sensibilidades singulares a partir de “um conjunto de trabalhos em que as questões de gênero e sexualidade podem até não aparecer de modo explícito, contudo, estão unidas, também, por um desejo de estranhar as visualidades estabelecidas, trazendo algo de excêntrico – aqui compreendido como não ser capturado ou desviar-se do centro – para o fazer artístico.” conclui Sant’Ana.
Artistas: Adriel Visoto, Aretha Sadick, AVAF, Caroline Ricca Lee, Carlos Motta, Cassils, Fefa Lins, Felippe Moraes + Márcia Pantera, Francisco Hurtz, Gabriella Marinho, Gabz 404, Hilda de Paulo, iah bahia, Isabelle Passos, João GG, Karola Braga, Lady Letal, Lia D Castro, Madalena Schwartz, Manauara Clandestina, Mariela Scafati, Mayara Ferrão, Nathan Braga, Nino Pereira, Pat Baik, Piti Tomé, Rafa BQueer, Randolpho Lamonier, Renan Soares, Tales Frey, Victor Fidelis e Yeguas del Apocalipsis.
Serviço
Exposição | Cuir Sou, notas sobre afetividade
De 22 de junho a 03 de agosto
Terça a sexta-feira, das 11:00 às 18:00h, sábado, das 12:00 às 17:00h
Período
22 de junho de 2024 11:00 - 3 de agosto de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Verve Galeria
Avenida São Luis, 192, Sobreloja 06, República, São Paulo - SP
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NONADA SP abre coletiva Diadorim, sob curadoria de Guilherme Teixeira onde reúne 17 artistas em torno de 19 obras que exploram temas como corpo, inadequação, pertencimento e gênero, utilizando diversas
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NONADA SP abre coletiva Diadorim, sob curadoria de Guilherme Teixeira onde reúne 17 artistas em torno de 19 obras que exploram temas como corpo, inadequação, pertencimento e gênero, utilizando diversas técnicas e suportes, incluindo pintura, escultura, fotografia, desenho, objetos, videoarte, performance e instalações, atualizando questões conceituais do clássico “Grande Sertão: Veredas” de Guimarães Rosa, obra da qual a galeria tira seu nome e conceito. Vernissage no sábado, 22 de junho, às XX, ficando em cartaz até 31 de agosto.
Diadorim, um personagem que se veste como homem para acompanhar os cangaceiros e proteger-se, traz à tona discussões contemporâneas sobre construção de gênero e performance social. Esta narrativa literária oferece um ponto de partida para a reflexão sobre identidades de gênero e seus desdobramentos na sociedade atual.
Guilherme Teixeira, o curador, é reconhecido por seu trabalho que atravessa temas de identidade, sexualidade e pertencimento. A seleção de um grupo diversificado de artistas possibilitou que trouxessem suas próprias perspectivas e experiências para a exposição. Esta abordagem pluralista permite uma ampla gama de interpretações e provocações sobre as temáticas abordadas. Andre Barion, Andy Villela, Ana Matheus Abbade, Ana Raylander Martís dos Anjos, Amorí, Bruno Magliari, Rafaela Kennedy, Santarosa, Juno, Ode, Diambe, Daniel Mello, Domingos de Barros Octaviano, Linga Acácio, Flow Kontouriotis, Wisrah C. V. da Celestino e Nati Canto trazem uma diversidade de estilos e abordagens. A pluralidade de técnicas e temas reflete o compromisso da NONADA em proporcionar um espaço para a diversidade artística e cultural.
NONADA, cujo nome deriva de um neologismo criado por Guimarães Rosa, tem como missão preencher lacunas na cena artística contemporânea, promovendo um espaço inclusivo e de experimentação. Seus fundadores, João Paulo, Ludwig, Luiz e Paulo, destacam que a NONADA é um espaço híbrido que acolhe, expõe e dialoga, oferecendo uma plataforma para trabalhos de alta qualidade que abordam temas políticos, identitários e de gênero, entre outros.
Serviço
Exposição | Diadorim
De 22 de junho a 31 de agosto
Terça a sexta-feira, das 11h às 18h; sábado, das 11h às 15h
Período
22 de junho de 2024 11:00 - 31 de agosto de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
NONADA
Praça da Bandeira, 61 – Centro, São Paulo - SP
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O Museu A CASA do Objeto Brasileiro realiza a exposição ” ISA 30 ANOS – POR UM BRASIL SOCIOAMBIENTAL”, uma celebração das três décadas de atuação do Instituto Socioambiental (ISA) na defesa dos
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O Museu A CASA do Objeto Brasileiro realiza a exposição ” ISA 30 ANOS – POR UM BRASIL SOCIOAMBIENTAL”, uma celebração das três décadas de atuação do Instituto Socioambiental (ISA) na defesa dos direitos de povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos e outras comunidades tradicionais. A exposição será aberta ao público a partir do dia 22 de junho e permanecerá até o dia 25 de agosto de 2024, com visitação de quinta a domingo, das 10h às 18h, na sede do museu, localizada na Av. Pedroso de Morais 1216, em Pinheiros, São Paulo.
Com curadoria e expografia de Rosely Nakagawa, a mostra reúne materiais audiovisuais que ilustram os projetos desenvolvidos pelo ISA, além de objetos de arte indígena, artefatos artesanais. A exposição apresenta 30 painéis em tecido com mais de 100 imagens documentais de diversas ações do instituto ao longo das três décadas. Os registros foram capturados por fotógrafos e antropólogos parceiros de longa data da organização, como Are Yudja, Carol Quintanilha, Christian Braga, Claudia Andujar, Linsker, Kamikiá Kisêdjê, Lalo de Almeida, Pedro Martinelli, Roberto Linsker, Rogério Assis e Victor Moriyama. De acordo com a curadora, “A ideia é atingir e comover o público não especializado, tornando a mostra de fácil compreensão para quem ainda não conhece a organização.”
Renata Mellão, fundadora do Museu A CASA, expressa sua admiração pelo Instituto Socioambiental (ISA) e celebra a duradoura parceria iniciada em 1999, quando o antropólogo Beto Ricardo, sócio fundador do ISA, ministrou uma palestra no museu. “Somos grandes admiradores do instituto e é uma honra para nós abrigar essa exposição”, afirma Renata.
Para enriquecer a experiência, as comemorações dos 30 anos do ISA contemplam uma extensa programação cultural voltada à conscientização e à informação sobre os povos indígenas no Brasil. As atividades incluem três rodas de conversas no “Papo de Casa”, uma ação promovida pelo Museu A CASA que visa aprofundar o conhecimento por meio de diálogos abertos com protagonistas e especialistas da temática, além da exibição de filmes em realidade virtual. Também haverá a apresentação da série de livros “Povos Indígenas do Brasil” e do projeto educativo “Povos Indígenas no Brasil Mirim”. Igualmente, o público poderá interagir com o mapa” Terras e Povos Indígenas no Brasil”, uma oportunidade única para conhecer as comunidades e explorar os territórios onde vivem as etnias.
Serviço
Exposição | Isa 30 anos – por um brasil socioambiental
De 23 de junho a 25 de agosto
Quinta a domingo, das 10h às 18h.
Período
25 de junho de 2024 10:00 - 25 de agosto de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Museu A CASA do Objeto Brasileiro
Avenida Pedroso de Morais, 1216, Pinheiros, São Paulo, SP
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Trazendo destaque para a moda de rua do Japão, a Japan House São Paulo traz a exposição “Sutorīto Fashion: moda das ruas“, que apresenta as tendências de moda desde a década
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Trazendo destaque para a moda de rua do Japão, a Japan House São Paulo traz a exposição “Sutorīto Fashion: moda das ruas“, que apresenta as tendências de moda desde a década de 1950 até os dias atuais por meio de mais de 100 registros fotográficos. Com entrada gratuita, a mostra acontece de 25 de junho a 20 de outubro, no térreo da instituição. Assim como “Efeito Japão: moda em 15 atos” (em cartaz no segundo andar até 1° de setembro), a exposição “Sutorīto Fashion: moda das ruas” é coordenada pelo diretor de moda Souta Yamaguchi.
A seleção de fotografias analisa por década as mudanças da moda de rua no Japão dos anos 1950 aos anos 2020, abordando diversas tendências internacionais, cinema e música, assim como a contracultura japonesa que surgiu em resposta às mudanças culturais, sociais, políticas e econômicas dessas épocas.
“Essa exposição faz parte do ciclo de moda que iniciamos em maio deste ano e tem como foco o cotidiano japonês e como as recentes mudanças culturais e sociais afetaram a moda de rua dos jovens. Será uma oportunidade única para entender como cada período foi traduzido, adaptado e refletido nos looks cotidianos, gerando uma identidade muito particular, criativa e inovadora.”, comenta a Diretora Cultural da JHSP, Natasha Barzaghi Geenen.
A passagem histórica da exposição tem início na década de 1950, em um contexto pós-guerra. Nesse período de recuperação e reconstrução após a Segunda Guerra Mundial, referências internacionais da alta costura e o cinema japonês servem como inspiração, além de estilos como o rockabilly. Foi um período de aumento no consumo de roupas com a difusão de peças prêt-à-porter e o avanço na qualidade de fibras sintéticas. Na década de 1960, o ambiente doméstico japonês se modernizou e a influência de tendências internacionais na moda jovem, como o uso da minissaia e de calças pantalonas tornou-se popular no Japão. Nos anos 70, os primeiros estilistas japoneses despontam nas passarelas internacionais, ao mesmo tempo em que os movimentos de contracultura no Japão são acompanhados pelo mais conservador “nyuutora” (abreviação japonesa do termo em inglês New Traditional) adotado por estudantes, com saias até os joelhos.
A década de 1980, o momento de aumento do poder econômico permitiu um gasto maior de jovens e adultos em itens da moda, inclusive artigos de luxo. Foi o auge da popularidade das DC Brands (abreviação de Designer’s & Character’s), nome dado às marcas fundadas por designers renomados. As revistas de moda e lifestyle também eram essenciais em ditar tendências vistas nas ruas e o estilo “shibuya casual“, baseado no “amekaji” (abreviação japonesa do termo em inglês American Casual) tornou-se popular especialmente entre os estudantes. Já nos anos 90, surgiram várias culturas, subdividindo os estilos. A moda que mais impactou as gerações posteriores foi a “ura-harajuku” (estilo que surgiu quando lojas de designers famosos foram abertas no bairro de Harajuku), onde as marcas que herdaram o contexto da cultura de rua, como skatistas e DJs, criaram um grande movimento. Por outro lado, no bairro de Shibuya, que continuava sendo o centro da cultura jovem, surgiram as “kogal”, que desencadeou uma tendência da moda baseada na combinação de saias de uniforme escolar com bainhas curtas e meias até a altura da panturrilha, criando uma cultura singular que deu início ao boom das “colegiais”.
A década de 2000 é marcada pelo surgimento de várias redes de fast fashion internacionais no Japão. Os estilos ficaram mais globalizados em conjunto com a popularização da internet. Nos anos 2010, impactados pelo Grande Terremoto do Leste do Japão de 2011, jovens japoneses passaram a buscar um estilo mais simples e sustentável, fazendo com que a moda contemporânea priorizasse o conforto e um caimento solto das roupas.
Em complemento à evolução década a década, a exposição apresenta também uma coletânea de 25 fotos retiradas da Revista FRUiTS, uma das plataformas mais influentes de documentação acerca do streetstyle japonês entre os anos 1997 e 2017, quando teve sua última publicação. A revista foi responsável por registrar como os jovens, que resistiam aos padrões de estilo da época, se vestiam na região de Harajuku, no distrito de Shibuya, em Tóquio, local que viria a ser conhecido como um dos principais centros de cultura jovem do país, marcando toda uma geração. Até hoje, a criatividade e a espontaneidade desse movimento inspiram designers e amantes da moda do mundo todo.
De forma a estender a experiência do público para além da exposição, a JHSP promoverá atividades paralelas durante todo o período expositivo, como visitas mediadas, seminários, workshops e bate-papos com especialistas. Dentro do programa JHSP Acessível, a exposição “Sutorīto Fashion: moda das ruas” ainda conta com recursos de audiodescrição e vídeo libras. Esta exposição é realizada em cooperação com a “ACROSS” by PARCO CO., LTD. – mídia que pesquisa a cultura jovem e a moda de Tóquio – e a Revista FRUiTS, publicação que documentou a moda de rua japonesa.
Exposição | Sutorīto Fashion: moda das ruas
De 25 de junho a 20 de outubro
Terça a sexta, das 10h às 18h; sábados, domingos e feriados, das 10h às 19h
Período
25 de junho de 2024 10:00 - 20 de outubro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Japan House São Paulo
Avenida Paulista, 52 – Bela Vista, São Paulo - SP
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A exposição “E a cobra fumou: o Brasil na Segunda Guerra Mundial” conta a história da participação brasileira naquele conflito, com foco na Força Expedicionária Brasileira (FEB). Além das batalhas
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A exposição “E a cobra fumou: o Brasil na Segunda Guerra Mundial” conta a história da participação brasileira naquele conflito, com foco na Força Expedicionária Brasileira (FEB). Além das batalhas propriamente ditas, a exposição aborda temas diversificados, tais como: o papel das enfermeiras e do serviço de saúde; a importância das correspondências e jornais; e as músicas compostas pelos “pracinhas”.
Além do acervo variado, a exposição conta também com elementos interativos, como totens eletrônicos e fones de ouvido, com os quais os visitantes podem escutar músicas compostas na Itália pelos soldados.
Serviço
Exposição | E a cobra fumou: o Brasil na Segunda Guerra Mundial
De 26 de junho a 10 de agosto
Terça-feira a sábado, das 12h às 19h
Período
26 de junho de 2024 12:00 - 10 de agosto de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Centro Cultural Correios RJ
Rua Visconde de Itaboraí, 20, Centro – Corredor Cultural, Rio de Janeiro - RJ
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Tudo aquilo que nasce é também tudo aquilo que morrerá. É, a princípio, o que parece nos sussurrar o conjunto de obras inéditas apresentadas pela artista Marina Hachem (São Paulo,
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Tudo aquilo que nasce é também tudo aquilo que morrerá. É, a princípio, o que parece nos sussurrar o conjunto de obras inéditas apresentadas pela artista Marina Hachem (São Paulo, 1993), em sua primeira exposição individual na Casa Triângulo. Através de uma prática artística que transcende o plano bidimensional em obras que apresentam uma verdadeira vocação–e desejo–escultórico, a artista paulistana nos apresenta uma série de novas obras bidimensionais e três esculturas de sua autoria
À primeira vista, talvez seja a curiosidade pela dimensão formal o primeiro aspecto a nos atrair pelos trabalhos de Marina Hachem. Através de um peculiar processo que parte do plano pictórico–liso, ainda nu e virgem designificado–Hachem conjuga o uso de materiais a princípio díspares, ou pouco familiares entre si, de modo a torna-lós quase que alquimicamente pares, matérias perfeitamente casadas
O engenhoso processo da artista parte da utilização deum maquinário próprio da marcenaria para reforçar o que acima, chamamos de uma inequívoca e evidente dimensão escultórica destes trabalhos. Através do corte e da manipulação de superfícies de madeira–de modo similar a um método de desenho sobre este material–a artista esculpe formas que remetem a uma miríade sem fim de imagens próprias de seu imaginário ou advindas de referências fotográficas e de outras fontes.
Em um segundo estágio, há o papel incontornável do fogo. É através da queima destes relevos espaciais esculpidos em madeira que a artista atinge os robustos tons de preto que, em seguida, são banhados por materiais pouco convencionais como graxa e cera, responsáveis pela polidez do acabamento com que os tons escuros de suas obras fazem saltar os olhos daqueles que as observam
Por fim, por entre a superfície entrecortada das formas destes trabalhos, é aplicada uma camada de graute, um tipo especifico de concreto comumente utilizado na construção civil. Como em todo o transcorrer de seu fazer artístico aqui a artista empreende a complexa tarefa de destituir o material de seu aspecto primariamente bruto, fazendo um frutifero uso dos distintos tons de cinza revelados pelo concreto para que estes ganhem aspectos visualmente um tanto mais poéticos–estamos diante da superfície da Lua?, por exemplo, perguntamo-nos, encantados e perplexos.
É neste momento que, nós, visitantes desta espécie de sítio arqueológico do futuro criado no espaço expositivo em que nos encontramos situados, deixamos de nos ater aos aspectos formais de seus trabalhos. Se em um primeiro instante, nosso fascínio é capturado pela virtuosa capacidade de Hachem de mesclar materiais de origens distintase chegar em um resultado tão plasticamente refinado, passamos a nos entregar, então, apenas ao deleite da apreciação metafísica/metafórica de tudo aquilo que está a nos cercar, na presente exposição
É a dimensão poética do olhar de cada um que será capaz de ver, em formas radicalmente distintas entre si, raízes ou ruínas, formas orgânicas ou arquitetônicas, leitos de rio e também caminhos abstratos nas obras que preenchem as paredes do espaço expositivo
O que antes apresentava-se como um sussurro parece, em um momento avançado, ganhar considerável volume similar àquele presente no desejo das formas bidimensionais de ganharem o espaço real em que estamos a pousar nosos pés e o peso de nossos corpos
É o que revelam, por exemplo, as três esculturas situadas para além das paredes, criaturas fugitivas das superficies lisas e brancas do território que nos circunda. Feito rochas, repousam sobre o espaço com uma brutal leveza evidenciando a complexidade formal tamanha alcançada pela especificidade do processo engendrado pela artista
Já não sabemos–e tampouco nos importamos–se estamos situados em um jardim de plantas férteis e águas forte sou, quem sabe, em um longínquo terreno de fósseis e vestígios de tudo aquilo que restará num futuro não tão distante, quando a presença humana já não mais existir no planeta que hoje chamamos de Terra. Ainda além–sim é possível, não temos mais dúvidas!, estamos a vivenciar um outro insuspeito local, tão distante e talvez aqui tão perto, um território possível, enfim: o habitat natural da artista.
Marina Hachem (1993, São Paulo. Vive e trabalha em São Paulo). Formada em Artes Visuais pela Fundação Armando Alvares Penteado, em São Paulo, estudou também na Central Saint Martins, em Londres. Participou de exposições coletivas como Artista de Artista, Galeria Luisa Strina, São Paulo (2023) et tu Art Brut?,Andrew Edlin Gallery, New York (2018) e Novíssimos, IBEU Galeria de Arte, Rio de Janeiro, Brasil (2018). Realizou as exposições individuais Ensaio sobre o fim do mundo, curadoria de Agnaldo Farias, Galeria Lume, São Paulo (2022)Entrelinhas, curadoria de Maguy Etilin, Galeria Arte Hall, São Paulo (2016). Participou do programa de residência artistica da SVA, New York (2019).
Serviço
Exposição | Entre raízes e ruínas
De 27 de junho a 03 de agosto
Terça a Sexta das 10h às 19h. Sábado das 10h às 17h
Período
27 de junho de 2024 10:00 - 3 de agosto de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Casa Triângulo
Rua Estados Unidos, 1324, São Paulo - SP
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O Museu FAMA – Fundação Marcos Amaro – juntamente com o artista Renato Gosling, inaugura a exposição individual intitulada “A Verdade sobre a Nostalgia”. Curada por Jhon Voese, a exposição
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O Museu FAMA – Fundação Marcos Amaro – juntamente com o artista Renato Gosling, inaugura a exposição individual intitulada “A Verdade sobre a Nostalgia”. Curada por Jhon Voese, a exposição terá início em 29 de junho e permanece em exibição até 29 de setembro de 2024.
“A Verdade sobre a Nostalgia” mergulha nas profundezas da memória e da emoção, convidando o público a explorar a intersecção entre o passado e o presente através das obras de Gosling. Reconhecido por sua habilidade em capturar a essência da experiência humana, Gosling apresenta uma série de trabalhos que evocam sentimentos de nostalgia, mas também questionam a natureza da memória e da identidade Brasileira.
Segundo Voese, Renato procura problematizar a nostalgia, colocando em cheque lembranças de um passado que normalmente idealizamos. As obras partem de uma conexão afetiva, mas rapidamente chacoalham os espectadores ao apontar pontos de crítica.
“As obras em giz, por exemplo, evocam discussões formais, plásticas, um experimentalismo intuitivo do artista e do visitante, mas também nos levam para dentro de salas de aula que ainda se utilizam deste material, o que reflete certa precariedade em meio à era de novas tecnologias de comunicação. Seja como tecnologia antiga de comunicação, ou como meio lúdico na mão das crianças, o giz de calcário, está intimamente conectado com diversas gerações ainda hoje”, explica o curador.
Voese colaborou com Gosling na seleção das obras que compõem a exposição, criando uma narrativa visual coesa que guia os espectadores por uma jornada única e emocionante. O espectador irá se deparar com séries nas quais o artista se apropria de objetos e de imagens, furtando-lhes o significado original e usando de traquinagens como maquiar bois e lhes dar colares de doces, ou criando cenas com fósforos animados que aliviam o ar com certa espirituosidade.
Suspensos na sala ainda encontramos as serigrafias em linho com ícones, ídolos, celebridades homenageadas que permanecem como marcas em nossa memória. A reflexão iconológica a despeito do carinho pela lembrança também pode evocar questões de identificação e subjetividades que formam nossos eus.
Ao longo do espaço nos deparamos com objetos cobertos de giz, carteiras escolares e skates, mas também bolinhas de gude e peões, que emoldurados perdem o significado de meras brincadeiras para ganharem o status de retrato de uma época idealizada para alguns, imaginada para outros, inexistente para muitos. Ainda solto no espaço o jogo de amarelinha feito com as lentes de semáforos obsoletos que agem em uma dupla significância, as cores indicam o momento em que se pode ou não andar, bem como quais os momentos em que devemos ter atenção, algo tipicamente adulto, mas a forma da brincadeira infantil nos deixa tentados a desafiar o sistema e pular metaforicamente de uma “casa” para a outra em um pé só, testando nosso equilíbrio e com o único propósito de chegar até o final e retornar sem “pisar na linha”. Um aprendizado também de amadurecimento.
Fechando as séries apresentadas em A verdade sobre a nostalgia, estão os Orbes que com sua explosão de cores mostram uma faceta mais abstrata de Gosling e que também serve de chamado à atenção, mas que diferente do semáforo, estão mais para aspectos de calmaria em meio ao caos imagético contemporâneo.
A exposição estará aberta ao público no FAMA – Fundação Marcos Amaro, localizada na [endereço da FAMA]. Os visitantes poderão desfrutar das obras de Renato Gosling de terça-feira a domingo, das 10h às 18h na Sala 8.
Para mais informações sobre a exposição e eventos relacionados, visite o site da FAMA – Fundação Marcos Amaro em famamuseu.org.br
Serviço
Exposição | A Verdade sobre a Nostalgia
De 06 de julho a 09 de setembro
Quarta a Domingo, das 11h às 17h
Período
27 de junho de 2024 10:00 - 3 de agosto de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
FAMA Museu
Rua Padre Bartolomeu Tadei, 9 – Centro – CEP 13300-190 – Itu – SP
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A partir de 26 de junho será possível conhecer o pensamento da antropóloga, historiadora e filósofa brasileira Lélia Gonzalez (1935 – 1994). O Sesc São Paulo, em parceria com a
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A partir de 26 de junho será possível conhecer o pensamento da antropóloga, historiadora e filósofa brasileira Lélia Gonzalez (1935 – 1994). O Sesc São Paulo, em parceria com a Boitempo, inaugura o projeto Lélia em nós: festas populares e amefricanidade, na unidade Vila Mariana. A exposição, que fica em cartaz até 24 de novembro de 2024, foi inspirada pelo livro Festas populares no Brasil (que ganha nova edição pela Boitempo) e promove uma celebração da cultura afro-brasileira – ou amefricana, como propõe a autora – a partir de um recorte que estabelece diálogos e reflexões suscitados pela produção intelectual de Gonzalez, uma proeminente ativista do movimento negro brasileiro e importante teórica do feminismo negro, cuja morte completará 30 anos em 10 de julho de 2024.
Com uma seleção de produções contemporâneas e de diferentes períodos, reunida em cinco eixos temáticos, Lélia em nós: festas populares e amefricanidade apresenta pinturas, fotografias, documentos históricos, objetos, performances, instalações e vídeos de artistas como Alberto Pitta, Heitor dos Prazeres, Januário Garcia, Maria Auxiliadora, Nelson Sargento, e Walter Firmo, além de 12 trabalhos inéditos, de artistas como Coletivo Lentes Malungas, Eneida Sanches, Lidia Lisboa, Lita Cerqueira, Manuela Navas, Maurício Pazz, Rafael Galante e Rainha Favelada.
A mostra também apresenta um recorte de sonoridades e musicalidades, tanto do universo das festas e festejos brasileiros quanto das intervenções do DJ Machintown e do trombonista Allan Abbadia, além de registros fonográficos da discoteca pessoal de Lélia. Parte do acervo do Instituto Memorial Lélia Gonzalez (IMELG), a coleção reúne álbuns de artistas como Wilson Moreira e Nei Lopes, Luiz Gonzaga, Tamba Trio, Clementina de Jesus, Jamelão e Lazzo Matumbi
Partindo de conceitos teóricos desenvolvidos por Lélia Gonzalez, como a categoria político-cultural de amefricanidade – termo cunhado pela acadêmica em contraposição à ideia hegemônica de afro-americanidade para, segundo ela, “ultrapassar as limitações de caráter territorial, linguístico e ideológico” e redimensionar a influência da diáspora atlântica para a formação das Américas do Sul, Central, do Norte e Insular –, a mostra convida o público à compreensão do potencial da cultura popular afro-brasileira como tecnologia de identidade e resistência.
Com curadoria de Glaucea Britto e Raquel Barreto, a exposição foi inspirada pelas proposições feitas por Lélia Gonzalez em Festas populares no Brasil. Único título publicado em vida pela intelectual exclusivamente como autora, o livro foi publicado originalmente em 1987. A obra não foi oficialmente lançada no mercado, tendo sido patrocinada por uma empresa multinacional e distribuída como presente de fim de ano. No mês de abertura da exposição, a publicação ganhará nova edição da Boitempo, a primeira voltada à circulação no mercado editorial. Com textos da acadêmica que evidenciam laços indissociáveis entre Brasil e África por meio de manifestações populares como o Carnaval, o Bumba-Meu-Boi, as Cavalhadas e festas afro-brasileiras como as Congadas e o Maracatu, a obra reúne mais de cem imagens de cinco fotógrafos: Leila Jinkings, Marcel Gautherot, Maureen Bisilliat, Januário Garcia e Walter Firmo (os dois últimos, integrando a exposição). A nova edição inclui também materiais inéditos, textos de apoio, fac-símiles, prólogo de Leci Brandão, prefácio de Raquel Marreto, posfácio de Leda Maria Martins, texto de orelha de Sueli Carneiro e quarta capa de Angela Davis e Zezé Motta.
Serviço
Exposição | Lélia em nós: festas populares e amefricanidade
De 27 de junho a 24 de novembro
Terça a sexta, das 10h às 21h; aos sábados, das 10h às 20h; domingos e feriados, das 10h às 18h
Período
27 de junho de 2024 10:00 - 24 de novembro de 2024 21:00(GMT-03:00)
Local
Sesc Vila Mariana
Rua Pelotas, 141 - Vila Mariana – São Paulo - SP
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Ao chegar à Galeria Francisco Fino, em Lisboa, é possível ver logo na entrada um autorretrato, da artista carioca Panmela Castro. Nele alguns dos principais elementos formais do
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Ao chegar à Galeria Francisco Fino, em Lisboa, é possível ver logo na entrada um autorretrato, da artista carioca Panmela Castro. Nele alguns dos principais elementos formais do seu trabalho estão presentes: o escorrido que resulta das pinceladas rápidas que buscam captar o instante (uma tradição da pintura moderna impressionista), a habilidade em captar o ar que circunda a pessoa retratada. As plantas, as luminárias, a atmosfera de um jardim. Um espaço que por si só, carrega uma série de camadas históricas que vão também tocar na tradição artística europeia do século XVIII e sua disputa entre a natureza como algo controlável pela ação humana ou então como o lugar do insubmisso. Não estamos em um jardim qualquer. Os pincéis, a paleta de cores, tudo nos faz entender que esse jardim é o lugar de processo e criação da artista. Panmela, em seu autorretrato, surge em posição ao mesmo tempo relaxada e absorta. Seus olhos miram um livro. Não qualquer livro! Em suas mãos, está o que seria um exemplar da obra definidora de Gayatri Spivak, que traz no título a pergunta retórica que conduziu grande parte dos pensadores interessados em fundar uma outra forma de compreensão do mundo: “Pode o subalterno falar?”.
Surge outra pista que pode nos conduzir pela exposição. O jardim não está situado em um lugar neutro. A neutralidade não existe. E como tal, não é possível deixar de lado, o fato de que a série de pinturas, apresentadas na galeria, surgiu em um jardim lisboeta. Acima de tudo, em um jardim português. É em Portugal que a figura da artista empunha o livro de Spivak, e isso muda tudo: O que está em jogo quando a artista brasileira e negra Panmela Castro cruza o atlântico e resolve se encontrar com um conjunto de pessoas negras, brancas, afro-asiáticas, asiáticas, pessoas cisgêneras, trans, não binárias, portugueses, africanos, migrantes, e esse encontro se dá em Portugal? Pois é exatamente nesse momento que por entre as arquiteturas do jardim, se vê surgir um oceano. *
Sabemos todos que nos rastros do projeto colonial português, uma série de existências foram retiradas dos seus lugares de origem e carregadas à força para territórios dominados pela coroa; Terras em África foram retiradas de seus antigos donos para fazer desses pedaços de mundo, um lugar de domínio, extração de riquezas e mão de obra a serviço do império português. O Oceano foi a estrada por onde Portugal planejou submeter parte do mundo. Mas lembremos também que toda a tentativa de submissão tem de lidar com o insubmisso, com aquilo que não se dobra.
Aos poucos, o oceano Atlântico foi também virando um espaço que não mais se submetia apenas à ideia de fronteiras nacionais, estabelecidas por europeus que se queriam descobridores do que sempre esteve em seu lugar. Acima e abaixo da água, uma série de tradições foram criadas. E foi dessa maneira que um mundo de práticas, linguagens e culturas, foi se tramando por entre sussurros, trocas, estratégias de sobrevivência. O Brasil, país de Panmela Castro, foi nesse fluxo deixando de ser a principal colônia portuguesa para se tornar o principal destino de homens e mulheres negras que fundaram o maior processo de deslocamento forçado já experienciado pela humanidade: a diáspora africana.
Ora, como só poderia acontecer, essas vidas desviadas não ocuparam apenas o território dominado. Elas também refutaram o dominador, ameaçando-lhe a supremacia pelo interior de suas antigas cidades, ruas, casarios, jardins. Portugal e a cidade de Lisboa foram vendo surgir gentes que escapavam dos seus padrões europeus e, com elas, vozes e saberes que foram relegados ao lugar da subalternidade. No entanto, os subalternos que chegaram (e seguem chegando) falam. E não apenas falam. Eles criam e recriam linguagens artísticas, modos de existir, formas de redesenhar a vida. *
Panmela Castro opera a transformação do jardim em oceano, pois lançando mão dos seus processos de deriva afetiva, reúne um coro de vozes e existências que são resultados do mundo inventado pela água salgada do Atlântico. As pessoas que agora ela encontra e com quem cria, ao chegar ao jardim, trazem a porção oceânica de suas histórias. Trazem consigo deslocamentos feitos pela história dos seus corpos e dos corpos daqueles que lhes antecederam. Suas vidas são a prova concreta de que subalternidade foi tentativa.
Seus encontros, que podem durar diferentes tempos, são a base para seus retratos. O que essas pinturas trazem são o oposto da ideia de imobilidade. De alguém que “posa” para outro que o representa. Se o retrato é canonicamente pensado como o instante em que alguém paralisa e se torna o objeto a ser captado pelo pintor, essa noção não se aplica à operação poética que faz de um jardim, o oceano.
As pinturas aqui expostas são o registro de uma performance feita para ativar encontros. Cada pessoa aqui representada foi também agente criador da sua própria imagem. Esses retratos não são a narrativa única e excludente de uma pintora sobre corpos que a ela se submetem. Tão pouco são as verdades absolutas de seus retratados. O que temos é o resultado de um ato de plena confiança no poder de se estar junto; de se estar com; de lançar uma proposição e com ela se abrir ao acaso. Panmela é uma performer. Uma performer que, é também, uma grande pintora. Uma artista de sofisticada habilidade e repertório artístico.
Em uma de nossas conversas, a artista me trouxe uma outra dimensão de seu processo, que de alguma maneira me escapava. Ela me contava que essas pessoas nas pinturas são também partes de uma rede. Uma rede ampla de afetos que começa nos encontros e se expande para as dimensões da vida cotidiana. Ela me narrava histórias vividas entre ela e algumas daquelas que aparecem nos retratos dessa exposição. Me contava também sobre como cada uma dessas vidas se conectava com outras que vinham aos seus encontros e como, para ela, esse é um processo que nos leva a um outro ato: a própria exposição e suas celebrações: Uma manhã, tarde ou noite de abertura, quando essas pessoas juntas, vendo a multidão de vozes que surgiram por entre conversas, pinceladas que escorrem e afetos, veem não somente os retratos, mas a enorme rede que expressam. E nesse momento, aqueles que eram os subalternos celebram e relembram que com a força do que fazemos juntos, é possível fazer de um jardim em Lisboa, o próprio Atlântico. De um jardim, um infinito oceano
Exposição | Do Jardim, um Oceano
De 27 de junho a 14 de setembro
Terça a sexta, das 12h às 19h; sábados, domingos e feriados, das 14h às 19h
Período
27 de junho de 2024 12:00 - 14 de setembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Francisco Fino
Rua Capitão Leitão, 76, 1950-052 Lisboa - Portugal
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“Pensar a natureza por meio da arte é um caminho magnífico para sensibilizar as pessoas sobre sua importância, e Efrain Almeida desenvolve um trabalho poético em torno deste tema como
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“Pensar a natureza por meio da arte é um caminho magnífico para sensibilizar as pessoas sobre sua importância, e Efrain Almeida desenvolve um trabalho poético em torno deste tema como poucos”, afirma a secretária de Estado da Cultura, Luciana Casagrande Pereira. “É uma honra para o Paraná receber, no MON, essa exposição individual que com certeza vai nos emocionar e nos conectar não apenas com a natureza, mas também com a cultura popular do sertão brasileiro”, comenta.
A diretora-presidente do MON, Juliana Vosnika, explica que ao realizar essa inédita exposição o Museu Oscar Niemeyer traz um jardim para o interior da sala expositiva. “Aqui certamente haverá uma troca silenciosa entre artista e visitante”, diz
Ela ressalta que, “numa feliz coincidência”, a exposição “O Jardim” acontece simultaneamente à instalação do projeto “MON sem Paredes”, em que o Museu rompe o seu limite físico. Com um parque de esculturas interativas na área externa, o MON abraça o público e o convida a entrar.
“Com seus pássaros, casas, ninhos, árvores e diversos outros animais, Efrain nos conecta a uma natureza íntima, o que pode servir como um antídoto ao esquecimento e às efemeridades contemporâneas. Esculturas, instalações, pinturas e bordados evocam cenas simples que nos fazem entrar em contato com a nossa essência”, afirma Juliana.
O curador Bitu Cassundé explica que a exposição, além de apresentar diferentes períodos da produção de Efrain, compreende também a transição que se estabelece nos projetos escultóricos do artista. “Vai da produção em madeira ao bronze, além de contemplar outras técnicas trabalhadas por ele, como pintura, bordado e desenho”, comenta.
A exposição dá prosseguimento à pesquisa que se inicia em 2020 e se desdobra no documentário “Ensaio para outros Instantes” (2021) e na exposição Encarnado (2023), apresentada no Centro Cultural do Cariri, em Crato (CE). “Ambos os trabalhos discutem o corpo, o sagrado e o território a partir de Canindé e Juazeiro do Norte, importantes centros religiosos daquele estado”, informa Cassundé.
Serviço
Exposição | Fazer muitas coisas com uma coisa só
De 29 de junho a 04 de agosto
Terça, das 9h às 20h, Quarta a sexta, das 9h às 17h | Último sábado do mês, das 10h às 16h
Período
29 de junho de 2024 09:00 - 4 de agosto de 2024 20:00(GMT-03:00)
Local
Pinacoteca Municipal de São Bernardo do Campo
R. Kara, 105 - Jardim do Mar. São Bernardo do Campo - SP
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Prestes a celebrar 50 anos de carreira o artista Luiz Braga inaugura sua quinta exposição individual na Galeria Leme, em uma parceria de longo tempo. A mostra Luiz Braga: Colorista
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Prestes a celebrar 50 anos de carreira o artista Luiz Braga inaugura sua quinta exposição individual na Galeria Leme, em uma parceria de longo tempo. A mostra Luiz Braga: Colorista apresenta um recorte na produção do artista, focado muito mais na cor do que na temática social de seu trabalho. Neste cenário, Braga se desprende da figuração e mergulha nas cores ocultas do cotidiano de sua terra, o Pará.
Os diálogos propostos na mostra ilustram esta vertente do trabalho do artista, encontrando intersecções com obras pictóricas de Paulo Pasta e Alfredo Volpi, nas quais aproxima suas fotografias às técnicas da pintura. Para isso, Braga realça o campo de luz da região como uma materialidade pincelada pelas lentes de sua câmera.
Em uma região como Marajó, onde nas pequenas vilas ribeirinhas as casas não tem números mas sim cores diferentes para sua identificação, Luiz explora toda esta luz e a riqueza desta vasta paleta exibida na ilha e em seu cotidiano.
Luiz Braga não é fotógrafo por denominação, mas sim por ser – como ele próprio diz – “um pintor que escolheu a câmera, assumindo o desafio que seria pintar com a luz.”
Serviço
Exposição | Luiz Braga: Colorista
De 29 de junho a 10 de agosto
Terça a sexta, das 10h às 19h, sábados, das 10h às 17h.
Período
29 de junho de 2024 10:00 - 10 de agosto de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Leme
Av. Valdemar Ferreira, 130 - São Paulo - SP
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O MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand apresenta a exposição Catherine Opie: o gênero do retrato, com obras de um dos principais nomes da fotografia internacional
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O MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand apresenta a exposição Catherine Opie: o gênero do retrato, com obras de um dos principais nomes da fotografia internacional contemporânea. Catherine Opie (Sandusky, Ohio, EUA, 1961) foi uma das precursoras na discussão sobre questões de gênero entre o fim dos anos 1980 e o início dos anos 1990. Sua produção dialoga com a tradição do retrato – um dos mais tradicionais gêneros da pintura ocidental – de modo a dar legitimidade a novos corpos, subjetividades e experiências que emergem na sociedade contemporânea. Em suas fotografias, Opie retrata diversas expressões e subjetividades de indivíduos e coletivos que se identificam com gêneros e orientações sexuais diversas, especialmente pessoas queer.
Com curadoria de Adriano Pedrosa, diretor artístico, MASP, e Guilherme Giufrida, curador assistente, MASP, a mostra é a primeira da artista no Brasil, e reúne 63 fotografias de suas séries mais emblemáticas, desenvolvidas ao longo de mais de três décadas. Os retratos de Opie figuram ao lado de 21 importantes pinturas da coleção do MASP, entre elas, de Pierre-Auguste Renoir, Hans Holbein, Anthony van Dyck e Van Gogh. As obras são apresentadas em diálogo com o objetivo de acentuar os diálogos, tensões e reformulações aos quais o trabalho de Opie se propõe, além de desdobrar a predileção pela arte figurativa, marca da coleção do museu.
A artista explora o gênero clássico do retrato assumindo algumas de suas características, – fundo neutro, os gestos com as mãos, as expressões e os enquadramentos – e adiciona novos elementos, como a diversidade de gênero, as práticas sexuais, os corpos distintos e os relacionamentos familiares homossexuais. “É fundamental que todos os seres humanos sejam legitimados, isso é necessário para a inclusão de todas as pessoas, para a humanidade. Ao utilizar a estética tradicional do retrato, conforme a minha visão sobre a retratística, busco manter o espectador envolvido na obra durante a observação. Além disso, é uma forma de redefinir o corpo queer dentro de uma formalidade conhecida, e não tratar apenas de uma fotografia documental”, comenta Catherine Opie.
Serviço
Exposição | Catherine Opie: o gênero do retrato
De 05 de julho a 27 de outubro
Terças grátis e primeira quinta-feira do mês grátis; terças, das 10h às 20h (entrada até as 19h); quarta a domingo, das 10h às 18h (entrada até as 17h); fechado às segundas.
Período
29 de junho de 2024 10:00 - 10 de agosto de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
MASP
Avenida Paulista, 1578, São Paulo
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Luise Weiss apresenta em “Paisagens Desconhecidas” mais de trinta novas pinturas em acrílica sobre tela ou painel de madeira. Com curadoria de Fernando Stickel, a mostra reúne, além desses quadros,
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Luise Weiss apresenta em “Paisagens Desconhecidas” mais de trinta novas pinturas em acrílica sobre tela ou painel de madeira. Com curadoria de Fernando Stickel, a mostra reúne, além desses quadros, xilogravuras e fotomontagens, refletindo de forma ampla a produção artística desta fotógrafa, gravadora, pintora e professora de renome.
Suas obras expressam lembranças de viagens que nunca fez, de lugares que pode até ter conhecido ou visto, mas que foram se tornando apenas sensações. Fotografias antigas de família são referência fundamental em seu trabalho, em especial a partir de 2001, quando visita a Áustria, terra de seus antepassados, e refotografa alguns dos locais onde viveram.
Luise Weiss é natural de São Paulo e graduada em artes plásticas pela ECA/USP, onde concluiu mestrado e doutorado, este com a tese “Retratos Familiares: in Memorian”. Construiu uma carreira docente notável lecionando na Pinacoteca do Estado de São Paulo, nas universidades Faam, Mackenzie e Unicamp, na qual desenvolveu sua livre-docência. Foi agraciada com a Bolsa Vitae pelo projeto “Fragmentos”.
PAISAGENS DESCONHECIDAS
Texto do curador Fernando Stickel
A saga de Luise Weiss continua nos mares revoltos, no desconhecido, na angústia. Mas ela fala também de uma viagem que nunca fez, que lugares são esses? São lugares em que eu posso até ter vivido, posso ter visto.
– Eu nunca fui, esse porto não existe!
Algumas coisas são apenas sensações, lembranças de travessias, mares com temporais, com sensação de enjoo, medo e fascínio. Ela pensou muito nisso. Tem paisagens, baseadas em fotografias antigas PB que são um ponto de partida, ela fica observando e cria.
Luise sempre trabalhou com séries. Ela vê toda a produção como se estivesse observando um livro aberto. Não é só uma tela, são várias telas. Não é uma gravura somente, são várias. Uma coisa vai gerando a outra, de um porto a outro porto. Mesmo que o porto não exista.
Sua paleta reflete a inquietação do desconhecido, gosta de ocres, cinzas, pretos, com um súbito grito em vermelho! Em algumas pinturas coloca camadas com base no “momento”.
Entre abstração e figura, ela se sente muito mais atraída pela figura. Destaca que sempre trabalhou com pouco tempo, resistindo, abrindo o pouco tempo disponível para realizar suas criações. Tempo de sedimentar o que se quer fazer.
Mas operacionalizar a pintura é rápido! “Tem uma coisa da pincelada, que às vezes tem que ser mais rápida”. Algumas pinturas, resolve de primeira, outras necessitam de mais observação e interferência. As que precisam ser mexidas, ela mexe sem medo colocando camadas e relacionando pinturas e gravuras.
