Estado Rio de Janeiro
outubro
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Sucesso de público e elogiada pela crítica, a mostra Dos Brasis, que reúne obras de 240 negros do país no Centro Cultural Sesc Quitandinha, foi vista por mais de
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Sucesso de público e elogiada pela crítica, a mostra Dos Brasis, que reúne obras de 240 negros do país no Centro Cultural Sesc Quitandinha, foi vista por mais de 130 mil pessoas no Sesc Belenzinho, em São Paulo. Exposição estará em cartaz, em Petrópolis de 3 de maio a 27 de outubro.
A centralidade do pensamento negro no campo das artes visuais brasileiras, em diferentes tempos e lugares, é uma das principais premissas que guiam o processo curatorial da mostra Dos Brasis – Arte e Pensamento Negro, a mais abrangente exposição dedicada exclusivamente à produção de artistas negros. Depois de passar sete meses em São Paulo, com registro de mais de 130 mil visitantes, a exposição chega ao Rio de Janeiro e será instalada em um dos principais cartões postais da Região Serrana: o Centro Cultural Sesc Quitandinha (CCSQ), em Petrópolis. Com abertura marcada para o dia 3 de maio, a mostra receberá visitantes até 27 de outubro deste ano.
Resultado de um trabalho desenvolvido pelo Sesc em todo o país, a mostra conta com sete núcleos temáticos, reunindo aproximadamente 240 artistas negros, de todos os estados do Brasil, sob curadoria de Igor Simões, em parceria com Lorraine Mendes e Marcelo Campos. Realizada por meio de um trabalho em conjunto de analistas de cultura da Insituição de todo o país, a exposição traz obras em diversas linguagens artísticas como pintura, fotografia, escultura, instalações e videoinstalações, produzidas desde o fim do século XVIII até o século XXI. A lista completa dos artistas participantes está disponível ao final do texto.
A exposição chega na íntegra ao Centro Cultural Sesc Quitandinha (CCSQ). As 314 obras que estavam em exibição no Sesc Belenzinho (SP) vão ocupar os salões da área monumental do histórico edifício, que em 2024 completa 80 anos. Parte dos trabalhos, alguns inéditos, também serão expostos pela primeira vez na área externa e no lago em frente à unidade. A mostra vai ainda oferecer ao público uma programação paralela com ações em mediação cultural e atividades educativas, além de um programa público composto de debates e palestras com convidados.
Inaugurado em 1944, um ano antes do fim da Segunda Guerra Mundial, o Quitandinha abrigou um dos maiores hotéis-cassino das Américas. Recebeu personalidades brasileiras e hollywoodianas, como Carmen Miranda e Walt Disney. Também foi palco de eventos que marcaram a história, como da Conferência Interamericana para a Manutenção da Paz e da Segurança no Continente, em 1947, e a 1ª Exposição Nacional de Arte Abstrata, realizada em 1953. Na década de 1960, após a proibição dos jogos no Brasil, o cassino foi fechado e o hotel teve seus apartamentos vendidos, tornando-se um condomínio. Em 2007, a área monumental passou a ser administrada pelo Sesc RJ, que a transformou em um Centro Cultural.
Desde que foi reinaugurado como um Centro Cultural, em abril do ano passado, o Quitandinha vem sendo ocupado por exposições que resgatam a forte identidade afro-brasileira em Petrópolis. A primeira, intitulada “Um oceano para lavar as mãos”, com curadoria de Marcelo Campos e Filipe Graciano, apresentou uma revisão da história do Brasil a partir de narrativas não eurocentradas, pensada por curadores e artistas negros, levando o espectador à reflexão sobre a forte memória e produção artística negra na contemporaneidade, no Brasil e no município, e sua relação com o passado imperial. Depois, dos mesmos curadores, recebeu a coletiva “Da Kutanda ao Quitandinha”, em que o ponto de partida foi o território onde o edifício está inserido – uma região marcada por quilombos formadores da cidade.
Serviço
Exposição | Dos Brasis
De 3 de maio a 27 de outubro
Terças a domingos e feriados, das 10h às 17h
Período
3 de maio de 2024 10:00 - 27 de outubro de 2024 17:00(GMT-03:00)
Local
Centro Cultural Sesc Quitandinha
Avenida Joaquim Rolla, 2, Petrópolis, Rio de Janeiro - RJ
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Para marcar os 20 anos da Casa Museu Carlos Scliar, foi inaugurada a exposição “Os Artivistas: Carlos Scliar e Cildo Meireles”, que une, pela primeira vez, a obra desses dois
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Para marcar os 20 anos da Casa Museu Carlos Scliar, foi inaugurada a exposição “Os Artivistas: Carlos Scliar e Cildo Meireles”, que une, pela primeira vez, a obra desses dois importantes artistas. “O Scliar foi fundamental na minha vida”, afirma Cildo Meireles sobre o amigo falecido em 2001. Com curadoria de Cristina Ventura, coordenadora da casa museu, serão apresentadas cerca de trinta obras, sendo algumas inéditas, que cobrem um período que vai desde a década de 1940 até 2021. Completam a mostra obras participativas, inspiradas nos trabalhos dos dois artistas. A exposição, que terá entrada gratuita até o final do mês de agosto, é apresentada pelo Governo Federal, Ministério da Cultura, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro através da Lei Paulo Gustavo.
“A ideia é provocar no espectador um convite á reflexão, instigada pela atualidade das questões tratadas pelos artistas em suas obras. Temas como: crimes de estado, meio ambiente, guerra, valor monetário, entre outros. Nosso propósito é que a pessoa pense sobre o seu papel no mundo de hoje”, diz a curadora Cristina Ventura.
As obras de Cildo Meireles e Carlos Scliar serão expostas juntas, como uma grande instalação, sem seguir uma ordem cronológica. São pinturas, desenhos, colagens, estudos, gravuras, objetos e vídeos. De Cildo, estarão as notas “Zero Dólar” (1984) e “Zero Cruzeiro” (1978), a instalação sonora “Rio Oir” (2011), o vídeo “15 segundos” (2021), em homenagem a Marielle Franco, entre outras obras. De Scliar, destacam-se os desenhos “Levante do Gueto de Varsóvia” (1957) e SOS (1989), além de desenhos e estudos, alguns inéditos, que tratam de temas como a cultura afro-brasileira e o holocausto. “Sou um grande admirador dos desenhos do Scliar, acho que ele era um desenhista dos mais talentosos do Brasil, verdadeiramente sensível”, afirma Cildo Meireles.
Na mostra, estará, ainda, a matriz da capa da Revista Horizonte, feita por Scliar em 1952, onde se lê: “Assine Apelo Paz”. “A Segunda Guerra Mundial o marcou muito, Scliar foi pracinha, atuou como cabo de artilharia. No período pós-guerra participa ativamente de movimentos a exemplo o Congresso pela paz ocorrido na antiga Tchecoslováquia, a mensagem trazida na obra é fundamental”, diz a curadora. Uma reprodução tátil desta matriz fará parte da exposição para que o visitante possa manuseá-la. Também estará na exposição um texto inédito do artista, da década de 1980, narrado pela cantora e compositora Marina Lima. No documento, Scliar expressa sua indignação e cansaço diante da nossa construção histórica. A artista cresceu vendo obras de Scliar, colecionadas por seu pai, segundo Marina, “uma imagem afetiva que nunca esqueço”. A gravação foi feita especialmente para a exposição.
Com trajetórias diversas, Carlos Scliar e Cildo Meireles se conheceram em 1966. “A partir do nosso primeiro encontro, onde mostrei meus desenhos, ele se interessou em mostrar esses trabalhos para alguns colecionadores e a partir daí praticamente me financiou. Sempre foi uma pessoa de uma generosidade muito grande, não só no meu caso, mas também com outros artistas jovens que estavam iniciando. Ele era uma pessoa de um entusiasmo intrínseco, estava sempre incentivando, sempre apoiando”, conta Cildo Meireles. Os dois foram muito amigos durante toda a vida e, em diversos momentos, tratam de questões similares em seus trabalhos, como no período da ditadura militar. Outras questões também convergem na produção dos dois: a icônica obra “Zero Dólar”, de Cildo Meireles, traz a imagem do Tio Sam, personagem que aparece sobrevoando a Amazônia com asas pretas, como se fosse um urubu, na obra SOS, de Carlos Scliar.
Serviço
Exposição | Os Artivistas: Carlos Scliar e Cildo Meireles
De 29 de junho a 01 de junho de 2025
Terça a sexta das 14h30 às 18h. Sábados das 15h30 às 19h
Período
29 de junho de 2024 14:30 - 1 de junho de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
Casa Museu Carlos Scliar
Rua Marechal Floriano (Orla Scliar), 253 – Cabo Frio - RJ
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Idealizada pelo Sesc RJ, a exposição Notícias do Brasil estreará repaginada em nova temporada no dia 31 de julho, desta vez no Centro Cultural PGE-RJ, antigo Convento do Carmo, no centro do
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Serviço
Exposição | Notícias do Brasil
De 31 de julho a 1 de novembro
Terça a sábado, das 10h às 18h
Período
31 de julho de 2024 10:00 - 1 de novembro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Centro Cultural PGE-RJ
Rua Primeiro de Março, S/Nº, Praça XV, Centro, Rio de Janeiro - RJ
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A Danielian Galeria tem o prazer de apresentar, a partir de 8 de agosto de 2024, às 18h, a “Ocupação Mulherio”,
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A Danielian Galeria tem o prazer de apresentar, a partir de 8 de agosto de 2024, às 18h, a “Ocupação Mulherio”, um conjunto de exposições individuais das artistas Nadia Taquary – “Marés”;Sônia Menna Barreto – “Fábulas”; Nelly Gutmacher – “Son(h)os”; Niura Bellavinha – “Essências”; e “Harmonias”, uma sala especial dedicada à obra da artista e marchande Marcia Barrozo do Amaral, falecida há um ano (1943-2023).
Os curadores Marcus de Lontra Costa, Viviane Matesco e Rafael Fortes Peixoto dão seguimento à ideia iniciada em 2022, com a mostra “Mulherio”, que reuniu trabalhos de 35 artistas mulheres de diferentes gerações, pesquisas e poéticas, a partir da pesquisa histórica e da seleção de trabalhos.
O trio curatorial destaca que “Ocupação Mulherio” não parte “de uma premissa ou de um enlace temático, mas tem como principal objetivo demonstrar a importância da trajetória destas mulheres para o ambiente cultural brasileiro, assim como a força e poesia de suas expressões”. “Sem categorizações ou classificações, “Ocupação Mulherio” reafirma “espaços e conquistas, mostrando que a arte representa o poder essencial feminino de criar e acima de tudo, transformar”, afirmam. Marcus de Lontra Costa, Viviane Matesco e Rafael Fortes Peixoto assinalam ainda que “os títulos que diferenciam cada mostrasão insinuações para que os visitantes possam conhecer e criar relações sensíveis com as obras expostas”.
Marcus de Lontra Costa diz que nesta segunda edição de“Mulherio”, ele e os outros curadores optaram “pela realização de cinco individuais de mulheres que sintetizam a ação feminina na arte contemporânea brasileira: religião, sexualidades, histórias das artes, abstrações e concretude, que compõem esse mosaico criativo reunido num mesmo espaço físico aberto ao público carioca”. Viviane Matesco observa que “mulheres são diversas, mas com uma posição em comum: a luta para viver em mundo dominado pelo machismo”. Rafael Fortes Peixotoacrescenta que o objetivo “não é reunir as artistas em torno de uma ideia, e simreafirmar a ocupação desse espaço na agenda e na pauta cultural, tanto em instituições públicas como em espaços privados, como a Danielian Galeria”. Ele adianta que em 2025 se pretende comemorar os 40 anos de ações das Guerrilla Girls, que afirmaram pela primeira vez ao mundo o questionamento da presença feminina nas artes. Nossa ideia com estas individuais é que a produção de cada artista possa ser aprofundada nesse ambiente de diversidade e liberdade”.
O título da “Ocupação” tem inspiração no jornal “Mulherio”, que circulou entre 1981 e 1988, e teve umrelevante papel dentro do movimento feminista brasileiro, e surgiu como desdobramento dos estudos sobre a condição feminina no Brasil, tendo contado com a participação de mulheres como Lisette Lagnado, Inês Castilho, Lélia Gonzalez, Adélia Borges, Maria Rita Kehl, Ruth Cardoso, Carmen da Silva e Heloisa Teixeira (ex-Buarque de Hollanda) em suas 40 edições.
Acompanha a exposição uma publicação em formato de 14cm x 10cm, em papel rosa, com os textos dos curadores sobre cada uma das mostras.
Serviço
Exposição | Ocupação Mulherio
De 08 de agosto a 05 de outubro
Segunda a sexta, das 11h às 19h, sábado, das 11h às 17h
Período
8 de agosto de 2024 11:00 - 5 de outubro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Danielian Galeria
Rua Major Rubens Vaz Gávea, 414 - Rio de Janeiro - RJ
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A exposição “Ideias radicais sobre o amor”, da carioca Panmela Castro, acontece no Museu de Arte do Rio (MAR). Com mais de 20 anos de trajetória, a artista apresentará uma
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A exposição “Ideias radicais sobre o amor”, da carioca Panmela Castro, acontece no Museu de Arte do Rio (MAR). Com mais de 20 anos de trajetória, a artista apresentará uma exposição com obras participativas, tendo como fio condutor a ideia da psicologia que fala sobre a necessidade de pertencimento como impulso vital dos seres humanos. Com curadoria de Daniela Labra e assistência curatorial de Maybel Sulamita, serão apresentadas 17 obras, sendo 10 inéditas, entre performances, fotografias, pinturas, esculturas e vídeos, que exploram questões como afetividade, solidão, visibilidade, empoderamento, autocuidado e memórias.
“Essa individual de Panmela Castro permite ao público conhecer muitas facetas de sua linguagem interdisciplinar. Seu trabalho navega por diferentes mídias e suportes de um modo único, reunindo questões estéticas, afetivas e ativistas em uma obra que é fundamentalmente performática e processual. A exposição no MAR traz obras inéditas e versões de outras já existentes, formando um ambiente lúdico, instigante e transformador”, afirma a curadora Daniela Labra.
A exposição irá se construir através de performances, ações e participações do público, que acontecerão ao longo do período da mostra. “Todas as obras de alguma forma precisam do outro para existir ou se completar, é uma exposição que começa em construção”, ressalta Panmela Castro. A exposição será inaugurada com três telas em branco da série “Vigília no Museu”, que serão pintadas quando o museu estiver fechado ao público. Em forma de vigílias dentro do MAR durante a noite, a artista se encontrará com pessoas para retratá-las. Um conjunto com 50 fotografias com registros da série “Vigília” também fará parte da mostra.
