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outubro
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Entre 25 de abril e 1º de dezembro de 2024, “Um Defeito de Cor” toma o espaço expositivo do segundo andar do Sesc Pinheiros com desdobramentos que recepcionam visitantes desde
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Entre 25 de abril e 1º de dezembro de 2024, “Um Defeito de Cor” toma o espaço expositivo do segundo andar do Sesc Pinheiros com desdobramentos que recepcionam visitantes desde o muro da entrada como uma mostra de arte que parte do romance histórico homônimo de Ana Maria Gonçalves. Em seu livro, a autora reconta a saga de Kehinde, africana escravizada confrontada com a necessidade de reconstrução em terras brasileiras e a incessante luta por liberdade fazendo uso da comida, da arte, do afeto, da busca pela família, acolhimento e de sua fé nos encantados.
Os curadores Amanda Bonan e Marcelo Campos, ambos do MAR (Museu de Arte do Rio), fizeram o convite a Ana Maria para uma construção curatorial conjunta a repensar a trajetória do livro de forma imagética: da produção moderna e contemporânea que tem em seu cerne a cosmogonia africana nasceu esse encontro a partir de produções de 131 artistas – entre 77 vivos e 37 já falecidos, além de 17 convidados a produzir novas obras para a mostra, com nomes como Kwaku Ananse Kintê, Kika Carvalho, Antonio Oloxedê e Goya Lopes.
Assim, tal exposição se pretende um profundo mergulho pelas quase mil páginas do texto de “Um Defeito de Cor” e toma seus dez capítulos como metodologia de divisão de núcleos temáticos em uma estrutura circular de fruição que transborda as questões da ancestralidade nas visualidades da mostra e proposta expográfica. Além dos curadores, fazem parte do processo de criação os artistas Ayrson Heráclito, consultor que assina a expografia ao lado de Aline Arroyo, e Tiganá Santana, curador da paisagem sonora que envolve o ambiente.
Nos meses em que esteve em cartaz no Rio de Janeiro, a mostra foi bem recebida pelo público, com visitação expressiva, deixando clara sua potência. É importante destacar que, antes da vinda para o Sesc Pinheiros, esta itinerância passou pelo Museu da Cultura Afro-Brasileira (Muncab), fazendo uma importante triangulação entre instituições e abrangência de públicos do Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
Serviço
Exposição | Um Defeito de Cor
De 25 de abril a 01 de dezembro
Terça a sábado das 10h30 às 21h | domingos e feriados das 10h30 às 18h
Período
25 de abril de 2024 10:30 - 1 de dezembro de 2024 21:00(GMT-03:00)
Local
Sesc Pinheiros
Rua Paes Leme, 195, Pinheiros, São Paulo - SP
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Sucesso de público e elogiada pela crítica, a mostra Dos Brasis, que reúne obras de 240 negros do país no Centro Cultural Sesc Quitandinha, foi vista por mais de
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Sucesso de público e elogiada pela crítica, a mostra Dos Brasis, que reúne obras de 240 negros do país no Centro Cultural Sesc Quitandinha, foi vista por mais de 130 mil pessoas no Sesc Belenzinho, em São Paulo. Exposição estará em cartaz, em Petrópolis de 3 de maio a 27 de outubro.
A centralidade do pensamento negro no campo das artes visuais brasileiras, em diferentes tempos e lugares, é uma das principais premissas que guiam o processo curatorial da mostra Dos Brasis – Arte e Pensamento Negro, a mais abrangente exposição dedicada exclusivamente à produção de artistas negros. Depois de passar sete meses em São Paulo, com registro de mais de 130 mil visitantes, a exposição chega ao Rio de Janeiro e será instalada em um dos principais cartões postais da Região Serrana: o Centro Cultural Sesc Quitandinha (CCSQ), em Petrópolis. Com abertura marcada para o dia 3 de maio, a mostra receberá visitantes até 27 de outubro deste ano.
Resultado de um trabalho desenvolvido pelo Sesc em todo o país, a mostra conta com sete núcleos temáticos, reunindo aproximadamente 240 artistas negros, de todos os estados do Brasil, sob curadoria de Igor Simões, em parceria com Lorraine Mendes e Marcelo Campos. Realizada por meio de um trabalho em conjunto de analistas de cultura da Insituição de todo o país, a exposição traz obras em diversas linguagens artísticas como pintura, fotografia, escultura, instalações e videoinstalações, produzidas desde o fim do século XVIII até o século XXI. A lista completa dos artistas participantes está disponível ao final do texto.
A exposição chega na íntegra ao Centro Cultural Sesc Quitandinha (CCSQ). As 314 obras que estavam em exibição no Sesc Belenzinho (SP) vão ocupar os salões da área monumental do histórico edifício, que em 2024 completa 80 anos. Parte dos trabalhos, alguns inéditos, também serão expostos pela primeira vez na área externa e no lago em frente à unidade. A mostra vai ainda oferecer ao público uma programação paralela com ações em mediação cultural e atividades educativas, além de um programa público composto de debates e palestras com convidados.
Inaugurado em 1944, um ano antes do fim da Segunda Guerra Mundial, o Quitandinha abrigou um dos maiores hotéis-cassino das Américas. Recebeu personalidades brasileiras e hollywoodianas, como Carmen Miranda e Walt Disney. Também foi palco de eventos que marcaram a história, como da Conferência Interamericana para a Manutenção da Paz e da Segurança no Continente, em 1947, e a 1ª Exposição Nacional de Arte Abstrata, realizada em 1953. Na década de 1960, após a proibição dos jogos no Brasil, o cassino foi fechado e o hotel teve seus apartamentos vendidos, tornando-se um condomínio. Em 2007, a área monumental passou a ser administrada pelo Sesc RJ, que a transformou em um Centro Cultural.
Desde que foi reinaugurado como um Centro Cultural, em abril do ano passado, o Quitandinha vem sendo ocupado por exposições que resgatam a forte identidade afro-brasileira em Petrópolis. A primeira, intitulada “Um oceano para lavar as mãos”, com curadoria de Marcelo Campos e Filipe Graciano, apresentou uma revisão da história do Brasil a partir de narrativas não eurocentradas, pensada por curadores e artistas negros, levando o espectador à reflexão sobre a forte memória e produção artística negra na contemporaneidade, no Brasil e no município, e sua relação com o passado imperial. Depois, dos mesmos curadores, recebeu a coletiva “Da Kutanda ao Quitandinha”, em que o ponto de partida foi o território onde o edifício está inserido – uma região marcada por quilombos formadores da cidade.
Serviço
Exposição | Dos Brasis
De 3 de maio a 27 de outubro
Terças a domingos e feriados, das 10h às 17h
Período
3 de maio de 2024 10:00 - 27 de outubro de 2024 17:00(GMT-03:00)
Local
Centro Cultural Sesc Quitandinha
Avenida Joaquim Rolla, 2, Petrópolis, Rio de Janeiro - RJ
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Com curadoria do crítico e curador Adolfo Montejo Navas, a mostra Ars Sonora apresenta ao público uma faceta menos conhecida do multi-instrumentista Hermeto Pascoal – sua produção como
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Com curadoria do crítico e curador Adolfo Montejo Navas, a mostra Ars Sonora apresenta ao público uma faceta menos conhecida do multi-instrumentista Hermeto Pascoal – sua produção como artista visual. Em 2019, uma primeira montagem da exposição integra a 14ª Bienal de Curitiba e, agora, chega a São Paulo ampliada e em voo solo.
Músico autodidata em atividade desde a década de 1940, Hermeto Pascoal grava o seu primeiro disco, “Hermeto”, nos Estados Unidos, em 1971. Um ano antes emplaca duas composições suas no icônico “Live-Evil”, gravado ao vivo com Miles Davis. Em 1979 se apresenta no Festival de Jazz de Montreaux, na Suíça. Em sua longeva trajetória recebeu o Grammy Latino em 2019, na categoria “Melhor Álbum de Música de Raízes em Língua Portuguesa”. E em maio do ano passado foi nomeado doutor honorário da Juilliard School, de Nova York (EUA) – o título foi entregue pelo trompetista Wynton Marsalis.
Em Ars Sonora – Hermeto Pascoal, o público pode conhecer sua criação no território das artes visuais. Pioneira, a mostra abrange diferentes linguagens, como desenhos, pinturas, objetos e proto-instrumentos musicais. A produção ultrapassa fronteiras disciplinares e, de modo ampliado, estabelece relações com a performance e as artes visuais.
A proposta da exposição Ars Sonora – Hermeto Pascoal é reconhecer sua produção para além dos já difundidos conceitos de Música Livre e Música Universal. Neles, o artista afirma a quebra das barreiras culturais, ultrapassando linguagens e suportes estabelecidos pela tradição. Nesse sentido, a mostra reúne objetos feitos dos mais diferentes materiais, deslocados do seu uso cotidiano e reconfigurados em seu sentido visual. Panos de prato, chaleiras, caixas de presente, sacolas, brinquedos, roupas e toalhas de mesa servem à ampliação musical transpostas para a apreciação visual, dando forma a um vasto arquivo sensorial e sonoro.
Articulando sons e ruídos a partir da musicalidade coletada de animais e de objetos do dia a dia, o artista transforma usos e funções, construindo assim o seu alfabeto sonoro e visual próprio até chegar no glossário da sua linguagem, a “Hermetologia”.
“A obra ímpar e caleidoscópica de Hermeto Pascoal deve ser reconhecida de forma mais ampla, muito além das coordenadas estritamente musicais nas quais é mal confinada a maioria das vezes”, afirma o curador. “A compreensão da obra de Hermeto Pascoal também como música visual se baseia na consideração porosa de sua obra, uma arte sonora que ultrapassa seus eixos musicais para desenvolver uma potência sinergética de escritura musical e visual ao mesmo tempo, de visualidade sonora e gestual, que contamina todo tipo de instrumentos-objetos-suportes como novos espaços-registros de representação sonora (experimentações diversas com a natureza, a animália, a voz das pessoas, as performances corporais, os desenhos, os objetos-partituras, os álbuns sonoros, visuais, as trilhas imagéticas…). Tudo isso corresponde com uma terminologia afim à poesia visual, à pangrafia, e ao mesmo tempo ao happening, à performance, a outro olhar-ver-fazer que é simultâneo às percepções, à interação som/imagem, gesto/pensamento”, completa Navas.
O que encontrar em Ars Sonora – Hermeto Pascoal
Reunindo nove diferentes vertentes de sua criação, a mostra está configurada em um conjunto de núcleos em torno da poética artística elaborada por Hermeto Pascoal. Numa combinação relacional e interconectada, tem como ponto de partida a “Música da Aura”, na qual mostra experiências sonoras realizadas com o som da voz das pessoas e a sua natureza tonal.
A seguir vêm as partituras-expansivas, os poemas-objetos e as obras em papel. É nesta seção que estão elementos retirados de seu fabrico industrial serializado e ora refeitos em música própria e pessoal, a partir das notações musicais sobrescritas, como se as partituras brotassem dos objetos.
“Cosmossonia”, a seguir, traz como ponto de partida o som e trata-se, portanto, de uma ampla conversão de todo objeto e utensílio em instrumento musical. Na sequência, “Obras-Arquivo” apresenta o Calendário do Som, obra em que Hermeto Pascoal compôs, de 1996 a 1997, uma música para cada dia do ano. Publicada em livro em 2000, foi interpretado por diferentes artistas, como a “Orquestra Família de Itiberê Zwarg” e o músico João Pedro. Ao lado das partituras estão os desenhos de Hermeto Pascoal para a obra, além de anotações e comentários do autor.
As “Pinturas Caligráficas” reúnem partituras feitas em guardanapos, convites, papeis de toda sorte, toalha de mesa, brinquedos, jogos americanos, cardápios de restaurantes e até em papel higiênico ou tampa de privada. Roupas e as paredes de locais públicos também servem de suportes às partituras. Na exposição, estão acompanhadas dos “Desenhos e Pinturas” do artista. Feitos com técnica mista, lápis de cor e caneta hidrográfica, são obras que apresentam numerosos elementos de cor e figurações livres em correspondência entre si.
O segmento “Brincando de Corpo e Alma”, uma ação performática de 2012, exibe registro audiovisual de captações sonoro-visual do artista produzindo diferentes sons no próprio corpo. É exibido ao lado de outra produção em áudio e vídeo, a peça “Ato de Criação”, trilha-sonora de Hermeto Pascoal para o curta-metragem “Eu Vi o Mundo, e Ele Começava no Recife”, de Mário Carneiro, dedicado ao artista Cícero Dias. Por fim, “Animália” é uma instalação sonora na qual diferentes formas de vida e de viver são celebradas em sua sonoridade, tendo o registro do som de bichos reunidos como parceiros artísticos de Hermeto Pascoal.
Para completar a exposição há a “Hermetologia”, glossário no qual se compila uma coleção de verbetes e citações sobre os mais diversos assuntos, com reflexões do próprio artista sobre música, som, arte, cultura, matéria e espírito.
Serviço
Exposição | Ars Sonora
De 29 de maio a 03 de novembro
Terça a sexta, das 9h às 20h, sábado, das 10h às 20h, domingo e feriado, das 10h às 18h
Período
29 de maio de 2024 09:00 - 3 de novembro de 2024 20:00(GMT-03:00)
Local
Sesc Bom Retiro
Alameda Nothmann, 185 – Bom Retiro – São Paulo - SP
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“Pensar a natureza por meio da arte é um caminho magnífico para sensibilizar as pessoas sobre sua importância, e Efrain Almeida desenvolve um trabalho poético em torno deste tema como
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“Pensar a natureza por meio da arte é um caminho magnífico para sensibilizar as pessoas sobre sua importância, e Efrain Almeida desenvolve um trabalho poético em torno deste tema como poucos”, afirma a secretária de Estado da Cultura, Luciana Casagrande Pereira. “É uma honra para o Paraná receber, no MON, essa exposição individual que com certeza vai nos emocionar e nos conectar não apenas com a natureza, mas também com a cultura popular do sertão brasileiro”, comenta.