Serviço
Exposição | Paisagens Desconhecidas
De 29 de junho a 24 de agosto
Terça a sexta das 10h às 18h, sábados das 11h às 15h
Período
29 de junho de 2024 10:00 - 24 de agosto de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Espaço Fundação Stickel
Rua Nova Cidade, 195 – Vila Olímpia - SP
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A arte do pós-guerra buscou construir novas utopias a partir do fracasso dos projetos iniciais modernistas. As pesquisas abstratas se desenvolveram em diferentes lugares como resposta a essas necessidades. A
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A arte do pós-guerra buscou construir novas utopias a partir do fracasso dos projetos iniciais modernistas. As pesquisas abstratas se desenvolveram em diferentes lugares como resposta a essas necessidades. A migração de artistas e pensadores do velho mundo para às Américas pulverizou uma hegemonia europeia de séculos e transformou ambientes e trajetórias. Além disso, as inovações industriais mudaram definitivamente as relações de criação, produção e consumo
No Brasil, a década de 1950 consolida princípios modernos e uma promessa de nação que teve como símbolo a construção de Brasília. A interação com vanguardas internacionais extinguiu o regionalismo e ampliou as possibilidades no campo da criação abstrata. As experiências mais formalistas se organizaram em grupos, movimentos, manifestos e propostas teorizadas. Outros artistas se aventuraram em expressões mais gestuais, líricas, ou composicionais, com um destaque para a contribuição nipônica que incorporou tanto o grafismo dos ideogramas como a consciência do vazio própria datradição japonesa.
No ocaso das utopias modernas, o século XX se desenvolveu entre grandes conquistas sociais e democracias fragilizadas. As duas únicas telas pintadas por Oscar Niemeyer, presentes nesta exposição, retratam a capital federal em ruínas numa impactante imagem premonitória. Realizadas no trágico ano de 1964, elas ilustram o paradoxo entre o projeto e a realidade.
Esta mostra, realizada em 2023 no Rio de Janeiro e em itinerância agora em São Paulo, reúne produções de diferentes naturezas, matrizes e inquietações. Como provocação curatorial e objeto de estudo, são trajetórias fundamentais para a compreensão das bases que sustentam nossa produção artística contemporânea e que fazem partedas nossas tantas histórias da arte
Marcus de Lontra Costa e Rafael Fortes Peixoto
Serviço
Exposição | Abstrações Utópicas
De 29 de junho a 31 de agosto
Terça a sexta-feira, de 11 às 19h, sábados, de 11 às 17h
Período
29 de junho de 2024 11:00 - 31 de agosto de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Danielian Galeria
Rua Major Rubens Vaz Gávea, 414 - Rio de Janeiro - RJ
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Para marcar os 20 anos da Casa Museu Carlos Scliar, foi inaugurada a exposição “Os Artivistas: Carlos Scliar e Cildo Meireles”, que une, pela primeira vez, a obra desses dois
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Para marcar os 20 anos da Casa Museu Carlos Scliar, foi inaugurada a exposição “Os Artivistas: Carlos Scliar e Cildo Meireles”, que une, pela primeira vez, a obra desses dois importantes artistas. “O Scliar foi fundamental na minha vida”, afirma Cildo Meireles sobre o amigo falecido em 2001. Com curadoria de Cristina Ventura, coordenadora da casa museu, serão apresentadas cerca de trinta obras, sendo algumas inéditas, que cobrem um período que vai desde a década de 1940 até 2021. Completam a mostra obras participativas, inspiradas nos trabalhos dos dois artistas. A exposição, que terá entrada gratuita até o final do mês de agosto, é apresentada pelo Governo Federal, Ministério da Cultura, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro através da Lei Paulo Gustavo.
“A ideia é provocar no espectador um convite á reflexão, instigada pela atualidade das questões tratadas pelos artistas em suas obras. Temas como: crimes de estado, meio ambiente, guerra, valor monetário, entre outros. Nosso propósito é que a pessoa pense sobre o seu papel no mundo de hoje”, diz a curadora Cristina Ventura.
As obras de Cildo Meireles e Carlos Scliar serão expostas juntas, como uma grande instalação, sem seguir uma ordem cronológica. São pinturas, desenhos, colagens, estudos, gravuras, objetos e vídeos. De Cildo, estarão as notas “Zero Dólar” (1984) e “Zero Cruzeiro” (1978), a instalação sonora “Rio Oir” (2011), o vídeo “15 segundos” (2021), em homenagem a Marielle Franco, entre outras obras. De Scliar, destacam-se os desenhos “Levante do Gueto de Varsóvia” (1957) e SOS (1989), além de desenhos e estudos, alguns inéditos, que tratam de temas como a cultura afro-brasileira e o holocausto. “Sou um grande admirador dos desenhos do Scliar, acho que ele era um desenhista dos mais talentosos do Brasil, verdadeiramente sensível”, afirma Cildo Meireles.
Na mostra, estará, ainda, a matriz da capa da Revista Horizonte, feita por Scliar em 1952, onde se lê: “Assine Apelo Paz”. “A Segunda Guerra Mundial o marcou muito, Scliar foi pracinha, atuou como cabo de artilharia. No período pós-guerra participa ativamente de movimentos a exemplo o Congresso pela paz ocorrido na antiga Tchecoslováquia, a mensagem trazida na obra é fundamental”, diz a curadora. Uma reprodução tátil desta matriz fará parte da exposição para que o visitante possa manuseá-la. Também estará na exposição um texto inédito do artista, da década de 1980, narrado pela cantora e compositora Marina Lima. No documento, Scliar expressa sua indignação e cansaço diante da nossa construção histórica. A artista cresceu vendo obras de Scliar, colecionadas por seu pai, segundo Marina, “uma imagem afetiva que nunca esqueço”. A gravação foi feita especialmente para a exposição.
Com trajetórias diversas, Carlos Scliar e Cildo Meireles se conheceram em 1966. “A partir do nosso primeiro encontro, onde mostrei meus desenhos, ele se interessou em mostrar esses trabalhos para alguns colecionadores e a partir daí praticamente me financiou. Sempre foi uma pessoa de uma generosidade muito grande, não só no meu caso, mas também com outros artistas jovens que estavam iniciando. Ele era uma pessoa de um entusiasmo intrínseco, estava sempre incentivando, sempre apoiando”, conta Cildo Meireles. Os dois foram muito amigos durante toda a vida e, em diversos momentos, tratam de questões similares em seus trabalhos, como no período da ditadura militar. Outras questões também convergem na produção dos dois: a icônica obra “Zero Dólar”, de Cildo Meireles, traz a imagem do Tio Sam, personagem que aparece sobrevoando a Amazônia com asas pretas, como se fosse um urubu, na obra SOS, de Carlos Scliar.
Serviço
Exposição | Os Artivistas: Carlos Scliar e Cildo Meireles
De 29 de junho a 01 de junho de 2025
Terça a sexta das 14h30 às 18h. Sábados das 15h30 às 19h
Período
29 de junho de 2024 14:30 - 1 de junho de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
Casa Museu Carlos Scliar
Rua Marechal Floriano (Orla Scliar), 253 – Cabo Frio - RJ
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Thalassa é, na mitologia grega, uma das primeiras a personificações femininas do mar Mediterrâneo, mãe de todos os peixes e seres que habitam a vida marítima. “Nesta série, o mar
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Thalassa é, na mitologia grega, uma das primeiras a personificações femininas do mar Mediterrâneo, mãe de todos os peixes e seres que habitam a vida marítima. “Nesta série, o mar é o elemento central. Nas fotografias, às vezes, o autorretrato aparece fragmentado, e me corporifica como matéria frágil e forte da natureza. Utilizo sombras difusas, alto contraste, catalogação de seres marinhos que se metamorfoseam em outros seres, evocando uma ideia onírica no campo surrealista”, explica a fotógrafa, que recebeu apoio curadorial de Eder Chiodetto para esta exposição.
O Nova Fotografia é um projeto anual do MIS que seleciona, através de convocatória aberta ao público, seis novos fotógrafos para uma exposição individual no museu. A seleção fica a cargo do Núcleo de Programação, com supervisão e coordenação da curadoria geral do MIS. São selecionadas séries fotográficas inéditas, de profissionais que se destacam por sua originalidade técnica e estética. Após o período em exposição, as séries escolhidas passam a integrar o acervo do MIS.
Serviço
Exposição | Visita ao acervo #4 – Diálogos
De 02 de julho a 11 de agosto
Terças a sextas, das 10h às 19h, sábados das 10h às 20h, domingos e feriados, das 10h às 18h
Período
2 de julho de 2024 10:00 - 11 de agosto de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Museu da Imagem e do Som - MIS
Av. Europa, 158, Jd. Europa São Paulo - SP
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Michel Zózimo inaugura a individual Livro Verde no Instituto Ling. Com curadoria de Gabriela Motta, a exposição traz desenhos e colagens de recortes retirados de antigas enciclopédias de ciências naturais. O
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Michel Zózimo inaugura a individual Livro Verde no Instituto Ling. Com curadoria de Gabriela Motta, a exposição traz desenhos e colagens de recortes retirados de antigas enciclopédias de ciências naturais.
O trabalho de Zózimo parte da pesquisa sobre o natural e onírico. O artista investiga imagens que povoam o encantamento, formações geológicas, alquimia, efeitos visuais e pesadelos. Michel Zózimo participou do 36º Panorama da Arte Brasileira do Museu de Arte Moderna (São Paulo, 2019), da 9ª Bienal do Mercosul (Porto Alegre, 2013), e do Festival Vídeobrasil (São Paulo, 2013). Suas obras integram as coleções da Pinacoteca de São Paulo, Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires, Museu de Arte do Rio, Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul e Fundação Vera Chaves Barcellos.
Serviço
Exposição | Livro verde
De 02 de julho a 11 de outubro
Segunda a sábado (exceto feriados), das 10h30 às 20h
Período
2 de julho de 2024 10:30 - 11 de outubro de 2024 20:00(GMT-03:00)
Local
Instituto Ling
Rua João Caetano, 440 – Três Figueiras – Porto Alegre - RS
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Mostra reúne 129 fotografias vencedoras do 67º concurso anual. A mostra, que volta ao Brasil após um breve intervalo, apresenta uma seleção do melhor do fotojornalismo e fotografia documental do
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Mostra reúne 129 fotografias vencedoras do 67º concurso anual. A mostra, que volta ao Brasil após um breve intervalo, apresenta uma seleção do melhor do fotojornalismo e fotografia documental do mundo. As obras são um convite para que o visitante saia do ciclo de notícias e tenha um olhar mais profundo para histórias proeminentes e negligenciadas. As guerras em Gaza e na Ucrânia, migração, família, demência e meio ambiente estão entre os temas destacados na edição do prêmio em 2024. Este ano, o júri tomou a decisão excepcional de incluir duas menções especiais na seleção. Quatro fotógrafos brasileiros estão entre os expositores.
Ao todo, a World Press Photo 2024 será exibida em mais de 60 cidades em todo o mundo. A mostra já passou por Amsterdã, Londres, Sydney e Cidade do México. Além do Rio de Janeiro e de São Paulo, Berlim, Roma, Hong Kong, entre outras cidades, ainda receberão a exibição.
As fotografias que fazem parte do acervo da exposição foram selecionadas entre 61.062 inscrições de 3.851 fotógrafos de 130 países. São 24 projetos vencedores e seis menções honrosas, num total de 33 fotógrafos de 25 países: Argentina, Austrália, Azerbaijão, Brasil, Canadá, China, República Democrática do Congo, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Irã, Japão, Myanmar, Palestina, Peru, Filipinas, África do Sul, Espanha, Tunísia, Turquia, Ucrânia, Reino Unido, Estados Unidos e Venezuela.
E para representar melhor uma pluralidade de perspectivas e vozes globais, a World Press Photo introduziu em 2021 uma nova estratégia de premiação regional, dividindo os trabalhos pelos continentes onde foram criados. Este ano, o concurso premiou quatro categorias: Individual: fotografias individuais; Reportagem: 4-10 fotografias; Projetos de Longo Prazo: 24–30 fotografias; e Formato Aberto: projetos baseados em fotos que utilizam uma variedade de mídias e técnicas de narrativa. “O visitante tem a oportunidade de dar um passeio pelo mundo inteiro com as fotos premiadas pela Fundação World Press Photo”, explica Raphael.
Entre os destaques da World Press Photo 2024, está a foto do ano Uma Mulher Palestina Abraça o Corpo de Sua Sobrinha, do palestino Mohammed Salem, da Agência Reuters, que representa a perda de uma criança, a luta do povo palestino e as 33.000 pessoas mortas na Palestina, além de simbolizar o custo do conflito e fazer uma declaração sobre a futilidade de todas as guerras. Na reportagem do ano do World Press Photo, a série Valim-babena, da Sul-africana Lee-Ann Olwage para GEO, a fotógrafa aborda a demência, um problema de saúde universal, através da lente da família e do cuidado. A seleção de imagens feita pela fotógrafa lembra aos espectadores o amor e a proximidade necessários em tempos de guerra e agressão em todo o mundo.
O projeto vencedor da categoria de longo prazo, Os Dois Muros, do venezuelano Alejandro Cegarra, do The New York Times/Bloomberg, traz imagens que são ao mesmo tempo implacáveis e respeitosas, e transmitem as emoções íntimas presentes em diversas jornadas de migração em todo o planeta. E o prêmio de formato aberto A Guerra é Pessoal, da fotógrafa ucraniana Julia Kochetova, traz imagens emotivas sobre a contínua invasão russa da Ucrânia. A obra traz um fio de simbolismo visual, forte uso de sequências de cores e colaborações com um ilustrador e DJ ucranianos. O uso envolvente de áudio e ilustração – especialmente no diário poético e nas gravações de áudio – se destacou, conferindo uma qualidade cinematográfica ao trabalho.
Do Brasil
Quatro brasileiros, que se destacaram no concurso, estarão expondo na World Press Photo 2024. Com Seca na Amazônia, premiado na categoria Individual da América do Sul, Lalo de Almeida retrata a realidade de Porto Praia, lar dos povos indígenas Ticuna, Kokama e Mayoruna, que não tem acesso rodoviário e normalmente só é alcançável por via fluvial. A seca fez com que os moradores tivessem que caminhar quilômetros ao longo do leito seco do rio para chegar às suas casas. Esta fotografia captura a gravidade da crise ambiental global e da seca na Amazônia.
Agraciada com uma menção honrosa por Insurreição, Gabriela Biló, fotógrafa radicada em Brasília, lança luz sobre os acontecimentos de 8 de janeiro de 2023 no contexto mais amplo da dinâmica política do Brasil. Ao documentar o ataque às instituições democráticas e aos jornalistas, sua foto destaca a importância de defender os valores democráticos e a liberdade de imprensa no Brasil e no mundo.
Os brasileiros Felipe Dana e Renata Brito foram premiados na categoria formato com À Deriva. No ensaio, eles contam a história de um barco vindo da Mauritânia, cheio de homens mortos, que foi encontrado na costa da ilha caribenha de Tobago. Quem eram esses homens e por que estavam do outro lado do Oceano Atlântico? Os jornalistas procuraram respostas, descobrindo uma história sobre migrantes da África Ocidental que buscam oportunidades na Europa por meio de uma rota atlântica cada vez mais popular, mas traiçoeira.
Concurso
Desde 1955, o Concurso Anual World Press Photo celebra os exemplos mais cativantes, informativos e inspiradores do fotojornalismo e da narrativa visual de todo o mundo. Esta exposição destaca os talentosos vencedores do World Press Photo 2024, reconhecidos por um júri
independente e avaliados de acordo com quatro categorias: Individual: fotografias individuais; Reportagem: 4-10 fotografias; Projetos de Longo Prazo: 24–30 fotografias; e Formato Aberto: projetos baseados em fotos que utilizam uma variedade de mídias e técnicas de narrativa
Serviço
Exposição | World Press Photo 2024
De 3 de julho a 25 de agosto
Terça a Sábado, das 10h às 20h / Domingos e Feriados, das 11h às 18h.
Período
3 de julho de 2024 10:00 - 25 de agosto de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Caixa Cultural Rio de Janeiro
R. do Passeio, 38 - Centro, Rio de Janeiro - RJ
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A Galatea Salvador tem o prazer de anunciar sua segunda exposição, intitulada Bahia afrofuturista: Bauer Sá e Gilberto Filho. A mostra se estrutura em dois núcleos distintos: no primeiro, fotografias
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A Galatea Salvador tem o prazer de anunciar sua segunda exposição, intitulada Bahia afrofuturista: Bauer Sá e Gilberto Filho. A mostra se estrutura em dois núcleos distintos: no primeiro, fotografias de Bauer Sá (1950, Salvador, BA), produzidas entre os anos 1990 e 2000, exploram a potência da ancestralidade afro-brasileira através de figurações do corpo negro representado como protagonista da cena; no segundo, esculturas em madeira que retratam cidades utópicas e modernas imaginadas por Gilberto Filho (1953, Cachoeira, BA) se reúnem pela primeira vez de forma tão ampla em uma exposição, com obras produzidas desde 1992 até o momento atual.
Este diálogo entre os trabalhos dos artistas baianos cria uma rica narrativa visual, conectando ancestralidade e fabulação em torno de futuros possíveis. A exposição conta também com texto crítico do artista e curador Ayrson Heráclito, reconhecido por abordar símbolos e tradições vinculados à cultura afro-brasileira em sua obra, e Beto Heráclito, escritor e historiador.
Serviço
Exposição | Bahia Afrofuturista
De 04 de julho a 28 de setembro
Segunda a quinta, das 10 às 19h, sexta, das 10 às 18h, sábado, das 11h às 15h
Período
4 de julho de 2024 10:00 - 28 de setembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Galatea Salvador
R. Chile, 22 - Centro, Salvador - BA
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Pelo segundo ano consecutivo, a Galeria 18 abre a exposição NOT SAMO fruto da seleção de portfólios que recebe periodicamente através de suas chamadas, trazendo 37 artistas de vários lugares do
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Pelo segundo ano consecutivo, a Galeria 18 abre a exposição NOT SAMO fruto da seleção de portfólios que recebe periodicamente através de suas chamadas, trazendo 37 artistas de vários lugares do Brasil, apresentando diferentes técnicas e estilos.
“SAMO” é uma das abreviações mais difundidas do mundo da arte. Criada no início dos anos 80 por Jean-Michel Basquiat e Al Diaz, grafitada pelas ruas e muros de Nova Iorque, a tag era uma das formas que o artista utilizava para questionar o status quo da época. A sigla é uma abreviação da frase “same old shit”, “a mesma merda de sempre” em tradução livre.
NOT, “não” em português, foi somada à expressão de Basquiat, propondo que não seja a mesma ‘merda’ de sempre. Com a intenção de quebrar a bolha do circuito artístico, a ideia da coletiva anual NOT SAMO é trazer algo diferente do que sempre se vê, buscando artistas dos mais diversos lugares do Brasil, e de outros países, de diferentes técnicas e linhas de trabalho.
Nesta edição, participam da coletiva:
AL.MA; ALEX KÖRNER; CARMEN GARCIA; CAROLINA PRADO PINTO; CLÁU EPIPHANIO; CLAU PARANHOS; D.HELL; DANIEL KENZO; FABIOLLA CANEDO; GAB MAFRA; GEORGIA ABDALLA HANNUD; HELOIZE ROSA; ISABELA JAHA; IVONETE CAVALCANTE; JOÃO FRANÇA; JOSÉ GUILHERME BERARDO; LÍGIA TEIXEIRA; LILIAN WALKER; LUCAS WILD; MARAISA MARQUES; MÁRCIO PETINI; MARIA LUIZA TORAL; MARIANNE LÉPINE; MARIÊ; MARIO CAMARGO; NATHALIA TIVERON; OLAVO TENÓRIO; PAULO KURAZUMI; PAULODETARSO; PEDRO LEOBONS; RAFA DIÅS; REGINA PESSOA; RENATA BARRETO; ROBERTO MÜLLER; SHEE GOMES; THAYRONI ARRUDA; VINICIUS MONTE.
Sem nenhuma temática definida, a coletiva traz mais de 100 obras, entre elas: esculturas, intervenções, fotografias, bordado, colagem e colagem têxtil, pinturas sobre tela, papel ou madeira, desenhos, entre outros, com abordagem dos mais diversos temas que vão do feminino, ao deslocamento de arte urbana, representação de corpos distintos, críticas sociais, exploração de materiais e até registros culturais brasileiros. Sem ter em vista de onde estes artistas vem, a sua trajetória ou ponto na carreira, a NOT SAMO, busca trabalhos e nomes diferentes, representando o que a 18 acredita.
Serviço
Exposição | NOT SAMO
De 04 de julho a 03 de agosto
Terça a Sexta, das 11h às 20h, sábado, das 10h às 18h
Período
4 de julho de 2024 11:00 - 3 de agosto de 2024 20:00(GMT-03:00)
Local
Galeria 18
Rua Simpatia 23, Vila Madalena – São Paulo - SP
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É impossível refletir sobre a obra da artista e intelectual Lia D Castro (Martinópolis, São Paulo, 1978) sem falar de encontros, contrastes, fricções e transformações. A partir de 5 de julho, o público
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É impossível refletir sobre a obra da artista e intelectual Lia D Castro (Martinópolis, São Paulo, 1978) sem falar de encontros, contrastes, fricções e transformações. A partir de 5 de julho, o público pode encontrar a exposição Lia D Castro: em todo e nenhum lugar, no MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand. A primeira mostra individual da artista em um museu reúne 36 trabalhos, sendo a maioria pinturas de caráter figurativo. As obras selecionadas exploram cenários onde o afeto, o diálogo e a imaginação se tornam importantes ferramentas de transformação social.
O título da exposição parte da constatação da ausência histórica de grupos minorizados em posições de poder e decisão — em nenhum lugar —, enquanto sua presença e força de trabalho compõem as bases que sustentam a sociedade — em todo lugar. Com curadoria de Isabella Rjeille, curadora, MASP, e Glaucea Helena de Britto, curadora assistente, MASP, a mostra apresenta trabalhos que abrangem toda a produção da artista.
Lia D Castro utiliza a prostituição como ferramenta de pesquisa e desenvolve sua produção a partir de encontros com seus clientes – homens cisgêneros, em sua maioria brancos, heterossexuais, de classe média e alta – para subverter relações de poder ou violência que possam surgir entre eles, aliando história de vida e história social. Temas como masculinidade e branquitude, mas também afeto, cuidado e responsabilidade, são abordados nessas ocasiões e resultam em pinturas, gravuras, desenhos, fotografias e instalações criadas de modo colaborativo.
Nesses momentos, ela conversa com esses homens e os convida a refletir: quando você se percebeu branco? E quando se descobriu cisgênero, heterossexual? “Perguntas sobre as quais a artista não busca uma resposta definitiva, mas sim provocar um posicionamento dentro do debate racial, sobre gênero e sexualidade”, afirma a curadora Isabella Rjeille.
As conversas de Lia D Castro com esses homens são permeadas por referências a importantes intelectuais negros como Frantz Fanon, Toni Morrison, Conceição Evaristo e bell hooks. Frases retiradas dos livros desses autores, lidos pela artista na companhia de seus colaboradores, são inseridas nas telas e misturam-se aos gestos, cenas, cores e personagens. O trabalho de Lia D Castro torna-se um lugar de encontro, embate e fricção, no qual ações, imagens e imaginários são debatidos, revistos e transformados. Com frequência, a artista insere referências a outros trabalhos por ela realizados, incluindo-os em outro contexto e, consequentemente, atribuindo novos significados e leituras a essas imagens.
“Partindo da visão de Frantz Fanon de que o racismo é uma repetição, eu proponho combatê-lo com a repetição de imagens. Como a imagem constrói cultura e memória, ao colocar uma obra dentro da outra, busco criar novas referências estéticas”, comenta a artista.
PINTURAS E METODOLOGIA ARTÍSTICA
A produção de Lia D Castro é organizada em séries, sendo a maior delas Axs Nossxs Filhxs, presente nesta exposição. Desenvolvida na sala de estar e ateliê de Lia D Castro, um lugar de encontro e trocas, comerciais, intelectuais e afetivas, a série apresenta um processo criativo marcado por escolhas coletivas, da paleta de cores à assinatura das obras. A repetição é uma característica central: por meio desse recurso é possível reconhecer gestos, personagens e situações, assim como outras obras da artista que aparecem representadas nas telas, acumulando significados. A utilização do “x” no título da série se refere à diversidade de formações familiares e vínculos afetivos para além do parentesco consanguíneo ou da família heterossexual monogâmica. O uso do “x” também é utilizado para abarcar diferentes gêneros.
Lia D Castro também se retrata em pinturas dessa série. Enquanto os homens estão nus, ela encontra-se vestida. Seu corpo é coberto por esparadrapos colados sobre a tela formando um longo vestido branco, na contramão da tradição histórica da pintura ocidental, em que a grande maioria dos nus são femininos.
A artista subverte também pintando esses personagens em momentos de pausa, descanso, lazer, leitura e contemplação. “O caráter político da obra de Lia D Castro questiona o imaginário social que vincula violência e subalternidade a corpos não hegemônicos na arte ocidental”, afirma a co-curadora Glaucea Helena de Britto.
Lia D Castro: em todo e nenhum lugar integra a programação anual do MASP dedicada às Histórias da diversidade LGBTQIA+. Este ano a programação também inclui mostras de Gran Fury, Francis Bacon, Mário de Andrade, MASP Renner, Catherine Opie, Leonilson, Serigrafistas Queer e a grande coletiva Histórias da diversidade LGBTQIA+.
Exposição | Lia D Castro: em todo e nenhum lugar
De 5 de julho a 17 de novembro
Terças grátis e primeira quinta-feira do mês grátis; terças, das 10h às 20h (entrada até as 19h); quarta a domingo, das 10h às 18h (entrada até as 17h)
Período
5 de julho de 2024 10:00 - 17 de novembro de 2024 20:00(GMT-03:00)
Local
MASP
Avenida Paulista, 1578, São Paulo
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A Galeria Hugo França, em parceria com a Galeria Raquel Arnaud, apresenta a exposição “DENTRO/FORA”, uma retrospectiva das obras de Frida Baranek. Curada por Marc Pottier, a mostra traça a
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A Galeria Hugo França, em parceria com a Galeria Raquel Arnaud, apresenta a exposição “DENTRO/FORA”, uma retrospectiva das obras de Frida Baranek. Curada por Marc Pottier, a mostra traça a trajetória da artista desde sua primeira exposição na Petite Galerie no Rio de Janeiro até suas influências e residências na Europa e Estados Unidos.
“DENTRO/FORA” explora a relação entre matéria e forma, utilizando materiais como tela de aço galvanizado, acrílico, vidro e metais variados. Inspirada pelo movimento “American Anti-Form” dos anos 1960 e por artistas como Eva Hesse e Robert Morris, Baranek cria esculturas que frequentemente permanecem no chão, evocando continuidade e transformação.
A exposição reflete a dualidade experienciada por Baranek em sua carreira nômade entre Brasil e Portugal, adaptando seu trabalho às mudanças culturais e pessoais. Suas obras testemunham a interação entre o “Dentro” íntimo da artista e o “Fora” dinâmico do ambiente, revelando um diálogo com a memória, a experiência e a mudança.
Os visitantes são convidados a contemplar as esculturas instaladas no ambiente amplo da Galeria Hugo França, que conecta genuinamente com a natureza ao redor, e o espaço emocional compartilhado por Baranek através de suas criações. Obras como “Fronteira”, “Ma Mémoire”, “Balance” entre outras, compõem a mostra.
Frida Baranek, artista contemporânea brasileira e internacional, continua a desafiar as fronteiras da escultura contemporânea em “DENTRO/FORA”
Serviço
Exposição | DENTRO/FORA
De 06 de julho a 15 de setembro
Segunda a sexta, das 10h às 17h. sábado, domingo e feriados somente com horário marcado
Período
6 de julho de 2024 10:00 - 15 de setembro de 2024 17:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Hugo França
Rodovia BA 001 s/n, próximo ao trevo Trancoso/Caraíva, Trancoso (BA) - Brasil
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A artista visual Daniela Vignoli estará expondo cerca de 15 obras em sua primeira mostra individual intitulada “Ganesha”, na Galeria Gaby Indio da Costa Arte Contemporânea, de 06 de julho
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A artista visual Daniela Vignoli estará expondo cerca de 15 obras em sua primeira mostra individual intitulada “Ganesha”, na Galeria Gaby Indio da Costa Arte Contemporânea, de 06 de julho a 28 de agosto. Segundo a curadora Heloisa Amaral Peixoto, “Ganesha é o resultado da soma das experiências profissionais e pessoais de Daniela nos últimos anos.”
Suas criações, que têm como suporte a fotografia autoral, recebem intervenções de linhas ou tecidos realçando alguns detalhes de suas imagens. “Eu sentia a necessidade de interferir nas fotos para deixar um pouco mais de mim naquelas imagens que me tocam tão profundamente”, conta ela. Os bordados sobre os retratos são lúdicos e poéticos e surgiram de forma orgânica, a partir do seu trabalho social à frente da Nós do Crochê. “Cada bordado é realizado intencionando evolução e cura através da energia neles depositada” – explica Daniela, enfatizando o forte lado espiritual de suas obras.
Com fotos feitas ora na Índia, ora na comunidade da Rocinha ou por entre viagens ao nordeste do Brasil, seu olhar é focado na interação com as pessoas que fotografa, ou melhor, na alma delas. Não por acaso, o seu maior interesse é ajudar a transformar vidas, missão realizada na prática há mais de 8 anos anos, como criadora e coordenadora de dois projetos sociais: a A.M.A.R (Associação de Mães Amigas da Rocinha, através da distribuição de cestas básicas) e a ONG Nós do Crochê (onde ensina a arte manual e promove a venda da produção para ajudar no sustento de mulheres em situação de vulnerabilidade).
Daniela Vignoli participará de duas individuais nos próximos meses – uma no Rio de Janeiro com parte do seu conjunto “India” e a segunda com a sua série “Rocinha” em Genebra.
Serviço
Exposição | GANESHA
De 06 de julho a 28 de agosto
Segunda a sexta-feira, das 11h às 18h
Período
6 de julho de 2024 11:00 - 28 de agosto de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Gaby Indio da Costa – Arte Contemporânea
Estrada da Gávea, 712, São Conrado, Rio de Janeiro - RJ
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A Gentil Carioca convida a todos para dois eventos imperdíveis neste sábado, dia 6 de julho, no centro da cidade do Rio de Janeiro. Às 10h, Jarbas Lopes inaugura a
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A Gentil Carioca convida a todos para dois eventos imperdíveis neste sábado, dia 6 de julho, no centro da cidade do Rio de Janeiro. Às 10h, Jarbas Lopes inaugura a exposição poeta-poeta no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica. Às 16h, Marcela Cantuária lança o catálogo da exposição Transmutação: alquimia e resistência no Paço Imperial, seguido de um bate-papo com a artista e a curadora Andressa Rocha.
A exposição poeta-poeta, de Jarbas Lopes, nasce a partir das leituras neoconcretas do artista sobre a série de poemas “Poetamenos” de Augusto de Campos. A mostra apresenta correlações experimentais entre livros, desenhos e instalações, integrando o processo que acompanhou a criação e publicação do “POETMINUS”, a primeira edição dos poemas em inglês, realizada pelo projeto Gráfica Editora Kadê, de Jarbas Lopes e Katerina Dimitrova.”POETAMENOS”, um conjunto de seis poemas coloridos, foi concebido em 1953 com estudos feitos à mão e depois datilografados com carbonos coloridos. Este trabalho é um marco da poesia brasileira e precursor da revolução poética da Poesia Concreta, criada por Décio Pignatari, Haroldo e Augusto de Campos a partir de 1956.
Serviço
Exposição | poeta – poeta
De 06 de julho a 03 de agosto
Terça a sexta, das 12h às 18h, sábado, das 11h às 17h
Período
6 de julho de 2024 12:00 - 3 de agosto de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica
Rua Luís de Camões 68, Praça Tiradentes, Centro, Rio de Janeiro - RJ
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Integrando elementos díspares e construindo peças que contenham acontecimentos, informações e objetos de universos multifacetados, a artista e ceramista Jacqueline Belotti vai moldando, manualmente suas obras, sempre agregadas a um
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Integrando elementos díspares e construindo peças que contenham acontecimentos, informações e objetos de universos multifacetados, a artista e ceramista Jacqueline Belotti vai moldando, manualmente suas obras, sempre agregadas a um caráter experimental. Suas criações recentes estarão na exposição “E DE TODAS AS COISAS UM”, que inaugura no dia 6 de julho, sábado, na Galeria Mercedes Viegas, no Horto. Paula Terra-Neale, que faz a curadoria, selecionou 15 cerâmicas e porcelanas de produção recente. A argila, nas mãos da artista, se torna um meio para transmitir histórias, emoções e visões únicas, ecoando o poder da criação que celebra. Da argila bruta ao objeto final, a magia do processo artístico dá nova vida e significado à matéria, que pode assumir a forma de folhagens, rosas, orquídeas, entre outras flores – inventadas ou não – mãos, cabeças, pássaros, asas, peixes, conchas, vegetação marinha, misturados a cacos de cerâmica diversos.
Inspiração em Bordalo Pinheiro e Heráclito
Segundo a artista, a obra de Bordalo Pinheiro sempre foi uma fonte inesgotável de inspiração para o seu trabalho: “Sua capacidade de combinar técnicas tradicionais com uma abordagem inovadora e crítica ressoa profundamente com minha própria prática artística”.
Mas é do conceito de “harmonia dos contrários”, do filósofo Heráclito, que vem a inspiração para dar forma às suas cerâmicas, que parecem afirmar que os opostos não são apenas necessários para a existência de tudo, mas também a harmonia e a unidade emergem da tensão entre eles. A artista incorpora ao seu processo de criação a visão de que a realidade é caracterizada pela mudança constante e pelo fluxo, tudo está em constante transformação e os opostos são interdependentes. A “harmonia dos contrários” sugere que a tensão e contraste entre os opostos cria um equilíbrio dinâmico. Assim como para Heráclito, essa tensão e contraste são fundamentais para a ordem e a estrutura das suas obras únicas, sempre se transformando mas mantendo a harmonia através do conflito contínuo entre todas as partes da obra. Cada peça de Jaqueline é uma expressão desse espírito.
“Jacqueline Belotti nos apresenta sua mais recente série de trabalhos: são vasos biomórficos de cerâmica em argila e porcelana esmaltados, produzidos desde 2020. O senso de urgência, de iminência da tragédia e de potência de vida transpiram deles. São peças únicas e elaboradas com experimentalidade técnica e sofisticação intelectual. Apresentam um deslocamento delicado e conflituoso entre as pequenas partes; os pequenos dramas equilibrados na totalidade da peça única, o vaso. As formas de cada uma das partes individuais, que podem ser associadas às da flora e da fauna, incluindo as dos corpos feminilizados, são aqui amalgamadas num todo fluído, e contínuo como que na tradição barroca e do rococó, mas com um toque de surrealidade. O fogo da queima unindo pigmentos e pedra num ardor sensual e erótico.
A artista cria seu próprio diálogo e exploração com a cerâmica, não apenas com o material em si, mas na possibilidade de trabalhar nele as questões da arte, as questões subjetivas, e empreender uma reflexão crítica sobre processos históricos, num mesmo mergulho”, sintetiza a curadora, Paula Terra-Neale.
Serviço
Exposição | E de todas as coisas um
De 06 de julho a 09 de agosto
Segunda a sexta, das 12h às 19h; aos sábados com agendamento prévio
Período
6 de julho de 2024 12:00 - 9 de agosto de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Mercedes Viegas
Rua Abreu Fialho, 5 – S Horto, Jd. Botânico, Rio de Janeiro - RJ
Detalhes
Anita Schwartz Galeria de Arte tem o prazer de convidar para a abertura, em 10 de julho de 2024, às 19h, da exposição “Visita ao acervo #4 – Diálogos”, com
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Anita Schwartz Galeria de Arte tem o prazer de convidar para a abertura, em 10 de julho de 2024, às 19h, da exposição “Visita ao acervo #4 – Diálogos”, com curadoria de Cecília Fortes, que selecionou obras dos artistas Abraham Palatnik, Bruna Snaiderman, Cristina Salgado, Eduardo Frota, Lenora de Barros, Liana Nigri, Lívia Flores, Nuno Ramos, Paulo Vivacqua, Renato Bezerra de Mello, Rodrigo Braga e Ronaldo do Rego Macedo, criando aproximações por temas, técnicas e materiais usados, formas, ou ainda “uma narrativa surreal imaginária”.
Esta é a quarta edição do programa que apresenta as obras do acervo de Anita Schwartz Galeria de Arte a partir de um recorte curatorial. Cecília Fortes explica que nesta exposição “a proposta foi identificar pontos de convergência entre trabalhos, criando diálogos diversificados. Conexões que ocorrem de forma orgânica, estabelecendo conversas diretas em alguns casos e relações inusitadas, em outros”.
A curadora exemplifica: “Contornos do corpo feminino e suas camadas físicas e metafóricas, observados em planos positivo e negativo no ato escultórico”, conectam as obras ‘Presas em frestas, da série Vazante’ (2024), de Liana Nigri (1984), em bronze e granito em liga, com 76 x 24 x 10 cm, e ‘Mulher em dobras 1 (Vênus)’, de Cristina Salgado (1957), produzida em 2022, com tapete e parafusos, medindo 170 x 70 cm.
“A materialidade da tinta a óleo, que ganha corpo e se transforma em elemento marcante de composição”, estão nas pinturas “O céu como cicatriz, Tapetes” (2019), de Nuno Ramos (1960), em óleo e pigmento sobre papel, com 50 x 65 cm, e “Sem título” (2022), de Ronaldo do Rego Macedo (1950), em óleo sobre tela, 100 x 150 cm.
“Esferas laminadas que preenchem o espaço expositivo com seus volumes repletos de ausências e ilusões óticas colocam em relação as criações de Bruna Snaiderman (1984) – ‘Sem título’ (2024), da série ‘Presença através da ausência’, em metacrilato e vinil, com 100 x 100 x 21 cm – e Eduardo Frota (1959) – “Esfera (com anel), 1991, em compensado industrial, de 62 x 73 x 22 cm.
“Ondas sonoras derivadas da escultura ‘Sem título’ (2019), de Paulo Vivacqua (1971) – composta por alto-falantes, vidro, espelho e mesa de madeira, com 83 x 36 x 80 cm – se propagam pelo ar e reverberam na obra ‘W-H/112’ (2018), de Abraham Palatnik (1928-2020), em acrílica sobre madeira, com 105 x 134 cm.
“Seguindo uma narrativa surreal imaginária, a relação das mãos que tocam pinturas de círculos brancos e pretos sobre pedra, no plano bidimensional na obra ‘Direita para esquerda, esquerda para direita’ (2023), de Rodrigo Braga (1976), em impressão fine art sobre papel de algodão, com 150 x 50 cm, mergulham nas formas e acessam a matéria expondo a sua tridimensionalidade em ‘Mão dupla 1’ (2017),de Lenora de Barros (1953), da série “Performance escultura para mãos”, impressão em jato de tinta, 40 x 30,5 cm.
“O uso da geometria como elemento de abstração estabelece a relação entre as obras de Livia Flores (1959) – ‘Xu (06)’ e ‘Xu (08) Plot’, de 2021, em colagem sobre tela, com 30 x 40 cm e 80 x 60 cm, respectivamente – com os ‘Cadernos de confinamento 1 e 2’ (2020/21), de Renato Bezerra de Mello (1960), desenho em tinta nanquim sobre folha de papel Canson, 40 x 60 cm.
Serviço
Exposição | Visita ao acervo #4 – Diálogos
De 10 de julho a 24 de agosto
Segunda a sexta – 10h às 19h, sábado – 12h às 18h
Período
6 de julho de 2024 12:00 - 24 de agosto de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Anita Schwartz Galeria de Arte
Rua José Roberto Macedo Soares, 30, Gávea, 22470-100, Rio de Janeiro - RJ
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A exposição “Eterno Egito: A Imortalidade nas Coleções Viscondessa de Cavalcanti e Eva Klabin” traz a união inédita das coleções de Eva Klabin e da Viscondessa de Cavalcanti, duas colecionadoras
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A exposição “Eterno Egito: A Imortalidade nas Coleções Viscondessa de Cavalcanti e Eva Klabin” traz a união inédita das coleções de Eva Klabin e da Viscondessa de Cavalcanti, duas colecionadoras que reuniram artefatos do antigo Egito em seus acervos. A mostra apresentará 100 peças de diversas dinastias, datando desde 3000 a.C. até o século I d.C. Com a curadoria de Helena Severo e Douglas Fasolato, a nova exposição da Casa Museu Eva Klabin estará aberta à visitação gratuita de quarta a domingo, das 14h às 18h, a partir deste sábado (6).
A exposição conjunta traz artefatos e objetos que refletem a crença egípcia na vida após a morte. Na coleção da Viscondessa, destacam-se uma estela policromada, de Per-a-Iset, que faz oferendas ao deus Ra-Osíris; fragmentos de um rosto de ataúde masculino; figuras shabtis (servidores funerários); e um significativo conjunto de amuletos funerários. A coleção de Eva Klabin apresenta como destaques um rosto de esquife de madeira dourada com olhos incrustados de marfim e ébano da XVIII Dinastia, uma estela funerária de pedra que pertenceu a Thutmés, representado se apresentando a Osíris, além de objetos votivos que destacam o importante papel dos animais na religião egípcia, como um esquife para uma múmia de gato. A coleção egípcia de Eva Klabin, atualmente a maior em exibição no Rio de Janeiro e uma das maiores do Brasil, integra o acervo permanente da Casa Museu, , enquanto a da Viscondessa de Cavalcanti pertence ao acervo do Museu Mariano Procópio, em Juiz de Fora (MG).
Apesar de separadas por cinquenta anos, a Viscondessa de Cavalcanti (1853-1946) e Eva Klabin (1903-1991) tiveram em comum o interesse por artefatos do Egito Antigo, desenvolvendo suas coleções por meio de viagens internacionais, residências em diversos países e visitas a ateliês de artistas, antiquários renomados e casas de leilões. A união de suas coleções nesta exposição permite uma reflexão sobre o papel das mulheres no colecionismo brasileiro e oferece um olhar sobre as motivações, práticas e intenções envolvidas no ato de colecionar.
O fascínio contínuo pelo Egito Antigo transcende o tempo e continua a influenciar a sociedade, nos mais diversos setores. Na arte contemporânea este fascínio se materializa nas obras de artistas que completam a exposição “Eterno Egito”, dialogando com os acervos históricos de Eva e da Viscondessa. A exposição é uma iniciativa da Casa Museu Eva Klabin, com patrocínio da Klabin S.A, produção da AREA27 e realização do Ministério da Cultura. Apoio da Atlantis e da Everaldo Molduras.
Serviço
Exposição | Eterno Egito: A Imortalidade nas Coleções Viscondessa de Cavalcanti e Eva Klabin
De 06 de julho a 15 de setembro
Quarta a domingo , 14h às 18h
Período
6 de julho de 2024 14:00 - 15 de setembro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Casa Museu Eva Klabin
Av. Epitácio Pessoa, 2480 - Lagoa - RJ
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Através da iniciativa DAN Acredita, artistas com produção consistente e que se dedicam exclusivamente às artes visuais, são incorporados, ganham visibilidade e passam a ser representados pela Dan. Nesta jornada,
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Através da iniciativa DAN Acredita, artistas com produção consistente e que se dedicam exclusivamente às artes visuais, são incorporados, ganham visibilidade e passam a ser representados pela Dan. Nesta jornada, Senk é um artista em ascensão, escolhido via projeto “Do Atelier Direto a Você” do Parque Global Cultural, idealizado por Dinda Bueno Netto e Katia D’Avillez.