A exposição conta, ainda, com obras inéditas nas quais o público é convidado a participar. Na obra “Chá das Cinco”, por exemplo, o público é convidado a tomar um chá e compartilhar conselhos com outros visitantes da exposição através de bilhetes deixados debaixo do pires. Já em “Vestido Siamês”, duas pessoas poderão vestir, ao mesmo tempo, um grande vestido rosa feito em filó. Além disso, o público será convidado a trazer batons para a obra “Coleção de Batons” e objetos para deixar em um casulo, que serão transformados em esculturas pela artista. Esses objetos, que podem trazer memórias boas ou ruins, serão ressignificados e eternizados pela arte.
Inspirada nos tradicionais jogos arcade (fliperama), a obra “Luta no Museu” será um jogo para o público, no qual os lutadores são os artistas Allan Weber, Anarkia Boladona, Elian Almeida, Priscila Rooxo, Vivian Caccuri e Rafa Bqueer. Os cenários retratados são o Museu de Arte do Rio, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e a Escola de Artes Visuais do Parque Lage. A artista propõe o jogo como uma brincadeira de luta entre artistas, onde o vencedor expõe sua obra no museu.
Completando as obras inéditas, estará o vídeo “Stories”, uma coleção de pequenos vídeos publicados no Instagram da artista (@panmelacastro), que convidam o público a fazer parte das diferentes situações de sua vida e de seu processo artístico.
Além dos trabalhos inéditos, obras icônicas da artista também farão parte da exposição, como “Biscoito da sorte” (2021), que traz os tradicionais biscoitos japoneses com mensagens feministas criadas pela artista; “Bíblia feminista” (2021), na qual o público poderá escrever ideias que guiem a emancipação e a luta por direitos das mulheres cis e trans, e “Consagrada” (2021), fotoperformance na qual a artista aparece com o peito rasgado com esta escarificação, fazendo uma crítica à forma como o mercado de arte elege seus personagens.
“Não surpreende que Panmela hoje seja respeitada internacionalmente, tanto pela inventividade de sua arte quanto pela postura em relação a assuntos como violência de gênero de diversos tipos. Esse tema há anos a estimula a criar ações artísticas, pinturas, objetos e também desenvolver um trabalho de cunho pedagógico e político através de sua organização que usa as artes para promover direitos, principalmente o enfrentamento à violência doméstica, a Rede NAMI”, diz a curadora Daniela Labra.
Completam a mostra, quatro performances que a artista fará ao longo do período da exposição. No dia 17 de agosto, será realizada “Culto contra os embustes” (2020), um ritual onde a autoestima e a energia vital são usadas para afastar indivíduos malévolos da vida de cada participante. No dia 28 de setembro, será a vez de “Honra ao mérito” (2023), realizada na I Bienal das Amazônias, que aborda a falta de reconhecimento das mulheres e propõe uma cerimônia onde medalhas são concedidas ao público feminino, como forma valorizar seus talentos e ações dignas de destaque. “É uma reparação histórica”, afirma Panmela Castro. No dia 5 de outubro, será a vez da performance inédita “Revanche” (2019), na qual a artista confronta as imposições do feminino compulsório, convidando o público a apreciar o momento de um acerto de contas com o urso de 4 metros de altura que estará na mostra. Já no dia 12 de outubro, será realizada “Ruptura” (2015), na qual a artista se desfaz de uma espécie de “caricatura da feminilidade”, abrindo espaço para discussões mais amplas sobre gênero e alteridade. Todas as obras de performances serão registradas e terão seus vídeos exibidos na exposição.
Serviço
Exposição | ABERTO3 | TOMIE OHTAKE E CHU MING SILVEIRA
De 09 de agosto a 24 de novembro
De terça a domingo, das 11h às 18h (última entrada às 17h)
Período
9 de agosto de 2024 11:00 - 24 de novembro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Museu de Arte do Rio - MAR
Praça Mauá, 5 – Centro, Rio de Janeiro – RJ
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Fortes D’Aloia & Gabriel apresenta Paisagem selvagem, a nova mostra de Leda Catunda na Carpintaria, que marca o retorno da artista ao Rio de Janeiro uma década após sua última exposição individual
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Fortes D’Aloia & Gabriel apresenta Paisagem selvagem, a nova mostra de Leda Catunda na Carpintaria, que marca o retorno da artista ao Rio de Janeiro uma década após sua última exposição individual na cidade, no Museu de Arte Moderna. Os trabalhos apresentados mostram uma inflexão barroca na sua pesquisa, onde o acúmulo de elementos têxteis e citações imagéticas que caracteriza sua obra é intensificado por uma multiplicação de procedimentos e ornamentos e pela proliferação de formas de língua, saliências, barrigas estofadas e abas de tecido de todas as cores. Refletindo sobre o fluxo de estímulos visuais e digitais, Catunda se debruça sobre nossa exposição incessante aos ícones, signos e emblemas da cultura de massas.
Acrescentando uma gama de referências paisagísticas a essa dimensão tipicamente contemporânea, a artista abre caminho para uma paradoxal junção de natureza e artifício, desierarquizando pretensões de gosto e registros altos e baixos num processo onívoro e voraz. Nesses híbridos de pintura e objeto, motivos históricos como o santo católico em São Tomás (2024) convivem com as logomarcas e gráficos ready-made de um trabalho como Paisagem selvagem II (2024). Em Cinema (2024), estampas de camisetas com imagens de filmes cult, como Lolita ou De volta para o futuro formam a superfície de um volume almofadado, numa compilação de referências reunidas pela artista que entrelaça o lado afetivo da memória com os objetos e produtos da indústria cultural.
A produção de formas curvas, serpentinadas, enrugadas, enroladas, dobradas, acumuladas, antitéticas e labirínticas alcança o volume máximo em Paisagem selvagem II, citada acima, e Caprichosa (2024), onde toda essa cornucópia visual se dispõe em um tableau de cenas fragmentárias. Nestas obras a tendência maximalista e cumulativa deste corpo de trabalho se condensa de maneira enfática.
Desde sua última mostra individual no ICA Milano, em 2023 na Itália, a ênfase de Catunda sobre o drapeado, o caimento, a costura e a estamparia fazem da indumentária, da silhueta e da fisionomia humanas material de composição plástica e conceitual, principalmente em trabalhos como Sete saias (2024).
“O excesso de imagens em tudo que nos cerca gera uma forte ilusão de velocidade. Seja no âmbito virtual, na internet, ou real nas irriquietas superfícies que revestem as cidades, nas ruas, edifícios ou mesmo nas roupas das pessoas, essa visualidade pungente parece provocar a sensação de um encurtamento do tempo. Assim nos tornarmos ansiosos do porvir, de um futuro que nos surpreenda mesmo sem que tenhamos podido optar, escolher. Nessa nova realidade nada acontece, tudo flui. E, desta maneira a vida segue o fluxo louco dos acontecimentos repentinos. A adaptação implica noutra sorte de raciocínio, numa modificação do sistema associativo para reencontrar capacidade de leitura deste novo real e assegurar espaço para novas ideias e novos destinos.” – Leda Catunda
A exposição é acompanhada por um ensaio crítico de Carlos Eduardo Riccioppo, Professor Doutor do Departamento de Artes da Universidade Estadual Paulista – Unesp.
Serviço
Exposição | Paisagem selvagem
De 10 agosto a 5 outubro
Terça a sexta, das 10h às 19h, e sábado, das 10h às 18h
Período
10 de agosto de 2024 10:00 - 5 de outubro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Fortes D’ Aloia & Gabriel RJ
R. Jardim Botânico, 971 - Jardim Botânico, Rio de Janeiro - RJ
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A exposição “A.R.L. Vida e Obra“, do fotógrafo e pintor brasileiro Antônio Roseno de Lima (1926-1998), entra em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro no dia 04
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A exposição “A.R.L. Vida e Obra“, do fotógrafo e pintor brasileiro Antônio Roseno de Lima (1926-1998), entra em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro no dia 04 de setembro de 2024. Com visitação gratuita, esta é uma oportunidade para o público conhecer a produção do artista outsider, natural de Alexandria, RN, que migrou para São Paulo e encontrou na arte a forma de se expressar. Semianalfabeto e morador da periferia de Campinas, A.R.L., como decidiu assinar suas obras, afirmando sua identidade como um cidadão, foi descoberto no final da década de 1980 pelo artista plástico e professor doutor do Instituto de Artes da UNICAMP, Geraldo Porto, que assina a curadoria da mostra. A exposição reúne mais de 90 obras, na sua grande maioria pinturas, principal suporte usado pelo artista. Há ainda à disposição do público 3 três reproduções em 3D, facilitando a acessibilidade para pessoas com deficiência visual. A mostra, que já passou pelos CCBBs SP, BH e DF, fica no CCBB Rio até 28 de outubro, encerrando sua temporada.
O pintor tirou da sua própria realidade a inspiração para criar obras que são reflexo da mais pura e encantadora Art Brut, termo francês, criado por Jean Dubuffet, para designar a arte produzida livre da influência de estilos oficiais e imposições do mercado da arte, que muitas vezes utiliza materiais e técnicas inéditas e improváveis. Seus temas centrais foram autorretratos, onças, vacas, galos, bêbados, mulheres e presidentes. Apesar das condições precárias em que vivia na favela Três Marias, em Campinas (onde morou de 1962 até sua morte, em junho de 1998), Roseno expressava seus sonhos e observações do cotidiano através de suas pinturas, muitas vezes utilizando materiais improvisados encontrados no lixo: pedaços de latas, papelão, madeira e restos de esmalte sintético.
Quando encontrava algum desenho que fosse do seu gosto, recortava-o em latas de vários tamanhos para usar como modelo, além de usar outros materiais que encontrava pelo caminho, como a lã, mais disponível em épocas de frio. Seu barraco era sua tela, onde cores vibrantes e figuras contornadas em preto ganhavam vida, revelando uma poesia visual única. Nas obras, as diversas aspirações do artista são representadas, mas uma delas se repete em toda a sua arte: “Queria ser um passarinho para conhecer o mundo inteiro!”
Com cores fortes, escrevia nos quadros: “Este desenho foi fundado em 1961“, referindo-se ao início de sua carreira em desenho, pintura e fotografia, com um “professor espanhol“, em São Paulo. Mesmo sendo semianalfabeto, as palavras sempre fizeram parte de sua expressão poética, como signos herméticos, expostos respeitando a anterioridade das figuras e evidenciando desconhecimento das regras gramaticais. Amigos e crianças da favela o ajudavam com a leitura e as anotações em um caderno, que eram fotocopiadas para serem coladas na parte de trás dos quadros. Os bilhetinhos, carregados de informação com as mais diversas letras, avisavam sobre os materiais, processo de criação, execução, conservação da pintura e arrematavam: “Quem pegar esse desenho guarda com carinho. Pode lavar. Só não pode arranhar. Fica para filhos e netos. Tendo zelo, dura meio século.”
Impressionado pela singularidade da obra de Roseno, o curador Geraldo Porto conta que a primeira vez que viu seus quadros foi em uma exposição coletiva de artistas primitivistas no Centro de Convivência Cultural de Campinas, em 1988. “Naquele instante, tive a certeza de estar diante de um artista raro“. Ele acrescenta que o pintor já se destacava entre os demais. Depois de ganhar notoriedade , passou a ser “chamado pelos jornalistas de ‘pintor pop da favela’, – fazendo referência ao Pop Art, movimento norte-americano dos anos sessenta – porque seus quadros misturavam imagens, fotografias, propagandas e palavras como nos cartazes comerciais“, explica Porto, acrescentando que Antônio Roseno desconhecia não somente este, mas qualquer outro movimento artístico, mas queria ver o seu trabalho nos outdoors da cidade.
Como forma de rebater reportagens da época, que o demonstravam como favelado, analfabeto e doente, passou a escrever em seus quadros em letras garrafais: “Sou um homem muito inteligente“, no intuito de se livrar dessas imagens tão negativas. A.R.L. viveu com Soledade, sua grande companheira na vida, e mesmo diante da devoção de sua mulher, o artista insistia em repetir em sua obra: “Nunca tive amor na vida“, independentemente das quase quatro décadas de relacionamento que os dois mantiveram.
Em 1991 Geraldo fez a curadoria da primeira exposição individual de A.R.L., na galeria de arte contemporânea Casa Triângulo, de Ricardo Trevisan, em São Paulo. Logo após, uma televisão alemã fez uma matéria sobre Roseno, veiculada na Europa durante a Documenta de Kassel, uma das maiores e importantes exposições da arte contemporânea e da arte moderna internacional que ocorre a cada cinco anos na cidade de Kassel, na Alemanha. O jornal brasileiro Folha de São Paulo recomendou sua mostra como uma das melhores da temporada. Seus trabalhos hoje figuram em publicações de renome mundial. Roseno faleceu em 1998, quando uma boa parte de seus trabalhos já estava em coleções de arte no Brasil e no exterior. Infelizmente, outra grande parte foi descartada pelo caminhão da prefeitura, chamado pela família para limpar a casa.
Assim como Arthur Bispo do Rosário, A.R.L. faz parte desses “artistas virgens” ou “outsiders“, autores dessa “arte incomum“. Para Geraldo Porto, Antônio Roseno “é sim um artista outsider, pela originalidade do seu processo criativo. Sua criatividade desconhecia limites entre fotografar, pintar ou escrever. Analfabeto, ele escrevia; fotógrafo, ele pintava; pintor, ele tecia. Pintava para não adoecer”. Ele retratava o cotidiano, coisas simples que o faziam feliz. “Perguntei-lhe por que pintava tantas vacas: ‘Porque eu gosto muito de leite’, ele me respondeu“.
Pedaços da alma e da vida
Com o intuito de desvendar as diferentes camadas da obra de Antônio Roseno de Lima, a exposição que ocupará o segundo andar do CCBB Rio, está dividida em seis seções, apresentando um panorama completo das diversas facetas do artista. Na primeira delas, “O Bêbado“, vislumbramos as raízes de A.R.L. em sua arte, em que se destacam cores chapadas e não existem meios-tons ou efeito de claro-escuro, e prolifera o uso de palavras. Iniciada em 1975, essa série traz rostos com olhos embaralhados pela bebida, trabalho que o projetou como artista no mercado internacional, se tornando sua marca registrada. Em “Recortes da Cidade“, mergulhamos nas aspirações e fantasias do artista, onde o vemos estampado em notas de dinheiro (fora de circulação); a casa bonita, colorida e com luz elétrica; o prédio moderno e a fábrica onde almejava trabalhar.