A diretora-presidente do MON, Juliana Vosnika, explica que ao realizar essa inédita exposição o Museu Oscar Niemeyer traz um jardim para o interior da sala expositiva. “Aqui certamente haverá uma troca silenciosa entre artista e visitante”, diz
Ela ressalta que, “numa feliz coincidência”, a exposição “O Jardim” acontece simultaneamente à instalação do projeto “MON sem Paredes”, em que o Museu rompe o seu limite físico. Com um parque de esculturas interativas na área externa, o MON abraça o público e o convida a entrar.
“Com seus pássaros, casas, ninhos, árvores e diversos outros animais, Efrain nos conecta a uma natureza íntima, o que pode servir como um antídoto ao esquecimento e às efemeridades contemporâneas. Esculturas, instalações, pinturas e bordados evocam cenas simples que nos fazem entrar em contato com a nossa essência”, afirma Juliana.
O curador Bitu Cassundé explica que a exposição, além de apresentar diferentes períodos da produção de Efrain, compreende também a transição que se estabelece nos projetos escultóricos do artista. “Vai da produção em madeira ao bronze, além de contemplar outras técnicas trabalhadas por ele, como pintura, bordado e desenho”, comenta.
A exposição dá prosseguimento à pesquisa que se inicia em 2020 e se desdobra no documentário “Ensaio para outros Instantes” (2021) e na exposição Encarnado (2023), apresentada no Centro Cultural do Cariri, em Crato (CE). “Ambos os trabalhos discutem o corpo, o sagrado e o território a partir de Canindé e Juazeiro do Norte, importantes centros religiosos daquele estado”, informa Cassundé.
Serviço
Exposição | O Jardim
De 20 de junho a 27 de outubro
Terça a domingo, das 10h às 18h, acesso até as 17h30
Período
20 de junho de 2024 10:00 - 27 de outubro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Museu Oscar Niemeyer (MON)
R. Mal. Hermes, 999 - Centro Cívico, Curitiba - PR
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Uma das fotógrafas mais importantes do mundo, Claudia Andujar é a nova artista a ocupar a Pinacoteca do Ceará. O museu, que integra a Rede Pública de Equipamentos e Espaços Culturais (Rece)
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Uma das fotógrafas mais importantes do mundo, Claudia Andujar é a nova artista a ocupar a Pinacoteca do Ceará. O museu, que integra a Rede Pública de Equipamentos e Espaços Culturais (Rece) da Secretaria da Cultura do Ceará (SECULT) e é gerido pelo Instituto Mirante, abre a exposição “Claudia Andujar. Minha vida em dois mundos” no sábado, 22 de junho, a partir das 17h. A entrada é gratuita e haverá acessibilidade em Libras.
A programação de abertura contará com uma sessão especial do documentário “A senhora das flechas” (The Lady with the Arrows”, 2024), de Heidi Specogna. O filme, que foi exibido no Brasil apenas durante o festival “É Tudo Verdade” deste ano, aborda a relação de afeto e militância de Claudia Andujar com o povo indígena Yanomami. A sessão acontece às 17h30 e serão distribuídos 80 ingressos por ordem de chegada, a partir das 16h.
Dividida em cinco núcleos, “Claudia Andujar. Minha vida em dois mundos” tem curadoria de Eduardo Brandão e reúne cerca de 200 fotografias da artista suíça naturalizada brasileira. O título reforça a proposta curatorial, que traz diferentes olhares e trânsitos de Andujar: entre o fotojornalismo e a arte experimental; as grandes cidades e a floresta; a Europa, onde ela nasceu, e a América, continente que a acolheu após a perseguição nazista à sua família paterna; ela própria e o Outro.
Reconhecida por sua atuação humanista na fotografia, Andujar constrói os trabalhos a partir de uma longa convivência com o ambiente, as pessoas e os costumes. É o que se vê em séries como “Famílias Brasileiras”, um dos primeiros ensaios que ela realizou no Brasil, no qual passou longos períodos convivendo com diferentes famílias em cidades de São Paulo, Minas Gerais e Bahia. O intenso trabalho de reelaboração das imagens feito pela artista também é destaque na exposição. Em “A Sônia”, para refletir esteticamente sobre as formas do corpo feminino, as fotografias com filme infravermelho são posteriormente refotografadas, com um uso experimental de filtros de cor e sobreposições.
“Trem Baiano” é outro importante trabalho presente na mostra, que retrata migrantes que tentavam se estabelecer em São Paulo voltando às suas cidades de origem, enviados pelo Departamento de Imigração e Colonização de São Paulo. Para fazer o ensaio publicado numa reportagem da clássica revista Realidade, em 1969, Andujar embarcou sozinha no trem que saía de São Paulo e parava em diversas cidades no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e na Bahia.
A colaboração com Realidade levou a fotógrafa a ter o primeiro contato com os indígenas Yanomami, trabalhando numa edição especial sobre a Amazônia, em 1971. A partir daí, Claudia Andujar estabelece uma ligação cuidadosa e comprometida com aquele povo ameaçado à época – e até hoje – pelo garimpo e por interesses políticos e econômicos, como o projeto de desenvolvimento industrial do governo militar, que construiu grandes rodovias na região.
Em plena ditadura militar, Claudia passa a atuar na luta política em defesa do povo Yanomami, que a acolhe e reconhece na artista uma aliada. Durante os anos 1970, ela faz diversas viagens ao território, chega a morar durante 14 meses na Reserva Catrimani e se envolve com o modo de vida local, a cultura, os hábitos e rituais daquele povo.
Em 1977, enquadrada na Lei de Segurança Nacional, editada pelo Governo Militar, ela é retirada à força do território indígena, sendo proibida de voltar à Amazônia. A partir daí, a fotógrafa funda, em 1977, a Comissão pela Criação do Parque Yanomami (CCPY), que tinha como objetivo a demarcação do território, o que se concretiza apenas em 1992, com a criação da Terra Indígena Yanomami.
Esse período é retratado especialmente nas séries “Catrimani”, “Reahu”, “Sonhos Yanomami” e “Marcados”, em que é possível perceber a aproximação real entre a fotógrafa e o povo Yanomami, além do experimentalismo de linguagem que, ao longo do tempo, foi sendo ampliado até chegar a propostas estéticas extremamente inovadoras.
A retrospectiva “Claudia Andujar. Minha vida em dois mundos” ficará em cartaz na Pinacoteca do Ceará até 29 de dezembro de 2024 e conecta o Ceará a um circuito internacional de museus que têm repercutido o grande trabalho de Claudia Andujar. Nos últimos anos, a obra da artista tem sido exposta em instituições de todo o mundo, com apoio da Fondation Cartier pour l’Art Contemporain (França), como no México, Itália, Espanha, Suíça, Inglaterra, Estados Unidos e Alemanha. Sempre gratuita, a Pinacoteca oferece aos visitantes a chance de conhecer uma das fotógrafas mais celebradas da arte contemporânea que, aos 93 anos, traz uma contribuição fundamental para compreender o Brasil.
A exposição tem classificação indicativa de 12 anos e contará com diversos recursos de acessibilidade, como obras táteis, audiodescrição, Braille e vídeo em Libras, além de uma série de atividades formativas, com diversos públicos, ao longo de todo o período de exibição.
Documentário “A Senhora das flechas”
Exibido no Brasil em abril deste ano, durante o festival “É tudo verdade” (SP), o documentário “A Senhora das flechas” (The Lady With the Arrows, 2024), da diretora suíça Heidi Specogna, mostra o relacionamento profundo de Claudia Andujar com o povo Yanomami, numa costura emocionante a partir da biografia da artista, sua relação com a fotografia e o ativismo na luta contra a exploração da floresta amazônica e a defesa do povo Yanomami
Serviço
Exposição | Claudia Andujar. Minha vida em dois mundos
De 22 de junho a 29 de dezembro
Segunda a sexta, das 10h às 19h; sábados, das 10h às 11:30h
Exibição do documentário | A Senhora das flechas (The Lady With the Arrows, 2024)
Sábado, 22 de junho, a partir das 17h30
Auditório da Pinacoteca do Ceará
Acesso gratuito | 80 ingressos distribuídos por ordem de chegada, a partir das 16h
Período
22 de junho de 2024 10:00 - 29 de dezembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Pinacoteca do Ceará
Rua 24 de Maio, s/n, Praça da Estação, Centro - Fortaleza - CE
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Trazendo destaque para a moda de rua do Japão, a Japan House São Paulo traz a exposição “Sutorīto Fashion: moda das ruas“, que apresenta as tendências de moda desde a década
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Trazendo destaque para a moda de rua do Japão, a Japan House São Paulo traz a exposição “Sutorīto Fashion: moda das ruas“, que apresenta as tendências de moda desde a década de 1950 até os dias atuais por meio de mais de 100 registros fotográficos. Com entrada gratuita, a mostra acontece de 25 de junho a 20 de outubro, no térreo da instituição. Assim como “Efeito Japão: moda em 15 atos” (em cartaz no segundo andar até 1° de setembro), a exposição “Sutorīto Fashion: moda das ruas” é coordenada pelo diretor de moda Souta Yamaguchi.
A seleção de fotografias analisa por década as mudanças da moda de rua no Japão dos anos 1950 aos anos 2020, abordando diversas tendências internacionais, cinema e música, assim como a contracultura japonesa que surgiu em resposta às mudanças culturais, sociais, políticas e econômicas dessas épocas.
“Essa exposição faz parte do ciclo de moda que iniciamos em maio deste ano e tem como foco o cotidiano japonês e como as recentes mudanças culturais e sociais afetaram a moda de rua dos jovens. Será uma oportunidade única para entender como cada período foi traduzido, adaptado e refletido nos looks cotidianos, gerando uma identidade muito particular, criativa e inovadora.”, comenta a Diretora Cultural da JHSP, Natasha Barzaghi Geenen.
A passagem histórica da exposição tem início na década de 1950, em um contexto pós-guerra. Nesse período de recuperação e reconstrução após a Segunda Guerra Mundial, referências internacionais da alta costura e o cinema japonês servem como inspiração, além de estilos como o rockabilly. Foi um período de aumento no consumo de roupas com a difusão de peças prêt-à-porter e o avanço na qualidade de fibras sintéticas. Na década de 1960, o ambiente doméstico japonês se modernizou e a influência de tendências internacionais na moda jovem, como o uso da minissaia e de calças pantalonas tornou-se popular no Japão. Nos anos 70, os primeiros estilistas japoneses despontam nas passarelas internacionais, ao mesmo tempo em que os movimentos de contracultura no Japão são acompanhados pelo mais conservador “nyuutora” (abreviação japonesa do termo em inglês New Traditional) adotado por estudantes, com saias até os joelhos.
A década de 1980, o momento de aumento do poder econômico permitiu um gasto maior de jovens e adultos em itens da moda, inclusive artigos de luxo. Foi o auge da popularidade das DC Brands (abreviação de Designer’s & Character’s), nome dado às marcas fundadas por designers renomados. As revistas de moda e lifestyle também eram essenciais em ditar tendências vistas nas ruas e o estilo “shibuya casual“, baseado no “amekaji” (abreviação japonesa do termo em inglês American Casual) tornou-se popular especialmente entre os estudantes. Já nos anos 90, surgiram várias culturas, subdividindo os estilos. A moda que mais impactou as gerações posteriores foi a “ura-harajuku” (estilo que surgiu quando lojas de designers famosos foram abertas no bairro de Harajuku), onde as marcas que herdaram o contexto da cultura de rua, como skatistas e DJs, criaram um grande movimento. Por outro lado, no bairro de Shibuya, que continuava sendo o centro da cultura jovem, surgiram as “kogal”, que desencadeou uma tendência da moda baseada na combinação de saias de uniforme escolar com bainhas curtas e meias até a altura da panturrilha, criando uma cultura singular que deu início ao boom das “colegiais”.
A década de 2000 é marcada pelo surgimento de várias redes de fast fashion internacionais no Japão. Os estilos ficaram mais globalizados em conjunto com a popularização da internet. Nos anos 2010, impactados pelo Grande Terremoto do Leste do Japão de 2011, jovens japoneses passaram a buscar um estilo mais simples e sustentável, fazendo com que a moda contemporânea priorizasse o conforto e um caimento solto das roupas.
Em complemento à evolução década a década, a exposição apresenta também uma coletânea de 25 fotos retiradas da Revista FRUiTS, uma das plataformas mais influentes de documentação acerca do streetstyle japonês entre os anos 1997 e 2017, quando teve sua última publicação. A revista foi responsável por registrar como os jovens, que resistiam aos padrões de estilo da época, se vestiam na região de Harajuku, no distrito de Shibuya, em Tóquio, local que viria a ser conhecido como um dos principais centros de cultura jovem do país, marcando toda uma geração. Até hoje, a criatividade e a espontaneidade desse movimento inspiram designers e amantes da moda do mundo todo.
De forma a estender a experiência do público para além da exposição, a JHSP promoverá atividades paralelas durante todo o período expositivo, como visitas mediadas, seminários, workshops e bate-papos com especialistas. Dentro do programa JHSP Acessível, a exposição “Sutorīto Fashion: moda das ruas” ainda conta com recursos de audiodescrição e vídeo libras. Esta exposição é realizada em cooperação com a “ACROSS” by PARCO CO., LTD. – mídia que pesquisa a cultura jovem e a moda de Tóquio – e a Revista FRUiTS, publicação que documentou a moda de rua japonesa.
