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A ESTUFA
A Gentil Carioca
A Gentil Carioca | São Paulo
A7MA Galeria
Academia Brasileira de Arte (ABRA)
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Almeida & Dale
AM Galeria de Arte
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Anita Schwartz Galeria de Arte
Antigo prédio da Telesp
Arte 57
Arte132 Galeria
ArteFASAM Galeria
Arteformatto
Artur Fidalgo galeria
Ateliê 31
Ateliê Galeria Priscila Mainieri
Ateliê397
Aura Galeria
auroras
Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin - USP
Biblioteca Mário de Andrade
Biblioteca Parque Villa-Lobos
Bolsa de Arte
Bolsa de Arte - Porto Alegre
C. Galeria
C.A.M.A. [Colaboração entre Agentes do Mercado de Arte]
CAIXA Cultural Brasília
CAIXA Cultural Salvador
Canteiro – Campo de Produção em Arte Contemporânea
Capela do Morumbi
Casa Contemporânea
Casa das Caldeiras
Casa de Cultura do Parque
Casa de Vidro Lina Bo Bardi
Casa do Povo
Casa França-Brasil
Casa Gabriel
Casa Gerassi
Casa Museu Ema Klabin
Casa Museu Eva Klabin
Casa Roberto Marinho
Casa SP–Arte
Casa Triângulo
Casa Zalszupin
Casagaleria e Oficina de Arte Loly Demercian
Cassia Bomeny Galeria
CCBB Brasília
CCBB RJ
Central Galeria
Centro Atlântico de Arte Moderno (CAAM)
Centro Citibanamex
Centro Cultural Banco do Brasil - CCBB
Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte (CCBB BH)
Centro Cultural Banco do Brasil Brasília
Centro Cultural Casarão
Centro Cultural Coreano no Brasil (CCCB)
Centro Cultural Correios São Paulo
Centro Cultural da PGE-RJ
Centro Cultural Fiesp
Centro Cultural Futuros - Arte e Tecnologia
Centro Cultural Inclusartiz
Centro Cultural Justiça Federal
Centro Cultural Liceu de Artes e Ofícios
Centro Cultural São Paulo
Centro Cultural São Paulo (CCSP)
Centro Cultural Sesc Quitandinha
Centro MariAntonia – Edifício Joaquim Nabuco
Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica
Choque Cultural
Ciclovia da Av. Paulista
Cidade das Artes
Cidade do Porto
Colégio Anglo-Brasileiro
Complexo Cultural Funarte SP
Complexo Esportivo do Estádio do Pacaembu
DAN Galeria
DAN Galeria Contemporânea
DAN Galeria Sala São Pedro
Danielian Galeria
ECEU - Espaço Cultural e de Extensão Universitária / FMRP, USP
Edifício Cetenco Plaza
Edifício Vera
Edson Natale
Entorno do Jardim de Esculturas, Praça da Paz e região dos Lagos do Ibirapuera
Escola de Artes Visuais do Parque Lage
Espaço Arte Vivo (anexo do Teatro Vivo)
Espaço Ateliê Alê
Espaço Cultural Arte Sesc
Espaço Cultural Correios
Espaço Cultural Correios Niterói
Espaço Expositivo Maureen Bisilliat - Térreo MIS
Espaço Fundação Stickel
Espaço Gruta
Espaço State
Espaço Zagut
Estação ferroviária de Conselheiro Lafaiete
Estação Palmeiras-Barra Funda
Estação Trianon-Masp
FAMA Museu
Farol Santander
FGV Arte
Fliparacatu
Funarte São Paulo
Fundação das Artes
Fundação Ecarta
Fundação Iberê
Fundação Joaquim Nabuco
Gaby Indio da Costa – Arte Contemporânea
Galeria Alma da Rua
Galeria Andrea Rehder Arte Contemporânea
Galeria Athena
Galeria BASE
Galeria Casa
Galeria Cássia Bomeny
Galeria Cavalo
Galeria Chico da Silva
Galeria Clima
Galeria Comtempo
Galeria Contempo
Galeria de Arte André
Galeria de Arte BDMG Cultural
Galeria de Arte Ipanema
Galeria de Artes do Instituto CPFL
Galeria de Babel
Galeria Dezoito
Galeria Eduardo Fernandes
Galeria Estação
Galeria Fortes D’ Aloia & Gabriel RJ
Galeria Francisco Fino
Galeria Frente
Galeria Galatea
Galeria Gravura Brasileira
Galeria Hugo França
Galeria Index
Galeria Jacques Ardies
Galeria Jaqueline Martins
Galeria JB Goldenberg
Galeria Leme
Galeria Luis Maluf
Galeria Luisa Strina
Galeria Lume
galeria MaPa
Galeria Marcelo Guarnieri
Galeria Marco Zero
Galeria Marilia Razuk
Galeria Metrópole
Galeria Millan
Galeria Movimento
Galeria Murilo Castro
Galeria Nara Roesler - SP
Galeria Nara Roesler NY
Galeria Patricia Costa
Galeria Plexi
Galeria Poente
Galeria Raquel Arnaud
Galeria Reocupa
Galeria São Paulo Flutuante
Galeria Tato
Galeria Vermelho
Galeria Ybakatu
Galleria Continua - Roma
Galpão 556
Galpão Fortes D'Aloia & Gabriel - SP
Galpão Fortes D’Aloia & Gabriel
Goethe-Institut
Gomide & Co
Helena Fretta Galeria de Arte
Herança Cultural
HOA Galeria
IMS - Instituto Moreira Salles
Instituto Artium
Instituto Camões
Instituto Çarê
Instituto de Arte Contemporânea (IAC)
Instituto Inhotim
Instituto Tomie Ohtake
Itaú Cultural
Janaina Torres Galeria
Japan House São Paulo
Léo Bahia Arte Contemporânea
Livraria da Travessa
Livraria Martins Fontes
Livraria Megafauna
LONA Galeria
Luciana Brito Galeria
LURIXS: Arte Contemporânea
MAC Niterói
MAC USP
MAM Bahia
Marcio Gobbi escritório de Arte
Marina da Glória
Mario Cohen
Marli Matsumoto Arte Contemporânea
MASP
Matias Brotas Arte Contemporânea – MBac
Matilha Cultural
Memorial da Resistência de São Paulo
Memorial de Arte Adélio Sarro
Memorial Minas Gerais Vale
Mendes Wood
Mendes Wood DM
MGallery Hotel Collection
MIS Experience
Mitre Galeria
Mosaico Fotogaleria
Mosaico Imagem
Mul.ti.plo Espaço Arte
Museo Nacional de Bellas Artes
Museu A CASA do Objeto Brasileiro
Museu Afro Brasil Emanoel Araujo
Museu Alfredo Andersen
Museu Brasileiro da Escultura e Ecologia - MuBE
Museu da Fotografia Fortaleza
Museu da Imagem e do Som
Museu da Imagem e do Som de Campinas
Museu da Imigração do Estado de São Paulo
Museu da Língua Portuguesa
Museu da República
Museu das Culturas Indígenas
Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP)
Museu de Arte de Brasília
Museu de Arte do Espírito Santo (Maes)
Museu de Arte do Rio - MAR
Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM SP)
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio)
Museu de Arte Sacra de São Paulo – MAS / SP
Museu de Congonhas
Museu do Pontal
Museu Histórico Nacional
Museu Judaico de São Paulo
Museu Lasar Segall
Museu Nacional da República
Museu Oscar Niemeyer (MON)
Nara Roesler RJ
NONADA
Nonada ZN
Nonada ZS
Número Galeria
Oficina Cultural Oswald de Andrade
OMA Galeria
Paço das Artes
Paço Imperial
Panamericana Escola de Arte e Design
Paulo Kuczynski Escritório de Arte
Pavilhão Central da Bienal de Veneza
Pavilhão da Bienal
Pavilhão Japonês
Pina Estação
Pina Luz
Pinacoteca Benedicto Calixto
Pinacoteca Contemporânea
Pinacoteca do Ceará
Pinacoteca Municipal de São Bernardo do Campo
Pinakotheke Rio de Janeiro
Pinakotheke São Paulo
Pivô
Portas Vilaseca Galeria
Praça Charles Miller
Prefeitura Municipal de Ouro Preto
Proarte Galeria Leia mais em: https://vejasp.abril.com.br/estabelecimento/proarte-galeria/
Projeto Vênus
Quadra Esporte Clube Dourados
Referência Galeria de Arte
Residencia Fonte
Salão de Exposições do Paço Municipal de Santo André
São Paulo
Sé Galeria
Sesc 14 Bis
Sesc 24 de Maio
Sesc Araraquara
Sesc Avenida Paulista
Sesc Belenzinho
Sesc Bom Retiro
Sesc Consolação
Sesc Copacabana
Sesc Ipiranga
Sesc Pinheiros
Sesc Pompéia
Sesc Ribeirão Preto
Sesc Santo Amaro
Sesc São Gonçalo
Sesi Campinas
Shopping Eldorado
Shopping Light
Shopping Pátio Paulista
Silvia Cintra + Box4
Silvia Cintra Galeria de Arte
Simões de Assis - Balneário Camboriú
Simões de Assis (Lorena)
Simoes de Assis Curitiba
Simões de Assis Galeria
Studio Alê Jordão
Studio OM.art
Superfície
Teatro Bradesco
The Shed
Top Center Shopping
Usina da Arte
Usina Luis Maluf
Verve Galeria
Villa Mandaçaia
WG galeria
Xippas
Z42 Arte
Zipper Galeria
ZIV Gallery
novembro

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A exposição Imagem Testemunho apresenta obras de presos políticos que foram criadas em diferentes
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A exposição Imagem Testemunho apresenta obras de presos políticos que foram criadas em diferentes presídios do Estado de São Paulo durante as décadas de 60 e 70. As obras foram reunidas pelo jornalista e ex-preso político Alípio Freire e fazem parte do acervo documental da Pinacoteca do Estado de São Paulo.
A mostra será realizada no Centro MariAntonia da USP, em São Paulo, com abertura oficial no dia 27 de abril de 2023 às 19h. O evento faz parte das comemorações dos 30 anos do Centro, que tem como vocação a resistência democrática, a defesa dos direitos humanos e a memória política.
A exposição é uma homenagem aos artistas que lutaram contra a repressão e a censura durante a ditadura brasileira e suas obras são testemunhos da resistência e da luta pela liberdade, pela anistia e pelos direitos humanos no Brasil. A mostra é composta por um conjunto de desenhos produzidos por presos de diferentes organizações políticas e incorpora técnicas diversas. Haverá atividades culturais e educativas relacionadas à exposição.
Integrantes da mostra
Aldo Arantes / Alípio Freire / Ângela Rocha / Artur Scavone / Carlos Takaoka / José Wilson / Manoel Cyrillo / Regis Andrade / Sérgio Ferro / Sérgio Sister / Rita Sipahi / Yoshiya Takaoka
Serviço:
Exposição: Imagem-Testemunho: experiências artísticas de presos políticos na ditadura civil-militar
Abertura 27 de abril – a partir das 19 horas
De 28 de abril a 10 de dezembro
De terça a domingo, e feriados, das 10 às 18 horas
Período
Abril 28 (Sexta) 10:30 - Dezembro 10 (Domingo) 18:00
Local
Centro MariAntonia – Edifício Joaquim Nabuco
Rua Maria Antônia, 258 – Vila Buarque – São Paulo, SP

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A exposição museu-escola-cidade: o MAM Rio em cinco perspectivas propõe um exercício de memória no 75º aniversário do museu: um ato de olhar para o passado, para o que já
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A exposição museu-escola-cidade: o MAM Rio em cinco perspectivas propõe um exercício de memória no 75º aniversário do museu: um ato de olhar para o passado, para o que já foi feito e as coisas que aqui aconteceram, como convite para pensar o que o MAM Rio pode ser hoje e no futuro.
Focando nas primeiras três décadas de sua história, a exposição apresenta cinco áreas que ancoram as ações do MAM Rio, e um evento que marcou seu curso. Educação, design, cinema, o experimental e os movimentos de criação artística que atravessaram a existência do museu são os campos de atuação escolhidos, os quais cimentam a relevância de uma instituição intimamente ligada às dinâmicas da cidade.
Como evento, o incêndio ocorrido em 1978 no museu representa um momento de mudanças caracterizado pelo engajamento coletivo de profissionais da cultura e da população, e pela revisão institucional.
Em cada um desses eixos, obras do acervo do MAM Rio são apresentadas junto com documentos provenientes, em sua maior parte, dos arquivos do museu, escrevendo histórias por meio de objetos, imagens e impressos.
Serviço
Exposição | Museu-escola-cidade: o MAM Rio em cinco perspectivas
De 27 maio a 3 de dezembro
De quarta a domingo (incluindo feriados), das 10h às 18h
Aos domingos, das 10h às 11h, visitação exclusiva para pessoas com deficiência intelectual
Período
Maio 27 (Sábado) 10:00 - Dezembro 3 (Domingo) 18:00

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O Centro Municipal de Arte
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O Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, em colaboração com o Projeto Hélio Oiticica, abre no dia 3 de junho de 2023, às 15h, a instalação inédita “Cosmococa 5 Hendrix War (versão privê)”, da icônica obra “Cosmococa – Programa in Progress”, criada em 1973 por Hélio Oiticica (1937-1980) e o cineasta Neville D’Almeida (1941), que estará presente na abertura da mostra.
O “Programa in Progress” abrange vários desdobramentos – livro, fotografias, cartazes, instalações públicas e domésticas, como a “Cosmococa 5 Hendrix War (versão privê)”. A obra é a única, das seis criadas especialmente para residências, que nunca havia sido mostrada em público. Foi criada em homenagem a Jimi Hendrix (1942-1970), e elaborada para ser instalada em um espaço residencial, privado, com projetores nos diversos cômodos da casa.
Para a exposição no CMAHO, foi montado um apartamento, com mobília, e obras de outros artistas, como Alexandre Murucci, Anna Costa e Silva, Elmo Martins, Julianne Chaves, Lígia Teixeira, Paulo Jorge Gonçalves e Rita Chaves.
A exposição da “CC5” faz parte do tour mundial que durará um ano, em celebração aos 50 anos da criação da emblemática série “Cosmococas”. O tour foi iniciado no dia em 13 de março de 2023, na EAV Parque Lage, no Rio de Janeiro, quando foi mostrada a “Cosmococa 4 Nocagions”. Em seguida, em 18 de março, durante a SP-Arte, a CC4, em versão privê, integrou a mostra “Hélio Oiticica: Mundo-Labirinto”, na Vila Modernista, nos Jardins, em São Paulo, com projeto arquitetônico de Flávio de Carvalho.
Depois, haverá a exibição da “Cosmococa 5 Hendrix War” e da “CC2 Onobject”, na Lisson Galery, em Nova York; “CC2 Onobject” e “CC3 Maileryn” (versões domésticas), na Hunter College, em Nova York; e ainda no The Mistake Room, em Los Angeles, EUA; e Carcará Photo Arte, em São Paulo.
Serviço
Exposição | Cosmococa 5 Hendrix War (versão privê)
De 03 de junho a 10 de dezembro
Das 10h às 18h
Período
Junho 3 (Sábado) 10:00 - Dezembro 10 (Domingo) 18:00
Local
Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica
Rua Luís de Camões 68, Praça Tiradentes, Centro, Rio de Janeiro - RJ

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A Pinacoteca
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A Pinacoteca de São Paulo, museu da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, apresenta Antonio Obá: Revoada, segunda mostra a ocupar a Galeria Praça da recém-inaugurada Pinacoteca Contemporânea. Com curadoria de Ana Maria Maia e Yuri Quevedo, Revoada apresenta cerca de 20 pinturas e uma instalação inédita, que dá título à exposição, tendo a figura da criança como fio condutor. Também compõem a mostra obras pouco vistas no Brasil, como Banhistas nº 3 – Espreita (2020) e Fata Morgana nº 1 (2022).
O trabalho de Antonio Obá é constituído por três importantes pilares, que conduzem a narrativa desta exposição: a rememoração de acontecimentos históricos – em geral marcos de violência e luta por direitos de pessoas negras nos Estados Unidos –, a atribuição de novos significados a esses episódios e o processo educativo. Juntos, cada um desses aspectos do trabalho constituem um programa para lidar com o tempo, articulando ações de ressignificação, transformação e emancipação.
A instalação Revoada foi construída em diálogo com a história do museu, que nasceu originalmente para ser uma escola. No início do século XX, o edifício da Pina Luz funcionava como o Liceu de Artes e Ofícios, escola dedicada à educação artística voltada para a capacitação profissional dos alunos. Entre as técnicas ensinadas no Liceu estava a fundição, linguagem escolhida pelo artista para desenvolver a instalação. Durante os últimos meses, Obá organizou oficinas na Pina Contemporânea, na Ocupação 9 de Julho (Movimento Sem Teto do Centro) e no Colégio Vera Cruz, onde moldou cerca de 200 pares de mãos de crianças em resina. Agora essas peças vão alçar voo na Galeria Praça – pavilhão que conserva os arcos trabalhados em ferro da construção da antiga Escola Estadual Prudente de Morais.
“Fundindo essas mãos, Obá ensina o procedimento da moldagem ao mesmo tempo que interpreta a presença dessas crianças no espaço; considerando a marca expressiva de cada uma. Contida nesse gesto, está a crença na dimensão coletiva das memórias e na educação como processo que garante autonomia e liberdade. Os sujeitos lembram, sabem e agem”, conta o curador Yuri Quevedo.
Serviço
Exposição | Antonio Obá: Revoada
De 24 de junho a 18 de fevereiro de 2024
De quarta a segunda, das 10h às 18h
Gratuitos aos sábados – R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia-entrada)
Período
Junho 24 (Sábado) 10:00 - Fevereiro 18 (Domingo) 18:00
Local
Pinacoteca Contemporânea
Av. Tiradentes, 273, Luz, São Paulo - SP

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MAM Rio: origem e construção apresenta o processo de constituição do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, começando com sua concepção e concluindo na inauguração de sua sede
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MAM Rio: origem e construção apresenta o processo de constituição do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, começando com sua concepção e concluindo na inauguração de sua sede definitiva, no Parque do Flamengo. Uma seleção de aproximadamente 160 documentos mostra as ideias e intenções que deram forma ao museu, as pessoas que contribuíram ou acompanharam sua criação, e o desenho e construção de seu icônico prédio, concebido pelo arquiteto Affonso Eduardo Reidy e executado junto à engenheira e urbanista Carmen Portinho entre 1954 e 1967. A exposição complementa a mostra museu-escola-cidade: o MAM Rio em cinco perspectivas, em cartaz desde maio no museu.
Compartilhar esses processos, no ano em que o MAM Rio celebra seu 75º aniversário, tem como objetivo incitar uma reflexão sobre as instituições culturais e explorar de que maneira suas funções respondem a lugares e momentos, com mudanças ao longo do tempo.
Os documentos do arquivo do museu, com contribuições dos Museus Castro Maya, ocupam mesas que servem tanto como espaço para encontros e oficinas quanto área de leitura e consulta às publicações, ou mesmo para o descanso do público. Os livros que integram a exposição são cópias de títulos da biblioteca do museu sobre aspectos e desenvolvimentos relacionados ao MAM Rio e sua história.
Serviço
Exposições | MAM Rio: origem e construção
De 22 de julho a 03 de dezembro
De quarta a domingo, das 10h às 18h
Domingos, das 10h às 11h, visitação exclusiva para pessoas com deficiência intelectual
Período
Julho 22 (Sábado) 10:00 - Dezembro 3 (Domingo) 18:00

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O título da exposição, Realidades e Simulacros, explora a pluralidade que surge como resultado do uso do “s” ao final das palavras e a aparente oposição entre a realidade e
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O título da exposição, Realidades e Simulacros, explora a pluralidade que surge como resultado do uso do “s” ao final das palavras e a aparente oposição entre a realidade e a ficção. Durante muito tempo as pessoas acreditaram na existência de uma realidade única, objetiva. Mas o fato é que esta realidade não existe. Existem muitas realidades que se sobrepõem, se complementam, se anulam, se contradizem. Realidades e Simulacros são dimensões de uma mesma experiência.
Olhar para o mundo é como vestir uma lente de linguagem, fazendo com que as coisas apareçam conforme a visão de mundo da pessoa. Existem muitos condicionantes que regulam o alcance e o escopo dessas lentes: culturais, geográficos, políticos, biológicos, sociais, tecnológicos. Geralmente elas são invisíveis, mas a tecnologia contemporânea tem lhes emprestado concretude. Por meio de um avatar, navegando em um ambiente, sobrepondo uma existência digital ao mundo ao redor, é possível vestir as lentes de uma realidade alternativa à realidade percebida apenas por meio dos meus sentidos.
Realidades e Simulacros reúne dez artistas que criaram experiências digitais de diferentes perfis como forma de contribuir para este jogo de multiplicidades. Ver um outro mundo, uma outra cultura, uma outra geografia, uma outra política, uma outra biologia, uma outra sociedade, uma outra tecnologia. Ao explorar a realidade aumentada como uma possibilidade de interferência na paisagem do Ibirapuera, a exposição estimula essa dinâmica. O visitante é então convidado a perceber a realidade ao redor de outra maneira e sobrepor outras camadas de realidade à sua existência.
As obras criadas especialmente para a exposição permitem o contato com diferentes realidades e/ou simulacros. O simulacro também é uma realidade. Uma realidade lúdica. Uma realidade política. Uma realidade fantástica. Uma realidade contraditória. Uma realidade biológica. Uma realidade invisível. Uma realidade decolonial. Um mosaico de existências que se sobrepõe a um ambiente complexo e diverso. Uma experiência de camadas que tornam possíveis novas formas de ver e ouvir.
Serviço
Exposições | Realidades e Simulacros
De 22 de julho a 17 de dezembro
Período
Julho 22 (Sábado) - Dezembro 17 (Domingo)
Local
Entorno do Jardim de Esculturas, Praça da Paz e região dos Lagos do Ibirapuera
Avenida Pedro Álvares Cabral, s/nº - Entrada pelos portões 1 e 3
Curadoria
Cauê Alves
Marcus Bastos