“Veredas” tem curadoria de Carolina Splendore e reflete a natureza diversificada e dinâmica da arte contemporânea brasileira. Com cerca de 20 obras, entre pinturas, instalações e três esculturas, a exposição abre no dia 6 de julho, às 11 horas, com cerimônia especial e prolonga-se até 6 de outubro. Ao longo da mostra, visitas guiadas, palestras com artistas e oficinas para os visitantes interagirem com as obras de arte e com o processo criativo do artista. De acordo com Splendore – “Nas obras de Senk, o terreno é fértil, mesmo que árido. Ele nos convida para seus caminhos: áreas úmidas e alongadas do sertão que, assim como seus personagens, são cheias de vida. Suas figuras arredondadas carregam o tempo, seja nos colares-relicário, nos porta-retratos ou nas garrafas de cachaça quase vazias; o tempo é um traço de memória e um precursor de um devir constante”.
As vistas oblíquas, por vezes fechadas para o exterior, são, na sua maioria, intercaladas por janelas com treliças de finas barras de madeira que formam vãos, impedindo quem está de fora de ver quem está dentro. É como se seus personagens pudessem ver sem serem vistos, mesmo que aqui exibidos. Nesses caminhos, Senk esclarece o que escreveu Guimarães Rosa: “O sertão tem o tamanho do mundo. Mas em certos lugares, à beira dos caminhos, crescem buritis”.
Fabiano Senk (n.1992) é um pintor figurativo urbano radicado em São Paulo. Utiliza paleta de cores sonhadoras de azuis, amarelos e rosas, cria obras de rua e pinturas em tela. Seu processo criativo está profundamente enraizado nas suas observações da vida cotidiana e suas memórias afetivas de um Brasil profundo, sua família é oriunda do Vale do Jequitinhonha. As pinturas muitas vezes irrompem em paisagens misturadas com figuras, contando a história de onde veio, das pessoas que conheceu e da pessoa que costumava ser. Embora se aprofunde em emoções mais complexas em seu trabalho, ele afirma que muitas vezes incorpora o sentimento de melancolia, mas que ‘é diferente da tristeza porque é mais bonito’. As obras que divulga pelas ruas de São Paulo tendem a ter conotações políticas, pois tenta ampliar as perspectivas das pessoas de sua comunidade. Os murais de rua muitas vezes se relacionam com uma crítica política e social.
“A provocação presente na minha arte vem de uma indignação com alguns aspectos da sociedade. Temos muito a melhorar como cidade, como sociedade e como país. Pequenas provocações fazem um papel positivo na arte. O questionamento tem que estar ali”, afirma Senk.
Serviço
Exposição | Veredas
De 06 de julho a 06 de outubro
Quinta a domingo das 14h às 19h
Período
6 de julho de 2024 14:00 - 6 de outubro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
DAN Galeria Sala São Pedro
Rua Doutor Graciano Geribello, nº 8 - Bairro Alto, Itu - SP
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Kika Goldstein utiliza os primeiros gestos das pinturas rupestres como metáfora para seu próprio recomeço em novo território após migrar para Kuala Lumpur, no continente asiático. As cavernas com paredes
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Kika Goldstein utiliza os primeiros gestos das pinturas rupestres como metáfora para seu próprio recomeço em novo território após migrar para Kuala Lumpur, no continente asiático. As cavernas com paredes e superfícies marcadas por topografias de sedimentos, cederam espaço para a elaboração simbólica de habitantes que ali se abrigavam e se protegiam, ao mesmo tempo em que elaboravam suas cosmologias como forma de compreensão do céu e da natureza que os cercava.
Os primeiros gestos nas paredes das cavernas representam um balbucio, um encontro inicial com o que hoje denominamos expressão artística. Para Kika Goldstein, esses gestos primordiais deram impulso à sua própria experiência de adaptação em um novo contexto cultural e geográfico. As pinturas da exposição são como um sussurro, uma tentativa de capturar a essência de um momento de transição e de descoberta. Sussurros Simbólicos propõe assim uma jornada visual que celebra a capacidade de percepção humana – o primeiro impulso na construção simbólica necessária para compreender como nos relacionamos com a natureza e seus movimentos cíclicos.
Serviço
Exposição | Sussurros Simbólicos
De 13 de julho a 17 de agosto
Segunda a sábado, das 10h às 18h
Período
13 de julho de 2024 10:00 - 17 de agosto de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
ArteFASAM Galeria
Rua Rodrigues Caldas, 726 Salas 1305 e 1306 Santo Agostinho - Belo Horizonte - MG
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A exposição “Esplendor”, que reúne artistas de 20 a 80 anos, é uma ponte de gerações em diálogo, quase um recorte da cena paulistana e suas reflexões nas artes, entre
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A exposição “Esplendor”, que reúne artistas de 20 a 80 anos, é uma ponte de gerações em diálogo, quase um recorte da cena paulistana e suas reflexões nas artes, entre beleza, leveza, dúvida e solidão.
A mostra, com curadoria de Lilian Bado, reúne cerca de 150 obras, em sua maioria bidimensionais, entre pintura, gravura, desenho e algumas excentricidades em técnica mista, instalação e vídeo.
Os artistas são: Ana Luiza Álvares; Carolina Velasquez; Fabiola Racy; Joaquim Pinkalsky; Lu Martins; Luiz Basile; Maria Villares; Nina Moraes; Otávio Barata; Rodrigo Pimenta; Rui Versiani; Shaolin; Soraia Dias e Ulysses Bôscolo.
“A exposição “Esplendor” é sobre a alma humana, a complexidade das emoções, a contradição da razão e do coração, a criatividade para fazer coisas belas, a possibilidade de admirarmos a nossa própria criação enquanto humanidade. Na origem do projeto estava mostrar a beleza e a leveza nas artes, mas ao visitar os ateliês dos artistas, apareceram o medo, a dúvida, a solidão, a morte. Além de momentos entre o sensual, a excitação e o obsceno do sexo, apresentados em um Gabinete Erótico”, explica a curadora Lilian Bado, mestre em Teoria de Arte Contemporânea pela Goldsmiths – Londres e diretora d’A Outra Feira de Arte Contemporânea.
“É uma preocupação, quase uma missão, da Casa do Jasmin Arte dar visibilidade a artistas que o mercado não procura mais, como mulheres e homens mais maduros, além de jovens talentos, ainda à margem do mercado” explica Sofia Carvalhosa, diretora do espaço.
Serviço
Exposição | Esplendor
De 13 de julho a 03 de agosto
Quinta a sábado, das 12h às 18h
Período
13 de julho de 2024 12:00 - 3 de agosto de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Casa do Jasmin Arte
R. José Maria Lisboa, 1145 - Jardins, São Paulo - SP
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Para a artista Anny Lemos, suas obras são representações de “metáforas da casa”, ou seja, nessa simbologia, espectadores diagramam olhares sobre as cenas recortadas. São pequenos cantos com móveis querendo
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Para a artista Anny Lemos, suas obras são representações de “metáforas da casa”, ou seja, nessa simbologia, espectadores diagramam olhares sobre as cenas recortadas. São pequenos cantos com móveis querendo transgredir o espaço (Fig. 1, Canto com planta, 2020), intensidades luminosas em superfícies chapadas matizadas por formas luminosas (Fig. 2, Quem permanence quando termina a dança?, 2024), ou detalhes do cotidiano (Fig. 3, Chaveiro, 2022).
Ao visitante da mostra, nos intervalos dessa arquitetura de sofás, tapetes, cadeiras, janelas, plantas, abajurs, outras camadas se dão a ver. São nervuras que filtram um invisível como reflexo de presenças e ausências, do fixo e do fugidio, do visto e da dúvida sobre o que é visto.
Em suas palavras, Anny afirma que se interessa pelos campos perceptivos se uma poética do habitar, com a qual a visualidade de um mundo interior flui pelas janelas do olhar.
A partir de 2012, Suzana Barboza inicia seus estudos em pintura, dedicando-se à construção de sua linguagem. Estuda com Paulo Pasta, pesquisa procedimentos e técnicas de artistas como Morandi, Mira Schendel, Eleonore Koch e Volpi, entre outros. Comum a esses, são as atmosferas criadas por Suzana que, ao acessar nossa percepção, nos aproxima de um tecido ordenado no silêncio, no tempo.
Sua palheta, muitas vezes esmaecida (Fig. 4, Sem título, 2024), constroi paisagens abstratas onde espaços de cor-luzes encontram-se sugerindo uma matéria etérea (Fig. 5, Sem título, 2023, Fig. 6, Sem título, 2024). Levados por essas deambulações estéticas, nos aproximamos, como descreve Suzana, de formas reduzidas às suas essências, intencionadas por questões sobre a impermanência do ser, suas imprecisões, derivas e flaneurismos.
Círculos imperfeitos, construídos com pinceladas aparentes tratados à tinta a óleo e cera, traduzem, então, o universo da artista.
Poderia ser um mero acaso, a curadoria colocar junto duas artistas vindas de formações diferentes:- Anny Lemos, artista visual pela UNESP (2010) e Suzana Barboza, arquiteta pela FAU USP (1994). No entanto, motivadas pela busca de diálogo com suas produções atuais, Anny e Suzana, em conversas sobre o projeto da mostra, fizeram surgir alguns passeios de fenômenos estéticos próprios da linguagem da pintura, os quais possibilitaram a motivação curatorial de colocar lado a lado certos trabalhos (Fig. 6, Sem título, 2024, Fig. 7, Aniversário, 2022), sem tratá-los apenas como linguagens figurativa ou abstrata (Fig. 8, Silêncio, 2022, Fig. 9, Sem título, 2024).
As artistas Anny Lemos e Suzana Barboza, ao criarem um diálogo entre si, sobre o mundo da vida e sobre correlações formais transformam Um dia, uma prosa um conto… em um ato que excede os limites de cada obra, motivando-nos com outros passeios estéticos.
Serviço
Exposição | Um dia, uma prosa, um conto
De 13 de julho a 10 de agosto
Terça a sexta-feira, das 13h às 19h; sábado, das 13h às 17h
Período
13 de julho de 2024 13:00 - 10 de agosto de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Casagaleria e Oficina de Arte Loly Demercian
Rua Fradique Coutinho, 1216 - São Paulo - SP
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A CAIXA Cultural São Paulo apresenta, de 16 de julho a 01 de setembro de 2024, a exposição “Laguna Plena”, do artista curitibano Rimon Guimarães. A mostra oferece ao público
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A CAIXA Cultural São Paulo apresenta, de 16 de julho a 01 de setembro de 2024, a exposição “Laguna Plena”, do artista curitibano Rimon Guimarães. A mostra oferece ao público uma combinação de diferentes linguagens, como música, artes visuais e moda, que se entrelaçam criando um universo onírico surreal e lúdico. Entrada gratuita.
Os elementos artísticos que compõem a mostra foram elaborados a partir da música “Laguna Plena” – que dá nome à mostra. Laguna Plena é a primeira parte da trilogia “Melodias Neolatinas”, escrita por Rimon Guimarães em 2012 numa viagem a Kuala Lumpur, numa feira de arte na Malásia. Anos depois, em 2018, ele mostrou a canção para o amigo e produtor Tiago Ramalho, que sugeriu gravá-la. O processo foi finalizado durante a pandemia em 2020; E, um ano depois, foi lançada, com a adição de um quarteto de cordas composto por músicos russos (arranjo de Maycon Ananias) e as vozes livres e polifônicas de Tuyo.
Com patrocínio da CAIXA e Governo Federal, e realização da GP Produção Cultura, a exposição “Laguna Plena” reúne um compilado de obras que refletem a diversidade e a velocidade das informações nos temos atuais, o acesso às mídias distintas que se retroalimentam e colaboram para uma fonte infinita de criação.
“Cada linguagem, cada trabalho, seja de uma tela ou de uma música, vem em processos diferentes. Não existe uma fórmula. O que acontece muito é a retroalimentação de uma mídia para outra. Como colocar um som enquanto estou pintando, ou parar de pintar e começar a criar sons e escrever letras. Isso dá um respiro da pintura e me traz mais inspirações para voltar nela. Uma linguagem ajuda a outra”, explica Rimon.
O resultado de toda essa pluralidade criativa e artística está presente na mostra, que, por meio de cores e formas, evidencia uma construção em arranjos e desarranjos: da música que se desdobra para desenho, dos traços que se desdobram para animação. Os visitantes terão a oportunidade de conhecer o trabalho de Rimon Guimarães por meio dos sons, das obras produzidas com a técnica acrílica sobre tela, de frames de vídeos e dos figurinos criados para a gravação do vídeo da música, roupas desenhadas, recicladas e customizadas pelo artista com a colaboração de costureiras e figurinistas locais, a partir da técnica de impressão serigráfica manual.
Serviço
Exposição | Laguna Plena
De 16 de julho a 01 de setembro
Terça a domingo, das 9h às 18h
Período
16 de julho de 2024 09:00 - 1 de setembro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
CAIXA Cultural São Paulo
Praça da Sé, 111 – Centro – SP
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O artista visual Thiago Modesto apresenta a exposição ‘Casa-Tempo: Assentamentos’, com curadoria de Messias Silva de Oliveira, no Centro Cultural Correios RJ, trazendo sua mais recente produção em xilogravuras e trabalhos produzidos em tecido, com o
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O artista visual Thiago Modesto apresenta a exposição ‘Casa-Tempo: Assentamentos’, com curadoria de Messias Silva de Oliveira, no Centro Cultural Correios RJ, trazendo sua mais recente produção em xilogravuras e trabalhos produzidos em tecido, com o objetivo de dividir suas vivências, crenças e memórias que partem principalmente de suas raízes familiares.
Texto Curatorial
Os pés que atravessaram a soleira deste espaço expositivo a fim de transitar pela Casa-Tempo: Assentamentos, serão movidos a seguir em direção ao anfitrião que se encontra no interior da moradia. Os espectadores, conduzidos por essa figura que desterra lembranças guardadas no fundo dos cômodos da casa, são levados a perceber que o ambiente desta exposição individual do artista é uma convocação à intimidade.
Os que já foram fisgados pela poética de Thiago Modesto veem, na passagem por esse assentamento memorial que reúne as lembranças de dois sertões fluminenses emaranhados pelo verde-atlântico, uma narrativa traduzida através da série de trabalhos que são o novo capítulo desta Casa-Tempo. (Messias Silva de Oliveira – Curador)
Serviço
Exposição | Casa-Tempo: Assentamentos
De 17 de julho a 31 de agosto
Terça a sábado, das 12h às 19h
Período
17 de julho de 2024 12:00 - 31 de agosto de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Centro Cultural Correios RJ
Rua Visconde de Itaboraí, 20, Centro – Corredor Cultural, Rio de Janeiro - RJ
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O circuito cultural da Av. Paulista, em São Paulo, volta a contar com um importante espaço de exposições. Fechada por um período de 18 meses para reformas estruturais e
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O circuito cultural da Av. Paulista, em São Paulo, volta a contar com um importante espaço de exposições. Fechada por um período de 18 meses para reformas estruturais e melhorias técnicas, a Galeria de Arte do Centro Cultural Fiesp será reinaugurada no final de julho de 2024.
O espaço expositivo de 850m2 – que integra o complexo de artes cênicas e visuais, audiovisual, música, literatura e tecnologia do SESI-SP – apresenta “outros navios: uma coleção afro-atlântica”, com período expositivo que vai de 24 de julho de 2024 a 16 de fevereiro de 2025. A mostra inédita permitirá que o grande público visitante do local conheça a rica e diversificada coleção de artes africana e afro-brasileira do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE/USP).
O acervo começou a ser formado no final da década de 1960 (época em que os movimentos de independência das ex-colônias em África se consolidavam), por meio de doações ou compras encomendadas pela universidade. Marianno Carneiro da Cunha (1926-1980), então professor do MAE/USP, foi um dos principais nomes à frente do projeto institucional e científico da construção da coleção.
Arqueólogo especialista em Médio Oriente, ele lecionou entre 1974 e 1976 em Ifé, na Nigéria, lugar sagrado para os iorubá, ficando incumbido de adquirir peças para o MAE. Com olhar antropológico e educativo, Marianno se preocupou em também trazer para o Brasil moldes, mostrando interesse não apenas pelo objeto artístico, mas também pela técnica de diferentes culturas da África central e ocidental.
O trio de curadores da mostra, Carla Gibertoni Carneiro, Renato Araújo da Silva e Rosa C. R. Vieira, apontam que essas duas regiões africanas estão conectadas ao Brasil por séculos de circuitos transatlânticos. Eles trouxeram até nosso litoral inúmeros navios de violência, mas também trouxeram outros navios, que nos permitem mergulhar por histórias alternativas e criar novos significados para as centenas de objetos selecionados para a exposição.
OUTROS NAVIOS: NÚCLEOS TEMÁTICOS
Aberta à visitação gratuita até 16 de fevereiro de 2025, a exposição que reabre a Galeria de Arte apresentará mais de 300 peças africanas e afro-brasileiras, muitas nunca antes exibidas ao público, que estarão divididas em sete núcleos temáticos.
A visita começa por “Dentro das águas”, onde poderão ser vistos objetos relacionados ao culto de Iemanjá e Oxum, orixás dos mares e das águas doces, como coroa, pulseira, leque (abebê) e espelho.
Em “Bagagens afro-atlânticas” também estão diversas peças ligadas a religiões de matrizes africanas: arco e flecha de Oxóssi, estatuetas de Exu, bastão (opaxoro) de Oxalá, machado (oxê) de Xangô, além de elementos de altar e instrumentos musicais.
No núcleo “De São Paulo a Ifé”, os visitantes encontrarão obras variadas dos iorubá, vindos especialmente da Nigéria e Benim. Há itens do dia a dia, como baú, pilão, enxada e colher, além de um conjunto de máscaras esculpidas em madeira e pintadas e pares de estatuetas de ibeji, que estão ligadas à gemealidade entre os povos iorubá.
O termo “bantu” designa genericamente toda uma gama de culturas da África Central, de países como República Democrática do Congo e Angola. Eles estarão representados no núcleo “Bantu, das terras centrais”, que traz peças como esteiras de ráfia (palha) em diferentes formatos, taças cerimoniais e um recipiente para leite com tampa decorado com conchas (cauris).
Em “Ventos no oeste africano” estão reunidos objetos de países como Gana, Mali e Costa do Marfim, incluindo um dos maiores itens da exposição, uma porta celeiro dogon. Há conjuntos de vestimentas, pentes do tipo garfo, figuras em bronze e uma balança para pesar pó de ouro, junto de um peso em formado de escorpião usado na pesagem.
“Técnicas” destaca os materiais utilizados nas diferentes etapas da técnica da cera perdida, técnica milenar que esculpe peças de liga metálica por moldagem, além de apresentar um conjunto de enxós e permitir ao visitante conhecer o processo de elaboração de uma máscara Gueledé.
O último núcleo, “Joias e tudo que reluz”, é também o mais notável da exposição, já que a coleção de joias africanas do MAE/USP é uma das mais expressivas do mundo. São diversos exemplares de pulseiras, tornozeleiras, colares, anéis e brincos, em materiais como vidro, bronze e marfim.
Há ainda uma seção especial que reúne obras de artistas contemporâneos negros brasileiros. São onze obras, em diferentes técnicas e suportes, de Denis Moreira, Denise Camargo, Guto Oca, Larissa de Souza e Renan Teles, que mostram que uma coleção não é fixa e pode ser recomposta para apontar outros navios à vista.
Serviço
Exposição | outros navios: uma coleção afro-atlântica
De 24 de julho de 2024 a 16 de fevereiro
Terça a domingo, das 10h às 20h
Período
24 de julho de 2024 10:00 - 16 de fevereiro de 2025 20:00(GMT-03:00)
Local
Centro Cultural Fiesp
Avenida Paulista, 1313 - São Paulo - SP
Detalhes
A Galeria Marcelo Guarnieri tem o prazer de apresentar a segunda exposição individual de Mariannita Luzzati (1963, São Paulo) em nossa unidade de São Paulo, que conta com texto crítico
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A Galeria Marcelo Guarnieri tem o prazer de apresentar a segunda exposição individual de Mariannita Luzzati (1963, São Paulo) em nossa unidade de São Paulo, que conta com texto crítico de Luiz Armando Bagolin. Convidando o espectador a refletir sobre o vazio e o silêncio, Mariannita Luzzati desenvolve sua prática pictórica a partir do interesse pela paisagem e pela simbologia elementar da contemplação que vem associada a ela. Em sua pesquisa, tenta refletir sobre a ideia de “restauração” da paisagem, que diz respeito a um mundo sem excessos, sejam eles de informação, de imagens ou de cores. A ação de esvaziar pode ser observada não só nas paisagens silenciosas que nos apresenta, mas também na paleta de tons rebaixados que utiliza e até mesmo no aspecto difuso da pintura que dá conta de nublar os elementos da cena.
A partir de um sistema pictórico próprio que desenvolveu há mais de 25 anos, Mariannita Luzzati apresenta nesta exposição um diálogo entre pinturas inéditas e pertencentes a séries anteriores, onde a variação de escalas se faz evidente. Como observa Luiz Armando Bagolin: “O ponto de inflexão entre as telas maiores e as novas, menores, parece ser exatamente este, ou seja, o desejo da artista em tornar tudo o que vê mais próximo, no sentido de mais familiar, por mais que os sentimentos de isolamento e inacabamento prevaleçam. E por maior que seja a dimensão do campo colorido (ou do quadro pintado), nunca é ao monumental que sua obra se endereça. Se sua pintura dispensa propositadamente uma profundidade, dispensa igualmente a escala da paisagem como algo épico e farsesco. O seu trabalho, ao contrário, oscila sempre entre um campo de projeção de um espaço físico observável e um espaço de pura imanência que pertence à realidade da própria pintura. Por isso, é avesso também ao sublime grandioso ou terrível (imaginado por Edmund Burke).”
Por meio da tinta diluída, sobrepõem-se camadas muito leves que dão corpo a rochedos muito pesados, rodeados pela imensidão do imprevisível oceano. Há uma troca entre cor e forma, onde uma se constrói enquanto a outra se desmancha. Em suas novas pinturas, Luzzati passeia por tons azulados e esverdeados por meio do uso de pigmentos como verde ftalo, óxido de cromo verde, azul ultramar e azul cobalto, aproximando-se assim, como observado por Luiz Armando Bagolin em seu texto crítico, de um momento da tradição da pintura de paisagem inglesa em que o pintor do gênero buscava uma emancipação e autonomia. “John Constable então aprendeu (e a partir dele, Monet, mais tarde) que, ao pintar a paisagem, deve-se partir sempre de um fundo verde vivo, a fim de obter efeitos mais vibrantes nas sucessivas camadas de cores que serão aplicadas depois sobre este fundo. Invertia-se ou se modificava assim o princípio segundo o qual, na pintura “clássica” ou mais antiga, de gênero alto (a pintura histórica) ou de gêneros mais elevados do que a pintura de paisagem (que era considerado um gênero baixo), iniciava-se a composição a partir de um fundo avermelhado (com cinábrio) ou acastanhado (com sépia ou bistre) como garantia da recepção das luzes e do modelado do claro-escuro na progressão da feitura da pintura.
Mariannita Luzzati (1963, São Paulo), vive e trabalha entre São Paulo e Londres. Dentre as exposições individuais e coletivas que participou, destacam-se nas seguintes instituições: Pinacoteca do Estado de São Paulo, Centro Cultural São Paulo, Museu de Arte Moderna de São Paulo, Museu de Arte Contemporânea de São Paulo, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Museu de Arte Moderna da Bahia, Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, Fundação Iberê Camargo, Museu de Arte Contemporânea de Curitiba, Museu Vale do Rio Doce de Vitória, Museu Nacional de Buenos Aires, Museum Of London, Haus Der Kulturen Der Welt em Berlim, Maison Saint Gilles em Bruxelas
Suas obras constam em importantes coleções nacionais e internacionais, dentre as quais a Fundação Itaú Cultural de São Paulo; a Fundação Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro; a Fundação Cultural de Curitiba; a Fundação Padre Anchieta – TV Cultura em São Paulo; o Museu de Arte de Brasília; o Machida City Museum of Graphic Arts em Tóquio; Pinacoteca do Estado de São Paulo; Centro Cultural Dragão do Mar em Fortaleza; Instituto Figueiredo Ferraz em Ribeirão Preto; Fundação Musei Civici de Lecco e MIDA – Scontrone na Itália; British Museum de Londres; Essex Collection em Colchester na Inglaterra; Credit Suisse First Boston; Halifax plc; Herbert Smith; Rexam plc de Londres; Teodore Goddard, em Jersey e Pearson plc, em Nova York.
Serviço
Exposição | Mariannita Luzzati
De 30 de julho a 03 de setembro
Segunda a sexta, das 10h às 19h. Aos sábados, das 10h às 17h
Período
30 de julho de 2024 10:00 - 30 de setembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Marcelo Guarnieri
Alameda Franca, 1054 São Paulo – SP
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O FONTE, ateliê coletivo e espaço para exposições localizado em Pinheiros, recebe nova mostra a partir do dia 27 de julho (sábado). A exposição ‘A Fonte deságua na Floresta’ toma como ponto
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O FONTE, ateliê coletivo e espaço para exposições localizado em Pinheiros, recebe nova mostra a partir do dia 27 de julho (sábado). A exposição ‘A Fonte deságua na Floresta’ toma como ponto de partida a interdependência entre água e floresta enquanto metáfora para a rede que se forma entre os projetos artísticos Fonte e Biblioteca-Floresta.
Celebrando os 10 anos do FONTE, a curadoria selecionou 18 artistas com histórico de ateliê ou residência em ambos os espaços, nacionais e internacionais, em uma ampla cartografia. O grupo de artistas aqui envolvidos desafia a “monocultura da mente”, propondo uma policultura que se traduz em iniciativas como exposições coletivas, residências artísticas, compartilhamento de ateliês, festividades e apoio mútuo. Esse impulso criativo não apenas preserva, mas também exalta a essência experimental do fazer artístico frente às adversidades do mundo contemporâneo.
Contemplando linguagens diversas como fotografia, pintura, vídeo, performance, instalação e objeto, as obras expostas discorrem sobre as complexas relações entre modernidade, questões socioambientais, colonização, espiritualidade e a urgente necessidade de sonhar a floresta. Destaca-se, assim, a importância do convívio comunitário e do respeito com todos os existentes para a preservação dos ciclos da água, da vida e da arte.
A mostra também conta com um Programa Público gratuito. No dia 10 de agosto às 17h30 será apresentada uma performance inédita da artista Selva de Carvalho em colaboração com Rais Scarton, artista do corpo e da dança, e Lorena Hollander, musicista. Já no dia 16, sexta, às 19h30 acontece o lançamento do livro “Lunação” (Editora Biblioteca-Floresta) com encontro performático e bate papo com a autora Faetusa Tirzah.
Serviço
Exposição | Darwin, O Original
De 01 a 30 de agosto
Quintas e sextas das 14h às 19h, sábados das 11h às 17h
Período
1 de agosto de 2024 14:00 - 30 de agosto de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Residencia Fonte
Rua Mourato Coelho 751, Vila Madalena, São Paulo - SP
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A partir do dia 10 de agosto, a Arte132 Galeria apresenta a exposição “Transmutação e metáforas do inconsciente” do escultor italiano Renato Brunello, com curadoria de Laura Rago. Em sua segunda mostra
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A partir do dia 10 de agosto, a Arte132 Galeria apresenta a exposição “Transmutação e metáforas do inconsciente” do escultor italiano Renato Brunello, com curadoria de Laura Rago. Em sua segunda mostra individual na galeria, a produção de Brunello reflete a fusão entre a tradição escultórica italiana e a cultura brasileira. A mostra com 22 obras, todas inéditas, traz a adaptabilidade dos materiais utilizados, abrangendo novas concepções sobre seu manuseio.
Desde meados dos anos 1970, Renato Brunello, radicado no Brasil, incorporou em sua produção artística as influências da arte e da cultura popular nordestina, como o artesanato e o folclore, além das características da arquitetura vernacular pelo uso de materiais locais e técnicas construtivas tradicionais. Formado na Escola de Artes e Ofícios, em Veneza, Brunello trabalha com mármore e madeira em suas criações, transgredindo a maneira convencional de utilizar esses materiais ao incorporar a força expressiva da técnica e a adequabilidade do trabalhador de ofício. “A escultura deve necessariamente se relacionar com a dinâmica do espaço, articulando volumes de maneira a criar uma interação fluida e expressiva com o ambiente”, diz Brunello.
As obras de Brunello rejeitam a classificação tradicional da arte, que se apoia na separação do abstrato versus o figurativo ou engajamento versus “arte pela arte”. Nelas, o elemento abstrato evoca o figurativo, ao mesmo tempo que a beleza da forma provoca reflexões. Cada peça conta uma história que se revela a quem observa. A apreciação da arte contemporânea exige essa imersão no universo do artista. “A ocupação do espaço é vital para gerar pontos dinâmicos e dialogar eficazmente com o próprio espaço”, afirma o artista, comparando a composição espacial da escultura a um passo de dança.
Nesta exposição, as produções proporcionam leituras para a compreensão da intenção criativa de Brunello, consciente ou não. Essa visão integra a subjetividade do artista à exterioridade do mundo. As esculturas de pequeno porte, como “Gufo Rosa” (2024), carregada de camadas de significado metafórico, trazem à memória a coruja de Minerva, presente na mitologia romana, e evocam a ideia de renovação e transformação constante. A escolha dos materiais, como mármore rosa de Portugal e madeiras massaranduba e garapeira, evidencia a habilidade técnica do artista, ressaltando a ambiguidade das texturas alcançadas.
“Conceitos relativos a uma ampliação do campo da escultura são perceptíveis no eixo da produção axiomática do artista, que passou a abranger novas concepções, flertando com a metáfora e o simbólico”, escreve Laura Rago. “O resultado são obras tridimensionais que evocam a fauna e a flora do Brasil, ao mesmo tempo que ressaltam a expertise do artista no manejo da matéria”, completa a curadora.
Renato Brunello continua a explorar a relação entre o vazio e o cheio em suas esculturas, como em “Contorção” (2005) e “Ponto e Contraponto” (2023), criando uma interação entre presença e ausência. Essa interação convoca o espectador ao deslocamento corpóreo e imaginativo, permitindo uma experiência estética que transcende a simples observação visual. Suas esculturas podem ser experimentadas como um sistema de comunicação, que produz e reproduz signos a partir do seu imaginário
Serviço
Exposição | Transmutação e metáforas do inconsciente
De 10 de agosto a 26 de outubro
Segunda a sexta, das 14h às 19h. Sábados, das 11h às 17h
Período
10 de agosto de 2024 14:00 - 26 de outubro de 2024 19:00(GMT-03:00)
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Flavia Renault apresenta a exposição individual ‘Roda das Deidades’, no Centro Cultural da Universidade Federal de Minas Gerais, com curadoria de Paula Borghi, trazendo sete peças em escala humana, realizadas
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Flavia Renault apresenta a exposição individual ‘Roda das Deidades’, no Centro Cultural da Universidade Federal de Minas Gerais, com curadoria de Paula Borghi, trazendo sete peças em escala humana, realizadas com algodão cru, e , gavetas antigas de madeira, ao lado de outras obras, mostrando uma influência fortemente religiosa e do Barroco Mineiro, expressões que marcam a exposição e sua pesquisa como um todo.
A deidade é a fonte de tudo aquilo que é divino. Sobre a escolha do título, ela explica: “É um roda de conversas, que pode ser tanto de seres invisíveis, de forças, como de mulheres, de Deusas. É também uma dança circular, algo que a gente vê em todas as culturas.” A instalação fica localizada no centro da sala expositiva, atuando tal qual um círculo sagrado comumente adotado em ritualísticas.
Em diálogo com essa grande instalação, apresenta-se também um conjunto de desenhos realizados a partir de documentos familiares e uma série de esculturas que se utilizam, sobretudo, de materiais como madeira, tecido e papel. Expondo principalmente trabalhos inéditos, produzidos entre os anos de 2022 e 2024, a curadora Paula Borghi comenta: “São trabalhos que conversam com o Barroco Mineiro e justamente por isso a espiritualidade é algo tão importante para a mostra. O que temos é uma discussão contemporânea sobre o tema, que vai desde uma missa católica, a uma conversação filosófica goetheana e um sabbath das bruxas”.
Contemplada no Projeto Galerias – Artes Visuais da UFMG, Roda da Deidades é a primeira individual da artista na capital mineira, território tão importante para sua formação artística e pessoal.
Serviço
Exposição | Roda das Deidades
De 16 de agosto a 22 de setembro
Terças a sextas: 9h às 20h | sábados, domingos e feriados: 9h às 17
Período
16 de agosto de 2024 09:00 - 22 de setembro de 2024 20:00(GMT-03:00)
Local
UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais
Av. Pres. Antônio Carlos, 6627 - Pampulha, Belo Horizonte - MG
setembro
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Conheci Iberê Camargo no início da década de 1990, por ocasião de um workshop com artistas consagrados, no Centro Cultural São Paulo. Iberê era um desses artistas. Naquele momento, ele
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Conheci Iberê Camargo no início da década de 1990, por ocasião de um workshop com artistas consagrados, no Centro Cultural São Paulo. Iberê era um desses artistas. Naquele momento, ele representou, para mim, a confirmação da vocação, a prova da existência da pintura, do pintor.
No final da década de 1970, quando comecei a fazer faculdade, existia um predomínio da arte conceitual. Também nesse sentido, Iberê representava uma exceção: ele vivia a vida da própria pintura, perfazendo uma relação simbiótica entre arte e vida.
Na contramão das tendências nacionais/populares, ele se evidenciava como uma espécie de outsider, construindo uma visão singular dentro da pintura brasileira. Seu realismo era uma escavação interior, o que fazia repercutir, em seu trabalho, um raro acento subjetivo e expressionista. Desde então, eu o vi como uma espécie de exilado, buscando arquitetar uma “pintura grande”, no Brasil, enfrentando o mal-estar de ser um pintor em um contexto carente de tradição (ou, pelo menos, a tradição que ele gostaria).
Iberê buscava, assim, criar um lugar de origem, onde memória e autobiografia pudessem se unir para fundar essa espécie de pátria real: a de pintura. Concentrando-se na experiência da pintura e do pintor, e longe de quaisquer bairrismos, sua obra revelava, por meio do seu fazer obsessivo, a gênese do próprio indivíduo, uma verdadeira condensação do próprio tempo.
Para realizar essa tarefa no plano pictórico, Iberê lançava mão da matéria, quase um barro original, de onde tudo poderia brotar. Suas cores também não estariam dissociadas dessa matéria, lugar do qual, no dizer de Ferreira Gullar, elas surgiriam “como gemas sujas da noite, arrancadas ao caos”.
Também penso as cores de Iberê como sendo crepusculares. Elas nos remeteriam a uma escuridão primordial, mesmo porque, na sua prática, o pintor anoitecia as cores, criando uma espécie de blackout. Só assim, talvez, ele poderia terminar uma pintura e se reconhecer nela.
Possivelmente, a melhor metáfora, para mim, sobre as cores de Iberê, seja a do eclipse. Para além do aspecto noturno de seus trabalhos, a luz construída por ele parece não iluminar, não aquecer, mais ou menos como a sugestão de um sol que foi fechado.
A palavra eclipse vem do grego, que significa despedida, abandono. A experiência com as cores de Iberê, para mim, obedeceria a esse mesmo conteúdo poético. Nelas, no seu sentido de não cor, somos desertados da luz solar, apesar de toda a intensidade reinante.
Abraçando o fracasso e o destino como partes intrínsecas da vida, sua pintura é uma resposta à dor existencial. Sua narrativa ainda desafia categorias, deixando uma marca duradoura na história da arte brasileira.
Paulo Pasta, curador
Serviço
Exposição | Iberê Camargo: Eclipses
De 02 de março a 01 de setembro
Quinta-feira a domingo, das 14h às 18h (última entrada)
Período
2 de março de 2024 14:00 - 1 de setembro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Fundação Iberê
Avenida Padre Cacique, 2000 – Bairro CristalTele, Porto Alegre RS
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Os avanços tecnológicos da corrida espacial entre os Estados Unidos e a antiga União Soviética, que culminou com a chegada do homem à Lua em 1969, estão no imaginário de Emmanuel
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Os avanços tecnológicos da corrida espacial entre os Estados Unidos e a antiga União Soviética, que culminou com a chegada do homem à Lua em 1969, estão no imaginário de Emmanuel Nassar. Mas o título de sua instalação Lataria Espacial, além dos aspectos científico e político, traz também um termo informal, que se refere a estruturas metálicas de veículos motorizados. Para o artista, lataria está associada ao termo “lata velha”, geralmente usado para designar o estado precário de grandes máquinas deterioradas.
O trabalho aproxima opostos: a lataria envelhecida e com sinais de desgaste, o que há de primitivo e popular nas funilarias do subúrbio às missões espaciais e altamente tecnológicas que colaboraram para o desenvolvimento das comunicações via satélite. Há, nessa justaposição, algo do sonho e da fantasia de voar. Mas se o voo está ligado à imagem da liberdade que tanto aviões quanto pássaros evocam, uma das asas de Lataria Espacial está decepada, como se estivesse incrustada na parede. Dentro da Sala de Vidro do MAM São Paulo, a obra parece tratar mais da impossibilidade de levantar voos do que da completa realização do desejo de liberdade.
O artista projetou e construiu seu próprio jato particular, que se assemelha aos aviões de brinquedo, mas é inspirado no modelo Phenom 300, da Embraer, que está entre os jatos executivos mais vendidos no mundo. Mas, em vez de fazer um elogio à alta performance e ao poder que uma aeronave de pequeno porte carrega, o artista aponta de modo irônico para as contradições sociais do país e para o contraste entre o imaginário da elite e do povo, justamente mostrando que essa separação já não é tão clara.
Emmanuel Nassar valoriza as cores das chapas metálicas publicitárias e o que há de popular na periferia de centros urbanos, em especial de Belém do Pará. Embora, no presente trabalho, ele não se aproprie das placas descartadas, recorrendo ao zinco galvanizado, o conjunto de pinturas que formam o avião ecoa o improviso das soluções inventivas. Entre as marcas da poética de Emmanuel Nassar está o reconhecimento das gambiarras, as engenhocas provisórias, realizadas com poucos recursos, que resolvem problemas práticos do cotidiano.
Lataria Espacial permite que os diversos públicos do MAM se divirtam ao serem recebidos com o prestígio e status de um tapete vermelho, brinquem, tirem selfies com a bagagem, como se estivessem prestes a embarcar num sonho que, embora não decole de modo literal, realiza-se na experiência única e generosa que a obra proporciona.
Serviço
Exposição | Emmanuel Nassar: Lataria Espacial
De 02 de abril a 01 de setembro
Terça a domingo, das 10h às 18h (com a última entrada às 17h30)
Período
2 de abril de 2024 10:00 - 1 de setembro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM SP)
Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, Vila Mariana, São Paulo – SP
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Exposição individual do artista Maxwell Alexandre. Novo poder: passabilidade faz parte da série “Novo Poder” e trata-se da itinerância em São Paulo do primeiro Pavilhão de Maxwell Alexandre, que foi
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Exposição individual do artista Maxwell Alexandre. Novo poder: passabilidade faz parte da série “Novo Poder” e trata-se da itinerância em São Paulo do primeiro Pavilhão de Maxwell Alexandre, que foi no bairro de São Cristóvão, Rio de Janeiro.
Uma vez que o artista tem uma agenda de exposições majoritariamente internacional, o Pavilhão Maxwell Alexandre foi anunciado para expandir no Brasil, a discussão do que estava sendo mostrado em galerias e museus fora do país. A intenção é gerar diálogo e dar acesso a uma audiência local à obra do artista e seu desenvolvimento a longo prazo: passabilidade. A caminhada segura e tranquila pelo cubo branco. Este é o conceito de passabilidade nos termos de Maxwell Alexandre.
Tratada pela primeira vez dentro da série Novo Poder na Espanha, passabilidade ganha desenvolvimento e chega com uma abordagem mais aguda ao Pavilhão, através de uma instalação ambiciosa com mais de 50 retratos, todos pintados a óleo sobre papel pardo.
Firmes e conscientes desses espaços – museus e galerias – que outrora eram hostis a pessoas melanizadas, os personagens caminham elegantes, como se estivessem desfilando numa passarela. Em Novo poder: passabilidade, o artista faz esse cruzamento entre moda e arte contemporânea, denotando os dois campos como plataformas de empoderamento, que oferecem dignidade e autoestima para o indivíduo.
Serviço
Exposição | Novo Poder: passabilidade
De 19 de abril a 29 de setembro
Terça a Sexta – Das 10h às 21h30, sábado – Das 10h às 19h30 e domingo – Das 10h às 18h30
Período
19 de abril de 2024 10:00 - 29 de setembro de 2024 19:30(GMT-03:00)
Local
Sesc Avenida Paulista
Av. Paulista, 119 - Bela Vista, São Paulo - SP
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Entre 25 de abril e 1º de dezembro de 2024, “Um Defeito de Cor” toma o espaço expositivo do segundo andar do Sesc Pinheiros com desdobramentos que recepcionam visitantes desde
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Entre 25 de abril e 1º de dezembro de 2024, “Um Defeito de Cor” toma o espaço expositivo do segundo andar do Sesc Pinheiros com desdobramentos que recepcionam visitantes desde o muro da entrada como uma mostra de arte que parte do romance histórico homônimo de Ana Maria Gonçalves. Em seu livro, a autora reconta a saga de Kehinde, africana escravizada confrontada com a necessidade de reconstrução em terras brasileiras e a incessante luta por liberdade fazendo uso da comida, da arte, do afeto, da busca pela família, acolhimento e de sua fé nos encantados.
Os curadores Amanda Bonan e Marcelo Campos, ambos do MAR (Museu de Arte do Rio), fizeram o convite a Ana Maria para uma construção curatorial conjunta a repensar a trajetória do livro de forma imagética: da produção moderna e contemporânea que tem em seu cerne a cosmogonia africana nasceu esse encontro a partir de produções de 131 artistas – entre 77 vivos e 37 já falecidos, além de 17 convidados a produzir novas obras para a mostra, com nomes como Kwaku Ananse Kintê, Kika Carvalho, Antonio Oloxedê e Goya Lopes.
Assim, tal exposição se pretende um profundo mergulho pelas quase mil páginas do texto de “Um Defeito de Cor” e toma seus dez capítulos como metodologia de divisão de núcleos temáticos em uma estrutura circular de fruição que transborda as questões da ancestralidade nas visualidades da mostra e proposta expográfica. Além dos curadores, fazem parte do processo de criação os artistas Ayrson Heráclito, consultor que assina a expografia ao lado de Aline Arroyo, e Tiganá Santana, curador da paisagem sonora que envolve o ambiente.