Exposição | Sutorīto Fashion: moda das ruas
De 25 de junho a 20 de outubro
Terça a sexta, das 10h às 18h; sábados, domingos e feriados, das 10h às 19h
Período
25 de junho de 2024 10:00 - 20 de outubro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Japan House São Paulo
Avenida Paulista, 52 – Bela Vista, São Paulo - SP
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A partir de 26 de junho será possível conhecer o pensamento da antropóloga, historiadora e filósofa brasileira Lélia Gonzalez (1935 – 1994). O Sesc São Paulo, em parceria com a
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A partir de 26 de junho será possível conhecer o pensamento da antropóloga, historiadora e filósofa brasileira Lélia Gonzalez (1935 – 1994). O Sesc São Paulo, em parceria com a Boitempo, inaugura o projeto Lélia em nós: festas populares e amefricanidade, na unidade Vila Mariana. A exposição, que fica em cartaz até 24 de novembro de 2024, foi inspirada pelo livro Festas populares no Brasil (que ganha nova edição pela Boitempo) e promove uma celebração da cultura afro-brasileira – ou amefricana, como propõe a autora – a partir de um recorte que estabelece diálogos e reflexões suscitados pela produção intelectual de Gonzalez, uma proeminente ativista do movimento negro brasileiro e importante teórica do feminismo negro, cuja morte completará 30 anos em 10 de julho de 2024.
Com uma seleção de produções contemporâneas e de diferentes períodos, reunida em cinco eixos temáticos, Lélia em nós: festas populares e amefricanidade apresenta pinturas, fotografias, documentos históricos, objetos, performances, instalações e vídeos de artistas como Alberto Pitta, Heitor dos Prazeres, Januário Garcia, Maria Auxiliadora, Nelson Sargento, e Walter Firmo, além de 12 trabalhos inéditos, de artistas como Coletivo Lentes Malungas, Eneida Sanches, Lidia Lisboa, Lita Cerqueira, Manuela Navas, Maurício Pazz, Rafael Galante e Rainha Favelada.
A mostra também apresenta um recorte de sonoridades e musicalidades, tanto do universo das festas e festejos brasileiros quanto das intervenções do DJ Machintown e do trombonista Allan Abbadia, além de registros fonográficos da discoteca pessoal de Lélia. Parte do acervo do Instituto Memorial Lélia Gonzalez (IMELG), a coleção reúne álbuns de artistas como Wilson Moreira e Nei Lopes, Luiz Gonzaga, Tamba Trio, Clementina de Jesus, Jamelão e Lazzo Matumbi
Partindo de conceitos teóricos desenvolvidos por Lélia Gonzalez, como a categoria político-cultural de amefricanidade – termo cunhado pela acadêmica em contraposição à ideia hegemônica de afro-americanidade para, segundo ela, “ultrapassar as limitações de caráter territorial, linguístico e ideológico” e redimensionar a influência da diáspora atlântica para a formação das Américas do Sul, Central, do Norte e Insular –, a mostra convida o público à compreensão do potencial da cultura popular afro-brasileira como tecnologia de identidade e resistência.
Com curadoria de Glaucea Britto e Raquel Barreto, a exposição foi inspirada pelas proposições feitas por Lélia Gonzalez em Festas populares no Brasil. Único título publicado em vida pela intelectual exclusivamente como autora, o livro foi publicado originalmente em 1987. A obra não foi oficialmente lançada no mercado, tendo sido patrocinada por uma empresa multinacional e distribuída como presente de fim de ano. No mês de abertura da exposição, a publicação ganhará nova edição da Boitempo, a primeira voltada à circulação no mercado editorial. Com textos da acadêmica que evidenciam laços indissociáveis entre Brasil e África por meio de manifestações populares como o Carnaval, o Bumba-Meu-Boi, as Cavalhadas e festas afro-brasileiras como as Congadas e o Maracatu, a obra reúne mais de cem imagens de cinco fotógrafos: Leila Jinkings, Marcel Gautherot, Maureen Bisilliat, Januário Garcia e Walter Firmo (os dois últimos, integrando a exposição). A nova edição inclui também materiais inéditos, textos de apoio, fac-símiles, prólogo de Leci Brandão, prefácio de Raquel Marreto, posfácio de Leda Maria Martins, texto de orelha de Sueli Carneiro e quarta capa de Angela Davis e Zezé Motta.
Serviço
Exposição | Lélia em nós: festas populares e amefricanidade
De 27 de junho a 24 de novembro
Terça a sexta, das 10h às 21h; aos sábados, das 10h às 20h; domingos e feriados, das 10h às 18h
Período
27 de junho de 2024 10:00 - 24 de novembro de 2024 21:00(GMT-03:00)
Local
Sesc Vila Mariana
Rua Pelotas, 141 - Vila Mariana – São Paulo - SP
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Para marcar os 20 anos da Casa Museu Carlos Scliar, foi inaugurada a exposição “Os Artivistas: Carlos Scliar e Cildo Meireles”, que une, pela primeira vez, a obra desses dois
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Para marcar os 20 anos da Casa Museu Carlos Scliar, foi inaugurada a exposição “Os Artivistas: Carlos Scliar e Cildo Meireles”, que une, pela primeira vez, a obra desses dois importantes artistas. “O Scliar foi fundamental na minha vida”, afirma Cildo Meireles sobre o amigo falecido em 2001. Com curadoria de Cristina Ventura, coordenadora da casa museu, serão apresentadas cerca de trinta obras, sendo algumas inéditas, que cobrem um período que vai desde a década de 1940 até 2021. Completam a mostra obras participativas, inspiradas nos trabalhos dos dois artistas. A exposição, que terá entrada gratuita até o final do mês de agosto, é apresentada pelo Governo Federal, Ministério da Cultura, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro através da Lei Paulo Gustavo.
“A ideia é provocar no espectador um convite á reflexão, instigada pela atualidade das questões tratadas pelos artistas em suas obras. Temas como: crimes de estado, meio ambiente, guerra, valor monetário, entre outros. Nosso propósito é que a pessoa pense sobre o seu papel no mundo de hoje”, diz a curadora Cristina Ventura.
As obras de Cildo Meireles e Carlos Scliar serão expostas juntas, como uma grande instalação, sem seguir uma ordem cronológica. São pinturas, desenhos, colagens, estudos, gravuras, objetos e vídeos. De Cildo, estarão as notas “Zero Dólar” (1984) e “Zero Cruzeiro” (1978), a instalação sonora “Rio Oir” (2011), o vídeo “15 segundos” (2021), em homenagem a Marielle Franco, entre outras obras. De Scliar, destacam-se os desenhos “Levante do Gueto de Varsóvia” (1957) e SOS (1989), além de desenhos e estudos, alguns inéditos, que tratam de temas como a cultura afro-brasileira e o holocausto. “Sou um grande admirador dos desenhos do Scliar, acho que ele era um desenhista dos mais talentosos do Brasil, verdadeiramente sensível”, afirma Cildo Meireles.
Na mostra, estará, ainda, a matriz da capa da Revista Horizonte, feita por Scliar em 1952, onde se lê: “Assine Apelo Paz”. “A Segunda Guerra Mundial o marcou muito, Scliar foi pracinha, atuou como cabo de artilharia. No período pós-guerra participa ativamente de movimentos a exemplo o Congresso pela paz ocorrido na antiga Tchecoslováquia, a mensagem trazida na obra é fundamental”, diz a curadora. Uma reprodução tátil desta matriz fará parte da exposição para que o visitante possa manuseá-la. Também estará na exposição um texto inédito do artista, da década de 1980, narrado pela cantora e compositora Marina Lima. No documento, Scliar expressa sua indignação e cansaço diante da nossa construção histórica. A artista cresceu vendo obras de Scliar, colecionadas por seu pai, segundo Marina, “uma imagem afetiva que nunca esqueço”. A gravação foi feita especialmente para a exposição.
Com trajetórias diversas, Carlos Scliar e Cildo Meireles se conheceram em 1966. “A partir do nosso primeiro encontro, onde mostrei meus desenhos, ele se interessou em mostrar esses trabalhos para alguns colecionadores e a partir daí praticamente me financiou. Sempre foi uma pessoa de uma generosidade muito grande, não só no meu caso, mas também com outros artistas jovens que estavam iniciando. Ele era uma pessoa de um entusiasmo intrínseco, estava sempre incentivando, sempre apoiando”, conta Cildo Meireles. Os dois foram muito amigos durante toda a vida e, em diversos momentos, tratam de questões similares em seus trabalhos, como no período da ditadura militar. Outras questões também convergem na produção dos dois: a icônica obra “Zero Dólar”, de Cildo Meireles, traz a imagem do Tio Sam, personagem que aparece sobrevoando a Amazônia com asas pretas, como se fosse um urubu, na obra SOS, de Carlos Scliar.
Serviço
Exposição | Os Artivistas: Carlos Scliar e Cildo Meireles
De 29 de junho a 01 de junho de 2025
Terça a sexta das 14h30 às 18h. Sábados das 15h30 às 19h
Período
29 de junho de 2024 14:30 - 1 de junho de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
Casa Museu Carlos Scliar
Rua Marechal Floriano (Orla Scliar), 253 – Cabo Frio - RJ
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Michel Zózimo inaugura a individual Livro Verde no Instituto Ling. Com curadoria de Gabriela Motta, a exposição traz desenhos e colagens de recortes retirados de antigas enciclopédias de ciências naturais. O
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Michel Zózimo inaugura a individual Livro Verde no Instituto Ling. Com curadoria de Gabriela Motta, a exposição traz desenhos e colagens de recortes retirados de antigas enciclopédias de ciências naturais.
O trabalho de Zózimo parte da pesquisa sobre o natural e onírico. O artista investiga imagens que povoam o encantamento, formações geológicas, alquimia, efeitos visuais e pesadelos. Michel Zózimo participou do 36º Panorama da Arte Brasileira do Museu de Arte Moderna (São Paulo, 2019), da 9ª Bienal do Mercosul (Porto Alegre, 2013), e do Festival Vídeobrasil (São Paulo, 2013). Suas obras integram as coleções da Pinacoteca de São Paulo, Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires, Museu de Arte do Rio, Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul e Fundação Vera Chaves Barcellos.
Serviço
Exposição | Livro verde
De 02 de julho a 11 de outubro
Segunda a sábado (exceto feriados), das 10h30 às 20h
Período
2 de julho de 2024 10:30 - 11 de outubro de 2024 20:00(GMT-03:00)
Local
Instituto Ling
Rua João Caetano, 440 – Três Figueiras – Porto Alegre - RS
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É impossível refletir sobre a obra da artista e intelectual Lia D Castro (Martinópolis, São Paulo, 1978) sem falar de encontros, contrastes, fricções e transformações. A partir de 5 de julho, o público
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É impossível refletir sobre a obra da artista e intelectual Lia D Castro (Martinópolis, São Paulo, 1978) sem falar de encontros, contrastes, fricções e transformações. A partir de 5 de julho, o público pode encontrar a exposição Lia D Castro: em todo e nenhum lugar, no MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand. A primeira mostra individual da artista em um museu reúne 36 trabalhos, sendo a maioria pinturas de caráter figurativo. As obras selecionadas exploram cenários onde o afeto, o diálogo e a imaginação se tornam importantes ferramentas de transformação social.
O título da exposição parte da constatação da ausência histórica de grupos minorizados em posições de poder e decisão — em nenhum lugar —, enquanto sua presença e força de trabalho compõem as bases que sustentam a sociedade — em todo lugar. Com curadoria de Isabella Rjeille, curadora, MASP, e Glaucea Helena de Britto, curadora assistente, MASP, a mostra apresenta trabalhos que abrangem toda a produção da artista.
Lia D Castro utiliza a prostituição como ferramenta de pesquisa e desenvolve sua produção a partir de encontros com seus clientes – homens cisgêneros, em sua maioria brancos, heterossexuais, de classe média e alta – para subverter relações de poder ou violência que possam surgir entre eles, aliando história de vida e história social. Temas como masculinidade e branquitude, mas também afeto, cuidado e responsabilidade, são abordados nessas ocasiões e resultam em pinturas, gravuras, desenhos, fotografias e instalações criadas de modo colaborativo.
Nesses momentos, ela conversa com esses homens e os convida a refletir: quando você se percebeu branco? E quando se descobriu cisgênero, heterossexual? “Perguntas sobre as quais a artista não busca uma resposta definitiva, mas sim provocar um posicionamento dentro do debate racial, sobre gênero e sexualidade”, afirma a curadora Isabella Rjeille.
As conversas de Lia D Castro com esses homens são permeadas por referências a importantes intelectuais negros como Frantz Fanon, Toni Morrison, Conceição Evaristo e bell hooks. Frases retiradas dos livros desses autores, lidos pela artista na companhia de seus colaboradores, são inseridas nas telas e misturam-se aos gestos, cenas, cores e personagens. O trabalho de Lia D Castro torna-se um lugar de encontro, embate e fricção, no qual ações, imagens e imaginários são debatidos, revistos e transformados. Com frequência, a artista insere referências a outros trabalhos por ela realizados, incluindo-os em outro contexto e, consequentemente, atribuindo novos significados e leituras a essas imagens.
“Partindo da visão de Frantz Fanon de que o racismo é uma repetição, eu proponho combatê-lo com a repetição de imagens. Como a imagem constrói cultura e memória, ao colocar uma obra dentro da outra, busco criar novas referências estéticas”, comenta a artista.