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A mostra articula mais de cem obras de Marta, de 1963 até hoje. Nos primeiros dias da exposição o público é recebido pela Escultura de los deseos, um inflável de
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A mostra articula mais de cem obras de Marta, de 1963 até hoje. Nos primeiros dias da exposição o público é recebido pela Escultura de los deseos, um inflável de 17 metros no estacionamento da Pinacoteca, edifício Luz. O público também poderá percorrer a galeria de tramas e colchões multicoloridos — como a Galeria Blanda [Galeria Mole], instalação de 1973 feita com 200 colchões.
A exposição também conta com videoinstalações e fotoperformances, como a El pago de la deuda externa argentina con maíz [O pagamento da dívida externa com milho] (1985). Em “Marta Minujín: Ao Vivo”, as intervenções urbanas ganham evidência.
DOS COLCHÕES AOS MONUMENTOS
“Marta Minujín: Ao Vivo” passa por momentos cruciais da carreira da artista portenha. Sua pesquisa sobre o fenômeno social da comunicação e seu potencial disseminador resultou em diversos trabalhos cuja documentação se concentra na 4ª sala expositiva, em obras como Simultaneidad en simultaneidad [Simultaneidade em simultaneidade] (1966) e Leyendo las noticias en el Río da Plata [Lendo notícias no rio da Prata] (1965).
No contexto político da década de 1970, a proliferação de ditaduras militares pela América Latina levou Marta Minujín a práticas artísticas voltadas para a conscientização de uma realidade sociopolítica e um projeto de integração entre os países da região. O trabalho mais emblemático da artista nesse sentido foi Comunicando con tierra (1976), remontado para esta exposição.
A mostra termina com uma das videoinstalações mais recentes da artista, Implosión! [Implosão!] (2021). A nova versão da obra promove a imersão em um cubo musical multicolorido.
Serviço
Exposições | Marta Minujín: Ao vivo
De 29 de julho de 2023 a 28 de janeiro de 2024
De quarta a segunda, das 10h às 18h
Período
Julho 29 (Sábado) 10:00 - Janeiro 28 (Domingo) 18:00
Local
Pina Luz
Praça da Luz, 2, Bom Retiro, São Paulo — SP

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Por meio de sua atuação na área de Artes Visuais, o Sesc promove este ano uma ampla reflexão em torno da identidade brasileira e as relações entre os diferentes grupos
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Por meio de sua atuação na área de Artes Visuais, o Sesc promove este ano uma ampla reflexão em torno da identidade brasileira e as relações entre os diferentes grupos étnicos que constituem o país. O projeto Dos Brasis: arte e pensamento negro, parte do programa Arte Sesc, com curadoria de Hélio Menezes e Igor Simões, tem a proposta de pesquisar, fomentar e difundir a produção artística, intelectual, e visual contemporâneas de artistas e pesquisadores afro-brasileiros ao evidenciar suas técnicas, histórias e correlações socioculturais, por meio, inicialmente, de uma pesquisa nacional com a participação dos técnicos de artes visuais do Sesc no país. O evento de lançamento será realizado no Teatro Sesc-Senac Pelourinho, em Salvador (BA). Na ocasião, será anunciada a abertura das inscrições para seleção de pesquisadores que participarão de uma residência artística on-line.
O projeto Dos Brasis tem curadoria do professor e Doutor em Artes Visuais Igor Simões e do curador e antropólogo Hélio Menezes. Durante o evento de lançamento, eles apresentam a metodologia de pesquisa do projeto e conduzem uma roda de conversa com os convidados Nelma Barbosa, coordenadora geral da rede de Núcleos de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas do Instituto Federal Baiano, e Ayrson Heráclito, artista, curador, pesquisador e professor da Universidade Federal do Recôncavo Baiano.
Além da residência artística, que tratará temas como Curadoria e Raça na Arte Brasileira, Os educativos como plataforma de pensamento sobre arte e racialização, e Mulheres Negras e Arte Contemporânea Brasileira, o projeto Dos Brasis prevê uma exposição coletiva com obras de artistas visuais originários de todos os estados, em 2023, materiais educativos voltados à formação de educadores e representativo de experiências educacionais de todo o país; e uma publicação com o resultado das pesquisas em cada unidade da federação vinculada ao projeto.
Na residência, serão realizados ao longo do ano encontros com tutoria para os participantes, cujo percurso profissional se relacione com os temas propostos pela exposição, como artistas, pesquisadores e educadores, e aulas abertas ao público. A ação é uma estratégia para ampliar o debate em torno do tema por meio de grupos de estudo entre nomes que tecem a curadoria e o pensamento negro em artes visuais, instituindo espaços de compartilhamento e referências a partir da criação poética, crítica e educativa.
Futuramente, a exposição desenvolvida no projeto Dos Brasis integrará o circuito de exposições do Sesc e deve circular pelas mais de 60 galerias que compõem a Rede Sesc de Artes Visuais por meio do Arte Sesc.
Serviço
Exposição | Dos Brasis: arte e pensamento negro
De 02 a 28 de agosto
Terça a sábado, das 10h às 21h. Domingos e Feriados, das 10h às 18h
Período
Agosto 2 (Quarta) 10:00 - Janeiro 28 (Domingo) 21:00
Local
Sesc Belenzinho
Rua Padre Adelino, 1.000, Belenzinho - São Paulo - SP

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Tunga (1952 – 2016) se interessou pela alquimia, pela psicanálise, pelas ciências e pela filosofia. Ao longo de quatro décadas, construiu uma mitologia singular, na qual as noções de permanência
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Tunga (1952 – 2016) se interessou pela alquimia, pela psicanálise, pelas ciências e pela filosofia. Ao longo de quatro décadas, construiu uma mitologia singular, na qual as noções de permanência e transformação são fundamentais. Uma das últimas obras realizadas pelo artista e inédita no Brasil, Eu, Você e a Lua (2015), será apresentada de 09 de agosto a 28 de janeiro de 2024, na Sala de Vidro do Museu de Arte Moderna de São Paulo. A mostra tem apoio do Instituto Tunga.
“Na poética de Tunga, o que está no planeta Terra ou fora dele, o interno e o externo, assim como eu, você e a lua, formam um todo indivisível”, reflete Cauê Alves, curador-chefe do MAM, no texto que acompanha a obra.
Eu, Você e a Lua reúne elementos frequentes de sua obra, como pedras, espelhos, garrafas de cristal e de gesso, e pratos presos em aros e hastes. O corpo da instalação é formado por um grande tronco oco e petrificado, sustentado por dois tripés. Sob a sombra que a obra faz na Sala de Vidro, um âmbar percorre quase toda a extensão do tronco. Os espelhos que compõem a obra, refletem em cima e embaixo garrafas de quartzo.
“O fóssil de uma árvore que se manteve intacto, como se o tempo estivesse suspenso, convive com uma essência de âmbar, uma fragrância com toques amadeirados que goteja como se uma ampulheta marcasse a passagem do tempo e a transformação da matéria. Recorrendo ao olfato e à visão, os elementos originários e pré-históricos na obra de Tunga se fundem ao contemporâneo e à presença efêmera do perfume”, explica Cauê Alves.
A obra será exibida no MAM tal como ela foi originalmente mostrada na França, em 2015, no Centre d’Arts et de Nature, em Domaine de Chaumont-sur-Loire, com piso de saibro, que compõe a atmosfera amadeirada e terrosa do ambiente.
Tunga imaginava o corpo humano reconstruído a partir da paisagem e por isso unia elementos díspares, a fim de criar uma nova sensibilidade. “Eu chamo isso de ‘o olhar da lua’. O que está em jogo aqui é a transmutação do olhar em perfume […]”, afirmou o artista em artigo de Myriam Boutoulle, Tunga, l’amour, la lune et l’arbre alchimique, publicado em 2015.
Serviço
Exposições | Eu, Você e a Lua
De 09 de agosto a 28 de janeiro
Terça a domingo, das 10h às 18h
Período
Agosto 9 (Quarta) 10:00 - Janeiro 28 (Domingo) 18:00
Local
Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM SP)
Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, Vila Mariana, São Paulo – SP

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Chegança: Um lugar ao sol e um lugar ao sul, é uma exposição que aborda a imigração haitiana em um interior do Brasil frio e hostil, composta por duas
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Chegança: Um lugar ao sol e um lugar ao sul, é uma exposição que aborda a imigração haitiana em um interior do Brasil frio e hostil, composta por duas obras diferentes da fotógrafa Sirli Freitas, mas que se complementam em uma espécie de dialética, sendo uma como a antítese da outra. Assim, carregando de um lado a denúncia e do outro o anúncio, ambas, de forma inventiva, propõem novos imaginários, novas iconografias, e novos pontos de vista para se olhar o real, acreditando que isso também o transforma.
Deste modo, em uma das mãos, a exposição traz a obra Os Iletrados, um ensaio de retratos frios e nostálgicos, que denuncia os cruéis esquemas de poder e dominação que atravessam o mundo do trabalho e da migração nesse contexto majoritariamente branco e conservador do sul do Brasil, banhado pela agroindústria, pelo agronegócio, pelo racismo e a xenofobia.
Na outra mão, a exposição traz outra obra da fotógrafa, agora Trançando caminhos, uma instalação multimídia em collab com as trançadeiras haitianas Lutania Charles e Sophonia Elysee, que buscou registrar de maneira sensível, o processo de fazer morada longe de casa, de alguns haitianos que chegaram ao interior de Santa Catarina a alguns anos atrás. Aqui, através da fotografia, do vídeo-carta e das artes plásticas, as artistas buscaram mostrar e anunciar quais rituais, amuletos ou mecanismos, ajudaram essas pessoas a migrar e construir o seu lugar no mundo, entendendo a casa como um mar cheio de portos.
Isto dito, Chegança foi a vontade de atar essas duas mãos, para que juntas, essas duas obras conseguissem carregar a inventividade e a dialética de um olhar profundo, que nos convida a imaginar, a questionar, mas também a vislumbrar outras relações possíveis, e com elas, outros mundos também. A exposição integra 60 pinturas, uma instalação que reproduz uma barraca de venda de tecidos da Praça da República, dois vídeos e doze poemas. No dia da estreia, os poemas serão declamados pelos poetas angolanos Ermi Pazo e Mwana N’gola.
Serviço
Exposições | Chegança: Um lugar ao sol e um lugar ao sul
De 12 de agosto a 03 de dezembro
Terça a sábado, das 09h às 18h. Domingo, das 10h às 18h
Período
Agosto 12 (Sábado) 09:00 - Dezembro 3 (Domingo) 18:00
Local
Museu da Imigração do Estado de São Paulo
R. Visc. de Parnaíba, 1316 - Mooca, São Paulo - SP

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Um dos principais nomes da fotografia brasileira, Hans Gunter Flieg (1923) atuou nas áreas da indústria, da publicidade e da arquitetura. Suas imagens documentam o desenvolvimento industrial e a verticalização
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Um dos principais nomes da fotografia brasileira, Hans Gunter Flieg (1923) atuou nas áreas da indústria, da publicidade e da arquitetura. Suas imagens documentam o desenvolvimento industrial e a verticalização do país, em especial da cidade de São Paulo, a partir da década de 1940. Em fotos com grande nível de elaboração técnica, registrou instalações industriais, máquinas, edifícios e objetos, tensionando as fronteiras entre a objetividade da fotografia documental e o rigor formal.
Em homenagem à sua obra e ao seu centenário, completado neste ano, o IMS Paulista inaugura, em 22 de agosto (terça-feira), às 18h, a exposição Flieg. Tudo que é sólido. Com entrada gratuita, a mostra revê a carreira do fotógrafo, cujo acervo está sob a guarda do IMS desde 2006. A seleção reúne cerca de 180 imagens, dois vídeos, além de itens como câmeras e álbuns. A curadoria é de Sergio Burgi, coordenador de fotografia do IMS, com assistência de Mariana Newlands. Na abertura (22/8), às 18h, haverá uma fala do curador, apresentando a mostra.
A trajetória de Flieg se mistura, em dois continentes, à história do século XX. O fotógrafo nasceu em 1923 na cidade de Chemnitz, na Alemanha, numa família judia de classe média. Em 1939, Flieg estuda fotografia em Berlim com Grete Karplus, profissional vinculada ao Museu Judaico da cidade, fechado pelos nazistas. No mesmo ano, sua família migra para o Brasil para escapar da perseguição aos judeus. A família se estabelece em São Paulo e, a partir de 1945, Flieg inicia sua trajetória como fotógrafo profissional, realizando sobretudo trabalhos para empresas.
Flieg fotografou para companhias como Willys-Overland, Mercedes-Benz e Marcas Famosas S/A, pioneiras da indústria automobilística no Brasil. Prestou serviços ainda para grandes agências de publicidade do período, como Standard e Thompson. Além do trabalho em empresas comerciais, atuou como fotógrafo oficial da 1ª Bienal Internacional de Arte de São Paulo, em 1951, e documentou a construção da sede do Masp na Avenida Paulista, na década de 1960.
A mostra é dividida em três núcleos. O primeiro traz imagens de arquitetura industrial, com registros de grandes obras, como a construção do ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, em 1955, e a das usinas hidrelétricas de Jupiá e Ilha Solteira. Também há fotos da Fábrica da Duchen, em Guarulhos, projeto arquitetônico de Oscar Niemeyer, em 1954, entre outras.
O segundo traz imagens feitas no interior de fábricas, com foco no maquinário. Apesar de voltadas para fins comerciais, as imagens destacam os aspectos escultóricos desses equipamentos industriais, suas linhas e formas. O curador comenta os registros: “O trabalho de Flieg foi profundamente influenciado pela modernidade europeia, aliando o domínio na elaboração formal da imagem fotográfica ao absoluto controle da iluminação, da exposição e do processamento da película. Com alto rigor formal, sua fotografia de indústria permite igualmente que estruturas, equipamentos e objetos industriais registrados de maneira objetiva e direta conduzam, em muitos casos, a imagens de forte viés abstrato, ampliando e atualizando a relevância da produção do fotógrafo no âmbito da fotografia moderna e contemporânea no Brasil”.
No terceiro e último núcleo, o público encontra imagens de produtos tiradas para os mercados publicitário e artístico, com o objetivo de ilustrar catálogos e anúncios de jornais. Há, por exemplo, fotos de pneus, máquinas de escrever, calculadoras, jogos de ferramentas e mobiliários. Também é possível encontrar registros dos cavaletes de vidro idealizados por Lina Bo Bardi, clicados quando o fotógrafo registrou a abertura do Masp, e fotos da escultura Unidade tripartida, de Max Bill, vencedora do prêmio de escultura na 1ª Bienal de São Paulo em 1951. São imagens feitas de forma meticulosa, com contrastes de luz e sombra, com o objetivo de evidenciar as qualidades de cada objeto. Em entrevista concedida em 2014 ao IMS, o fotógrafo enfatiza: “A importância é mostrar o produto da melhor forma possível. O que você tem que fazer tem que ser bem-feito”.
Em cartaz até janeiro de 2024, a exposição também proporciona reflexões sobre as transformações sociais em curso hoje, tanto na esfera do trabalho quanto das artes, como pontua Burgi: “A releitura do acervo de Flieg no ano em que o fotógrafo completa 100 anos, agora que estamos na terceira década do século XXI – caracterizado pela construção da sociedade do conhecimento e da informação em oposição à sociedade industrial de meados do século passado –, permite que sua obra seja interpretada dentro de novas perspectivas”.
Ainda sobre o tema, o curador complementa: “O olhar que nos oferece Flieg sobre uma sociedade industrial que se quis e se fez moderna na São Paulo do pós-guerra, sem romper entretanto com os mecanismos de reificação, alienação e poder de seu tempo, nos leva a refletir agora, décadas depois, sobre uma sociedade pós-industrial igualmente imersa em profundas e radicais transformações e contradições, onde mais uma vez tudo que é sólido desmancha no ar”.
Serviço
Exposições | Flieg. Tudo que é sólido
De 23 de agosto a 28 de janeiro de 2024
Terça a domingo e feriados (exceto segundas), das 10h às 20h
Período
Agosto 23 (Quarta) 10:00 - Janeiro 28 (Domingo) 20:00
Local
IMS - Instituto Moreira Salles
Avenida Paulista, 2424 São Paulo - SP

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Com inauguração no dia 2 de setembro e ativação simbólica no dia 7 de setembro, REFUNDAÇÃO acontecerá na Galeria Reocupa, da Ocupação 9 de Julho, reunindo cerca de 130 trabalhos,
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Com inauguração no dia 2 de setembro e ativação simbólica no dia 7 de setembro, REFUNDAÇÃO acontecerá na Galeria Reocupa, da Ocupação 9 de Julho, reunindo cerca de 130 trabalhos, entre pinturas, esculturas, intervenções, instalações, vídeos e objetos de mais de 100 artistas de todo o território nacional.
Provocando a reflexão sobre outros mundos possíveis, em vias de existir ou a serem refundados, o grupo à frente da exposição REFUNDAÇÃO propõe novas perspectivas de relações, em uma revisão dos laços sociais e políticos que sustentam nossa cultura, por meio de um coletivo de curadoria que reúne representantes de diversos setores da cultura e da arte.
Dentre os artistas participantes da exposição, estão presentes tanto nomes mais consagrados como outros mais desconhecidos do circuito da arte, junto com novas gerações, além de moradores da Ocupação 9 de Julho e parceiros da Galeria.
Alguns artistas confirmados são Ernesto Neto, Leda Catunda, Helô Sanvoy, Juliana Notari, Paulo Nazareth, Lia Chaia, Retratistas do Morro, Lucia Koch, Marcel Diogo, Auá Mendes, Coletivo Coletores, Renata Felinto, Rodrigo Andrade, Virgínia Medeiros, Denilson Baniwa, Kerexu Martim e Preta Ferreira.
Este novo projeto da Reocupa, cuja abordagem interdisciplinar reflete a necessidade de criar outras formas de pensar, relacionar-se e praticar arte no mundo, tem como objetivo afirmar a Ocupação 9 de Julho como um pólo cultural aberto e permeável, que envolve espaços de circulação, inseridos em uma lógica de Parque, com ações culturais e urbanísticas integradas.
A exposição será realizada em diversos espaços da Ocupação 9 de Julho – antigo prédio do INSS, que ficou abandonado por três décadas, até ser ocupada pelo MSTC (Movimento Sem Teto do Centro) em diferentes ocasiões a partir dos anos 1990.
Além da Galeria Reocupa, situada no 1o andar do prédio, as obras estarão em espaços de circulação, em diálogo com moradores do edifício e com a dinâmica que tornou a Ocupação 9 de Julho um lugar aberto à sociedade.
Para o MSTC, a exposição contribui para a consolidação de um projeto modelo, que ambiciona seu reconhecimento, em caráter inédito, como um Quilombo Cultural Urbano.
Vale destacar também que a maioria das obras estarão à venda, com o propósito de reunir fundos para operações da exposição e da Galeria, para a manutenção do prédio e dos projetos do MSTC e para o auxílio de todos os artistas participantes da exposição.
Sobre o conceito curatorial
REFUNDAÇÃO foi idealizada e organizada por uma equipe de artistas, curadores e produtores que se voluntariaram desde o início do ano para discutir centenas de possíveis artistas participantes, em um processo de formulação das bases da exposição. Eles afirmam que “o momento que nos atravessa, tão marcado pela desintegração do tecido social, exige que trabalhemos coletivamente. Assim, a ideia é rever nossa história narrada atendendo a novas inconfidências, conjurações e revisitações dos territórios de poder, vislumbrando uma possível refundação cultural.” A exposição reverbera o pensamento urgente da revisão das marcas e rachaduras políticas existentes em nossa narrativa histórica. “É momento de reconhecer os territórios administrativos que centralizaram decisões em nome de poucas pessoas.
É preciso identificar relações de poder que tornaram o pensamento hegemônico permeado de verdades parciais”, comentam os curadores e gestores da exposição.
Serviço
Exposições | Refundação
De 2 de setembro de 2023 a 28 de janeiro de 2024
De segunda a sexta, das 10h às 19h, sábgado, das 10h às 17h
Período
Setembro 2 (Sábado) - Janeiro 28 (Domingo)
Local
Galeria Reocupa
Rua Álvaro de Carvalho, 427 - 1o andar

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“Sonia gomes: sinfonia das cores” é uma instalação inédita criada para o Projeto Octógono Arte Contemporânea da Pinacoteca Luz, nela, a artista enfrenta um desafio inédito em sua carreira; conceber
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“Sonia gomes: sinfonia das cores” é uma instalação inédita criada para o Projeto Octógono Arte Contemporânea da Pinacoteca Luz, nela, a artista enfrenta um desafio inédito em sua carreira; conceber uma obra em escala muito maior do que a habitual, sem renunciar à qualidade artesanal e cromática de seus objetos.
A produção de Sonia Gomes contempla 34 cordões suspensos em alturas diferentes, que compõem uma sinfonia de formas e visualidades. É uma reflexão e um produto do modo como o seu próprio corpo reage aos tecidos, na medida em que cria objetos cuja materialidade se liga à história de outras pessoas e cuja escala corresponde ao alcance de seus membros.
TECIDOS, LINHAS E FIOS
A produção de Sonia Gomes se desenvolve a partir de materiais como tecidos, linhas, fios e objetos. Junto com as camadas de tecidos e aviamentos, fundem-se técnicas — tecelagem, bordado, renda, costura — e memórias: vestidos, cortinas, toalhas e tecidos diversos que pessoas, conhecidas ou não, enviam para seu ateliê e se transformam em corpos abstratos pelas mãos da artista.
Seus trabalhos incorporam elementos da cultura afro-brasileira e desafiam as convenções tradicionais da escultura.
A obra no Octógono pode ser apreciada por diferentes pontos de vista, em que as variações e tonalidades dos objetos são percebidas a partir do movimento pelo espaço. Uma trilha sonora complementa a experiência, na qual o violonista Plínio Fernandes performa o Prelúdio Nº 4 para violão de Heitor Villa-Lobos.
Serviço
Exposição | Sonia Gomes: sinfonia das cores
De 02 de setembro a 28 de janeiro
Segunda a domingo, das 10h às 18h
Período
Setembro 2 (Sábado) 10:00 - Janeiro 28 (Domingo) 18:00
Local
Pina Luz
Praça da Luz, 2, Bom Retiro, São Paulo — SP