Na seção “Presidentes“ figuram fatos históricos e figuras notáveis como Afonso Pena, Nilo Peçanha, Getúlio Vargas, Mário de Andrade e Santos Dumont, o seu maior ídolo (aquele que provavelmente inspirou seu desejo de ser um passarinho). Já em “O Fotógrafo“, temos reflexos de sua grande paixão, o ofício que aprendeu a exercer aos 35 anos, em São Paulo capital, e tentou manter vivo no interior (Indaiatuba), mesmo depois de fechar seu estúdio por falta de recursos. “Frutos, Flores e Animais” trazem composições de galos, sapos, cavalos, gatos, capivaras e onças ou ainda quadros com traços quase “picassianos” de vacas. “Mulheres e Santas” completa o passeio pela alma criativa de Roseno, um admirador que gostava de retratar mulheres, e que seguiu as homenageando em forma de sereias ou à imagem de Nossa Senhora Aparecida.
Além disso, a exposição contará também com duas instalações. Em “Foto Santo Antônio“, são projetadas imagens em looping, formando um vídeo com diferentes fotografias tiradas por Roseno, a maioria delas em preto e branco e outras com suas intervenções coloridas à mão. Inclusive, grande parte de suas fotografias está hoje no Centro de Memória da Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP. Em “A.R.L Animado“, cerca de 20 obras foram aqui reimaginadas por Nélio Costa. As imagens, criadas a partir do desmembramento e transformação de elementos das obras originais, respeitam a integridade do trabalho de Antônio. Cada obra selecionada recebeu um tratamento personalizado, resultando em uma experiência única para os espectadores, que poderão apreciar a produção artística sob uma nova perspectiva.
Como parte do seu programa de inclusão social, visando garantir o acesso a um número maior de visitantes, a mostra traz QR Codes nas fichas de identificação de todos os seus quadros, possibilitando a audiodescrição de cada um deles. Outra iniciativa de acessibilidade é a leitura tátil de três telas que estão reproduzidas em MDF, com texturas variadas: “Bêbado com Cigarro I” (1986), que traz uma das representações mais emblemáticas da carreira de Roseno, um homem com três fileiras de orelhas, sobrancelhas, olhos, narizes e bocas, cada uma com um cigarro entre os lábios, “O Galo é Marido da Galinha I” e “Abacaxi” (ambos sem data), que também estão entre os temas mais recorrentes do artista.
A partirr da exposição “A.R.L. Vida e Obra”, o público vai poder conhecer quem foi Antônio, um entre cinco irmão, nascido em 1926, na cidade de Alexandria (RN), que aos 22 anos decidiu sair da roça para morar na cidade, auxiliando sua madrinha a produzir e comercializar doces. Aos 30 anos, largou o casamento com Cosma, com quem teve cinco filhos, para buscar uma vida melhor em São Paulo. Ali se dedicou à fotografia, antes de se estabelecer na favela Três Marias, em 1962, onde produziu a maior parte de sua obra.
Apesar de afirmar que nunca encontrou o amor, viveu ao lado de Soledade, uma líder comunitária, a quem ele dedicava todos os maiores cuidados. Uma amiga com quem brigava e fazia as pazes, sua companhia na alegria, mas principalmente nos momentos de saúde debilitada. Das dificuldades e do desconhecimento público em vida, o trabalho de Roseno, que resume sua história, ganhou reconhecimento internacional, com suas obras sendo exibidas em museus renomados em todo o mundo. Um legado que inspira e emociona até os dias de hoje.
Serviço
Exposições | A.R.L. Vida e Obra
De 04 de setembro a 28 de outubro
De quarta a segunda, das 9h às 20h
Período
4 de setembro de 2024 09:00 - 28 de outubro de 2024 20:00(GMT-03:00)
Local
CCBB RJ
R. Primeiro de Março, 66 - Centro Rio de Janeiro - RJ
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Celebrando a mudança de nome da galeria, a Maneco Müller | Mul.ti.plo, no Leblon, abre uma individual com a produção mais recente de Luiz Zerbini, que acaba de apresentar no
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Celebrando a mudança de nome da galeria, a Maneco Müller | Mul.ti.plo, no Leblon, abre uma individual com a produção mais recente de Luiz Zerbini, que acaba de apresentar no CCBB Rio uma grande mostra retrospectiva, atraindo mais de 70 mil visitantes. A exposição “Pedra, metal e madeira” reúne cerca de 20 obras recentes do artista, entre gravuras em metal, litogravuras e monotipias, sendo a maioria inédita. Quem assina o texto crítico é Fred Coelho. A mostra, que vai até 1º de novembro, inclui o lançamento de um livro de grandes dimensões, impresso manualmente, a ser apresentado na ArtRio. A abertura será no dia 4 de setembro (quarta-feira), às 18h, com entrada franca. A mudança de nome da galeria simboliza a sociedade entre Maneco Müller e Stella Ramos na Mul.ti.plo, desde 2018.
Atravessando seus quase 50 anos de produção, a poética de Luiz Zerbini destaca-se por uma voluptuosa e desconcertante paisagística, combinando vegetação, ambientes urbanos, fabulação, memória e alegorias. A recente produção em monotipia e gravura em metal do artista é fruto do encontro dele com o Estúdio Baren, criado pelo editor e impressor carioca João Sánchez. Há quase uma década, Zerbini e João pesquisam diversas formas de imprimir monotipias, misturando técnicas e materiais, papéis, matrizes e pigmentos. Mais recentemente, o artista carioca Gpeto passou a colaborar também com o Estúdio Baren, se juntando à produção de monotipias de João Sánchez e Luiz Zerbini.
O destaque da mostra na galeria são as gravuras em metal inéditas nas quais Zerbini se debruça sobre uma das mais tradicionais técnicas de impressão artesanal do mundo. Há cerca de cinco anos, Zerbini vem se dedicando a experimentações nesse campo graças à proximidade com o Estúdio Baren. A Maneco Müller | Mul.ti.plo surgiu como espaço natural da mostra dessa produção por conta da parceria da galeria com o Estúdio Baren e a amizade de longa data tanto com Luiz Zerbini quanto com João Sánchez.
Na mostra estão cinco obras em água-forte e água-tinta sobre papel de algodão em preto e branco, com edição limitada de 30 exemplares, no formato de 78 X 53 cm. “Num momento de enorme sucesso da sua carreira, Zerbini expande-se por outra frente, com a possibilidade de escapar da demanda permanente da pintura. Nas gravuras em metal, ele está podendo repensar as imagens de suas telas, oferecendo a elas novas dinâmicas, novas camadas, novas possibilidades. Isso leva a um outro caminho de debate sobre sua obra. A oportunidade de se desafiar, de se arriscar, experimentar, traz um incrível frescor e força aos novos trabalhos”, explica Fred Coelho.
Os desenhos de Zerbini, feitos a ponta-seca e buril sobre a superfície do metal, revelam-se no papel com uma incrível sutileza de tons e força da forma. “Aqui o tempo da impressão é outro. O processo em metal é trabalhoso, lento, complexo. Exige muita dedicação. É coisa de um mundo que não existe mais. Sempre tive vontade de me dedicar a isso, mas nunca tive chance. Agora com o João Sánchez encontramos esse caminho”, revela Zerbini.
Já as 12 monotipias são exemplares únicos, com dimensões de 107 x 80 cm, impressas em papel de algodão. Tirando as obras apresentadas na exposição MASP em 2022, incluindo quatro originais utilizados para ilustrar a edição do livro “Macunaíma, o herói do Brasil”, de Mário de Andrade (Editora Ubu, 2017), e outra sobre a Guerra de Canudos, a coleção de monotipias reunida é inédita. Mais do que representações de vegetação, nas monotipias de Zerbini são as próprias plantas e objetos entintados que são colocados na prensa, imprimindo e dando relevo com sua textura ao papel. “Quando descobri a possibilidade de utilizar as folhas como matriz, fiquei muito interessado. A partir daí começamos a experimentar outros materiais. Fomos fazendo uma pesquisa enorme”, comenta o artista sobre a parceria com o Estúdio Baren.
A exposição na Maneco Müller | Mul.ti.plo inclui também o lançamento de um livro de artista em grande formato na ArtRio, com trabalhos exclusivos de Zerbini. No tamanho de 77 X 98 cm (fechado), impressa manualmente, a edição tem apenas 11 exemplares e estará à venda no estande da galeria durante a feira de arte carioca, entre 25 e 29 de setembro. O livro “Monstera Deliciosa Pândanus Coccothrianax Crinita Útilis Cabeluda Mucuna” tem projeto editorial de João Sánchez, com colaboração editorial de Ana Luiza Fonseca. A impressão foi realizada no Estúdio Baren, pelas mãos de João Sánchez, Juliette Boulben, Luiza Stavale, entre 2018 e 2019.
.Serviço
Exposição | Pedra, metal e madeira
De 04 de setembro a 01 de novembro
Segunda a sexta, das 10h às 18h30, sábados, sob agendamento
Período
4 de setembro de 2024 10:00 - 1 de novembro de 2024 18:30(GMT-03:00)
Local
Galeria Maneco Müller | Mul.ti.plo
Rua Dias Ferreira, 417/206 - Leblon – Rio de Janeiro - RJ
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A Nara Roesler Rio de Janeiro tem o prazer de apresentar Mães, exposição que reúne trabalhos de Not Vital (Sent, Suíça, 1948) e Richard Long (Bristol, Reino Unido, 1945). A
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A Nara Roesler Rio de Janeiro tem o prazer de apresentar Mães, exposição que reúne trabalhos de Not Vital (Sent, Suíça, 1948) e Richard Long (Bristol, Reino Unido, 1945). A mostra, que abre ao público no dia 10 de setembro, celebra os dez anos da sede carioca da galeria e contará com trabalhos inéditos de ambos os artistas, incluindo trabalhos site specific de Richard Long criados especialmente para a ocasião.
Mesmo com trajetórias artísticas e pessoais distintas, Long e Vital compartilham de uma amizade e um vínculo que transcende o campo das artes. O título escolhido pelos artistas para a exposição é uma homenagem às mães de ambos. A mãe de Richard Long, Frances, oriunda de Bristol, na Inglaterra, nasceu no Rio de Janeiro. Long, por sua vez, estabeleceu uma relação de admiração e afeto com Maria, mãe de Not Vital. Quando Maria fez cem anos, em 2016, Long dedicou a ela uma nova edição de sua célebre série iniciada em 1971, intitulada A Hundred Mile Walk – na qual percorreu a distância entre Stonehenge e a nascente do Tâmisa.
Nascido em Sent, na Suíça, Not Vital se familiarizou com uma paisagem marcada pela neve e por tons de cinza, paleta cromática que influenciou fortemente sua produção, já que, em suas palavras “quando não estava nevando, tudo era cinza”. Embora produza também instalações e pinturas, pode-se dizer que a parte mais expressiva de sua poética é constituída por esculturas, linguagem a qual se dedica desde o início de sua trajetória e na qual emprega materiais como bronze, gesso, mármore, entre outros. Em muitos desses trabalhos o artista explora o vínculo entre orgânico e inorgânico, humano e animal, real e fantástico, em estruturas totêmicas, híbridas e misteriosas.
Not Vital é conhecido também por ter expandido a escultura em direção à arquitetura com suas Scarchs, termo criado pelo próprio artista, que deriva da junção, em inglês, das palavras “escultura” e “arquitetura”, para definir obras construídas ao redor do mundo com materiais locais. O artista viaja pelo mundo realizando trabalhos e intervenções, já tendo passado por locais como China, Níger, Filipinas e, mais recentemente, o Brasil, onde tem um ateliê no bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro.
Richard Long, por sua vez, é um dos escultores contemporâneos mais celebrados, tendo sido o único artista a ser finalista do Turner Prize por quatro vezes (e vencedor da edição de 1989). Com uma trajetória iniciada na década de 1960, o artista caracteriza seu trabalho como sendo uma “resposta aos ambientes” por onde caminha. De maneira geral, Long promove algum tipo de alteração nessas paisagens, quase sempre com os materiais que as compõem como pedras, lama e neve. Em alguns casos, o elemento principal se torna a caminhada do artista pela área, com fotografias, mapas e textos servindo como registro dessa ação.
Como muitas vezes seus trabalhos se dão em áreas isoladas e remotas, como o deserto do Saara ou terras na Islândia e, já que a maior parte dessas ações escultóricas são efêmeras, o processo de execução de seus gestos na terra, bem como o registro fotográfico destes aproximam sua produção da performance, prática que fez de Long um dos pioneiros da Land Art.
Enquanto dois artistas que pensam a escultura sob uma perspectiva contemporânea, é possível estabelecer paralelos interessantes entre as poéticas de ambos. Para além do espírito nômade que têm em comum e que marca de alguma forma os trabalhos de ambos artistas, pode-se destacar também a efemeridade, presente tanto na obra de Long quanto em algumas das Scarchs de Vital. Há também o estabelecimento de uma relação das obras com o meio e a paisagem nos quais se inserem e, no caso de Not Vital, há ainda as relações estabelecidas com a população local.
.Serviço
Exposição | Mães
De 10 de setembro a 26 de outubro
Segunda a sexta, das 10h às 19h, sábado, das 11h às 15h
Período
10 de setembro de 2024 10:00 - 26 de outubro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Nara Roesler RJ
Rua Redentor 241 Ipanema Rio De Janeiro Rj
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O Centro Cultural Correios Rio de Janeiro inaugura em 11 de setembro Toda aurora tem seu fim, exposição de Andrey Rossi composta por pinturas a óleo que convidam o público
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O Centro Cultural Correios Rio de Janeiro inaugura em 11 de setembro Toda aurora tem seu fim, exposição de Andrey Rossi composta por pinturas a óleo que convidam o público a refletir sobre o tempo, a solidão e a impermanência a partir de um passeio por paisagens imaginárias.
O trabalho de Rossi não parte da representação fotográfica: todos os espaços retratados em suas pinturas são originários de uma arquitetura interna e pessoal do artista. Em telas de grande escala, longos corredores com portas entreabertas e cômodos escurecidos convidam o público a adentrar a complexa rede de seu imaginário, composta por camadas de silêncio e solidão.
Além das grandes pinturas, a exposição com texto crítico de Ulisses Carrilho inclui obras de pequenos formatos que retratam naturezas-mortas – fruteiras, potes e outros itens – chamados pelo artista de “entes inanimados”. Ao observar as obras, é como se o visitante entrasse por uma das várias portas dos corredores de Rossi e se deparasse com esses itens que habitam os cantos esquecidos de seu imaginário.