PINTURAS E METODOLOGIA ARTÍSTICA
A produção de Lia D Castro é organizada em séries, sendo a maior delas Axs Nossxs Filhxs, presente nesta exposição. Desenvolvida na sala de estar e ateliê de Lia D Castro, um lugar de encontro e trocas, comerciais, intelectuais e afetivas, a série apresenta um processo criativo marcado por escolhas coletivas, da paleta de cores à assinatura das obras. A repetição é uma característica central: por meio desse recurso é possível reconhecer gestos, personagens e situações, assim como outras obras da artista que aparecem representadas nas telas, acumulando significados. A utilização do “x” no título da série se refere à diversidade de formações familiares e vínculos afetivos para além do parentesco consanguíneo ou da família heterossexual monogâmica. O uso do “x” também é utilizado para abarcar diferentes gêneros.
Lia D Castro também se retrata em pinturas dessa série. Enquanto os homens estão nus, ela encontra-se vestida. Seu corpo é coberto por esparadrapos colados sobre a tela formando um longo vestido branco, na contramão da tradição histórica da pintura ocidental, em que a grande maioria dos nus são femininos.
A artista subverte também pintando esses personagens em momentos de pausa, descanso, lazer, leitura e contemplação. “O caráter político da obra de Lia D Castro questiona o imaginário social que vincula violência e subalternidade a corpos não hegemônicos na arte ocidental”, afirma a co-curadora Glaucea Helena de Britto.
Lia D Castro: em todo e nenhum lugar integra a programação anual do MASP dedicada às Histórias da diversidade LGBTQIA+. Este ano a programação também inclui mostras de Gran Fury, Francis Bacon, Mário de Andrade, MASP Renner, Catherine Opie, Leonilson, Serigrafistas Queer e a grande coletiva Histórias da diversidade LGBTQIA+.
Exposição | Lia D Castro: em todo e nenhum lugar
De 5 de julho a 17 de novembro
Terças grátis e primeira quinta-feira do mês grátis; terças, das 10h às 20h (entrada até as 19h); quarta a domingo, das 10h às 18h (entrada até as 17h)
Período
5 de julho de 2024 10:00 - 17 de novembro de 2024 20:00(GMT-03:00)
Local
MASP
Avenida Paulista, 1578, São Paulo
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O Farol Santander São Paulo, centro de cultura, lazer, turismo e gastronomia, inaugura no dia 19 de julho (sexta-feira), a exposição inédita IURI SARMENTO – Suíte Barroca, destacando a trajetória
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O Farol Santander São Paulo, centro de cultura, lazer, turismo e gastronomia, inaugura no dia 19 de julho (sexta-feira), a exposição inédita IURI SARMENTO – Suíte Barroca, destacando a trajetória do artista contemporâneo que revisita o barroco brasileiro, mesclando o erudito e o popular, o sacro e o profano, o kitsch e o clássico, a nostalgia e a ironia. Com curadoria de Denise Mattar, a mostra apresenta 66 trabalhos realizados entre 1996 e 2024, incluindo pinturas e objetos.
A exposição é apresentada pelo Ministério da Cultura, Esfera e Santander Brasil, ocupa toda a galeria do 19º andar e fica em exibição até 03 de novembro (domingo).
Iuri Sarmento é um artista que resgata as heranças artísticas brasileiras por meio de um olhar dinâmico e atual. Suas obras, realizadas com riqueza de detalhes, combinam elementos como volutas, transparências, dourados, rendas, porcelanas e azulejos, transportando o visitante para um mundo pleno de memórias afetivas.
Em sua trajetória artística com mais de três décadas, Iuri Sarmento participou de exposições individuais e coletivas, em galerias e instituições nacionais e internacionais, recebendo em 2011 o prêmio Pipa on-line. Em São Paulo, esta será sua primeira grande mostra individual.
“É com alegria que o Farol Santander traz para o público a exposição IURI SARMENTO – Suíte Barroca, apresentando um artista brasileiro que resgata nossas heranças artísticas através de um olhar dinâmico e atual. A seleção de obras permite acompanhar as transformações no processo construtivo de Iuri Sarmento, evidenciando, ao mesmo tempo, a coerência que atravessa sua obra.”, comenta Maitê Leite, Vice-presidente Executiva Institucional do Santander Brasil.
Sem medo da beleza e do ornamento, Iuri fragmenta imagens para recodificá-las, e lá estão volutas, acantos, azulejos, grades, santos, anjos, dragões, assim como santinhos, bibelôs e personagens do sincretismo brasileiro. Flerta também com a moda e a história da pintura, introduzindo rendas, adamascados, vestidos, tecidos estampados, e obras emblemáticas de artistas plásticos. Inclusive, Iuri Sarmento já teve trabalhos exibidos na edição de 2016 do São Paulo Fashion Week.
A mostra reúne sessenta e seis obras em grupos de trabalhos do artista, como: conjunto de sutis e delicadas rendas; composições que incluem pratos antigos enfeixados pela reprodução de seus próprios detalhes florais; e o exercício de recomposição de azulejos e cacos de porcelanas. Além de telas, um dos conjuntos reúne 35 pinturas de pequenos formatos, compondo um denso e multicolorido painel que explicita a maestria do artista na percepção de detalhes. Estão também representadas às releituras de artistas como Di Cavalcanti e Debret, e entidades como Oxóssi, São Jorge e Cabocla Jurema.
Estabelecendo uma síntese e um ponto central para o qual converge a exposição, há uma vitrine na qual são apresentados os objetos do artista, peças confeccionadas com cacos de preciosas porcelanas e azulejos, que parecem partilhar o mundo fantástico do catalão Gaudí, com suas características misteriosas.
“Uma suíte musical é uma composição constituída por série de peças ou movimentos, geralmente unidos por um tema comum, estilo ou tonalidade. É uma definição perfeita para descrever a obra de Iuri Sarmento, cujas composições conectam diferentes elementos do universo barroco. Integrando técnicas do passado e do presente, ele processa e reprocessa, paciente e cuidadosamente essas representações eruditas que são parte da nossa história, dando a elas uma roupagem contemporânea e um contraponto popular.”, relata Denise Mattar, curadora.
Sarmento iniciou sua produção artística na década de 1990 e trouxe para esta mostra obras que abrangem todo seu processo criativo, incluindo também trabalhos recentes, como as telas e composições Cabocla Jurema (2023) e Oxóssi (2021). Entre trabalhos mais antigos destacam-se Sem Título (1996) e A Bola (2007).
Sobre Iuri Sarmento
Iuri Sarmento (Montes Claros, MG, 1969). Pintor e escultor. Nascido em Minas Gerais possui formação em Artes Plásticas pela Escola Guignard, Belo Horizonte, realizando sua primeira exposição individual em 1992. No mesmo ano, mudou-se para Salvador.
Em 2013, o artista radicou-se em São Paulo. Entre as exposições individuais do artista têm destaque: Sobre saudades e espelhos, curadoria Marcus Lontra (Museu de Arte Moderna da Bahia, 1999), Barroco Reinventado, curadoria Solange Farkas (Museu de Arte Moderna da Bahia, 2008), Pinturas (Celina Albuquerque Galeria, DF, 2000), Barroco Pop (Galerie Agnès Monplaisir, França, 2014), Pinturas (Laura Marsiaj Galeria, RJ, 2015), O Paraíso Resiste, curadoria Marcus Lontra (Galeria Luís Maluf, SP, 2019) e Pinturas (Galeria Murilo Castro, MG, 2022).
O artista participou de importantes mostras coletivas, entre elas seis edições do Salão MAM Bahia de Artes Plásticas, Pintura: repertórios alternativos do Rumos Itaú Cultural Artes Visuais (Belo Horizonte, Brasília, Penápolis e Curitiba, 1999), da mostra Cinco Artistas Contemporâneos no Centro Cultural Ramon Alonso Luzzy (Cartagena, Espanha, 2000), Salão da Bahia 1994-2002 (Fundação Joaquim Nabuco, PE, 2005), Novas aquisições, Coleção Gilberto Chateaubriand (Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, 2014), Bienal de Curitiba (PR, 2016), Museu de Dona Lina, curadoria Daniel Rangel (Museu de Arte Moderna da Bahia, 2021). Em 2011 o artista foi o vencedor online do Prêmio Pipa.
Serviço
Exposição | Suíte Barroca
De 19 de julho a 03 de novembro
Terça a domingo, das 09h às 20h
Período
19 de julho de 2024 09:00 - 3 de novembro de 2024 20:00(GMT-03:00)
Local
Farol Santander
Rua João Brícola, 24 – Centro, São Paulo - SP
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O circuito cultural da Av. Paulista, em São Paulo, volta a contar com um importante espaço de exposições. Fechada por um período de 18 meses para reformas estruturais e
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O circuito cultural da Av. Paulista, em São Paulo, volta a contar com um importante espaço de exposições. Fechada por um período de 18 meses para reformas estruturais e melhorias técnicas, a Galeria de Arte do Centro Cultural Fiesp será reinaugurada no final de julho de 2024.
O espaço expositivo de 850m2 – que integra o complexo de artes cênicas e visuais, audiovisual, música, literatura e tecnologia do SESI-SP – apresenta “outros navios: uma coleção afro-atlântica”, com período expositivo que vai de 24 de julho de 2024 a 16 de fevereiro de 2025. A mostra inédita permitirá que o grande público visitante do local conheça a rica e diversificada coleção de artes africana e afro-brasileira do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE/USP).
O acervo começou a ser formado no final da década de 1960 (época em que os movimentos de independência das ex-colônias em África se consolidavam), por meio de doações ou compras encomendadas pela universidade. Marianno Carneiro da Cunha (1926-1980), então professor do MAE/USP, foi um dos principais nomes à frente do projeto institucional e científico da construção da coleção.
Arqueólogo especialista em Médio Oriente, ele lecionou entre 1974 e 1976 em Ifé, na Nigéria, lugar sagrado para os iorubá, ficando incumbido de adquirir peças para o MAE. Com olhar antropológico e educativo, Marianno se preocupou em também trazer para o Brasil moldes, mostrando interesse não apenas pelo objeto artístico, mas também pela técnica de diferentes culturas da África central e ocidental.
O trio de curadores da mostra, Carla Gibertoni Carneiro, Renato Araújo da Silva e Rosa C. R. Vieira, apontam que essas duas regiões africanas estão conectadas ao Brasil por séculos de circuitos transatlânticos. Eles trouxeram até nosso litoral inúmeros navios de violência, mas também trouxeram outros navios, que nos permitem mergulhar por histórias alternativas e criar novos significados para as centenas de objetos selecionados para a exposição.
OUTROS NAVIOS: NÚCLEOS TEMÁTICOS
Aberta à visitação gratuita até 16 de fevereiro de 2025, a exposição que reabre a Galeria de Arte apresentará mais de 300 peças africanas e afro-brasileiras, muitas nunca antes exibidas ao público, que estarão divididas em sete núcleos temáticos.
A visita começa por “Dentro das águas”, onde poderão ser vistos objetos relacionados ao culto de Iemanjá e Oxum, orixás dos mares e das águas doces, como coroa, pulseira, leque (abebê) e espelho.
Em “Bagagens afro-atlânticas” também estão diversas peças ligadas a religiões de matrizes africanas: arco e flecha de Oxóssi, estatuetas de Exu, bastão (opaxoro) de Oxalá, machado (oxê) de Xangô, além de elementos de altar e instrumentos musicais.
No núcleo “De São Paulo a Ifé”, os visitantes encontrarão obras variadas dos iorubá, vindos especialmente da Nigéria e Benim. Há itens do dia a dia, como baú, pilão, enxada e colher, além de um conjunto de máscaras esculpidas em madeira e pintadas e pares de estatuetas de ibeji, que estão ligadas à gemealidade entre os povos iorubá.
O termo “bantu” designa genericamente toda uma gama de culturas da África Central, de países como República Democrática do Congo e Angola. Eles estarão representados no núcleo “Bantu, das terras centrais”, que traz peças como esteiras de ráfia (palha) em diferentes formatos, taças cerimoniais e um recipiente para leite com tampa decorado com conchas (cauris).
Em “Ventos no oeste africano” estão reunidos objetos de países como Gana, Mali e Costa do Marfim, incluindo um dos maiores itens da exposição, uma porta celeiro dogon. Há conjuntos de vestimentas, pentes do tipo garfo, figuras em bronze e uma balança para pesar pó de ouro, junto de um peso em formado de escorpião usado na pesagem.
“Técnicas” destaca os materiais utilizados nas diferentes etapas da técnica da cera perdida, técnica milenar que esculpe peças de liga metálica por moldagem, além de apresentar um conjunto de enxós e permitir ao visitante conhecer o processo de elaboração de uma máscara Gueledé.
O último núcleo, “Joias e tudo que reluz”, é também o mais notável da exposição, já que a coleção de joias africanas do MAE/USP é uma das mais expressivas do mundo. São diversos exemplares de pulseiras, tornozeleiras, colares, anéis e brincos, em materiais como vidro, bronze e marfim.
Há ainda uma seção especial que reúne obras de artistas contemporâneos negros brasileiros. São onze obras, em diferentes técnicas e suportes, de Denis Moreira, Denise Camargo, Guto Oca, Larissa de Souza e Renan Teles, que mostram que uma coleção não é fixa e pode ser recomposta para apontar outros navios à vista.