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A programação da Clareira MAC USP apresenta a partir de 2 de setembro a instalação inédita as maravilhasB, de Laercio Redondo em colaboração com Birger Lipinski. Há vários anos, a
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A programação da Clareira MAC USP apresenta a partir de 2 de setembro a instalação inédita as maravilhasB, de Laercio Redondo em colaboração com Birger Lipinski. Há vários anos, a criação de esculturas móveis tem sido parte integrante da pesquisa dos artistas, considerando-as como retratos dinâmicos que capturam a essência de seus personagens. Entre essas figuras estão Josephine Baker (1906-1975), Carmen Miranda (1909-1955), Luz del Fuego (1917-1967) e Carmen Tórtola Valencia (1882-1955). O que une essas personalidades diversas é a relação vital que cada uma mantém com a música, a voz e/ou a dança, refletindo sua essência corpórea. Esse elemento crucial desempenha um papel influente na escolha dos sujeitos a serem retratados.
A instalação as maravilhas* apresenta uma nova série de dezessete esculturas móveis que homenageiam figuras proeminentes da cultura brasileira que deixaram uma marca indelével na paisagem cultural do país: Leila Diniz, Hélio Oiticica, Madame Satã, Luz del Fuego, Anitta, Clara Nunes, Elza Soares, Elke Maravilha, Ney Matogrosso, Simone Mazzer, Bidu Sayão, Brenda Lee, Maria Bethânia, Linn da Quebrada, Chiquinha Gonzaga, Clóvis Bornay e Clementina de Jesus. Cada escultura móvel explora cuidadosamente a representação de corpos performáticos – corpos que são públicos e políticos devido à sua relação com o gênero, orientação sexual e diversidade étnica. São corpos que encapsulam, revelam ou provocam as fantasias e ansiedades inerentes às ideologias e desejos dominantes.
A Clareira MAC USP é um espaço aberto em 2021, que busca acolher manifestações artísticas em diálogo com o Museu. Assim, acontecem ali apresentações de música, dança, literatura, teatro, leituras dramáticas e textos críticos com novas leituras sobre as obras do Museu, entre outras ações. Laercio Redondo é artista com obras no acervo do MAC USP, duas delas presentes na exposição Lugar Comum, em cartaz até dezembro no Museu.
Serviço
Exposição | as maravilhas*
De 02 de setembro a 28 de janeiro
Terça a domingo das 10 às 21h
Período
Setembro 2 (Sábado) 10:00 - Janeiro 28 (Domingo) 21:00
Local
MAC USP
Avenida Pedro Álvares Cabral, 1301 – Ibirapuera - São Paulo - SP

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Os temas que orientam a mostra são: “Manufatura e globalização”, “O passado e o presente do mundo virtual”, “Memórias do socialismo e sci-fi” e “Urbanização e distopia”. O objetivo é
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Os temas que orientam a mostra são: “Manufatura e globalização”, “O passado e o presente do mundo virtual”, “Memórias do socialismo e sci-fi” e “Urbanização e distopia”. O objetivo é introduzir a produção de Fei ao público brasileiro a partir de trabalhos que exploram mídias como o vídeo, a fotografia e a instalação.
REVOLUÇÃO TECNOLÓGICA
O interesse de Cao Fei pelos impactos da revolução tecnológica que colocou a China entre os líderes globais no setor orienta a pesquisa da artista desde o início da sua carreira, nos anos 2000.
Um de seus trabalhos mais conhecidos é o filme RMB City (2007); a partir de experimentos no jogo Second Life, uma plataforma virtual que simula a vida real a partir da interação de avatares, Cao Fei construiu uma enorme cidade com diversas referências à China real, aberta ao público de 2009 a 2011 e tida como um grande experimento teste das relações entre o real o virtual.
Outros destaques são os trabalhos “i.Mirror” [i.espelho] (2007) e “Oz” (2022) — que mostram a imersão da artista no Second Life e metaverso permeadas por avatares, experiências e projeções de futuros imaginados a partir da relação entre homem e máquina —, e as videoinstalações “Rumba II: Nomad” [Rumba II: Nômade], 2015, e a obra de realidade virtual “The Eternal Wave” [A onda eterna], 2020, produzida em colaboração com Acute Art.
Em “Rumba II: Nomad” aspiradores robôs tentam inutilmente limpar um espaço recém demolido na periferia de Pequim e em “The Eternal Wave” Fei convida o expectador a fazer uma viagem no tempo utilizando óculos de realidade virtual, visitando as áreas dentro e ao redor do cinema que agora sofre ameaças de demolição.
Serviço
Exposição | Cao Fei: o futuro não é um sonho
De 02 de setembro a 14 de abril
Quarta a segunda, das 10h às 18h
Período
Setembro 2 (Sábado) 10:00 - Abril 14 (Domingo) 18:00
Local
Pinacoteca Contemporânea
Av. Tiradentes, 273, Luz, São Paulo - SP

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A Casa do Povo é pouso para um dos três mantos tecidos pela artista Glicéria Tupinambá junto à sua aldeia. O objeto, ente sagrado central da sociedade Tupinambá, integra a
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A Casa do Povo é pouso para um dos três mantos tecidos pela artista Glicéria Tupinambá junto à sua aldeia. O objeto, ente sagrado central da sociedade Tupinambá, integra a exposição MANTO EM MOVIMENTO, exposição documental que refaz o percurso da artista no seu reencontro com os mantos de seu povo, e se interconecta com a luta pela demarcação do território Tupinambá.
MANTO EM MOVIMENTO torna visível o longo processo coletivo que sustenta o reencontro de Glicéria Tupinambá – artista, ativista, professora e intelectual, natural da aldeia da Serra do Padeiro – com sua ancestralidade por meio da confecção dos mantos. Sonhos, mapas, iconografias, textos, viagens povoam o quebra-cabeças que a artista vem compondo junto ao seu povo e que será compartilhado com o público na Casa do Povo. Por meio de uma expografia investigativa, a ativação nos acervos da Casa materializa este percurso em grandes painéis que funcionam como verdadeiros mapas do tesouro.
A exposição acontece de 02 de setembro e 09 de dezembro na Casa do Povo em parceria com o MAC USP. Na ocasião da abertura, no dia 02 de setembro, às 15h, Glicéria Tupinambá e lideranças indígenas de São Paulo debatem sobre os movimentos de retomada e demarcação de territórios e da cultura ancestral.
Diplomacia do Manto: tecendo alianças
O objetivo do MANTO EM MOVIMENTO é mostrar a coerência do trabalho de Glicéria como artista e como ativista, junto à sua comunidade. A vinda do manto para São Paulo é mais uma ação de diplomacia Tupinambá para demarcar territórios imateriais, fortalecer sua luta, pautar o debate e procurar novos aliados.
Peça central da mostra, o manto não ficará parado, confinado a uma vitrine de exposição. Ele visitará outros espaços em São Paulo que queiram acolhê-lo. A aldeia Kalipety, do povo Guarani-Mbya, o hospedará para uma semana de fortalecimento espiritual com oficinas e conversas. De 11 a 17 de setembro, o manto também poderá ser visto no Museu das Culturas Indígenas, onde será recebido pelo conselho Aty-Mirim. Em 18 de setembro, ele vai para a Pinacoteca de São Paulo, onde Glicéria participa de uma mesa, no dia 23. No dia 24 de setembro, é a vez do Museu Paulista recebê-lo, para uma conversa sobre o autogoverno Tupinambá. Em outubro, o manto ainda visita a Ocupação 9 de julho e outras instituições, museus e centros culturais com os quais deve conversar até 9 dezembro. O manto termina seu vôo por São Paulo no MAC USP, que também sediará uma oficina em que Glicéria Tupinambá convida o público a refletir a partir de sua interpretação das iconografias apropriadas pelos colonizadores.
Glicéria Tupinambá explica que os espaços podem se oferecer para ter o manto como hóspede: “É só escutar o seu chamado e criar condições para que ele possa ser recebido, seja na forma de exposição, encontros, ativações, debates ou oficinas”. Para Benjamin Seroussi, diretor artístico da Casa do Povo, a ideia é “trazer à tona a maneira como povos que passaram por violências extremas conseguem retomar suas ancestralidades – reflexões que atravessam constantemente a Casa do Povo, instituição fundada por judeus e judias sobreviventes da Segunda Guerra Mundial.”
Retomada: no encontro dos treze mantos
O manto tupinambá é vinculado ao mundo dos Encantados, entidades que habitam as matas e guiam o povo Tupinambá através de sonhos e visões. Objetos de valor espiritual e ritual, são tecidos com fibra de algodão, tucum, embebidos no mel, revestidos de penas de pássaro como o guará e a arara. Os mantos atraíram atenção e interesse dos europeus por sua beleza e seu poder. Foram trocados em negociações diplomáticas, objeto de escambo ou simplesmente saqueados. Atravessaram os mares rumo ao continente colonizador onde figuraram nos gabinetes de curiosidades e vestiram as nobrezas de lá. Hoje estão guardados em museus europeus, sendo conhecido o paradeiro de 11 mantos, e fora isso, há relatos de outros 2 que estariam perdidos ou escondidos. No Brasil, fisicamente, não restou nenhum, mas eles resistiram na memória ancestral do povo.
Os Tupinambás, habitantes de boa parte do litoral de Pindorama, sofreram com o contato e resistiram aos colonizadores desde o princípio da invasão. Sobreviveram ao etnocídio, à aculturação, à perseguição, ao aldeamento e catequese coloniais, bem como aos processos de expropriação territorial no período imperial e republicano, quando tiveram seus direitos indígenas retirados. Suas cosmotecnologias de resistência os mantiveram vivos em luta contra séculos de violências e todas essas formas de apagamento. Os Tupinambá reconquistaram seu reconhecimento oficial pela FUNAI em 2001, processo que abre o caminho para os movimentos de retomada do território e da cultura ancestral, e de demarcação da Terra Indígena de Olivença, ainda hoje pendente de conclusão.
Foi também no ano de 2001 que dois anciãos do povo, Seu Aloísio e dona Nivalda, mãe da cacique Maria Valdelice dos Tupinambá de Olivença, reencontraram um de seus mantos, na ocasião da mostra do Redescobrimento em São Paulo. Era o manto pertencente à coleção do Museu da Dinamarca, que hoje retorna ao Brasil, depois de um longo processo de negociação em que, os mais velhos como dona Nivalda assim como os mais jovens como Glicéria, tiveram um papel fundamental.
Direito à ancestralidade: refazer e retomar
Nesse contexto se insere a pesquisa de Glicéria Tupinambá, que desde 2005 vem trabalhando na retomada do manto – o reencontro com suas práticas materiais e rituais de feitura, que implicam na reconexão com o território, com os Encantados, com a cosmologia Tupinambá – sua relação com as plantas, os animais, o passado e o presente.
Com base em uma fotografia desse manto que ora retorna ao Brasil, Glicéria confeccionou um novo manto para presentear os Encantados na festa no dia 19 de janeiro de 2006. Contou com a ajuda de Zizinho (Wellington de Almeida), o apoio de toda a comunidade e a orientação dos mais velhos (esse manto hoje se encontra no acervo do Museu Nacional, por decisão da comunidade). Desde então, Glicéria engajou-se na confecção de mais dois mantos, numa caminhada que a levou a reencontrar aqueles levados para a Europa.
Não se trata somente de uma retomada material, ou da reivindicação de repatriamento de objetos confinados nos museus do outro lado do oceano. Sua pesquisa está preocupada com o direito à memória e à ancestralidade, o acesso aos acervos, que permite exercer o direito de reaprender, de remendar uma tradição, segundo ela, “estilhaçada em cacos”.
Para Glicéria e seu povo, não se trata de reproduzir a aparência dos mantos, mas sim relembrar e reinventar seu modo de feitura e dos rituais que eles representam. Para tanto, a artista consulta os Encantados e eles a guiam nessas viagens de reencontro, ela escuta o seu chamado e o que eles lhe dizem em sonhos. Glicéria também engaja a memória da comunidade local e vasta pesquisa iconográfica e documental, a partir das quais ela relembra as formas de conexão Tupinambá entre o mundo material e imaterial: da feitura da agulha, do ponto do jereré à comunicação com os pássaros, à reconexão com as matas.
Serviço
Exposições | MANTO EM MOVIMENTO
De 2 de setembro a 9 de dezembro
Terça a sábado, das 11h às 17h
Período
Setembro 2 (Sábado) 11:00 - Dezembro 9 (Sábado) 17:00
Local
Casa do Povo
Rua Três Rios, 252 - 1º andar - Bom Retiro, São Paulo - SP

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Murilo Mendes (1901-1975) está entre as figuras mais influentes da vida artística brasileira. Atuou como crítico de arte, colecionador, organizador de exposições e poeta, e influenciou toda uma
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Murilo Mendes (1901-1975) está entre as figuras mais influentes da vida artística brasileira. Atuou como crítico de arte, colecionador, organizador de exposições e poeta, e influenciou toda uma geração de críticos e artistas. Essa faceta será evidenciada, agora, na nova exposição do MAM São Paulo: Murilo Mendes, poeta crítico: o infinito íntimo, em cartaz de 5 de setembro a 28 de janeiro de 2024, na Sala Milú Villela.
Com curadoria de Lorenzo Mammì, Maria Betânia Amoroso e Taisa Palhares, a mostra rememora a atividade crítica de Murilo Mendes por meio de obras de mais de 50 artistas cujas histórias se entrelaçam, de diferentes formas, com a do poeta.
“É com satisfação que o Museu de Arte Moderna de São Paulo, como parte da celebração de seus 75 anos de atividades culturais e artísticas, realiza a mostra Murilo Mendes, poeta-crítico: o infinito íntimo. A exposição conta com o inestimável apoio do Museu de Arte Murilo Mendes, ligado à Universidade Federal de Juiz de Fora, em Minas Gerais, cidade onde nasceu o escritor, e com sua realização, o MAM contribui para a pesquisa e difusão da arte moderna, em especial de um capítulo ainda pouco conhecido, a atuação marcante de Murilo Mendes como crítico de arte e colecionador, tanto no Rio de Janeiro entre os anos de 1920-1940, quanto na Europa a partir da década de 1950 até seu falecimento em 1975”, comentam Elizabeth Machado, presidente do MAM, e Cauê Alves, curador-chefe do museu, em texto que abre o catálogo da exposição.
Murilo Mendes, o poeta crítico: o infinito íntimo traz ao público um conjunto significativo de obras, formado por trabalhos de Abraham Palatnik, Achille Perilli, Alberto da Veiga Guignard, Alberto Magnelli, Aldo Caló, Alexandre Eulalio, Alfredo Volpi, Almir Mavignier, Antonio Corpora, Arpad Szenes, Axl Leskoschek, Bruno Giorgi, Candido Portinari, Carla Accardi, Carlos Moskovics, Cícero Dias, Djanira da Motta e Silva, Ettore Colla, Fayga Ostrower, Flávio de Carvalho, Foto Feruzzi, Frans Krajcberg, Franz Weissmann, Gastone Biggi, George Rouault, George Braque, Geraldo de Barros, Gino Severini, Giorgio De Chirico, Giorgio Morandi, Giuseppe Capogrossi, Glauco Rodrigues, Hans Richter, Ione Saldanha, Ismael Nery, James Ensor, Jean Arp, Jesús Rafael Soto, Joan Miró, Jorge de Lima, José Medeiros, Lasar Segall, Lívio Abramo, Li Yuan-Chia, Lucio Fontana, Marcelo Grassmann, Maria Bonomi, Maria Helena Vieira da Silva, Maria Martins, Max Ernst, Michelangelo Conte, Milton Dacosta, Oswaldo Goeldi, Pablo Picasso, Piero Dorazio, Sophie Tauber-Arp e Victor Vasarely.
Espalhados em jornais e revistas, em muitos poemas e prosas poéticas, o pensamento crítico de Murilo Mendes passou a ser organizado somente no fim de sua vida, quando ele compilou parte de seus textos críticos em um volume publicado postumamente, A invenção do finito. Em 1994, sua coleção de arte foi adquirida pela Universidade Federal de Juiz de Fora, que criou o Museu de Arte Murilo Mendes (MAMM) e desde então organiza mostras e publicações sobre o acervo.
O curador Lorenzo Mammì explica que a exposição do MAM foi pensada a partir do acervo do poeta que está disponível em Juiz de Fora, sua cidade natal, e que foi complementada com outros artistas que marcaram sua trajetória. “Além dos nomes presentes nesta coleção, nós fizemos uma pesquisa minuciosa sobre as obras de Murilo Mendes e acrescentamos outros artistas importantes que não estavam lá, como por exemplo Jorge de Lima e Maria Martins”, diz o curador. Ele complementa que o trio de curadores percebeu a importância de incluir artistas como Djanira da Motta e Silva, Lasar Segall, Milton Dacosta, Jesús Rafael Soto e Lucio Fontana, dada a relação que tiveram com Murilo Mendes. De acordo com Mammì, esses foram alguns nomes relevantes que foram descobertos ao longo da pesquisa, tanto do Brasil quanto do exterior. Além de Soto e Fontana, fora do país Murilo também teve contato com outros artistas, como o italiano Alberto Magnelli, que o ajudou a pensar em uma abstração que não era construtiva no sentido da arte concreta, sendo isso uma de suas divergências com Mário Pedrosa.
Murilo Mendes em três blocos
A exposição é organizada em três blocos, começando por destacar o círculo de Murilo Mendes e Ismael Nery no Rio de Janeiro nas décadas de 1920 e 1930, com alguns desdobramentos na década seguinte. Nessa fase, Murilo conviveu com um conjunto de artistas como o próprio Nery, Cícero Dias, Alberto da Veiga Guignard e Jorge de Lima, que cultivam uma relação estreita entre artes plásticas e poesia, próximos das poéticas surrealistas e metafísicas, mas com divergências. Por outro lado, o crítico opõe-se às tendências dominantes na época, realistas e defensoras de uma volta ao métier, a serviço do nacionalismo e do engajamento social. É a fase “rebelde” de Murilo.
“É notável como sua coleção de arte privada, que se inicia nos anos 1920 com trabalhos de Ismael Nery e de artistas que circundam mais diretamente a estética surrealista, nas décadas seguintes se abre a outros nomes, em geral de artistas em plena atuação no momento em que o crítico coleciona as obras”, comenta Taisa Palhares em texto que integra o catálogo da exposição.
O segundo bloco da exposição abrange desde meados da década de 1930 até sua mudança para a Itália em 1957, quando Mendes já é um poeta famoso e um crítico conhecido. Seu leque de interesses se amplia: Lasar Segall, Bruno Giorgi, Maria Martins, Alberto Magnelli. Começa a montar uma coleção de arte que reunia várias obras adquiridas em suas viagens à Europa. Esse recorte também retrata a relevante convivência com artistas que chegaram ao Rio de Janeiro vindos da Europa em fuga do nazismo, em particular o casal Maria Helena Vieira da Silva e Arpad Szenes. O círculo que se forma em volta desses artistas inclui Milton Dacosta, Djanira, Ione Saldanha, Almir Mavignier, Oswaldo Goeldi, Fayga Ostrower, entre outros. Murilo passa a se interessar por poéticas abstracionistas, mas não adere ao concretismo.
O terceiro bloco contempla o período em que Murilo viveu em Roma, a partir de 1957, onde leciona literatura brasileira na universidade. Lá, ele se aproxima do crítico de arte Giulio Carlo Argan, com quem compartilha o interesse por artistas italianos que praticavam um abstracionismo não geométrico, sem aderir de todo ao informalismo. É quando se interessa, também, pela arte óptica e cinética e colabora com artistas como Alberto Magnelli, Lucio Fontana e Soto em mostras e publicações. Neste momento, “os convites para escrever sobre exposições se sucedem e estão registrados nos textos dos catálogos; o próprio Murilo organiza exposições na Casa do Brasil pertencente à Embaixada Brasileira”, conta a curadora Maria Betânia Amoroso. Nas exposições que organiza, inclui artistas brasileiros contemporâneos, como Volpi, Weissmann, Mavignier, dentre outros.
Dessa última fase destaca-se a curadoria da representação brasileira na Bienal de Veneza de 1964, a primeira em que o Brasil conta com seu próprio pavilhão: “Com esta exposição, espera-se que o espaço reservado a Murilo Mendes crítico de arte e colecionador, tanto na sua biografia como na história da crítica brasileira, se afirme e se expanda”, afirma o trio de curadores em texto sobre a mostra.
Na grande parede que liga o espaço expositivo do começo ao fim, é exibido em painéis um conjunto de arquivos de Murilo, que conta com fotografias, publicações e outros documentos. O projeto expográfico, concebido pelo escritório UNA barbara e valentim, estabelece diálogos entre cada painel com os núcleos que ficam paralelos a eles. A mostra termina com o documentário Poesia em Pânico (1977), de Alexandre Eulálio, gravado em Roma entre 1971 e 1974. O filme de 21 minutos contém um dos únicos depoimentos filmados do poeta.
Serviço
Exposição | Murilo Mendes, poeta crítico: o infinito íntimo
De 06 de setembro a 28 de janeiro
Terça a domingo, das 10h às 18h (com a última entrada às 17h30)
Ingressos: R$25,00 inteira e R$12,50 meia-entrada.
Aos domingos, a entrada é gratuita e o visitante pode contribuir com o valor que quiser
Período
Setembro 6 (Quarta) 10:00 - Janeiro 28 (Domingo) 18:00
Local
Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM SP)
Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, Vila Mariana, São Paulo – SP

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Há mais de 25 anos, o vidro é a fonte de estudo de Patrícia Bagniewski. O material é conceitualmente e processualmente muito rico. Sua transparência é quase uma ilusão óptica,
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Há mais de 25 anos, o vidro é a fonte de estudo de Patrícia Bagniewski. O material é conceitualmente e processualmente muito rico. Sua transparência é quase uma ilusão óptica, visível e semi-invisível. “Ele brinca com nossa percepção” afirma a artista visual, que para a mostra na Referência investiga a microbiologia e a alquimia que envolvem a criação primordial. Em seu ateliê/laboratório, a artista emula experimentos científicos, mutações de microorganismos em instalações em vidro, vídeo, serigrafias, performance, luz e sombra.
A curadora Marília Panitz ressalta que esta é uma exposição que resulta da investigação sobre possibilidades poéticas “desta matéria misteriosa que é o vidro. Feita da transformação da sílica (areia, lava vulcânica…) pelo calor e rápido resfriamento ela nos oferece transparência, dureza, impermeabilidade e… fragilidade”. E continua: “A descoberta do vidro remonta a milhares de anos e emula a prática alquímica da transfiguração de materiais. Patrícia Bagniewski escolheu o vidro como suporte e matéria de sua pesquisa artística. Buscou aprender a mágica da transformação (em Londres, no Japão ou na ilha do vidro, Murano, em Veneza, onde esteve várias vezes). Buscou sua história e sua simbologia.
Buscou a ciência e suas surpreendentes constatações. Recorreu à Jung e à história da filosofia e da alquimia, trazendo do segundo princípio de Hermes Trimegisto – o da correspondência – o nome que deu à mostra… Nela, algumas séries recentes do trabalho em vidro ou a partir dele: Atos – objetos suspensos compostos de partes em vidro, metal e ímãs; a Instalação Sublimação/Coagulação;
A série Petri – onde as conhecidas placas redondas de laboratório recebem composições em vidro e metal; Sopa Primordial – série de espelhos com elementos de vidro em sua superfície; uma série de 5 serigrafias obtidas pelas sombras dos objetos de vidro compostos e um vídeo que captura o movimentos dos elementos de vidro e suas sombras, compondo uma dança que nos remete a imagens vistas através de um potente microscópio. Todos eles multiplicados e estendidos pelos efeitos de luz e sombra, um espetáculo de instabilidade: vertigem e distensão”.
Serviço
Exposições | O que está embaixo é como o que está em cima, o que em cima é como o que está embaixo
De 05 de agosto a 09 de setembro
De segunda a sexta, das 10h às 19h
Sábado, das 10h às 15h
Período
Setembro 7 (Quinta) 11:00 - Janeiro 31 (Quarta) 17:00
Local
Referência Galeria de Arte
202 Norte Bloco B Loja 11, Subsolo Asa Norte – Brasília - DF