Nos meses em que esteve em cartaz no Rio de Janeiro, a mostra foi bem recebida pelo público, com visitação expressiva, deixando clara sua potência. É importante destacar que, antes da vinda para o Sesc Pinheiros, esta itinerância passou pelo Museu da Cultura Afro-Brasileira (Muncab), fazendo uma importante triangulação entre instituições e abrangência de públicos do Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
Serviço
Exposição | Um Defeito de Cor
De 25 de abril a 01 de dezembro
Terça a sábado das 10h30 às 21h | domingos e feriados das 10h30 às 18h
Período
25 de abril de 2024 10:30 - 1 de dezembro de 2024 21:00(GMT-03:00)
Local
Sesc Pinheiros
Rua Paes Leme, 195, Pinheiros, São Paulo - SP
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O SESI São José dos Campos apresenta a exposição J. Borges – O Mestre da Xilogravura, até o dia 30 de setembro, com visitação gratuita. O imaginário popular do Nordeste está presente
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O SESI São José dos Campos apresenta a exposição J. Borges – O Mestre da Xilogravura, até o dia 30 de setembro, com visitação gratuita. O imaginário popular do Nordeste está presente em símbolos e figuras talhadas pelo artista, que completa 88 anos em dezembro.
Com curadoria de Ângelo Filizola, a exposição traz uma coletânea de 44 xilogravuras, sendo oito delas até então inéditas (com suas respectivas matrizes), junto às 28 obras mais importantes da carreira de J. Borges. Os temas retratados simbolizam a trajetória de vida do artista, considerado pelo dramaturgo Ariano Suassuna como o “melhor gravador popular do Brasil”.
Os visitantes podem apreciar obras de diversas fases de sua história, identificadas pelos temas: Viagem a Trabalho e Negócios, Serviços do Campo, Plantio de Algodão, Forró Nordestino, Plantio de Cana, Feira de Caruaru, Carnaval em Pernambuco e Festa dos Apaixonados. A poesia popular também tem lugar na exposição: um espaço dedicado especialmente à literatura de cordel. Cordelista há mais de 50 anos, os versos de J. Borges tratam do cotidiano do agreste, de acontecimentos políticos, de fatos lendários, de folclóricos e pitorescos da vida.
“Estou muito felizl com essa exposição sobre meu trabalho na xilogravura. E eu ainda quero viver bastante, e o que me inspira é a vida, é a continuação, é o movimento. Minha obra é aquilo que eu vejo, aquilo que eu sinto”, comenta J. Borges, que é patrimônio Vivo de Pernambuco, título concedido pelo Estado. Borges já expôs na França, Alemanha, Suíça, Itália, EUA, Venezuela e Cuba, deu aulas na França e nos EUA, ilustrou livros em vários países e foi destaque no The New York Times.
A exposição J. Borges – O Mestre da Xilogravura traz ainda duas obras assinadas por Pablo Borges e Bacaro Borges, filhos e aprendizes do artista, além da exibição de uma cinebiografia sobre vida e obra de Borges, assinada pelo jornalista Eduardo Homem.
J. Borges desenha direto na madeira, equilibrando cheios e vazios com maestria, sem a produção de esboços, estudos ou rascunhos. O título é o mote para criar o desenho, onde as narrativas próprias do cordel têm espaço na expressiva imagem da gravura. O fundo da matriz é talhado ao redor da figura que recebe aplicação de tinta, tendo como resultado um fundo branco e a imagem impressa em cor. As xilogravuras não apresentam uma preocupação rigorosa com perspectiva ou proporção.
A originalidade, irreverência e personagens imaginários são notáveis nas suas obras. Os temas mais recorrentes em seu repertório são o cotidiano da vida simples do campo, o cangaço, o amor, os castigos do céu, os mistérios, os milagres, crimes e corrupção, os folguedos, a religiosidade, a picardia, enfim todo o rico universo cultural do povo nordestino.
A Gerente de Cultura do Sesi-SP, Debora Viana, reforça a importância desta exposição integrar o circuito das mostras itinerantes nos Espaços Galerias. “Com a iniciativa, que começou em Campinas, reforçamos o compromisso que a instituição possui de fomentar o cenário cultural e artístico por meio do acesso do público a obras, ao processo criativo de artistas nacionais e internacionais, à reflexão e à experimentação. Para o Sesi-SP, é de extrema importância a formação de novos públicos em artes, a difusão e o acesso à cultura de forma gratuita. É por isso que desenvolvemos e realizamos projetos das mais diversas áreas e convidamos o público a entrar de cabeça no universo do conhecimento e da arte”.
Com produção e idealização da Cactus Promoções e Produções, a exposição J. Borges – O Mestre da Xilogravura já foi apresentada no Centro Cultural FIESP e nas unidades do SESI em Campinas, São José do Rio Preto e Itapetininga.
Serviço
Exposição | J. Borges – O Mestre da Xilogravura
De 26 de abril a 30 de setembro
Quarta a domingo, das 10h às 20h
Período
26 de abril de 2024 10:00 - 30 de setembro de 2024 20:00(GMT-03:00)
Local
SESI São José dos Campos
Av. Cidade Jardim, 4389 - Bosque dos Eucaliptos. São José dos Campos - SP
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A exposição fotográfica inédita “Cartunistas” reúne os maiores cartunistas do Brasil retratados por Paulo Vitale e com curadoria de Eder Chiodetto. A mostra, que foi aberta ao público no dia
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A exposição fotográfica inédita “Cartunistas” reúne os maiores cartunistas do Brasil retratados por Paulo Vitale e com curadoria de Eder Chiodetto. A mostra, que foi aberta ao público no dia 26 de abril, será realizada até 29 de setembro de 2024, de quarta a sexta-feira, das 14h às 19h; sábado e domingo, das 10h às 19h, com visitação gratuita.
A exposição é um projeto composto por retratos de 120 desenhistas da área do humor gráfico, retratados pelo fotógrafo Paulo Vitale em que cada foto pode ser considerada um cartum, refletindo características e estilo dos retratados. Só assim para traduzir em retratos o humor que esses desenhistas produzem no cérebro das pessoas com temas políticos, sociais e sobre a própria existência humana. Dentre os retratados, estão Mauricio de Sousa; Ziraldo; Paulo Caruso; Jaguar; Angeli; Laerte; entre outros.
Ao olhar o ensaio como um todo, a curadoria de Eder Chiodetto adotou o caminho de equacionar o espaço expositivo proposto para que ele pudesse receber a totalidade dos retratos realizados pelo fotógrafo. Como a grande maioria dos (as) cartunistas olhava diretamente para a lente do fotógrafo, agora na exposição o fotógrafo desaparece e cada retratado estará olhando nos olhos de cada espectador, criando uma conexão mais enfática entre público e cartunistas.
Paulo Vitale é fotógrafo, diretor de cena e autor. Cursou História, na Universidade de São Paulo (USP) e fotografia no International Center of Photography, de Nova York. Percorreu mais de 50 países fazendo trabalhos editoriais, publicitários e autorais. Tem mais de 100 capas publicadas nas principais revistas brasileiras. Foi fotógrafo e editor de fotografia do Jornal O Estado de S. Paulo. Editor de fotografia das revistas VEJA e ÉPOCA, e correspondente da Agência Estado, em Nova York. Paulo, e já retratou grandes personalidades, como Nelson Mandela, Oscar Niemeyer, Caetano Veloso, Mark Zuckerberg e Pelé.
Eder Chiodetto é curador de fotografia independente, autor, publisher da editora de fotolivros Fotô Editorial e diretor do centro de estudos Ateliê Fotô. Foi curador de fotografia do MAM-SP, entre 2005 e 2021, e mentor do programa Arte na Fotografia, no canal Arte1. Como curador já realizou mais de 120 exposições no Brasil, Europa, EUA e Japão.
A exposição ‘Cartunistas’ faz parte do projeto Espaço Galeria SESI-SP, no qual o foyer do teatro se transforma em plataforma expositiva, recebendo exposições de diferentes técnicas e formatos. Criada em 2013, a iniciativa oferece exposições de artes visuais especialmente desenvolvidas para os centros de atividades do SESI-SP, propiciando a circulação de obras originais com embasamento curatorial e expografias específicas.
Serviço
Exposição | Cartunistas
De 26 de abril a 29 de setembro
Quarta a sexta-feira, das 14h às 19h; sábado e domingo, das 10h às 19h
Período
26 de abril de 2024 14:00 - 29 de setembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
SESI Sorocaba
Rua Gustavo Teixeira, 369, Vila Independência - Sorocaba - SP
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Sucesso de público e elogiada pela crítica, a mostra Dos Brasis, que reúne obras de 240 negros do país no Centro Cultural Sesc Quitandinha, foi vista por mais de
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Sucesso de público e elogiada pela crítica, a mostra Dos Brasis, que reúne obras de 240 negros do país no Centro Cultural Sesc Quitandinha, foi vista por mais de 130 mil pessoas no Sesc Belenzinho, em São Paulo. Exposição estará em cartaz, em Petrópolis de 3 de maio a 27 de outubro.
A centralidade do pensamento negro no campo das artes visuais brasileiras, em diferentes tempos e lugares, é uma das principais premissas que guiam o processo curatorial da mostra Dos Brasis – Arte e Pensamento Negro, a mais abrangente exposição dedicada exclusivamente à produção de artistas negros. Depois de passar sete meses em São Paulo, com registro de mais de 130 mil visitantes, a exposição chega ao Rio de Janeiro e será instalada em um dos principais cartões postais da Região Serrana: o Centro Cultural Sesc Quitandinha (CCSQ), em Petrópolis. Com abertura marcada para o dia 3 de maio, a mostra receberá visitantes até 27 de outubro deste ano.
Resultado de um trabalho desenvolvido pelo Sesc em todo o país, a mostra conta com sete núcleos temáticos, reunindo aproximadamente 240 artistas negros, de todos os estados do Brasil, sob curadoria de Igor Simões, em parceria com Lorraine Mendes e Marcelo Campos. Realizada por meio de um trabalho em conjunto de analistas de cultura da Insituição de todo o país, a exposição traz obras em diversas linguagens artísticas como pintura, fotografia, escultura, instalações e videoinstalações, produzidas desde o fim do século XVIII até o século XXI. A lista completa dos artistas participantes está disponível ao final do texto.
A exposição chega na íntegra ao Centro Cultural Sesc Quitandinha (CCSQ). As 314 obras que estavam em exibição no Sesc Belenzinho (SP) vão ocupar os salões da área monumental do histórico edifício, que em 2024 completa 80 anos. Parte dos trabalhos, alguns inéditos, também serão expostos pela primeira vez na área externa e no lago em frente à unidade. A mostra vai ainda oferecer ao público uma programação paralela com ações em mediação cultural e atividades educativas, além de um programa público composto de debates e palestras com convidados.
Inaugurado em 1944, um ano antes do fim da Segunda Guerra Mundial, o Quitandinha abrigou um dos maiores hotéis-cassino das Américas. Recebeu personalidades brasileiras e hollywoodianas, como Carmen Miranda e Walt Disney. Também foi palco de eventos que marcaram a história, como da Conferência Interamericana para a Manutenção da Paz e da Segurança no Continente, em 1947, e a 1ª Exposição Nacional de Arte Abstrata, realizada em 1953. Na década de 1960, após a proibição dos jogos no Brasil, o cassino foi fechado e o hotel teve seus apartamentos vendidos, tornando-se um condomínio. Em 2007, a área monumental passou a ser administrada pelo Sesc RJ, que a transformou em um Centro Cultural.
Desde que foi reinaugurado como um Centro Cultural, em abril do ano passado, o Quitandinha vem sendo ocupado por exposições que resgatam a forte identidade afro-brasileira em Petrópolis. A primeira, intitulada “Um oceano para lavar as mãos”, com curadoria de Marcelo Campos e Filipe Graciano, apresentou uma revisão da história do Brasil a partir de narrativas não eurocentradas, pensada por curadores e artistas negros, levando o espectador à reflexão sobre a forte memória e produção artística negra na contemporaneidade, no Brasil e no município, e sua relação com o passado imperial. Depois, dos mesmos curadores, recebeu a coletiva “Da Kutanda ao Quitandinha”, em que o ponto de partida foi o território onde o edifício está inserido – uma região marcada por quilombos formadores da cidade.
Serviço
Exposição | Dos Brasis
De 3 de maio a 27 de outubro
Terças a domingos e feriados, das 10h às 17h
Período
3 de maio de 2024 10:00 - 27 de outubro de 2024 17:00(GMT-03:00)
Local
Centro Cultural Sesc Quitandinha
Avenida Joaquim Rolla, 2, Petrópolis, Rio de Janeiro - RJ
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Cecilia Vicuña (Santiago, Chile, 1948) “Sonhar a água — Uma retrospectiva do futuro (1964…)” é uma colaboração da Pinacoteca com o Museu Nacional do Chile, em Santiago, e com o
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Cecilia Vicuña (Santiago, Chile, 1948) “Sonhar a água — Uma retrospectiva do futuro (1964…)” é uma colaboração da Pinacoteca com o Museu Nacional do Chile, em Santiago, e com o Malba, em Buenos Aires. A curadoria é do peruano Miguel López e levará pinturas, fotografias, vídeos, peças sonoras, esculturas e instalações da artista para a Pina Contemporânea. Um de seus trabalhos mais emblemáticos, Menstrual (2006), poderá ser visto pelo público pela primeira vez no Brasil.
Essa é a primeira grande mostra da artista chilena no Brasil, reúne cerca de 200 obras que abrangem os 60 anos de sua produção e apresenta o compromisso de Vicuña com as lutas populares, o respeito aos direitos humanos e a proteção ambiental. O nome da exposição representa um convite para mudarmos nossa relação com a terra.
NÚCLEOS
A exposição é organizada em nove núcleos. O primeiro é “Tribu No“, nome de um grupo de jovens artistas e poetas de Santiago que, como ela, buscavam expressar sua oposição às forças conservadoras do Chile. O segundo núcleo “Pinturas, poemas e explicações” apresenta algumas de suas primeiras pinturas produzidas em Santiago, Londres e Bogotá, junto com textos explicativos.
Uma série de documentos, fotografias e materiais impressos relacionados com as campanhas de solidariedade com o Chile compõem o núcleo “Artistas pela democracia“, enquanto o núcleo “Vicuña na Colômbia” representa o momento em que Vicuña atravessou um período de explosão criativa no qual deu vida a centenas de desenhos, colagens e pinturas, ações em espaços públicos, oficinas educativas, projetos cenográficos e filmes experimentais em 16 mm.
O quinto núcleo da exposição leva o nome “Palabrarmas” e representa o período (1973) em que a artista começou a produzir uma série de desenhos, colagens e vídeos que refletiam sobre o papel da poesia em um tempo de repressão política e desaparecimentos forçados na América do Sul.
O “Quipu desaparecido” faz alusão ao legado de sequestros e assassinatos por motivos políticos perpetrados por várias ditaduras latino-americanas do século XX. O núcleo 7, “Precarios” traz as primeiras obras precárias de Vicuña criadas na Praia de Concón, no Chile, em 1966. A instalação “Quipu menstrual” (O sangue dos glaciais) nomeia o oitavo e último núcleo da mostra. Na Pina, visitantes poderão ver uma versão feita para o espaço da Grande Galeria.
Serviço
Exposição | Sonhar a água — Uma retrospectiva do futuro (1964…)
De 18 de maio a 15 de setembro
De quarta a segunda, das 10h às 18h
Período
18 de maio de 2024 10:00 - 15 de setembro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Pinacoteca Contemporânea
Av. Tiradentes, 273, Luz, São Paulo - SP
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Esculturas e instalações suspensas que, através de tramas e elementos têxteis, apresentam ao público a força da manufatura na arte contemporânea brasileira. Esse é o mote das obras criadas
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Esculturas e instalações suspensas que, através de tramas e elementos têxteis, apresentam ao público a força da manufatura na arte contemporânea brasileira. Esse é o mote das obras criadas pela artista paranaense Lidia Lisbôa, em cartaz no Museu de Arte do Rio (MAR) a partir deste sábado, 18/05, Dia Internacional dos Museus. A exposição “Têta”, primeira individual da artista na instituição, apresenta cerca de 30 obras e tem a curadoria de Amanda Bonan, Marcelo Campos, Amanda Rezende, Thayná Trindade e Jean Carlos Azuos. A mostra terá algumas obras inéditas comissionadas pela instituição, e faz parte do “Mulheres no MAR”, programa que visa ampliar a exibição da arte produzida por artistas brasileiras. Essa é a terceira exposição do projeto, que iniciou com a individual “Ònà Irin: Caminho de ferro”, de Nádia Taquary, e recentemente com “Pamuri Pati: Mundo de Transformação”, de Daiara Tukano.
Úteros, tetas, cordões umbilicais e cupinzeiros fazem parte da poética da artista Lidia Lisbôa. Com uma pesquisa que perpassa o território ancestral e o corpo feminino, a artista convida o público a uma imersão em suas obras. “Lidia é uma mulher negra que se aproxima do que, poeticamente, se vinculou ao feminino nas artes, principalmente a questão têxtil e a própria pesquisa sobre a argila. Em tudo é uma obra muito próxima das mãos, do fazer manual, mas com o pensamento contemporâneo ampliado. Ela instala, pendura, espalha no chão, faz em quantidade e acumula. O ateliê de Lidia é constituído de elementos de costura como tecidos e retalhos, botões, filós, todos os elementos que a gente encontraria num ateliê de costura. Mas é importante dizer também, que há neste lugar uma escolha muito assertiva dela nesses materiais, ou seja, ela compra os rolos de tecido, não é somente um material de coleta ou descarte. Isso dá à própria obra da Lidia o elemento da escolha, sobre a qual a noção de uma colcha de retalhos não se enquadraria”, afirma Marcelo Campos, curador-chefe do MAR.
O Museu de Arte do Rio é um equipamento da Prefeitura do Rio de Janeiro, de responsabilidade da Secretaria Municipal de Cultura, gerido pela Organização de Estados Ibero-Americanos (OEI). A mostra ficará em cartaz até 8 de setembro e ocupa o térreo do pavilhão de exposições. A prática da artista se desenvolve em suportes distintos e suas instalações escultóricas trazem elementos como crochê, macramê e costura. “O MAR tem a vocação de ser um espaço plural e pulsante, onde o pensamento extrapola os sentidos. E é isso que Lidia Lisboa transmite em suas produções, quando valoriza a força da figura feminina e a coloca em sintonia com a arte contemporânea brasileira ao mesmo tempo em que nos inquieta com as paisagens do corpo e da memória para além do que se vê”, afirma Leonardo Barchini, diretor da OEI no Brasil.
Obras
O público que visitar o térreo do Pavilhão de Exposições do MAR irá encontrar obras da série intitulada “Tetas que deram de mamar ao mundo”, cuja produção foi iniciada em 2011. Tratam-se de esculturas têxteis de grandes dimensões que são alçadas ao teto e caem próximas ao chão, numa forma que remete aos seios femininos. A exposição apresenta ainda seus trabalhos escultóricos, em especial, a série Cupinzeiros. Dos cordões umbilicais de seus irmãos que viu sendo cortados no parto aos cupinzeiros que observava na juventude interiorana, Lisbôa costura e transforma suas memórias em arte.
Serviço
Exposição | Têta
De 18 de maio a 8 de setembro
Terça a domingo, das 11h às 18h (última entrada às 17h)
Período
18 de maio de 2024 11:00 - 8 de setembro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Museu de Arte do Rio - MAR
Praça Mauá, 5 – Centro, Rio de Janeiro – RJ
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Com curadoria do crítico e curador Adolfo Montejo Navas, a mostra Ars Sonora apresenta ao público uma faceta menos conhecida do multi-instrumentista Hermeto Pascoal – sua produção como
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Com curadoria do crítico e curador Adolfo Montejo Navas, a mostra Ars Sonora apresenta ao público uma faceta menos conhecida do multi-instrumentista Hermeto Pascoal – sua produção como artista visual. Em 2019, uma primeira montagem da exposição integra a 14ª Bienal de Curitiba e, agora, chega a São Paulo ampliada e em voo solo.
Músico autodidata em atividade desde a década de 1940, Hermeto Pascoal grava o seu primeiro disco, “Hermeto”, nos Estados Unidos, em 1971. Um ano antes emplaca duas composições suas no icônico “Live-Evil”, gravado ao vivo com Miles Davis. Em 1979 se apresenta no Festival de Jazz de Montreaux, na Suíça. Em sua longeva trajetória recebeu o Grammy Latino em 2019, na categoria “Melhor Álbum de Música de Raízes em Língua Portuguesa”. E em maio do ano passado foi nomeado doutor honorário da Juilliard School, de Nova York (EUA) – o título foi entregue pelo trompetista Wynton Marsalis.
Em Ars Sonora – Hermeto Pascoal, o público pode conhecer sua criação no território das artes visuais. Pioneira, a mostra abrange diferentes linguagens, como desenhos, pinturas, objetos e proto-instrumentos musicais. A produção ultrapassa fronteiras disciplinares e, de modo ampliado, estabelece relações com a performance e as artes visuais.
A proposta da exposição Ars Sonora – Hermeto Pascoal é reconhecer sua produção para além dos já difundidos conceitos de Música Livre e Música Universal. Neles, o artista afirma a quebra das barreiras culturais, ultrapassando linguagens e suportes estabelecidos pela tradição. Nesse sentido, a mostra reúne objetos feitos dos mais diferentes materiais, deslocados do seu uso cotidiano e reconfigurados em seu sentido visual. Panos de prato, chaleiras, caixas de presente, sacolas, brinquedos, roupas e toalhas de mesa servem à ampliação musical transpostas para a apreciação visual, dando forma a um vasto arquivo sensorial e sonoro.
Articulando sons e ruídos a partir da musicalidade coletada de animais e de objetos do dia a dia, o artista transforma usos e funções, construindo assim o seu alfabeto sonoro e visual próprio até chegar no glossário da sua linguagem, a “Hermetologia”.
“A obra ímpar e caleidoscópica de Hermeto Pascoal deve ser reconhecida de forma mais ampla, muito além das coordenadas estritamente musicais nas quais é mal confinada a maioria das vezes”, afirma o curador. “A compreensão da obra de Hermeto Pascoal também como música visual se baseia na consideração porosa de sua obra, uma arte sonora que ultrapassa seus eixos musicais para desenvolver uma potência sinergética de escritura musical e visual ao mesmo tempo, de visualidade sonora e gestual, que contamina todo tipo de instrumentos-objetos-suportes como novos espaços-registros de representação sonora (experimentações diversas com a natureza, a animália, a voz das pessoas, as performances corporais, os desenhos, os objetos-partituras, os álbuns sonoros, visuais, as trilhas imagéticas…). Tudo isso corresponde com uma terminologia afim à poesia visual, à pangrafia, e ao mesmo tempo ao happening, à performance, a outro olhar-ver-fazer que é simultâneo às percepções, à interação som/imagem, gesto/pensamento”, completa Navas.
O que encontrar em Ars Sonora – Hermeto Pascoal
Reunindo nove diferentes vertentes de sua criação, a mostra está configurada em um conjunto de núcleos em torno da poética artística elaborada por Hermeto Pascoal. Numa combinação relacional e interconectada, tem como ponto de partida a “Música da Aura”, na qual mostra experiências sonoras realizadas com o som da voz das pessoas e a sua natureza tonal.
A seguir vêm as partituras-expansivas, os poemas-objetos e as obras em papel. É nesta seção que estão elementos retirados de seu fabrico industrial serializado e ora refeitos em música própria e pessoal, a partir das notações musicais sobrescritas, como se as partituras brotassem dos objetos.
“Cosmossonia”, a seguir, traz como ponto de partida o som e trata-se, portanto, de uma ampla conversão de todo objeto e utensílio em instrumento musical. Na sequência, “Obras-Arquivo” apresenta o Calendário do Som, obra em que Hermeto Pascoal compôs, de 1996 a 1997, uma música para cada dia do ano. Publicada em livro em 2000, foi interpretado por diferentes artistas, como a “Orquestra Família de Itiberê Zwarg” e o músico João Pedro. Ao lado das partituras estão os desenhos de Hermeto Pascoal para a obra, além de anotações e comentários do autor.
As “Pinturas Caligráficas” reúnem partituras feitas em guardanapos, convites, papeis de toda sorte, toalha de mesa, brinquedos, jogos americanos, cardápios de restaurantes e até em papel higiênico ou tampa de privada. Roupas e as paredes de locais públicos também servem de suportes às partituras. Na exposição, estão acompanhadas dos “Desenhos e Pinturas” do artista. Feitos com técnica mista, lápis de cor e caneta hidrográfica, são obras que apresentam numerosos elementos de cor e figurações livres em correspondência entre si.
O segmento “Brincando de Corpo e Alma”, uma ação performática de 2012, exibe registro audiovisual de captações sonoro-visual do artista produzindo diferentes sons no próprio corpo. É exibido ao lado de outra produção em áudio e vídeo, a peça “Ato de Criação”, trilha-sonora de Hermeto Pascoal para o curta-metragem “Eu Vi o Mundo, e Ele Começava no Recife”, de Mário Carneiro, dedicado ao artista Cícero Dias. Por fim, “Animália” é uma instalação sonora na qual diferentes formas de vida e de viver são celebradas em sua sonoridade, tendo o registro do som de bichos reunidos como parceiros artísticos de Hermeto Pascoal.
Para completar a exposição há a “Hermetologia”, glossário no qual se compila uma coleção de verbetes e citações sobre os mais diversos assuntos, com reflexões do próprio artista sobre música, som, arte, cultura, matéria e espírito.
Serviço
Exposição | Ars Sonora
De 29 de maio a 03 de novembro
Terça a sexta, das 9h às 20h, sábado, das 10h às 20h, domingo e feriado, das 10h às 18h
Período
29 de maio de 2024 09:00 - 3 de novembro de 2024 20:00(GMT-03:00)
Local
Sesc Bom Retiro
Alameda Nothmann, 185 – Bom Retiro – São Paulo - SP
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A ideia de afrofuturismo remete a um campo complexo e polêmico de posicionamentos intelectuais, políticos e artísticos dissidentes. O termo costumeiramente está associado com a ideia de antirracismo, ancestralidade, futuro
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A ideia de afrofuturismo remete a um campo complexo e polêmico de posicionamentos intelectuais, políticos e artísticos dissidentes. O termo costumeiramente está associado com a ideia de antirracismo, ancestralidade, futuro e tecnoculturas. As práticas do afrofuturismo são movidas pela constatação da invisibilidade histórica e ideológica do negro nas sociedades ocidentais, demonstrada na ausência de representatividade e protagonismo negros na literatura, nas artes, nas ciências, na história e nas narrativas de ficção científica. Nesse contexto, o afrofuturismo sinaliza para a existência de uma humanidade negra, em um mundo não determinado pelo racismo e pela opressão. Um mundo pós-racial.
O termo afrofuturismo foi cunhado pelo escritor Mark Dery em 1994 (Black to the future) e difundido por pensadores e artistas afro-americanos que criticam a escravização enquanto mecanismo de apagamento de vidas negras. Ele informa um conjunto de práticas intelectuais e artísticas, orientadas para a construção de realidades não marcadas pela supremacia racial.
Uma visão peculiar desse debate encontramos no teórico Achille Mbembe, em seu texto Afropolitanismo (2005). Para o autor camaronês, existe uma modernidade africana pré-colonial, que foi devastada em sua materialidade e memória pelas práticas colonialistas. Por essa ótica, a visão afrofuturista consiste em desvelar a modernidade em um passado ancestral, presente ainda em espaços sociais que lhe são reminiscentes, a exemplo dos territórios sagrados das religiões afro-diaspóricas e comunidades quilombolas.
A exposição Bahia afrofuturista: Bauer Sá e Gilberto Filho, ao promover o diálogo entre dois artistas negros com poéticas distintas, busca apresentar diferentes abordagens dessa nova estética, comprometida com o ativismo negro. As linguagens eleitas pelos artistas — a fotografia e a escultura — servem como estratégia para experimentação de conceitos como a corporeidade e a espacialidade em perspectiva afirmativa e afrocentrada.
Bauer Sá (1950) faz parte da tradição de negros baianos que fizeram carreira enquanto fotógrafos ou fotojornalistas. No entanto, o que é peculiar na sua produção é a inserção da sua fotografia em um refinado circuito de instituições e coleções de artes visuais, circuito esse que era, diga-se de passagem, majoritariamente branco no Brasil. Na Bahia, Bauer Sá e Mário Cravo Neto são contemporâneos e fazem parte desse mainstream que contribuiu para elevar a fotografia ao status de obra de arte, embora o racismo tratou de construir trajetórias e privilégios distintos para ambos.
Uma primeira questão deve ser destacada ao se pensar o solitário processo criativo de Bauer: a forma como o corpo negro é politicamente atravessado pela condição de sujeito nas suas elaboradas construções imagéticas. Bauer é um dos pioneiros, enquanto artista negro, da arte antirracista na Bahia. Seu trabalho é uma crítica contundente à longa tradição etnográfica de representação do corpo negro enquanto corpo-coisa (corpo escravizado). Dessa forma, podemos vinculá-lo às inquietações afrofuturistas.
Suas imagens são construídas utilizando elaborações metodológicas sintéticas e precisas, com o intuito de apurar o seu discurso visual. Isso explica a opção pela fotografia em preto e branco, técnica aprendida enquanto assistente no laboratório do seu pai. Todo um controle formal está a serviço do apuro narrativo das imagens. Geralmente os seus trabalhos articulam dois elementos — um modelo negro e um objeto precisamente selecionado — que performam uma ação provocativa e política.
O seu talento produz padrões visuais minuciosamente construídos e elaborados. A modelagem da luz sobre o fundo preto gera um brilho suave na superfície, de modo a revelar na pele negra um raro jogo de claro e escuro. Tal realização estética representa um desafio técnico na apreensão da imagem do negro e sua fotogenia. É recorrente, no senso comum, a afirmação racista de que o negro “queima o filme”. Bauer destrói essa ideia infame. A realização do seu sofisticado processo de criação justifica a opção pela foto de estúdio, onde é possível se ter um controle rigoroso sobre a imagem produzida.
O corpo negro em Bauer, em fina ironia à tradição racista ocidental, também está nu. No entanto, a nudez nas suas fotos não coisifica nem hipersexualiza o corpo negro. A nudez em sua obra é cortante, política, revolucionária. É prerrogativa de uma humanidade negra que denuncia desigualdades e reivindica a condição e o lugar de sujeito àqueles corpos insubmissos. Bauer Sá faz foto-guerrilha. Sua estética pode ser compreendida pela “tradição radical negra”, onde o corpo-coisa cede lugar ao corpo-imagem, promovendo a morte da fotografia etnológica, tão comum na Bahia. Essa postura lhe confere um lugar de destaque, mesmo que à margem, na história da arte baiana. A sua obra impacta pela violenta objetividade das mensagens que elas veiculam. Sem ser panfletário, o ativismo artístico de Bauer Sá desconstrói e constrange velhas representações racistas. As suas imagens, de rara poética insurgente, revelam um obra que instaura uma crítica ao presente, como sugere fabulações de um futuro onde a humanidade negra é possível.
Gilberto Filho (1953) iniciou o seu fazer artístico como aprendiz de marceneiro na oficina de seu pai, na cidade histórica de Cachoeira, no recôncavo baiano. Essa cidade foi outrora a sede da primeira aristocracia rural da América, condição que lhe converteu em num lugar estratégico para a confluência de populações africanas oriundas do escravismo. A grande concentração de afrodescendentes transformou a cidade em uma importante referência da cultura afro-brasileira. Isso justifica a presença de inúmeros artistas negros que produzem esculturas em madeira e que gozam de prestígio pela qualidade de suas obras, normalmente representando santos, deidades do candomblé e outros temas populares.
No panorama artístico cachoeirano, a obra de Gilberto Filho se destaca por se distanciar completamente das temáticas dos seus conterrâneos. A sua produção veicula uma rasura na concepção de temporalidade. Ele evade das noções de passado e presente ocidentais, colocando em suspensão a ideia linear de tempo através de uma imaginação disruptiva que constrói cidades que são devaneios futuristas. Gilberto ressignifica o futuro em uma modernidade ancestral, concebida enquanto um sistema de saberes e crenças do passado que orientam o entendimento do mundo.
Na paisagem colonial da cidade de Cachoeira, o artista promove um estranhamento poético ao construir em pau d’arco, jacarandá, sucupira, angelim, louro e outras madeiras de lei, megalópoles afrofuturistas. O artista também faz uso de madeira de demolição para criar o futuro sobre as ruínas do passado. Um passado aparentemente superado em construções arquitetônicas grandiosas, que lembram as cidades das histórias de ficção científica.
Em sua manufatura, reconhecemos diversas técnicas tradicionais para se trabalhar a madeira, tais como marchetaria, entalhes e recortes. Com o auxílio de formões, tornos, serras e martelos, ele vai dando vida a conjuntos de arranha-céus, laboriosamente trabalhados em suas torres, frontões, cúpulas, varandas, esquadrias, pilotis e incontáveis pavimentos. Suas construções, de apurado rigor geométrico, não devem ser confundidas com maquetes, pois, como nos informa o artista, suas obras “não são cópias de prédios”.
A sua escala chega a medir 2,5m de altura, se estabelecendo espacialmente de forma instalativa, e nos transportando para lugares imaginários e distantes, diluindo prédios e fachadas em uma quase abstração. Gilberto inventa mundos, se impondo no espaço onde os arranjos escultóricos são montados. É curioso contemplar a contemporaneidade das suas esculturas futuristas nos velhos salões coloniais da prosaica cidade de Cachoeira.
À primeira vista, parece contraditória a utilização da madeira para a construção de mundos futuros, visto que esses sempre foram associados aos novíssimos materiais sintéticos e às tecnologias de última geração. No entanto, se olharmos a questão pela perspectiva da modernidade ancestral africana, talvez o procedimento artístico de Gilberto Filho fique mais compreensível. Por essa concepção, os elementos da natureza estão carregados de energias que agem sobre a ordem do mundo, odus e destinos. Por isso, compreendemos que mora em cada toro de madeira uma memória cósmica, apontando caminhos e orientando futuros ecologicamente harmônicos. Portanto, para a construção de um futuro que supere as desigualdades do presente, nada melhor do que se orientar por essa sabedoria ancestral. Só assim será possível um mundo absolutamente novo.
As cidades em Gilberto, por outro lado, acenam para além das utopias de equidade social do modernismo. Suas construções parecem desabitadas, à espera dos ideais de justiça e igualdade que estão por vir e que irão promover uma horizontalidade efetiva das estratificações sociais. O artista nos convida a sobrevoar uma sociedade antirracista, onde as suas esculturas servem de inspiração para narrativas afrofuturistas. Uma urbe que caiba a humanidade negra, uma Wakanda brasileira.
Pensar a produção de Bauer Sá e Gilberto Filho é um exercício de compreensão de distintos enfrentamentos antirracistas, nesse momento em que estamos unindo esforços para reescrever a história da arte brasileira de forma diversa e inclusiva, evidenciando o protagonismo de negros e indígenas. Rompendo com estereótipos impostos pela sociedade ocidental, a arte negra vem ganhando espaços relevantes e o artista negro rompendo a secular invisibilidade ideológica, se afirmando como autor de uma poética artística necessária para se pensar a cultura no Brasil.
Serviço
Exposição | Bahia Afrofuturista: Bauer Sá E Gilberto Filho
De 04 de junho até 28 de setembro
Segunda a quinta, das 10h às 19h, sexta, das 10h às 18h, sábado, das 11h às 15h
Período
4 de junho de 2024 10:00 - 28 de setembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Galatea Salvador
R. Chile, 22 - Centro, Salvador - BA
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Mostra retrospectiva que traça um panorama da atuação do artista nas últimas décadas, cujo trabalho faz uso de uma variedade de materiais e suportes, e aponta para temas como ecologia
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Mostra retrospectiva que traça um panorama da atuação do artista nas últimas décadas, cujo trabalho faz uso de uma variedade de materiais e suportes, e aponta para temas como ecologia e ancestralidade, urgentes dos tempos atuais. Numa reflexão sobre seu processo de criação, Luiz Zerbini afirma que “viver é ruminar paisagens”.
Artista multifacetado paulistano, Zerbini é um dos grandes representantes da Geração 80 brasileira.
A ruminação, como método, é o ponto de partida curatorial para a exposição, que acompanha as constantes reelaborações paisagísticas da obra do artista: do seu exercício cotidiano de pintar as paisagens de caráter sonoro, histórico e alegórico.
A obra de Zerbini é um convite à reflexão sobre a natureza da arte e sua relação intrínseca com a vida. Além de sua proeminência como pintor, ele destaca-se como um artista multimídia, cuja produção multifacetada explora os limites entre as artes visuais, a música e o cinema.
Serviço
Exposição | Paisagens Ruminadas
De 19 de junho a 02 de setembro
Segunda a quinta, das 10 às 19h, sexta, das 10 às 18h, sábado, das 11h às 15h
Período
19 de junho de 2024 10:00 - 2 de setembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
CCBB RJ
R. Primeiro de Março, 66 - Centro Rio de Janeiro - RJ
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“Pensar a natureza por meio da arte é um caminho magnífico para sensibilizar as pessoas sobre sua importância, e Efrain Almeida desenvolve um trabalho poético em torno deste tema como
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“Pensar a natureza por meio da arte é um caminho magnífico para sensibilizar as pessoas sobre sua importância, e Efrain Almeida desenvolve um trabalho poético em torno deste tema como poucos”, afirma a secretária de Estado da Cultura, Luciana Casagrande Pereira. “É uma honra para o Paraná receber, no MON, essa exposição individual que com certeza vai nos emocionar e nos conectar não apenas com a natureza, mas também com a cultura popular do sertão brasileiro”, comenta.
A diretora-presidente do MON, Juliana Vosnika, explica que ao realizar essa inédita exposição o Museu Oscar Niemeyer traz um jardim para o interior da sala expositiva. “Aqui certamente haverá uma troca silenciosa entre artista e visitante”, diz
Ela ressalta que, “numa feliz coincidência”, a exposição “O Jardim” acontece simultaneamente à instalação do projeto “MON sem Paredes”, em que o Museu rompe o seu limite físico. Com um parque de esculturas interativas na área externa, o MON abraça o público e o convida a entrar.
“Com seus pássaros, casas, ninhos, árvores e diversos outros animais, Efrain nos conecta a uma natureza íntima, o que pode servir como um antídoto ao esquecimento e às efemeridades contemporâneas. Esculturas, instalações, pinturas e bordados evocam cenas simples que nos fazem entrar em contato com a nossa essência”, afirma Juliana.
O curador Bitu Cassundé explica que a exposição, além de apresentar diferentes períodos da produção de Efrain, compreende também a transição que se estabelece nos projetos escultóricos do artista. “Vai da produção em madeira ao bronze, além de contemplar outras técnicas trabalhadas por ele, como pintura, bordado e desenho”, comenta.
A exposição dá prosseguimento à pesquisa que se inicia em 2020 e se desdobra no documentário “Ensaio para outros Instantes” (2021) e na exposição Encarnado (2023), apresentada no Centro Cultural do Cariri, em Crato (CE). “Ambos os trabalhos discutem o corpo, o sagrado e o território a partir de Canindé e Juazeiro do Norte, importantes centros religiosos daquele estado”, informa Cassundé.
Serviço
Exposição | O Jardim
De 20 de junho a 27 de outubro
Terça a domingo, das 10h às 18h, acesso até as 17h30
Período
20 de junho de 2024 10:00 - 27 de outubro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Museu Oscar Niemeyer (MON)
R. Mal. Hermes, 999 - Centro Cívico, Curitiba - PR
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Sem ter formação como arquiteto ou engenheiro, ele ergueu edifícios que perduram até hoje e se tornaram ícones de São Paulo e objetos de desejo. Em um tempo em que
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Sem ter formação como arquiteto ou engenheiro, ele ergueu edifícios que perduram até hoje e se tornaram ícones de São Paulo e objetos de desejo. Em um tempo em que imperava a sisudez do cinza e de linhas retas, Artacho preencheu a cidade com construções festivas, coloridas, em uma mescla de texturas e formas. Também rompeu padrões ao incluir áreas de lazer e convívio, oferecendo aos moradores um estilo de vida cinematográfico
Artacho Jurado (1907-1983) amava a ópera e os charutos. Embalado por esse gênero musical e pelo tabaco, ele seguia madrugada adentro, em seu apartamento no Edifício Piauí – o primeiro que ergueu no bairro de Higienópolis, em São Paulo, com ampla vista para a cidade –, criando as plantas dos prédios que logo construiria. Na contramão dos traços racionalistas da arquitetura moderna, Artacho se tornou uma espécie de aquarelista da cidade, com projetos que destacavam elementos ornamentais e decorativos, cores vibrantes e espaços de convivência que perduram até hoje.
É este espírito que, de 20 de junho a 15 de setembro, a Ocupação Artacho Jurado, apresenta ao público no espaço Multiuso – segundo piso do Itaú Cultural. Cerca de 130 peças, entre imagens, fotografias, vídeos, desenhos originais, publicidade de época, uma maquete e o acervo pessoal da família Jurado – além de recursos acessíveis – permitem ao público conhecer a fundo a vida e obra deste empreendedor, que ajudou a desenhar a paisagem urbana. Ele via no mercado imobiliário da época possibilidades muito além da sobriedade e racionalidade geométrica que guiava outros arquitetos do período.
A curadoria desta Ocupação é do antropólogo, curador, pesquisador e roteirista documental Guilherme Giufrida, ao lado da curadora, arquiteta e pesquisadora Jéssica Varrichio e da equipe do Itaú Cultural formada pelos núcleos de Artes Visuais e de Informação e Difusão Digital, o qual abriga a Enciclopédia da instituição. A expografia é de Juliana Godoy.
“Procuramos revelar a pragmática construtiva de Artacho”, explica Giufrida. “Seguimos menos pelo raciocínio das ideias ou do teórico, já que a arquitetura dele foi pouco considerada em termos acadêmicos, para olhar para os aspectos construtivos dos materiais formais que é aquilo em que ele mais se debruçava”, completa.
O arquiteto autodidata desenhava à mão os cobogós, gradis de guarda-corpos, a paleta de cores de cada edifício, as marquises das coberturas, as amplas janelas pouco usuais no período. “Ele foi como um aquarelista de São Paulo”, observa Jéssica.
Espaço expositivo
A entrada da Ocupação embala o público com o som das óperas favoritas de Artacho e a vista de alguns de seus apartamentos, proporcionando um diálogo com o arquiteto ao experienciar a paisagem urbana. É neste momento que o público conhece a sua personalidade e importância para o legado arquitetônico da cidade, da história da arquitetura, da indústria dos empreendimentos imobiliários e da propaganda. O período contempla o final da era Vargas, quando país entrava na Quarta República – iniciada em 1946 com a posse de Gaspar Dutra e encerrada em 1964 pelo golpe militar.
Na sequência, entra-se em um núcleo que revela a história de Jurado antes de se embrenhar na construção arquitetônica. Nascido no bairro do Brás, em São Paulo, em 1907, filho de imigrantes espanhóis, ele começou a sua carreira como letrista de cartazes, estandartes, feiras e exposições, na década de 1920. Depois, passou a desenhar estandes para feiras industriais. Acabou se estabelecendo como organizador de grandes eventos, como as exposições Centenário da cidade de Santos e Bicentenário de Campinas.
Fotos da época de neons, luminosos publicitários – que ele desenhava e produzia – e dos estandes que criava para as feiras com novidades da indústria ilustram este núcleo. Aqui se revela quando, em 1946, Artacho decidiu entrar na construção civil ao lado do irmão Aurélio. Os dois construíram casas, pequenos prédios e vilas. Por fim, já entrando na década 1950, criaram a Construtora Monções, fonte de suas obras mais emblemáticas. O primeiro empreendimento foi um conjunto de casas no bairro do Brooklin Novo, na zona sul de São Paulo, no qual a venda dos imóveis incluía telefone e automóvel.