Serviço
Exposição | outros navios: uma coleção afro-atlântica
De 24 de julho de 2024 a 16 de fevereiro
Terça a domingo, das 10h às 20h
Período
24 de julho de 2024 10:00 - 16 de fevereiro de 2025 20:00(GMT-03:00)
Local
Centro Cultural Fiesp
Avenida Paulista, 1313 - São Paulo - SP
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Idealizada pelo Sesc RJ, a exposição Notícias do Brasil estreará repaginada em nova temporada no dia 31 de julho, desta vez no Centro Cultural PGE-RJ, antigo Convento do Carmo, no centro do
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Serviço
Exposição | Notícias do Brasil
De 31 de julho a 1 de novembro
Terça a sábado, das 10h às 18h
Período
31 de julho de 2024 10:00 - 1 de novembro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Centro Cultural PGE-RJ
Rua Primeiro de Março, S/Nº, Praça XV, Centro, Rio de Janeiro - RJ
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O bom humor característico da relação do artista com os objetos mais triviais, que fazem parte do dia-a-dia e ele transforma em obras de arte, está patente entre as aproximadamente
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O bom humor característico da relação do artista com os objetos mais triviais, que fazem parte do dia-a-dia e ele transforma em obras de arte, está patente entre as aproximadamente 170 peças exibidas em Guto Lacaz: cheque mate. A mostra permanece em cartaz nos três pisos expositivos do Itaú Cultural (IC), de 1 de agosto a 27 de outubro. A curadoria e o partido expográfico são dos designers Kiko Farkas e Rico Lins, o desenho da expografia tem assinatura de Daniel Winik e a concepção, realização e projeto de acessibilidade são do Itaú Cultural.
Três dessas peças são inéditas: Volare reúne grandes cilindros transparentes, em pé, dentro dos quais um ventilador faz girar aletas sem sair do lugar, criando uma ilusão ótica. Nomes, brinca com uma das obsessões do artista: a nomenclatura e o jogo de palavras. Ele sempre colecionou frases, vocábulos, bilhetes, nomes e frases impressos em anúncios e notas de compras, entre outras, que agora compõem a obra. Eletrolinhas é construída com caixas pretas verticais, como colunas, com fendas e movimentos sutis.
Multimídia, Guto Lacaz é conhecido por suas instalações e performances, além de ter uma produção variada como desenhista, ilustrador, cartunista, designer, cenógrafo, e na assinatura de projetos gráficos editoriais e logomarcas para empresas. Formou-se em arquitetura e eletrônica industrial pela USP, na década de 1970, no entanto, como o próprio diz, não deu certo e decidiu fazer “esse negócio de ser artista”. Com o tempo, ele criou o que chama de convivência lúdica com os objetos – um método de observação e concentração que desemboca em seu trabalho artístico. Deu certo.
O universo do artista – hoje com 76 anos – é uma imensidão de objetos singulares, dispositivos engenhosos e incomuns, vídeos de performances inusitadas, peças com trocadilhos e jogos de palavras. Um fantástico mundo que ele construiu entre elementos visuais de objetos que transitam despercebidos pelo cotidiano de todos. Com a sua interferência, eles ganharam o circuito das artes.
“A produção de Guto Lacaz é marcada por sua criatividade, sempre muito atenta e curiosa, e pela multiplicidade de linguagens em que ele atua”, diz Sofia Fan, gerente de Artes Visuais e Acervos do Itaú Cultural. “Esta exposição celebra a sua trajetória, de quase 50 anos, e lança um olhar panorâmico sobre sua obra”.
Segundo os curadores, a mostra apresenta o trabalho de Lacaz dando luz a sua genialidade e destacando a sua importância no mundo das artes. Eles contam que pegaram o lado B do artista – erro, casualidades, processo criativo, tempo, espaço e verticalidade –, que sempre foi visto como outsider, mas que trafegou por todas as áreas das artes, do cinema e teatro ao livro e as artes visuais.
O seu primeiro trabalho artístico é Escultura com bandeira, criado em 1970 quando ainda estava na faculdade. Trata-se de um pequeno objeto cinético elaborado com arames retorcidos e engrenagens. Para ele próprio, no entanto, a sua carreira começou em 1978 ao ser premiado na 1ª Mostra do Móvel e do Objeto Inusitado, no Paço das Artes, em São Paulo, por um conjunto de trabalhos inscritos. Um deles é a obra Crushfixo, de 1974, também presente na exposição do IC, na qual ele simplesmente afixou uma garrafa do refrigerante em um retângulo de gesso. Assim, começou a fazer sucesso.
Lacaz costuma dizer que erra muito porque faz tudo pela primeira vez e essa é a melhor forma de aprender (leia neste PKD em falas do artista). De erro em erro, ele acerta rotundamente. O público constata isso ao circular pelo espaço expositivo, em peças, por exemplo, como Rádios pescando – uma série de radinhos de pilha enfileirados como pescadores, empunhando linhas de pescar esticadas em direção ao chão, que ele criou em 1986. Ou em Óleo Maria à procura da salada, de 1982, na qual uma lata desse produto com uma antena ziguezagueia em uma bandeja vazia. Ou, ainda, na obra que dá nome à exposição: em cheque mate, ele atribui a um cheque o papel de sustentar um saquinho de chá mate para prendê-lo na xícara.
Vale contar que, certa vez, ele resolveu levar um rolo de papel higiênico para a mesa de seu ateliê e observá-lo por dias e dias, aplicando, então, o seu método de convivência lúdica com o objeto. Por fim, entendeu que era um objeto injustiçado pois tem uma proporção perfeita entre altura e diâmetro, é macio e confortador quando colocado perto do rosto, se desenrola, pode ser usado como luneta e outras utilidades. E concluiu que o papel higiênico merece ser colocado em lugares mais nobres das residências. Surgiu daí uma obra de arte em que um desses rolos serve de base para um pequeno abajur, também presente na exposição (veja sua fala sobre o assunto em vídeos).
Atenção, ainda, para a série Eletro Livros, de 2012, estruturada a partir de livros abertos em páginas com fotografias. Neles, personagens de histórias, como Emília, do Sítio do Pica-Pau Amarelo, de Monteiro Lobato, e Robinson Crusoé, de Daniel Defoe, além de artistas, como Vladimir Maiakovski e Piet Mondrian, aparecem realizando uma determinada ação. As cenas expostas em cada página são compostas de mecanismos acionados por motores elétricos. Trata-se de uma traquitana artística eletrônica, que dá a ilusão de tridimensionalidade e movimento dos artistas retratados. Ainda, um dos pisos é ocupado por uma grande obra, a Pororoca, uma escultura cinética que pode ser atravessada pelo público.
A mostra também apresenta elementos do ateliê de Lacaz, onde ele guarda todos os seus caderninhos, blocos, fotos, memórias, em uma camada de paredes circulares de cores diferentes. Trata-se de um espaço que os curadores chamam de HD (hard disk), como o próprio artista chama algumas de suas salas onde organiza e armazena seu acervo e materiais referentes ao seu trabalho.
A parede vermelha apresenta suas influências externas e seu encanto por aviões, entre outras. Outra, amarela, tem foco em seu processo criativo, com ensaios fotográficos das performances multimídia Ludo Voo, Eletroperfomance, IOU – A Fábula do Cubo e do Cavalo, referências, objetos, memorabília. Por fim, a azul reproduz fotos desse ateliê, em adesivo vinílico, cobrindo a superfície e gerando uma sensação de imersão dentro do espaço.
Não poderiam faltar as ilustrações que Lacaz fez para a revista Caros Amigos, de 1997 a 2012, e na coluna de Joyce Pascowitch, na Folha de S. Paulo, de 1980 a 1990. Pares Ímpares (2007-2013) reúne colagens digitais feitas pelo artista com Edson Kumasaka para a Revista Wish. Pequenas grandes ações, de 2003, apresenta 12 serigrafias inspiradas em manuais de instruções de eletrodomésticos e objetos diversos.
Vídeos de performances e o teaser (veja em vídeos) do documentário Guto Lacaz – um olhar iluminado, complementam o entendimento do processo criativo do artista e seu olhar para dar vida às coisas que passam invisíveis. O filme é dirigido por Marcelo Machado e conduzido por Farkas e Lins Ele será disponibilizado no streaming Itaú Cultural Play (www.itauculturalplay.com.br), a partir da data de abertura da exposição. A plataforma também pode ser acessada nos aplicativos para dispositivos móveis (Android e iOS), no Chromecast e nas smart TVs da Samsung, LG e Apple TV.
Serviço
Exposição | Guto Lacaz: cheque mate
De 1 de agosto a 27 de outubro
Terça-feira a sábado, das 11h às 20h, domingos e feriados, das 11h às 19h
Período
1 de agosto de 2024 10:00 - 27 de outubro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Itaú Cultural
Avenida Paulista, 149, Sâo Paulo - SP
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A Secretaria de Cultura, por meio do Centro Cultural Tijuana, convida a comunidade artística internacional a participar da Trienal de Tijuana 2 Internacional Pictórica com obras ou projetos que explorem
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A Secretaria de Cultura, por meio do Centro Cultural Tijuana, convida a comunidade artística internacional a participar da Trienal de Tijuana 2 Internacional Pictórica com obras ou projetos que explorem outras poéticas, novas problemáticas e derivações que possibilitem a construção de diferentes paradigmas estéticos a partir de uma perspectiva pictórica.
Curadoria geral
A curadora geral é Leonor Amarante, crítica, editora e jornalista brasileira. Co-Curadora das 2ª e 3ª edições da Bienal do Mercosul, em Porto Alegre (1999/2001), com Fábio Magalhães. Curadora geral com Tício Escobar da 5ª Bienal Internacional de Curitiba, (2009). Curadora geral da 1ª Bienal do Fim do Mundo, Ushuaia, Argentina (2007). Responsável pela parte brasileira nas 3ª e 4ª edições da Bienal do Barro, Venezuela(1997/1999). Jurada de seleção de obras da Bienal de Cuenca, Equador (2009). Curadora da mostra Galeria Cilindro, na 10ª Bienal de Havana (2009). Jurada de seleção da Bienal de las Fronteras, Taumalipas, México (2014). Jurada de seleção da Feira Arteamericas Miami, das edições (2010) – (2011). Hoje integra o Comitê Editorial da revista arte!brasileiros.
Serviço
Exposição | Trienal Tijuana: 2. Internacional Pictórica
De 2 de agosto a 28 de fevereiro
Terça a domingo, das 10h às 19h
Período
2 de agosto de 2024 10:00 - 28 de fevereiro de 2025 19:00(GMT-03:00)
Local
Centro Cultural Tijuana
P.º de los Héroes 9350, Zona Urbana Rio Tijuana, 22010 Tijuana, B.C., México
Detalhes
Nara Roesler São Paulo tem o prazer de apresentar a partir do dia 8 de agosto de 2024 a exposição “Julio Le Parc: Couleurs”, com cerca de 50 obras recentes e inéditas do grande
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Nara Roesler São Paulo tem o prazer de apresentar a partir do dia 8 de agosto de 2024 a exposição “Julio Le Parc: Couleurs”, com cerca de 50 obras recentes e inéditas do grande mestre da arte cinética. As pinturas, desenhos, um móbile em grandes dimensões, com quatro metros de altura por três metros e meio de largura, e duas estruturas luminosas – em que a luz interage diretamente com as placas cromáticas, provocando um efeito luminoso vertical e ascendente – vão ocupar dois andares da Nara Roesler São Paulo. Ativo aos 96 anos, o artista argentino radicado em Paris desde os anos 1950, deu à exposição um título em francês, que significa “Cores”.
Entre as obras, está um conjunto de treze pinturas da série “Alquimias”, criadas este ano que, vistas de longe parecem nuvens cromáticas que vibram, e de perto se percebem as mínimas partículas de cor presentes nas composições.
Nesses trabalhos que têm tamanhos que variam de três metros a 1,5 metro, Le Parc se debruça sobre o estudo da cor, suas diferentes paletas e os resultados obtidos a partir da interação entre elas. Sua paleta é constituída de catorze tonalidades, que vem utilizando desde 1959, e que vai desde tons mais quentes, como o vermelho e o laranja, até os mais frios, como o azul e o roxo. No entanto, nas “Alquimias”, as cores são reduzidas a pequenos fragmentos, como se fossem partículas, que se agrupam e se organizam de diferentes maneiras. Vistas de longe, o espectador tem a sensação de estar diante de nuvens cromáticas que vibram conforme as tonalidades se friccionam entre si, mas, de perto, ficam visíveis as partículas de cor presentes nas composições.
Outra série pictórica presente na mostra é a em que Le Parc coloca lado a lado faixas de cor que vão dos tons mais quentes aos mais frios, e que através de esquemas sinuosos as cores se intercalam, criando uma superfície dinâmica. São elas “Ondes 174” (2024), 200 x 200 x 3,5 cm, “Gamme 14 couleurs Variation 8” (1972/2024), “Gamme 14 couleurs Variation 7” (1972/2024), ambas com 100 x 100 x 3,5 cm, e “Théme 72-7” (1973/2023), todas elas em tinta acrílica sobre tela.
Obras tridimensionais de Julio Le Parc, uma de suas marcas de beleza e de experimentos cinéticos, estão também na exposição: “Mobile Color” (2024), com placas de acrílico colorido suspensas por fio de nylon, totalizando quase quatro metros de altura por 3,5m de largura, em que o artista propõe a mesma transição cromática nas séries de pinturas expostas; e as duas estruturas luminosas – “Continuellumière” (1960/2023) e “Continuellumière – verte” (1960/2023), ambas em madeira, acrílico, luz e folha colorida, medindo 124 x 35 x 27 centímetros, que contém placas de acrílico coloridas com padrões geométricos. Uma vez acesas, a luz interage diretamente com as placas cromáticas, provocando um efeito luminoso vertical e ascendente.