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Do interior físico ao simbólico, do idílico pôr do sol do oeste paulista e seus tons rosas e terrosos às lutas antirracistas e feministas, do plácido ao conflito, do
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Do interior físico ao simbólico, do idílico pôr do sol do oeste paulista e seus tons rosas e terrosos às lutas antirracistas e feministas, do plácido ao conflito, do terrestre ao celeste. Nesse universo de puras misturas, Renata Egreja celebra processo criativo na exposição Cores do Interior, que abrange os últimos 14 anos de produção. Paulistana de nascimento, Renata cresceu, vive e trabalha no interior do Estado de São Paulo e é reconhecida internacionalmente, com obras espalhadas pela Alemanha, França, Índia, dentre outros países. Em setembro, o projeto, contemplado com o PROAC ICMS de 2022, da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, será lançado no FAMA Museu, em Itu, e, em novembro, terá apresentação no Museu de Arte de Ribeirão Preto (MARP). Também no mês de novembro, Renata se apresenta em exposição individual na Galeria Lume, em São Paulo.
Num percurso que vai do prosaico ao filosófico, a exposição aborda o interior tanto como perspectiva pessoal (o que está no âmago da artista), quanto geográfica (a paisagem à margem dos grandes centros urbanos como inspiração) e histórica (a representação simbólica das cores e a luta feminista para a artista). “É um projeto muito feminino como um todo e que trata da visão sobre diversos conceitos de interior, o interior de si mesma ou o olhar para dentro como estratégia de luta antipatriarcal”, destaca Renata Egreja, que cresceu no meio rural e produz em um ateliê numa fazenda na pequena cidade de Ipaussu, na região Centro-Oeste do Estado de São Paulo, quase na divisa com o Paraná. O ambiente idílico de produção contrasta, contudo, com a metamorfose dos últimos anos na vida pessoal: tornou-se mãe, doula e professora. As questões de gênero e a luta pelos direitos das mulheres tornaram-se constantes em seu trabalho. No seu fazer artístico, Renata reflete sobre ser uma artista mulher diante de uma História da Arte majoritariamente protagonizada por homens. Por isso, reverencia nomes de artistas mulheres – do Brasil – como Beatriz Milhazes, Gabriela Machado, Leda Catunda, Tarsila do Amaral, e do exterior, como a ucraniana-francesa Sonia Delaunay, a inglesa Bridget Riley, as americanas Georgia O’Keeffe e Suzanne Lacy.
Para a exposição no FAMA Museu, no centro histórico da cidade de Itu, Renata separou 18 obras, entre inéditas e destaques dos últimos 14 anos de carreira, que mostram sua rica e multifacetada trajetória. Há suportes variados como pinturas tie-dye, a óleo e acrílica, com pigmentos naturais e sintéticos, como mica e purpurina; aquarelas, cerâmicas e uma instalação imersiva e interativa, que convida pequenos e adultos a se relacionarem de forma mais sensorial com a obra. O “interior” da alma, da vida e do campo se reflete nas obras, buscando uma harmonia entre opostos, da poética (amor, humanismo, maternidade) à política (equidade de gênero e luta antirracista), do rés-do-chão (flores, plantas, sementes, bolo de casamento, ambiente doméstico) ao transcendental (sonhos, utopias, devaneios), do belo ao imperfeito (natureza-morta, manchas e pigmentos aparentes nas telas), do geométrico ao orgânico, do técnico ao intuitivo, da placidez aos conflitos contemporâneos. Em comum, um amálgama de cores, vivas e marcantes.
Parte das obras foi produzida em Paris, durante a formação da artista na Escola Nacional Superior de Belas Artes (ENSBA) e nas suas viagens de aprendizado pela Índia, Itália, Camboja e Vietnã, com obras de 2009 até os dias atuais. Pinturas expandidas, de grandes dimensões e formatos, são outro destaque do projeto. É o caso de Volcano. Pintada em 2010, é uma tela de 2,50m por 2m, que une sagrado e profano, a religiosidade do interior do Estado com um toque cosmopolita, uma santa vestida com roupas carnavalescas e muito glitter. Aspecto texturizado da obra que só pode ser conferido na observação física do trabalho, ao vivo e em cores, revelando a singularidade da peça.
As instalações imersivas da artista são um convite à reflexão e debatem temas caros à sociedade como a misoginia. As obras são sempre colaborativas, para dar vez e voz a artistas mulheres dentro do mercado de arte, que historicamente renegou o protagonismo feminino. É o caso de Acomodados (2019), no acervo do MARP, uma estação que busca um elo entre a experiência do corpo acomodado e a realidade social. Os dados estatísticos mostram o quanto ainda estamos inertes frente a situações de desigualdade de gênero. “43% dos homens brasileiros acham que a mulher é responsável pelo cuidado com a casa”, lembra uma das almofadas bordadas sobre um aconchegante tapete vermelho no museu. Na exposição no FAMA, o Roda de Mães (2023) segue o mesmo conceito. Nas almofadas, frases provocativas sobre vida, morte e pertencimento: “Depois que fui mãe, virei feminista”, “Congela os óvulos”, “Não quero ser mãe”, “Eu fiz um aborto”, “Eu tive um parto orgástico”, “Não tive passagem, não entrei em trabalho de parto”. As frases foram feitas em colaboração com a doula Anna Gallafrio. O bordado é de Gabriela Michelini; os tapetes foram tecidos por Kika Elias.
Da curadoria à produção, é um projeto feito por mulheres, sob uma perspectiva feminina. O patrocínio é da empresa Atena Açúcar e Etanol. A produção é da Madri Produções Culturais e a curadoria de Paula Borghi. Mestre em Artes Visuais pela UFRJ, Paula atuou como curadora em diferentes projetos, como a 11ª Bienal do Mercosul, a 2ª Bienal de Havana e idealizou o premiado Projeto Múltiplo, biblioteca itinerante de publicações de artistas latinos. O rosa em todas as suas nuances é a cor predominante no trabalho, na vida e até no ateliê de Renata, mas o uso da cor, tantas vezes associada ao gênero feminino, ganha outros significados nas obras. Nem toda rosa é rosa ou mero adorno. “O que se tem é uma artista que problematiza a performatividade de gênero por meio da cor e reivindica iconografias circunscritas ao feminino, a fim de esgarçar os limites deste adjetivo no campo pictórico. A afirmação da performatividade do gênero feminino pela estética é a forma ativa que ela encontrou para marcar sua presença num ambiente predominantemente patriarcal. Como quem diz: Vai ter artista mulher fazendo pintura de natureza-morta com tons rosa, sim!“, comenta Paula Borghi, curadora da exposição Cores do Interior.
Carnavalesca, Renata já trabalhou com o carnaval e tira dessa festa da ancestralidade muito da inspiração para a sua arte. Há, em suas obras, telas com glitter e purpurina. Efeitos visuais e cores vibrantes que remetem à festa do Carnaval, mas também à luta contra a opressão feminina. Festa e luta são irmãs. Assim como a pintura e seu poder transformador.
Serviço
Exposições | Cores do Interior
De 07 de setembro a 31 de janeiro de 2024
Quarta a domingo, das 11h às 17h
Período
Setembro 7 (Quinta) 11:00 - Janeiro 31 (Quarta) 17:00
Local
FAMA Museu
Rua Padre Bartolomeu Tadei, 9 – Centro – CEP 13300-190 – Itu – SP

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Em sua primeira individual, Fred Lamego se volta para as formas e os vazios de uma Brasília monumental. A exposição Geometrias cadentes apresenta 15 fotografias produzidas entre 2020 e 2022
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Em sua primeira individual, Fred Lamego se volta para as formas e os vazios de uma Brasília monumental. A exposição Geometrias cadentes apresenta 15 fotografias produzidas entre 2020 e 2022 nas quais o artista registrou edifícios e espaços projetados como parte do projeto arquitetônico moderno de Brasília.
Fotógrafo desde os 15 anos de idade, ao longo do tempo tem especial interesse pelo espaço urbano e pela forma arquitetônica como expressão de relações e campos de força que se estabelecem no espaço das cidades. A mostra é resultado de um ano e meio de conversas de acompanhamento crítico entre o artista e a curadora Yana Tamayo e apresenta imagens que propõem uma abordagem mais intimista da materialidade concreta que sustenta a arquitetura moderna a partir de um olhar fragmentado e sensível desses espaços.
Nessas imagens podemos ver os esqueletos das famosas curvaturas de concreto que, vistas de perto, escapam das imagens totalizantes que conhecemos pelos cartões postais. As superfícies presentes nas fotografias de Fred Lamego vacilam: Pendulam entre o peso de uma antiga estrutura de pensamento – espécie de futuro do passado – jardins improváveis e a minúcia das texturas dos moldes manuais feitos em madeira e produzidos artesanalmente por milhares de mãos operárias.
Conversas com artistas e curadores
Durante o período das mostras, acontecem dois encontros com os artistas e as curadoras. No dia 19 de agosto, sábado, às 11h, Patrícia Bagniewski e Marília Panitz participam de uma conversa sobre processos de ateliê. No dia 2 de setembro, sábado, às 11h, Fred Lamego e Yana Tamayo abordam os processos imersivos do artista na cidade. Com entrada gratuita, as conversas são abertas ao público.
Serviço
Exposições | Geometrias cadentes
De 05 de agosto a 09 de setembro
De segunda a sexta, das 10h às 19h
Sábado, das 10h às 15h
Período
Setembro 7 (Quinta) 11:00 - Janeiro 31 (Quarta) 17:00
Local
Referência Galeria de Arte
202 Norte Bloco B Loja 11, Subsolo Asa Norte – Brasília - DF

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Localizada na sede da FGV, em Botafogo, no Rio de Janeiro, a FGV Arte será um espaço voltado à valorização e experimentação artística e a debates contemporâneos em torno da
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Localizada na sede da FGV, em Botafogo, no Rio de Janeiro, a FGV Arte será um espaço voltado à valorização e experimentação artística e a debates contemporâneos em torno da arte e da cultura, buscando incentivar o diálogo com setores mais criativos e heterogêneos da sociedade. A iniciativa pretende conectar, a partir de projetos artísticos, as escolas da FGV, tais como a Escola Brasileira de Administração Pública, a Escola de Economia, a Escola de Matemática Aplicada, a Escola de Ciências Sociais (CPDOC) e a Escola de Comunicação, Mídia e Informação. A FGV Arte prevê ainda seminários, oficinas metodológicas e cursos práticos de formação para as artes.
A exposição inaugural foi intitulada de A Quarta Geração Construtiva no Rio de Janeiro pelo curador Paulo Herkenhoff e ficará em cartaz, com entrada gratuita, até novembro de 2023. Na abertura, às 17h, será lançado o livro Rio XXI Vertentes Construtivas, também sob a concepção de Herkenhoff, que além de organizar a publicação, dirigiu o projeto editorial junto ao artista e designer gráfico Fernando Leite. O livro é o segundo volume da coleção, que se iniciou com Rio XXI Vertentes Contemporâneas, lançado em 2019.
A relação da FGV com a arte contemporânea vem sendo resgatada desde 2012, quando passou a editar publicações sobre diversas vertentes da arte e do design, a exemplo do livro Móvel brasileiro moderno.
“Ainda na década de 1940, a FGV promoveu um curso pioneiro no âmbito artístico que possibilitou a formação especializada para o campo gráfico – em forte expansão à época. A FGV Arte resgata a tradição de incentivo à arte da Fundação, buscando encorajar e desenvolver ainda mais o setor cultural no Rio de Janeiro”, avaliza o presidente da FGV, Carlos Ivan Simonsen Leal, que completa: “A importância do novo espaço se firma na promoção de diálogos multidisciplinares, algo que a Fundação tem em sua missão”.
“A FGV Arte surge em um movimento importante de revitalização do Rio de Janeiro”, diz Sidnei Gonzalez, diretor da FGV Conhecimento, um dos incentivadores do projeto: “O novo espaço abre com a intenção de apoiar a arte contemporânea brasileira e carioca. Local de produção de conhecimento, prospecção de novos artistas e promoção de diálogos, a FGV Arte se integra à cidade, ressaltando um dos seus grandes diferenciais: o setor artístico e seu engajamento criativo”.
Música e arte digital
Durante a abertura da FGV Arte, a esplanada da FGV será palco de um concerto com metais e percussão da Orquestra Sinfônica Brasileira. O repertório cria uma cronologia da música carioca, de Villa-Lobos ao funk.
E, pela primeira vez, a abóbada do auditório, projetado por Oscar Niemeyer, receberá um mapping original criado pela SuperUber, a partir das inspirações conceituais e das referências da exposição em cartaz. As projeções sobre a abóboda acontecem de segunda a sexta-feira, dia 15 de setembro, das 18 às 21h.
A exposição
A Quarta geração construtiva no Rio de Janeiro reúne 47 artistas cariocas: de origem, por adoção ou visitantes marcados pela cidade, sem limite geracional ou de linguagem, e sob curadoria de Paulo Herkenhoff, que definiu a cidade no século XXI “com novas perspectivas no campo social de circulação da obra de arte”.
Para o curador, o processo construtivo, retratado na exposição, permanece fortemente na cidade, com práticas contemporâneas em andamento. Foi a partir daí que Herkenhoff estabeleceu o conceito de “quarta geração construtiva”: “O século XXI coincide com a quarta geração construtiva, a etapa de maior abertura experimental da relação com a matemática, a topologia, o número, o acaso e improvisos, desastres e a crise do poder, num emaranhado de agendas políticas e conceituais, processos de subjetivação, a explosão do olhar da periferia e um novo ethos, a crítica institucional, a geometria sensível da América Latina, introdução de signos materiais da arte inauditos e o quase nada e o zero”.
Participam da coletiva os artistas [por ordem alfabética]:
Adriana Eu, Adriana Maciel, Alexandre Vogler, Allan Weber, Alvaro Seixas, Amalia Giacomini , Andrea Brown, Antonio Bokel, Bruno Veiga, Cadu, Carolina Ponte, Daniel Murgel, Deborah Engel, Delson Uchôa, Denilson Baniwa, Francisco Proner, Guilherme Santos Silva, Guilhermina Augusti, Heleno Bernardi, Heberth Sobral, Igor Vidor, Ismael Monticelli, Jefferson Medeiros, Joana Traub Csekö, Joelington Rios, Joey Seiler, Latoog, Lucas Ururah, Luiz Baltar, Luna Bastos, Lyz Parayzo, Marcelo Catalano, Marcelo Conceição, Marcelo Macedo, Marcelo Monteiro, Marcone Moreira, Maria Mazzilo, Michel Groisman, Mulambö, Osvaldo Carvalho, Paulo Vivacqua, Pedro Vitor Brandão, Tainan Cabral, Tantão, Thiago, Ortiz, Toz e Yhuri Cruz.
O livro
Com organização e direção editorial Paulo Herkenhoff e Fernando Leite, Rio XXI Vertentes Construtivas [288 páginas] é o segundo volume bilíngue [português e inglês], da coleção Rio XXI, desenvolvida pela FGV Conhecimento. A nova publicação relaciona as gerações precursoras dos movimentos atuais e suas formas de gerar o raciocínio construtivo nas artes visuais brasileiras.
Assinam textos nesta edição [na ordem em que aparecem na publicação] Leno Veras, Glória Ferreira, Paulo Herkenhoff, Sérgio Bruno Martins e Felipe Scovino; e textos adicionais por José Maria Dias da Cruz, Luiz Chrysostomo de Oliveira Filho, Luiz Camillo Osorio, André Pitol, Daniela Name, Guilherme Altmayer, Priscyla Gomes, Fernanda Lopes, Fernando Cocchiarale, Jefferson Medeiros, Christiane Laclau, Aldones Nino, Nathalia Grilo, Vovó Maria Carlota, Ricardo Gomes Lima, Natalia Quinderé e Wair de Paula. A publicação estará à venda a partir do final de novembro de 2023.
Coleção de arte
Concomitante à criação da FGV Arte, a Fundação Getulio Vargas está iniciando uma coleção de arte brasileira do século XXI. As primeiras obras incorporadas são uma escultura de Ascânio MMM e um trabalho de Xadalu Tupã Jekupé, artista indígena radicado em Porto Alegre. A coleção tem orientação e coordenação curatorial de Paulo Herkenhoff.
Serviço
Exposição | A Quarta Geração Construtiva
De 11 de setembro a 22 de dezembro
Segunda a sexta, das 10 às 20h, sábado e domingo, das 10 às 18h
Período
Setembro 11 (Segunda) 10:00 - Dezembro 22 (Sexta) 20:00
Local
FGV Arte
Praia de Botafogo 186, Rio de Janeiro - RJ

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A segunda exposição de 2023 do projeto “Ofício: Fio” convida o artista paraibano Martinho Patrício a apresentar seus trabalhos tridimensionais de diversas escalas, bem como criações pensadas especialmente para o
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A segunda exposição de 2023 do projeto “Ofício: Fio” convida o artista paraibano Martinho Patrício a apresentar seus trabalhos tridimensionais de diversas escalas, bem como criações pensadas especialmente para o espaço das Oficinas do Sesc Pompeia, entre 12 de setembro e 10 de dezembro de 2023.
O projeto “Ofício:” nasce em 2019 com a realização das exposições “Floresta D´Água” de Afonso Tostes e “Drama O´Rama” de Ana Mazzei, quando foi experienciada a marcenaria na edição Farpa. Com o advento da pandemia da Covid 19 em 2021, o projeto tomou os espaços virtuais em Ofício: Web, com as mostras “Combater ficção com ficção” de NewMemeseum, “Resiste!” de Roberta Carvalho e “#o.lhar” de Raquel Kogan. Em 2022, retornando aos corredores das Oficinas de Criatividade, foram realizadas as exposições “A Vida das Coisas” de Ana Prata e “Propostas de Reencantamento” de Marcela Cantuária, ao pensar o ofício da pintura em Mancha. No interesse em dar continuidade ao projeto Ofício, que toma os espaços de passagem das Oficinas de Criatividade com mostras que dialogam com as linguagens estabelecidas nos ateliês de criação artística e desenvolvimento educativo, pretende-se partir para a linguagem da arte têxtil como vetor discursivo para este ano de 2023.
O módulo “Ofício: Fio” pretende apresentar e problematizar junto ao público do Sesc Pompeia os elementos fundamentais e os caminhos das linguagens têxteis exploradas em temas comuns nas práticas do fazer artístico de Lídia Lisbôa e Martinho Patrício. O objetivo desta edição é apresentar artistas contemporâneos que fazem uso de fibras e tecidos em sua construção para a produção dos trabalhos artísticos, na pretensão do esgarçamento das relações entre a produção dita tradicional e o momento em que ela se encontra com o fazer contemporâneo, sendo um suporte artístico pouco estudado pela história da arte, mas que tem obtido certa visibilidade e abrangência nas atualidades.
Serviço
Exposição | Ofício: Fio: Martinho Patrício: Recorte
De 12 de setembro e 10 de dezembro
Terça a sexta, das 10h às 21h
Sábado e domingo, das 10h às 18h
Feriados: 10h às 18h
Período
Setembro 12 (Terça) 10:00 - Dezembro 10 (Domingo) 21:00

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Será inaugurada no dia 13 de setembro, a exposição “Elas Fazem Arte“, realizada pelo Instituto CPFL em parceria com a TV Cultura. Com a curadoria de Daniela Bousso, a mostra
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Será inaugurada no dia 13 de setembro, a exposição “Elas Fazem Arte“, realizada pelo Instituto CPFL em parceria com a TV Cultura. Com a curadoria de Daniela Bousso, a mostra apresentará 20 obras do acervo da emissora, criadas por artistas mulheres, e ficará em cartaz na sede do Instituto CPFL, em Campinas, até o dia 2 de dezembro.
Segundo Eneas Carlos Pereira, vice-presidente da TV Cultura, a parceria entre a Fundação Padre Anchieta e CPFL é um dos cases mais bem sucedidos da história da lei de incentivo à Cultura. “Remonta há 20 anos e tem no Café Filosófico sua grande realização. Nesse período, o Café Filosófico tornou-se uma grande marca e gerou inúmeros desdobramentos dessa parceria. O mais recente é essa exposição, com obras de grandes artistas brasileiras modernas e contemporâneas.”
“Ao longo dos nossos 20 anos, temos sediado diversas exposições que colocam a nossa cidade em destaque quando o assunto é arte. Nesta parceria com a TV Cultura, estamos trazendo mais uma exposição que nos enche de orgulho por ter como protagonista a mulher. Entendemos que uma das formas de apoiarmos a equidade entre gêneros, passa por viabilizarmos projetos artísticos como esse, já que a participação feminina na história da arte brasileira se fortaleceu somente a partir do Modernismo”, comenta a head do Instituto CPFL, Daniela Ortolani Pagotto.
Sobre a Exposição
Os três eixos principais que dão vida à mostra são “Tendências Abstratas da Arte”, “Cidades” e “Conceitualismos”. Eles convidam o público a um passeio pelas obras das artistas Adriana Varejão, Amélia Toledo, Anna Bella, Beatriz Milhazes, Carmela Gross, Cristina Canale, Flavia Junqueira, Gê Viana, Kimi Nii, Leda Catunda, Mag, Mag Magrela & Eveline Sin, Crica, Mari Mats, Maria Bonomi, Marina Saleme, Suppa, Geiger, Tatiana Blass, Teresa Viana e Tomie Ohtake.
As mulheres selecionadas no acervo da TV Cultura configuram um recorte voltado não somente à presença das mulheres na arte, mas também a aspectos políticos. “Tal como nas obras de Anna Bela Geiger, Adriana Varejão e Beatriz Milhazes, que referenciam questões pós-coloniais e a história do nosso país. A coleção, criada a partir de critérios abertos a cada programa, configura um período da arte brasileira, entre os anos 1988 e 2023”, explica Daniela Bousso, curadora da exposição.
Serviço
Exposição | Elas Fazem Arte
De 13 de setembro a 2 de dezembro
Segunda a sexta-feira, das 9h às 18h; sábado e feriados: 10h às 16h; domingo – fechado
Período
Setembro 13 (Quarta) 09:00 - Dezembro 2 (Sábado) 18:00
Local
Galeria de Artes do Instituto CPFL
R. Jorge de Figueiredo Corrêa, 1632 - Chácara Primavera - Campinas - SP