Uma grande maquete comissionada demonstra os edifícios mais importantes do arquiteto e como foram inseridos na topografia de São Paulo e de Santos, formando uma cronologia geolocalizada de seus projetos. É possível imaginar que, no início dos anos 1950, do edifício Saint Honorè, situado na Avenida Paulista, era possível ver os prédios Cinderela, Piauí e Bretagne, em Higienópolis, de onde, por sua vez, se enxergava o edifício Parque das Hortênsias, e, a partir dele, as construções do Louvre, Viadutos e Planalto, no centro. Uma projeção em vídeo-mapping sobre a maquete traz informações sobre cada um deles e como mudaram a paisagem paulistana, quando a cidade dava os primeiros passos em direção à sua verticalização.
Outro núcleo revela o conceito de lazer e ócio impregnado por Artacho em seus empreendimentos. Ele foi pioneiro na oferta, no térreo e na cobertura dos projetos, de áreas comuns, onde os moradores poderiam se encontrar e confabular, entre salões de festas, de chá, de música e galerias de arte. Um estilo de vida no gênero american way of life, que era viabilizado com espaço para publicidades e anúncios nas coberturas, barateando o valor do condomínio.
No espaço seguinte, o visitante se depara com o ambiente festivo que embalava as suntuosas inaugurações dos prédios: havia bandas e fanfarras, convidados internacionais, políticos, celebridades, religiosos e apresentações musicais e de dança. A abertura do Edifício Bretagne, por exemplo, contou com apresentações de cortejo de cavalaria e da Escola de Balé de Higienópolis. Teve, ainda, as presenças de Eurlyne Howell, Miss Estados Unidos, e de Odette le Mintier de Léhélec, viscondessa da França. Não por acaso essa arquitetura e glamour de inspiração cinematográfica serviu de cenário para filmes, comerciais e videoclipes, da época em que os edifícios foram construídos até hoje.
Gramática do arquiteto
Uma parede inteira do espaço expositivo é dedicada ao que os curadores chamam de gramática de Artacho. Ela acolhe um ensaio fotográfico comissionado do fotógrafo Tuca Vieira que revela em detalhes os seus elementos construtivos, propondo uma pesquisa abrangente sobre a estética do arquiteto e seu desenvolvimento no tempo, a partir de alguns de seus edifícios.
Esse estilo foi desenvolvido por ele em um período em que a indústria pregava a padronização de elementos na construção civil, enquanto Artacho propunha uma junção entre o industrial e o artesanal. Assim, ele mesmo desenhava os lustres, os cobogós, as janelas, as escadas, as rampas e os gradis de cada apartamento e de todos os prédios que construiu. O escopo deste núcleo se desdobra em uma publicação, distribuída no balcão de atendimento no piso térreo e na própria Ocupação, com desenhos da ilustradora Juliana Russo, que traduzem em traço, desenho e cor a sua caligrafia projetiva.
Outro espaço nobre da mostra apresenta dezenas de imagens do edifício Parque Verde Mar feitas pelo fotógrafo alemão Hans Günter Flieg. Nascido em 1923, ele é um dos mais versáteis profissionais a registrar o desenvolvimento industrial, arquitetônico e publicitário de São Paulo, quando começava a se anunciar moderna. Com os ensaios fotográficos encomendados por Artacho, ele ressaltou desejos e perspectivas sociais e culturais de toda uma época, demonstrando como a experiência do morar tornou-se uma das principais vitrines da vida moderna, um aspecto em consonância com o modo como o arquiteto projetava e vendia seus edifícios.
A riqueza da proposta construtiva de Artacho também se evidencia nos estudos que realizou para os seus diversos projetos – inclusive aqueles que nunca saíram do papel, como o Edifício Marajoara. O conjunto de documentos inéditos apresentados nessa mostra permite conhecer as diferentes etapas de um projeto arquitetônico: estudos de volumetria, esboços de ambientes internos, hall, salões, fachadas e terraços, além das perspectivas coloridas utilizadas para apresentar e vender os empreendimentos aos futuros moradores.
Serviço
Exposição | Ocupação Artacho Jurado
De 20 de junho a 15 de setembro
Terça-feira a sábado, das 11h às 20h; domingos e feriados, das 11h às 19h
Período
20 de junho de 2024 11:30 - 15 de setembro de 2024 20:00(GMT-03:00)
Local
Itaú Cultural
Avenida Paulista, 149, Sâo Paulo - SP
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Uma das fotógrafas mais importantes do mundo, Claudia Andujar é a nova artista a ocupar a Pinacoteca do Ceará. O museu, que integra a Rede Pública de Equipamentos e Espaços Culturais (Rece)
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Uma das fotógrafas mais importantes do mundo, Claudia Andujar é a nova artista a ocupar a Pinacoteca do Ceará. O museu, que integra a Rede Pública de Equipamentos e Espaços Culturais (Rece) da Secretaria da Cultura do Ceará (SECULT) e é gerido pelo Instituto Mirante, abre a exposição “Claudia Andujar. Minha vida em dois mundos” no sábado, 22 de junho, a partir das 17h. A entrada é gratuita e haverá acessibilidade em Libras.
A programação de abertura contará com uma sessão especial do documentário “A senhora das flechas” (The Lady with the Arrows”, 2024), de Heidi Specogna. O filme, que foi exibido no Brasil apenas durante o festival “É Tudo Verdade” deste ano, aborda a relação de afeto e militância de Claudia Andujar com o povo indígena Yanomami. A sessão acontece às 17h30 e serão distribuídos 80 ingressos por ordem de chegada, a partir das 16h.
Dividida em cinco núcleos, “Claudia Andujar. Minha vida em dois mundos” tem curadoria de Eduardo Brandão e reúne cerca de 200 fotografias da artista suíça naturalizada brasileira. O título reforça a proposta curatorial, que traz diferentes olhares e trânsitos de Andujar: entre o fotojornalismo e a arte experimental; as grandes cidades e a floresta; a Europa, onde ela nasceu, e a América, continente que a acolheu após a perseguição nazista à sua família paterna; ela própria e o Outro.
Reconhecida por sua atuação humanista na fotografia, Andujar constrói os trabalhos a partir de uma longa convivência com o ambiente, as pessoas e os costumes. É o que se vê em séries como “Famílias Brasileiras”, um dos primeiros ensaios que ela realizou no Brasil, no qual passou longos períodos convivendo com diferentes famílias em cidades de São Paulo, Minas Gerais e Bahia. O intenso trabalho de reelaboração das imagens feito pela artista também é destaque na exposição. Em “A Sônia”, para refletir esteticamente sobre as formas do corpo feminino, as fotografias com filme infravermelho são posteriormente refotografadas, com um uso experimental de filtros de cor e sobreposições.
“Trem Baiano” é outro importante trabalho presente na mostra, que retrata migrantes que tentavam se estabelecer em São Paulo voltando às suas cidades de origem, enviados pelo Departamento de Imigração e Colonização de São Paulo. Para fazer o ensaio publicado numa reportagem da clássica revista Realidade, em 1969, Andujar embarcou sozinha no trem que saía de São Paulo e parava em diversas cidades no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e na Bahia.
A colaboração com Realidade levou a fotógrafa a ter o primeiro contato com os indígenas Yanomami, trabalhando numa edição especial sobre a Amazônia, em 1971. A partir daí, Claudia Andujar estabelece uma ligação cuidadosa e comprometida com aquele povo ameaçado à época – e até hoje – pelo garimpo e por interesses políticos e econômicos, como o projeto de desenvolvimento industrial do governo militar, que construiu grandes rodovias na região.
Em plena ditadura militar, Claudia passa a atuar na luta política em defesa do povo Yanomami, que a acolhe e reconhece na artista uma aliada. Durante os anos 1970, ela faz diversas viagens ao território, chega a morar durante 14 meses na Reserva Catrimani e se envolve com o modo de vida local, a cultura, os hábitos e rituais daquele povo.
Em 1977, enquadrada na Lei de Segurança Nacional, editada pelo Governo Militar, ela é retirada à força do território indígena, sendo proibida de voltar à Amazônia. A partir daí, a fotógrafa funda, em 1977, a Comissão pela Criação do Parque Yanomami (CCPY), que tinha como objetivo a demarcação do território, o que se concretiza apenas em 1992, com a criação da Terra Indígena Yanomami.
Esse período é retratado especialmente nas séries “Catrimani”, “Reahu”, “Sonhos Yanomami” e “Marcados”, em que é possível perceber a aproximação real entre a fotógrafa e o povo Yanomami, além do experimentalismo de linguagem que, ao longo do tempo, foi sendo ampliado até chegar a propostas estéticas extremamente inovadoras.
A retrospectiva “Claudia Andujar. Minha vida em dois mundos” ficará em cartaz na Pinacoteca do Ceará até 29 de dezembro de 2024 e conecta o Ceará a um circuito internacional de museus que têm repercutido o grande trabalho de Claudia Andujar. Nos últimos anos, a obra da artista tem sido exposta em instituições de todo o mundo, com apoio da Fondation Cartier pour l’Art Contemporain (França), como no México, Itália, Espanha, Suíça, Inglaterra, Estados Unidos e Alemanha. Sempre gratuita, a Pinacoteca oferece aos visitantes a chance de conhecer uma das fotógrafas mais celebradas da arte contemporânea que, aos 93 anos, traz uma contribuição fundamental para compreender o Brasil.
A exposição tem classificação indicativa de 12 anos e contará com diversos recursos de acessibilidade, como obras táteis, audiodescrição, Braille e vídeo em Libras, além de uma série de atividades formativas, com diversos públicos, ao longo de todo o período de exibição.
Documentário “A Senhora das flechas”
Exibido no Brasil em abril deste ano, durante o festival “É tudo verdade” (SP), o documentário “A Senhora das flechas” (The Lady With the Arrows, 2024), da diretora suíça Heidi Specogna, mostra o relacionamento profundo de Claudia Andujar com o povo Yanomami, numa costura emocionante a partir da biografia da artista, sua relação com a fotografia e o ativismo na luta contra a exploração da floresta amazônica e a defesa do povo Yanomami
Serviço
Exposição | Claudia Andujar. Minha vida em dois mundos
De 22 de junho a 29 de dezembro
Segunda a sexta, das 10h às 19h; sábados, das 10h às 11:30h
Exibição do documentário | A Senhora das flechas (The Lady With the Arrows, 2024)
Sábado, 22 de junho, a partir das 17h30
Auditório da Pinacoteca do Ceará
Acesso gratuito | 80 ingressos distribuídos por ordem de chegada, a partir das 16h
Período
22 de junho de 2024 10:00 - 29 de dezembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Pinacoteca do Ceará
Rua 24 de Maio, s/n, Praça da Estação, Centro - Fortaleza - CE
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Trazendo destaque para a moda de rua do Japão, a Japan House São Paulo traz a exposição “Sutorīto Fashion: moda das ruas“, que apresenta as tendências de moda desde a década
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Trazendo destaque para a moda de rua do Japão, a Japan House São Paulo traz a exposição “Sutorīto Fashion: moda das ruas“, que apresenta as tendências de moda desde a década de 1950 até os dias atuais por meio de mais de 100 registros fotográficos. Com entrada gratuita, a mostra acontece de 25 de junho a 20 de outubro, no térreo da instituição. Assim como “Efeito Japão: moda em 15 atos” (em cartaz no segundo andar até 1° de setembro), a exposição “Sutorīto Fashion: moda das ruas” é coordenada pelo diretor de moda Souta Yamaguchi.
A seleção de fotografias analisa por década as mudanças da moda de rua no Japão dos anos 1950 aos anos 2020, abordando diversas tendências internacionais, cinema e música, assim como a contracultura japonesa que surgiu em resposta às mudanças culturais, sociais, políticas e econômicas dessas épocas.
“Essa exposição faz parte do ciclo de moda que iniciamos em maio deste ano e tem como foco o cotidiano japonês e como as recentes mudanças culturais e sociais afetaram a moda de rua dos jovens. Será uma oportunidade única para entender como cada período foi traduzido, adaptado e refletido nos looks cotidianos, gerando uma identidade muito particular, criativa e inovadora.”, comenta a Diretora Cultural da JHSP, Natasha Barzaghi Geenen.
A passagem histórica da exposição tem início na década de 1950, em um contexto pós-guerra. Nesse período de recuperação e reconstrução após a Segunda Guerra Mundial, referências internacionais da alta costura e o cinema japonês servem como inspiração, além de estilos como o rockabilly. Foi um período de aumento no consumo de roupas com a difusão de peças prêt-à-porter e o avanço na qualidade de fibras sintéticas. Na década de 1960, o ambiente doméstico japonês se modernizou e a influência de tendências internacionais na moda jovem, como o uso da minissaia e de calças pantalonas tornou-se popular no Japão. Nos anos 70, os primeiros estilistas japoneses despontam nas passarelas internacionais, ao mesmo tempo em que os movimentos de contracultura no Japão são acompanhados pelo mais conservador “nyuutora” (abreviação japonesa do termo em inglês New Traditional) adotado por estudantes, com saias até os joelhos.
A década de 1980, o momento de aumento do poder econômico permitiu um gasto maior de jovens e adultos em itens da moda, inclusive artigos de luxo. Foi o auge da popularidade das DC Brands (abreviação de Designer’s & Character’s), nome dado às marcas fundadas por designers renomados. As revistas de moda e lifestyle também eram essenciais em ditar tendências vistas nas ruas e o estilo “shibuya casual“, baseado no “amekaji” (abreviação japonesa do termo em inglês American Casual) tornou-se popular especialmente entre os estudantes. Já nos anos 90, surgiram várias culturas, subdividindo os estilos. A moda que mais impactou as gerações posteriores foi a “ura-harajuku” (estilo que surgiu quando lojas de designers famosos foram abertas no bairro de Harajuku), onde as marcas que herdaram o contexto da cultura de rua, como skatistas e DJs, criaram um grande movimento. Por outro lado, no bairro de Shibuya, que continuava sendo o centro da cultura jovem, surgiram as “kogal”, que desencadeou uma tendência da moda baseada na combinação de saias de uniforme escolar com bainhas curtas e meias até a altura da panturrilha, criando uma cultura singular que deu início ao boom das “colegiais”.
A década de 2000 é marcada pelo surgimento de várias redes de fast fashion internacionais no Japão. Os estilos ficaram mais globalizados em conjunto com a popularização da internet. Nos anos 2010, impactados pelo Grande Terremoto do Leste do Japão de 2011, jovens japoneses passaram a buscar um estilo mais simples e sustentável, fazendo com que a moda contemporânea priorizasse o conforto e um caimento solto das roupas.
Em complemento à evolução década a década, a exposição apresenta também uma coletânea de 25 fotos retiradas da Revista FRUiTS, uma das plataformas mais influentes de documentação acerca do streetstyle japonês entre os anos 1997 e 2017, quando teve sua última publicação. A revista foi responsável por registrar como os jovens, que resistiam aos padrões de estilo da época, se vestiam na região de Harajuku, no distrito de Shibuya, em Tóquio, local que viria a ser conhecido como um dos principais centros de cultura jovem do país, marcando toda uma geração. Até hoje, a criatividade e a espontaneidade desse movimento inspiram designers e amantes da moda do mundo todo.
De forma a estender a experiência do público para além da exposição, a JHSP promoverá atividades paralelas durante todo o período expositivo, como visitas mediadas, seminários, workshops e bate-papos com especialistas. Dentro do programa JHSP Acessível, a exposição “Sutorīto Fashion: moda das ruas” ainda conta com recursos de audiodescrição e vídeo libras. Esta exposição é realizada em cooperação com a “ACROSS” by PARCO CO., LTD. – mídia que pesquisa a cultura jovem e a moda de Tóquio – e a Revista FRUiTS, publicação que documentou a moda de rua japonesa.
Exposição | Sutorīto Fashion: moda das ruas
De 25 de junho a 20 de outubro
Terça a sexta, das 10h às 18h; sábados, domingos e feriados, das 10h às 19h
Período
25 de junho de 2024 10:00 - 20 de outubro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Japan House São Paulo
Avenida Paulista, 52 – Bela Vista, São Paulo - SP
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A partir de 26 de junho será possível conhecer o pensamento da antropóloga, historiadora e filósofa brasileira Lélia Gonzalez (1935 – 1994). O Sesc São Paulo, em parceria com a
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A partir de 26 de junho será possível conhecer o pensamento da antropóloga, historiadora e filósofa brasileira Lélia Gonzalez (1935 – 1994). O Sesc São Paulo, em parceria com a Boitempo, inaugura o projeto Lélia em nós: festas populares e amefricanidade, na unidade Vila Mariana. A exposição, que fica em cartaz até 24 de novembro de 2024, foi inspirada pelo livro Festas populares no Brasil (que ganha nova edição pela Boitempo) e promove uma celebração da cultura afro-brasileira – ou amefricana, como propõe a autora – a partir de um recorte que estabelece diálogos e reflexões suscitados pela produção intelectual de Gonzalez, uma proeminente ativista do movimento negro brasileiro e importante teórica do feminismo negro, cuja morte completará 30 anos em 10 de julho de 2024.
Com uma seleção de produções contemporâneas e de diferentes períodos, reunida em cinco eixos temáticos, Lélia em nós: festas populares e amefricanidade apresenta pinturas, fotografias, documentos históricos, objetos, performances, instalações e vídeos de artistas como Alberto Pitta, Heitor dos Prazeres, Januário Garcia, Maria Auxiliadora, Nelson Sargento, e Walter Firmo, além de 12 trabalhos inéditos, de artistas como Coletivo Lentes Malungas, Eneida Sanches, Lidia Lisboa, Lita Cerqueira, Manuela Navas, Maurício Pazz, Rafael Galante e Rainha Favelada.
A mostra também apresenta um recorte de sonoridades e musicalidades, tanto do universo das festas e festejos brasileiros quanto das intervenções do DJ Machintown e do trombonista Allan Abbadia, além de registros fonográficos da discoteca pessoal de Lélia. Parte do acervo do Instituto Memorial Lélia Gonzalez (IMELG), a coleção reúne álbuns de artistas como Wilson Moreira e Nei Lopes, Luiz Gonzaga, Tamba Trio, Clementina de Jesus, Jamelão e Lazzo Matumbi
Partindo de conceitos teóricos desenvolvidos por Lélia Gonzalez, como a categoria político-cultural de amefricanidade – termo cunhado pela acadêmica em contraposição à ideia hegemônica de afro-americanidade para, segundo ela, “ultrapassar as limitações de caráter territorial, linguístico e ideológico” e redimensionar a influência da diáspora atlântica para a formação das Américas do Sul, Central, do Norte e Insular –, a mostra convida o público à compreensão do potencial da cultura popular afro-brasileira como tecnologia de identidade e resistência.
Com curadoria de Glaucea Britto e Raquel Barreto, a exposição foi inspirada pelas proposições feitas por Lélia Gonzalez em Festas populares no Brasil. Único título publicado em vida pela intelectual exclusivamente como autora, o livro foi publicado originalmente em 1987. A obra não foi oficialmente lançada no mercado, tendo sido patrocinada por uma empresa multinacional e distribuída como presente de fim de ano. No mês de abertura da exposição, a publicação ganhará nova edição da Boitempo, a primeira voltada à circulação no mercado editorial. Com textos da acadêmica que evidenciam laços indissociáveis entre Brasil e África por meio de manifestações populares como o Carnaval, o Bumba-Meu-Boi, as Cavalhadas e festas afro-brasileiras como as Congadas e o Maracatu, a obra reúne mais de cem imagens de cinco fotógrafos: Leila Jinkings, Marcel Gautherot, Maureen Bisilliat, Januário Garcia e Walter Firmo (os dois últimos, integrando a exposição). A nova edição inclui também materiais inéditos, textos de apoio, fac-símiles, prólogo de Leci Brandão, prefácio de Raquel Marreto, posfácio de Leda Maria Martins, texto de orelha de Sueli Carneiro e quarta capa de Angela Davis e Zezé Motta.
Serviço
Exposição | Lélia em nós: festas populares e amefricanidade
De 27 de junho a 24 de novembro
Terça a sexta, das 10h às 21h; aos sábados, das 10h às 20h; domingos e feriados, das 10h às 18h
Período
27 de junho de 2024 10:00 - 24 de novembro de 2024 21:00(GMT-03:00)
Local
Sesc Vila Mariana
Rua Pelotas, 141 - Vila Mariana – São Paulo - SP
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Ao chegar à Galeria Francisco Fino, em Lisboa, é possível ver logo na entrada um autorretrato, da artista carioca Panmela Castro. Nele alguns dos principais elementos formais do
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Ao chegar à Galeria Francisco Fino, em Lisboa, é possível ver logo na entrada um autorretrato, da artista carioca Panmela Castro. Nele alguns dos principais elementos formais do seu trabalho estão presentes: o escorrido que resulta das pinceladas rápidas que buscam captar o instante (uma tradição da pintura moderna impressionista), a habilidade em captar o ar que circunda a pessoa retratada. As plantas, as luminárias, a atmosfera de um jardim. Um espaço que por si só, carrega uma série de camadas históricas que vão também tocar na tradição artística europeia do século XVIII e sua disputa entre a natureza como algo controlável pela ação humana ou então como o lugar do insubmisso. Não estamos em um jardim qualquer. Os pincéis, a paleta de cores, tudo nos faz entender que esse jardim é o lugar de processo e criação da artista. Panmela, em seu autorretrato, surge em posição ao mesmo tempo relaxada e absorta. Seus olhos miram um livro. Não qualquer livro! Em suas mãos, está o que seria um exemplar da obra definidora de Gayatri Spivak, que traz no título a pergunta retórica que conduziu grande parte dos pensadores interessados em fundar uma outra forma de compreensão do mundo: “Pode o subalterno falar?”.
Surge outra pista que pode nos conduzir pela exposição. O jardim não está situado em um lugar neutro. A neutralidade não existe. E como tal, não é possível deixar de lado, o fato de que a série de pinturas, apresentadas na galeria, surgiu em um jardim lisboeta. Acima de tudo, em um jardim português. É em Portugal que a figura da artista empunha o livro de Spivak, e isso muda tudo: O que está em jogo quando a artista brasileira e negra Panmela Castro cruza o atlântico e resolve se encontrar com um conjunto de pessoas negras, brancas, afro-asiáticas, asiáticas, pessoas cisgêneras, trans, não binárias, portugueses, africanos, migrantes, e esse encontro se dá em Portugal? Pois é exatamente nesse momento que por entre as arquiteturas do jardim, se vê surgir um oceano. *
Sabemos todos que nos rastros do projeto colonial português, uma série de existências foram retiradas dos seus lugares de origem e carregadas à força para territórios dominados pela coroa; Terras em África foram retiradas de seus antigos donos para fazer desses pedaços de mundo, um lugar de domínio, extração de riquezas e mão de obra a serviço do império português. O Oceano foi a estrada por onde Portugal planejou submeter parte do mundo. Mas lembremos também que toda a tentativa de submissão tem de lidar com o insubmisso, com aquilo que não se dobra.
Aos poucos, o oceano Atlântico foi também virando um espaço que não mais se submetia apenas à ideia de fronteiras nacionais, estabelecidas por europeus que se queriam descobridores do que sempre esteve em seu lugar. Acima e abaixo da água, uma série de tradições foram criadas. E foi dessa maneira que um mundo de práticas, linguagens e culturas, foi se tramando por entre sussurros, trocas, estratégias de sobrevivência. O Brasil, país de Panmela Castro, foi nesse fluxo deixando de ser a principal colônia portuguesa para se tornar o principal destino de homens e mulheres negras que fundaram o maior processo de deslocamento forçado já experienciado pela humanidade: a diáspora africana.
Ora, como só poderia acontecer, essas vidas desviadas não ocuparam apenas o território dominado. Elas também refutaram o dominador, ameaçando-lhe a supremacia pelo interior de suas antigas cidades, ruas, casarios, jardins. Portugal e a cidade de Lisboa foram vendo surgir gentes que escapavam dos seus padrões europeus e, com elas, vozes e saberes que foram relegados ao lugar da subalternidade. No entanto, os subalternos que chegaram (e seguem chegando) falam. E não apenas falam. Eles criam e recriam linguagens artísticas, modos de existir, formas de redesenhar a vida. *
Panmela Castro opera a transformação do jardim em oceano, pois lançando mão dos seus processos de deriva afetiva, reúne um coro de vozes e existências que são resultados do mundo inventado pela água salgada do Atlântico. As pessoas que agora ela encontra e com quem cria, ao chegar ao jardim, trazem a porção oceânica de suas histórias. Trazem consigo deslocamentos feitos pela história dos seus corpos e dos corpos daqueles que lhes antecederam. Suas vidas são a prova concreta de que subalternidade foi tentativa.
Seus encontros, que podem durar diferentes tempos, são a base para seus retratos. O que essas pinturas trazem são o oposto da ideia de imobilidade. De alguém que “posa” para outro que o representa. Se o retrato é canonicamente pensado como o instante em que alguém paralisa e se torna o objeto a ser captado pelo pintor, essa noção não se aplica à operação poética que faz de um jardim, o oceano.
As pinturas aqui expostas são o registro de uma performance feita para ativar encontros. Cada pessoa aqui representada foi também agente criador da sua própria imagem. Esses retratos não são a narrativa única e excludente de uma pintora sobre corpos que a ela se submetem. Tão pouco são as verdades absolutas de seus retratados. O que temos é o resultado de um ato de plena confiança no poder de se estar junto; de se estar com; de lançar uma proposição e com ela se abrir ao acaso. Panmela é uma performer. Uma performer que, é também, uma grande pintora. Uma artista de sofisticada habilidade e repertório artístico.
Em uma de nossas conversas, a artista me trouxe uma outra dimensão de seu processo, que de alguma maneira me escapava. Ela me contava que essas pessoas nas pinturas são também partes de uma rede. Uma rede ampla de afetos que começa nos encontros e se expande para as dimensões da vida cotidiana. Ela me narrava histórias vividas entre ela e algumas daquelas que aparecem nos retratos dessa exposição. Me contava também sobre como cada uma dessas vidas se conectava com outras que vinham aos seus encontros e como, para ela, esse é um processo que nos leva a um outro ato: a própria exposição e suas celebrações: Uma manhã, tarde ou noite de abertura, quando essas pessoas juntas, vendo a multidão de vozes que surgiram por entre conversas, pinceladas que escorrem e afetos, veem não somente os retratos, mas a enorme rede que expressam. E nesse momento, aqueles que eram os subalternos celebram e relembram que com a força do que fazemos juntos, é possível fazer de um jardim em Lisboa, o próprio Atlântico. De um jardim, um infinito oceano
Exposição | Do Jardim, um Oceano
De 27 de junho a 14 de setembro
Terça a sexta, das 12h às 19h; sábados, domingos e feriados, das 14h às 19h
Período
27 de junho de 2024 12:00 - 14 de setembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Francisco Fino
Rua Capitão Leitão, 76, 1950-052 Lisboa - Portugal
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Para marcar os 20 anos da Casa Museu Carlos Scliar, foi inaugurada a exposição “Os Artivistas: Carlos Scliar e Cildo Meireles”, que une, pela primeira vez, a obra desses dois
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Para marcar os 20 anos da Casa Museu Carlos Scliar, foi inaugurada a exposição “Os Artivistas: Carlos Scliar e Cildo Meireles”, que une, pela primeira vez, a obra desses dois importantes artistas. “O Scliar foi fundamental na minha vida”, afirma Cildo Meireles sobre o amigo falecido em 2001. Com curadoria de Cristina Ventura, coordenadora da casa museu, serão apresentadas cerca de trinta obras, sendo algumas inéditas, que cobrem um período que vai desde a década de 1940 até 2021. Completam a mostra obras participativas, inspiradas nos trabalhos dos dois artistas. A exposição, que terá entrada gratuita até o final do mês de agosto, é apresentada pelo Governo Federal, Ministério da Cultura, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro através da Lei Paulo Gustavo.
“A ideia é provocar no espectador um convite á reflexão, instigada pela atualidade das questões tratadas pelos artistas em suas obras. Temas como: crimes de estado, meio ambiente, guerra, valor monetário, entre outros. Nosso propósito é que a pessoa pense sobre o seu papel no mundo de hoje”, diz a curadora Cristina Ventura.
As obras de Cildo Meireles e Carlos Scliar serão expostas juntas, como uma grande instalação, sem seguir uma ordem cronológica. São pinturas, desenhos, colagens, estudos, gravuras, objetos e vídeos. De Cildo, estarão as notas “Zero Dólar” (1984) e “Zero Cruzeiro” (1978), a instalação sonora “Rio Oir” (2011), o vídeo “15 segundos” (2021), em homenagem a Marielle Franco, entre outras obras. De Scliar, destacam-se os desenhos “Levante do Gueto de Varsóvia” (1957) e SOS (1989), além de desenhos e estudos, alguns inéditos, que tratam de temas como a cultura afro-brasileira e o holocausto. “Sou um grande admirador dos desenhos do Scliar, acho que ele era um desenhista dos mais talentosos do Brasil, verdadeiramente sensível”, afirma Cildo Meireles.
Na mostra, estará, ainda, a matriz da capa da Revista Horizonte, feita por Scliar em 1952, onde se lê: “Assine Apelo Paz”. “A Segunda Guerra Mundial o marcou muito, Scliar foi pracinha, atuou como cabo de artilharia. No período pós-guerra participa ativamente de movimentos a exemplo o Congresso pela paz ocorrido na antiga Tchecoslováquia, a mensagem trazida na obra é fundamental”, diz a curadora. Uma reprodução tátil desta matriz fará parte da exposição para que o visitante possa manuseá-la. Também estará na exposição um texto inédito do artista, da década de 1980, narrado pela cantora e compositora Marina Lima. No documento, Scliar expressa sua indignação e cansaço diante da nossa construção histórica. A artista cresceu vendo obras de Scliar, colecionadas por seu pai, segundo Marina, “uma imagem afetiva que nunca esqueço”. A gravação foi feita especialmente para a exposição.
Com trajetórias diversas, Carlos Scliar e Cildo Meireles se conheceram em 1966. “A partir do nosso primeiro encontro, onde mostrei meus desenhos, ele se interessou em mostrar esses trabalhos para alguns colecionadores e a partir daí praticamente me financiou. Sempre foi uma pessoa de uma generosidade muito grande, não só no meu caso, mas também com outros artistas jovens que estavam iniciando. Ele era uma pessoa de um entusiasmo intrínseco, estava sempre incentivando, sempre apoiando”, conta Cildo Meireles. Os dois foram muito amigos durante toda a vida e, em diversos momentos, tratam de questões similares em seus trabalhos, como no período da ditadura militar. Outras questões também convergem na produção dos dois: a icônica obra “Zero Dólar”, de Cildo Meireles, traz a imagem do Tio Sam, personagem que aparece sobrevoando a Amazônia com asas pretas, como se fosse um urubu, na obra SOS, de Carlos Scliar.
Serviço
Exposição | Os Artivistas: Carlos Scliar e Cildo Meireles
De 29 de junho a 01 de junho de 2025
Terça a sexta das 14h30 às 18h. Sábados das 15h30 às 19h
Período
29 de junho de 2024 14:30 - 1 de junho de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
Casa Museu Carlos Scliar
Rua Marechal Floriano (Orla Scliar), 253 – Cabo Frio - RJ
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Michel Zózimo inaugura a individual Livro Verde no Instituto Ling. Com curadoria de Gabriela Motta, a exposição traz desenhos e colagens de recortes retirados de antigas enciclopédias de ciências naturais. O
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Michel Zózimo inaugura a individual Livro Verde no Instituto Ling. Com curadoria de Gabriela Motta, a exposição traz desenhos e colagens de recortes retirados de antigas enciclopédias de ciências naturais.
O trabalho de Zózimo parte da pesquisa sobre o natural e onírico. O artista investiga imagens que povoam o encantamento, formações geológicas, alquimia, efeitos visuais e pesadelos. Michel Zózimo participou do 36º Panorama da Arte Brasileira do Museu de Arte Moderna (São Paulo, 2019), da 9ª Bienal do Mercosul (Porto Alegre, 2013), e do Festival Vídeobrasil (São Paulo, 2013). Suas obras integram as coleções da Pinacoteca de São Paulo, Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires, Museu de Arte do Rio, Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul e Fundação Vera Chaves Barcellos.
Serviço
Exposição | Livro verde
De 02 de julho a 11 de outubro
Segunda a sábado (exceto feriados), das 10h30 às 20h
Período
2 de julho de 2024 10:30 - 11 de outubro de 2024 20:00(GMT-03:00)
Local
Instituto Ling
Rua João Caetano, 440 – Três Figueiras – Porto Alegre - RS
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A Galatea Salvador tem o prazer de anunciar sua segunda exposição, intitulada Bahia afrofuturista: Bauer Sá e Gilberto Filho. A mostra se estrutura em dois núcleos distintos: no primeiro, fotografias
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A Galatea Salvador tem o prazer de anunciar sua segunda exposição, intitulada Bahia afrofuturista: Bauer Sá e Gilberto Filho. A mostra se estrutura em dois núcleos distintos: no primeiro, fotografias de Bauer Sá (1950, Salvador, BA), produzidas entre os anos 1990 e 2000, exploram a potência da ancestralidade afro-brasileira através de figurações do corpo negro representado como protagonista da cena; no segundo, esculturas em madeira que retratam cidades utópicas e modernas imaginadas por Gilberto Filho (1953, Cachoeira, BA) se reúnem pela primeira vez de forma tão ampla em uma exposição, com obras produzidas desde 1992 até o momento atual.
Este diálogo entre os trabalhos dos artistas baianos cria uma rica narrativa visual, conectando ancestralidade e fabulação em torno de futuros possíveis. A exposição conta também com texto crítico do artista e curador Ayrson Heráclito, reconhecido por abordar símbolos e tradições vinculados à cultura afro-brasileira em sua obra, e Beto Heráclito, escritor e historiador.
Serviço
Exposição | Bahia Afrofuturista
De 04 de julho a 28 de setembro
Segunda a quinta, das 10 às 19h, sexta, das 10 às 18h, sábado, das 11h às 15h
Período
4 de julho de 2024 10:00 - 28 de setembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Galatea Salvador
R. Chile, 22 - Centro, Salvador - BA
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É impossível refletir sobre a obra da artista e intelectual Lia D Castro (Martinópolis, São Paulo, 1978) sem falar de encontros, contrastes, fricções e transformações. A partir de 5 de julho, o público
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É impossível refletir sobre a obra da artista e intelectual Lia D Castro (Martinópolis, São Paulo, 1978) sem falar de encontros, contrastes, fricções e transformações. A partir de 5 de julho, o público pode encontrar a exposição Lia D Castro: em todo e nenhum lugar, no MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand. A primeira mostra individual da artista em um museu reúne 36 trabalhos, sendo a maioria pinturas de caráter figurativo. As obras selecionadas exploram cenários onde o afeto, o diálogo e a imaginação se tornam importantes ferramentas de transformação social.
O título da exposição parte da constatação da ausência histórica de grupos minorizados em posições de poder e decisão — em nenhum lugar —, enquanto sua presença e força de trabalho compõem as bases que sustentam a sociedade — em todo lugar. Com curadoria de Isabella Rjeille, curadora, MASP, e Glaucea Helena de Britto, curadora assistente, MASP, a mostra apresenta trabalhos que abrangem toda a produção da artista.
Lia D Castro utiliza a prostituição como ferramenta de pesquisa e desenvolve sua produção a partir de encontros com seus clientes – homens cisgêneros, em sua maioria brancos, heterossexuais, de classe média e alta – para subverter relações de poder ou violência que possam surgir entre eles, aliando história de vida e história social. Temas como masculinidade e branquitude, mas também afeto, cuidado e responsabilidade, são abordados nessas ocasiões e resultam em pinturas, gravuras, desenhos, fotografias e instalações criadas de modo colaborativo.
Nesses momentos, ela conversa com esses homens e os convida a refletir: quando você se percebeu branco? E quando se descobriu cisgênero, heterossexual? “Perguntas sobre as quais a artista não busca uma resposta definitiva, mas sim provocar um posicionamento dentro do debate racial, sobre gênero e sexualidade”, afirma a curadora Isabella Rjeille.
As conversas de Lia D Castro com esses homens são permeadas por referências a importantes intelectuais negros como Frantz Fanon, Toni Morrison, Conceição Evaristo e bell hooks. Frases retiradas dos livros desses autores, lidos pela artista na companhia de seus colaboradores, são inseridas nas telas e misturam-se aos gestos, cenas, cores e personagens. O trabalho de Lia D Castro torna-se um lugar de encontro, embate e fricção, no qual ações, imagens e imaginários são debatidos, revistos e transformados. Com frequência, a artista insere referências a outros trabalhos por ela realizados, incluindo-os em outro contexto e, consequentemente, atribuindo novos significados e leituras a essas imagens.
“Partindo da visão de Frantz Fanon de que o racismo é uma repetição, eu proponho combatê-lo com a repetição de imagens. Como a imagem constrói cultura e memória, ao colocar uma obra dentro da outra, busco criar novas referências estéticas”, comenta a artista.
PINTURAS E METODOLOGIA ARTÍSTICA
A produção de Lia D Castro é organizada em séries, sendo a maior delas Axs Nossxs Filhxs, presente nesta exposição. Desenvolvida na sala de estar e ateliê de Lia D Castro, um lugar de encontro e trocas, comerciais, intelectuais e afetivas, a série apresenta um processo criativo marcado por escolhas coletivas, da paleta de cores à assinatura das obras. A repetição é uma característica central: por meio desse recurso é possível reconhecer gestos, personagens e situações, assim como outras obras da artista que aparecem representadas nas telas, acumulando significados. A utilização do “x” no título da série se refere à diversidade de formações familiares e vínculos afetivos para além do parentesco consanguíneo ou da família heterossexual monogâmica. O uso do “x” também é utilizado para abarcar diferentes gêneros.
Lia D Castro também se retrata em pinturas dessa série. Enquanto os homens estão nus, ela encontra-se vestida. Seu corpo é coberto por esparadrapos colados sobre a tela formando um longo vestido branco, na contramão da tradição histórica da pintura ocidental, em que a grande maioria dos nus são femininos.
A artista subverte também pintando esses personagens em momentos de pausa, descanso, lazer, leitura e contemplação. “O caráter político da obra de Lia D Castro questiona o imaginário social que vincula violência e subalternidade a corpos não hegemônicos na arte ocidental”, afirma a co-curadora Glaucea Helena de Britto.
Lia D Castro: em todo e nenhum lugar integra a programação anual do MASP dedicada às Histórias da diversidade LGBTQIA+. Este ano a programação também inclui mostras de Gran Fury, Francis Bacon, Mário de Andrade, MASP Renner, Catherine Opie, Leonilson, Serigrafistas Queer e a grande coletiva Histórias da diversidade LGBTQIA+.
Exposição | Lia D Castro: em todo e nenhum lugar
De 5 de julho a 17 de novembro
Terças grátis e primeira quinta-feira do mês grátis; terças, das 10h às 20h (entrada até as 19h); quarta a domingo, das 10h às 18h (entrada até as 17h)
Período
5 de julho de 2024 10:00 - 17 de novembro de 2024 20:00(GMT-03:00)
Local
MASP
Avenida Paulista, 1578, São Paulo
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A Galeria Hugo França, em parceria com a Galeria Raquel Arnaud, apresenta a exposição “DENTRO/FORA”, uma retrospectiva das obras de Frida Baranek. Curada por Marc Pottier, a mostra traça a
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A Galeria Hugo França, em parceria com a Galeria Raquel Arnaud, apresenta a exposição “DENTRO/FORA”, uma retrospectiva das obras de Frida Baranek. Curada por Marc Pottier, a mostra traça a trajetória da artista desde sua primeira exposição na Petite Galerie no Rio de Janeiro até suas influências e residências na Europa e Estados Unidos.
“DENTRO/FORA” explora a relação entre matéria e forma, utilizando materiais como tela de aço galvanizado, acrílico, vidro e metais variados. Inspirada pelo movimento “American Anti-Form” dos anos 1960 e por artistas como Eva Hesse e Robert Morris, Baranek cria esculturas que frequentemente permanecem no chão, evocando continuidade e transformação.
A exposição reflete a dualidade experienciada por Baranek em sua carreira nômade entre Brasil e Portugal, adaptando seu trabalho às mudanças culturais e pessoais. Suas obras testemunham a interação entre o “Dentro” íntimo da artista e o “Fora” dinâmico do ambiente, revelando um diálogo com a memória, a experiência e a mudança.
Os visitantes são convidados a contemplar as esculturas instaladas no ambiente amplo da Galeria Hugo França, que conecta genuinamente com a natureza ao redor, e o espaço emocional compartilhado por Baranek através de suas criações. Obras como “Fronteira”, “Ma Mémoire”, “Balance” entre outras, compõem a mostra.
Frida Baranek, artista contemporânea brasileira e internacional, continua a desafiar as fronteiras da escultura contemporânea em “DENTRO/FORA”
Serviço
Exposição | DENTRO/FORA
De 06 de julho a 15 de setembro
Segunda a sexta, das 10h às 17h. sábado, domingo e feriados somente com horário marcado
Período
6 de julho de 2024 10:00 - 15 de setembro de 2024 17:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Hugo França
Rodovia BA 001 s/n, próximo ao trevo Trancoso/Caraíva, Trancoso (BA) - Brasil
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A exposição “Eterno Egito: A Imortalidade nas Coleções Viscondessa de Cavalcanti e Eva Klabin” traz a união inédita das coleções de Eva Klabin e da Viscondessa de Cavalcanti, duas colecionadoras
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A exposição “Eterno Egito: A Imortalidade nas Coleções Viscondessa de Cavalcanti e Eva Klabin” traz a união inédita das coleções de Eva Klabin e da Viscondessa de Cavalcanti, duas colecionadoras que reuniram artefatos do antigo Egito em seus acervos. A mostra apresentará 100 peças de diversas dinastias, datando desde 3000 a.C. até o século I d.C. Com a curadoria de Helena Severo e Douglas Fasolato, a nova exposição da Casa Museu Eva Klabin estará aberta à visitação gratuita de quarta a domingo, das 14h às 18h, a partir deste sábado (6).
A exposição conjunta traz artefatos e objetos que refletem a crença egípcia na vida após a morte. Na coleção da Viscondessa, destacam-se uma estela policromada, de Per-a-Iset, que faz oferendas ao deus Ra-Osíris; fragmentos de um rosto de ataúde masculino; figuras shabtis (servidores funerários); e um significativo conjunto de amuletos funerários. A coleção de Eva Klabin apresenta como destaques um rosto de esquife de madeira dourada com olhos incrustados de marfim e ébano da XVIII Dinastia, uma estela funerária de pedra que pertenceu a Thutmés, representado se apresentando a Osíris, além de objetos votivos que destacam o importante papel dos animais na religião egípcia, como um esquife para uma múmia de gato. A coleção egípcia de Eva Klabin, atualmente a maior em exibição no Rio de Janeiro e uma das maiores do Brasil, integra o acervo permanente da Casa Museu, , enquanto a da Viscondessa de Cavalcanti pertence ao acervo do Museu Mariano Procópio, em Juiz de Fora (MG).