Um conjunto de 27 desenhos feitos em técnica mista sobre papel, com 29 x 21 cm cada, chamados de “Proyectos para alquimia”, revela ao público o processo criativoe experimental de Le Parc, nos estudos de cor feitos para suas pinturas da série “Alquimia”.
O principal interesse poético de Julio Le Parc é o estudo do movimento, que ao longo de sua trajetória foi explorado das mais diversas maneiras: por meio de pinturas, experimentações com espelhos e outras superfícies reflexivas, instalações, motores e mesmo instalações mais ousadas, como o conjunto que realizou na Bienal de Veneza de 1966 que, para incluir o espectador, transformou a instalação em um parque de diversões.
Serviço
Exposição | Julio Le Parc: Couleurs
De 8 de agosto a 19 de outubro
Segunda a sexta, das 10h às 19h, sábado, das 11h às 15h
Período
8 de agosto de 2024 10:00 - 19 de outubro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Nara Roesler - SP
Avenida Europa, 655, São Paulo - SP
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A exposição “Ideias radicais sobre o amor”, da carioca Panmela Castro, acontece no Museu de Arte do Rio (MAR). Com mais de 20 anos de trajetória, a artista apresentará uma
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A exposição “Ideias radicais sobre o amor”, da carioca Panmela Castro, acontece no Museu de Arte do Rio (MAR). Com mais de 20 anos de trajetória, a artista apresentará uma exposição com obras participativas, tendo como fio condutor a ideia da psicologia que fala sobre a necessidade de pertencimento como impulso vital dos seres humanos. Com curadoria de Daniela Labra e assistência curatorial de Maybel Sulamita, serão apresentadas 17 obras, sendo 10 inéditas, entre performances, fotografias, pinturas, esculturas e vídeos, que exploram questões como afetividade, solidão, visibilidade, empoderamento, autocuidado e memórias.
“Essa individual de Panmela Castro permite ao público conhecer muitas facetas de sua linguagem interdisciplinar. Seu trabalho navega por diferentes mídias e suportes de um modo único, reunindo questões estéticas, afetivas e ativistas em uma obra que é fundamentalmente performática e processual. A exposição no MAR traz obras inéditas e versões de outras já existentes, formando um ambiente lúdico, instigante e transformador”, afirma a curadora Daniela Labra.
A exposição irá se construir através de performances, ações e participações do público, que acontecerão ao longo do período da mostra. “Todas as obras de alguma forma precisam do outro para existir ou se completar, é uma exposição que começa em construção”, ressalta Panmela Castro. A exposição será inaugurada com três telas em branco da série “Vigília no Museu”, que serão pintadas quando o museu estiver fechado ao público. Em forma de vigílias dentro do MAR durante a noite, a artista se encontrará com pessoas para retratá-las. Um conjunto com 50 fotografias com registros da série “Vigília” também fará parte da mostra.
A exposição conta, ainda, com obras inéditas nas quais o público é convidado a participar. Na obra “Chá das Cinco”, por exemplo, o público é convidado a tomar um chá e compartilhar conselhos com outros visitantes da exposição através de bilhetes deixados debaixo do pires. Já em “Vestido Siamês”, duas pessoas poderão vestir, ao mesmo tempo, um grande vestido rosa feito em filó. Além disso, o público será convidado a trazer batons para a obra “Coleção de Batons” e objetos para deixar em um casulo, que serão transformados em esculturas pela artista. Esses objetos, que podem trazer memórias boas ou ruins, serão ressignificados e eternizados pela arte.
Inspirada nos tradicionais jogos arcade (fliperama), a obra “Luta no Museu” será um jogo para o público, no qual os lutadores são os artistas Allan Weber, Anarkia Boladona, Elian Almeida, Priscila Rooxo, Vivian Caccuri e Rafa Bqueer. Os cenários retratados são o Museu de Arte do Rio, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e a Escola de Artes Visuais do Parque Lage. A artista propõe o jogo como uma brincadeira de luta entre artistas, onde o vencedor expõe sua obra no museu.
Completando as obras inéditas, estará o vídeo “Stories”, uma coleção de pequenos vídeos publicados no Instagram da artista (@panmelacastro), que convidam o público a fazer parte das diferentes situações de sua vida e de seu processo artístico.
Além dos trabalhos inéditos, obras icônicas da artista também farão parte da exposição, como “Biscoito da sorte” (2021), que traz os tradicionais biscoitos japoneses com mensagens feministas criadas pela artista; “Bíblia feminista” (2021), na qual o público poderá escrever ideias que guiem a emancipação e a luta por direitos das mulheres cis e trans, e “Consagrada” (2021), fotoperformance na qual a artista aparece com o peito rasgado com esta escarificação, fazendo uma crítica à forma como o mercado de arte elege seus personagens.
“Não surpreende que Panmela hoje seja respeitada internacionalmente, tanto pela inventividade de sua arte quanto pela postura em relação a assuntos como violência de gênero de diversos tipos. Esse tema há anos a estimula a criar ações artísticas, pinturas, objetos e também desenvolver um trabalho de cunho pedagógico e político através de sua organização que usa as artes para promover direitos, principalmente o enfrentamento à violência doméstica, a Rede NAMI”, diz a curadora Daniela Labra.
Completam a mostra, quatro performances que a artista fará ao longo do período da exposição. No dia 17 de agosto, será realizada “Culto contra os embustes” (2020), um ritual onde a autoestima e a energia vital são usadas para afastar indivíduos malévolos da vida de cada participante. No dia 28 de setembro, será a vez de “Honra ao mérito” (2023), realizada na I Bienal das Amazônias, que aborda a falta de reconhecimento das mulheres e propõe uma cerimônia onde medalhas são concedidas ao público feminino, como forma valorizar seus talentos e ações dignas de destaque. “É uma reparação histórica”, afirma Panmela Castro. No dia 5 de outubro, será a vez da performance inédita “Revanche” (2019), na qual a artista confronta as imposições do feminino compulsório, convidando o público a apreciar o momento de um acerto de contas com o urso de 4 metros de altura que estará na mostra. Já no dia 12 de outubro, será realizada “Ruptura” (2015), na qual a artista se desfaz de uma espécie de “caricatura da feminilidade”, abrindo espaço para discussões mais amplas sobre gênero e alteridade. Todas as obras de performances serão registradas e terão seus vídeos exibidos na exposição.
Serviço
Exposição | ABERTO3 | TOMIE OHTAKE E CHU MING SILVEIRA
De 09 de agosto a 24 de novembro
De terça a domingo, das 11h às 18h (última entrada às 17h)
Período
9 de agosto de 2024 11:00 - 24 de novembro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Museu de Arte do Rio - MAR
Praça Mauá, 5 – Centro, Rio de Janeiro – RJ
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Um dos gêneros mais importantes da literatura islâmica medieval tratava das maravilhas da criação, ou mirabilia. Tais manuscritos reuniam, bem como a literatura medieval ocidental, narrativas sobre inúmeros seres sobrenaturais, mas
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Um dos gêneros mais importantes da literatura islâmica medieval tratava das maravilhas da criação, ou mirabilia. Tais manuscritos reuniam, bem como a literatura medieval ocidental, narrativas sobre inúmeros seres sobrenaturais, mas também descreviam a imensidão e diversidade da natureza: os mares, os rios, as montanhas. Discutiam os reinos animal, vegetal e mineral ao mesmo tempo em que manifestavam o assombro diante do inexplicável, misterioso e fantástico. Ali estavam reunidos, em uma só obra, tratados de ciências naturais, magia e, por que não, poesia. Seu expoente mais popular foi escrito por Zakariyya al-Qazwini (1203-1283), Maravilhas das Coisas e Aspectos Milagrosos das Coisas Existentes.
Em sua primeira exposição individual na Galeria Luis Maluf, em São Paulo, a artista Desirée Feldmann apresenta um conjunto de obras inéditas intitulado “Imagens Preenchedoras“. Nas palavras da artista, o título “é o nome dado ao conjunto de desenhos nos quais venho trabalhando desde 2021, e que contém em sua essência códigos de símbolos e cores que formam, de maneira abstrata e não convencional, insígnias de proteção.” A mostra reúne trabalhos que resultam do processo de investigação pictórica e material da artista através dos desdobramentos espaciais originados da série homônima de desenhos dessas “imagens-amuleto”.
Esta produção tem origem em suas indagações acerca do campo da pintura e as remotas relações estabelecidas ao longo do tempo entre humanos e os mistérios da natureza que os puseram a imaginar e representar. Diante de esculturas e objetos confeccionados em tecido, volumes macios e de uma paleta cromática cuidadosamente articulada pela composição orgânica de formas que nascem umas por dentro de outras, a exposição nos convida a acessar alguns sentidos presentes em nossas experiências primeiras das coisas do mundo. Por experiências primordiais podemos compreender desde aquelas primeiras memórias que possuímos às experiências marcantes capazes de produzir assombro, encantamento e/ou de ressignificar completamente lembranças anteriores.
Os trabalhos nos convidam também a percebê-los visualmente de forma gradual: as peças se constituem pela superposição de múltiplos planos vazados. Camadas de estruturas modulares de tecido colorido e estofadas produzem concavidades e volumes sinuosos através do acúmulo e sobreposição. Cada forma parece nascer de dentro de outra, e de outra. Uma cor nasce depois de outra ter se repetido algumas vezes por dentro de si mesma criando um campo vibracional próprio. Camadas coloridas se multiplicam e sedimentam-se no espaço, como o gesto pictórico sobre uma superfície plana ou como na natureza se produzem as diferentes camadas estratigráficas de uma montanha designando as diferentes idades da Terra.
Aos poucos, Imagens preenchedoras nos propõe a possibilidade de adentrar um diálogo cósmico operado no contato dos corpos vivos com a matéria, com o mistério dos inícios, dos fins e a memória infinita do tempo. Poderíamos então, segundo este exercício de imaginação, adentrar um espaço sem tempo definido, contudo, preenchido de todas as camadas temporais imagináveis. Estes sedimentos produzem ritmos e temporalidades próprias ao passo que os nomes que designam cada obra nos sugerem imagens variadas de seres existentes ou imaginários, sensações corporais, paisagens, objetos cósmicos, ferramentas de orientação, oferendas, objetos feitos para proteção, objetos de devoção.
Deparamos com esta inquietação diante do tempo presente nas coisas num texto escrito pela artista em 2022 em que ela descreve uma caminhada ao escalar uma montanha. Seu texto nos conta também do processo geológico que determina a criação destas formações: montanhas nascem nas fendas, no encontro entre uma placa tectônica e outra. Ou seja, montanhas nasceriam, segundo tal imagem, do vazio existente entre duas placas.
Imaginar a montanha como um ente vivo, pulsante, ou como parte (ou parente) de um organismo ainda maior ressoaria em tudo o que sobre ele se apoia. Uma montanha que um dia esteve submersa num grande oceano guarda em seu interior conchas que parecem hoje estrangeiras à paisagem árida e fria que habitam. A concha carrega consigo a memória fóssil de uma era aquática, embora esteja agora muito longe dessa antiga casa marinha. Nossa capacidade de tocar por um instante estas outras dimensões temporais, espaciais e simbólicas nos mostra que a fabulação nos atravessa em forma de perguntas dirigidas tantas vezes ao invisível. Porque “toda forma guarda uma vida”, diria Gaston Bachelard. E toda vida necessita de um sopro mágico que preencha sua forma, encantando-a, do contrário, não seria vida.
Se para Jorge Luis Borges a escrita e a leitura nos apartam do mundo pela possibilidade de produzir universos fantásticos paralelos ao imaginar o que não existe ou que todavia não conhecemos, podemos pensar que também um movimento inverso é desempenhado pela experiência da arte ao nos conectar diretamente ao núcleo vital das coisas mais prosaicas que habitam o cotidiano, as relações e o mundo. Pensar sobre as tais Maravilhas das Coisas e Aspectos Milagrosos das Coisas Existentes é também disponibilizar-se a perceber e implicar-se de alguma forma com esta interdependência inevitável, por vezes terrível e também fecunda que delimita nossa existência material e anímica entrelaçando todos os seres.
Desirée Feldmann convoca, assim, uma memória encantada e fértil das coisas, das maravilhas ocultas pelo desespero dos tempos, reunindo-as sob formas macias, ressonantes e dispersas: um óculos de mergulho, um relógio, uma concha, uma flor como oferenda, um mirante na montanha, um farol, um totem, uma vênus e uma lua nos levam a uma longa travessia pelas palavras, seus mundos e pela matéria vibrante fora delas, perto de nós. Imagens Preenchedoras reivindica a possibilidade de ativar os sentidos mágicos presentes numa produção primordial da poesia que conforma a experiência humana. — Yana Tamayo.
Serviço
Exposição | Imagens preenchedoras
De 10 de agosto a 09 de outubro
Segunda a Sexta, das 10h às 19h, sábados, das 11h às 16h
Período
10 de agosto de 2024 10:00 - 9 de outubro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Luis Maluf
Rua Peixoto Gomide, 1887 Jardins, São Paulo - SP
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Como parte das atividades em comemoração aos 80 anos do Museu da Inconfidência – celebrados em 11 de agosto – a exposição “Refundação” será inaugurada no dia 10 de agosto,
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Como parte das atividades em comemoração aos 80 anos do Museu da Inconfidência – celebrados em 11 de agosto – a exposição “Refundação” será inaugurada no dia 10 de agosto, às 16h, com acesso gratuito aos visitantes e moradores de Ouro Preto.