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O artista plástico Luiz Alphonsus abre sua primeira mostra individual na Galeria Clima do Rio de Janeiro – intitulada de Cosmos – no dia 14 de setembro de 2023,
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O artista plástico Luiz Alphonsus abre sua primeira mostra individual na Galeria Clima do Rio de Janeiro – intitulada de Cosmos – no dia 14 de setembro de 2023, com um conjunto de obras da série “Pinturas Cósmicas”. São ao todo 17 trabalhos em acrílico sobre tela e uma instalação que é uma junção da sobreposição de planos e perspectivas entre escultura e pintura, sendo 3 trabalhos inéditos.
“Embora tenha começado a desenvolver essa série desde 1970, todos os trabalhos da mostra são produções do século XXI (dos anos 2000 e 2010), sendo que 3 em 2023”, diz o artista.
“Com esses 3 trabalhos inéditos, intitulados Gravitação, volto aos formatos menores da década de 1970, mas continuando a desenvolver essa série cósmica a partir de novas técnicas e novos pensamentos”, diz o artista.
Mineiro de Belo Horizonte, nascido em 1948, Luiz Alphonsus (de Guimaraens) vive e trabalha no Rio de Janeiro no Leblon, onde convive com a formações geográficas de montanhas que estão presentes em vários de seus trabalhos, entre eles fotografia, pintura, instalações e esculturas.
Em 1969, no Rio de Janeiro, funda a Unidade Experimental do MAM-RJ com Frederico Morais, Guilherme Vaz e Cildo Meireles. No ano seguinte, participou da exposição efêmera organizada por Frederico Morais, Do corpo à terra, com o trabalho Napalm, uma faixa plástica em que o artista ateou fogo em referência à Napalm, bombas incendiárias lançadas na Guerra do Vietnã. Do corpo à terra, foi um marco na vanguarda da arte brasileira.
O artista é precursor da Land Art no Brasil com trabalhos como Negativo/Positivo (1970) e encontro num ponto (1970), obras que Alphonsus realiza a partir de intervenções na natureza.
No MAM – RJ fez importantes exposições, como a Coração 7/7/77 (1977), que além de ser um discurso emocional sobre as questões populares, enfrentou imposições da censura vigente durante a Ditadura Militar. Alguns anos antes havia participado da IX Bienal de Paris (1975), França, e da 11º bienal de SP em 1971.
No final dos anos 1970, realizou a série de fotografias “Bares Cariocas”, retratando botequins de rua do Rio de Janeiro. Com essa questão da visão conceitual e popular, criou em 1980 o trabalho Conceitual Caboclo, instalação com uma faixa de plástico com inscrições, quatro garrafas de vidro e uma vela que pode ser apresentada tanto acesa quanto apagada.
Luiz Alphonsus expôs também internacionalmente, em 1992 apresentou a obra O observador e o passante – versão africana – em individual no Centro de Estudos Brasileiros na cidade de Maputo, Moçambique. Pela América Latina participou das exposições Nano Stockholm (2009), com curadoria do Grupo DOC do Rio de Janeiro, que passou pela ArtBo Colômbia e por cinco capitais brasileiras. No México integrou a mostra Noches Fieras (2018/2019), no Museo Universitario del Chopo.
Em 2005 realizou uma grande retrospectiva de sua obra dentro da coleção Gilberto Chateubriand, no MAM-RJ, com curadoria de Fernando Cocchiarale. E em 2019 um panorama completo de sua produção na exposição Cartografia Poética, com curadoria de Daniela Name, no BNDES.
Serviço
Exposição | Cosmos
De 15 de setembro a 30 de novembro
Segunda a sábado, 10h às 22h e domingo e feriados: 14h às 22h
Período
Setembro 15 (Sexta) 10:00 - Novembro 30 (Quinta) 22:00
Local
Galeria Clima
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A Pinacoteca de São Paulo, museu da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, inaugura a exposição Alex Červený: Mirabilia, no 2º andar do edifício
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A Pinacoteca de São Paulo, museu da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, inaugura a exposição Alex Červený: Mirabilia, no 2º andar do edifício Pinacoteca Estação.
A mostra panorâmica apresenta o universo iconográfico do artista em mais de 40 anos de carreira, com ênfase em sua pesquisa sobre viagens, reais ou oníricas, misturando personagens bíblicos, mitológicos, ícones pop e ilustração científica. Com curadoria de Renato Menezes, a exposição contempla trabalhos fundamentais, reunindo obras como Quem não chora não mama (1999), uma das primeiras que realizou, e Aquífera, que esteve na 23ª Bienal de Sydney, em 2021, além de duas pinturas inéditas feitas especialmente para a mostra.
Alex Červený (1963) iniciou sua produção artística nos anos 1980. Desde então, ele vem criando um conjunto de trabalhos que o coloca entre os artistas mais originais e inventivos de sua geração. A mostra na Pinacoteca reúne mais de cem obras, entre azulejos, cerâmicas policromadas, esculturas de bronze, pinturas e gravuras, fruto de um apanhado de referências muito diversas, articuladas com muita erudição e humor, mas que dão conta de demonstrar o que o passado é a matéria-prima de seu trabalho, parafraseando o próprio artista. Com rigor e coerência plástica, o artista criou um universo particular em que o ser humano, a palavra, a paisagem e o céu são os protagonistas.
SOBRE A EXPOSIÇÃO
Alex Červený: Mirabilia é a exposição mais abrangente do artista, e ressalta o uso de suportes diversos com os quais trabalha. Dominando a técnica da pintura em cerâmica com destreza, Červený produziu uma série de trabalhos em azulejo, no qual o conjunto constitui o maior já apresentado até hoje. São 20 peças de azulejo e 7 pratos de cerâmica. Além disso, estão dispostas na sala expositiva uma coleção excepcional de esculturas em bronze, que configuram um conjunto de símbolos muito próprios do artista, retomados em outros trabalhos como Glossário dos nomes próprios (2015) e Para além do bem e do mal (2015).
De formação independente, Červený tem uma produção prolífica, caracterizada pelo exercício constante de revisitar o próprio trabalho e temas retratados em suas obras. Paisagens amplas em que aparecem imagens de sonhos e fantasias, ícones pop e figuras mitológicas; elementos da natureza como água, fogo e terra; figuras masculinas de braços levantados; imaginários de início do mundo e do apocalipse. São diversas as referências do artista paulistano vistas em obras fundamentais, como um conjunto de cinco pinturas em pequeno formato, considerado seu primeiro exercício em pintura a óleo, Sair, fazer compras, ver gente bonita, pegar um cineminha!
(2012) e Guanabara (2011).
Duas pinturas panorâmicas foram realizadas especialmente para a mostra na Pinacoteca. Para Cándido López (2023) é uma homenagem ao artista argentino que perdeu parte do braço direito ao lutar na Guerra do Paraguai. Ao reaprender a pintar com a mão esquerda, tornou-se um célebre pintor de cenas panorâmicas de batalha. Luz del Fuego (2023) coloca a dançarina brasileira Dora Vivacqua (Espírito Santo, 1917-1967) no centro do quadro, homenageando a personagem conhecida por adestrar serpentes. No quadro, o artista revisita temas caros ao seu repertório iconográfico, entre os quais a ilha, como alegoria da solidão, e a nudez, como signo da vulnerabilidade do corpo no mundo.
Serviço
Exposição | Alex Červený: Mirabilia
De 16 de setembro a 10 de março de 2024
Quarta a segunda, das 10h às 18h.
Às quintas-feiras, o museu permanece aberto
até 20h e a entrada é gratuita após as 18h
Período
Setembro 16 (Sábado) 10:00 - Março 10 (Domingo) 18:00
Local
Pina Estação
Lg. General Osório, 66, São Paulo - SP

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O direito de ir e vir é igual para todas as pessoas? Como seria uma cidade pensada por e para as mulheres na sua diversidade – negras, com deficiência, lésbicas,
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O direito de ir e vir é igual para todas as pessoas? Como seria uma cidade pensada por e para as mulheres na sua diversidade – negras, com deficiência, lésbicas, grávidas, trans, idosas, mães? A Exposição Cidade Mulher discute esse tema para promover uma reflexão sobre o acesso, a mobilidade e o direito das mulheres à cidade.
A Exposição Cidade Mulher fica em cartaz no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, onde ocupa quatro salas com intervenções artísticas, instalações e vídeos que abordam assuntos como a participação das mulheres no planejamento das cidades, mobilidade urbana, assédio e segurança no transporte público, direito das mulheres a uma vida sem violência e à moradia digna, entre outras pautas urgentes para construirmos cidades seguras e acessíveis para todas as pessoas.
“As perspectivas das mulheres são fundamentais para pensarmos em cidades mais acessíveis, inclusivas e sustentáveis. Diversas especialistas, ativistas e artistas estão propondo soluções para nossas cidades, e a Exposição Cidade Mulher busca visibilizar suas ações e intervenções urbanas, que apontam caminhos para cidades melhores para todas as pessoas”, afirmam Claudia Alencar, Juliana Câmara e Leonardo Bungarten, idealizadores e produtores da exposição.
A exposição foi concebida coletivamente, reunindo vozes dos campos da arquitetura e do urbanismo, da comunicação, da assistência social, da educação, da cultura e das artes. Com pesquisa de Renata Saavedra e colaboração de Clarisse Linke, Giordana Moreira, Hilda Gomes, Rafaela Albergaria e Tainá de Paula, a exposição reúne depoimentos da transativista Bárbara Aires, de Carolina Santos do Coletivo Inclusivas, da curadora de arte Isabel Portella, de Val Munduruku, do grupo Suraras do Tapajós, e diversas outras ativistas e artistas. A exposição conta ainda com obras das fotógrafas Claudia Ferreira e Camila Kamillo e intervenções dos coletivos Deixa Ela em Paz, Vem pra Luta Amada, Facção Feminista Cineclube e AmoCrew.
A programação de abertura, no dia 16 de setembro, contará com a participação da DJ Bieta, artista multimídia que transita pelas batidas de raiz africana e música brasileira; Slam das Minas, uma batalha poética em busca da potência artística das mulheres; e Baque Mulher, movimento liderado pela Mestra Joana, a primeira e única mulher a comandar o tradicional ritmo Maracatu de Baque Virado.
Mediada por mulheres, a exposição é gratuita e está disponível para visitação de segunda a sábado, das 10 às 18h, até 16 de dezembro. A mostra conta com audiodescrição, legendagem e tradução em Libras – a Língua Brasileira de Sinais. Haverá ainda oficinas de música, dança e serigrafia, sessões de cineclube e rodas de conversa ao longo da exposição, em programação a ser divulgada em breve.
Com idealização da Festum, a exposição tem apoio da Lei de Incentivo à Cultura / Ministério da Cultura, Prefeitura do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Cultura e Centro Municipal de Artes Hélio Oiticica e patrocínio da Meta. A Exposição Cidade Mulher faz parte de uma plataforma sobre acessibilidade, mobilidade e diversidade que inclui também as exposições Cidade Acessível e Cidade 60+.
Serviço
Exposição | Cidade Mulher
De 16 de setembro a 16 de dezembro
Segunda a sábado, das 10h às 18h
Período
Setembro 16 (Sábado) 10:00 - Dezembro 16 (Sábado) 18:00
Local
Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica
Rua Luís de Camões 68, Praça Tiradentes, Centro, Rio de Janeiro - RJ

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Exposição inédita da artista cubano-americana Ana Mendieta (1948-1985) que contará com 21 filme-performances gravados em Super 8, 16 mm e Betacam entre 1972 e 1981, e fotografias de natureza auto-performativa.
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Exposição inédita da artista cubano-americana Ana Mendieta (1948-1985) que contará com 21 filme-performances gravados em Super 8, 16 mm e Betacam entre 1972 e 1981, e fotografias de natureza auto-performativa. Duas exposições em uma, o projeto apresenta ainda uma exposição coletiva com artistas contemporâneas de diferentes gerações cujo trabalhos dialogam (in)diretamente com a obra da artista.
Com curadoria de Daniela Labra, curadoria adjunta de Hilda de Paulo e assistência de Maíra de Freitas, a exposição “Ana Mendieta: Silhueta em Fogo” apresenta um panorama da vida e da obra de uma das artistas mais emblemáticas da arte contemporânea. Suas obras se materializam em diferentes suportes estéticos, sendo originais e contundentes, fazendo da artista uma pioneira na investigação da poética relativa ao corpo, ecologia, feminilidade arquetípica, ancestralidade, cura, ecologia, crítica e performatividade. Além da extensa perspectiva conceitual atrelada à feitura dos trabalhos, Mendieta explorou outros temas em linguagens como fotografia, esculturas em madeira e argila, desenhos, intervenções rurais e ações em espaços domésticos.
Múltiplos e interculturais, seus trabalhos se tornaram uma referência para artistas de diferentes gerações. Os temas de reflexão se desdobram até hoje em extensas experimentações artísticas e práticas transdisciplinares. Assim, nasce a exposição “terra abracaminhos”. A mostra apresenta artistas de diferentes gerações, “filhas da ‘mestiza’ e da diáspora fronteiriça, como pensou a filósofa Gloria Anzaldúa, na década de 1980”. Os trabalhos das artistas convidadas se apresentam em diversas mídias, incluindo performances presenciais, cujas propostas estéticas, mais uma vez, têm pontos de contato com as de Ana Mendieta.
Programação Integrada: plenárias e ciclo de performances
Como importante momento de reflexão sobre o fazimento artístico em diálogo com as teorias feministas, a exposição contará com uma vasta programação integrada, reunindo as plenárias “Falar em Línguas” que se estruturam como uma programação de palestras e diálogos que propõem criticizar teorias do conhecimento hegemônicas e expor epistemologias ainda escamoteadas pela colonialidade do saber. A programação contará ainda com um ciclo de performances e um cine clube. Mais informações em breve.
A exposição oferece recursos de acessibilidade.
Serviço
Exposição | Ana Mendieta: Silhueta em Fogo e terra abrecaminhos
De 19 de setembro a 21 de janeiro
Terça a sábado, das 10h às 21h domingo e feriado, das 10h às 18h
Período
Setembro 19 (Terça) 10:00 - Janeiro 21 (Domingo) 21:00

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A exposição Trajetos de Identidade apresenta 36 trabalhos entre pinturas, esculturas, vídeos-performances, desenhos e fotografias de performances que registram o processo de natureza investigativa, relacionando materialidades a
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A exposição Trajetos de Identidade apresenta 36 trabalhos entre pinturas, esculturas, vídeos-performances, desenhos e fotografias de performances que registram o processo de natureza investigativa, relacionando materialidades a conceitos imateriais, realizado ao longo dos últimos três anos. Filha de imigrantes coreanos, Bel Ysoh aborda questões de pertencimento relacionadas à vida de imigrantes e questiona normas de conduta social características da cultura coreana.
Bel Ysoh busca reflexões acerca da formação de individualidades em trabalhos que remetem e confrontam ícones culturais coreanos – Jarros Lua, cerimônia do chá e regras de comportamento. A cor branca, que nas convenções ocidentais representa ideais como pureza, vazio e minimalismo, para a artista revela formas de opressão e apagamento, ao velar, maquiar e esconder. Em seus objetos tridimensionais, Ysoh aplica uma camada de pasta de porcelana branca sobre a cerâmica, de modo que a peça rejeite o material e descasque.
Outros processos de descamação e raspagem constituem as obras expostas, muitas delas retratos e autorretratos. “As pequenas fraturas aludem à violência de certas normas morais, sobretudo, aquelas que ditam bons modos ao corpo feminino”, comenta Heloisa Spada, curadora do Museu responsável pela exposição. Para Bel Ysoh, a mostra “compila algumas provocações, a fim de gerar, movimentar e fomentar reflexões orbitantes dos anseios que permeiam a existência do ser humano”.
Trajetos de Identidade foi selecionada dentre os 166 projetos inscritos na segunda edição do edital de exposições temporárias – direcionada para artistas que ainda não haviam realizado mostras individuais em museus ou galerias – uma das ferramentas utilizadas pelo MAC USP para incentivar a produção artística contemporânea, oferecendo espaço para sua difusão e acesso do público.
Serviço
Exposição | Trajetos de Identidade
De 30 de setembro a 07 de janeiro
Terça a domingo, das 10h às 21h
Período
Setembro 30 (Sábado) 10:00 - Janeiro 7 (Domingo) 21:00
Local
MAC USP
Avenida Pedro Álvares Cabral, 1301 – Ibirapuera - São Paulo - SP

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Paulistano da zona leste, Wagner Celestino nasceu em 1952, e aos sete anos de idade, no auge do Carnaval da Vila Esperança, um dos festejos de rua mais populares
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Paulistano da zona leste, Wagner Celestino nasceu em 1952, e aos sete anos de idade, no auge do Carnaval da Vila Esperança, um dos festejos de rua mais populares da região, encantou-se pelos desfiles da Nenê de Vila Matilde. A partir daquele momento, seu olhar voltou-se para os desfiles de escolas de samba da cidade, como Vai-Vai, Camisa Verde e Branco, Mocidade Alegre, Rosas de Ouro, Peruche e outras agremiações. Da Ala das Baianas à Velha Guarda, o pequeno folião aprimorou um talento: registrar em fotografia e ser o guardião de imagens que aprenderia a captar para preservar a história de protagonistas e manifestações da cultura popular afro-brasileira.
Fotógrafo autodidata, Celestino desenvolveu aptidões necessárias para a revelação e ampliação de imagens, mas, principalmente, para a descoberta sobre a sua própria linguagem estética. Ao fazer um estágio no Museu Lasar Segall, na segunda metade da década de 1970, ele teve a oportunidade de usar o laboratório do espaço, o que lhe deu confiança e autonomia para se lançar no ofício. Aliás, também foi nesse ambiente que as obras expressionistas de Lasar Segall (1889-1957), artista lituano radicado no Brasil, inspiraram o olhar de Celestino, assim como a fotografia do brasileiro Walter Firmo e do estadunidense Gordon Parks (1912-2006). Somam-se, ainda, o fotojornalismo do Jornal da Tarde e da Revista Realidade. De lá para cá, a câmera analógica de Celestino vem focando diferentes manifestações culturais afro-brasileiras em comunidades da capital e do interior de São Paulo.
Na exposição Constelação Celestina – primeira exibição solo do artista –, que marca o início das atividades do Sesc 14 Bis [Leia mais em Estrelas urbanas], o público poderá apreciar alguns registros da trajetória desse artista notável por transitar entre o artístico e o documentário investigativo. Com curadoria de Claudinei Roberto, a exposição reúne obras que percorrem décadas de atuação de Celestino, propondo um passeio por grandes projetos organizados pelo fotógrafo. Um desses exemplos é o conjunto de imagens feitas no final da década de 1980 sobre a vida nos cortiços da cidade, resultando no livro Os Cortiços – A realidade que ninguém vê, com prefácio de dom Paulo Evaristo Arns (1921-2016). “Nessa ocasião, Celestino fez uma série de fotos do que eu chamo de ‘madonas negras’. São mães e seus filhos, que ele fez com uma sensibilidade muito aflorada e conseguiu trazer à tona a dignidade e a inteireza dessas famílias. Isso porque ele conhece a realidade que fotografa, ele participa dela, é um membro da comunidade que fotografa, por isso a gente percebe essa densidade política nessas fotos”, analisa Roberto.
Nas palavras do próprio fotógrafo, “atrás do visor da câmera existe uma pessoa com sua formação intelectual própria, com seus conhecimentos e posicionamentos ideológicos e culturais, consequentemente, estes ideais se refletem no fazer e ações fotográficas”. Ao que Celestino complementa: “espero que o meu trabalho fotográfico possa contribuir concreta e positivamente nesta luta constante contra o racismo e para ressaltar a relevância da nossa cultura popular afro-brasileira”.
Serviço
Exposição | Constelação Celestina
De 6 de outubro de 2023 a 7 de abril de 2024
Terça a sábado, das 10h30 às 20h30. Domingos e feriados, das 10h30 às 18h30. GRÁTIS
Período
Outubro 6 (Sexta) 10:30 - Abril 6 (Sábado) 20:30
Local
Sesc 14 Bis
Rua Dr. Plínio Barreto 285, Bela Vista, São Paulo - SP

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Daniel Senise é reconhecido sobretudo como pintor. Interessado na materialidade do mundo, manufatura suas próprias “tintas”, produzidas não com pigmentos, mas com resíduos que se acumulam em
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Daniel Senise é reconhecido sobretudo como pintor. Interessado na materialidade do mundo, manufatura suas próprias “tintas”, produzidas não com pigmentos, mas com resíduos que se acumulam em locais abandonados repletos de vivências e memórias soterradas pelo tempo. Tais resíduos são coletados por meio de um processo moroso de decalque, cujos resultados são frutos de certo acaso. O atelier do artista torna-se, assim, um repositório de matéria coletada que abriga o gérmen de renovadas paisagens.
Esta exposição reúne, dentre a vasta produção do artista, obras que partem dos lugares que ele habita e que lhe são caros: a casa, o atelier e o museu. A casa surge como lugar de memórias pessoais, o atelier abriga o trabalho minucioso de transferir a matéria coletada para a superfície das telas, enquanto o museu, situado no limite entre pintura e fotografia, exerce seu poder de reenquadrar a arte e sobrepor camadas de múltiplos significados. Dentre os museus e espaços associados à arte, Sem título, Bienal de São Paulo apresenta o icônico vão do edifício da Bienal como dobra arquitetônica. Avistado através do alinhamento de pilares circulares, o espaço regrado transmuta-se em espaço miragem.
Os lugares aqui apresentados não são dóceis, ágeis ou rapidamente decifráveis. Alinhados ao processo de criação do artista, exigem do observador tempo e disposição de olhar. Temas recorrentes na pintura e na história da arte, por exemplo, são tratados por meio de uma espécie de lente que altera elementos habitualmente presentes no mundo. Ela que não está evidencia esse modo particular de observação. Ao revisitar um afresco de Giotto, pintor italiano do início do Renascimento, Senise registra e destaca uma falha, marca da ausência de pigmento no corpo da obra, sublinhando o que lá não está.
Na variedade das obras configura-se um vasto território comum de presenças ausentes. O conjunto, tomado como um itinerário biográfico, nos remete ao título de uma série que permeia toda a exposição. A mostra termina no corpo-matéria dos tijolos que são simultaneamente paisagem e revestimento, arquitetura e obra. Matéria transmutada. Memórias que mobilizam tempo e espaço transfigurados num exímio exercício tátil de olhar.
Serviço
Exposição | Biógrafo
De 07 de outubro a 10 de março
Terça a domingo das 10h às 21 h
Período
Outubro 7 (Sábado) 10:00 - Março 10 (Domingo) 21:00
Local
MAC USP
Avenida Pedro Álvares Cabral, 1301 – Ibirapuera - São Paulo - SP