Segundo o artista, cada pintura faz parte de um único complexo maior, que se transforma e expande cada vez que surge uma nova obra. Os ambientes apresentam sinais de degradação: pinturas descascadas, plantas que invadem os espaços através das janelas e mofo nas paredes. Essa arquitetura indefinida – que poderia ser um hospital, uma escola, ou uma casa, mas cujo propósito é desconhecido – tem uma relação profunda com memórias afetivas de Rossi. Seu imaginário foi formado em grande parte durante a infância em Porto Ferreira, interior de São Paulo, período em que explorava lugares abandonados e ruinosos da região.
A exposição fica aberta ao público até dia 26 de outubro, simultaneamente com mostras dos artistas Ana Zveibil, Júlio Vieira, Marlene Stamm e Thiago Toes, que ocupam as demais salas do Centro Cultural Correios Rio de Janeiro.
.Serviço
Exposição | Toda aurora tem seu fim
De 11 de setembro a 26 de outubro
Terça a sábado das 12h às 19h
Período
11 de setembro de 2024 12:00 - 26 de outubro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Centro Cultural Correios RJ
Rua Visconde de Itaboraí, 20, Centro – Corredor Cultural, Rio de Janeiro - RJ
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A partir de 11 de setembro, Júlio Vieira ocupa o Centro Cultural Correios Rio de Janeiro com Entrespaços, exposição onde apresenta pinturas em óleo e acrílica e objetos que exploram
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A partir de 11 de setembro, Júlio Vieira ocupa o Centro Cultural Correios Rio de Janeiro com Entrespaços, exposição onde apresenta pinturas em óleo e acrílica e objetos que exploram novas concepções de paisagem.
Em telas de grande e média escala, o artista sobrepõe e redimensiona múltiplas camadas para criar espaços imaginários. Indo além dos elementos orgânicos comuns na pintura de paisagem tradicional, o artista inclui em suas obras elementos territoriais, de identidade e subjetivos. Camadas e perspectivas são embaralhados, possibilitando ao observador diferentes olhares sobre o seu entorno.
Entre os elementos, todos retirados de lugares reais, estão referências coletadas por Vieira em seus deslocamentos cotidianos por metrópoles no Brasil e no exterior e homenagens à iconografia de artistas que admira. Segundo a curadora Daniela Avellar, os entrespaços são “espaços onde podemos perceber a emergência do novo”.
O artista ainda apresenta a série de bandeiras “7 ervas”, onde explora questões da pintura em formato tridimensional. Confeccionadas em veludo e feltro, cada uma delas traz bordada a imagem de uma erva relacionada a poderes de proteção na cultura brasileira, criando um espaço para o ritual e o sensível.
Entrespaços fica em cartaz até 26 de outubro, com entrada gratuita. O Centro Cultural Correios Rio de Janeiro ainda recebe simultaneamente exposições dos artistas Ana Zveibil, Andrey Rossi, Marlene Stamm e Thiago Toes.
.Serviço
Exposição | Entrespaços
De 11 de setembro a 26 de outubro
Terça a sábado das 12h às 19h
Período
11 de setembro de 2024 12:00 - 26 de outubro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Centro Cultural Correios RJ
Rua Visconde de Itaboraí, 20, Centro – Corredor Cultural, Rio de Janeiro - RJ
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O Centro Cultural Correios Rio de Janeiro recebe a exposição Sobre o Vazio, mostra de Marlene Stamm que apresenta 6 séries com aproximadamente 652 aquarelas e desenhos e uma instalação
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O Centro Cultural Correios Rio de Janeiro recebe a exposição Sobre o Vazio, mostra de Marlene Stamm que apresenta 6 séries com aproximadamente 652 aquarelas e desenhos e uma instalação que investigam a força impregnada nos objetos com a passagem do tempo.
Com curadoria de Isabel Portella, a grande quantidade de obras que compõem cada uma das séries evidencia um trabalho manual, repetitivo e solitário da artista, que produz de forma quase obsessiva para mostrar as imprevisibilidades que convidam a olhar para aquilo que quase ninguém vê.
A série “6 horas de luz” é formada por mais de 530 aquarelas de fósforos, cuja queima totaliza o tempo que dá nome à obra. No processo de construção da série, o tempo se estende: 6 horas viram semanas nas ações de riscar o fósforo, cronometrar a chama e pintar o carvão, repetidas pela artista meticulosamente, centenas de vezes, registrando o que resta do fósforo e a memória da luz.
A instalação “Impermanência”, que ocupa o centro da sala, é formada por 27 esculturas em gesso de livros empilhados sobre móvel antigo. Os livros são blocos sem cor e sem conteúdo, simbolizando a fragilidade das memórias e o conhecimento acumulado, que aos poucos se apagam e vão juntando poeira.
Na série “Vazio”, a artista pinta 74 aquarelas de envelopes sem cartas, destinatário ou remetente, convidando o observador a buscar por elementos que possam indicar algum tipo de narrativa e significado para cada um deles. Ao registrar objetos que são quase descartáveis, a artista evidencia o esforço que as coisas simples e as histórias fazem para perdurar, buscando preservá-las.
Essa é a terceira exposição da artista no Rio de Janeiro neste ano. Em março, Stamm inaugurou “Antes que chegue a noite” no Sesc Teresópolis e em abril, participou da coletiva “Uma Casa Toda Sua” na Casa Museu Eva Klabin. Paralelamente à exposição da artista, o Centro Cultural Correios Rio de Janeiro ainda apresenta mostras dos artistas Andrey Rossi, Júlio Vieira e Thiago Toes em suas outras salas expositivas.
.Serviço
Exposição | Sobre o Vazio
De 11 de setembro a 26 de outubro
Terça a sábado das 12h às 19h
Período
11 de setembro de 2024 12:00 - 26 de outubro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Centro Cultural Correios RJ
Rua Visconde de Itaboraí, 20, Centro – Corredor Cultural, Rio de Janeiro - RJ
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O Centro Cultural Correios Rio de Janeiro apresenta Maçã Dourada, nova exposição de Thiago Toes com curadoria de Daniela Avellar. A mostra apresenta pinturas e desenhos que oferecem uma imersão
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O Centro Cultural Correios Rio de Janeiro apresenta Maçã Dourada, nova exposição de Thiago Toes com curadoria de Daniela Avellar. A mostra apresenta pinturas e desenhos que oferecem uma imersão no universo místico do artista.
Inspirada pela figura da maçã dourada, símbolo do tarot relacionado à prosperidade, conquista e sucesso, a exposição explora questões relacionadas à espiritualidade e ao autoconhecimento, transformando a pintura e o desenho em uma espécie de ritual. Além do tarot, os trabalhos em exposição ainda trazem referências a diversos símbolos e arquétipos da mitologia.
Introspectivos, grande parte dos trabalhos são autorretratos fragmentados, trazendo partes do rosto e das mãos de Toes. O corpo do artista aparece frequentemente coberto por bonés ou balaclavas, ilustrando simultaneamente a força dos códigos sociais e a proteção simbólica desses acessórios, que remetem à ideia de armaduras.
Na sala expositiva dos Correios, algumas pinturas são sustentadas por estruturas tridimensionais, retomando a ideia de corpo e ocupando o espaço. Através dos signos, assim como no tarot, as obras de Toes buscam mostrar ao observador um caminho de reflexão e contemplação daquilo que é invisível.
A exposição fica em cartaz até 26 de outubro, paralelamente a mostras dos artistas Ana Zveibil, Andrey Rossi, Júlio Vieira e Marlene Stamm, que ocupam as demais salas expositivas do Centro Cultural Correios Rio de Janeiro.
.Serviço
Exposição | Maçã Dourada
De 11 de setembro a 26 de outubro
Terça a sábado das 12h às 19h
Período
11 de setembro de 2024 12:00 - 26 de outubro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Centro Cultural Correios RJ
Rua Visconde de Itaboraí, 20, Centro – Corredor Cultural, Rio de Janeiro - RJ
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A exposição Ponto de fuga, um projeto instalativo de Antonio Bokel, será inaugurada na Galeria do Lago. Sob curadoria de Isabel Portella, a mostra celebra os 20 anos de carreira
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A exposição Ponto de fuga, um projeto instalativo de Antonio Bokel, será inaugurada na Galeria do Lago. Sob curadoria de Isabel Portella, a mostra celebra os 20 anos de carreira do artista plástico carioca e apresenta um trabalho em diálogo expresso com o Museu da República – antigo Palácio do Catete – um monumento de relevância histórica na Zona Sul do Rio de Janeiro.
Movido pelo convite para criar um cruzamento simbólico entre arte, arquitetura, história e paisagem, Bokel fez uma imersão nos arquivos da instituição e dedicou-se a pesquisar o local que, no final do século 19, sediou a Presidência da República e foi palco de intensas articulações políticas.
Entre fatos e muitas curiosidades, descobriu que havia ali um controverso ancoradouro conhecido como Ponte do Flamengo, erguido junto à Avenida Beira Mar (e demolido nos anos 1960, com a construção do Aterro), onde atracava uma embarcação de uso exclusivo do presidente em exercício. Era, possivelmente, uma rota de fuga.
Ao visitar a área expositiva da Galeria do Lago, Antonio observou que uma das janelas com vista para o jardim de 120 mil metros quadrados, que liga o palácio à Praia do Flamengo, enquadra um monumental corredor de palmeiras imperiais. Esta perspectiva que leva ao antigo ancoradouro foi o disparador poético do primeiro projeto instalativo do artista, que partiu de uma lógica construtivista.
“A verticalização das palmeiras simetricamente alinhadas, levando à saída do museu em direção ao Aterro, me instigou a reproduzir o mesmo paralelismo dentro do espaço expositivo. Criei dez totens em aço corten (180 cm x 30 cm), material que reage ao tempo, instalados lado a lado. No final da sala, um grande espelho reflete os totens, duplicando-os e dando a ilusão de continuidade do ponto de fuga”, descreve.
Na sala menor, duas barras de alumínio estão dispostas no chão, desconstruindo a arquitetura e estabelecendo uma composição geométrica que firma o caminho que leva o espectador à instalação dos totens. Entre elas, uma pintura em preto, com 200 cm x 120 cm, materializa a perspectiva e reforça a expressão sintética do construtivismo. Sobre a tela, repousa uma folha de palmeira esculpida em bronze.
“É um artista contemporâneo dialogando com a história de mais de 160 anos do Palácio do Catete. O Bokel conseguiu criar essa relação com o espaço, convertendo o desenho arquitetônico em formas geométricas. Ele explora a profundidade, incluindo a perspectiva do visitante que, através do espelho, se insere como mais uma camada da obra”, analisa Isabel. “É um diálogo arquitetônico, paisagístico e histórico”. A curadora ressalta ainda que aspectos característicos da produção de Antonio, como a diversidade de materiais e suportes, e a relação com a cidade, estão presentes.
Perguntado sobre o atravessamento do tempo em seu trabalho, ao longo dessas duas décadas de trajetória artística, Bokel afirma que nos últimos dez anos houve uma clara transformação em sua obra, pautada pela geometria e por um pensamento escultórico:
“Desde 2014, meu trabalho vem passando por um processo progressivo de eliminação de ruídos, mantendo só o que é essencial. A geometria foi o ponto de partida para essa fase em que a escultura ganhou protagonismo. Embora sejam formas atemporais, me interessa investigar de que maneiras essa lógica geométrica se conecta com a contemporaneidade”, revela o artista.
Serviço
Exposição | Ponto de fuga
De 12 de setembro a 12 de novembro
Terça a sexta, das 10h às 12h e das 13h às 17h, sábados, domingos e feriados, das 11h às 18h
Período
12 de setembro de 2024 10:00 - 12 de novembro de 2024 17:00(GMT-03:00)
Local
Galeria do Lago, Museu da República
Rua do Catete, 153 Catete – Rio de Janeiro - RJ
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A exposição “Fios, entre poéticas e tramas” apresenta obras inéditas de Anna Helena Cazzani, Bel Barcellos, Caroline Veilson, Daniela Vignoli e Laura Villarosa, artistas que utilizam o fio e suas
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A exposição “Fios, entre poéticas e tramas” apresenta obras inéditas de Anna Helena Cazzani, Bel Barcellos, Caroline Veilson, Daniela Vignoli e Laura Villarosa, artistas que utilizam o fio e suas possibilidades poéticas/ plásticas de forma única em suas pesquisas. O fio surge por vezes como traço tridimensional que risca, cria formas, figuras, preenche espaços, delimita fronteiras ou por vezes como elemento que sutura, une partes, faz elos.
O fio caminha pela pesquisa de cada artista de forma singular e movido por diferentes intenções. Na obra de Anna Helena Cazzani, materiais como cordas e cabos emborrachados são utilizados de modo a criar linhas e volumes que desenham o espaço com movimentos e ritmos que desafiam a gravidade e tensionam o espaço, incorporando a arquitetura não somente como suporte mas como parte constitutiva da obra; na obra de Bel Barcellos, o fio costura um elo com sua ancestralidade feminina e tece imagens figurativas que divagam sobre seu universo emocional e sobre a imersão provocada pela prática do bordado; para Caroline Veilson, o fio se relaciona com o jogo de presença e ausência das memórias que os objetos carregam e, em padrões geométricos, os fios são costurados sobre papéis formando sombras projetadas de elementos de uso doméstico, uma sombra tátil que dá corpo a essa impermanência; já na obra de Daniela Vignoli o fio ganha cores e se enche de significados poéticos e espirituais ao interferir sobre as fotografias autorais que a artista registra com delicados bordados, sobrepondo realidades; enquanto Laura Villarosa desenvolve aprofundada pesquisa em torno da ideia de paisagem e suas novas configurações, articulando magistralmente a equalização de técnicas artesanais, pintura e materialidades das imagens.
“Fios, entre poéticas e tramas” costura os diferentes olhares e práticas dessas cinco artistas que em comum trabalham a delicadeza, paciência, artesania e a liberdade de reinterpretar um material historicamente ligado ao universo feminino. Nos seus múltiplos significados, simbologias e contextos, suas poéticas traçam novas tessituras sobre os horizontes da arte contemporânea.