Apesar de separadas por cinquenta anos, a Viscondessa de Cavalcanti (1853-1946) e Eva Klabin (1903-1991) tiveram em comum o interesse por artefatos do Egito Antigo, desenvolvendo suas coleções por meio de viagens internacionais, residências em diversos países e visitas a ateliês de artistas, antiquários renomados e casas de leilões. A união de suas coleções nesta exposição permite uma reflexão sobre o papel das mulheres no colecionismo brasileiro e oferece um olhar sobre as motivações, práticas e intenções envolvidas no ato de colecionar.
O fascínio contínuo pelo Egito Antigo transcende o tempo e continua a influenciar a sociedade, nos mais diversos setores. Na arte contemporânea este fascínio se materializa nas obras de artistas que completam a exposição “Eterno Egito”, dialogando com os acervos históricos de Eva e da Viscondessa. A exposição é uma iniciativa da Casa Museu Eva Klabin, com patrocínio da Klabin S.A, produção da AREA27 e realização do Ministério da Cultura. Apoio da Atlantis e da Everaldo Molduras.
Serviço
Exposição | Eterno Egito: A Imortalidade nas Coleções Viscondessa de Cavalcanti e Eva Klabin
De 06 de julho a 15 de setembro
Quarta a domingo , 14h às 18h
Período
6 de julho de 2024 14:00 - 15 de setembro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Casa Museu Eva Klabin
Av. Epitácio Pessoa, 2480 - Lagoa - RJ
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Através da iniciativa DAN Acredita, artistas com produção consistente e que se dedicam exclusivamente às artes visuais, são incorporados, ganham visibilidade e passam a ser representados pela Dan. Nesta jornada,
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Através da iniciativa DAN Acredita, artistas com produção consistente e que se dedicam exclusivamente às artes visuais, são incorporados, ganham visibilidade e passam a ser representados pela Dan. Nesta jornada, Senk é um artista em ascensão, escolhido via projeto “Do Atelier Direto a Você” do Parque Global Cultural, idealizado por Dinda Bueno Netto e Katia D’Avillez.
“Veredas” tem curadoria de Carolina Splendore e reflete a natureza diversificada e dinâmica da arte contemporânea brasileira. Com cerca de 20 obras, entre pinturas, instalações e três esculturas, a exposição abre no dia 6 de julho, às 11 horas, com cerimônia especial e prolonga-se até 6 de outubro. Ao longo da mostra, visitas guiadas, palestras com artistas e oficinas para os visitantes interagirem com as obras de arte e com o processo criativo do artista. De acordo com Splendore – “Nas obras de Senk, o terreno é fértil, mesmo que árido. Ele nos convida para seus caminhos: áreas úmidas e alongadas do sertão que, assim como seus personagens, são cheias de vida. Suas figuras arredondadas carregam o tempo, seja nos colares-relicário, nos porta-retratos ou nas garrafas de cachaça quase vazias; o tempo é um traço de memória e um precursor de um devir constante”.
As vistas oblíquas, por vezes fechadas para o exterior, são, na sua maioria, intercaladas por janelas com treliças de finas barras de madeira que formam vãos, impedindo quem está de fora de ver quem está dentro. É como se seus personagens pudessem ver sem serem vistos, mesmo que aqui exibidos. Nesses caminhos, Senk esclarece o que escreveu Guimarães Rosa: “O sertão tem o tamanho do mundo. Mas em certos lugares, à beira dos caminhos, crescem buritis”.
Fabiano Senk (n.1992) é um pintor figurativo urbano radicado em São Paulo. Utiliza paleta de cores sonhadoras de azuis, amarelos e rosas, cria obras de rua e pinturas em tela. Seu processo criativo está profundamente enraizado nas suas observações da vida cotidiana e suas memórias afetivas de um Brasil profundo, sua família é oriunda do Vale do Jequitinhonha. As pinturas muitas vezes irrompem em paisagens misturadas com figuras, contando a história de onde veio, das pessoas que conheceu e da pessoa que costumava ser. Embora se aprofunde em emoções mais complexas em seu trabalho, ele afirma que muitas vezes incorpora o sentimento de melancolia, mas que ‘é diferente da tristeza porque é mais bonito’. As obras que divulga pelas ruas de São Paulo tendem a ter conotações políticas, pois tenta ampliar as perspectivas das pessoas de sua comunidade. Os murais de rua muitas vezes se relacionam com uma crítica política e social.
“A provocação presente na minha arte vem de uma indignação com alguns aspectos da sociedade. Temos muito a melhorar como cidade, como sociedade e como país. Pequenas provocações fazem um papel positivo na arte. O questionamento tem que estar ali”, afirma Senk.
Serviço
Exposição | Veredas
De 06 de julho a 06 de outubro
Quinta a domingo das 14h às 19h
Período
6 de julho de 2024 14:00 - 6 de outubro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
DAN Galeria Sala São Pedro
Rua Doutor Graciano Geribello, nº 8 - Bairro Alto, Itu - SP
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A CAIXA Cultural São Paulo apresenta, de 16 de julho a 01 de setembro de 2024, a exposição “Laguna Plena”, do artista curitibano Rimon Guimarães. A mostra oferece ao público
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A CAIXA Cultural São Paulo apresenta, de 16 de julho a 01 de setembro de 2024, a exposição “Laguna Plena”, do artista curitibano Rimon Guimarães. A mostra oferece ao público uma combinação de diferentes linguagens, como música, artes visuais e moda, que se entrelaçam criando um universo onírico surreal e lúdico. Entrada gratuita.
Os elementos artísticos que compõem a mostra foram elaborados a partir da música “Laguna Plena” – que dá nome à mostra. Laguna Plena é a primeira parte da trilogia “Melodias Neolatinas”, escrita por Rimon Guimarães em 2012 numa viagem a Kuala Lumpur, numa feira de arte na Malásia. Anos depois, em 2018, ele mostrou a canção para o amigo e produtor Tiago Ramalho, que sugeriu gravá-la. O processo foi finalizado durante a pandemia em 2020; E, um ano depois, foi lançada, com a adição de um quarteto de cordas composto por músicos russos (arranjo de Maycon Ananias) e as vozes livres e polifônicas de Tuyo.
Com patrocínio da CAIXA e Governo Federal, e realização da GP Produção Cultura, a exposição “Laguna Plena” reúne um compilado de obras que refletem a diversidade e a velocidade das informações nos temos atuais, o acesso às mídias distintas que se retroalimentam e colaboram para uma fonte infinita de criação.
“Cada linguagem, cada trabalho, seja de uma tela ou de uma música, vem em processos diferentes. Não existe uma fórmula. O que acontece muito é a retroalimentação de uma mídia para outra. Como colocar um som enquanto estou pintando, ou parar de pintar e começar a criar sons e escrever letras. Isso dá um respiro da pintura e me traz mais inspirações para voltar nela. Uma linguagem ajuda a outra”, explica Rimon.
O resultado de toda essa pluralidade criativa e artística está presente na mostra, que, por meio de cores e formas, evidencia uma construção em arranjos e desarranjos: da música que se desdobra para desenho, dos traços que se desdobram para animação. Os visitantes terão a oportunidade de conhecer o trabalho de Rimon Guimarães por meio dos sons, das obras produzidas com a técnica acrílica sobre tela, de frames de vídeos e dos figurinos criados para a gravação do vídeo da música, roupas desenhadas, recicladas e customizadas pelo artista com a colaboração de costureiras e figurinistas locais, a partir da técnica de impressão serigráfica manual.
Serviço
Exposição | Laguna Plena
De 16 de julho a 01 de setembro
Terça a domingo, das 9h às 18h
Período
16 de julho de 2024 09:00 - 1 de setembro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
CAIXA Cultural São Paulo
Praça da Sé, 111 – Centro – SP
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O circuito cultural da Av. Paulista, em São Paulo, volta a contar com um importante espaço de exposições. Fechada por um período de 18 meses para reformas estruturais e
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O circuito cultural da Av. Paulista, em São Paulo, volta a contar com um importante espaço de exposições. Fechada por um período de 18 meses para reformas estruturais e melhorias técnicas, a Galeria de Arte do Centro Cultural Fiesp será reinaugurada no final de julho de 2024.
O espaço expositivo de 850m2 – que integra o complexo de artes cênicas e visuais, audiovisual, música, literatura e tecnologia do SESI-SP – apresenta “outros navios: uma coleção afro-atlântica”, com período expositivo que vai de 24 de julho de 2024 a 16 de fevereiro de 2025. A mostra inédita permitirá que o grande público visitante do local conheça a rica e diversificada coleção de artes africana e afro-brasileira do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE/USP).
O acervo começou a ser formado no final da década de 1960 (época em que os movimentos de independência das ex-colônias em África se consolidavam), por meio de doações ou compras encomendadas pela universidade. Marianno Carneiro da Cunha (1926-1980), então professor do MAE/USP, foi um dos principais nomes à frente do projeto institucional e científico da construção da coleção.
Arqueólogo especialista em Médio Oriente, ele lecionou entre 1974 e 1976 em Ifé, na Nigéria, lugar sagrado para os iorubá, ficando incumbido de adquirir peças para o MAE. Com olhar antropológico e educativo, Marianno se preocupou em também trazer para o Brasil moldes, mostrando interesse não apenas pelo objeto artístico, mas também pela técnica de diferentes culturas da África central e ocidental.
O trio de curadores da mostra, Carla Gibertoni Carneiro, Renato Araújo da Silva e Rosa C. R. Vieira, apontam que essas duas regiões africanas estão conectadas ao Brasil por séculos de circuitos transatlânticos. Eles trouxeram até nosso litoral inúmeros navios de violência, mas também trouxeram outros navios, que nos permitem mergulhar por histórias alternativas e criar novos significados para as centenas de objetos selecionados para a exposição.
OUTROS NAVIOS: NÚCLEOS TEMÁTICOS
Aberta à visitação gratuita até 16 de fevereiro de 2025, a exposição que reabre a Galeria de Arte apresentará mais de 300 peças africanas e afro-brasileiras, muitas nunca antes exibidas ao público, que estarão divididas em sete núcleos temáticos.
A visita começa por “Dentro das águas”, onde poderão ser vistos objetos relacionados ao culto de Iemanjá e Oxum, orixás dos mares e das águas doces, como coroa, pulseira, leque (abebê) e espelho.
Em “Bagagens afro-atlânticas” também estão diversas peças ligadas a religiões de matrizes africanas: arco e flecha de Oxóssi, estatuetas de Exu, bastão (opaxoro) de Oxalá, machado (oxê) de Xangô, além de elementos de altar e instrumentos musicais.
No núcleo “De São Paulo a Ifé”, os visitantes encontrarão obras variadas dos iorubá, vindos especialmente da Nigéria e Benim. Há itens do dia a dia, como baú, pilão, enxada e colher, além de um conjunto de máscaras esculpidas em madeira e pintadas e pares de estatuetas de ibeji, que estão ligadas à gemealidade entre os povos iorubá.
O termo “bantu” designa genericamente toda uma gama de culturas da África Central, de países como República Democrática do Congo e Angola. Eles estarão representados no núcleo “Bantu, das terras centrais”, que traz peças como esteiras de ráfia (palha) em diferentes formatos, taças cerimoniais e um recipiente para leite com tampa decorado com conchas (cauris).
Em “Ventos no oeste africano” estão reunidos objetos de países como Gana, Mali e Costa do Marfim, incluindo um dos maiores itens da exposição, uma porta celeiro dogon. Há conjuntos de vestimentas, pentes do tipo garfo, figuras em bronze e uma balança para pesar pó de ouro, junto de um peso em formado de escorpião usado na pesagem.
“Técnicas” destaca os materiais utilizados nas diferentes etapas da técnica da cera perdida, técnica milenar que esculpe peças de liga metálica por moldagem, além de apresentar um conjunto de enxós e permitir ao visitante conhecer o processo de elaboração de uma máscara Gueledé.
O último núcleo, “Joias e tudo que reluz”, é também o mais notável da exposição, já que a coleção de joias africanas do MAE/USP é uma das mais expressivas do mundo. São diversos exemplares de pulseiras, tornozeleiras, colares, anéis e brincos, em materiais como vidro, bronze e marfim.
Há ainda uma seção especial que reúne obras de artistas contemporâneos negros brasileiros. São onze obras, em diferentes técnicas e suportes, de Denis Moreira, Denise Camargo, Guto Oca, Larissa de Souza e Renan Teles, que mostram que uma coleção não é fixa e pode ser recomposta para apontar outros navios à vista.
Serviço
Exposição | outros navios: uma coleção afro-atlântica
De 24 de julho de 2024 a 16 de fevereiro
Terça a domingo, das 10h às 20h
Período
24 de julho de 2024 10:00 - 16 de fevereiro de 2025 20:00(GMT-03:00)
Local
Centro Cultural Fiesp
Avenida Paulista, 1313 - São Paulo - SP
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A Galeria Marcelo Guarnieri tem o prazer de apresentar a segunda exposição individual de Mariannita Luzzati (1963, São Paulo) em nossa unidade de São Paulo, que conta com texto crítico
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A Galeria Marcelo Guarnieri tem o prazer de apresentar a segunda exposição individual de Mariannita Luzzati (1963, São Paulo) em nossa unidade de São Paulo, que conta com texto crítico de Luiz Armando Bagolin. Convidando o espectador a refletir sobre o vazio e o silêncio, Mariannita Luzzati desenvolve sua prática pictórica a partir do interesse pela paisagem e pela simbologia elementar da contemplação que vem associada a ela. Em sua pesquisa, tenta refletir sobre a ideia de “restauração” da paisagem, que diz respeito a um mundo sem excessos, sejam eles de informação, de imagens ou de cores. A ação de esvaziar pode ser observada não só nas paisagens silenciosas que nos apresenta, mas também na paleta de tons rebaixados que utiliza e até mesmo no aspecto difuso da pintura que dá conta de nublar os elementos da cena.
A partir de um sistema pictórico próprio que desenvolveu há mais de 25 anos, Mariannita Luzzati apresenta nesta exposição um diálogo entre pinturas inéditas e pertencentes a séries anteriores, onde a variação de escalas se faz evidente. Como observa Luiz Armando Bagolin: “O ponto de inflexão entre as telas maiores e as novas, menores, parece ser exatamente este, ou seja, o desejo da artista em tornar tudo o que vê mais próximo, no sentido de mais familiar, por mais que os sentimentos de isolamento e inacabamento prevaleçam. E por maior que seja a dimensão do campo colorido (ou do quadro pintado), nunca é ao monumental que sua obra se endereça. Se sua pintura dispensa propositadamente uma profundidade, dispensa igualmente a escala da paisagem como algo épico e farsesco. O seu trabalho, ao contrário, oscila sempre entre um campo de projeção de um espaço físico observável e um espaço de pura imanência que pertence à realidade da própria pintura. Por isso, é avesso também ao sublime grandioso ou terrível (imaginado por Edmund Burke).”
Por meio da tinta diluída, sobrepõem-se camadas muito leves que dão corpo a rochedos muito pesados, rodeados pela imensidão do imprevisível oceano. Há uma troca entre cor e forma, onde uma se constrói enquanto a outra se desmancha. Em suas novas pinturas, Luzzati passeia por tons azulados e esverdeados por meio do uso de pigmentos como verde ftalo, óxido de cromo verde, azul ultramar e azul cobalto, aproximando-se assim, como observado por Luiz Armando Bagolin em seu texto crítico, de um momento da tradição da pintura de paisagem inglesa em que o pintor do gênero buscava uma emancipação e autonomia. “John Constable então aprendeu (e a partir dele, Monet, mais tarde) que, ao pintar a paisagem, deve-se partir sempre de um fundo verde vivo, a fim de obter efeitos mais vibrantes nas sucessivas camadas de cores que serão aplicadas depois sobre este fundo. Invertia-se ou se modificava assim o princípio segundo o qual, na pintura “clássica” ou mais antiga, de gênero alto (a pintura histórica) ou de gêneros mais elevados do que a pintura de paisagem (que era considerado um gênero baixo), iniciava-se a composição a partir de um fundo avermelhado (com cinábrio) ou acastanhado (com sépia ou bistre) como garantia da recepção das luzes e do modelado do claro-escuro na progressão da feitura da pintura.
Mariannita Luzzati (1963, São Paulo), vive e trabalha entre São Paulo e Londres. Dentre as exposições individuais e coletivas que participou, destacam-se nas seguintes instituições: Pinacoteca do Estado de São Paulo, Centro Cultural São Paulo, Museu de Arte Moderna de São Paulo, Museu de Arte Contemporânea de São Paulo, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Museu de Arte Moderna da Bahia, Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, Fundação Iberê Camargo, Museu de Arte Contemporânea de Curitiba, Museu Vale do Rio Doce de Vitória, Museu Nacional de Buenos Aires, Museum Of London, Haus Der Kulturen Der Welt em Berlim, Maison Saint Gilles em Bruxelas
Suas obras constam em importantes coleções nacionais e internacionais, dentre as quais a Fundação Itaú Cultural de São Paulo; a Fundação Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro; a Fundação Cultural de Curitiba; a Fundação Padre Anchieta – TV Cultura em São Paulo; o Museu de Arte de Brasília; o Machida City Museum of Graphic Arts em Tóquio; Pinacoteca do Estado de São Paulo; Centro Cultural Dragão do Mar em Fortaleza; Instituto Figueiredo Ferraz em Ribeirão Preto; Fundação Musei Civici de Lecco e MIDA – Scontrone na Itália; British Museum de Londres; Essex Collection em Colchester na Inglaterra; Credit Suisse First Boston; Halifax plc; Herbert Smith; Rexam plc de Londres; Teodore Goddard, em Jersey e Pearson plc, em Nova York.
Serviço
Exposição | Mariannita Luzzati
De 30 de julho a 03 de setembro
Segunda a sexta, das 10h às 19h. Aos sábados, das 10h às 17h
Período
30 de julho de 2024 10:00 - 30 de setembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Marcelo Guarnieri
Alameda Franca, 1054 São Paulo – SP
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A partir do dia 10 de agosto, a Arte132 Galeria apresenta a exposição “Transmutação e metáforas do inconsciente” do escultor italiano Renato Brunello, com curadoria de Laura Rago. Em sua segunda mostra
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A partir do dia 10 de agosto, a Arte132 Galeria apresenta a exposição “Transmutação e metáforas do inconsciente” do escultor italiano Renato Brunello, com curadoria de Laura Rago. Em sua segunda mostra individual na galeria, a produção de Brunello reflete a fusão entre a tradição escultórica italiana e a cultura brasileira. A mostra com 22 obras, todas inéditas, traz a adaptabilidade dos materiais utilizados, abrangendo novas concepções sobre seu manuseio.
Desde meados dos anos 1970, Renato Brunello, radicado no Brasil, incorporou em sua produção artística as influências da arte e da cultura popular nordestina, como o artesanato e o folclore, além das características da arquitetura vernacular pelo uso de materiais locais e técnicas construtivas tradicionais. Formado na Escola de Artes e Ofícios, em Veneza, Brunello trabalha com mármore e madeira em suas criações, transgredindo a maneira convencional de utilizar esses materiais ao incorporar a força expressiva da técnica e a adequabilidade do trabalhador de ofício. “A escultura deve necessariamente se relacionar com a dinâmica do espaço, articulando volumes de maneira a criar uma interação fluida e expressiva com o ambiente”, diz Brunello.
As obras de Brunello rejeitam a classificação tradicional da arte, que se apoia na separação do abstrato versus o figurativo ou engajamento versus “arte pela arte”. Nelas, o elemento abstrato evoca o figurativo, ao mesmo tempo que a beleza da forma provoca reflexões. Cada peça conta uma história que se revela a quem observa. A apreciação da arte contemporânea exige essa imersão no universo do artista. “A ocupação do espaço é vital para gerar pontos dinâmicos e dialogar eficazmente com o próprio espaço”, afirma o artista, comparando a composição espacial da escultura a um passo de dança.
Nesta exposição, as produções proporcionam leituras para a compreensão da intenção criativa de Brunello, consciente ou não. Essa visão integra a subjetividade do artista à exterioridade do mundo. As esculturas de pequeno porte, como “Gufo Rosa” (2024), carregada de camadas de significado metafórico, trazem à memória a coruja de Minerva, presente na mitologia romana, e evocam a ideia de renovação e transformação constante. A escolha dos materiais, como mármore rosa de Portugal e madeiras massaranduba e garapeira, evidencia a habilidade técnica do artista, ressaltando a ambiguidade das texturas alcançadas.
“Conceitos relativos a uma ampliação do campo da escultura são perceptíveis no eixo da produção axiomática do artista, que passou a abranger novas concepções, flertando com a metáfora e o simbólico”, escreve Laura Rago. “O resultado são obras tridimensionais que evocam a fauna e a flora do Brasil, ao mesmo tempo que ressaltam a expertise do artista no manejo da matéria”, completa a curadora.
Renato Brunello continua a explorar a relação entre o vazio e o cheio em suas esculturas, como em “Contorção” (2005) e “Ponto e Contraponto” (2023), criando uma interação entre presença e ausência. Essa interação convoca o espectador ao deslocamento corpóreo e imaginativo, permitindo uma experiência estética que transcende a simples observação visual. Suas esculturas podem ser experimentadas como um sistema de comunicação, que produz e reproduz signos a partir do seu imaginário
Serviço
Exposição | Transmutação e metáforas do inconsciente
De 10 de agosto a 26 de outubro
Segunda a sexta, das 14h às 19h. Sábados, das 11h às 17h
Período
10 de agosto de 2024 14:00 - 26 de outubro de 2024 19:00(GMT-03:00)
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Flavia Renault apresenta a exposição individual ‘Roda das Deidades’, no Centro Cultural da Universidade Federal de Minas Gerais, com curadoria de Paula Borghi, trazendo sete peças em escala humana, realizadas
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Flavia Renault apresenta a exposição individual ‘Roda das Deidades’, no Centro Cultural da Universidade Federal de Minas Gerais, com curadoria de Paula Borghi, trazendo sete peças em escala humana, realizadas com algodão cru, e , gavetas antigas de madeira, ao lado de outras obras, mostrando uma influência fortemente religiosa e do Barroco Mineiro, expressões que marcam a exposição e sua pesquisa como um todo.
A deidade é a fonte de tudo aquilo que é divino. Sobre a escolha do título, ela explica: “É um roda de conversas, que pode ser tanto de seres invisíveis, de forças, como de mulheres, de Deusas. É também uma dança circular, algo que a gente vê em todas as culturas.” A instalação fica localizada no centro da sala expositiva, atuando tal qual um círculo sagrado comumente adotado em ritualísticas.
Em diálogo com essa grande instalação, apresenta-se também um conjunto de desenhos realizados a partir de documentos familiares e uma série de esculturas que se utilizam, sobretudo, de materiais como madeira, tecido e papel. Expondo principalmente trabalhos inéditos, produzidos entre os anos de 2022 e 2024, a curadora Paula Borghi comenta: “São trabalhos que conversam com o Barroco Mineiro e justamente por isso a espiritualidade é algo tão importante para a mostra. O que temos é uma discussão contemporânea sobre o tema, que vai desde uma missa católica, a uma conversação filosófica goetheana e um sabbath das bruxas”.
Contemplada no Projeto Galerias – Artes Visuais da UFMG, Roda da Deidades é a primeira individual da artista na capital mineira, território tão importante para sua formação artística e pessoal.
Serviço
Exposição | Roda das Deidades
De 16 de agosto a 22 de setembro
Terças a sextas: 9h às 20h | sábados, domingos e feriados: 9h às 17
Período
16 de agosto de 2024 09:00 - 22 de setembro de 2024 20:00(GMT-03:00)
Local
UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais
Av. Pres. Antônio Carlos, 6627 - Pampulha, Belo Horizonte - MG
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Mostra reúne 129 fotografias vencedoras do 67º concurso anual. A mostra, que volta ao Brasil após um breve intervalo, apresenta uma seleção do melhor do fotojornalismo e fotografia documental do
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Mostra reúne 129 fotografias vencedoras do 67º concurso anual. A mostra, que volta ao Brasil após um breve intervalo, apresenta uma seleção do melhor do fotojornalismo e fotografia documental do mundo. As obras são um convite para que o visitante saia do ciclo de notícias e tenha um olhar mais profundo para histórias proeminentes e negligenciadas. As guerras em Gaza e na Ucrânia, migração, família, demência e meio ambiente estão entre os temas destacados na edição do prêmio em 2024. Este ano, o júri tomou a decisão excepcional de incluir duas menções especiais na seleção. Quatro fotógrafos brasileiros estão entre os expositores.
Ao todo, a World Press Photo 2024 será exibida em mais de 60 cidades em todo o mundo. A mostra já passou por Amsterdã, Londres, Sydney e Cidade do México. Além do Rio de Janeiro e de São Paulo, Berlim, Roma, Hong Kong, entre outras cidades, ainda receberão a exibição.
As fotografias que fazem parte do acervo da exposição foram selecionadas entre 61.062 inscrições de 3.851 fotógrafos de 130 países. São 24 projetos vencedores e seis menções honrosas, num total de 33 fotógrafos de 25 países: Argentina, Austrália, Azerbaijão, Brasil, Canadá, China, República Democrática do Congo, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Irã, Japão, Myanmar, Palestina, Peru, Filipinas, África do Sul, Espanha, Tunísia, Turquia, Ucrânia, Reino Unido, Estados Unidos e Venezuela.
E para representar melhor uma pluralidade de perspectivas e vozes globais, a World Press Photo introduziu em 2021 uma nova estratégia de premiação regional, dividindo os trabalhos pelos continentes onde foram criados. Este ano, o concurso premiou quatro categorias: Individual: fotografias individuais; Reportagem: 4-10 fotografias; Projetos de Longo Prazo: 24–30 fotografias; e Formato Aberto: projetos baseados em fotos que utilizam uma variedade de mídias e técnicas de narrativa. “O visitante tem a oportunidade de dar um passeio pelo mundo inteiro com as fotos premiadas pela Fundação World Press Photo”, explica Raphael.
Entre os destaques da World Press Photo 2024, está a foto do ano Uma Mulher Palestina Abraça o Corpo de Sua Sobrinha, do palestino Mohammed Salem, da Agência Reuters, que representa a perda de uma criança, a luta do povo palestino e as 33.000 pessoas mortas na Palestina, além de simbolizar o custo do conflito e fazer uma declaração sobre a futilidade de todas as guerras. Na reportagem do ano do World Press Photo, a série Valim-babena, da Sul-africana Lee-Ann Olwage para GEO, a fotógrafa aborda a demência, um problema de saúde universal, através da lente da família e do cuidado. A seleção de imagens feita pela fotógrafa lembra aos espectadores o amor e a proximidade necessários em tempos de guerra e agressão em todo o mundo.
O projeto vencedor da categoria de longo prazo, Os Dois Muros, do venezuelano Alejandro Cegarra, do The New York Times/Bloomberg, traz imagens que são ao mesmo tempo implacáveis e respeitosas, e transmitem as emoções íntimas presentes em diversas jornadas de migração em todo o planeta. E o prêmio de formato aberto A Guerra é Pessoal, da fotógrafa ucraniana Julia Kochetova, traz imagens emotivas sobre a contínua invasão russa da Ucrânia. A obra traz um fio de simbolismo visual, forte uso de sequências de cores e colaborações com um ilustrador e DJ ucranianos. O uso envolvente de áudio e ilustração – especialmente no diário poético e nas gravações de áudio – se destacou, conferindo uma qualidade cinematográfica ao trabalho.
Do Brasil
Quatro brasileiros, que se destacaram no concurso, estarão expondo na World Press Photo 2024. Com Seca na Amazônia, premiado na categoria Individual da América do Sul, Lalo de Almeida retrata a realidade de Porto Praia, lar dos povos indígenas Ticuna, Kokama e Mayoruna, que não tem acesso rodoviário e normalmente só é alcançável por via fluvial. A seca fez com que os moradores tivessem que caminhar quilômetros ao longo do leito seco do rio para chegar às suas casas. Esta fotografia captura a gravidade da crise ambiental global e da seca na Amazônia.
Agraciada com uma menção honrosa por Insurreição, Gabriela Biló, fotógrafa radicada em Brasília, lança luz sobre os acontecimentos de 8 de janeiro de 2023 no contexto mais amplo da dinâmica política do Brasil. Ao documentar o ataque às instituições democráticas e aos jornalistas, sua foto destaca a importância de defender os valores democráticos e a liberdade de imprensa no Brasil e no mundo.
Os brasileiros Felipe Dana e Renata Brito foram premiados na categoria formato com À Deriva. No ensaio, eles contam a história de um barco vindo da Mauritânia, cheio de homens mortos, que foi encontrado na costa da ilha caribenha de Tobago. Quem eram esses homens e por que estavam do outro lado do Oceano Atlântico? Os jornalistas procuraram respostas, descobrindo uma história sobre migrantes da África Ocidental que buscam oportunidades na Europa por meio de uma rota atlântica cada vez mais popular, mas traiçoeira.
Concurso
Desde 1955, o Concurso Anual World Press Photo celebra os exemplos mais cativantes, informativos e inspiradores do fotojornalismo e da narrativa visual de todo o mundo. Esta exposição destaca os talentosos vencedores do World Press Photo 2024, reconhecidos por um júri
independente e avaliados de acordo com quatro categorias: Individual: fotografias individuais; Reportagem: 4-10 fotografias; Projetos de Longo Prazo: 24–30 fotografias; e Formato Aberto: projetos baseados em fotos que utilizam uma variedade de mídias e técnicas de narrativa
Serviço
Exposição | World Press Photo 2024
De 15 de setembro a 10 de novembro
Terça a Sábado, das 10h às 18h, Domingo 9h às 17h
Período
15 de setembro de 2024 10:00 - 10 de novembro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
CAIXA Cultural São Paulo
Praça da Sé, 111 – Centro – SP
outubro
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Entre 25 de abril e 1º de dezembro de 2024, “Um Defeito de Cor” toma o espaço expositivo do segundo andar do Sesc Pinheiros com desdobramentos que recepcionam visitantes desde
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Entre 25 de abril e 1º de dezembro de 2024, “Um Defeito de Cor” toma o espaço expositivo do segundo andar do Sesc Pinheiros com desdobramentos que recepcionam visitantes desde o muro da entrada como uma mostra de arte que parte do romance histórico homônimo de Ana Maria Gonçalves. Em seu livro, a autora reconta a saga de Kehinde, africana escravizada confrontada com a necessidade de reconstrução em terras brasileiras e a incessante luta por liberdade fazendo uso da comida, da arte, do afeto, da busca pela família, acolhimento e de sua fé nos encantados.
Os curadores Amanda Bonan e Marcelo Campos, ambos do MAR (Museu de Arte do Rio), fizeram o convite a Ana Maria para uma construção curatorial conjunta a repensar a trajetória do livro de forma imagética: da produção moderna e contemporânea que tem em seu cerne a cosmogonia africana nasceu esse encontro a partir de produções de 131 artistas – entre 77 vivos e 37 já falecidos, além de 17 convidados a produzir novas obras para a mostra, com nomes como Kwaku Ananse Kintê, Kika Carvalho, Antonio Oloxedê e Goya Lopes.
Assim, tal exposição se pretende um profundo mergulho pelas quase mil páginas do texto de “Um Defeito de Cor” e toma seus dez capítulos como metodologia de divisão de núcleos temáticos em uma estrutura circular de fruição que transborda as questões da ancestralidade nas visualidades da mostra e proposta expográfica. Além dos curadores, fazem parte do processo de criação os artistas Ayrson Heráclito, consultor que assina a expografia ao lado de Aline Arroyo, e Tiganá Santana, curador da paisagem sonora que envolve o ambiente.
Nos meses em que esteve em cartaz no Rio de Janeiro, a mostra foi bem recebida pelo público, com visitação expressiva, deixando clara sua potência. É importante destacar que, antes da vinda para o Sesc Pinheiros, esta itinerância passou pelo Museu da Cultura Afro-Brasileira (Muncab), fazendo uma importante triangulação entre instituições e abrangência de públicos do Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
Serviço
Exposição | Um Defeito de Cor
De 25 de abril a 01 de dezembro
Terça a sábado das 10h30 às 21h | domingos e feriados das 10h30 às 18h
Período
25 de abril de 2024 10:30 - 1 de dezembro de 2024 21:00(GMT-03:00)
Local
Sesc Pinheiros
Rua Paes Leme, 195, Pinheiros, São Paulo - SP
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Sucesso de público e elogiada pela crítica, a mostra Dos Brasis, que reúne obras de 240 negros do país no Centro Cultural Sesc Quitandinha, foi vista por mais de
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Sucesso de público e elogiada pela crítica, a mostra Dos Brasis, que reúne obras de 240 negros do país no Centro Cultural Sesc Quitandinha, foi vista por mais de 130 mil pessoas no Sesc Belenzinho, em São Paulo. Exposição estará em cartaz, em Petrópolis de 3 de maio a 27 de outubro.
A centralidade do pensamento negro no campo das artes visuais brasileiras, em diferentes tempos e lugares, é uma das principais premissas que guiam o processo curatorial da mostra Dos Brasis – Arte e Pensamento Negro, a mais abrangente exposição dedicada exclusivamente à produção de artistas negros. Depois de passar sete meses em São Paulo, com registro de mais de 130 mil visitantes, a exposição chega ao Rio de Janeiro e será instalada em um dos principais cartões postais da Região Serrana: o Centro Cultural Sesc Quitandinha (CCSQ), em Petrópolis. Com abertura marcada para o dia 3 de maio, a mostra receberá visitantes até 27 de outubro deste ano.
Resultado de um trabalho desenvolvido pelo Sesc em todo o país, a mostra conta com sete núcleos temáticos, reunindo aproximadamente 240 artistas negros, de todos os estados do Brasil, sob curadoria de Igor Simões, em parceria com Lorraine Mendes e Marcelo Campos. Realizada por meio de um trabalho em conjunto de analistas de cultura da Insituição de todo o país, a exposição traz obras em diversas linguagens artísticas como pintura, fotografia, escultura, instalações e videoinstalações, produzidas desde o fim do século XVIII até o século XXI. A lista completa dos artistas participantes está disponível ao final do texto.
A exposição chega na íntegra ao Centro Cultural Sesc Quitandinha (CCSQ). As 314 obras que estavam em exibição no Sesc Belenzinho (SP) vão ocupar os salões da área monumental do histórico edifício, que em 2024 completa 80 anos. Parte dos trabalhos, alguns inéditos, também serão expostos pela primeira vez na área externa e no lago em frente à unidade. A mostra vai ainda oferecer ao público uma programação paralela com ações em mediação cultural e atividades educativas, além de um programa público composto de debates e palestras com convidados.
Inaugurado em 1944, um ano antes do fim da Segunda Guerra Mundial, o Quitandinha abrigou um dos maiores hotéis-cassino das Américas. Recebeu personalidades brasileiras e hollywoodianas, como Carmen Miranda e Walt Disney. Também foi palco de eventos que marcaram a história, como da Conferência Interamericana para a Manutenção da Paz e da Segurança no Continente, em 1947, e a 1ª Exposição Nacional de Arte Abstrata, realizada em 1953. Na década de 1960, após a proibição dos jogos no Brasil, o cassino foi fechado e o hotel teve seus apartamentos vendidos, tornando-se um condomínio. Em 2007, a área monumental passou a ser administrada pelo Sesc RJ, que a transformou em um Centro Cultural.
Desde que foi reinaugurado como um Centro Cultural, em abril do ano passado, o Quitandinha vem sendo ocupado por exposições que resgatam a forte identidade afro-brasileira em Petrópolis. A primeira, intitulada “Um oceano para lavar as mãos”, com curadoria de Marcelo Campos e Filipe Graciano, apresentou uma revisão da história do Brasil a partir de narrativas não eurocentradas, pensada por curadores e artistas negros, levando o espectador à reflexão sobre a forte memória e produção artística negra na contemporaneidade, no Brasil e no município, e sua relação com o passado imperial. Depois, dos mesmos curadores, recebeu a coletiva “Da Kutanda ao Quitandinha”, em que o ponto de partida foi o território onde o edifício está inserido – uma região marcada por quilombos formadores da cidade.
Serviço
Exposição | Dos Brasis
De 3 de maio a 27 de outubro
Terças a domingos e feriados, das 10h às 17h
Período
3 de maio de 2024 10:00 - 27 de outubro de 2024 17:00(GMT-03:00)
Local
Centro Cultural Sesc Quitandinha
Avenida Joaquim Rolla, 2, Petrópolis, Rio de Janeiro - RJ
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Com curadoria do crítico e curador Adolfo Montejo Navas, a mostra Ars Sonora apresenta ao público uma faceta menos conhecida do multi-instrumentista Hermeto Pascoal – sua produção como
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Com curadoria do crítico e curador Adolfo Montejo Navas, a mostra Ars Sonora apresenta ao público uma faceta menos conhecida do multi-instrumentista Hermeto Pascoal – sua produção como artista visual. Em 2019, uma primeira montagem da exposição integra a 14ª Bienal de Curitiba e, agora, chega a São Paulo ampliada e em voo solo.
Músico autodidata em atividade desde a década de 1940, Hermeto Pascoal grava o seu primeiro disco, “Hermeto”, nos Estados Unidos, em 1971. Um ano antes emplaca duas composições suas no icônico “Live-Evil”, gravado ao vivo com Miles Davis. Em 1979 se apresenta no Festival de Jazz de Montreaux, na Suíça. Em sua longeva trajetória recebeu o Grammy Latino em 2019, na categoria “Melhor Álbum de Música de Raízes em Língua Portuguesa”. E em maio do ano passado foi nomeado doutor honorário da Juilliard School, de Nova York (EUA) – o título foi entregue pelo trompetista Wynton Marsalis.
Em Ars Sonora – Hermeto Pascoal, o público pode conhecer sua criação no território das artes visuais. Pioneira, a mostra abrange diferentes linguagens, como desenhos, pinturas, objetos e proto-instrumentos musicais. A produção ultrapassa fronteiras disciplinares e, de modo ampliado, estabelece relações com a performance e as artes visuais.
A proposta da exposição Ars Sonora – Hermeto Pascoal é reconhecer sua produção para além dos já difundidos conceitos de Música Livre e Música Universal. Neles, o artista afirma a quebra das barreiras culturais, ultrapassando linguagens e suportes estabelecidos pela tradição. Nesse sentido, a mostra reúne objetos feitos dos mais diferentes materiais, deslocados do seu uso cotidiano e reconfigurados em seu sentido visual. Panos de prato, chaleiras, caixas de presente, sacolas, brinquedos, roupas e toalhas de mesa servem à ampliação musical transpostas para a apreciação visual, dando forma a um vasto arquivo sensorial e sonoro.
Articulando sons e ruídos a partir da musicalidade coletada de animais e de objetos do dia a dia, o artista transforma usos e funções, construindo assim o seu alfabeto sonoro e visual próprio até chegar no glossário da sua linguagem, a “Hermetologia”.
“A obra ímpar e caleidoscópica de Hermeto Pascoal deve ser reconhecida de forma mais ampla, muito além das coordenadas estritamente musicais nas quais é mal confinada a maioria das vezes”, afirma o curador. “A compreensão da obra de Hermeto Pascoal também como música visual se baseia na consideração porosa de sua obra, uma arte sonora que ultrapassa seus eixos musicais para desenvolver uma potência sinergética de escritura musical e visual ao mesmo tempo, de visualidade sonora e gestual, que contamina todo tipo de instrumentos-objetos-suportes como novos espaços-registros de representação sonora (experimentações diversas com a natureza, a animália, a voz das pessoas, as performances corporais, os desenhos, os objetos-partituras, os álbuns sonoros, visuais, as trilhas imagéticas…). Tudo isso corresponde com uma terminologia afim à poesia visual, à pangrafia, e ao mesmo tempo ao happening, à performance, a outro olhar-ver-fazer que é simultâneo às percepções, à interação som/imagem, gesto/pensamento”, completa Navas.
O que encontrar em Ars Sonora – Hermeto Pascoal
Reunindo nove diferentes vertentes de sua criação, a mostra está configurada em um conjunto de núcleos em torno da poética artística elaborada por Hermeto Pascoal. Numa combinação relacional e interconectada, tem como ponto de partida a “Música da Aura”, na qual mostra experiências sonoras realizadas com o som da voz das pessoas e a sua natureza tonal.
A seguir vêm as partituras-expansivas, os poemas-objetos e as obras em papel. É nesta seção que estão elementos retirados de seu fabrico industrial serializado e ora refeitos em música própria e pessoal, a partir das notações musicais sobrescritas, como se as partituras brotassem dos objetos.
“Cosmossonia”, a seguir, traz como ponto de partida o som e trata-se, portanto, de uma ampla conversão de todo objeto e utensílio em instrumento musical. Na sequência, “Obras-Arquivo” apresenta o Calendário do Som, obra em que Hermeto Pascoal compôs, de 1996 a 1997, uma música para cada dia do ano. Publicada em livro em 2000, foi interpretado por diferentes artistas, como a “Orquestra Família de Itiberê Zwarg” e o músico João Pedro. Ao lado das partituras estão os desenhos de Hermeto Pascoal para a obra, além de anotações e comentários do autor.
As “Pinturas Caligráficas” reúnem partituras feitas em guardanapos, convites, papeis de toda sorte, toalha de mesa, brinquedos, jogos americanos, cardápios de restaurantes e até em papel higiênico ou tampa de privada. Roupas e as paredes de locais públicos também servem de suportes às partituras. Na exposição, estão acompanhadas dos “Desenhos e Pinturas” do artista. Feitos com técnica mista, lápis de cor e caneta hidrográfica, são obras que apresentam numerosos elementos de cor e figurações livres em correspondência entre si.
O segmento “Brincando de Corpo e Alma”, uma ação performática de 2012, exibe registro audiovisual de captações sonoro-visual do artista produzindo diferentes sons no próprio corpo. É exibido ao lado de outra produção em áudio e vídeo, a peça “Ato de Criação”, trilha-sonora de Hermeto Pascoal para o curta-metragem “Eu Vi o Mundo, e Ele Começava no Recife”, de Mário Carneiro, dedicado ao artista Cícero Dias. Por fim, “Animália” é uma instalação sonora na qual diferentes formas de vida e de viver são celebradas em sua sonoridade, tendo o registro do som de bichos reunidos como parceiros artísticos de Hermeto Pascoal.
Para completar a exposição há a “Hermetologia”, glossário no qual se compila uma coleção de verbetes e citações sobre os mais diversos assuntos, com reflexões do próprio artista sobre música, som, arte, cultura, matéria e espírito.
Serviço
Exposição | Ars Sonora
De 29 de maio a 03 de novembro
Terça a sexta, das 9h às 20h, sábado, das 10h às 20h, domingo e feriado, das 10h às 18h
Período
29 de maio de 2024 09:00 - 3 de novembro de 2024 20:00(GMT-03:00)
Local
Sesc Bom Retiro
Alameda Nothmann, 185 – Bom Retiro – São Paulo - SP
Detalhes
“Pensar a natureza por meio da arte é um caminho magnífico para sensibilizar as pessoas sobre sua importância, e Efrain Almeida desenvolve um trabalho poético em torno deste tema como
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“Pensar a natureza por meio da arte é um caminho magnífico para sensibilizar as pessoas sobre sua importância, e Efrain Almeida desenvolve um trabalho poético em torno deste tema como poucos”, afirma a secretária de Estado da Cultura, Luciana Casagrande Pereira. “É uma honra para o Paraná receber, no MON, essa exposição individual que com certeza vai nos emocionar e nos conectar não apenas com a natureza, mas também com a cultura popular do sertão brasileiro”, comenta.