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Primavera Silenciosa baseia-se em uma pesquisa curatorial focada na arte produzida por artistas indígenas da América Latina, e propõe uma coexistência com outras expressões artísticas que estão
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Primavera Silenciosa baseia-se em uma pesquisa curatorial focada na arte produzida por artistas indígenas da América Latina, e propõe uma coexistência com outras expressões artísticas que estão profundamente enraizadas em tradições ligadas aos lugares aos quais pertencem. A poética criativa dos artistas da exposição celebra a pluralidade e a atenta relação de escuta com a natureza, ao mesmo tempo em que mantém aberto um espaço para o olhar crítico. As obras pretendem fortalecer as nossas formas de ver e viver o mundo, incentivando assim uma relação sustentável com o ambiente, que não é nova, senão ancestral, mas que muitas vezes tem sido silenciada.
Em 1962, Rachel Carson publicou um livro, Primavera Silenciosa, sobre os efeitos nocivos da poluição agroquímica que, além de seus estudos científicos, criou uma alegoria que vislumbrava como as ações e comportamentos sociais afetam os ciclos da natureza. Essa publicação dá título a esta exposição, que tomando como ponto de partida a visão de Carson, articula três eixos. Um central, que trata das diversas formas como os artistas falam sobre assuntos sagrados, preservação e regeneração diante do caos e dos desastres ambientais, ao mesmo tempo que o onírico se faz presente como forma de ver o invisível. Aqui, o conhecimento transmitido oralmente de geração em geração encontra forma de manifestação na prática da arte.
Devido ao contexto de suas experiências, esses artistas tendem a desenvolver obras com notável densidade simbólica e suas pesquisas revelam componentes de importância histórica ao registrar suas ancestralidades e suas relações com o meio ambiente. O segundo eixo aborda questões de exotização, racialização, extermínio e silenciamento dos povos indígenas, os quais têm sofrido com tentativas de extermínio e, junto com eles, extinguir também suas visões de mundo e saberes, tão ligados à natureza. Por fim, um terceiro eixo trata do extrativismo da terra, da privatização da água, das doenças, da acumulação e reciclagem de resíduos e da industrialização, produtos do Capitaloceno que Andreas Malm descreve bem como “a geologia não da humanidade, mas da acumulação de capital”, apontando-a como a principal causa da crise ambiental.
Por fim, a exposição convida-nos a pensar sobre os gatilhos que levaram a uma inflexão ambiental: o devastador Capitaloceno e o extermínio racial das comunidades indígenas. Os exercícios de reflexão propostos por Primavera Silenciosa questionam até onde pode chegar essa coexistência: se toda a humanidade tivesse adotado o mesmo respeito pela natureza que as cosmovisões indígenas, estaríamos hoje nesta situação antropocênica? Quando conseguimos ouvir, ver e sentir o mundo inteiro com mais clareza, e conseguimos identificar a importância que há em cada gesto, em cada marca deixada por cada ser, nos vemos simplesmente como um entre milhões, com uma capacidade limitada e quase insignificante de ação? Ou, pelo contrário, abraçamos a nossa capacidade de impacto como parte de uma coletividade e confrontamos o poder das nossas próprias ações transformadoras?
Curadoria de Alexia Tala
Serviço
Exposição | Primavera Silenciosa
De 07 de outubro a 20 de dezembro
Segunda, das 10h às 18h, terça a sexta, das 10h às 19h e sábado, das 11h às 17h
Período
Outubro 7 (Sábado) 10:00 - Dezembro 20 (Quarta) 18:00

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Escreva sobre a sua experiência sensível frente às obras. Não exatamente nessa ordem ou com essas palavras foi o convite generoso de Eduardo Haesbaert. Ao convite, excitação.
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Escreva sobre a sua experiência sensível frente às obras. Não exatamente nessa ordem ou com essas palavras foi o convite generoso de Eduardo Haesbaert. Ao convite, excitação. Nas obras, violência e sutileza. Na folha em branco, um lastro tênue.
A palavra. Entulho. Massacre. Treva. Relâmpago. Árvore Genealógica. Matrioska, madre, fogo. Labareda. Vendaval. Suspensão. No alto da colina, um rio que passa. A alma do rio, água do céu.
E, assim poderia continuar em justaposições e deslocamentos, partilhando a mesma matéria, perto demais. “Encontrar palavras para aquilo que temos diante dos olhos é qualquer coisa que pode ser muito difícil. Mas, quando chegam, elas batem com pequenos martelos contra o real até arrancarem dele a imagem, como de uma chapa de cobre”, escreveu, certa vez, em carta, Walter Benjamin (1892-1940). Pensei nos desenhos, pinturas e monotipias de Eduardo, figurações não representativas no lugar das palavras. Assim, a fim de que o presente texto se atenha à própria função, gostaria de percorrer o caminho entre palavra, imagem e real até esticar e estender o convite generoso desse artista de ateliê — como ele gosta de ser chamado.
Rasgo. Lastro. Real. Captura-me nas obras de Eduardo um tênue lastro com o real. É nesse lastro tênue, que vejo a força e a delicadeza das obras. Vejo, com os olhos do estômago, logo acima do umbigo. É que a palavra rasga, escancara, esvazia e nem sempre a gente assim deseja. Elíptico? Rastros! Vejo você em cores.
São nas palavras soltas dos títulos das obras que encontramos as pistas para isso que chamei tênue lastro com o real. Mas não só. Podemos encontrá-las também em sua figuração não representativa. Uma figuração que remete à estrutura dos sonhos, aos restos do dia, recolhida entre detritos de imagens. Com efeito, no trabalho de Eduardo as figuras, na maioria das vezes, são apenas vislumbradas, não chegando até a clareza da forma. Condizente com nosso tempo, o artista parece coletar detritos entre os resíduos da inundação de imagens que nos submergem. Teve um tempo em que saia para fotografar, contou. Hoje não. Hoje coleta resíduos de imagens na fricção do material com a experiência da realidade sensível.
Sonho: rearranjo psíquico apto a estranhar elementos não necessariamente conscientemente apreendidos em estado de vigília. Imagens oníricas correspondentes. O barulho do despertador, o apito do trem. Procedimentos de decalagens. Como não lembrar do fascínio que despertaram entre os surrealistas? Mas, retornemos aos restos do dia, das imagens e da memória que estranhados tornam-se matéria prima de desenhos, monotipias e pinturas de Jardins Selvagens.
Se o ato experimental de Eduardo se desdobra da gravura em metal (seu ofício, sua matriz vivencial) em desenho e pintura, o ato experiencial que ele nos convida se desdobra da materialidade da obra para aquilo que dela escapa. O real. Sinalização. Relâmpago. Árvore genealógica. Matrioska. Madre. Alma do rio. Na contemporaneidade, grande parte das proposições estéticas, mascaram nossa percepção. Aturdidos, vemos, vemos e vemos e nada apreendemos. É na contramão, que, pó, tinta, linha, cor “batem com pequenos martelos contra o real até arrancarem dele a imagem” e nos provocam a libertar a imaginação.
Benjamin, em suas reflexões sobre os surrealistas, curiosamente narra uma anedota atribuída a Leonardo da Vinci (1452-1519). Teria o pintor renascentista molhado uma parede e orientado os pupilos a utilizarem-na como “modelo vivo”, encontrando nela “tudo aquilo de que precisassem: batalhas, corpos de mulheres e animais”. Cá estamos, de volta aos italianos. Ao encontro do artista com o artesão.
Na juventude, Eduardo ganhou um prêmio, uma viagem à Itália. Lá se deparou com os enormes afrescos de Giotto (1267-1337) e as gravuras de Piranesi (1720-1778). História da arte, citação e ponto de partida. Certas vezes, ele cita para desmontar. Constrói toda a cena, o Jardim das Delícias, por exemplo, e então entinta em denso preto. Para abrir luz, ele fere a fibra do papel. Rasga rio, alma, labaredas. Línguas de fogo impressas em negativo. Entintamento, sujidade, rasgo, termos utilizados pelo artista para descrever o seu saber fazer. Desse e de outros modos, ele questiona os materiais tradicionais da arte. São pequenas ironias, afirmou. Mas aqui abre-se todo um novo campo de discussão. Então voltemos ao sonho, esse ulterior tipo de citação.
Há um dito popular que para Freud ilustra a fonte e os estímulos do sonho: “Sonhos vêm do estômago”. É no “estômago” — entendido aqui como representante de uma percepção estética ampliada — que o trabalho de Eduardo Haesbaert encontra e extrai sua fonte de estímulos. Porque todo olhar é assombrado (no mínimo, pelas próprias marcas psíquicas) e, como as figuras da parede molhada de Leonardo, projeta para além do papel detritos de um mundo que desmorona e que não chega até a clareza da consciência. O lastro tênue. Aqui a resposta ao convite feito; o convite que, a meu ver, as obras ecoam; o convite que gostaria de lhes estender. Um convite para, tal qual o artista, mergulhar nos fragmentos dessa realidade que desaba, mas que se conserva em cada pedaço desagregado. Potência de vida. Jardim Selvagem.
Clara Figueiredo
Serviço
Exposição | Jardim Selvagem
De 07 de outubro a 16 de dezembro
Segunda a Sexta das 10h às 19h. Sábado das 10h às 13h30
Período
Outubro 7 (Sábado) 10:00 - Dezembro 16 (Sábado) 19:00
Local
Bolsa de Arte
Rua Mourato Coelho, 790, Vila Madalena - São Paulo - SP

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O Memorial da Resistência de São Paulo, museu da Secretaria de Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo, apresenta a exposição Mulheres em Luta! Arquivos
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O Memorial da Resistência de São Paulo, museu da Secretaria de Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo, apresenta a exposição Mulheres em Luta! Arquivos de Memória Política, com curadoria de Ana Pato. A mostra tem como fio condutor o acervo de história oral do Memorial da Resistência que compõe o programa Coleta Regular de Testemunhos, com depoimentos de mulheres que vivenciaram a violência de Estado no período da Ditadura Civil-Militar (1964-1985) e na Democracia.
Olhar para o período da Ditadura Civil-Militar sob a perspectiva de gênero é a linha que tece esta exposição, e através dos testemunhos, abordamos as lutas coletivas de mulheres por Memória, Verdade e Justiça e por direitos fundamentais. Pelo que lutam? Como lutam? Quais são suas histórias?
Luta por Memória, Verdade e Justiça
Começamos com um convite à escuta de testemunhos da Coleção Memórias da Ditadura Civil-Militar, na instalação partitura da escuta (2023), de Bianca Turner. As narrativas dessas mulheres nos levam a percorrer outros arquivos, como o de Inês Etienne Romeu, única sobrevivente do centro clandestino de tortura conhecido como Casa da Morte, em Petrópolis/RJ.
Sua coragem para enfrentar o aparato repressivo da Ditadura motivou uma campanha internacional por liberdade, da qual o filme Inês (1974), de Delphine Seyrig, é um importante documento histórico. São também as denúncias de Inês que nos aproximam da história da desaparecida política Heleny Guariba. Sua memória é apresentada nos cenários do filme Cadê Heleny? (2022), de Esther Vital, bordados em arpilleras por mulheres, a partir de oficinas realizadas no museu.
O imaginário de luta da pensadora negra, militante e poeta Beatriz Nascimento está presente em três poemas escritos nos anos 1980 e que trazem um retrato urgente e contemporâneo das formas de resistir contra a violência, a impunidade e o racismo.
As marcas profundas da ditadura entrelaçam o passado e o presente, como mostra a série Do luto à luta (2023) dirigida por Val Gomes. Os vídeos reúnem testemunhos da Coleção Memórias da Violência na Democracia com integrantes dos coletivos Mães de Maio da Leste, Movimento de Familiares de Vítimas do Massacre de Paraisópolis e Mães de Osasco/Barueri.
Luta por Direitos
A partir de meados dos anos 1970, a militância das mulheres por direitos ganhou força. Demandas por saúde, educação e moradia digna, presentes nas reuniões dos Clubes de Mães da Zona Sul, encontraram as pautas feministas da União de Mulheres de São Paulo. Hoje, continuam a inspirar projetos como as Promotoras Legais Populares.
O registro visual das lutas populares é central para a construção da memória política do país, como revela o acervo fotográfico de Nair Benedicto. Exibir imagens das oficinas Conhecendo o Corpo Feminino (1984) no edifício que foi sede do Deops/SP, onde muitas das mulheres aqui presentes foram torturadas, é um gesto de liberdade.
Conquistas na luta por direitos são frutos da dedicação de vidas inteiras, como a de Laudelina de Campos Mello em defesa das trabalhadoras domésticas, e de organizações como o IN.FORMAR, criado para apoiar e documentar movimentos sociais.
A história oral, os encontros em círculos e as rodas de conversa nos conectam com a Escola de testemunhos, do Grupo Contrafilé, e com os percursos de memória mediados pelo Acervo Bajubá, em torno das ações do coletivo Mulheres da Luz e das experiências das comunidades LGBT+ em defesa de suas identidades e sexualidades.
Das histórias de vida fraturadas pela dor às redes de afeto construídas na resistência, esta exposição é um ato de memória à força política das mulheres.
Serviço
Exposição | Mulheres em Luta! Arquivos de Memória Política
De 7 de outubro de 2023 a 27 de julho de 2024
De quarta a segunda (fechado às terças), das 10h às 18h
Período
Outubro 7 (Sábado) 10:00 - Julho 27 (Sábado) 18:00
Local
Memorial da Resistência de São Paulo
Largo General Osório, 66 - Santa Ifigênia, São Paulo – SP

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Em sua primeira exposição em Brasília, artista venezuelana apresenta um recorte de sua produção que que se relaciona com uma tradição pictórica latino-americana, tendo o abstracionismo geométrico, a Op Arte
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Em sua primeira exposição em Brasília, artista venezuelana apresenta um recorte de sua produção que que se relaciona com uma tradição pictórica latino-americana, tendo o abstracionismo geométrico, a Op Arte e a Arte Cinética com pontos de partida para um trabalho em que linha e tinta se mesclam em imagens sutis e pulsantes
De outubro de 2023 a janeiro de 2024, o Museu de Arte de Brasília (MAB) recebe a mostra “O fio que conecta”, da artista venezuelana radicada em Lavras (MG) Isabella Despujols. Com oito obras em médio e grandes formatos, a artista apresenta um recorte de sua produção em pintura com acrílica e bordado em abstrações geométricas que flertam com a Op Art e a arte cinética. Suas obras fazem parte de coleções privadas e de instituições públicas como o Instituto Inhotim (MG) e o FAMA Museu (SP). A mostra “O fio que conecta” é uma realização do Jackie Shor Projects com o apoio do MAB. A visitação é de quarta a segunda, das 10h às 19h. A entrada é gratuita e livre para todos os públicos. O MAB fica no SHTN, trecho 1, Projeto Orla, pólo 3, lote 5 / Brasília – DF. Instagram @museudeartedebrasilia.
Graduada em Belas Artes pela Miami International University of Art and Design, Estados Unidos (2014) e Bacharel em História da Arte pela Universidade de Palermo, Buenos Aires, Argentina (2020), conviveu com as obras de mestres latino-americanos da arte cinética e Op Art, os venezuelanos Carlos Cruz-Diez e Jesús Rafael Soto, suas principais referências nas artes plásticas. “Na universidade estudei especificamente a pintura. Aprendi técnicas para trabalhar a pintura por camadas, criando tons de cores a partir dos que já tinha”, afirma a artista que pela primeira vez apresenta sua produção em Brasília.
“O principal foco do meu trabalho é o estudo do comportamento da cor em relação a cor do fundo e o das outras linhas”, afirma Isabella Despujols. “A geometria sempre foi a minha linguagem visual predileta, e a arte cinética sempre foi uma referência muito próxima para eu estudar e elaborar”, ressalta a artista.
A curadora Cinara Barbosa, que assina o texto de apresentação de Despujols para a mostra em Brasília, afirma que a artista conecta-se a suas vivências formativas para desenvolver uma investigação e técnica próprias. “Conecta-se à uma produção referencial em sua formação como Carlos Cruz-Diez e Jesús Rafael Soto confirmando princípios que abdicam da representação figurativa. Em busca de uma plasticidade sutil e ao mesmo tempo pulsante, mistura processos de pintura no fundo para ressaltar cores. Cria nuances de relativa profundidade construindo jogos de formas geometrizadas em suas composições e atribuindo outras visualidades à tradição do bordado”, escreve Barbosa.
A respeito da entrada da linha e do bordado em sua produção, Despujols diz que a linha e o bordado entraram em sua produção quando trabalhava em uma série de abstrações inspiradas nos tecidos. “Comecei imitar a linha do tecido com a pintura. Só que pensei que ia ficar mais interessante a obra, se misturasse a linha. Passei então a bordar de forma autodidata junto com o uso da tinta. Depois, percebi que com a linha eu conseguia “pintar” como se fosse tinta”, continua. “A linha tem a versatilidade suficiente como para trabalhar com camadas, misturar cores, e criar efeitos ópticos, próprios das obras cinéticas que eu tanto admirava. Com os anos, fui aperfeiçoando a técnica que eu mesma desenvolvi de bordado até chegar à proposta que estou trabalhando atualmente e que espero continuar desenvolvendo”, diz. Atualmente, Despujols desenvolve uma série que tem como principal fonte de inspiração o cinetismo e o Op Art. “Busco gerar a sensação de movimento através das cores e da locação das linhas na composição”, completa.
Serviço
Exposição | O fio que conecta
De 10 de outubro a 31 de janeiro
De quarta a segunda, das 10h às 19h
Período
Outubro 10 (Terça) 10:00 - Janeiro 31 (Quarta) 19:00
Local
Museu de Arte de Brasília
HTN, trecho 1, Projeto Orla, pólo 3, lote 5 / Brasília – DF

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Um panorama de imagens contemporâneas do Estado que tem hoje a capital conhecida como a “metrópole da Amazônia”, desembarca em São Paulo, na exposição “Um país chamado Pará”, apresentada pelo
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Um panorama de imagens contemporâneas do Estado que tem hoje a capital conhecida como a “metrópole da Amazônia”, desembarca em São Paulo, na exposição “Um país chamado Pará”, apresentada pelo Ministério da Cultura, Namazônia e o Instituto Cultural Vale, sob a chancela da Lei de Incentivo à Cultura, a Lei Rouanet e a parceria da Panamericana Escola de Arte e Design.
A exposição será inaugurada em 17 de outubro na Panamericana Escola de Arte e Design e seguirá em cartaz até 2 de dezembro, com uma intensa programação paralela com atividades gratuitas. Mais informações sobre a programação no site.
Com imagens em suportes alternativos (foto-esculturas, vídeos e videomapping), produzidos pelos principais fotógrafos da cena paraense, a mostra traz um recorte de 30 anos do Estado a partir do olhar de 23 artistas. A iniciativa conta com curadoria de Rosely Nakagawa, projeto expográfico de Flávio Franzosi, projeto de acessibilidade de Sílvia Arruda e coordenação geral da gestora cultural Fatinha Silva.
Integram a mostra os fotógrafos Alberto Bitar, Alexandre Sequeira, Betania Barbosa, Claudia Leão, Dirceu Maués, Elza Lima, Emídio Contente, Flavya Mutran, Guy Veloso, Ionaldo Rodrigues, Irene Almeida, Jorane Castro, Mariano Klautau Filho, Miguel Chikaoka, Orlando Maneschy, Octavio Cardoso, Patrick Pardini, Paula Sampaio, Rafael da Luz, Suely Nascimento, Wagner Almeida, Walda Marques e Yan Belém.
“Um país chamado Pará” busca ressaltar a singularidade, a expressividade, as interrelações geracionais e a contribuição do Estado da região Norte à arte brasileira a partir da pesquisa de processos de criação. Com recorte temporal específico (dos anos 90 aos dias de hoje), a mostra tem como principal fio condutor o questionamento – e a subversão – aos suportes, às linguagens tradicionais e a seus desdobramentos ao longo das últimas três décadas. Por meio da união de duas gerações de fotógrafos, entre reconhecidos e novos talentos, tem-se como resultado a mostra inédita, que se compõe de obras desenvolvidas de maneira muito característica no Pará.
Como a fotografia representa importante campo de trocas sociais e artísticas, a exposição engloba a difusão e a produção de conhecimentos, o compartilhamento de saberes, a formação de público e o intercâmbio entre as regiões, de forma a dar visibilidade à produção brasileira, e, especificamente, do Pará, desde os anos 1970. “No cenário cultural, nossa fotografia atua como um núcleo de referência para o desenvolvimento de uma linguagem fotográfica na região amazônica, por incentivar e promover o trabalho coletivo organizado na prática da ideia-ação-reflexão, aprimorando e multiplicando oportunidades de acesso ao exercício de fazer e pensar tal arte, sempre em sintonia com as questões sociais e culturais emergentes”, comenta Nakagawa.
Rosely aponta que o Pará é um dos maiores e vibrantes expoentes do panorama da fotografia brasileira. O movimento fotográfico do Estado se solidificou nas últimas três décadas, por meio de livros, críticas, publicações, prêmios e presenças de artistas em exposições nacionais e internacionais – a exemplo, das bienais de São Paulo e Veneza. “Nosso projeto, vem, então, ao encontro da busca de mais espaços de discussão para os que fazem, pensam e pesquisam fotografia; especialmente, a paraense”, completa.
De acordo com Alex Lipszyc, Diretor Geral da Panamericana Escola de Arte e Design,” a exposição, além de contar a importância que a Região Norte traz à arte do nosso país, também apresenta obras de 23 fotógrafos com seus respectivos olhares criativos. Em São Paulo a mostra “Um país chamado Pará” só poderia acontecer numa rua chamada Pará, onde se encontra a escola, que é na confluência com a av. Angélica e Rua Pará”
Serviço
Exposição | Um país chamado Pará
De 17 de outubro a 02 de dezembro
De segunda a sexta, das 9h00 às 20h. Sábados: das 9h00 às 12h00
Período
Outubro 17 (Terça) 09:00 - Dezembro 2 (Sábado) 20:00
Local
Panamericana Escola de Arte e Design
Av. Angélica, 1900 - Higienópolis, São Paulo - SP