.Serviço
Exposição | Fios, entre poéticas e tramas
De 14 de setembro a 30 de outubro
Segunda a sexta, das 11h às 18h ou sob agendamento
Período
14 de setembro de 2024 11:00 - 30 de outubro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Gaby Indio da Costa – Arte Contemporânea
Estrada da Gávea, 712, São Conrado, Rio de Janeiro - RJ
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A Nonada ZN recebe para o vernissage de quatro exposições que, embora distintas em suas abordagens, apresentam diálogos e interseções que enriquecem o olhar sobre a produção artística contemporânea. A
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A Nonada ZN recebe para o vernissage de quatro exposições que, embora distintas em suas abordagens, apresentam diálogos e interseções que enriquecem o olhar sobre a produção artística contemporânea. A galeria, localizada na Penha, Rio de Janeiro, trará ao público obras de Mário Cravo Júnior, Raylton Parga, Erick Peres, Manu Costa Lima e os artistas da exposição coletiva “Everything Tends To Ascend (Part II)”, que ocupará o mezanino da galeria. As exposições abrangem uma ampla diversidade de mídias e expressões artísticas, desde esculturas e relevos, passando por fotografias e instalações site-specific, até investigações conceituais que unem vídeo e performance.
“Mário, Cravo, Parga e Pedra” oferece uma oportunidade rara de ver reunidos dois artistas de diferentes gerações em um diálogo sobre a exploração da materialidade na escultura e em outras linguagens. Mário Cravo Júnior (1923-2018), um dos principais nomes da escultura moderna brasileira, apresenta trabalhos produzidos a partir dos anos 1980. Conhecido por suas esculturas monumentais em madeira e metal, Cravo desenvolveu uma abordagem única que dialoga profundamente com a cultura popular baiana e suas raízes afro-brasileiras. Através de temas como identidade e ancestralidade, suas obras refletem uma busca por representações simbólicas que conectam o homem à natureza e à cultura local. Raylton Parga, por sua vez, traz uma produção contemporânea que, embora dialogando com o legado de Cravo Júnior, expande as possibilidades de experimentação com diferentes materiais. Parga, nascido em Brasília em 1995, é um artista em ascensão, com uma abordagem investigativa que mescla pintura, fotografia, cianotipia e esculturas tridimensionais. Utilizando materiais como papel, plástico e objetos encontrados, sua obra questiona os limites entre o efêmero e o permanente, e como esses elementos podem ser reconfigurados na arte contemporânea. O texto crítico de João Victor Guimarães sublinha os contrastes e afinidades entre esses dois artistas, destacando a importância da materialidade como ponto central de suas pesquisas.
Na Sala 2, a exposição “Erick Peres – Fim da Cidade” apresenta uma série de trabalhos do artista Erick Peres, que retorna ao seu bairro de origem em Porto Alegre para revisitar as memórias e cicatrizes deixadas por uma enchente que devastou a região. Peres, conhecido por seu trabalho com fotografia e vídeo, utiliza esses meios para explorar a ideia de arquivo e representação. A exposição aborda a relação entre o pessoal e o coletivo, entre o passado e o presente, refletindo sobre a fragilidade dos espaços urbanos e a resiliência de suas comunidades. O texto crítico de Duan Kissonde mergulha na trajetória do artista, conectando suas experiências pessoais com questões mais amplas de urbanização e transformação geográfica. A sala se transforma em um espaço onde as marcas da destruição são visíveis, mas também onde a memória ressurge como um elemento de resistência.
A instalação “12”, de Manu Costa Lima, é uma obra site-specific que transforma o galpão da Nonada ZN por meio da manipulação da luz. Manu, que já realizou trabalhos em diálogo com espaços urbanos e arquitetônicos, utiliza luzes pontuais que percorrem todo o terreno e parte do espaço, convergindo no ponto central. A obra cria um percurso sensorial para o público, que é convidado a caminhar pelos arredores do galpão e a explorar o ambiente a partir de uma nova perspectiva. A relação entre interior e exterior é central em sua investigação, propondo um diálogo entre o espaço construído e o entorno urbano, além de revelar a beleza oculta que existe no cotidiano. A instalação, realizada em parceria com a galeria Quadra, é um convite à contemplação e à redescoberta da arquitetura e do espaço físico.
A coletiva “Everything Tends To Ascend (Part II)” ocupa o mezanino da Nonada ZN e dá continuidade a um projeto iniciado em Turim, Itália, na Societe Interludio. Sob curadoria de Francesco João, a mostra é inspirada na obra “Rock My Religion” (1982-1984) de Dan Graham, renomado artista conceitual americano. O vídeo de Graham, que mistura performances punk com xilogravuras dos Shakers, explora como diferentes culturas utilizam a arte para alcançar a transcendência espiritual e cultural. Essa interseção entre religião, música e arte é o ponto de partida para os artistas participantes – Bruno Moutinho, Francesco João, Luisa Brandelli e Virginia Ariu –, que expandem essa discussão através de suas próprias linguagens. A exposição propõe uma reflexão sobre como a arte pode ser um veículo para a transcendência e a transformação, tanto individual quanto coletiva. Bruno Moutinho, por exemplo, explora a relação entre som e imagem, criando instalações que evocam a espiritualidade presente na música. Francesco João, além de curador, apresenta trabalhos que investigam a estética da repetição e da performance ritualística, enquanto Luisa Brandelli e Virginia Ariu utilizam o vídeo e a fotografia para expandir os conceitos de memória e representação cultural. Juntas, as obras trazem uma abordagem contemporânea para temas históricos e espirituais, questionando a função da arte como meio de transformação.
As quatro exposições simultâneas, que ocupam diferentes espaços dentro da Nonada ZN, propõem uma rica diversidade de diálogos entre a materialidade, a memória, a espacialidade e a transcendência. Cada mostra, com suas particularidades e investigações próprias, contribui para uma visão abrangente da produção artística contemporânea. “Mário, Cravo, Parga e Pedra” explora o legado e a inovação na escultura; “Fim da Cidade” reflete sobre a urbanização e a resiliência comunitária; “12” transforma o espaço por meio da luz e da arquitetura; e “Everything Tends To Ascend (Part II)” oferece uma abordagem conceitual sobre as conexões entre arte, religião e música. Juntas, essas exposições proporcionam ao público uma experiência imersiva e plural, que se desdobra em múltiplas camadas de interpretação e sensibilidade.
Serviço
Exposições | “Mário, Cravo, Parga e Pedra”, “Fim da Cidade”, “12” ,e “Everything Tends To Ascend (Part II)”
De 14 de setembro a 25 de janeiro 2025
Quinta e sexta, das 12h às 17h || sábado, das 11h às 15h
Período
14 de setembro de 2024 12:00 - 25 de janeiro de 2025 17:00(GMT-03:00)
Local
Nonada ZN
Rua Conde de Agrolongo, 677 – Penha - Rio de Janeiro
Detalhes
A Escola de Artes Visuais (EAV) do Parque Lage inaugura a exposição Presente, de Fábia Schnoor, artista visual carioca, pesquisadora independente e professora da instituição. A curadoria de Adriana Nakamuta
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A Escola de Artes Visuais (EAV) do Parque Lage inaugura a exposição Presente, de Fábia Schnoor, artista visual carioca, pesquisadora independente e professora da instituição. A curadoria de Adriana Nakamuta reuniu trabalhos dos últimos cinco anos em diálogo com obras concebidas dentro do espaço expositivo.
“Não por acaso, a estrutura arquitetônica preservada da Capelinha foi o local escolhido para receber esse conjunto plástico-visual que conecta elementos como tempo, memória, espaço, gente, história, matéria e técnica. Se a Capelinha é um bem cultural cuja preservação se justifica pela importância de sua existência enquanto bem portador de referência histórico-cultural, as obras de Fábia Schnoor, por sua vez, nos conectam com o tempo presente do ser-existir, cujo passado é uma invenção e o futuro um projeto”, analisa Adriana.
Formada na EAV Parque Lage, onde há cerca de cinco anos passou a integrar o corpo docente, Fabia Schnoor se interessa pelos estudos da memória, do tempo, do corpo e do gesto. De forma transdisciplinar, pesquisa as possibilidades de registro da vida e do tempo, criando conexões poéticas que ressignificam o passado. De acordo com a curadora, o curso “Arqueologia do Cotidiano”, que a artista orienta na EAV atualmente, tem relação direta com a discussão proposta pela exposição que ora se apresenta.
“Do mesmo modo que o cérebro humano dispõe de sistemas para memorizar os mais diversos conteúdos, há outro sistema análogo para esquecer informações consideradas menos importantes. O mesmo acontece na construção da história: dentre o que foi designado para registro e estudo, estão tantos outros fatos e versões perdidos no tempo”, reflete a artista. “De que forma esse esquecimento está implícito no que resiste? Que possibilidades de reconstrução se apresentam a partir das reminiscências? Quais as presentes relações possíveis com o tempo passado e como elas podem estar a serviço do futuro?”, questiona Fábia.
Seu processo criativo, pautado por diferentes campos do saber, se vale de materiais e meios muito diversos, como a escultura, a colagem, o desenho, a pintura, instalação, fotografia e vídeo. São as propriedades de cada material que orientam suas escolhas na construção do trabalho. A lida diária e o fazer artístico com a matéria revelam os gestos de seu corpo no tempo. “Tenho interesse especial pelo acaso, pelo erro (ou a falta de controle) e os caminhos que resultam de ambos”, afirma Schnoor.
Cerca de 20 obras ocupam a Capelinha, espaço ao lado das Cavalariças, aos pés da Floresta Tijuca. Os “Vibradores para ouvir e falar”, 2019, são esculturas em cerâmica de alta temperatura criadas para dois ou mais corpos se comunicarem – como um órgão externo ou os auscultadores médicos – através da voz, da escuta e de outros sons.
Da produção recente da artista, a seleção curatorial inclui também os pequenos vulcões em pintura, cuja materialidade plástica dá forma e suporte ao trabalho, e as escritas costuradas à mão em lã de ovelha, algodão cru e linha. A série “Frases de permanência” foi desenvolvida durante a pandemia.
O estudo do capítulo “A escrita das coisas”, do livro As palavras e as coisas, do filósofo francês Michel Foucault, foi o disparador de trabalhos como o “Objeto de desenhar – fuet fuet”, um set de lápis grafite e linha de nylon que revela a intenção de Fábia de desenhar seus gestos cotidianos. O exercício se desdobrou nas obras “Desenhos para fazer clara em neve” e “Desenhos de tocar sino”.
Completam a exposição as escritas em nanquim sobre papel de encapar livros, que a artista usa desde 2013 em seus trabalhos. São pequenas pistas que guardam acesso a seus estudos teóricos, práticas cotidianas e pedagógicas, e, de acordo com a própria, “às estratégias de manutenção da vida, de ativação de sentido e memória. São traços que restam de todo o tempo que passou, anunciando o que está por vir no corpo de quem está presente”, diz ela.
Em junho de 2015, o crítico de arte Paulo Sergio Duarte escreveu: “Os desenhos de Fábia Schnoor são a demonstração da potência que passa ao ato… O uso do nanquim sobre papel é outro elemento da tradição que os desenhos de Fábia trazem para o presente numa linguagem atual. E o suporte aqui não é neutro… é protagonista, junto com a tinta, e participa ativamente na constituição dos trabalhos. Tanto naqueles desenhos em que o papel, cuja textura na sua massa é constituída de fios têxteis, vai absorver e trabalhar a tinta expandindo-a na superfície além do gesto da artista… Estamos diante da potência do desenho em toda sua força contemporânea”.
Serviço
Exposição | Presente
De 17 de setembro a 24 de novembro
Quinta a terça, das 10h às 17h (a exposição não abre às quartas)
Período
17 de setembro de 2024 10:00 - 24 de novembro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Escola de Artes Visuais do Parque Lage
Rua Jardim Botânico, 414 Rio de Janeiro - RJ
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A Nonada ZS, localizada em Copacabana, RJ, inaugura no dia 20 de setembro de 2024, a mostra “Dançar no Sol e Descansar na Lua“, da artista visual Samara Paiva. Composta
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A Nonada ZS, localizada em Copacabana, RJ, inaugura no dia 20 de setembro de 2024, a mostra “Dançar no Sol e Descansar na Lua“, da artista visual Samara Paiva. Composta por 12 trabalhos, oferece um mergulho nas investigações da artista sobre o comportamento do corpo negro na intimidade dos espaços domésticos, utilizando a pintura a óleo como meio de explorar essas relações. A abertura ocorrerá das 17h às 21h, com visitação até o dia 16 de novembro.
A prática artística de Samara Paiva se caracteriza pela investigação da espacialidade e pela subjetividade do corpo negro, explorando como o ambiente doméstico possibilita humanização e contemplação. Através de uma paleta de cores quentes e suaves, suas obras borram as fronteiras entre o concreto e o abstrato, criando um universo em que as figuras retratadas encontram descanso e intimidade. O uso do baixo contraste, da noite e das sombras serve como ferramenta para libertar seus personagens da rigidez cotidiana.
Autodidata, a artista começou a desenhar e pintar após sua formação em arquitetura, utilizando a pintura como uma forma de traduzir experiências de intimidade e solitude. Nascida em 1995, em Maués, AM, e atualmente residente em São Paulo, busca retratar cenas do cotidiano, capturando emoções e a relação entre o corpo e o espaço. Suas obras convidam o público a refletir sobre a vulnerabilidade e a complexidade da experiência humana, especialmente do ponto de vista de uma mulher negra.
O texto crítico da exposição, assinado por Ariana Nuala, faz um paralelo entre as obras de Samara e a música brasileira, especialmente o samba de Clara Nunes. Nuala utiliza a canção Juízo Final como referência para compreender a dicotomia entre o bem e o mal, relacionando-a com a paleta e os temas explorados pela artista e sugere que suas obras transcendem o conflito, oferecendo uma narrativa visual que privilegia o repouso, o afeto e a convivência harmoniosa com o espaço e com o outro.
Com “Dançar no Sol e Descansar na Lua”, Samara Paiva não apenas apresenta seu olhar singular sobre a espacialidade do corpo, mas também abre um caminho de diálogo sobre como a arte pode ser um território de resistência e liberdade. A exposição reafirma o papel da Nonada ZS como um espaço de inovação e representatividade na cena artística contemporânea, promovendo novos talentos e incentivando discussões que refletem as pluralidades do Brasil atual.
Serviço
Exposição | Dançar no Sol e Descansar na Lua
De 20 de setembro a 16 de novembro
Terça a sexta-feira, das 11h às 19h; sábado, das 11h às 15h
Período
20 de setembro de 2024 11:00 - 16 de novembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Nonada ZS
Rua Aires Saldanha, 24 – Copacabana - Rio de Janeiro
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Expoente, articulador e figura notória da exposição “Como vai você, Geração 80?”, inaugurada em 14 de julho de 1984 no Parque Lage, e que comemora seus 40 anos em 2024,
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Expoente, articulador e figura notória da exposição “Como vai você, Geração 80?”, inaugurada em 14 de julho de 1984 no Parque Lage, e que comemora seus 40 anos em 2024, o artista captura a riqueza tátil da Terra e traz à tona a complexidade e a beleza dos elementos que a compõe, através do uso de pigmentos naturais, ao mesmo tempo em que confere à obra uma dimensão etérea e transcendental ao evocar a luminosidade expandida do espaço sideral, em contraste com tal materialidade concreta.