A exposição – concebida colaborativamente entre artistas, curadores e agentes culturais -, foi pensada desde o início para itinerar e ser reformulada a cada nova montagem. Sua primeira versão aconteceu em 2023, na Galeria Reocupa – um espaço de exposições de arte contemporânea que fica no subsolo da Ocupação 9 de Julho, do MSTC (Movimento Sem-Teto do Centro), na cidade de São Paulo.
A mostra conta com aproximadamente 100 artistas e incluiu, nesta versão, mais artistas mineiros convidados. Nela, o público poderá ver obras site-specifics, performances e diversos formatos em diálogo com as peças do acervo do Museu da Inconfidência, de forma a gerar novas reflexões a respeito de sua coleção.
A “Refundação” chega para fortalecer o reposicionamento institucional do Museu da Inconfidência, momento no qual, a partir de inúmeras iniciativas, a instituição vem ampliando o diálogo com diversos públicos e revisando suas narrativas expográficas. A exposição também pretende fazer história, já que será um marco na comemoração dos 80 anos de inauguração do Museu.
A demonstração da relevância do debate entre a arte contemporânea e os modos de exibição de objetos museológicos é essencial, abordando questões sensíveis como escravização, racismo estrutural, desigualdades de gênero, subalternização dos povos originários, trivialização das violências históricas e formas de apagamento nas narrativas de museus históricos.
Museu da Inconfidência: 80 anos de expressivos conjuntos documentais, bibliográficos e de objetos
O Museu da Inconfidência é um museu histórico e artístico, que ocupa a antiga Casa de Câmara e Cadeia de Vila Rica e mais três prédios auxiliares na cidade de Ouro Preto, no estado de Minas Gerais. Localiza-se na praça Tiradentes, em frente ao monumento a Joaquim José da Silva Xavier, o mais famoso ativista da Inconfidência Mineira
Inaugurado em 11 de agosto de 1944, o museu é dedicado à preservação da memória da Inconfidência e oferece um painel significativo da sociedade e da cultura mineira no período do ciclo do ouro e dos diamantes no século XVIII.
Possui um acervo com quase 6 mil objetos musealizados – incluindo obras de Aleijadinho e mestre Ataíde -, uma biblioteca mineiriana de cerca de 20 mil itens e um arquivo dedicado ao período colonial mineiro, de valor incalculável. Além de conter documentos, livros, testamentos e objetos imprescindíveis para a compreensão da Inconfidência Mineira, somam-se, ainda, os restos mortais de alguns inconfidentes.
Atualmente, passados quase 80 anos desde a sua fundação, pode-se dizer que o Museu da Inconfidência é um monumento cultural inconteste. Firmou-se como um dos cinco museus históricos nacionais com visitação aproximada em 30 mil pessoas por mês sendo, o segundo museu histórico mais visitado do país.
Serviço
Exposição | Refundação
De 10 de agosto a 10 de novembro
De terça a domingo: 10h às 18h – entrada até às 17h
Período
10 de agosto de 2024 10:00 - 10 de novembro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Museu da Inconfidência
Praça Tiradentes, 139 – Centro Histórico Ouro Preto - MG
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A partir do dia 10 de agosto, a Arte132 Galeria apresenta a exposição “Transmutação e metáforas do inconsciente” do escultor italiano Renato Brunello, com curadoria de Laura Rago. Em sua segunda mostra
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A partir do dia 10 de agosto, a Arte132 Galeria apresenta a exposição “Transmutação e metáforas do inconsciente” do escultor italiano Renato Brunello, com curadoria de Laura Rago. Em sua segunda mostra individual na galeria, a produção de Brunello reflete a fusão entre a tradição escultórica italiana e a cultura brasileira. A mostra com 22 obras, todas inéditas, traz a adaptabilidade dos materiais utilizados, abrangendo novas concepções sobre seu manuseio.
Desde meados dos anos 1970, Renato Brunello, radicado no Brasil, incorporou em sua produção artística as influências da arte e da cultura popular nordestina, como o artesanato e o folclore, além das características da arquitetura vernacular pelo uso de materiais locais e técnicas construtivas tradicionais. Formado na Escola de Artes e Ofícios, em Veneza, Brunello trabalha com mármore e madeira em suas criações, transgredindo a maneira convencional de utilizar esses materiais ao incorporar a força expressiva da técnica e a adequabilidade do trabalhador de ofício. “A escultura deve necessariamente se relacionar com a dinâmica do espaço, articulando volumes de maneira a criar uma interação fluida e expressiva com o ambiente”, diz Brunello.
As obras de Brunello rejeitam a classificação tradicional da arte, que se apoia na separação do abstrato versus o figurativo ou engajamento versus “arte pela arte”. Nelas, o elemento abstrato evoca o figurativo, ao mesmo tempo que a beleza da forma provoca reflexões. Cada peça conta uma história que se revela a quem observa. A apreciação da arte contemporânea exige essa imersão no universo do artista. “A ocupação do espaço é vital para gerar pontos dinâmicos e dialogar eficazmente com o próprio espaço”, afirma o artista, comparando a composição espacial da escultura a um passo de dança.
Nesta exposição, as produções proporcionam leituras para a compreensão da intenção criativa de Brunello, consciente ou não. Essa visão integra a subjetividade do artista à exterioridade do mundo. As esculturas de pequeno porte, como “Gufo Rosa” (2024), carregada de camadas de significado metafórico, trazem à memória a coruja de Minerva, presente na mitologia romana, e evocam a ideia de renovação e transformação constante. A escolha dos materiais, como mármore rosa de Portugal e madeiras massaranduba e garapeira, evidencia a habilidade técnica do artista, ressaltando a ambiguidade das texturas alcançadas.
“Conceitos relativos a uma ampliação do campo da escultura são perceptíveis no eixo da produção axiomática do artista, que passou a abranger novas concepções, flertando com a metáfora e o simbólico”, escreve Laura Rago. “O resultado são obras tridimensionais que evocam a fauna e a flora do Brasil, ao mesmo tempo que ressaltam a expertise do artista no manejo da matéria”, completa a curadora.
Renato Brunello continua a explorar a relação entre o vazio e o cheio em suas esculturas, como em “Contorção” (2005) e “Ponto e Contraponto” (2023), criando uma interação entre presença e ausência. Essa interação convoca o espectador ao deslocamento corpóreo e imaginativo, permitindo uma experiência estética que transcende a simples observação visual. Suas esculturas podem ser experimentadas como um sistema de comunicação, que produz e reproduz signos a partir do seu imaginário
Serviço
Exposição | Transmutação e metáforas do inconsciente
De 10 de agosto a 26 de outubro
Segunda a sexta, das 14h às 19h. Sábados, das 11h às 17h
Período
10 de agosto de 2024 14:00 - 26 de outubro de 2024 19:00(GMT-03:00)
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A mostra Ofício: Barro: Gabriella Marinho – Argila-Griô reúne, no Sesc Pompeia, 25 trabalhos, cerca de metade deles inéditos, criados a partir de 2017 pela artista visual, educadora e
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A mostra Ofício: Barro: Gabriella Marinho – Argila-Griô reúne, no Sesc Pompeia, 25 trabalhos, cerca de metade deles inéditos, criados a partir de 2017 pela artista visual, educadora e pesquisadora que, em suas esculturas e instalações, reflete sobre corporeidade e subjetividade, explorando tanto as relações entre as peças e o espaço, quanto a plasticidade pictórica que a pintura oferece sobre esse material.
Desde sua criação em 2019, o projeto Ofício, desenvolvido no Galpão das Oficinas de Criatividade do Sesc Pompeia, tem se destacado como um espaço inovador para a exploração e valorização de diversas formas de expressão artística. A edição de 2024, intitulada Ofício: Barro, celebra a argila como um material fundamental na criação de utensílios e obras de arte que moldaram culturas milenares, desde a Mesopotâmia até o Egito Antigo. A modelagem do barro não só preserva tradições ancestrais, mas também se revela uma poderosa ferramenta para expressar reflexões e sensibilidades contemporâneas.
Gabriella Marinho, com sua participação no projeto Ofício, destaca a importância da arte em argila não apenas como forma de expressão, mas também como meio educativo e transformador. Primeira individual da artista fluminense em São Paulo, Argila-Griô demonstra como a argila pode ser utilizada para revisitar e reinterpretar narrativas, oferecendo novas perspectivas sobre questões de identidade e memória.
No espaço expográfico de Ofício: Barro: Argila-Griô, Gabriella Marinho e a curadora, Renata Felinto, estabelecem cinco eixos temáticos: Território; Corpo; Ritual; Memória; e Transformação. Reunindo pinturas, esculturas, mosaicos, fotografias e uma videoperformance, o conjunto de obras expostas, que envolve técnicas mistas como artes gráficas, tapeçaria, cerâmica, gravura, maquetes e marcenarias, é composto de trabalhos individuais e representativos de séries como Caminhos, Maré Mexida, Pedras, Declive, Cobogó, Porcelana e Acordelar. Dentre as obras que serão apresentadas na mostra, uma delas será desenvolvida em colaboração com a artista e a equipe de Ação Educativa da exposição.
Serviço
Exposição | Ofício: Barro: Gabriella Marinho – Argila-Griô
De 13 de agosto a 08 de dezembro
Terça a sexta, das 10h às 21h, sábado, domingos e feriados, das 10h às 18h. Grátis. Livre
Período
13 de agosto de 2024 10:00 - 8 de dezembro de 2024 21:00(GMT-03:00)
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Marli Matsumoto Arte Contemporânea tem o prazer de anunciar a abertura da exposição “O que é…?” do artista Ricardo Basbaum, com texto crítico de Luiza Interlenghi.
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Marli Matsumoto Arte Contemporânea tem o prazer de anunciar a abertura da exposição “O que é…?” do artista Ricardo Basbaum, com texto crítico de Luiza Interlenghi.
“O que é…?” apresenta uma seleção de trabalhos realizados entre 1984 e 2024, alguns trazidos a público pela primeira vez, outros muito pouco vistos. O percurso apresentado envolve a utilização de diversos suportes e recursos, indicando o interesse recorrente do artista em construir as intervenções em proximidade com o campo comunicativo, adotando recursos de repetição, estruturas recursivas e a mobilização do discurso em dispositivos de visualidade, sonoridade e oralidade.
“A marca Olho [1984] recupera minha atuação nos anos 1980, evocando proximidade com a indústria cultural e a sociedade de controle, buscando reagir à crise de valor frente aos automatismos do hábito e do consumo, abrindo o caminho para, a partir de 1990, o desenvolvimento do projeto NBP – Novas Bases para a Personalidade: desde então, venho adensando as camadas conceituais do trabalho, movendo-me através de um signo recorrente e repetitivo, ao mesmo tempo visual e verbal e, por isso mesmo, sonoro. A forte oralidade, presente em vídeos e diagramas, é também instrumento para trabalhos coletivos que mobilizam a voz enquanto índice de encontros e entrechoques – de corpos com a fisicalidade dos trabalhos e também entre si. O visitante é convidado a ingressar em uma dinâmica performativa, que não permite indiferença, ao se perceber envolvido em jogos de captura a partir dos quais constrói sua relação com as obras expostas: “sentar, saltar, atravessar”, mas também caminhar, escutar, ler e ver, em deslocamento. “O que é…?” apresenta algum esforço de aproximação com o visitante, fazendo com que as obras construam diversos graus de proximidade e distância, seja dos objetos, sons e imagens, seja da ideia mesma de exposição enquanto território de mobilização dinâmica dos sentidos: o que se propõe é que a pergunta seja construída junto à pele, na vertigem de encontro com as coisas – “o que é…?”, lançado enquanto indagação geral e aberta, é apenas um indicativo para a produção incessante do assombro em cada instante de ação do corpo vivo, de modo inconforme. O que é…?”.
Ricardo Basbaum
Serviço
Exposição | O que é…
De 13 agosto a 11 outubro
Segunda a sexta, das 11h às 19h | sábado, das 12h às 17h
Período
13 de agosto de 2024 11:00 - 11 de outubro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Marli Matsumoto Arte Contemporânea
Rua João Alberto Moreira, 128, Vila Madalena, São Paulo - SP
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Nara Roesler São Paulo tem o prazer de apresenta a exposição “Viagem Pitoresca pelo Brasil”, com dezenove fotografias em grande formato, recentes
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Nara Roesler São Paulo tem o prazer de apresenta a exposição “Viagem Pitoresca pelo Brasil”, com dezenove fotografias em grande formato, recentes e inéditas, de Cássio Vasconcellos, resultado de três anos de incursões do artista dentro da mata atlântica nos estados de São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro. A curadoria é de Ana Maria Belluzzo, crítica e pesquisadora, professora titular de História da Arte da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), da Universidade de São Paulo. O evento integra o Circuito Jardim Europa, que acontecerá neste dia.
Na abertura, no dia 17 de agosto, às 11h, será lançado o livro “Cássio Vasconcellos – Viagem Pitoresca pelo Brasil” (Fotô Editorial, 2024), com 192 páginas, formato 32 x 23,5cm, e textos da curadora e pesquisadora Ângela Berlinde, do historiador Julio Bandeira e do botânico Ricardo Cardim.
O processo de trabalho de Cássio Vasconcellos abrange muitas viagens, “muita lama e carrapato”, e depois um extenso e minucioso trabalho de pós-produção da fotografia, de modo a “limpar” o excesso de informações carregadas pela imagem da floresta, e assim obter o resultado desejado. “Gosto de explorar muito os limites da fotografia. É isso que me interessa como linguagem”, diz.