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Na mostra, com a exposição de 30 obras da produção mais recente do artista, Sérgio Adriano H propõe pensar nas histórias não contadas, apagadas e silenciadas de pessoas negras.
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Na mostra, com a exposição de 30 obras da produção mais recente do artista, Sérgio Adriano H propõe pensar nas histórias não contadas, apagadas e silenciadas de pessoas negras. Para tanto, apropria-se de livros, objetos e imagens onde o povo negro aparece, mas não como agente da história, e os ressignifica a partir da noção de pertencimento e de protagonismo.
A exposição abre na CAIXA Cultural Brasília no dia 17 de outubro de 2023, onde fica em cartaz, nas Galerias Piccola I e II, até 17 de dezembro. Com entrada gratuita, a visitação se dá de terça-feira a domingo, das 9h às 21h, e tem classificação indicativa livre para todos os públicos. Na manhã do dia 18, haverá um encontro com o artista a partir das 9h, quando Sérgio conduzirá o público em uma visita orientada pelas galerias, para falar de suas trajetória e obra.
Em desCOLONIZAR CORpos, “Sérgio nos apresenta obras que tensionam as dualidades e contestam as barbaridades, realiza mapeamentos de palavras e imagens que permeiam o universo da discriminação e perpetuam os desacertos entre a história ocultada e a história dada na significação da sociedade brasileira”, aponta a curadora Juliana Crispe.
Sujeito contemporâneo, Sérgio, segundo a curadora, proclama em sua produção mudanças estruturais, desloca as classes, as culturas identitárias, a sexualidade, os gêneros, as etnias, as raças e a nacionalidade. “Retira a solidez das fronteiras entre a multiplicidade dos corpos e aponta outros modos de ver sua ancestralidade, suas ânsias, para criar maneiras de narrar a própria vida”, descreve a curadora.
A partir desses paradigmas, o artista, que também é performer e pesquisador, questiona, como ele mesmo conceitua, os “sistemas de verdade” ou a “verdade apresentada” que funciona a serviço do poder, da economia, das religiões ou dos grupos que se perpetuam no topo da pirâmide social.
Com a coleção apresentada nesta mostra, o artista expõe o quanto estamos adormecidos diante de estruturas que naturalizam os corpos historicamente marginalizados, e escancara fissuras sociais e políticas das quais a história da arte não está ilesa.
Neste giro decolonial, proposto por Sergio em desCOLONIZAR CORpos, ele insere visitantes em um movimento que consiste em olhar para a história sem negá-la, porém, interrogando-a e sugerindo novos sistemas. “Não é um novo universo que se apresenta como verdadeiro, mas que busca, sobretudo, interrogar os universos previamente existentes, fazendo com que deixem de ser referências incontestáveis ou as únicas legitimadas”, discorre Juliana.
Serviço
Exposição | desCOLONIZAR CORpos
De 18 de outubro a 17 de dezembro
Terça-feira a domingo, das 9h às 21h
Período
Outubro 18 (Quarta) 09:00 - Dezembro 17 (Domingo) 21:00
Local
CAIXA Cultural Brasília
SBS Quadra 4 Lotes 3/4

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O MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, em colaboração com o Kode Bergen Art Museum, apresenta, de 20 de outubro de 2023 a
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O MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, em colaboração com o Kode Bergen Art Museum, apresenta, de 20 de outubro de 2023 a 25 de fevereiro de 2024, a mostra coletiva Histórias indígenas, que ocupa as galerias do 1º andar e 2º subsolo do museu. Em seguida, a mostra viaja para o Kode, em Bergen, Noruega, e fica em cartaz na instituição de 26 de abril a 25 de agosto de 2024.
A exposição coletiva apresenta, por meio da arte e das culturas visuais, diferentes perspectivas das histórias indígenas da América do Sul, América do Norte, Oceania e Escandinávia, e tem curadoria de Edson Kayapó, Kássia Borges Karajá e Renata Tupinambá, curadores-adjuntos de arte indígena, MASP, e dos curadores internacionais convidados Abraham Cruzvillegas (Cidade do México); Alexandra Kahsenni:io Nahwegahbow, Jocelyn Piirainen, Michelle LaVallee e Wahsontiio Cross (National Gallery of Canada, Ottawa); Bruce Johnson-McLean (National Gallery of Australia, Camberra); Irene Snarby (Kode /Tromsø, Noruega); Nigel Borell (Auckland, Nova Zelândia) e Sandra Gamarra (Lima, Peru), além da coordenação curatorial de Adriano Pedrosa, diretor artístico, MASP, e Guilherme Giufrida, curador assistente, MASP. Histórias indígenas tem patrocínio master do Nubank, apoio da Sotheby’s e do Norwegian Consulate, apoio cultural da National Gallery of Australia e National Gallery of Canada e coorganização do Kode.
Dando continuidade às exposições dedicadas às Histórias no MASP, que acontecem desde 2016 – com Histórias da infância (2016), Histórias da sexualidade (2017), Histórias afro-atlânticas (2018), Histórias das mulheres, histórias feministas (2019), Histórias da dança (2020), e Histórias brasileiras (2021-2022) –, a mostra Histórias indígenas oferece novas narrativas visuais, mais inclusivas, diversas e plurais, refletindo a própria abordagem da série, que traz uma diversidade de vozes não somente no corpo de artistas e de obras, como também em sua estrutura curatorial.
A mostra traz diferentes perspectivas sobre as histórias indígenas de regiões da América do Sul, América do Norte, Oceania e Escandinávia, com a curadoria de artistas e pesquisadores indígenas ou de ascendência indígena, reunindo cerca de 285 obras de várias mídias e tipologias, origens e épocas – que vão desde o período anterior à colonização europeia até o presente –, de aproximadamente 170 artistas.
A coletiva compreende oito núcleos: sete dedicados a diferentes regiões do mundo, sendo eles, Relações que nutrem: família, comunidade e terra (Canadá); A construção do “eu” (México); Histórias de pintura no deserto (Austrália); Pachakuti: o mundo de cabeça para baixo (Peru); Rompendo a representação (Maori, Nova Zelândia); Tempo não tempo (Brasil); Várveš: escondidos do dia (Sami, Noruega); e um núcleo temático organizado por todos os curadores da mostra, intitulado Ativismos.
Para compreender a exposição, é importante levar em conta o significado particular do termo “história”, que abrange tanto a ficção quanto a não ficção, relatos históricos e pessoais, de natureza pública e privada, em nível micro ou macro, possuindo, assim, um caráter mais polifônico, especulativo, aberto, incompleto, processual e fragmentado do que a noção tradicional de História. Em norueguês, o termo partilha um duplo significado semelhante, significando tanto uma interpretação do passado como uma narrativa pessoal. Apesar de seu alcance internacional e de sua amplitude temporal, o projeto não assume uma abordagem totalizante nem enciclopédica – pelo contrário, o objetivo da mostra é fornecer um corte transversal dessas histórias em uma seleção concisa e relevante, para que esse recorte possa ser justaposto com outros de diferentes partes do mundo.
A grande coletiva inicia-se no 1° andar com o núcleo Ativismos, que tem curadoria do conjunto de curadores envolvidos na mostra, e reúne trabalhos de diferentes movimentos sociais indígenas em formatos variados, como bandeiras, fotografias, vídeos, pinturas e pôsteres. “O núcleo pretende mostrar várias formas de luta, e nos faz um convite para sairmos do estado de dormência que, por vezes, nos encontramos. Se o corpo é território de colonizações, também pode ser território de descolonizações, principalmente na medida em que é acionado artisticamente como potência política subversiva”, afirmam Edson Kayapó, Kássia Borges Karajá e Renata Tupinambá. A exemplo dessa ressignificação, está a fotografia Retomando o poder | Movimento Nacional dos Povos Indígenas, de Edgar Corrêa Kanaykõ, que retrata a mobilização geral dos povos indígenas brasileiros no evento anual Acampamento Terra Livre (ATL), demonstrando as atuais conquistas de grupos indígenas em espaços de poder e de tomada de decisão.
Os laços familiares e comunitários são ressaltados no núcleo Relações que nutrem: família, comunidade e terra, com curadoria de Alexandra Kahsenni:io Nahwegahbow, Jocelyn Piirainen, Michelle LaVallee e Wahsontiio Cross. As cosmovisões indígenas são construídas em torno de uma constelação de relações entre gerações, culturas e territórios. O senso de comunidade dos espaços compartilhados no cotidiano é observado na obra The Visit [A visita] (1987), de Jim Logan, em que uma experiência costumeira, no local onde a comunidade passa o tempo reunida de forma simples e amorosa, se transforma em um evento extraordinário. Já o cuidado com a terra, constantemente nutrido e sentido de forma profunda, está presente no trabalho de Melissa General. Na obra Nitewaké:non [O lugar de onde vim] (2015), a artista apresenta uma paisagem verde que contrasta com o vermelho profundo da roupa de uma mulher, que deixa rastros de seus movimentos pelo chão da floresta. Por se tratar de um autorretrato, o trabalho afirma, de maneira poderosa, a presença indígena e a reconexão da artista com seu território das Seis Nações do Grande Rio.
A questão da identidade como um conceito plural, instável e contraditório do “eu” é o tema do núcleo A construção do “eu”. Com curadoria do artista visual Abraham Cruzvillegas, os trabalhos reunidos nessa seção questionam a construção de representações mexicanas, sem uma organização linear ou cronológica. Para ilustrar as diferentes formas de representação, contrapõem-se as obras Casamiento de indios [Casamento de índios] (circa 1931), de Alfredo Ramos Martínez (1871-1946), que sintetiza a representação padrão dos povos indígenas, e Autorretrato 61 (2007), de Francisco Toledo, com uma série de polaroids de si fazendo gestos e criando um “eu” múltiplo e instável. Para Cruzvillegas, “um ‘eu’ coletivo, que inclui todos os mundos possíveis, é essencial para uma mudança na compreensão e na construção da comunidade, da arte, da natureza e, finalmente, do universo, em paralelo ao mundo ocidental hegemônico. Por outro lado, um único corpo também pode representar uma infinidade de diversidade e identidades e valores simultâneos contraditórios”.
No núcleo Histórias de pintura no deserto, o curador Bruce Johnson-McLean coloca em debate a grande diversidade de tradições culturais, experiências e expressões artísticas resultantes da arte aborígene na Austrália atualmente. Artistas como Yala Yala Gibbs Tjungurrayi (circa 1928-1998) e Clifford Possum Tjapaltjarri (1932-2002) começaram a produzir obras de importância nacional e internacional, atraindo cada vez mais atenção e reconhecimento para o movimento da pintura nas décadas de 1980 e 1990. Quando essas obras passaram a circular pelo circuito de arte mais amplo, a popularidade da pintura de “pontos” cresceu rapidamente. Em poucos anos, esse estilo artístico tornou-se sinônimo do povo e da cultura aborígenes e uma parte icônica do vernáculo cultural australiano.
A coletiva continua no 2° subsolo do MASP com Pachakuti: o mundo de cabeça para baixo, núcleo com curadoria da artista peruana Sandra Gamarra. A curadora se inspira na crônica Nueva Crónica y Buen Gobierno [Nova crônica e bom governo], de Guamán Poma de Ayala (1534–1615), para a seleção das obras. Na crônica, um indígena escreve uma carta direcionada ao governo espanhol com o objetivo de questionar o sistema colonial que havia virado o mundo dos habitantes dos Andes de cabeça para baixo. “Esse mundo virado do avesso, essa insubordinação geral das ordens, é o que os povos originários destas terras chamam de pachakuti: uma subversão da ordem das coisas, do binômio espaço-tempo. Desde então, o indígena tem vivido equilibrando-se permanentemente entre esses dois mundos: o seu — que sobrevive graças aos seus conhecimentos ancestrais —, e o outro, do qual o seu depende e que sempre lhe dá as costas”, pontua Sandra Gamarra. Destaca-se a obra Homenaje a los mártires de la batalla de Azapampa 1820 [Homenagem aos mártires da batalha de Azapampa 1820] (2021), de Antonio Paucar, que reconhece a participação na guerra e confere às trezentas figuras que a compõem traços que as caracterizam como retratos individuais.
Rompendo a representação reúne obras de artistas maori, nativos da Nova Zelândia, que abordam a importância da arte, das pessoas, da terra e da autoridade. De acordo com o curador e artista maori Nigel Borell, “os artistas estão conectados pelo senso de arte maori (whakapapa) — que perdurou apesar da ruptura causada pelo domínio colonialista —, e se referem coletiva e estrategicamente ao impacto da colonização, enquanto recuperam as formas maoris de centralizar a prática artística para fortalecer sua visão de mundo, reformulando ideias de representação no processo”. O artista Sandy Adsett exemplifica esta visão com a Série Koiri (1981), que trouxe novas interpretações à pintura maori (Kōwhaiwhai), introduzindo diferentes cores e designs a uma arte que estava padronizada desde a colonização britânica.
Para os povos originários, o mundo é composto da atemporalidade que atravessa toda a criação da humanidade. O núcleo Tempo não tempo convida o espectador a uma jornada de descobertas de outros olhares culturais sobre a temporalidade, revelando expressões e relações diversas com o espaço, na preservação da existência pautada em ciclos da natureza, que dialogam com o visível e o invisível. Com curadoria de Edson Kayapó, Kássia Borges Karajá e Renata Tupinambá, curadores-adjuntos de arte indígena, MASP, o núcleo é dividido nas subseções “Mitos e ancestralidade”, “Grafismos”, “Autorrepresentações” e “Vida cotidiana”. “O intuito é refletir sobre as histórias da criação, das mulheres, dos homens, dos velhos, das crianças, das encantarias, dos ritos, da espiritualidade, do cotidiano, da educação e da contemporaneidade do agora, que não abandona as raízes da tradição e é correnteza de passado e presente”, refletem os curadores. Cabe destacar a obra Nepu Arquepu [Rede macaco] (2021), de Duhigó, que retrata um ritual de nascimento de um bebê do povo Tukano, enfocando o universo feminino do parto e o descanso da mãe na rede macaco, eternizando, assim, uma marca cultural.
Já o núcleo Várveš: escondidos do dia, composto por trabalhos de artistas indígenas sami, localizados na Escandinávia, traz o conceito da palavra várveš, que significa um estado de espírito ou a capacidade de perceber algo antes que os outros percebam, conferindo às obras uma característica de prenúncio. Com curadoria de Irene Snarby, Kode, as obras representam o relacionamento forte e íntimo dos sami com a natureza e a terra, muitas vezes manifestado através do duodji – um termo que engloba a cosmovisão, a espiritualidade, o conhecimento, as concepções de natureza, a criatividade e a criação de objetos que refletem a vida dos sami. A instalação de franjas de Čiske-Jovsset Biret Hánsa Outi [Outi Pieski], Crossing Paths [Caminhos cruzados] (2014), traz a visão do artista sobre a tradição duodji, que se baseia em um estilo de vida nômade e na herança espiritual encontrada na natureza, que se revela especialmente no caminhar, uma maneira prática de entrar no mesmo ritmo que outras criaturas da natureza.
Para celebrar a abertura dessa grande exposição internacional, no dia 21 de outubro, a partir das 10h, o MASP organiza um grande seminário internacional, com a participação de curadores e artistas que integram Histórias indígenas. As mesas de debate, que marcam o quinto seminário sobre o tema organizado pelo MASP (2017, 2019, 2020, 2021), ocorrerão durante todo o dia no grande auditório do Museu e serão gratuitas e abertas ao público.
Durante a mostra, a programação inclui ainda os encontros on-line e presencial com os temas Direitos e cosmopolíticas e Aldear o mundo, voltados para a formação de educadores e interessados.
Serviço
Exposição | Histórias indígenas
De 20 de outubro a 25 de fevereiro
Terça grátis. Terça, das 10h às 20h (entrada até as 19h); quarta a domingo, das 10h às 18h (entrada até as 17h); fechado às segundas
Período
Outubro 20 (Sexta) 10:00 - Fevereiro 25 (Domingo) 20:00
Local
MASP
Avenida Paulista, 1578, São Paulo

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A partir de 19 de outubro, o Museu de Arte Moderna de São Paulo e o Museu Afro Brasil Emanoel Araujo apresentam a exposição Mãos: 35 anos da Mão Afro-Brasileira.
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A partir de 19 de outubro, o Museu de Arte Moderna de São Paulo e o Museu Afro Brasil Emanoel Araujo apresentam a exposição Mãos: 35 anos da Mão Afro-Brasileira. Exposta simultaneamente nas duas instituições, a mostra tem curadoria de Claudinei Roberto da Silva – curador, artista, membro da Comissão de Artes do MAM e curador convidado do MAB Emanoel Araujo – e reúne pinturas, gravuras, fotografias, esculturas e documentos de mais de 30 artistas afrodescendentes brasileiros, populares, acadêmicos, modernos e/ou contemporâneos. A exposição celebra e revisita o legado de A Mão Afro-Brasileira, mostra realizada no MAM, em 1988 – ano do centenário da abolição da escravidão – com curadoria de Emanoel Araujo e que marcou a história da arte do país. A mostra tem patrocínio do Instituto Cultural Vale por meio da lei de incentivo à cultura.
A ideia da exposição foi compartilhada com Emanoel Araujo (1940 – 2022), artista, curador, criador e diretor do Museu Afro Brasil, que se entusiasmou em realizar a parceria institucional, mas não pôde ver o projeto concretizado. A atual exposição é, também, uma homenagem das duas instituições ao seu legado.
“Mãos: 35 anos da Mão Afro-Brasileira no MAM, realizada em parceria com o Museu Afro Brasil Emanoel Araujo, rebatizado em homenagem ao seu fundador, é inaugurada 35 anos depois da pioneira versão feita no MAM São Paulo. Mais do que aderir a uma discussão hoje bastante presente nas instituições, o Museu de Arte Moderna de São Paulo revisita a sua história, revelando o seu pioneirismo em relação à valorização da arte afro-brasileira que marca tão profundamente a identidade e a cultura nacionais”, comenta Elizabeth Machado, presidente do MAM.
“Foi por meio de uma série de exposições realizadas por Emanoel Araujo que o projeto do Museu Afro Brasil – nome pelo qual a instituição ficou conhecida, antes de adotar o nome de seu fundador – foi adquirindo seus contornos, antes mesmo de existir oficialmente. E pode-se afirmar que se encontra na histórica exposição A Mão Afro-Brasileira (1988), assim como na publicação homônima, também organizada por Araujo, os genes do Museu por ele criado, tanto do ponto de vista conceitual quanto de constituição de seus acervos”, afirma Sandra Salles, diretora executiva do Museu Afro Brasil Emanoel Araujo.
No MAM, a exposição será exibida na Sala Paulo Figueiredo com obras de Agnaldo Manuel dos Santos, Aline Bispo, Almandrade, André Ricardo, Arthur Timótheo da Costa, Betto Souza, Claudio Cupertino, Cosme Martins, Denis Moreira, Diogo Nógue, Edival Ramosa, Edu Silva, Emanoel Araujo, Emaye – Natalia Marques, Eneida Sanches, Estevão Roberto da Silva, Flávia Santos, Genilson Soares, Heitor dos Prazeres, João Timótheo da Costa, Jorge dos Anjos, José Adário dos Santos, Leandro Mendes, Luiz 83, Maria Lídia Magliani, Maurino de Araújo, May Agontinmé, Mestre Didi, Néia Martins, Nivaldo Carmo, Otávio Araújo, Paulo Nazareth, Peter de Brito, Rebeca Carapiá, Rommulo Vieira Conceição, Rosana Paulino, Rubem Valentim, Sérgio Adriano H, Sidney Amaral, Sonia Gomes, Taygoara Schiavinoto, Wilson Tibério e Yêdamaria.
E no MAB Emanoel Araujo, as obras de Emanoel Araujo, Denis Moreira, May Agontinmé, Juliana dos Santos, Lidia Lisbôa e Renata Felinto serão exibidas na Biblioteca Carolina Maria de Jesus, ao lado de documentos referentes à exposição de 1988 pertencentes ao Arquivo do MAM.
Claudinei Roberto explica que Mãos:35 anos da Mão Afro-Brasileira revê a exposição histórica de 35 anos atrás partindo de produções hoje historicizadas e outras realizações contemporâneas que, naturalmente, não estiveram presentes na exibição de 1988, mas que, toda forma, dão prova do panorama atual da arte afro-brasileira.
“Epistemicídio é o termo criado para assinalar os processos de apagamento e silenciamento da história e da cultura de um determinado grupo. Num cenário social historicamente marcado pela profunda desigualdade de raça, classe e gênero, o epistemicídio é também um resultado do racismo estrutural que entre nós cria condições para que as instituições de educação, arte e cultura negligenciem as produções simbólicas dos setores sociais fragilizados, consequentemente, permanecem subalternizados. Portanto, a atual emergência e valorização da arte afro-brasileira e afro diaspórica, tem seu ritmo tangenciado pelo avanço das lutas por direitos civis empreendidas pelas negras e negros do país”, reflete Claudinei em texto que compõe o catálogo.
Para Cauê Alves, curador-chefe do MAM, além de sua relevância artística e social, Mãos: 35 anos da Mão Afro-Brasileira é fundamental para a reflexão sobre a história das exposições. “Realizada 35 anos depois de A Mão Afro-Brasileira, também feita no MAM de São Paulo por Emanoel Araujo, ela atualiza o debate e reabre um campo de possibilidades. “Esta narrativa, que aborda as primeiras exposições sobre arte afro-brasileira, tem A Mão Afro-Brasileira como peça fundamental de projeção de possibilidades de futuro. A exposição valoriza a produção simbólica dos que tradicionalmente estiveram relegados às margens nas narrativas oficiais das instituições que dominaram as discussões sobre artes nos últimos 150 anos”, comenta Cauê Alves em um ensaio presente no catálogo.
Serviço
Exposição | Mãos: 35 anos da Mão Afro-Brasileira
De 20 de outubro de 2023 a 03 de março de 2024
Terça a domingo, das 10h às 18h (com a última entrada às 17h30)
Ingressos: R$30,00 inteira e R$15,00 meia-entrada. Aos domingos, a entrada é gratuita e o visitante pode contribuir com o valor que quiser. Para ingressos antecipados, acesse mam.org.br/visite
Período
Outubro 20 (Sexta) 10:00 - Março 3 (Domingo) 18:00
Local
Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM SP)
Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, Vila Mariana, São Paulo – SP
Curadoria
Claudinei Roberto da Silva