Ao revelar como a luz e a matéria se entrelaçam para formar a essência do nosso universo, Xico Chaves nos convida a explorar a intersecção entre o palpável e o intangível. “Luz da Matéria” é uma celebração da complexa conexão entre o microcosmo terrestre e o macrocosmo celestial, além de uma experiência sensorial e contemplativa única.
Serviço
Exposição | Luz da Matéria
De 21 de setembro a 19 de outubro
Segunda a sexta, das 10h às 19h; sábado, das 11h às 17h
Período
21 de setembro de 2024 10:00 - 19 de outubro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Movimento
Rua dos Oitis, 15 | Gávea, Rio de Janeiro - RJ
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Marcela Cantuária traz para a Gentil Carioca a remontagem da instalação de pinturas que apresentou na exposição O Sonho Sul-Americano, em 2023, primeira mostra individual da artista nos Estados Unidos.
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Marcela Cantuária traz para a Gentil Carioca a remontagem da instalação de pinturas que apresentou na exposição O Sonho Sul-Americano, em 2023, primeira mostra individual da artista nos Estados Unidos. Nesta obra, Cantuária reúne narrativas de ativistas e ambientalistas da América do Sul que permaneceram fiéis aos seus sonhos por meio da resistência e da luta por seus países e terras, incluindo figuras como Chico Mendes, Dorothy Stang, Maria do Espírito Santo da Silva, Túpac Amaru, entre outras. Enquanto sua pesquisa destaca as injustiças vividas por esses personagens históricos, as pinturas apontam para a beleza da luta contada nessas histórias de ideais e batalhas, compartilhando com os espectadores a riqueza dos recursos naturais sul-americanos que muitos querem proteger.
Serviço
Exposição | O Sonho Sul-Americano
De 21 de setembro a 26 de outubro
Terça a sexta, das 12h às 18h, sábado, das 12h às 16h (com agendamento prévio, exceto em dias de abertura)
Período
21 de setembro de 2024 12:00 - 26 de outubro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
A Gentil Carioca
Rua Gonçalves Lédo, 17 - Centro, Rio de Janeiro - RJ, 20060-020
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Rodrigo Torres apresenta sua nova instalação, Um Lugar Seguro, composta por oito esculturas inéditas, que ocupará o primeiro andar do prédio 11 da sede carioca. Criados a partir do seu
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Rodrigo Torres apresenta sua nova instalação, Um Lugar Seguro, composta por oito esculturas inéditas, que ocupará o primeiro andar do prédio 11 da sede carioca. Criados a partir do seu interesse por sobras de construções e elementos da natureza encontrados na Floresta da Tijuca, os trabalhos em exposição são o resultado de um longo percurso de experimentações por técnicas diversas, como pintura e colagem, chegando à cerâmica.
O título da obra vem “do lugar da memória que fala do sentimento de proteção da infância, esse lugar para onde se pode retornar”, explica o artista. Valendo-se de ornamentos e refinamento nas composições, Torres subverte o gênero da natureza morta contemplativa, movimentando o espectador por questionamentos sobre a percepção do real – a exemplo das várias camadas sobrepostas que parecem cobertas por papelões, mas que, na verdade, são peças feitas em argila.
Serviço
Exposição | Um Lugar Seguro
De 21 de setembro a 26 de outubro
Terça a sexta, das 12h às 18h, sábado, das 12h às 16h (com agendamento prévio, exceto em dias de abertura)
Período
21 de setembro de 2024 12:00 - 26 de outubro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
A Gentil Carioca
Rua Gonçalves Lédo, 17 - Centro, Rio de Janeiro - RJ, 20060-020
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Se desdobrando em três, a coletiva vê Marcia Thompson, Marta Jourdan e Enrica Bernardelli pensando o objeto estético a partir de uma diluição da matéria e do tempo. Pintar a partir
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Se desdobrando em três, a coletiva vê Marcia Thompson, Marta Jourdan e Enrica Bernardelli pensando o objeto estético a partir de uma diluição da matéria e do tempo.
Pintar a partir da sua própria destruição é uma questão que converge em direção aos objetos-pintura de Marcia Thompson. A artista constrói manualmente dispositivos tridimensionais, produzidos a partir da ação de desfiar aquilo que conceitualmente poderia transmitir sustentação à pintura: o linho, a linha ou a corda, como nos seis trabalhos expostos na Galeria Mercedes Viegas.
Para Marta Jourdan, as caminhadas são elementos preponderantes para a construção de suas obras. Seus trabalhos nascem, muitas vezes, das coletas que realiza no campo e na cidade. Seus objetos são fundados na relação entre madeira, pedras e diversos outros materiais, como podemos ver nos seis trabalhos que a artista apresenta na exposição.
Já as obras de Enrica Bernardelli fazem parte do filme “U”, um cinema imaginado, nem sempre projetado, sendo representado de distintas formas — tal qual um plano em desenvolvimento, mas sem registro de início, muito menos de fim. Seus trabalhos querem provocar um estado de indistinção entre sonho e realidade. Os dois duplos fotográficos apresentados na exposição são frames do filme “U”.
Em TENDA, as três artistas fundam um lugar que se constrói a partir do inacabado. Pois a pintura de Thompson, os objetos de Jourdan e a fenda entre delírio e realidade de Bernardelli, propõem um diálogo a partir de um senso de incompletude, desafiando uma sociedade que busca ansiosamente fórmulas prontas.
Serviço
Exposição coletiva | “TENDA”
De 21 de setembro a 26 de outubro
Segunda a sexta, das 12h às 19h, sábados, com hora marcada, pelo telefone (21) 2294-4305
Período
21 de setembro de 2024 12:00 - 26 de outubro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Mercedes Viegas
Rua Abreu Fialho, 5 – S Horto, Jd. Botânico, Rio de Janeiro - RJ
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Artista proeminente no cenário da arte contemporânea carioca, Miguel Afa apresenta sua primeira individual na Gentil Carioca, reunindo um conjunto de 10 pinturas inéditas, além de uma instalação site specific
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Artista proeminente no cenário da arte contemporânea carioca, Miguel Afa apresenta sua primeira individual na Gentil Carioca, reunindo um conjunto de 10 pinturas inéditas, além de uma instalação site specific que ocupará a área da galeria conhecida como piscina. O texto de apresentação da mostra é assinado pelo rapper e compositor Emicida.
Resultado da produção recente do artista, a exposição reúne reflexões sobre território e memória. Nascido no Complexo do Alemão, Afa transpõe para as pinturas seu olhar sobre as transformações desse lugar e dos corpos que o habitam. As imagens figurativas, pinçadas da memória através das recordações da infância, integram-se às várias camadas de significado dispostas no campo pictórico dos trabalhos. Lembranças como “da terra indo embora do quintal para dar lugar ao concreto, as árvores frutíferas cortadas, os corpos racializados sendo lidos como marginais”, como conta o artista, conectam-se também a vivências de convívio fraternal. O título da exposição é uma referência ao sentimento de “cuidado e ordem afetiva”, oriundo desse lugar de memória, de que o artista se imbuiu para produzir as obras da exposição.
Elemento muito presente na pesquisa de território do artista, a pipa surge em grande parte dos trabalhos atuando como um fio condutor da mostra inédita. A representação desse objeto de desejo da infância se dá ora como elemento geométrico, ora como um recurso lúdico, ou apenas como um brinquedo em suas composições. Uma das principais pinturas da mostra, inspirada em Um Retrato de Artista, do britânico David Hockney, exibe uma piscina de pipas com a Serra da Misericórdia do início do século XX como cenário ao fundo – um conjunto de montanhas verdes em torno da Igreja da Penha, onde mais tarde se estabeleceu o Complexo do Alemão. Como um campo expandido dessa pintura, uma instalação site specific agrupará centenas de pipas no espaço da piscina da galeria, ampliando o imaginário onírico do artista para fora do quadro.
O estudo minucioso da cor e a escolha de uma paleta pouco saturada trazem significância e significado ao repertório poético, visual e temático da obra de Miguel Afa. Características que remetem a outras referências da história da arte, como alguns trabalhos do italiano Giorgio Morandi e do francês Edouard Villard, considerados por Afa como aqueles que conseguiram mostrar o interior pela matização da cor, que chegaram à “cor de dentro de casa”. Na obra do artista carioca, além de ser ferramenta para a investigação da pintura, a cor propõe uma reflexão racial profunda por meio da aproximação com a obra. “Quando vista de longe, a cor, quase metafisica, não comunica o que a minha pintura está trazendo, o que se configura como uma analogia ao corpo racializado”, elabora Afa. “O primeiro olhar para esse corpo passa pela ideia preconcebida que conduz o pensamento a um lugar marginal, cheio de questões raciais e sociais. Somente ao se aproximar do quadro percebese a complexidade da existência desse corpo. Quando penso na cor da minha pintura, penso num corpo propondo uma cor e convidando o espectador a dar um ou dois passos à frente, a fim de compreender realmente o que está vendo”, conclui o artista.
Serviço
Exposição | Entra pra Dentro
De 21 de setembro a 25 de janeiro
Terça a sexta, das 12h às 18h, sábado, das 12h às 16h (com agendamento prévio, exceto em dias de abertura)
Período
21 de setembro de 2024 12:00 - 25 de janeiro de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
A Gentil Carioca
Rua Gonçalves Lédo, 17 - Centro, Rio de Janeiro - RJ, 20060-020
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A Cavalo apresenta “Eu não confio“, uma coletiva organizada por Ana Clara Tito no espaço de Botafogo, que reunirá obras de artistas convidados e representados pela galeria. Por meio de tensões
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A Cavalo apresenta “Eu não confio“, uma coletiva organizada por Ana Clara Tito no espaço de Botafogo, que reunirá obras de artistas convidados e representados pela galeria.
Por meio de tensões entre imagem e escultura, os trabalhos expostos trazem diferentes propostas de geração de corpo e presença.
Ana Clara Tito expõe foto esculturas que revelam vestígios de uma presença ainda por vir, ou ainda indícios de passados e futuros da matéria e do corpo da imagem em deterioração.
Em seus trabalhos, Anderson Borba esculpe por meio de diferentes procedimentos com a madeira, como os de adição e entalhe, além do uso de imagens recortadas que evidenciam a presença da cor.
Eustáquio Neves, possivelmente o artista mais próximo da fotografia tradicional entre os seis, reconstrói memórias compostas entre o autorretrato e a natureza morta pela manipulação química de negativos e cópias.
Gilson Plano exibe três esculturas, sendo uma delas pensada pelo artista como gesto escultórico, em que pérolas são escondidas nas paredes da galeria. Ao mobilizar ações entre aparição e desaparição, a obra nunca se apresenta aos olhos por completo.
Iagor Peres apresenta uma escultura criada a partir do acúmulo de solda e um díptico de monotipias feitas com os rastros de uma substância que ele desenvolve há alguns anos, nomeada pelo artista de pelematerial.
Luiz Roque utiliza o filme e a cerâmica para cruzar símbolos e códigos biopolíticos, interessado nas sensações e plasticidades que se desdobram a partir da visão, enredando diferentes temporalidades.
Serviço
Exposições coletiva | Eu não confio
De 24 de setembro a 25 de outubro
Terça a sexta-feira, das 12h às 19h. Sábados, das 13h às 17h
Período
24 de setembro de 2024 12:00 - 25 de outubro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Cavalo
Rua Sorocaba, 51, Botafogo, Rio de Janeiro - RJ
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Com uma trajetória única e influente, Rosana Paulino traz à tona discussões sobre memória, natureza, identidade e história afro-brasileira na exposição “Novas Raízes”. Os trabalhos expostos são resultado de uma
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Com uma trajetória única e influente, Rosana Paulino traz à tona discussões sobre memória, natureza, identidade e história afro-brasileira na exposição “Novas Raízes”. Os trabalhos expostos são resultado de uma longa pesquisa acerca da arquitetura e do acervo da Casa Museu Eva Klabin, na Lagoa, propondo a separação conceitual entre os dois andares. Com o objetivo de celebrar os 30 anos de carreira da consagrada artista paulistana, “Novas Raízes” abre no dia 26 de setembro (quinta-feira) e poderá ser visitada gratuitamente de quarta-feira a domingo até 12 de janeiro de 2025.
A individual da artista é a primeira no Rio de Janeiro após a sua exposição no Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires, o MALBA. Com a mostra, Rosana se tornou a primeira mulher negra a ter uma individual exposta no museu argentino, que apresentou um olhar retrospectivo da trajetória da artista.
“Esta é uma oportunidade única de ver a obra de Rosana Paulino em diálogo direto com um acervo clássico, propondo assim uma revisão histórica e epistemológica aos olhos do visitante”, afirma o curador Lucas Albuquerque, sobre a combinação do acervo fixo da casa com as obras da artista. “Rosana pretende que esta exposição tenha um caráter educativo bem acentuado, questionando sobre como podemos repensar a produção contemporânea em diálogo com novas leituras de mundo, este bem diferente daquele deixado por Eva Klabin há mais de trinta anos”, complementa.
Os cômodos do térreo serão dedicados a produções que expõem a relação entre a arquitetura e botânica, com desenhos, colagens e instalações. As obras da série “Espada de Iansã”, integrante da 59ª Bienal de Veneza, se juntam a outros trabalhos que visam romper a separação entre dentro e fora, com plantas tomando as diferentes salas. Rosana chama a atenção para a incisiva separação entre o ambiente doméstico e o jardim, fruto de uma corrente de pensamento europeu que aponta para a necessidade de domar a natureza.
Os cômodos do segundo andar tangenciam uma discussão sobre a vida privada de mulheres negras ao longo da história. Obras como “Paraíso tropical”, “Ama de Leite” e “Das Avós” resgatam fotografias e símbolos da história afro-brasileira, tecendo uma reflexão sobre a subjugação dos corpos às políticas de apagamento resultantes do modelo escravocrata vivido pelo Brasil Colônia. Fazendo uso de tecidos em voil, fitas, lentes, recortes e outros objetos, Paulino propõe a preparação de um ambiente de descanso para todas as mulheres negras vítimas da história brasileira, em especial Mônica, a ama de leite fotografada por Augusto Gomes Leal em 1860, uma das poucas que tiveram o seu nome conservado ao longo da história.
‘Novas Raízes’ é uma iniciativa da Casa Museu Eva Klabin, com produção da AREA27, patrocínio da Klabin S.A e realização do Ministério da Cultura. Conta com o apoio da Atlantis Brazil, Everaldo Molduras e Galeria Mendes Wood, e parceria de mídia da Revista Piauí e do Canal Curta!.