A diretora-presidente do MON, Juliana Vosnika, explica que ao realizar essa inédita exposição o Museu Oscar Niemeyer traz um jardim para o interior da sala expositiva. “Aqui certamente haverá uma troca silenciosa entre artista e visitante”, diz
Ela ressalta que, “numa feliz coincidência”, a exposição “O Jardim” acontece simultaneamente à instalação do projeto “MON sem Paredes”, em que o Museu rompe o seu limite físico. Com um parque de esculturas interativas na área externa, o MON abraça o público e o convida a entrar.
“Com seus pássaros, casas, ninhos, árvores e diversos outros animais, Efrain nos conecta a uma natureza íntima, o que pode servir como um antídoto ao esquecimento e às efemeridades contemporâneas. Esculturas, instalações, pinturas e bordados evocam cenas simples que nos fazem entrar em contato com a nossa essência”, afirma Juliana.
O curador Bitu Cassundé explica que a exposição, além de apresentar diferentes períodos da produção de Efrain, compreende também a transição que se estabelece nos projetos escultóricos do artista. “Vai da produção em madeira ao bronze, além de contemplar outras técnicas trabalhadas por ele, como pintura, bordado e desenho”, comenta.
A exposição dá prosseguimento à pesquisa que se inicia em 2020 e se desdobra no documentário “Ensaio para outros Instantes” (2021) e na exposição Encarnado (2023), apresentada no Centro Cultural do Cariri, em Crato (CE). “Ambos os trabalhos discutem o corpo, o sagrado e o território a partir de Canindé e Juazeiro do Norte, importantes centros religiosos daquele estado”, informa Cassundé.
Serviço
Exposição | O Jardim
De 20 de junho a 27 de outubro
Terça a domingo, das 10h às 18h, acesso até as 17h30
Período
20 de junho de 2024 10:00 - 27 de outubro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Museu Oscar Niemeyer (MON)
R. Mal. Hermes, 999 - Centro Cívico, Curitiba - PR
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Uma das fotógrafas mais importantes do mundo, Claudia Andujar é a nova artista a ocupar a Pinacoteca do Ceará. O museu, que integra a Rede Pública de Equipamentos e Espaços Culturais (Rece)
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Uma das fotógrafas mais importantes do mundo, Claudia Andujar é a nova artista a ocupar a Pinacoteca do Ceará. O museu, que integra a Rede Pública de Equipamentos e Espaços Culturais (Rece) da Secretaria da Cultura do Ceará (SECULT) e é gerido pelo Instituto Mirante, abre a exposição “Claudia Andujar. Minha vida em dois mundos” no sábado, 22 de junho, a partir das 17h. A entrada é gratuita e haverá acessibilidade em Libras.
A programação de abertura contará com uma sessão especial do documentário “A senhora das flechas” (The Lady with the Arrows”, 2024), de Heidi Specogna. O filme, que foi exibido no Brasil apenas durante o festival “É Tudo Verdade” deste ano, aborda a relação de afeto e militância de Claudia Andujar com o povo indígena Yanomami. A sessão acontece às 17h30 e serão distribuídos 80 ingressos por ordem de chegada, a partir das 16h.
Dividida em cinco núcleos, “Claudia Andujar. Minha vida em dois mundos” tem curadoria de Eduardo Brandão e reúne cerca de 200 fotografias da artista suíça naturalizada brasileira. O título reforça a proposta curatorial, que traz diferentes olhares e trânsitos de Andujar: entre o fotojornalismo e a arte experimental; as grandes cidades e a floresta; a Europa, onde ela nasceu, e a América, continente que a acolheu após a perseguição nazista à sua família paterna; ela própria e o Outro.
Reconhecida por sua atuação humanista na fotografia, Andujar constrói os trabalhos a partir de uma longa convivência com o ambiente, as pessoas e os costumes. É o que se vê em séries como “Famílias Brasileiras”, um dos primeiros ensaios que ela realizou no Brasil, no qual passou longos períodos convivendo com diferentes famílias em cidades de São Paulo, Minas Gerais e Bahia. O intenso trabalho de reelaboração das imagens feito pela artista também é destaque na exposição. Em “A Sônia”, para refletir esteticamente sobre as formas do corpo feminino, as fotografias com filme infravermelho são posteriormente refotografadas, com um uso experimental de filtros de cor e sobreposições.
“Trem Baiano” é outro importante trabalho presente na mostra, que retrata migrantes que tentavam se estabelecer em São Paulo voltando às suas cidades de origem, enviados pelo Departamento de Imigração e Colonização de São Paulo. Para fazer o ensaio publicado numa reportagem da clássica revista Realidade, em 1969, Andujar embarcou sozinha no trem que saía de São Paulo e parava em diversas cidades no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e na Bahia.
A colaboração com Realidade levou a fotógrafa a ter o primeiro contato com os indígenas Yanomami, trabalhando numa edição especial sobre a Amazônia, em 1971. A partir daí, Claudia Andujar estabelece uma ligação cuidadosa e comprometida com aquele povo ameaçado à época – e até hoje – pelo garimpo e por interesses políticos e econômicos, como o projeto de desenvolvimento industrial do governo militar, que construiu grandes rodovias na região.
Em plena ditadura militar, Claudia passa a atuar na luta política em defesa do povo Yanomami, que a acolhe e reconhece na artista uma aliada. Durante os anos 1970, ela faz diversas viagens ao território, chega a morar durante 14 meses na Reserva Catrimani e se envolve com o modo de vida local, a cultura, os hábitos e rituais daquele povo.
Em 1977, enquadrada na Lei de Segurança Nacional, editada pelo Governo Militar, ela é retirada à força do território indígena, sendo proibida de voltar à Amazônia. A partir daí, a fotógrafa funda, em 1977, a Comissão pela Criação do Parque Yanomami (CCPY), que tinha como objetivo a demarcação do território, o que se concretiza apenas em 1992, com a criação da Terra Indígena Yanomami.
Esse período é retratado especialmente nas séries “Catrimani”, “Reahu”, “Sonhos Yanomami” e “Marcados”, em que é possível perceber a aproximação real entre a fotógrafa e o povo Yanomami, além do experimentalismo de linguagem que, ao longo do tempo, foi sendo ampliado até chegar a propostas estéticas extremamente inovadoras.
A retrospectiva “Claudia Andujar. Minha vida em dois mundos” ficará em cartaz na Pinacoteca do Ceará até 29 de dezembro de 2024 e conecta o Ceará a um circuito internacional de museus que têm repercutido o grande trabalho de Claudia Andujar. Nos últimos anos, a obra da artista tem sido exposta em instituições de todo o mundo, com apoio da Fondation Cartier pour l’Art Contemporain (França), como no México, Itália, Espanha, Suíça, Inglaterra, Estados Unidos e Alemanha. Sempre gratuita, a Pinacoteca oferece aos visitantes a chance de conhecer uma das fotógrafas mais celebradas da arte contemporânea que, aos 93 anos, traz uma contribuição fundamental para compreender o Brasil.
A exposição tem classificação indicativa de 12 anos e contará com diversos recursos de acessibilidade, como obras táteis, audiodescrição, Braille e vídeo em Libras, além de uma série de atividades formativas, com diversos públicos, ao longo de todo o período de exibição.
Documentário “A Senhora das flechas”
Exibido no Brasil em abril deste ano, durante o festival “É tudo verdade” (SP), o documentário “A Senhora das flechas” (The Lady With the Arrows, 2024), da diretora suíça Heidi Specogna, mostra o relacionamento profundo de Claudia Andujar com o povo Yanomami, numa costura emocionante a partir da biografia da artista, sua relação com a fotografia e o ativismo na luta contra a exploração da floresta amazônica e a defesa do povo Yanomami
Serviço
Exposição | Claudia Andujar. Minha vida em dois mundos
De 22 de junho a 29 de dezembro
Segunda a sexta, das 10h às 19h; sábados, das 10h às 11:30h
Exibição do documentário | A Senhora das flechas (The Lady With the Arrows, 2024)
Sábado, 22 de junho, a partir das 17h30
Auditório da Pinacoteca do Ceará
Acesso gratuito | 80 ingressos distribuídos por ordem de chegada, a partir das 16h
Período
22 de junho de 2024 10:00 - 29 de dezembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Pinacoteca do Ceará
Rua 24 de Maio, s/n, Praça da Estação, Centro - Fortaleza - CE
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Trazendo destaque para a moda de rua do Japão, a Japan House São Paulo traz a exposição “Sutorīto Fashion: moda das ruas“, que apresenta as tendências de moda desde a década
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Trazendo destaque para a moda de rua do Japão, a Japan House São Paulo traz a exposição “Sutorīto Fashion: moda das ruas“, que apresenta as tendências de moda desde a década de 1950 até os dias atuais por meio de mais de 100 registros fotográficos. Com entrada gratuita, a mostra acontece de 25 de junho a 20 de outubro, no térreo da instituição. Assim como “Efeito Japão: moda em 15 atos” (em cartaz no segundo andar até 1° de setembro), a exposição “Sutorīto Fashion: moda das ruas” é coordenada pelo diretor de moda Souta Yamaguchi.
A seleção de fotografias analisa por década as mudanças da moda de rua no Japão dos anos 1950 aos anos 2020, abordando diversas tendências internacionais, cinema e música, assim como a contracultura japonesa que surgiu em resposta às mudanças culturais, sociais, políticas e econômicas dessas épocas.
“Essa exposição faz parte do ciclo de moda que iniciamos em maio deste ano e tem como foco o cotidiano japonês e como as recentes mudanças culturais e sociais afetaram a moda de rua dos jovens. Será uma oportunidade única para entender como cada período foi traduzido, adaptado e refletido nos looks cotidianos, gerando uma identidade muito particular, criativa e inovadora.”, comenta a Diretora Cultural da JHSP, Natasha Barzaghi Geenen.
A passagem histórica da exposição tem início na década de 1950, em um contexto pós-guerra. Nesse período de recuperação e reconstrução após a Segunda Guerra Mundial, referências internacionais da alta costura e o cinema japonês servem como inspiração, além de estilos como o rockabilly. Foi um período de aumento no consumo de roupas com a difusão de peças prêt-à-porter e o avanço na qualidade de fibras sintéticas. Na década de 1960, o ambiente doméstico japonês se modernizou e a influência de tendências internacionais na moda jovem, como o uso da minissaia e de calças pantalonas tornou-se popular no Japão. Nos anos 70, os primeiros estilistas japoneses despontam nas passarelas internacionais, ao mesmo tempo em que os movimentos de contracultura no Japão são acompanhados pelo mais conservador “nyuutora” (abreviação japonesa do termo em inglês New Traditional) adotado por estudantes, com saias até os joelhos.
A década de 1980, o momento de aumento do poder econômico permitiu um gasto maior de jovens e adultos em itens da moda, inclusive artigos de luxo. Foi o auge da popularidade das DC Brands (abreviação de Designer’s & Character’s), nome dado às marcas fundadas por designers renomados. As revistas de moda e lifestyle também eram essenciais em ditar tendências vistas nas ruas e o estilo “shibuya casual“, baseado no “amekaji” (abreviação japonesa do termo em inglês American Casual) tornou-se popular especialmente entre os estudantes. Já nos anos 90, surgiram várias culturas, subdividindo os estilos. A moda que mais impactou as gerações posteriores foi a “ura-harajuku” (estilo que surgiu quando lojas de designers famosos foram abertas no bairro de Harajuku), onde as marcas que herdaram o contexto da cultura de rua, como skatistas e DJs, criaram um grande movimento. Por outro lado, no bairro de Shibuya, que continuava sendo o centro da cultura jovem, surgiram as “kogal”, que desencadeou uma tendência da moda baseada na combinação de saias de uniforme escolar com bainhas curtas e meias até a altura da panturrilha, criando uma cultura singular que deu início ao boom das “colegiais”.
A década de 2000 é marcada pelo surgimento de várias redes de fast fashion internacionais no Japão. Os estilos ficaram mais globalizados em conjunto com a popularização da internet. Nos anos 2010, impactados pelo Grande Terremoto do Leste do Japão de 2011, jovens japoneses passaram a buscar um estilo mais simples e sustentável, fazendo com que a moda contemporânea priorizasse o conforto e um caimento solto das roupas.
Em complemento à evolução década a década, a exposição apresenta também uma coletânea de 25 fotos retiradas da Revista FRUiTS, uma das plataformas mais influentes de documentação acerca do streetstyle japonês entre os anos 1997 e 2017, quando teve sua última publicação. A revista foi responsável por registrar como os jovens, que resistiam aos padrões de estilo da época, se vestiam na região de Harajuku, no distrito de Shibuya, em Tóquio, local que viria a ser conhecido como um dos principais centros de cultura jovem do país, marcando toda uma geração. Até hoje, a criatividade e a espontaneidade desse movimento inspiram designers e amantes da moda do mundo todo.
De forma a estender a experiência do público para além da exposição, a JHSP promoverá atividades paralelas durante todo o período expositivo, como visitas mediadas, seminários, workshops e bate-papos com especialistas. Dentro do programa JHSP Acessível, a exposição “Sutorīto Fashion: moda das ruas” ainda conta com recursos de audiodescrição e vídeo libras. Esta exposição é realizada em cooperação com a “ACROSS” by PARCO CO., LTD. – mídia que pesquisa a cultura jovem e a moda de Tóquio – e a Revista FRUiTS, publicação que documentou a moda de rua japonesa.
Exposição | Sutorīto Fashion: moda das ruas
De 25 de junho a 20 de outubro
Terça a sexta, das 10h às 18h; sábados, domingos e feriados, das 10h às 19h
Período
25 de junho de 2024 10:00 - 20 de outubro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Japan House São Paulo
Avenida Paulista, 52 – Bela Vista, São Paulo - SP
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A partir de 26 de junho será possível conhecer o pensamento da antropóloga, historiadora e filósofa brasileira Lélia Gonzalez (1935 – 1994). O Sesc São Paulo, em parceria com a
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A partir de 26 de junho será possível conhecer o pensamento da antropóloga, historiadora e filósofa brasileira Lélia Gonzalez (1935 – 1994). O Sesc São Paulo, em parceria com a Boitempo, inaugura o projeto Lélia em nós: festas populares e amefricanidade, na unidade Vila Mariana. A exposição, que fica em cartaz até 24 de novembro de 2024, foi inspirada pelo livro Festas populares no Brasil (que ganha nova edição pela Boitempo) e promove uma celebração da cultura afro-brasileira – ou amefricana, como propõe a autora – a partir de um recorte que estabelece diálogos e reflexões suscitados pela produção intelectual de Gonzalez, uma proeminente ativista do movimento negro brasileiro e importante teórica do feminismo negro, cuja morte completará 30 anos em 10 de julho de 2024.
Com uma seleção de produções contemporâneas e de diferentes períodos, reunida em cinco eixos temáticos, Lélia em nós: festas populares e amefricanidade apresenta pinturas, fotografias, documentos históricos, objetos, performances, instalações e vídeos de artistas como Alberto Pitta, Heitor dos Prazeres, Januário Garcia, Maria Auxiliadora, Nelson Sargento, e Walter Firmo, além de 12 trabalhos inéditos, de artistas como Coletivo Lentes Malungas, Eneida Sanches, Lidia Lisboa, Lita Cerqueira, Manuela Navas, Maurício Pazz, Rafael Galante e Rainha Favelada.
A mostra também apresenta um recorte de sonoridades e musicalidades, tanto do universo das festas e festejos brasileiros quanto das intervenções do DJ Machintown e do trombonista Allan Abbadia, além de registros fonográficos da discoteca pessoal de Lélia. Parte do acervo do Instituto Memorial Lélia Gonzalez (IMELG), a coleção reúne álbuns de artistas como Wilson Moreira e Nei Lopes, Luiz Gonzaga, Tamba Trio, Clementina de Jesus, Jamelão e Lazzo Matumbi
Partindo de conceitos teóricos desenvolvidos por Lélia Gonzalez, como a categoria político-cultural de amefricanidade – termo cunhado pela acadêmica em contraposição à ideia hegemônica de afro-americanidade para, segundo ela, “ultrapassar as limitações de caráter territorial, linguístico e ideológico” e redimensionar a influência da diáspora atlântica para a formação das Américas do Sul, Central, do Norte e Insular –, a mostra convida o público à compreensão do potencial da cultura popular afro-brasileira como tecnologia de identidade e resistência.
Com curadoria de Glaucea Britto e Raquel Barreto, a exposição foi inspirada pelas proposições feitas por Lélia Gonzalez em Festas populares no Brasil. Único título publicado em vida pela intelectual exclusivamente como autora, o livro foi publicado originalmente em 1987. A obra não foi oficialmente lançada no mercado, tendo sido patrocinada por uma empresa multinacional e distribuída como presente de fim de ano. No mês de abertura da exposição, a publicação ganhará nova edição da Boitempo, a primeira voltada à circulação no mercado editorial. Com textos da acadêmica que evidenciam laços indissociáveis entre Brasil e África por meio de manifestações populares como o Carnaval, o Bumba-Meu-Boi, as Cavalhadas e festas afro-brasileiras como as Congadas e o Maracatu, a obra reúne mais de cem imagens de cinco fotógrafos: Leila Jinkings, Marcel Gautherot, Maureen Bisilliat, Januário Garcia e Walter Firmo (os dois últimos, integrando a exposição). A nova edição inclui também materiais inéditos, textos de apoio, fac-símiles, prólogo de Leci Brandão, prefácio de Raquel Marreto, posfácio de Leda Maria Martins, texto de orelha de Sueli Carneiro e quarta capa de Angela Davis e Zezé Motta.
Serviço
Exposição | Lélia em nós: festas populares e amefricanidade
De 27 de junho a 24 de novembro
Terça a sexta, das 10h às 21h; aos sábados, das 10h às 20h; domingos e feriados, das 10h às 18h
Período
27 de junho de 2024 10:00 - 24 de novembro de 2024 21:00(GMT-03:00)
Local
Sesc Vila Mariana
Rua Pelotas, 141 - Vila Mariana – São Paulo - SP
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Para marcar os 20 anos da Casa Museu Carlos Scliar, foi inaugurada a exposição “Os Artivistas: Carlos Scliar e Cildo Meireles”, que une, pela primeira vez, a obra desses dois
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Para marcar os 20 anos da Casa Museu Carlos Scliar, foi inaugurada a exposição “Os Artivistas: Carlos Scliar e Cildo Meireles”, que une, pela primeira vez, a obra desses dois importantes artistas. “O Scliar foi fundamental na minha vida”, afirma Cildo Meireles sobre o amigo falecido em 2001. Com curadoria de Cristina Ventura, coordenadora da casa museu, serão apresentadas cerca de trinta obras, sendo algumas inéditas, que cobrem um período que vai desde a década de 1940 até 2021. Completam a mostra obras participativas, inspiradas nos trabalhos dos dois artistas. A exposição, que terá entrada gratuita até o final do mês de agosto, é apresentada pelo Governo Federal, Ministério da Cultura, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro através da Lei Paulo Gustavo.
“A ideia é provocar no espectador um convite á reflexão, instigada pela atualidade das questões tratadas pelos artistas em suas obras. Temas como: crimes de estado, meio ambiente, guerra, valor monetário, entre outros. Nosso propósito é que a pessoa pense sobre o seu papel no mundo de hoje”, diz a curadora Cristina Ventura.
As obras de Cildo Meireles e Carlos Scliar serão expostas juntas, como uma grande instalação, sem seguir uma ordem cronológica. São pinturas, desenhos, colagens, estudos, gravuras, objetos e vídeos. De Cildo, estarão as notas “Zero Dólar” (1984) e “Zero Cruzeiro” (1978), a instalação sonora “Rio Oir” (2011), o vídeo “15 segundos” (2021), em homenagem a Marielle Franco, entre outras obras. De Scliar, destacam-se os desenhos “Levante do Gueto de Varsóvia” (1957) e SOS (1989), além de desenhos e estudos, alguns inéditos, que tratam de temas como a cultura afro-brasileira e o holocausto. “Sou um grande admirador dos desenhos do Scliar, acho que ele era um desenhista dos mais talentosos do Brasil, verdadeiramente sensível”, afirma Cildo Meireles.
Na mostra, estará, ainda, a matriz da capa da Revista Horizonte, feita por Scliar em 1952, onde se lê: “Assine Apelo Paz”. “A Segunda Guerra Mundial o marcou muito, Scliar foi pracinha, atuou como cabo de artilharia. No período pós-guerra participa ativamente de movimentos a exemplo o Congresso pela paz ocorrido na antiga Tchecoslováquia, a mensagem trazida na obra é fundamental”, diz a curadora. Uma reprodução tátil desta matriz fará parte da exposição para que o visitante possa manuseá-la. Também estará na exposição um texto inédito do artista, da década de 1980, narrado pela cantora e compositora Marina Lima. No documento, Scliar expressa sua indignação e cansaço diante da nossa construção histórica. A artista cresceu vendo obras de Scliar, colecionadas por seu pai, segundo Marina, “uma imagem afetiva que nunca esqueço”. A gravação foi feita especialmente para a exposição.
Com trajetórias diversas, Carlos Scliar e Cildo Meireles se conheceram em 1966. “A partir do nosso primeiro encontro, onde mostrei meus desenhos, ele se interessou em mostrar esses trabalhos para alguns colecionadores e a partir daí praticamente me financiou. Sempre foi uma pessoa de uma generosidade muito grande, não só no meu caso, mas também com outros artistas jovens que estavam iniciando. Ele era uma pessoa de um entusiasmo intrínseco, estava sempre incentivando, sempre apoiando”, conta Cildo Meireles. Os dois foram muito amigos durante toda a vida e, em diversos momentos, tratam de questões similares em seus trabalhos, como no período da ditadura militar. Outras questões também convergem na produção dos dois: a icônica obra “Zero Dólar”, de Cildo Meireles, traz a imagem do Tio Sam, personagem que aparece sobrevoando a Amazônia com asas pretas, como se fosse um urubu, na obra SOS, de Carlos Scliar.
Serviço
Exposição | Os Artivistas: Carlos Scliar e Cildo Meireles
De 29 de junho a 01 de junho de 2025
Terça a sexta das 14h30 às 18h. Sábados das 15h30 às 19h
Período
29 de junho de 2024 14:30 - 1 de junho de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
Casa Museu Carlos Scliar
Rua Marechal Floriano (Orla Scliar), 253 – Cabo Frio - RJ
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Michel Zózimo inaugura a individual Livro Verde no Instituto Ling. Com curadoria de Gabriela Motta, a exposição traz desenhos e colagens de recortes retirados de antigas enciclopédias de ciências naturais. O
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Michel Zózimo inaugura a individual Livro Verde no Instituto Ling. Com curadoria de Gabriela Motta, a exposição traz desenhos e colagens de recortes retirados de antigas enciclopédias de ciências naturais.
O trabalho de Zózimo parte da pesquisa sobre o natural e onírico. O artista investiga imagens que povoam o encantamento, formações geológicas, alquimia, efeitos visuais e pesadelos. Michel Zózimo participou do 36º Panorama da Arte Brasileira do Museu de Arte Moderna (São Paulo, 2019), da 9ª Bienal do Mercosul (Porto Alegre, 2013), e do Festival Vídeobrasil (São Paulo, 2013). Suas obras integram as coleções da Pinacoteca de São Paulo, Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires, Museu de Arte do Rio, Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul e Fundação Vera Chaves Barcellos.
Serviço
Exposição | Livro verde
De 02 de julho a 11 de outubro
Segunda a sábado (exceto feriados), das 10h30 às 20h
Período
2 de julho de 2024 10:30 - 11 de outubro de 2024 20:00(GMT-03:00)
Local
Instituto Ling
Rua João Caetano, 440 – Três Figueiras – Porto Alegre - RS
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É impossível refletir sobre a obra da artista e intelectual Lia D Castro (Martinópolis, São Paulo, 1978) sem falar de encontros, contrastes, fricções e transformações. A partir de 5 de julho, o público
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É impossível refletir sobre a obra da artista e intelectual Lia D Castro (Martinópolis, São Paulo, 1978) sem falar de encontros, contrastes, fricções e transformações. A partir de 5 de julho, o público pode encontrar a exposição Lia D Castro: em todo e nenhum lugar, no MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand. A primeira mostra individual da artista em um museu reúne 36 trabalhos, sendo a maioria pinturas de caráter figurativo. As obras selecionadas exploram cenários onde o afeto, o diálogo e a imaginação se tornam importantes ferramentas de transformação social.
O título da exposição parte da constatação da ausência histórica de grupos minorizados em posições de poder e decisão — em nenhum lugar —, enquanto sua presença e força de trabalho compõem as bases que sustentam a sociedade — em todo lugar. Com curadoria de Isabella Rjeille, curadora, MASP, e Glaucea Helena de Britto, curadora assistente, MASP, a mostra apresenta trabalhos que abrangem toda a produção da artista.
Lia D Castro utiliza a prostituição como ferramenta de pesquisa e desenvolve sua produção a partir de encontros com seus clientes – homens cisgêneros, em sua maioria brancos, heterossexuais, de classe média e alta – para subverter relações de poder ou violência que possam surgir entre eles, aliando história de vida e história social. Temas como masculinidade e branquitude, mas também afeto, cuidado e responsabilidade, são abordados nessas ocasiões e resultam em pinturas, gravuras, desenhos, fotografias e instalações criadas de modo colaborativo.
Nesses momentos, ela conversa com esses homens e os convida a refletir: quando você se percebeu branco? E quando se descobriu cisgênero, heterossexual? “Perguntas sobre as quais a artista não busca uma resposta definitiva, mas sim provocar um posicionamento dentro do debate racial, sobre gênero e sexualidade”, afirma a curadora Isabella Rjeille.
As conversas de Lia D Castro com esses homens são permeadas por referências a importantes intelectuais negros como Frantz Fanon, Toni Morrison, Conceição Evaristo e bell hooks. Frases retiradas dos livros desses autores, lidos pela artista na companhia de seus colaboradores, são inseridas nas telas e misturam-se aos gestos, cenas, cores e personagens. O trabalho de Lia D Castro torna-se um lugar de encontro, embate e fricção, no qual ações, imagens e imaginários são debatidos, revistos e transformados. Com frequência, a artista insere referências a outros trabalhos por ela realizados, incluindo-os em outro contexto e, consequentemente, atribuindo novos significados e leituras a essas imagens.
“Partindo da visão de Frantz Fanon de que o racismo é uma repetição, eu proponho combatê-lo com a repetição de imagens. Como a imagem constrói cultura e memória, ao colocar uma obra dentro da outra, busco criar novas referências estéticas”, comenta a artista.
PINTURAS E METODOLOGIA ARTÍSTICA
A produção de Lia D Castro é organizada em séries, sendo a maior delas Axs Nossxs Filhxs, presente nesta exposição. Desenvolvida na sala de estar e ateliê de Lia D Castro, um lugar de encontro e trocas, comerciais, intelectuais e afetivas, a série apresenta um processo criativo marcado por escolhas coletivas, da paleta de cores à assinatura das obras. A repetição é uma característica central: por meio desse recurso é possível reconhecer gestos, personagens e situações, assim como outras obras da artista que aparecem representadas nas telas, acumulando significados. A utilização do “x” no título da série se refere à diversidade de formações familiares e vínculos afetivos para além do parentesco consanguíneo ou da família heterossexual monogâmica. O uso do “x” também é utilizado para abarcar diferentes gêneros.
Lia D Castro também se retrata em pinturas dessa série. Enquanto os homens estão nus, ela encontra-se vestida. Seu corpo é coberto por esparadrapos colados sobre a tela formando um longo vestido branco, na contramão da tradição histórica da pintura ocidental, em que a grande maioria dos nus são femininos.
A artista subverte também pintando esses personagens em momentos de pausa, descanso, lazer, leitura e contemplação. “O caráter político da obra de Lia D Castro questiona o imaginário social que vincula violência e subalternidade a corpos não hegemônicos na arte ocidental”, afirma a co-curadora Glaucea Helena de Britto.
Lia D Castro: em todo e nenhum lugar integra a programação anual do MASP dedicada às Histórias da diversidade LGBTQIA+. Este ano a programação também inclui mostras de Gran Fury, Francis Bacon, Mário de Andrade, MASP Renner, Catherine Opie, Leonilson, Serigrafistas Queer e a grande coletiva Histórias da diversidade LGBTQIA+.
Exposição | Lia D Castro: em todo e nenhum lugar
De 5 de julho a 17 de novembro
Terças grátis e primeira quinta-feira do mês grátis; terças, das 10h às 20h (entrada até as 19h); quarta a domingo, das 10h às 18h (entrada até as 17h)
Período
5 de julho de 2024 10:00 - 17 de novembro de 2024 20:00(GMT-03:00)
Local
MASP
Avenida Paulista, 1578, São Paulo
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Através da iniciativa DAN Acredita, artistas com produção consistente e que se dedicam exclusivamente às artes visuais, são incorporados, ganham visibilidade e passam a ser representados pela Dan. Nesta jornada,
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Através da iniciativa DAN Acredita, artistas com produção consistente e que se dedicam exclusivamente às artes visuais, são incorporados, ganham visibilidade e passam a ser representados pela Dan. Nesta jornada, Senk é um artista em ascensão, escolhido via projeto “Do Atelier Direto a Você” do Parque Global Cultural, idealizado por Dinda Bueno Netto e Katia D’Avillez.
“Veredas” tem curadoria de Carolina Splendore e reflete a natureza diversificada e dinâmica da arte contemporânea brasileira. Com cerca de 20 obras, entre pinturas, instalações e três esculturas, a exposição abre no dia 6 de julho, às 11 horas, com cerimônia especial e prolonga-se até 6 de outubro. Ao longo da mostra, visitas guiadas, palestras com artistas e oficinas para os visitantes interagirem com as obras de arte e com o processo criativo do artista. De acordo com Splendore – “Nas obras de Senk, o terreno é fértil, mesmo que árido. Ele nos convida para seus caminhos: áreas úmidas e alongadas do sertão que, assim como seus personagens, são cheias de vida. Suas figuras arredondadas carregam o tempo, seja nos colares-relicário, nos porta-retratos ou nas garrafas de cachaça quase vazias; o tempo é um traço de memória e um precursor de um devir constante”.
As vistas oblíquas, por vezes fechadas para o exterior, são, na sua maioria, intercaladas por janelas com treliças de finas barras de madeira que formam vãos, impedindo quem está de fora de ver quem está dentro. É como se seus personagens pudessem ver sem serem vistos, mesmo que aqui exibidos. Nesses caminhos, Senk esclarece o que escreveu Guimarães Rosa: “O sertão tem o tamanho do mundo. Mas em certos lugares, à beira dos caminhos, crescem buritis”.
Fabiano Senk (n.1992) é um pintor figurativo urbano radicado em São Paulo. Utiliza paleta de cores sonhadoras de azuis, amarelos e rosas, cria obras de rua e pinturas em tela. Seu processo criativo está profundamente enraizado nas suas observações da vida cotidiana e suas memórias afetivas de um Brasil profundo, sua família é oriunda do Vale do Jequitinhonha. As pinturas muitas vezes irrompem em paisagens misturadas com figuras, contando a história de onde veio, das pessoas que conheceu e da pessoa que costumava ser. Embora se aprofunde em emoções mais complexas em seu trabalho, ele afirma que muitas vezes incorpora o sentimento de melancolia, mas que ‘é diferente da tristeza porque é mais bonito’. As obras que divulga pelas ruas de São Paulo tendem a ter conotações políticas, pois tenta ampliar as perspectivas das pessoas de sua comunidade. Os murais de rua muitas vezes se relacionam com uma crítica política e social.
“A provocação presente na minha arte vem de uma indignação com alguns aspectos da sociedade. Temos muito a melhorar como cidade, como sociedade e como país. Pequenas provocações fazem um papel positivo na arte. O questionamento tem que estar ali”, afirma Senk.
Serviço
Exposição | Veredas
De 06 de julho a 06 de outubro
Quinta a domingo das 14h às 19h
Período
6 de julho de 2024 14:00 - 6 de outubro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
DAN Galeria Sala São Pedro
Rua Doutor Graciano Geribello, nº 8 - Bairro Alto, Itu - SP
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O circuito cultural da Av. Paulista, em São Paulo, volta a contar com um importante espaço de exposições. Fechada por um período de 18 meses para reformas estruturais e
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O circuito cultural da Av. Paulista, em São Paulo, volta a contar com um importante espaço de exposições. Fechada por um período de 18 meses para reformas estruturais e melhorias técnicas, a Galeria de Arte do Centro Cultural Fiesp será reinaugurada no final de julho de 2024.
O espaço expositivo de 850m2 – que integra o complexo de artes cênicas e visuais, audiovisual, música, literatura e tecnologia do SESI-SP – apresenta “outros navios: uma coleção afro-atlântica”, com período expositivo que vai de 24 de julho de 2024 a 16 de fevereiro de 2025. A mostra inédita permitirá que o grande público visitante do local conheça a rica e diversificada coleção de artes africana e afro-brasileira do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE/USP).
O acervo começou a ser formado no final da década de 1960 (época em que os movimentos de independência das ex-colônias em África se consolidavam), por meio de doações ou compras encomendadas pela universidade. Marianno Carneiro da Cunha (1926-1980), então professor do MAE/USP, foi um dos principais nomes à frente do projeto institucional e científico da construção da coleção.
Arqueólogo especialista em Médio Oriente, ele lecionou entre 1974 e 1976 em Ifé, na Nigéria, lugar sagrado para os iorubá, ficando incumbido de adquirir peças para o MAE. Com olhar antropológico e educativo, Marianno se preocupou em também trazer para o Brasil moldes, mostrando interesse não apenas pelo objeto artístico, mas também pela técnica de diferentes culturas da África central e ocidental.
O trio de curadores da mostra, Carla Gibertoni Carneiro, Renato Araújo da Silva e Rosa C. R. Vieira, apontam que essas duas regiões africanas estão conectadas ao Brasil por séculos de circuitos transatlânticos. Eles trouxeram até nosso litoral inúmeros navios de violência, mas também trouxeram outros navios, que nos permitem mergulhar por histórias alternativas e criar novos significados para as centenas de objetos selecionados para a exposição.
OUTROS NAVIOS: NÚCLEOS TEMÁTICOS
Aberta à visitação gratuita até 16 de fevereiro de 2025, a exposição que reabre a Galeria de Arte apresentará mais de 300 peças africanas e afro-brasileiras, muitas nunca antes exibidas ao público, que estarão divididas em sete núcleos temáticos.
A visita começa por “Dentro das águas”, onde poderão ser vistos objetos relacionados ao culto de Iemanjá e Oxum, orixás dos mares e das águas doces, como coroa, pulseira, leque (abebê) e espelho.
Em “Bagagens afro-atlânticas” também estão diversas peças ligadas a religiões de matrizes africanas: arco e flecha de Oxóssi, estatuetas de Exu, bastão (opaxoro) de Oxalá, machado (oxê) de Xangô, além de elementos de altar e instrumentos musicais.
No núcleo “De São Paulo a Ifé”, os visitantes encontrarão obras variadas dos iorubá, vindos especialmente da Nigéria e Benim. Há itens do dia a dia, como baú, pilão, enxada e colher, além de um conjunto de máscaras esculpidas em madeira e pintadas e pares de estatuetas de ibeji, que estão ligadas à gemealidade entre os povos iorubá.
O termo “bantu” designa genericamente toda uma gama de culturas da África Central, de países como República Democrática do Congo e Angola. Eles estarão representados no núcleo “Bantu, das terras centrais”, que traz peças como esteiras de ráfia (palha) em diferentes formatos, taças cerimoniais e um recipiente para leite com tampa decorado com conchas (cauris).
Em “Ventos no oeste africano” estão reunidos objetos de países como Gana, Mali e Costa do Marfim, incluindo um dos maiores itens da exposição, uma porta celeiro dogon. Há conjuntos de vestimentas, pentes do tipo garfo, figuras em bronze e uma balança para pesar pó de ouro, junto de um peso em formado de escorpião usado na pesagem.
“Técnicas” destaca os materiais utilizados nas diferentes etapas da técnica da cera perdida, técnica milenar que esculpe peças de liga metálica por moldagem, além de apresentar um conjunto de enxós e permitir ao visitante conhecer o processo de elaboração de uma máscara Gueledé.
O último núcleo, “Joias e tudo que reluz”, é também o mais notável da exposição, já que a coleção de joias africanas do MAE/USP é uma das mais expressivas do mundo. São diversos exemplares de pulseiras, tornozeleiras, colares, anéis e brincos, em materiais como vidro, bronze e marfim.
Há ainda uma seção especial que reúne obras de artistas contemporâneos negros brasileiros. São onze obras, em diferentes técnicas e suportes, de Denis Moreira, Denise Camargo, Guto Oca, Larissa de Souza e Renan Teles, que mostram que uma coleção não é fixa e pode ser recomposta para apontar outros navios à vista.
Serviço
Exposição | outros navios: uma coleção afro-atlântica
De 24 de julho de 2024 a 16 de fevereiro
Terça a domingo, das 10h às 20h
Período
24 de julho de 2024 10:00 - 16 de fevereiro de 2025 20:00(GMT-03:00)
Local
Centro Cultural Fiesp
Avenida Paulista, 1313 - São Paulo - SP
Detalhes
A partir do dia 10 de agosto, a Arte132 Galeria apresenta a exposição “Transmutação e metáforas do inconsciente” do escultor italiano Renato Brunello, com curadoria de Laura Rago. Em sua segunda mostra
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A partir do dia 10 de agosto, a Arte132 Galeria apresenta a exposição “Transmutação e metáforas do inconsciente” do escultor italiano Renato Brunello, com curadoria de Laura Rago. Em sua segunda mostra individual na galeria, a produção de Brunello reflete a fusão entre a tradição escultórica italiana e a cultura brasileira. A mostra com 22 obras, todas inéditas, traz a adaptabilidade dos materiais utilizados, abrangendo novas concepções sobre seu manuseio.
Desde meados dos anos 1970, Renato Brunello, radicado no Brasil, incorporou em sua produção artística as influências da arte e da cultura popular nordestina, como o artesanato e o folclore, além das características da arquitetura vernacular pelo uso de materiais locais e técnicas construtivas tradicionais. Formado na Escola de Artes e Ofícios, em Veneza, Brunello trabalha com mármore e madeira em suas criações, transgredindo a maneira convencional de utilizar esses materiais ao incorporar a força expressiva da técnica e a adequabilidade do trabalhador de ofício. “A escultura deve necessariamente se relacionar com a dinâmica do espaço, articulando volumes de maneira a criar uma interação fluida e expressiva com o ambiente”, diz Brunello.
As obras de Brunello rejeitam a classificação tradicional da arte, que se apoia na separação do abstrato versus o figurativo ou engajamento versus “arte pela arte”. Nelas, o elemento abstrato evoca o figurativo, ao mesmo tempo que a beleza da forma provoca reflexões. Cada peça conta uma história que se revela a quem observa. A apreciação da arte contemporânea exige essa imersão no universo do artista. “A ocupação do espaço é vital para gerar pontos dinâmicos e dialogar eficazmente com o próprio espaço”, afirma o artista, comparando a composição espacial da escultura a um passo de dança.
Nesta exposição, as produções proporcionam leituras para a compreensão da intenção criativa de Brunello, consciente ou não. Essa visão integra a subjetividade do artista à exterioridade do mundo. As esculturas de pequeno porte, como “Gufo Rosa” (2024), carregada de camadas de significado metafórico, trazem à memória a coruja de Minerva, presente na mitologia romana, e evocam a ideia de renovação e transformação constante. A escolha dos materiais, como mármore rosa de Portugal e madeiras massaranduba e garapeira, evidencia a habilidade técnica do artista, ressaltando a ambiguidade das texturas alcançadas.
“Conceitos relativos a uma ampliação do campo da escultura são perceptíveis no eixo da produção axiomática do artista, que passou a abranger novas concepções, flertando com a metáfora e o simbólico”, escreve Laura Rago. “O resultado são obras tridimensionais que evocam a fauna e a flora do Brasil, ao mesmo tempo que ressaltam a expertise do artista no manejo da matéria”, completa a curadora.
Renato Brunello continua a explorar a relação entre o vazio e o cheio em suas esculturas, como em “Contorção” (2005) e “Ponto e Contraponto” (2023), criando uma interação entre presença e ausência. Essa interação convoca o espectador ao deslocamento corpóreo e imaginativo, permitindo uma experiência estética que transcende a simples observação visual. Suas esculturas podem ser experimentadas como um sistema de comunicação, que produz e reproduz signos a partir do seu imaginário
Serviço
Exposição | Transmutação e metáforas do inconsciente
De 10 de agosto a 26 de outubro
Segunda a sexta, das 14h às 19h. Sábados, das 11h às 17h
Período
10 de agosto de 2024 14:00 - 26 de outubro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Detalhes
Mostra reúne 129 fotografias vencedoras do 67º concurso anual. A mostra, que volta ao Brasil após um breve intervalo, apresenta uma seleção do melhor do fotojornalismo e fotografia documental do
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Mostra reúne 129 fotografias vencedoras do 67º concurso anual. A mostra, que volta ao Brasil após um breve intervalo, apresenta uma seleção do melhor do fotojornalismo e fotografia documental do mundo. As obras são um convite para que o visitante saia do ciclo de notícias e tenha um olhar mais profundo para histórias proeminentes e negligenciadas. As guerras em Gaza e na Ucrânia, migração, família, demência e meio ambiente estão entre os temas destacados na edição do prêmio em 2024. Este ano, o júri tomou a decisão excepcional de incluir duas menções especiais na seleção. Quatro fotógrafos brasileiros estão entre os expositores.
Ao todo, a World Press Photo 2024 será exibida em mais de 60 cidades em todo o mundo. A mostra já passou por Amsterdã, Londres, Sydney e Cidade do México. Além do Rio de Janeiro e de São Paulo, Berlim, Roma, Hong Kong, entre outras cidades, ainda receberão a exibição.
As fotografias que fazem parte do acervo da exposição foram selecionadas entre 61.062 inscrições de 3.851 fotógrafos de 130 países. São 24 projetos vencedores e seis menções honrosas, num total de 33 fotógrafos de 25 países: Argentina, Austrália, Azerbaijão, Brasil, Canadá, China, República Democrática do Congo, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Irã, Japão, Myanmar, Palestina, Peru, Filipinas, África do Sul, Espanha, Tunísia, Turquia, Ucrânia, Reino Unido, Estados Unidos e Venezuela.
E para representar melhor uma pluralidade de perspectivas e vozes globais, a World Press Photo introduziu em 2021 uma nova estratégia de premiação regional, dividindo os trabalhos pelos continentes onde foram criados. Este ano, o concurso premiou quatro categorias: Individual: fotografias individuais; Reportagem: 4-10 fotografias; Projetos de Longo Prazo: 24–30 fotografias; e Formato Aberto: projetos baseados em fotos que utilizam uma variedade de mídias e técnicas de narrativa. “O visitante tem a oportunidade de dar um passeio pelo mundo inteiro com as fotos premiadas pela Fundação World Press Photo”, explica Raphael.
Entre os destaques da World Press Photo 2024, está a foto do ano Uma Mulher Palestina Abraça o Corpo de Sua Sobrinha, do palestino Mohammed Salem, da Agência Reuters, que representa a perda de uma criança, a luta do povo palestino e as 33.000 pessoas mortas na Palestina, além de simbolizar o custo do conflito e fazer uma declaração sobre a futilidade de todas as guerras. Na reportagem do ano do World Press Photo, a série Valim-babena, da Sul-africana Lee-Ann Olwage para GEO, a fotógrafa aborda a demência, um problema de saúde universal, através da lente da família e do cuidado. A seleção de imagens feita pela fotógrafa lembra aos espectadores o amor e a proximidade necessários em tempos de guerra e agressão em todo o mundo.