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O MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand apresenta, de 20 de outubro a 3 de dezembro de 2023, no 2o subsolo do museu,
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O MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand apresenta, de 20 de outubro a 3 de dezembro de 2023, no 2o subsolo do museu, Sala de vídeo: Glicéria Tupinambá e Alexandre Mortagua, com a estreia do longa-metragem Quando o Manto fala e o que o Manto diz (2023). Com curadoria de Renata Tupinambá, curadora-adjunta de arte indígena, MASP, o filme registra o processo de confecção do Manto Tupinambá por Glicéria, demonstrando a potência desta tecnologia ancestral na contemporaneidade e reforçando a perspectiva feminina e o protagonismo da mulher indígena. O documentário foi produzido pela FILMES D’O BAILE.
Quando o Manto fala e o que o Manto diz tem como personagem central o Manto Tupinambá criado por Glicéria. Acompanhado de reflexões da artista, o filme registra diferentes etapas de construção da peça, como a confecção da rede que serve como estrutura e a aplicação das penas de aves nativas.
A indumentária, utilizada em rituais, é um símbolo de memória e resistência do povo indígena Tupinambá. Atualmente, sabe-se da localização de onze mantos remanescentes, produzidos durante o período colonial brasileiro. Todos eles se encontram na Europa, em museus na Dinamarca, Suíça, Bélgica, França e Itália. Em junho de 2023, o Nationalmuseet, Museu Nacional da Dinamarca, anunciou a devolução de um Manto Tupinambá, que passará a integrar o acervo do Museu Nacional – UFRJ, no Rio de Janeiro.
A curadora Renata Tupinambá comenta sobre a relevância da vestimenta: “o Manto é como uma testemunha do genocídio de uma nação, e o que ele diz em um universo de subjetividades e mistérios é que esse povo e a sua cultura estão vivos, sendo capazes de se adaptar, trazendo seus saberes e ciência ao mundo. Em meio à violência, ao racismo, à perseguição aos Tupinambá e suas lideranças no território indígena, é também uma mensagem de força, resistência e a possibilidade de renascer todos os dias”.
O trabalho audiovisual também reforça a perspectiva feminina e o protagonismo da mulher indígena. Guiada pela intuição, seus sonhos e sensibilidade, a artista evidencia a força da narrativa trazida pela fala do Manto Tupinambá de Serra do Padeiro sob sua visão cosmogônica e artística. “O manto é vida que pulsa, que corre em rios e se manifesta em muitas formas, penas que voam além da matéria”, reflete a curadora.
Serviço
Sala de vídeo: Glicéria Tupinambá e Alexandre Mortagua
De 20 de outubro a 03 de dezembro
Terça grátis, das 10h às 20h (entrada até as 19h); quarta a domingo, das 10h às 18h (entrada até as 17h); fechado às segundas. Entrada gratuita em todas as primeiras quintas-feiras do mês – um oferecimento B3
Período
Outubro 20 (Sexta) 10:00 - Dezembro 3 (Domingo) 20:00
Local
MASP
Avenida Paulista, 1578, São Paulo

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A Aura inaugura, em 21 de outubro, a exposição “Hori: Tukano e Wanano”, coletiva de Dhiani Pa’saro (1975, São Gabriel da Cachoeira/AM) e Duhigó (1957, São Gabriel da Cachoeira/AM), em
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A Aura inaugura, em 21 de outubro, a exposição “Hori: Tukano e Wanano”, coletiva de Dhiani Pa’saro (1975, São Gabriel da Cachoeira/AM) e Duhigó (1957, São Gabriel da Cachoeira/AM), em parceria com a Manaus Amazônia Galeria de Arte. Com um recorte de trabalhos centrado em diferentes problemáticas que envolvem a arte indígena contemporânea, a mostra atravessa alguns dos elementos centrais que caracterizam a singularidade da produção de cada um desses artistas.
Hori é uma palavra de origem tukano que, para Duhigó, significa o conjunto de grafismos e pinturas rupestres desenhados pelos ancestrais dos povos indígenas do Alto Rio Negro, no Amazonas, dentre os quais os povos Tukano e Wanano fazem parte — etnias de Duhigó e Dhiani, respectivamente. O Hori é, além disso, também uma forma de percepção e uma expressão visual do que resultam os rituais de Khaapi, a base de Ayuasca, em que os indígenas se conectam com o mundo superior para dar vida aos desenhos sagrados que integram a história, o cotidiano e as cerimônias destes povos, bem como fazem parte da cultura visual que envolve as suas produções de cerâmicas, cestarias, bancos e pinturas corporais. O Hori é, de certo modo, uma forma de percepção do mundo em suas cores, linhas e vibrações — o espiritual que se materializa, o invisível que se torna visível.
Primeira exposição da Aura dedicada à arte indígena contemporânea, “Hori: Tukano e Wanano” é representativa não somente da ambição por construir um corpo artístico verdadeiramente plural de representações à galeria, como também da sua abertura para interlocuções e parcerias diversificadas. A natureza coletiva de todo o trabalho que envolveu a concepção da mostra – desde a curadoria e o interesse em expor mais de um artista até a escrita coletiva do texto de apresentação e o diálogo entre duas galerias – é também o espelho dessa predisposição a um vértice amplificador de convivência com a arte contemporânea que se estende às inclinações tanto da Aura quanto da Manaus Amazônia.
Serviço
Exposição | Hori: Tukano e Wanano
De 21 de outubro a 02 de dezembro
Segunda a sexta das 10h às 19h | Sábado de 10h às 17h
Período
Outubro 21 (Sábado) 10:00 - Dezembro 2 (Sábado) 19:00
Local
Aura Galeria
Rua da Consolação, 2767. Jardins, São Paulo - SP

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O artista Bruno Weilemann Belo (1983, Rio de Janeiro/RJ) inaugura no sábado, 21 de outubro, a individual “plano-paisagem” na Aura. Com mais de uma dezena de obras, é apresentado um
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O artista Bruno Weilemann Belo (1983, Rio de Janeiro/RJ) inaugura no sábado, 21 de outubro, a individual “plano-paisagem” na Aura. Com mais de uma dezena de obras, é apresentado um conjunto de pinturas e pinturas-objeto do artista produzidas entre 2020 e 2023. A exposição tem curadoria de Gabriel San Martin, com assistência de Amanda D’Onofrio.
Conforme o título sugere, “plano-paisagem” esquadrinha problemas que envolvem, sobretudo, processos de construção de imagens e as relações entre pintura e plano, paisagem e abstração. Explorando paralelos com a história da pintura e recursos de fragmentação associados a técnicas tradicionais de construção compositiva, o artista desdobra certa paisagem estruturada em uma lógica de diorama aversa ao tableau pictórico. Na medida, então, que se deparam com paisagens sobre paisagens ou objetos sobre telas, esses trabalhos colidem em um flerte entre camadas que levam os suportes a se transformarem também em elementos expressivos. A falsa neutralidade da tela enquanto suporte é corroída pelas sobreposições renitentes de um plano sobre o outro e desmentem a possibilidade de um esgotamento semiológico.
Progressivamente diluídas em suas próprias mentiras, as paisagens liquefeitas do artista se descobrem na abstração e seus artefatos experimentam um desencontro com a perenidade do objeto. Significados concretos passam a desembocar em sentidos possíveis e elementos funcionais começam a perguntar sobre a possibilidade de uma vida plástica. Mas olham ainda para si mesmas e interrogam as relações edificadoras das mais óbvias de suas construções e percepções.
“plano-paisagem” tem abertura no dia 21 de outubro e segue em cartaz até 2 de dezembro de 2023.
Texto curatorial — Gabriel San Martin
Serviço
Exposição | plano-paisagem
De 21 de outubro a 02 de dezembro
Segunda a sexta das 10h às 19h | Sábado de 10h às 17h
Período
Outubro 21 (Sábado) 10:00 - Dezembro 2 (Sábado) 19:00
Local
Aura Galeria
Rua da Consolação, 2767. Jardins, São Paulo - SP

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Inspirada no poema Diário de um retorno ao país natal, de Aimé Césaire, a mostra examina determinadas imagens que pertencem tanto a arquivos oficiais como partem de reminiscências
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Inspirada no poema Diário de um retorno ao país natal, de Aimé Césaire, a mostra examina determinadas imagens que pertencem tanto a arquivos oficiais como partem de reminiscências de ordem subjetiva. A ideia é evidenciar as lacunas dos documentos que constituem o saber historiográfico.
Tendo em vista o status ético da imagem fotográfica, Lagnado trabalhou com artistas de práticas diversas, para quem esse suporte carrega a capacidade de revelar feridas provocadas pela ganância do extrativismo e ocultar cosmologias. Como restaurar um corpo coletivo violentamente desmembrado pela colonialidade, é uma pergunta que encontra ecos nas obras que festejam a manifestação de corpos brincantes e a resistência de espiritualidades dissidentes.
No fim da madrugada reúne trabalhos de: Alair Gomes, André Vargas, Ani Ganzala, bruno o. e Acervo Bajubá, Carlo Zacquini, Carmézia Emiliano, Clara Ianni, Claudia Andujar, Eustáquio Neves, Rebeca Carapiá, Rosângela Rennó, Tiago Guimarães, Ventura Profana, Vulcanica Pokaropa e Yhuri Cruz.
Serviço
Exposição | No fim da madrugada
De 26 de outubro a 23 de dezembro
Segunda a sexta, das 10h às 19h sábado, das 11h às 17h
Período
Outubro 26 (Quinta) 10:00 - Dezembro 23 (Sábado) 19:00
Local
Galeria Vermelho
Rua Minas Gerais, 350, São Paulo - SP

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O Museu de Arte do Rio (MAR) lança a sua nova exposição “FUNK: Um grito de ousadia e liberdade” no dia 29 de setembro. A principal mostra
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O Museu de Arte do Rio (MAR) lança a sua nova exposição “FUNK: Um grito de ousadia e liberdade” no dia 29 de setembro. A principal mostra do ano do MAR perpassa os contextos do funk carioca através da história. Apresentada pelo Instituto Cultural Vale, com curadoria da Equipe MAR junto a Taísa Machado e Dom Filó, a mostra contou também com a colaboração de consultores, como Deize Tigrona, Celly IDD, Tamiris Coutinho, Glau Tavares, Sir Dema, GG Albuquerque, Marcelo B Groove, Leo Moraes, Zulu TR.
A temática da exposição irá apresentar e articular a história do funk, para além da sua sonoridade, também evidenciando a matriz cultural urbana, periférica, a sua dimensão coreográfica, as suas comunidades, os seus desdobramentos estéticos, políticos e econômicos ao imaginário que em torno dele foi constituído. “Funk é um tema coletivo. Durante muitos momentos no MAR, fomos instigados a fazer uma exposição sobre o funk carioca. A exposição conta com duas salas. A primeira sala é sobre o soul, esse movimento de músicas importadas dos anos 70 e 80, que ganhou repercussão no Brasil e, é claro, influenciou o consumo também de roupas, sapatos, cabelos…a estética que vira consumo. Tem ali, ainda, a presença de pessoas que tinham acesso a equipamentos, compravam discos importados e começavam a fazer grandes equipes de som para tocar nas festas. Eram essas festas, feitas em clubes de bairros, que precederam o funk de hoje. Já a segunda sala é toda dedicada ao baile de favela, que hoje constitui, talvez, uma das maiores forças de produção artística carioca e nacional. A gente mergulha nisso, na história dos bailes constituídos por lonas, instalados em vários lugares, mas sempre dentro das comunidades”, antecipa Marcelo Campos, Curador Chefe do MAR.
A abordagem vai se estender, ainda, à presença do funk nas mais variadas dimensões e práticas culturais, com especial atenção ao campo das artes visuais contemporâneas, para as quais o funk foi uma referência de visualidade, de resistência política, de alteridade e de forma. Objetos próprios da história do estilo musical serão combinados a uma profusão audiovisual de sons, vozes e gestos, bem como atravessados por uma iconografia relacionada ao funk, de modo a convidar o público da cidade a experimentar sua história como uma das mais potentes formas de imaginar e singularizar o Rio de Janeiro.
Para o MAR, essa é uma exposição carregada de significados que dialogam com a história da cidade do Rio de Janeiro. “Trazer o funk para dentro do Museu de Arte do Rio é reconhecer que ele já ganhou o mundo ao ter se internacionalizado como estilo musical que dialoga com muitas vozes e representa nossa cultura diversa, inquieta, ousada e livre. Este é o nosso objetivo: proporcionar ao público um encontro com a dimensão desse tão significativo movimento da cultura carioca e brasileira”, afirma Leonardo Barchini, Diretor e Chefe da Representação da Organização de Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI) no Brasil, instituição que faz a gestão do MAR.
A exposição é dividida em 11 núcleos e contará com mais de 900 itens. Entre os mais de 100 artistas brasileiros e estrangeiros que participam da exposição, estão Hebert, Vincent Rosenblatt, Blecaute, Gê Vianna, Manuela Navas, Maxwell Alexandre, Fotogracria, Emerson Rocha, Panmela Castro, Bruno Lyfe, entre outros. O público poderá interagir com algumas instalações, ouvir músicas, dançar e ler textos que contam a história do ritmo musical pelas duas salas do pavilhão de exposições. A expografia é assinada pelo Estúdio Gru.a.
E na noite de abertura a exposição a programação do MAR contará com um baile funk no Pilotis do Museu. Estão previstas as apresentações de dança do Afrofunk Rio, e das atrações musicais Jonathan da Provi, MC Cacau canta MC Marcinho e Trilogia do Santo Amaro. O evento é gratuito, com retirada de ingressos via Sympla e sujeito à lotação
Serviço
Exposição | FUNK: Um grito de ousadia e liberdade
De 29 de setembro a 25 de agosto
De quinta-feira a domingo, das 11h às 18h (última entrada às 17h)
Período
Outubro 26 (Quinta) 11:00 - Agosto 25 (Domingo) 18:00
Local
Museu de Arte do Rio - MAR
Praça Mauá, 5 – Centro, Rio de Janeiro – RJ

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A Galeria Leme apresenta Entre hoje e ontem para dizer sobre amanhã, segunda exposição individual da artista Rebeca Carapiá em seu espaço. A mostra reúne trabalhos experimentais dos últimos anos,
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A Galeria Leme apresenta Entre hoje e ontem para dizer sobre amanhã, segunda exposição individual da artista Rebeca Carapiá em seu espaço. A mostra reúne trabalhos experimentais dos últimos anos, como esculturas suspensas, desenhos e óxido de ferro sobre tela, que incorporam pesquisas anteriores e apontam possíveis desdobramentos da poética da artista. No dia da abertura, 28 de outubro, às 13h, a artista realizará uma visita guiada aberta ao público. A exposição segue em exibição até 24 de janeiro de 2024.
Em seu corpo de trabalho, Carapiá apresenta esculturas de formas sinuosas em um conjunto de obras que consolida, experimenta e aponta para a complexidade do seu processo criativo. A artista cria um vocabulário imagético próprio, em desenhos de nanquim, que ressoa nas mais variadas séries presentes nesta exposição.
“Esta mostra é um encontro com a materialidade, o corpo no mundo, o cansaço, o desejo e como todos esses elementos estão situados no agora”, comenta a artista.
A disposição dos trabalhos no espaço expositivo alude ao ambiente do ateliê e favorece o diálogo entre as diferentes formas e linguagens. Uma escultura horizontal de ferro em grande dimensão se estende por uma das paredes da galeria, outras verticais e menores encontram-se em suspensão, enquanto são intercaladas por pequenas telas que traduzem o tempo da materialidade no processo criativo da artista.
“Em ‘Entre hoje e ontem para dizer sobre amanhã’, abro e exponho meu processo e caminho. Um exercício de artista, que insiste na permanência e na experiência vivida em ateliê, encontrada tão recente. Exercito aqui o cansaço, o excesso e a matéria tão presentes nesta exposição”, complementa Carapiá.
Serviço
Exposição | Entre hoje e ontem para dizer sobre amanhã
De 28 de outubro a 24 de janeiro 2024
Terça a sexta, das 10h às 19h, sábado, das 11h às 17h
Período
Outubro 28 (Sábado) 10:00 - Janeiro 24 (Quarta) 19:00
Local
Galeria Leme
Av. Valdemar Ferreira, 130 - São Paulo - SP

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SOLO FRATURADO é uma mostra que lança um olhar crítico sobre a crise ambiental de nosso planeta. Criando uma densa tessitura e ao mesmo tempo poética, o
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SOLO FRATURADO é uma mostra que lança um olhar crítico sobre a crise ambiental de nosso planeta. Criando uma densa tessitura e ao mesmo tempo poética, o conjunto de trabalhos em fotografias e vídeos constroem uma grande parede instalativa, apresentando diálogos potentes sobre uma das urgências fundamentais de nosso tempo: a água.
A face ocultada da Represa Jaguari, do Sistema Cantareira, é revelada quase seca. O que estava escondido sob as águas por décadas é exposto, mostrando fragmentos do passado. Óxidos da terra afloram, se espalhando pelo chão em tons avermelhados, criam uma poética da terra que sangra e pulsa no subsolo.
As rachaduras no solo mostram fios de água apontando para pequenos veios de nascentes, remanescentes da represa no meio deste solo erodido. Podendo ser vistos como diálogos reais carregados de metáforas, os veios de água formam uma dualidade com as fissuras, propondo uma reflexão entre o fértil e o árido, o fluido e o rígido; formas que resistem em uma única cena.
Romper, quebrar e partir. Em SOLO FRATURADO a fratura surge como um ato violento. Assim como o osso, que se parte quando não suporta o impacto, o ecossistema se fragmenta perante ao descaso social em sua preservação. Onde antes havia fluidez, assume-se a descontinuidade, formada por rachaduras que fragmentam o solo exaurido. Os registros vistos nesta exposição, evidenciam memórias de um ato de calamidade que alertam para o futuro.
Nas filmagens, são registrados tratores arrancando tocos e raízes das árvores que habitavam a área antes da represa existir, mostram um grande jogo de forças entre a natureza e a máquina. O barulho do motor a diesel acelerando, a tensão dos cabos de aço e os estalos da madeira rompendo, expõem a crua realidade, mas também propõem uma reflexão sobre o conflito entre a violência do homem e a resistência da natureza.
Os tocos de árvores encontrados no fundo da represa mostram sua história. Após serem cortados, queimados, mutilados e submergidos por 40 anos, ainda resistem quando são retirados. Algumas raízes surgindo lentamente da terra seca, brotam como uma imagem sobrevivente na luta contínua de retomar seu espaço.
Os registros realizados por Sonia Guggisberg durante a crise hídrica de 2014, quando a represa chegou a ter 7% de sua reserva, surgem como um alerta de uma crise não resolvida.
Assim como o solo erodido pode ser encharcado novamente pela água, a amnésia social também é estimulada ao silêncio seguindo inerte em suas ações. A fugacidade da memória, somada ao acúmulo de desastres naturais que vivenciamos diariamente, induz a banalização das catástrofes. Visto como algo trivial, pertencente às regras de um sistema econômico extrativista, cria-se a falsa esperança de que tais impasses sejam resolvidos.
Serviço
Exposição | SOLO FRATURADO
De 28 de outubro a 03 de março
Quarta a domingo das 11h às 18h
Período
Outubro 28 (Sábado) 11:00 - Março 3 (Domingo) 18:00
Local
Casa de Cultura do Parque
Av. Prof. Fonseca Rodrigues, 1300 - Alto de Pinheiros, São Paulo - SP, 05461-010

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A Galeria Cassia Bomeny abre nova exposição no dia 31 de outubro, com pinturas do artista plástico carioca Geraldo Marcolini. Curada por Christiane Laclau, a individual Paisagem sem dono reúne
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A Galeria Cassia Bomeny abre nova exposição no dia 31 de outubro, com pinturas do artista plástico carioca Geraldo Marcolini. Curada por Christiane Laclau, a individual Paisagem sem dono reúne telas de duas séries que, apesar de distintas na técnica e no resultado estético, abordam a temática da paisagem marcada pela ausência do sujeito.
“Não há figuras, ações, roupas ou objetos que indiquem tempo e lugar”, observa a curadora. Na concepção de Christiane Laclau, “a pintura de paisagens seria uma das expressões mais subjetivas e reveladoras do olhar de um artista”.
O título da mostra remete a uma questão política relacionada à paisagem contemporânea. “Se pensarmos no termo em inglês, landscape é um pedaço de terra, um lugar físico. E, hoje, todos os metros quadrados da Terra são propriedade privada ou pública. Por outro lado, a paisagem será sempre sem dono porque é caracterizada pela visão subjetiva de cada indivíduo – e também do artista”, reflete Marcolini.
A tela em branco é o terreno onde ele cria paisagens esvaziadas de narrativas a partir de fotografias e vídeos. “Algumas imagens são minhas, outras são anônimas mas dizem respeito à minha história. Eu busco a ligação da minha memória com a memória que pertence a uma coletividade”, complementa. “Não trago uma narrativa para o espectador porque quero dar relevância à pintura e aos elementos que a constituem. A paisagem per se é uma maneira de enfatizar a pintura, que é o meio por excelência para o artista exercer sua subjetividade”.
A luz é outro elemento recorrente na obra de Geraldo: “É a motivação principal e essa busca pelo seu registro é um elemento que atravessa meu trabalho como um todo”, diz o artista. Além da luz, a perspectiva de Marcolini se reflete no enquadramento e na cor.
Em Paisagem sem dono, Christiane propõe o encontro de duas séries trabalhadas pelo artista: “Estimulei o Geraldo a retomar a série Transmission, que ele produziu ao longo de mais de uma década com seu cromatismo austero e linhas verticais que dão às imagens um aspecto reticulado, de baixa resolução. Apresentamos esta série ao lado de seus trabalhos recentes, com a entrada de cores e pinceladas mais expressivas, menos contidas. Esse contraste me pareceu muito interessante”.
Em Transmission, o artista desenvolveu uma técnica que define como um terreno movediço entre importantes referências do seu trabalho: a fotografia, a gravura e a pintura. As telas em grande escala são produzidas sem pincéis, usando materiais não tradicionais, como retalhos de plástico bolha e borracha EVA entintados com o rolo. O resultado é uma espécie de fotocópia ampliada, uma imagem granulada e estriada que contrasta com a tendência contemporânea de alta resolução e nitidez.
A Galeria Cassia Bomeny recebe três dessas pinturas impressas, que oferecem uma perspectiva diferente do trabalho de Marcolini se comparada à sua série mais recente, apresentada em dez obras na mostra.
Na produção atual, o artista se distancia do controle da técnica e volta aos meios tradicionais da pintura para explorar paisagens envolvendo vegetações e o efeito da luz na água. Na representação de piscinas e lagos, ele flerta com a abstração ao eleger enquadramentos fechados e explorar a transmutação da imagem refletida, desafiando a definição visual.
“Mesmo estando no terreno da figuração, onde mantenho a matriz fotográfica da imagem estática ou em movimento, considero que há uma busca pela abstração. É nos reflexos que aparece essa vontade de perder ligeiramente a imagem definida”, pontua o artista.
Paisagem sem dono convoca o público a entrar em uma espécie de fenda temporal através das telas de Marcolini, num mergulho através do olhar. “Se Transmission evoca um tempo indeterminado, na série recente a textura cria um tempo em operação naquele instante. Em ambas, é como se nada acontecesse, mas um nada que difere da ideia de vazio”, analisa Laclau.
Serviço
Exposição | Paisagem sem dono
De 31 de outubro a 16 de dezembro
Segunda a sexta das 10h às 19h | Sábado de 11h às 14h
Período
Outubro 31 (Terça) 10:00 - Dezembro 16 (Sábado) 19:00
Local
Galeria Cássia Bomeny
Rua Garcia d'Avila, 196 – Ipanema, Rio de Janeiro - RJ

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Nesta exposição em que os relevos brancos de Emanoel Araujo são o foco, reconhecemos um nexo da sua visão africanista e universalista. Em “Emanoel Araujo: Afrominimalista Brasileiro”, propus um cânone
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Nesta exposição em que os relevos brancos de Emanoel Araujo são o foco, reconhecemos um nexo da sua visão africanista e universalista. Em “Emanoel Araujo: Afrominimalista Brasileiro”, propus um cânone do formalismo africano como a princip