Serviço
Exposição | Novas Raízes
De 26 de setembro a 12 de janeiro
Quarta a domingo , das 14h às 18h
Período
26 de setembro de 2024 14:00 - 12 de janeiro de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
Casa Museu Eva Klabin
Av. Epitácio Pessoa, 2480 - Lagoa - RJ
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A artista Andrea Brazil abre a sua primeira exposição individual “Pinturas”, com curadoria de Shannon Botelho no espaço expositivo da SuperUber, no bairro da Gamboa, Rio de Janeiro. Em “Pinturas”, Andrea
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A artista Andrea Brazil abre a sua primeira exposição individual “Pinturas”, com curadoria de Shannon Botelho no espaço expositivo da SuperUber, no bairro da Gamboa, Rio de Janeiro.
Em “Pinturas”, Andrea Brazil apresenta cerca de 55 obras em pequenos e grandes formatos, entre policromáticas e monocromáticas. As obras monocromáticas marcam um novo caminho em sua produção recente. Nesses trabalhos, ao utilizar uma única cor, a artista busca ampliar as relações sobre a pintura. Essa abordagem, inédita em sua trajetória, levou suas criações a se expandirem em escala, preenchendo o espaço do ateliê e envolvendo a artista de forma imersiva na experiência cromática.
“O que vemos nesta exposição trata de um conjunto de vivências singulares de interação de Andrea Brazil com o seu entorno, ou melhor, com a sua própria vida. Muito além de uma prática solipsista de produção, a artista desenvolveu um interesse particular pelas cores, pigmentos vivos e formas que, apesar de tenderem a uma geometria rígida, narram o processo e memória de cada trabalho”, afirma Shannon Botelho no texto curatorial que acompanha a exposição.
A pintura para a artista é um exercício de conexão profunda com suas memórias, os lugares que habita e a realidade à sua volta. Nascida em Santos (SP), Andrea cresceu em Salvador (Ba), e já adulta se mudou para São Paulo (SP), onde vive e trabalha, mas se define baiana. Com isso, o seu processo de observação e memória têm a Bahia como ponto de partida através das marinhas da ilha de Itaparica, no Recôncavo Baiano. “O meu trabalho é sobre construção de espaços utilizando cores do mundo. Eu penso na luz da Bahia, penso em temperatura. É uma pintura que tem camadas, textura, cheiro e sabor, como uma feira de rua ou um tabuleiro de baiana”, diz a artista que vê na sua pintura uma “conversa boa” com a arte popular.
Sua investigação artística atravessa diferentes campos, mas é a cor que sempre se destaca como elemento essencial, além dos pigmentos vivos e a geometria, captadas das cenas cotidianas. “Eu busco (re)construir o mundo (espaços), organizando as cores que nele habitam. É um modo de sintetizar o que vejo, economizando as formas. Só fica na pintura o que é absolutamente necessário”, define. Suas pinturas contam histórias mais complexas: elas narram o processo e a memória intrínsecos a cada obra, revelando camadas que transcendem a superfície.
“Sejam as amarrações de velas em barcos, remos pintados, artesanatos, fachadas de antigos casarios, na Bahia, ou, em São Paulo, arranha-céus, carros, avenidas, casas em demolição, os encontros de ruas e pessoas, todos os elementos definem e identificam os lugares que afetuosamente tornam-se imprescindíveis para a sua prática e experiência da pintura. Por esta razão, por meio de uma pesquisa visual, retoma cada fragmento de imagem-memória e opera uma readequação plástica em suas formas e cores como que, se condensando a imagem, pudesse torná-la ainda mais vigorosa e efetiva”, diz o curador.
As obras de Brazil desafiam o espectador a adotar um olhar ativo, buscando desvelar algo que nunca se revela completamente. “Cada obra devolve para o mundo um aglomerado de sensações e recordações. A abstração das formas reais que a artista recolheu do seu entorno estão dispostas em arranjos formais rebuscados e delicadamente preparados para nossa contemplação. A atmosfera de cor, que existia apenas no interior das pinturas e foi sempre fundamental para execução de qualquer imagem, na poética da artista torna-se área de projeção e pulsação de cor no espaço real”.
A artista trabalha frequentemente com séries de pequenos formatos, onde as obras se desenvolvem simultaneamente, criando uma relação de irmandade entre elas. Algumas peças, inclusive, só alcançam sua plena expressão quando vistas em conjunto, revelando uma interdependência estética. “As obras pequenas ou grandes, em conjunto ou unitárias, monocromáticas ou multicoloridas, compõem não somente uma partilha da experiência da pintura com o público, mas sobretudo uma possibilidade de experimentar ativamente o presente”, finaliza Shannon.
ALQUIMISTA DAS CORES
No trabalho da artista, a cor ocupa um lugar central, sendo o ponto de partida e de transformação ao longo de seu processo criativo. Inspirada pelas interações cotidianas com a luz e o ambiente ao seu redor, a artista traduz essas experiências visuais para a tela, onde a cor ganha novas camadas de significado e intensidade. O interesse pelas tonalidades vai além do ato de observação, expandindo-se durante o ato de pintar, onde a cor inicial, capturada num raio de sol ou num detalhe da natureza, pode se transformar à medida que o processo avança. “Eu sou atravessada por uma cor do mundo, levo ela para o atelier e ela me serve para a construção do trabalho”, revela Andrea.
A técnica é uma aliada essencial nesse diálogo com a cor. A tinta a óleo, predominante em sua obra, e a têmpera ovo, uma técnica antiga que desperta seu fascínio, contribuem para a vivacidade e intensidade das cores em suas criações. Andréa destaca que na têmpera, o pigmento se apresenta de forma “desnuda”, revelando uma pureza cromática que a cativa profundamente. Além disso, o ato de preparar suas próprias tintas e telas reforça seu caráter processual, comparando-o ao fazer artesanal da cozinha, onde o cuidado e o tempo entre os elementos conduzem ao resultado final.
Serviço
Exposição | Pinturas
De 26 de setembro a 12 de outubro
Quintas e sextas-feiras, das 17h às 19h, sábados, das 15h às 18h
Período
26 de setembro de 2024 17:00 - 12 de outubro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Espaço SuperUber
Rua Silvino Montenegro, 78. Praça da Harmonia, Gamboa. Rio de Janeiro - RJ
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A grande exposição “Fullgás – artes visuais e anos 1980 no Brasil” será inaugurada no dia 2 de outubro de 2024 no Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro,
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A grande exposição “Fullgás – artes visuais e anos 1980 no Brasil” será inaugurada no dia 2 de outubro de 2024 no Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro, como parte das comemorações pelos 35 anos do CCBB RJ. Com Raphael Fonseca como curador-chefe e Amanda Tavares e Tálisson Melo como curadores-adjuntos, a mostra, inédita, apresentará cerca de 300 obras de mais de 200 artistas de todas as regiões do país, mostrando um amplo panorama das artes brasileiras na década de 1980. Completam a mostra elementos da cultura visual da época, como revistas, panfletos, capas de discos e objetos icônicos, ampliando a reflexão sobre o período.
O projeto é patrocinado pela BB Asset, gestora de fundos do Banco do Brasil, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Mário Perrone, diretor comercial e de produtos da BB Asset, destaca que a responsabilidade da gestora vai além da administração de ativos. “Patrocinar a exposição ´Fullgás´ reforça nosso compromisso com o futuro, investindo não apenas em resultados, mas também naquilo que transforma uma sociedade: a cultura e arte. Como a maior gestora de fundos do Brasil, temos a honra de contribuir para a preservação do legado cultural do país, inspirando novas gerações e promovendo um Brasil mais vibrante e consciente da sua rica história e expressão artística. Este é o tipo de investimento que gera valor para todos.”
“Fullgás”, assim como a música de Marina Lima, deseja que o público tenha contato com uma geração que depositou muito de sua energia existencial não apenas no fazer arte, mas também em novos projetos de país e cidadania. Uma geração que, nesse percurso, foi da intensidade à consciência da efemeridade das coisas, da vida”, afirmam os curadores.
A exposição ocupará todas as oito salas do primeiro andar do CCBB RJ, além da rotunda, e será dividida em cinco núcleos conceituais cujos nomes são músicas da década de 1980: “Que país é este” (1987), “Beat acelerado” (1985), “Diversões eletrônicas” (1980), “Pássaros na garganta” (1982) e “O tempo não para” (1988). Na rotunda do CCBB haverá uma instalação com balões do artista paraense radicado no Rio de Janeiro Paulo Paes. “O balão é um objeto efêmero, que traz uma questão festiva, de cor e movimento”, dizem os curadores. Ainda no térreo, uma banca de jornal com revistas, vinis, livros e gibis publicados no período, com fatos marcantes da época, fará o público entrar no clima da exposição.
A mostra aborda o período de forma ampla, entendendo que seus questionamentos e impulsos começaram e terminaram fora do marco temporal de dez anos que tradicionalmente constitui uma década. Desta forma, a exposição abrange o período entre 1978 e 1993, tendo como marcos o final do Ato Institucional 5 e o ano posterior ao impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello. “Consideramos para a base de reflexões este arco de quinze anos e todas as suas mudanças estruturais e culturais para pensarmos o Brasil: do fim da ditadura militar ao retorno a uma democracia que, logo na sequência, lidará com o trauma de um impeachment”, contam os curadores, que selecionaram para a exposição obras de artistas cujas trajetórias começaram neste período.
Nas artes visuais, a Geração 80 ficou marcada pela icônica mostra “Como vai você, Geração 80?”, realizada no Parque Lage, em 1984. A exposição no CCBB entende a importância deste evento, trazendo, inclusive, algumas obras que estiveram na mostra, mas ampliando a reflexão. “Queremos mostrar que diversos artistas de fora do eixo Rio-São Paulo também estavam produzindo na época e que outras coisas também aconteceram no mesmo período histórico, como, por exemplo, o ‘Videobrasil’, realizado um ano antes, que destacava a produção de jovens videoartistas do país”, ressaltam os curadores. Desta forma, “Fullgás – artes visuais e anos 1980 no Brasil” terá nomes de destaque, como Adriana Varejão, Beatriz Milhazes, Daniel Senise, Leonilson, Luiz Zerbini, Leda Catunda, entre outros, mas também nomes importantes de todas as regiões do país, como Jorge dos Anjos (MG), Kassia Borges (GO), Sérgio Lucena (PB), Vitória Basaia (MT), Raul Cruz (PR), entre outros. Para realizar esta ampla pesquisa, a exposição contou, além dos curadores, com um grupo de consultores de diversos estados brasileiros.
Além das obras de arte, a exposição trará, ainda, diversos elementos da cultura visual da década de 1980, como revistas, panfletos, capas de discos e objetos, que fazem parte da formação desta geração. “Mais do que sobre artes visuais, é uma exposição sobre imagem e as obras de arte estão dialogando o tempo inteiro com essa cultura visual, por exemplo, se apropriado dos materiais produzidos pelas revistas, televisões, rádios, outdoors e elementos eletrônicos. Por isso, propomos incorporar esses dados, que quase são comentários na exposição, que vão dialogando com os elementos que estão nas obras de fato”, ressaltam Raphael Fonseca, Amanda Tavares e Tálisson Melo.
Para Sueli Voltarelli, Gerente Geral do Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro, “é muito representativo realizarmos essa mostra no ano em que o CCBB comemora seus 35 anos. Ter esse olhar mais amplo sobre a produção artística dos anos 1980, se coaduna com o trabalho do próprio Centro Cultural, um equipamento que nasceu na nesta mesma década, com o compromisso de valorizar e amplificar as vozes de artistas de todo o Brasil, contribuindo para o acesso e para o processo de identificação e aproximação do público com a arte, promovendo a conexão de todos os brasileiros com a cultura”.
A mostra será acompanhada de um catálogo com fotos das obras e textos dos curadores e de autores de diversas regiões do Brasil, que abordarão os tópicos centrais da exposição, analisando os diversos aspectos culturais deste recorte histórico. Depois da temporada no CCBB RJ, onde fica até o dia 27 de janeiro de 2025, a exposição será apresentada no Centro Cultural Banco do Brasil Brasília, de 18 de fevereiro a 27 de abril de 2025, no Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo, de 21 de maio a 04 de agosto de 2025 e no Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte, de 27 de agosto a 17 de novembro de 2025.
NÚCLEOS TEMÁTICOS
A exposição será dividida em cinco núcleos:
1 – “Que país é este” – reflete sobre o fim da ditadura militar e a passagem para a democracia. “Este núcleo traz questões relativas à política e à economia, debates em torno da Constituição, organização civil, variação das moedas, inflação, além de questões relativas à violência, pensando na herança da década de 1970 e da ditadura militar. Todos esses elementos estão colocados de uma maneira que questiona e tenta definir os rumos do país, a ideia de nação através de identidade e território”, contam os curadores. Desta forma, estão neste núcleo movimentos negros, de mulheres, indígenas e seringueiros, além do movimento punk, vinculado a debates políticos e sociais, assim como os debates em torno da Constituição e da redemocratização. Integram este núcleo obras que citam a ditadura e a tortura, como “Sem título” (1982), de Aprígio e Frederico Fonseca, os registros de movimentos sociais feitos pelo fotógrafo paraense Miguel Chikaoka, além de trabalhos de coletivos que começam a ocupar as ruas, algo até então não permitido pela ditadura militar, como o coletivo Manga Rosa. Arthur Bispo do Rosário também está neste núcleo com “Uma obra tão importante que levou 1986 para ser escrita”. O filme “Patriamada”, dirigido por Tizuka Yamasaki , feito durante do processo das Diretas Já, também integra este núcleo, assim como diversos outros trabalhos
2 – “Beat acelerado” – traz obras e artistas que preferiram enfocar na nova aceleração do tempo, nos amores efêmeros, no prazer e na paixão pela cor. “Esse título remete ao corpo, à batida do coração, à empolgação, ao frenesi, e está mais em diálogo com artistas associados à pintura e ao desenho, com a comemoração e a negação da austeridade da arte dos anos 1970, que era vista como muito racional”, afirmam os curadores. Este é o maior núcleo da exposição e tem muitas obras onde a cor desempenha um papel central, como “Com que está a chave do banheiro 10?” (1989), de Beatriz Milhazes, e “Cérebro em stand” (1988), de Leda Catunda, mas também vídeos e esculturas, que trazem a ideia de emoção, como “Hommage aux marriages” (1989), de Marcos Chaves. “É o núcleo da abertura, da possibilidade de viver em um mundo colorido após a saída da ditadura”, contam os curadores. Neste núcleo também estão obras como a camisa “Overgoze” (1981), de Eduardo Kac, na época parte do Movimento de Arte Pornô, e “Dois coqueiros” (1990), de Ciro Cozzolino, entre muitas outras, além de diversos elementos da cultura visual da época.