DIÁLOGO COM OS ARTISTAS VIAJANTES
O título da exposição faz referência aos primeiros registros conhecidos das florestas brasileiras, iniciados pelo aristocrata e arqueólogo francês Conde de Clarac (1777-1847), com seu desenho “Floresta Virgem do Brasil”, gravado em metal por Claude François Fortier (1775-1835), em 1822, referência para os chamados “artistas viajantes” do século 19, integrantes da Missão Artística Francesa, como Jean-Baptiste Debret (1768-1848), que ao voltar à França publicou “Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil” (1834-1839).
Diferentemente dos artistas viajantes, Cássio Vasconcellos precisa encontrar o enquadramento certo. “Os artistas do século 19 pegavam uma cena que podiam depois acertar no ateliê, tirar por exemplo uma palmeira que estava atrapalhando a imagem”, compara. “A floresta é muito difícil de fotografar. É uma confusão visual tremenda, porque são infinitos planos. É muita informação de uma vez só. E é muito fácil cair na banalidade. São muitos quilômetros de caminhada para achar o ângulo perfeito, e muitas vezes levo um dia inteiro para fazer uma foto. Ao contrário do que muita gente imagina, eu prefiro dias nublados e até com um chuvisco. A luz do sol na floresta não é boa, estoura nas altas luzes, e na sombra fica preto. Sob o nosso sol tropical, a luz é uma paulada”, explica.
Cássio Vasconcellos usa equipamento digital, e após o registro feito na floresta, ele trabalha com muitas camadas de pós-produção. “Dou uma dessaturada. Os tons variam: às vezes ficam mais ou menos verdes, ou uma sépia. Uma cor mais esmaecida, algo intermediário”. “São muitas etapasno ateliê, para se chegar ao resultado”.
O curador e pesquisador Theo Monteiro salienta que “é muito difícil fotografar mata fechada, e com o tratamento feito por Cássio ele consegue criar um tipo de representação que lembra muito o que os viajantes estrangeiros faziam – Clarac, Rugendas (1802-1858), Thomas Ender (1793-1875) – só que é fotografia”. “Com este tratamento muito requintado e elaborado, ficamos na dúvida por alguns instantes se é fotografia ou gravura, que é uma ideia da fotografia e da arte contemporânea: de que meio estamos falando? Até que ponto aquele meio é verídico ou não, se é real ou imaginário? Não é simplesmente uma releitura de um trabalho acadêmico. Tem um jeito de fazer um enquadramento no olhar que fica compreensível. Por mais panorâmico que seja o trabalho do Cássio, você consegue identificar cada um dos elementos. Tem um naturismo, um detalhismo. Não é simplesmente bater uma foto da mata”, afirma.
Cássio Vasconcellos ressalta: “Não tenho a preocupação de revisitar os locais feitos pelos artistas viajantes, e até nem seria possível, com a transformação havida na paisagem desde então”.
Para o público perceber este diálogo proposto pelo artista com os pintores viajantes, estarão na exposição reproduções em alta qualidade das obras “Fôret Vierge Du Brésil” (“Floresta Virgem do Brasil”),1822, buril, 68 x 87 cm, gravura em metal de Claude Francois Fortier a partir de desenho do Conde de Clarac; “Forêt Vierge (Le bords du Parahiba)” e “Valle da Serra do Mar” (“Chaine de Montagnes près de la Mer), litografias de Charles Motte (1784-1836), a partir de desenhos de Jean-Baptiste Debret, presentes na edição de “Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil”, Paris, Firmin Didot Frères, tomo I,1834.
IMERSÃO NA FLORESTA
No fundo do salão com pé direito duplo, haverá um painel curvo, com três metros de altura e doze de largura, com a imagem de uma figueira no Rio Grande do Sul, que vai preencher metade da sala, “para a pessoa ter uma certa imersão”, destaca o artista. A fotografia original também estará na exposição, emoldurada.
A expografia abrange duas paredes que serão construídas na primeira sala, para receber as fotografias.
“É uma grande homenagem às florestas, tanto o livro como a exposição. Muitas dessas florestas eu fui com o Cardim, que é uma enciclopédia ambulante, um botânico muito ligado na questão ambiental, da destruição que foi feita, dos remanescentes. Uma aula em que vamos aprendendo o que fizeram contra as florestas”, destaca o artista.
Ana Maria Belluzzo, no texto que acompanha a exposição, destaca que “o artista apura valores inerentes à fotografia, acentua e transforma registros do real, que são interpretados com aplicação de recursos de edições digitais”. “A imagem ganha teor expressivo ao aparecer revestida de dimensões plásticas, gráficas, táteis”, observa. “Sob comando da escrita da luz, os raios luminosos emitidos pela vegetação chegam até nós. Vistas em contraluz introduzem o sujeito/observador no interior da mata. Em contrapartida, o desfoque do fundo das fotos e o aspecto turvo de entes vegetais, em destaque, tendem a recriar cenários enigmáticos, até fantásticos. Motivam sensações oníricas. A visão da natureza nos escapa. A irrealidade da paisagem também se insinua pela extrema limpidez de pormenores ampliados. Imagens nos transportam para um mundo fantástico, por vezes fantasmático”.
Um vídeo sobre o processo de Cássio Vasconcellos, feito em 2019, pode ser visto pelo link https://www.youtube.com/watch?v=g03O0eTahJ4.
Serviço
Exposição| Cássio Vasconcellos – Viagem Pitoresca pelo Brasil
De 17 de agosto a 12 de outubro
Segunda a sexta, das 10h às 19h, sábado, das 11h às 15h
Período
17 de agosto de 2024 10:00 - 12 de outubro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Nara Roesler - SP
Avenida Europa, 655, São Paulo - SP
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O trabalho de Gisela Colón explora as interconexões entre ecofeminismo, histórias coloniais e as forças universais da natureza. Sua prática artística busca transformar o pessoal em universal, seguindo uma trajetória
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O trabalho de Gisela Colón explora as interconexões entre ecofeminismo, histórias coloniais e as forças universais da natureza. Sua prática artística busca transformar o pessoal em universal, seguindo uma trajetória elíptica que começa com o início dos tempos, a primeira luz primordial que criou a vida na Terra. Colón atravessa a violência da existência humana, processando experiências de opressão contra humanos, animais e a natureza, retornando catarticamente ao mundo natural em busca de respostas, utilizando uma linguagem de regeneração transformadora.
Colón utiliza sua arte para abordar as dolorosas realidades da violência armada, do feminicídio e da violência coletiva que presenciou durante sua juventude em Porto Rico. Em suas obras, ela canaliza essas experiências traumáticas, transformando-as em metáforas de renovação e resiliência. Observando e aprendendo com os processos de cura e regeneração, Colón desenvolveu uma estética que incorpora a vitalidade e a força dos elementos naturais, como exemplificado em suas esculturas monolíticas que simbolizam a transformação de balística em montanhas metamórficas, a Balística Holística.
A artista se apropria de materiais de alta tecnologia, frequentemente associados a funções militares, transformando-os em veículos de luz, vida e transcendência. Essa transmutação de materiais destinados à opressão em objetos que canalizam energia positiva subverte suas conotações originais. Com essa abordagem crítica, o espectador é desafiado a reconsiderar a relação entre tecnologia e a capacidade transformadora da arte.
Plasma, o quarto estado da matéria, reflete seu conceito de criação sob pressão extrema, emergindo como luz incandescente. Suas esculturas capturam e refratam a luz, criando uma cor estrutural que remete às cores naturais encontradas em besouros escaravelhos, conchas de abalone e mariscos pré-históricos. Esses elementos enfatizam a conexão entre a arte de Colón e a história primordial da vida na Terra, destacando a transformação da energia solar em energia química como a centelha inicial de vida.
Colón nos lembra que todas as respostas vêm do mundo natural. A energia da Terra e as leis da física oferecem um guia sobre como reparar os caminhos quebrados da humanidade e retornar a uma simbiose equilibrada de coexistência na Terra. Sua arte atua como um manifesto para o pós-Antropoceno, convidando-nos a nos reconectar com nossas origens universais e abraçar um futuro de regeneração com a natureza.
Marcello Dantas
Serviço
Exposição | O quarto estado da matéria
De 21 de agosto a 19 de outubro
Segunda a sexta, das 11h às 19h | sábado, das 11h às 15h
Período
21 de agosto de 2024 11:00 - 19 de outubro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Raquel Arnaud
Rua Fidalga, 125 – Vila Madalena, São Paulo - SP
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A Gomide&Co tem o prazer de apresentar a primeira individual de Megumi Yuasa (São Paulo, 1938) na galeria, que inaugura no dia 22 de agosto, às 18h. A exposição tem
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A Gomide&Co tem o prazer de apresentar a primeira individual de Megumi Yuasa (São Paulo, 1938) na galeria, que inaugura no dia 22 de agosto, às 18h. A exposição tem projeto concebido pela parceria entre o artista Alexandre da Cunha, a arquiteta Jaqueline Lessa (entre terras) e a pesquisadora Rachel Hoshino, que também assina o texto crítico.
A Gomide&Co tem o prazer de apresentar a primeira individual de Megumi Yuasa (São Paulo, 1938) na galeria, que inaugura no dia 22 de agosto, às 18h. A exposição tem projeto concebido pela parceria entre o artista Alexandre da Cunha, a arquiteta Jaqueline Lessa (entre terras) e a pesquisadora Rachel Hoshino, que também assina o texto crítico. Sem expor individualmente desde 1998, o artista realiza na Gomide&Co uma mostra que combina obras realizadas desde o fim da década de 1970 até algumas inéditas realizadas em 2024.
Megumi constrói ao longo de sua produção artística uma linguagem própria, dando forma a esculturas que combinam elementos variados, como argila, metais, limalhas e óxidos. Um mestre em seu meio, o artista enfatiza a comunhão dos ceramistas com a terra, defendendo que tudo o que está ao redor de uma obra faz parte dela e vai acompanhá-la ao infinito. É justamente essa relação dialógica, sempre imbuída pelo discurso filosófico e político do artista, que estrutura boa parte de seus trabalhos.
Suas paisagens imaginadas, entre árvores, nuvens, sementes e os chamados espássaros, irão agora compor o espaço expositivo da galeria, ganhando formas familiares e ao mesmo tempo improváveis, constituídas a partir de uma expografia singular que apresenta suas obras sem hierarquias. Tendo realizado suas primeiras exposições ainda no fim da década de 1960, o artista chega para a ocasião somando mais de meio século de trajetória como um nome fundamental da escultura no Brasil. Diante de seu repertório visual, é possível também perceber a amplitude de sua poética, que atravessa linguagens e constitui seu discurso interdisciplinar.
Serviço
Exposição | Megumi Yuasa
De 22 de agosto a 01 de novembro
Segunda a Sexta das 10h às 19h, sábado de 11 às 17h
Período
22 de agosto de 2024 10:00 - 1 de novembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Gomide & Co
Avenida Paulista, 2644 01310-300 - São Paulo - SP
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Entre os dias 24 de agosto e 05 de outubro, a Simões de Assis – que completa 40 anos em 2024 – apresentará, em seu espaço na capital paulista, uma individual inédita que
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Entre os dias 24 de agosto e 05 de outubro, a Simões de Assis – que completa 40 anos em 2024 – apresentará, em seu espaço na capital paulista, uma individual inédita que celebra o centenário de Carlos Cruz-Diez (1923-2019), marcado neste último ano. Considerado um dos principais precursores da arte contemporânea, principalmente da arte cinética, Cruz-Diez realizou sua pesquisa junto ao movimento cinético desde as décadas de 50 e 60, estudando a relação entre a cor, as formas geométricas e o observador no espaço – que criam ilusões de ótica e movimento em pinturas, fotografias, esculturas e instalações.
Com texto de Mariane Beline, a exposição reúne trabalhos do artista, focados na série Physiocromias, com destaque para a obra Laberinto de Transcromía (1965 – 2017), uma instalação em grande porte com estruturas coloridas e translúcidas presas ao teto, que formam novas cores e efeitos conforme o visitante caminha entre elas.
Nascido em Caracas, na Venezuela, Cruz-Diez começou a se interessar pela cor ainda na infância, ao admirar o jogo de luz e cores das garrafas que seu pai produzia artesanalmente. Iniciou seus estudos na Escuela de Bellas Artes de Caracas, na década de 1940, onde se formou professor. Também atuou como ilustrador de publicações e diretor artístico de publicidade, mas foi na década de 50 que Cruz-Diez começou suas experimentações com a cor, o movimento e a luz.
Em 1955, com 32 anos, viajou pela primeira vez para Paris e reencontrou Jesús Rafael Soto (1923 – 2005), além de ter visitado a mostra Le Mouvement – histórica exposição de um grupo de artistas que consagrou a expressão da arte cinética mundialmente. Dali em diante, Carlos Cruz-Diez produziu incessantemente até seu falecimento, em 2019, na Cidade Luz.
Carlos Cruz-Diez foi um dos expoentes da arte cinética, mas seu trabalho foi além desse movimento. Ele tinha como centro de sua pesquisa o comportamento da cor ao lado da percepção visual do espectador e da linha como elemento essencial de composição. Em suas pinturas, o artista dizia que era a cor que estruturava o espaço – o que ele denominou posteriormente de cromoestruturas. Passou a materializar suas investigações e classificá-las de acordo com o tipo de fenômeno, dando origem à oito séries, dentre elas Physiocromias, cujos desdobramentos poderão ser vistos na primeira individual do artista na Simões de Assis.
Serviço
Exposição | Individual de Carlos Cruz-Diez
De 24 de agosto e 12 de outubro
Segunda a sexta, das 10h às 19h, sábados, das 10h às 15h
Período
24 de agosto de 2024 10:00 - 12 de outubro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Simões de Assis (Lorena)
Alameda Lorena, nº 2050 - Jardim Paulista