O projeto vencedor da categoria de longo prazo, Os Dois Muros, do venezuelano Alejandro Cegarra, do The New York Times/Bloomberg, traz imagens que são ao mesmo tempo implacáveis e respeitosas, e transmitem as emoções íntimas presentes em diversas jornadas de migração em todo o planeta. E o prêmio de formato aberto A Guerra é Pessoal, da fotógrafa ucraniana Julia Kochetova, traz imagens emotivas sobre a contínua invasão russa da Ucrânia. A obra traz um fio de simbolismo visual, forte uso de sequências de cores e colaborações com um ilustrador e DJ ucranianos. O uso envolvente de áudio e ilustração – especialmente no diário poético e nas gravações de áudio – se destacou, conferindo uma qualidade cinematográfica ao trabalho.
Do Brasil
Quatro brasileiros, que se destacaram no concurso, estarão expondo na World Press Photo 2024. Com Seca na Amazônia, premiado na categoria Individual da América do Sul, Lalo de Almeida retrata a realidade de Porto Praia, lar dos povos indígenas Ticuna, Kokama e Mayoruna, que não tem acesso rodoviário e normalmente só é alcançável por via fluvial. A seca fez com que os moradores tivessem que caminhar quilômetros ao longo do leito seco do rio para chegar às suas casas. Esta fotografia captura a gravidade da crise ambiental global e da seca na Amazônia.
Agraciada com uma menção honrosa por Insurreição, Gabriela Biló, fotógrafa radicada em Brasília, lança luz sobre os acontecimentos de 8 de janeiro de 2023 no contexto mais amplo da dinâmica política do Brasil. Ao documentar o ataque às instituições democráticas e aos jornalistas, sua foto destaca a importância de defender os valores democráticos e a liberdade de imprensa no Brasil e no mundo.
Os brasileiros Felipe Dana e Renata Brito foram premiados na categoria formato com À Deriva. No ensaio, eles contam a história de um barco vindo da Mauritânia, cheio de homens mortos, que foi encontrado na costa da ilha caribenha de Tobago. Quem eram esses homens e por que estavam do outro lado do Oceano Atlântico? Os jornalistas procuraram respostas, descobrindo uma história sobre migrantes da África Ocidental que buscam oportunidades na Europa por meio de uma rota atlântica cada vez mais popular, mas traiçoeira.
Concurso
Desde 1955, o Concurso Anual World Press Photo celebra os exemplos mais cativantes, informativos e inspiradores do fotojornalismo e da narrativa visual de todo o mundo. Esta exposição destaca os talentosos vencedores do World Press Photo 2024, reconhecidos por um júri
independente e avaliados de acordo com quatro categorias: Individual: fotografias individuais; Reportagem: 4-10 fotografias; Projetos de Longo Prazo: 24–30 fotografias; e Formato Aberto: projetos baseados em fotos que utilizam uma variedade de mídias e técnicas de narrativa
Serviço
Exposição | World Press Photo 2024
De 15 de setembro a 10 de novembro
Terça a Sábado, das 10h às 18h, Domingo 9h às 17h
Período
15 de setembro de 2024 10:00 - 10 de novembro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
CAIXA Cultural São Paulo
Praça da Sé, 111 – Centro – SP
novembro
Detalhes
Entre 25 de abril e 1º de dezembro de 2024, “Um Defeito de Cor” toma o espaço expositivo do segundo andar do Sesc Pinheiros com desdobramentos que recepcionam visitantes desde
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Entre 25 de abril e 1º de dezembro de 2024, “Um Defeito de Cor” toma o espaço expositivo do segundo andar do Sesc Pinheiros com desdobramentos que recepcionam visitantes desde o muro da entrada como uma mostra de arte que parte do romance histórico homônimo de Ana Maria Gonçalves. Em seu livro, a autora reconta a saga de Kehinde, africana escravizada confrontada com a necessidade de reconstrução em terras brasileiras e a incessante luta por liberdade fazendo uso da comida, da arte, do afeto, da busca pela família, acolhimento e de sua fé nos encantados.
Os curadores Amanda Bonan e Marcelo Campos, ambos do MAR (Museu de Arte do Rio), fizeram o convite a Ana Maria para uma construção curatorial conjunta a repensar a trajetória do livro de forma imagética: da produção moderna e contemporânea que tem em seu cerne a cosmogonia africana nasceu esse encontro a partir de produções de 131 artistas – entre 77 vivos e 37 já falecidos, além de 17 convidados a produzir novas obras para a mostra, com nomes como Kwaku Ananse Kintê, Kika Carvalho, Antonio Oloxedê e Goya Lopes.
Assim, tal exposição se pretende um profundo mergulho pelas quase mil páginas do texto de “Um Defeito de Cor” e toma seus dez capítulos como metodologia de divisão de núcleos temáticos em uma estrutura circular de fruição que transborda as questões da ancestralidade nas visualidades da mostra e proposta expográfica. Além dos curadores, fazem parte do processo de criação os artistas Ayrson Heráclito, consultor que assina a expografia ao lado de Aline Arroyo, e Tiganá Santana, curador da paisagem sonora que envolve o ambiente.
Nos meses em que esteve em cartaz no Rio de Janeiro, a mostra foi bem recebida pelo público, com visitação expressiva, deixando clara sua potência. É importante destacar que, antes da vinda para o Sesc Pinheiros, esta itinerância passou pelo Museu da Cultura Afro-Brasileira (Muncab), fazendo uma importante triangulação entre instituições e abrangência de públicos do Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
Serviço
Exposição | Um Defeito de Cor
De 25 de abril a 01 de dezembro
Terça a sábado das 10h30 às 21h | domingos e feriados das 10h30 às 18h
Período
25 de abril de 2024 10:30 - 1 de dezembro de 2024 21:00(GMT-03:00)
Local
Sesc Pinheiros
Rua Paes Leme, 195, Pinheiros, São Paulo - SP
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Com curadoria do crítico e curador Adolfo Montejo Navas, a mostra Ars Sonora apresenta ao público uma faceta menos conhecida do multi-instrumentista Hermeto Pascoal – sua produção como
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Com curadoria do crítico e curador Adolfo Montejo Navas, a mostra Ars Sonora apresenta ao público uma faceta menos conhecida do multi-instrumentista Hermeto Pascoal – sua produção como artista visual. Em 2019, uma primeira montagem da exposição integra a 14ª Bienal de Curitiba e, agora, chega a São Paulo ampliada e em voo solo.
Músico autodidata em atividade desde a década de 1940, Hermeto Pascoal grava o seu primeiro disco, “Hermeto”, nos Estados Unidos, em 1971. Um ano antes emplaca duas composições suas no icônico “Live-Evil”, gravado ao vivo com Miles Davis. Em 1979 se apresenta no Festival de Jazz de Montreaux, na Suíça. Em sua longeva trajetória recebeu o Grammy Latino em 2019, na categoria “Melhor Álbum de Música de Raízes em Língua Portuguesa”. E em maio do ano passado foi nomeado doutor honorário da Juilliard School, de Nova York (EUA) – o título foi entregue pelo trompetista Wynton Marsalis.
Em Ars Sonora – Hermeto Pascoal, o público pode conhecer sua criação no território das artes visuais. Pioneira, a mostra abrange diferentes linguagens, como desenhos, pinturas, objetos e proto-instrumentos musicais. A produção ultrapassa fronteiras disciplinares e, de modo ampliado, estabelece relações com a performance e as artes visuais.
A proposta da exposição Ars Sonora – Hermeto Pascoal é reconhecer sua produção para além dos já difundidos conceitos de Música Livre e Música Universal. Neles, o artista afirma a quebra das barreiras culturais, ultrapassando linguagens e suportes estabelecidos pela tradição. Nesse sentido, a mostra reúne objetos feitos dos mais diferentes materiais, deslocados do seu uso cotidiano e reconfigurados em seu sentido visual. Panos de prato, chaleiras, caixas de presente, sacolas, brinquedos, roupas e toalhas de mesa servem à ampliação musical transpostas para a apreciação visual, dando forma a um vasto arquivo sensorial e sonoro.
Articulando sons e ruídos a partir da musicalidade coletada de animais e de objetos do dia a dia, o artista transforma usos e funções, construindo assim o seu alfabeto sonoro e visual próprio até chegar no glossário da sua linguagem, a “Hermetologia”.
“A obra ímpar e caleidoscópica de Hermeto Pascoal deve ser reconhecida de forma mais ampla, muito além das coordenadas estritamente musicais nas quais é mal confinada a maioria das vezes”, afirma o curador. “A compreensão da obra de Hermeto Pascoal também como música visual se baseia na consideração porosa de sua obra, uma arte sonora que ultrapassa seus eixos musicais para desenvolver uma potência sinergética de escritura musical e visual ao mesmo tempo, de visualidade sonora e gestual, que contamina todo tipo de instrumentos-objetos-suportes como novos espaços-registros de representação sonora (experimentações diversas com a natureza, a animália, a voz das pessoas, as performances corporais, os desenhos, os objetos-partituras, os álbuns sonoros, visuais, as trilhas imagéticas…). Tudo isso corresponde com uma terminologia afim à poesia visual, à pangrafia, e ao mesmo tempo ao happening, à performance, a outro olhar-ver-fazer que é simultâneo às percepções, à interação som/imagem, gesto/pensamento”, completa Navas.
O que encontrar em Ars Sonora – Hermeto Pascoal
Reunindo nove diferentes vertentes de sua criação, a mostra está configurada em um conjunto de núcleos em torno da poética artística elaborada por Hermeto Pascoal. Numa combinação relacional e interconectada, tem como ponto de partida a “Música da Aura”, na qual mostra experiências sonoras realizadas com o som da voz das pessoas e a sua natureza tonal.
A seguir vêm as partituras-expansivas, os poemas-objetos e as obras em papel. É nesta seção que estão elementos retirados de seu fabrico industrial serializado e ora refeitos em música própria e pessoal, a partir das notações musicais sobrescritas, como se as partituras brotassem dos objetos.
“Cosmossonia”, a seguir, traz como ponto de partida o som e trata-se, portanto, de uma ampla conversão de todo objeto e utensílio em instrumento musical. Na sequência, “Obras-Arquivo” apresenta o Calendário do Som, obra em que Hermeto Pascoal compôs, de 1996 a 1997, uma música para cada dia do ano. Publicada em livro em 2000, foi interpretado por diferentes artistas, como a “Orquestra Família de Itiberê Zwarg” e o músico João Pedro. Ao lado das partituras estão os desenhos de Hermeto Pascoal para a obra, além de anotações e comentários do autor.
As “Pinturas Caligráficas” reúnem partituras feitas em guardanapos, convites, papeis de toda sorte, toalha de mesa, brinquedos, jogos americanos, cardápios de restaurantes e até em papel higiênico ou tampa de privada. Roupas e as paredes de locais públicos também servem de suportes às partituras. Na exposição, estão acompanhadas dos “Desenhos e Pinturas” do artista. Feitos com técnica mista, lápis de cor e caneta hidrográfica, são obras que apresentam numerosos elementos de cor e figurações livres em correspondência entre si.
O segmento “Brincando de Corpo e Alma”, uma ação performática de 2012, exibe registro audiovisual de captações sonoro-visual do artista produzindo diferentes sons no próprio corpo. É exibido ao lado de outra produção em áudio e vídeo, a peça “Ato de Criação”, trilha-sonora de Hermeto Pascoal para o curta-metragem “Eu Vi o Mundo, e Ele Começava no Recife”, de Mário Carneiro, dedicado ao artista Cícero Dias. Por fim, “Animália” é uma instalação sonora na qual diferentes formas de vida e de viver são celebradas em sua sonoridade, tendo o registro do som de bichos reunidos como parceiros artísticos de Hermeto Pascoal.
Para completar a exposição há a “Hermetologia”, glossário no qual se compila uma coleção de verbetes e citações sobre os mais diversos assuntos, com reflexões do próprio artista sobre música, som, arte, cultura, matéria e espírito.
Serviço
Exposição | Ars Sonora
De 29 de maio a 03 de novembro
Terça a sexta, das 9h às 20h, sábado, das 10h às 20h, domingo e feriado, das 10h às 18h
Período
29 de maio de 2024 09:00 - 3 de novembro de 2024 20:00(GMT-03:00)
Local
Sesc Bom Retiro
Alameda Nothmann, 185 – Bom Retiro – São Paulo - SP
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Uma das fotógrafas mais importantes do mundo, Claudia Andujar é a nova artista a ocupar a Pinacoteca do Ceará. O museu, que integra a Rede Pública de Equipamentos e Espaços Culturais (Rece)
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Uma das fotógrafas mais importantes do mundo, Claudia Andujar é a nova artista a ocupar a Pinacoteca do Ceará. O museu, que integra a Rede Pública de Equipamentos e Espaços Culturais (Rece) da Secretaria da Cultura do Ceará (SECULT) e é gerido pelo Instituto Mirante, abre a exposição “Claudia Andujar. Minha vida em dois mundos” no sábado, 22 de junho, a partir das 17h. A entrada é gratuita e haverá acessibilidade em Libras.
A programação de abertura contará com uma sessão especial do documentário “A senhora das flechas” (The Lady with the Arrows”, 2024), de Heidi Specogna. O filme, que foi exibido no Brasil apenas durante o festival “É Tudo Verdade” deste ano, aborda a relação de afeto e militância de Claudia Andujar com o povo indígena Yanomami. A sessão acontece às 17h30 e serão distribuídos 80 ingressos por ordem de chegada, a partir das 16h.
Dividida em cinco núcleos, “Claudia Andujar. Minha vida em dois mundos” tem curadoria de Eduardo Brandão e reúne cerca de 200 fotografias da artista suíça naturalizada brasileira. O título reforça a proposta curatorial, que traz diferentes olhares e trânsitos de Andujar: entre o fotojornalismo e a arte experimental; as grandes cidades e a floresta; a Europa, onde ela nasceu, e a América, continente que a acolheu após a perseguição nazista à sua família paterna; ela própria e o Outro.
Reconhecida por sua atuação humanista na fotografia, Andujar constrói os trabalhos a partir de uma longa convivência com o ambiente, as pessoas e os costumes. É o que se vê em séries como “Famílias Brasileiras”, um dos primeiros ensaios que ela realizou no Brasil, no qual passou longos períodos convivendo com diferentes famílias em cidades de São Paulo, Minas Gerais e Bahia. O intenso trabalho de reelaboração das imagens feito pela artista também é destaque na exposição. Em “A Sônia”, para refletir esteticamente sobre as formas do corpo feminino, as fotografias com filme infravermelho são posteriormente refotografadas, com um uso experimental de filtros de cor e sobreposições.
“Trem Baiano” é outro importante trabalho presente na mostra, que retrata migrantes que tentavam se estabelecer em São Paulo voltando às suas cidades de origem, enviados pelo Departamento de Imigração e Colonização de São Paulo. Para fazer o ensaio publicado numa reportagem da clássica revista Realidade, em 1969, Andujar embarcou sozinha no trem que saía de São Paulo e parava em diversas cidades no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e na Bahia.
A colaboração com Realidade levou a fotógrafa a ter o primeiro contato com os indígenas Yanomami, trabalhando numa edição especial sobre a Amazônia, em 1971. A partir daí, Claudia Andujar estabelece uma ligação cuidadosa e comprometida com aquele povo ameaçado à época – e até hoje – pelo garimpo e por interesses políticos e econômicos, como o projeto de desenvolvimento industrial do governo militar, que construiu grandes rodovias na região.
Em plena ditadura militar, Claudia passa a atuar na luta política em defesa do povo Yanomami, que a acolhe e reconhece na artista uma aliada. Durante os anos 1970, ela faz diversas viagens ao território, chega a morar durante 14 meses na Reserva Catrimani e se envolve com o modo de vida local, a cultura, os hábitos e rituais daquele povo.
Em 1977, enquadrada na Lei de Segurança Nacional, editada pelo Governo Militar, ela é retirada à força do território indígena, sendo proibida de voltar à Amazônia. A partir daí, a fotógrafa funda, em 1977, a Comissão pela Criação do Parque Yanomami (CCPY), que tinha como objetivo a demarcação do território, o que se concretiza apenas em 1992, com a criação da Terra Indígena Yanomami.
Esse período é retratado especialmente nas séries “Catrimani”, “Reahu”, “Sonhos Yanomami” e “Marcados”, em que é possível perceber a aproximação real entre a fotógrafa e o povo Yanomami, além do experimentalismo de linguagem que, ao longo do tempo, foi sendo ampliado até chegar a propostas estéticas extremamente inovadoras.
A retrospectiva “Claudia Andujar. Minha vida em dois mundos” ficará em cartaz na Pinacoteca do Ceará até 29 de dezembro de 2024 e conecta o Ceará a um circuito internacional de museus que têm repercutido o grande trabalho de Claudia Andujar. Nos últimos anos, a obra da artista tem sido exposta em instituições de todo o mundo, com apoio da Fondation Cartier pour l’Art Contemporain (França), como no México, Itália, Espanha, Suíça, Inglaterra, Estados Unidos e Alemanha. Sempre gratuita, a Pinacoteca oferece aos visitantes a chance de conhecer uma das fotógrafas mais celebradas da arte contemporânea que, aos 93 anos, traz uma contribuição fundamental para compreender o Brasil.
A exposição tem classificação indicativa de 12 anos e contará com diversos recursos de acessibilidade, como obras táteis, audiodescrição, Braille e vídeo em Libras, além de uma série de atividades formativas, com diversos públicos, ao longo de todo o período de exibição.
Documentário “A Senhora das flechas”
Exibido no Brasil em abril deste ano, durante o festival “É tudo verdade” (SP), o documentário “A Senhora das flechas” (The Lady With the Arrows, 2024), da diretora suíça Heidi Specogna, mostra o relacionamento profundo de Claudia Andujar com o povo Yanomami, numa costura emocionante a partir da biografia da artista, sua relação com a fotografia e o ativismo na luta contra a exploração da floresta amazônica e a defesa do povo Yanomami
Serviço
Exposição | Claudia Andujar. Minha vida em dois mundos
De 22 de junho a 29 de dezembro
Segunda a sexta, das 10h às 19h; sábados, das 10h às 11:30h
Exibição do documentário | A Senhora das flechas (The Lady With the Arrows, 2024)
Sábado, 22 de junho, a partir das 17h30
Auditório da Pinacoteca do Ceará
Acesso gratuito | 80 ingressos distribuídos por ordem de chegada, a partir das 16h
Período
22 de junho de 2024 10:00 - 29 de dezembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Pinacoteca do Ceará
Rua 24 de Maio, s/n, Praça da Estação, Centro - Fortaleza - CE
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A partir de 26 de junho será possível conhecer o pensamento da antropóloga, historiadora e filósofa brasileira Lélia Gonzalez (1935 – 1994). O Sesc São Paulo, em parceria com a
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A partir de 26 de junho será possível conhecer o pensamento da antropóloga, historiadora e filósofa brasileira Lélia Gonzalez (1935 – 1994). O Sesc São Paulo, em parceria com a Boitempo, inaugura o projeto Lélia em nós: festas populares e amefricanidade, na unidade Vila Mariana. A exposição, que fica em cartaz até 24 de novembro de 2024, foi inspirada pelo livro Festas populares no Brasil (que ganha nova edição pela Boitempo) e promove uma celebração da cultura afro-brasileira – ou amefricana, como propõe a autora – a partir de um recorte que estabelece diálogos e reflexões suscitados pela produção intelectual de Gonzalez, uma proeminente ativista do movimento negro brasileiro e importante teórica do feminismo negro, cuja morte completará 30 anos em 10 de julho de 2024.
Com uma seleção de produções contemporâneas e de diferentes períodos, reunida em cinco eixos temáticos, Lélia em nós: festas populares e amefricanidade apresenta pinturas, fotografias, documentos históricos, objetos, performances, instalações e vídeos de artistas como Alberto Pitta, Heitor dos Prazeres, Januário Garcia, Maria Auxiliadora, Nelson Sargento, e Walter Firmo, além de 12 trabalhos inéditos, de artistas como Coletivo Lentes Malungas, Eneida Sanches, Lidia Lisboa, Lita Cerqueira, Manuela Navas, Maurício Pazz, Rafael Galante e Rainha Favelada.
A mostra também apresenta um recorte de sonoridades e musicalidades, tanto do universo das festas e festejos brasileiros quanto das intervenções do DJ Machintown e do trombonista Allan Abbadia, além de registros fonográficos da discoteca pessoal de Lélia. Parte do acervo do Instituto Memorial Lélia Gonzalez (IMELG), a coleção reúne álbuns de artistas como Wilson Moreira e Nei Lopes, Luiz Gonzaga, Tamba Trio, Clementina de Jesus, Jamelão e Lazzo Matumbi
Partindo de conceitos teóricos desenvolvidos por Lélia Gonzalez, como a categoria político-cultural de amefricanidade – termo cunhado pela acadêmica em contraposição à ideia hegemônica de afro-americanidade para, segundo ela, “ultrapassar as limitações de caráter territorial, linguístico e ideológico” e redimensionar a influência da diáspora atlântica para a formação das Américas do Sul, Central, do Norte e Insular –, a mostra convida o público à compreensão do potencial da cultura popular afro-brasileira como tecnologia de identidade e resistência.
Com curadoria de Glaucea Britto e Raquel Barreto, a exposição foi inspirada pelas proposições feitas por Lélia Gonzalez em Festas populares no Brasil. Único título publicado em vida pela intelectual exclusivamente como autora, o livro foi publicado originalmente em 1987. A obra não foi oficialmente lançada no mercado, tendo sido patrocinada por uma empresa multinacional e distribuída como presente de fim de ano. No mês de abertura da exposição, a publicação ganhará nova edição da Boitempo, a primeira voltada à circulação no mercado editorial. Com textos da acadêmica que evidenciam laços indissociáveis entre Brasil e África por meio de manifestações populares como o Carnaval, o Bumba-Meu-Boi, as Cavalhadas e festas afro-brasileiras como as Congadas e o Maracatu, a obra reúne mais de cem imagens de cinco fotógrafos: Leila Jinkings, Marcel Gautherot, Maureen Bisilliat, Januário Garcia e Walter Firmo (os dois últimos, integrando a exposição). A nova edição inclui também materiais inéditos, textos de apoio, fac-símiles, prólogo de Leci Brandão, prefácio de Raquel Marreto, posfácio de Leda Maria Martins, texto de orelha de Sueli Carneiro e quarta capa de Angela Davis e Zezé Motta.
Serviço
Exposição | Lélia em nós: festas populares e amefricanidade
De 27 de junho a 24 de novembro
Terça a sexta, das 10h às 21h; aos sábados, das 10h às 20h; domingos e feriados, das 10h às 18h
Período
27 de junho de 2024 10:00 - 24 de novembro de 2024 21:00(GMT-03:00)
Local
Sesc Vila Mariana
Rua Pelotas, 141 - Vila Mariana – São Paulo - SP
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Para marcar os 20 anos da Casa Museu Carlos Scliar, foi inaugurada a exposição “Os Artivistas: Carlos Scliar e Cildo Meireles”, que une, pela primeira vez, a obra desses dois
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Para marcar os 20 anos da Casa Museu Carlos Scliar, foi inaugurada a exposição “Os Artivistas: Carlos Scliar e Cildo Meireles”, que une, pela primeira vez, a obra desses dois importantes artistas. “O Scliar foi fundamental na minha vida”, afirma Cildo Meireles sobre o amigo falecido em 2001. Com curadoria de Cristina Ventura, coordenadora da casa museu, serão apresentadas cerca de trinta obras, sendo algumas inéditas, que cobrem um período que vai desde a década de 1940 até 2021. Completam a mostra obras participativas, inspiradas nos trabalhos dos dois artistas. A exposição, que terá entrada gratuita até o final do mês de agosto, é apresentada pelo Governo Federal, Ministério da Cultura, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro através da Lei Paulo Gustavo.
“A ideia é provocar no espectador um convite á reflexão, instigada pela atualidade das questões tratadas pelos artistas em suas obras. Temas como: crimes de estado, meio ambiente, guerra, valor monetário, entre outros. Nosso propósito é que a pessoa pense sobre o seu papel no mundo de hoje”, diz a curadora Cristina Ventura.
As obras de Cildo Meireles e Carlos Scliar serão expostas juntas, como uma grande instalação, sem seguir uma ordem cronológica. São pinturas, desenhos, colagens, estudos, gravuras, objetos e vídeos. De Cildo, estarão as notas “Zero Dólar” (1984) e “Zero Cruzeiro” (1978), a instalação sonora “Rio Oir” (2011), o vídeo “15 segundos” (2021), em homenagem a Marielle Franco, entre outras obras. De Scliar, destacam-se os desenhos “Levante do Gueto de Varsóvia” (1957) e SOS (1989), além de desenhos e estudos, alguns inéditos, que tratam de temas como a cultura afro-brasileira e o holocausto. “Sou um grande admirador dos desenhos do Scliar, acho que ele era um desenhista dos mais talentosos do Brasil, verdadeiramente sensível”, afirma Cildo Meireles.
Na mostra, estará, ainda, a matriz da capa da Revista Horizonte, feita por Scliar em 1952, onde se lê: “Assine Apelo Paz”. “A Segunda Guerra Mundial o marcou muito, Scliar foi pracinha, atuou como cabo de artilharia. No período pós-guerra participa ativamente de movimentos a exemplo o Congresso pela paz ocorrido na antiga Tchecoslováquia, a mensagem trazida na obra é fundamental”, diz a curadora. Uma reprodução tátil desta matriz fará parte da exposição para que o visitante possa manuseá-la. Também estará na exposição um texto inédito do artista, da década de 1980, narrado pela cantora e compositora Marina Lima. No documento, Scliar expressa sua indignação e cansaço diante da nossa construção histórica. A artista cresceu vendo obras de Scliar, colecionadas por seu pai, segundo Marina, “uma imagem afetiva que nunca esqueço”. A gravação foi feita especialmente para a exposição.
Com trajetórias diversas, Carlos Scliar e Cildo Meireles se conheceram em 1966. “A partir do nosso primeiro encontro, onde mostrei meus desenhos, ele se interessou em mostrar esses trabalhos para alguns colecionadores e a partir daí praticamente me financiou. Sempre foi uma pessoa de uma generosidade muito grande, não só no meu caso, mas também com outros artistas jovens que estavam iniciando. Ele era uma pessoa de um entusiasmo intrínseco, estava sempre incentivando, sempre apoiando”, conta Cildo Meireles. Os dois foram muito amigos durante toda a vida e, em diversos momentos, tratam de questões similares em seus trabalhos, como no período da ditadura militar. Outras questões também convergem na produção dos dois: a icônica obra “Zero Dólar”, de Cildo Meireles, traz a imagem do Tio Sam, personagem que aparece sobrevoando a Amazônia com asas pretas, como se fosse um urubu, na obra SOS, de Carlos Scliar.
Serviço
Exposição | Os Artivistas: Carlos Scliar e Cildo Meireles
De 29 de junho a 01 de junho de 2025
Terça a sexta das 14h30 às 18h. Sábados das 15h30 às 19h
Período
29 de junho de 2024 14:30 - 1 de junho de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
Casa Museu Carlos Scliar
Rua Marechal Floriano (Orla Scliar), 253 – Cabo Frio - RJ
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É impossível refletir sobre a obra da artista e intelectual Lia D Castro (Martinópolis, São Paulo, 1978) sem falar de encontros, contrastes, fricções e transformações. A partir de 5 de julho, o público
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É impossível refletir sobre a obra da artista e intelectual Lia D Castro (Martinópolis, São Paulo, 1978) sem falar de encontros, contrastes, fricções e transformações. A partir de 5 de julho, o público pode encontrar a exposição Lia D Castro: em todo e nenhum lugar, no MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand. A primeira mostra individual da artista em um museu reúne 36 trabalhos, sendo a maioria pinturas de caráter figurativo. As obras selecionadas exploram cenários onde o afeto, o diálogo e a imaginação se tornam importantes ferramentas de transformação social.
O título da exposição parte da constatação da ausência histórica de grupos minorizados em posições de poder e decisão — em nenhum lugar —, enquanto sua presença e força de trabalho compõem as bases que sustentam a sociedade — em todo lugar. Com curadoria de Isabella Rjeille, curadora, MASP, e Glaucea Helena de Britto, curadora assistente, MASP, a mostra apresenta trabalhos que abrangem toda a produção da artista.
Lia D Castro utiliza a prostituição como ferramenta de pesquisa e desenvolve sua produção a partir de encontros com seus clientes – homens cisgêneros, em sua maioria brancos, heterossexuais, de classe média e alta – para subverter relações de poder ou violência que possam surgir entre eles, aliando história de vida e história social. Temas como masculinidade e branquitude, mas também afeto, cuidado e responsabilidade, são abordados nessas ocasiões e resultam em pinturas, gravuras, desenhos, fotografias e instalações criadas de modo colaborativo.
Nesses momentos, ela conversa com esses homens e os convida a refletir: quando você se percebeu branco? E quando se descobriu cisgênero, heterossexual? “Perguntas sobre as quais a artista não busca uma resposta definitiva, mas sim provocar um posicionamento dentro do debate racial, sobre gênero e sexualidade”, afirma a curadora Isabella Rjeille.
As conversas de Lia D Castro com esses homens são permeadas por referências a importantes intelectuais negros como Frantz Fanon, Toni Morrison, Conceição Evaristo e bell hooks. Frases retiradas dos livros desses autores, lidos pela artista na companhia de seus colaboradores, são inseridas nas telas e misturam-se aos gestos, cenas, cores e personagens. O trabalho de Lia D Castro torna-se um lugar de encontro, embate e fricção, no qual ações, imagens e imaginários são debatidos, revistos e transformados. Com frequência, a artista insere referências a outros trabalhos por ela realizados, incluindo-os em outro contexto e, consequentemente, atribuindo novos significados e leituras a essas imagens.
“Partindo da visão de Frantz Fanon de que o racismo é uma repetição, eu proponho combatê-lo com a repetição de imagens. Como a imagem constrói cultura e memória, ao colocar uma obra dentro da outra, busco criar novas referências estéticas”, comenta a artista.
PINTURAS E METODOLOGIA ARTÍSTICA
A produção de Lia D Castro é organizada em séries, sendo a maior delas Axs Nossxs Filhxs, presente nesta exposição. Desenvolvida na sala de estar e ateliê de Lia D Castro, um lugar de encontro e trocas, comerciais, intelectuais e afetivas, a série apresenta um processo criativo marcado por escolhas coletivas, da paleta de cores à assinatura das obras. A repetição é uma característica central: por meio desse recurso é possível reconhecer gestos, personagens e situações, assim como outras obras da artista que aparecem representadas nas telas, acumulando significados. A utilização do “x” no título da série se refere à diversidade de formações familiares e vínculos afetivos para além do parentesco consanguíneo ou da família heterossexual monogâmica. O uso do “x” também é utilizado para abarcar diferentes gêneros.
Lia D Castro também se retrata em pinturas dessa série. Enquanto os homens estão nus, ela encontra-se vestida. Seu corpo é coberto por esparadrapos colados sobre a tela formando um longo vestido branco, na contramão da tradição histórica da pintura ocidental, em que a grande maioria dos nus são femininos.
A artista subverte também pintando esses personagens em momentos de pausa, descanso, lazer, leitura e contemplação. “O caráter político da obra de Lia D Castro questiona o imaginário social que vincula violência e subalternidade a corpos não hegemônicos na arte ocidental”, afirma a co-curadora Glaucea Helena de Britto.
Lia D Castro: em todo e nenhum lugar integra a programação anual do MASP dedicada às Histórias da diversidade LGBTQIA+. Este ano a programação também inclui mostras de Gran Fury, Francis Bacon, Mário de Andrade, MASP Renner, Catherine Opie, Leonilson, Serigrafistas Queer e a grande coletiva Histórias da diversidade LGBTQIA+.
Exposição | Lia D Castro: em todo e nenhum lugar
De 5 de julho a 17 de novembro
Terças grátis e primeira quinta-feira do mês grátis; terças, das 10h às 20h (entrada até as 19h); quarta a domingo, das 10h às 18h (entrada até as 17h)
Período
5 de julho de 2024 10:00 - 17 de novembro de 2024 20:00(GMT-03:00)
Local
MASP
Avenida Paulista, 1578, São Paulo
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O circuito cultural da Av. Paulista, em São Paulo, volta a contar com um importante espaço de exposições. Fechada por um período de 18 meses para reformas estruturais e
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O circuito cultural da Av. Paulista, em São Paulo, volta a contar com um importante espaço de exposições. Fechada por um período de 18 meses para reformas estruturais e melhorias técnicas, a Galeria de Arte do Centro Cultural Fiesp será reinaugurada no final de julho de 2024.
O espaço expositivo de 850m2 – que integra o complexo de artes cênicas e visuais, audiovisual, música, literatura e tecnologia do SESI-SP – apresenta “outros navios: uma coleção afro-atlântica”, com período expositivo que vai de 24 de julho de 2024 a 16 de fevereiro de 2025. A mostra inédita permitirá que o grande público visitante do local conheça a rica e diversificada coleção de artes africana e afro-brasileira do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE/USP).
O acervo começou a ser formado no final da década de 1960 (época em que os movimentos de independência das ex-colônias em África se consolidavam), por meio de doações ou compras encomendadas pela universidade. Marianno Carneiro da Cunha (1926-1980), então professor do MAE/USP, foi um dos principais nomes à frente do projeto institucional e científico da construção da coleção.
Arqueólogo especialista em Médio Oriente, ele lecionou entre 1974 e 1976 em Ifé, na Nigéria, lugar sagrado para os iorubá, ficando incumbido de adquirir peças para o MAE. Com olhar antropológico e educativo, Marianno se preocupou em também trazer para o Brasil moldes, mostrando interesse não apenas pelo objeto artístico, mas também pela técnica de diferentes culturas da África central e ocidental.
O trio de curadores da mostra, Carla Gibertoni Carneiro, Renato Araújo da Silva e Rosa C. R. Vieira, apontam que essas duas regiões africanas estão conectadas ao Brasil por séculos de circuitos transatlânticos. Eles trouxeram até nosso litoral inúmeros navios de violência, mas também trouxeram outros navios, que nos permitem mergulhar por histórias alternativas e criar novos significados para as centenas de objetos selecionados para a exposição.
OUTROS NAVIOS: NÚCLEOS TEMÁTICOS
Aberta à visitação gratuita até 16 de fevereiro de 2025, a exposição que reabre a Galeria de Arte apresentará mais de 300 peças africanas e afro-brasileiras, muitas nunca antes exibidas ao público, que estarão divididas em sete núcleos temáticos.
A visita começa por “Dentro das águas”, onde poderão ser vistos objetos relacionados ao culto de Iemanjá e Oxum, orixás dos mares e das águas doces, como coroa, pulseira, leque (abebê) e espelho.
Em “Bagagens afro-atlânticas” também estão diversas peças ligadas a religiões de matrizes africanas: arco e flecha de Oxóssi, estatuetas de Exu, bastão (opaxoro) de Oxalá, machado (oxê) de Xangô, além de elementos de altar e instrumentos musicais.
No núcleo “De São Paulo a Ifé”, os visitantes encontrarão obras variadas dos iorubá, vindos especialmente da Nigéria e Benim. Há itens do dia a dia, como baú, pilão, enxada e colher, além de um conjunto de máscaras esculpidas em madeira e pintadas e pares de estatuetas de ibeji, que estão ligadas à gemealidade entre os povos iorubá.
O termo “bantu” designa genericamente toda uma gama de culturas da África Central, de países como República Democrática do Congo e Angola. Eles estarão representados no núcleo “Bantu, das terras centrais”, que traz peças como esteiras de ráfia (palha) em diferentes formatos, taças cerimoniais e um recipiente para leite com tampa decorado com conchas (cauris).
Em “Ventos no oeste africano” estão reunidos objetos de países como Gana, Mali e Costa do Marfim, incluindo um dos maiores itens da exposição, uma porta celeiro dogon. Há conjuntos de vestimentas, pentes do tipo garfo, figuras em bronze e uma balança para pesar pó de ouro, junto de um peso em formado de escorpião usado na pesagem.
“Técnicas” destaca os materiais utilizados nas diferentes etapas da técnica da cera perdida, técnica milenar que esculpe peças de liga metálica por moldagem, além de apresentar um conjunto de enxós e permitir ao visitante conhecer o processo de elaboração de uma máscara Gueledé.
O último núcleo, “Joias e tudo que reluz”, é também o mais notável da exposição, já que a coleção de joias africanas do MAE/USP é uma das mais expressivas do mundo. São diversos exemplares de pulseiras, tornozeleiras, colares, anéis e brincos, em materiais como vidro, bronze e marfim.
Há ainda uma seção especial que reúne obras de artistas contemporâneos negros brasileiros. São onze obras, em diferentes técnicas e suportes, de Denis Moreira, Denise Camargo, Guto Oca, Larissa de Souza e Renan Teles, que mostram que uma coleção não é fixa e pode ser recomposta para apontar outros navios à vista.
Serviço
Exposição | outros navios: uma coleção afro-atlântica
De 24 de julho de 2024 a 16 de fevereiro
Terça a domingo, das 10h às 20h
Período
24 de julho de 2024 10:00 - 16 de fevereiro de 2025 20:00(GMT-03:00)
Local
Centro Cultural Fiesp
Avenida Paulista, 1313 - São Paulo - SP
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Mostra reúne 129 fotografias vencedoras do 67º concurso anual. A mostra, que volta ao Brasil após um breve intervalo, apresenta uma seleção do melhor do fotojornalismo e fotografia documental do
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Mostra reúne 129 fotografias vencedoras do 67º concurso anual. A mostra, que volta ao Brasil após um breve intervalo, apresenta uma seleção do melhor do fotojornalismo e fotografia documental do mundo. As obras são um convite para que o visitante saia do ciclo de notícias e tenha um olhar mais profundo para histórias proeminentes e negligenciadas. As guerras em Gaza e na Ucrânia, migração, família, demência e meio ambiente estão entre os temas destacados na edição do prêmio em 2024. Este ano, o júri tomou a decisão excepcional de incluir duas menções especiais na seleção. Quatro fotógrafos brasileiros estão entre os expositores.
Ao todo, a World Press Photo 2024 será exibida em mais de 60 cidades em todo o mundo. A mostra já passou por Amsterdã, Londres, Sydney e Cidade do México. Além do Rio de Janeiro e de São Paulo, Berlim, Roma, Hong Kong, entre outras cidades, ainda receberão a exibição.
As fotografias que fazem parte do acervo da exposição foram selecionadas entre 61.062 inscrições de 3.851 fotógrafos de 130 países. São 24 projetos vencedores e seis menções honrosas, num total de 33 fotógrafos de 25 países: Argentina, Austrália, Azerbaijão, Brasil, Canadá, China, República Democrática do Congo, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Irã, Japão, Myanmar, Palestina, Peru, Filipinas, África do Sul, Espanha, Tunísia, Turquia, Ucrânia, Reino Unido, Estados Unidos e Venezuela.
E para representar melhor uma pluralidade de perspectivas e vozes globais, a World Press Photo introduziu em 2021 uma nova estratégia de premiação regional, dividindo os trabalhos pelos continentes onde foram criados. Este ano, o concurso premiou quatro categorias: Individual: fotografias individuais; Reportagem: 4-10 fotografias; Projetos de Longo Prazo: 24–30 fotografias; e Formato Aberto: projetos baseados em fotos que utilizam uma variedade de mídias e técnicas de narrativa. “O visitante tem a oportunidade de dar um passeio pelo mundo inteiro com as fotos premiadas pela Fundação World Press Photo”, explica Raphael.
Entre os destaques da World Press Photo 2024, está a foto do ano Uma Mulher Palestina Abraça o Corpo de Sua Sobrinha, do palestino Mohammed Salem, da Agência Reuters, que representa a perda de uma criança, a luta do povo palestino e as 33.000 pessoas mortas na Palestina, além de simbolizar o custo do conflito e fazer uma declaração sobre a futilidade de todas as guerras. Na reportagem do ano do World Press Photo, a série Valim-babena, da Sul-africana Lee-Ann Olwage para GEO, a fotógrafa aborda a demência, um problema de saúde universal, através da lente da família e do cuidado. A seleção de imagens feita pela fotógrafa lembra aos espectadores o amor e a proximidade necessários em tempos de guerra e agressão em todo o mundo.
O projeto vencedor da categoria de longo prazo, Os Dois Muros, do venezuelano Alejandro Cegarra, do The New York Times/Bloomberg, traz imagens que são ao mesmo tempo implacáveis e respeitosas, e transmitem as emoções íntimas presentes em diversas jornadas de migração em todo o planeta. E o prêmio de formato aberto A Guerra é Pessoal, da fotógrafa ucraniana Julia Kochetova, traz imagens emotivas sobre a contínua invasão russa da Ucrânia. A obra traz um fio de simbolismo visual, forte uso de sequências de cores e colaborações com um ilustrador e DJ ucranianos. O uso envolvente de áudio e ilustração – especialmente no diário poético e nas gravações de áudio – se destacou, conferindo uma qualidade cinematográfica ao trabalho.
Do Brasil
Quatro brasileiros, que se destacaram no concurso, estarão expondo na World Press Photo 2024. Com Seca na Amazônia, premiado na categoria Individual da América do Sul, Lalo de Almeida retrata a realidade de Porto Praia, lar dos povos indígenas Ticuna, Kokama e Mayoruna, que não tem acesso rodoviário e normalmente só é alcançável por via fluvial. A seca fez com que os moradores tivessem que caminhar quilômetros ao longo do leito seco do rio para chegar às suas casas. Esta fotografia captura a gravidade da crise ambiental global e da seca na Amazônia.
Agraciada com uma menção honrosa por Insurreição, Gabriela Biló, fotógrafa radicada em Brasília, lança luz sobre os acontecimentos de 8 de janeiro de 2023 no contexto mais amplo da dinâmica política do Brasil. Ao documentar o ataque às instituições democráticas e aos jornalistas, sua foto destaca a importância de defender os valores democráticos e a liberdade de imprensa no Brasil e no mundo.
Os brasileiros Felipe Dana e Renata Brito foram premiados na categoria formato com À Deriva. No ensaio, eles contam a história de um barco vindo da Mauritânia, cheio de homens mortos, que foi encontrado na costa da ilha caribenha de Tobago. Quem eram esses homens e por que estavam do outro lado do Oceano Atlântico? Os jornalistas procuraram respostas, descobrindo uma história sobre migrantes da África Ocidental que buscam oportunidades na Europa por meio de uma rota atlântica cada vez mais popular, mas traiçoeira.
Concurso
Desde 1955, o Concurso Anual World Press Photo celebra os exemplos mais cativantes, informativos e inspiradores do fotojornalismo e da narrativa visual de todo o mundo. Esta exposição destaca os talentosos vencedores do World Press Photo 2024, reconhecidos por um júri
independente e avaliados de acordo com quatro categorias: Individual: fotografias individuais; Reportagem: 4-10 fotografias; Projetos de Longo Prazo: 24–30 fotografias; e Formato Aberto: projetos baseados em fotos que utilizam uma variedade de mídias e técnicas de narrativa
Serviço
Exposição | World Press Photo 2024
De 15 de setembro a 10 de novembro
Terça a Sábado, das 10h às 18h, Domingo 9h às 17h
Período
15 de setembro de 2024 10:00 - 10 de novembro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
CAIXA Cultural São Paulo
Praça da Sé, 111 – Centro – SP