3 – “Diversões eletrônicas” – traz artistas que mergulharam em um futurismo típico do momento histórico no qual a televisão desempenhou papel essencial, assim como as novas invenções tecnológicas e o desejo pela expansão aeroespacial. “É a experimentação no campo da arte a partir do acesso a determinadas mídias eletrônicas e pela expansão das mesmas – computadores, fotografias, vídeo cassete e walkman, por exemplo. Há trabalhos que fazem uma experimentação com essa tecnologia e outros que vão representar esses elementos”, contam os curadores. Exemplos disso são as obras “Painel de controle” (1987), de Luiz Hermano, e Carro” (1980), de Jailton Moreira. Há, ainda, pinturas que incorporam a TV, como uma série de trabalhos em xerox, de Alex Vallauri e “Família materialista” (1982), de Cristina Salgado, ou a obra de “Caderno Juquinha” (1980), de Lívia Flores, com referências da televisão e do design. Neste núcleo, estão também obras dos artistas baianos Leonardo Celuque – “Rastro de cometa” (1989) – e Jayme Figura – capacete feito de sucata “Sem título” (1980).
4 – “Pássaros na garganta” – neste núcleo estão presentes artistas que observavam mais a natureza e as discussões ecológicas do momento, assim como questões relativas à propriedade de terra e as consequências trágicas do capitalismo selvagem. Neste núcleo estão paisagens, como as obras “Lacrima Christie” (1989), de Cristina Canale, “O pranto dos animais II” (1989), de Hélio Melo e “Barranco” (1982), de Jacqmont, mas também trabalhos que alertam para as questões ambiental e indígena. Neste núcleo está a pintura da série “Césio 137” (1986), de Siron Franco, e os estudos para mosaico do Palácio da Cultura de Eliezer Rufino, feitos a partir de uma cultura visual de herança indígena. É um núcleo com mais esculturas, como “Totens” (1989), de Vitória Basaia. Há, ainda, a pintura na parede “Sem título” (1980), de Otoni Mesquita. “Esse núcleo vem quase como uma relação sublime sendo resgatada com a natureza, mas no sentido de uma natureza tanto quanto potencial de referência para a produção pictórica quanto de um assombro com as questões da Eco 92, com pautas colocando a nossa vulnerabilidade enquanto existência no planeta”, dizem os curadores.
5 – “O tempo não para” – quinto e último núcleo da exposição, reflete sobre a passagem do tempo, conectando-se também com o nome da exposição, “Fullgás”, música de Marina Lima. “Este núcleo reúne obras que pensam a respeito da finitude e de como há uma discreta melancolia em todos os elogios ao excesso tão atribuídos a essa geração”, contam os curadores. Integram este núcleo trabalhos como “Mapa a cores” (1987), de Ana Amorim, que aborda sua localização e seus trajetos, “Sem título” (1990), de Fernanda Gomes, que fala da passagem do tempo através de papéis de cigarro acumuladas, “Coluna de cinzas” (1987), de Nuno Ramos, “As ruas da cidade” (1988), de Leonilson, “Entre céus e ruínas” (1992), de Leila Danziger, além das “Polaroids” (1980), de Fernando Zarif, e do vídeo “O profundo silêncio das coisas mortas” (1988), de Rafael França, entre outras.
Serviço
Exposição | Fullgás – artes visuais e anos 1980 no Brasil
De 02 de outubro a 27 de janeiro de 2025
Quarta a segunda, das 9h às 20h. Fechado às terças-feiras
Período
2 de outubro de 2024 10:00 - 27 de janeiro de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
CCBB RJ
R. Primeiro de Março, 66 - Centro Rio de Janeiro - RJ
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Exposição “Monstros“, na Z42 Arte, com um panorama dos onze anos de trajetória da artista carioca Fernanda Leme. Com curadoria de Alexandre Sá, serão apresentadas cerca de 80 pinturas, a
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Exposição “Monstros“, na Z42 Arte, com um panorama dos onze anos de trajetória da artista carioca Fernanda Leme. Com curadoria de Alexandre Sá, serão apresentadas cerca de 80 pinturas, a maioria delas inéditas, produzidas desde 2013 até hoje, que discutem a pintura e a fotografia na contemporaneidade. Partindo de sua própria vida, a artista debate, através de suas obras, questões que são comuns a todos, como a sociedade líquida em que vivemos, a fugacidade das imagens, o luto, as perdas e a saudade. “A exposição é uma crônica da nossa época, um trabalho de memória e de imagem”, conta a artista. No dia 26 de outubro, às 17h, ela fará uma visita guiada com o curador Alexandre Sá na exposição.
As pinturas partem de figuras humanas presentes em fotografias antigas, ou feitas pelo celular ou extraídas de mídias, mas que são acrescidas de imagens de sua imaginação e memória, além de elementos do dia a dia. “As obras potencializam e atualizam o debate entre pintura e fotografia na contemporaneidade a partir da perspectiva da explosão das imagens, das selfies, da fugacidade da captura do instante e da eventual fragilidade da vivência do momento. Considerando o legado da impermanência, os trabalhos problematizam a duração das imagens e de sua inevitável obsolescência, atravessados pela experiência da artista, que também surge como uma cronista afiada”, afirma o curador Alexandre Sá no texto de apresentação da exposição.
Filha da jornalista Lúcia Leme (1938-2021), Fernanda cresceu em uma família de mulheres fortes e empoderadas e seu trabalho reflete isso. “Discuto o feminino, o retrato da mulher, muitas vezes expondo a minha própria imagem, enfatizando o protagonismo feminino”, afirma a artista, que faz diversos autorretratos em um contraponto com as selfies da atualidade.
O nome da exposição, “Monstros”, foi retirado da pintura homônima de 2013, que estará presente na exposição. Nela, uma pessoa aparece capturada por dois homens encapuzados e cercada por anjos e diabos. “Eu pesquiso os monstros do nosso tempo, como o peso e a grandeza da História da Arte, por exemplo, além do peso do luto e das perdas”, conta a artista. “O título da exposição, consideravelmente irônico, nos pergunta em que medida a monstruosidade angustiada de captura do presente nos sufoca e enjaula em uma fantasia de liberdade, nos questionando inclusive, sobre a monstruosidade do próprio legado da pintura na História da Arte”, ressalta o curador.
PERCURSO DA EXPOSIÇÃO
Logo na entrada da exposição haverá um grande painel, com 56 pinturas em formato 30cmX40cm, que fazem uma analogia com as fotos 3X4, em que a artista retrata rostos de mulheres de sua convivência e também anônimas, produzidas desde 2014 até hoje. ‘É um working in progress, que não termina nunca, vou sempre acrescentando mais rostos”, conta. Os trabalhos remontam o período anterior ao surgimento da fotografia, em que os artistas pintavam retratos das pessoas para que aquela imagem fosse eternizada, como uma foto, e fazem um contraponto com a atualidade. “Discuto a sociedade líquida, a rapidez com que tudo acontece. As milhares de selfies que são feitas, na maioria das vezes são jogadas fora, não chegam nem a serem impressas. A pintura é o contrário, tem um tempo para ser feita”, ressalta a artista.
Na sala seguinte, haverá obras da série “Fim da Infância”, composta por cinco trabalhos em grandes dimensões, incluindo um políptico de 2013, medindo 149cmX211cm. Nesta série, os personagens são retratados ao lado de seus super-heróis favoritos. “Esses trabalhos discutem a perda da ingenuidade, criando desconforto entre o retrato e o super-herói, que é uma coisa imaginária, uma fantasia”, conta.
Seguindo o percurso da exposição, estarão pinturas da série “Retratos”, produzidas desde 2013, em que a artista pinta pessoas em diversas situações, incluindo ela mesma. As obras são feitas a partir de retratos, mas com a introdução de novos elementos criados pela artista, além da modificação das cores originais “É como se esses retratos não permanecessem como as pinturas antigas permaneciam, pois faço uma pintura planar e misturo com outros elementos que não estavam na fotografia original”. Um exemplo é a obra “No trem” (2018), feita a partir de uma fotografia da própria artista dentro de um trem em 1981. “A construção de baixíssima volumetria e o acontecimento de um certo exotismo da cor, evidenciam um processo de tensionamento da imagem que, talvez, conscientemente, conheça sua perecibilidade. Se a tela historicamente é um suporte da duração e da presença, as personagens aqui parecem escorrer em suas memórias, como se assumissem seu tempo curto e seu inevitável esquecimento nada trágico”, diz o curador.
Na sala seguinte, estarão trabalhos da série “Luto”, de 2023, feitos quando a artista descobriu um câncer de mama após ter perdido o irmão, a mãe e o pai também de câncer. Diante da situação, Fernanda Leme resolveu olhar de forma positiva para a vida, retratando a si mesma durante o tratamento. Ao contrário do que se pode pensar, as obras possuem cores fortes e brilhantes, passando um ar de positividade diante da situação. “É um trabalho muito movido pela minha história de vida, mas que também é a história de milhares de pessoas, mas isso ainda é pouco falado. Resolvi encarar como algo que acontece na vida, com leveza. Nunca parei de produzir”, diz. “As obras aqui reunidas bordam a experiência do indizível a partir da experiência pessoal e das memórias da artista. Por certo não se trata de um trabalho que faz mau uso da psicanálise, ou de um tipo de trabalho que semanticamente retroalimenta os traumas pessoais, mas de um conjunto vigoroso de obras que evidencia a qualidade do enfrentamento árduo diante do abismo individual cotidiano”, afirma o curador.
No final de 2023, a artista fez a pintura “Pente”, que mostra o objeto em um fundo rosa-choque com fios de cabelo presos a ele. “Esse foi o ponto de virada, de mutação na minha vida e na minha obra. É a conclusão de todo esse ciclo de perdas e transformações, com esta nova fase que está se iniciando”, conta. A partir daí, Fernanda Leme começou a trabalhar na mais recente série “Morfemas”, com trabalhos mais geométricos, em que os fios de cabelo aparecem como elementos da obra, criando desenhos, como se fossem pequenos signos.
Serviço
Exposição | Monstros
De 05 de outubro a 31 de outubro
Segunda a sexta, das 11h às 16h. Sábado, mediante agendamento
Período
5 de outubro de 2024 11:00 - 31 de outubro de 2024 16:00(GMT-03:00)
Local
Z42 Arte
Rua Filinto de Almeida, 42, Cosme Velho – Rio de Janeiro - RJ
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A curadoria de Ulisses Carrilho exalta o Rio de Janeiro e a exuberância da sua paisagem natural, utilizando a arte para promover conscientização crítica e estimular a imaginação coletiva. O
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A curadoria de Ulisses Carrilho exalta o Rio de Janeiro e a exuberância da sua paisagem natural, utilizando a arte para promover conscientização crítica e estimular a imaginação coletiva. O artista convidado para esta primeira edição do projeto é o gaúcho Carlos Vergara, que celebra em 2024 os seus 60 anos de carreira.
“Queremos proporcionar uma vivência da arte contemporânea, além de ampliar a contemplação da paisagem e de toda a riqueza do ecossistema”, afirma Szwarcwald. Ferramentas digitais interativas complementam a proposta, enriquecendo a experiência sensorial e educativa do público.
Na exposição inaugural, Carlos Vergara apresenta três esculturas de grande escala, instaladas na zona de preservação socioambiental a 360 metros de altura. Marcado por uma profunda investigação das culturas e paisagens brasileiras, o trabalho de Vergara dialoga diretamente com a iniciativa. “O Projeto Maravilha adota uma visão holística de cultura e natureza, integrando esses dois campos. Em toda a obra do Vergara, percebemos um artista que desafia a antiga separação entre essas esferas”, justifica Carrilho.
Ao longo da carreira, a relação do artista com a natureza se revela nas diferentes linguagens que explora, como pintura, fotografia, gravura e escultura. Na prática escultórica, Vergara é reconhecido pela habilidade de transformar espaços e envolver o público em reflexões sobre a interseção entre arte e natureza. “A arte enriquece o olhar, tornando-o mais profundo. Ver vai além de simplesmente ‘enxergar’. Na escultura, busco um olhar que se volta tanto para fora quanto para dentro”, resume o artista.
A interação artística proposta por Vergara – um dos principais representantes da Nova Figuração no Brasil – convida o espectador a ajustar seu olhar, ampliando a sensibilidade às sutilezas do ambiente e encontrando sentido no que observa. As obras apresentadas no Projeto Maravilha realçam a sintonia entre esculturas de grande formato e o bioma ao redor, dialogando com os reinos animal, vegetal e mineral.
Embora as esculturas – Parênteses, A Idade da Pedra e Pauta Musical – sejam de fases e pesquisas distintas, o projeto curatorial tem como ponto de partida a série Natureza Inventada, em que Vergara explora os padrões geométricos revelados nas formas orgânicas da natureza. Iniciada na pintura, essa série capta o ritmo visual da luz filtrada pelas folhas e galhos, e marca a produção escultórica do artista de forma subjetiva. “Há uma memória de natureza, mas não a pretensão de ser descritivo ou mimético”, afirma Vergara. Além da evidente conexão com o meio ambiente, as três esculturas têm em comum o material com que são produzidas.
Serviço
Exposições | Projeto Maravilha
De 31 de outubro a 30 de novembro
Diariamente, das 9h às 17h
Período
31 de outubro de 2024 09:00 - 30 de novembro de 2024 17:00(GMT-03:00)
Local
Bosque das Artes do Parque Bondinho Pão de Açúcar
Av. Pasteur, 520 - Urca, Rio de Janeiro - RJ
novembro
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Para marcar os 20 anos da Casa Museu Carlos Scliar, foi inaugurada a exposição “Os Artivistas: Carlos Scliar e Cildo Meireles”, que une, pela primeira vez, a obra desses dois
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Para marcar os 20 anos da Casa Museu Carlos Scliar, foi inaugurada a exposição “Os Artivistas: Carlos Scliar e Cildo Meireles”, que une, pela primeira vez, a obra desses dois importantes artistas. “O Scliar foi fundamental na minha vida”, afirma Cildo Meireles sobre o amigo falecido em 2001. Com curadoria de Cristina Ventura, coordenadora da casa museu, serão apresentadas cerca de trinta obras, sendo algumas inéditas, que cobrem um período que vai desde a década de 1940 até 2021. Completam a mostra obras participativas, inspiradas nos trabalhos dos dois artistas. A exposição, que terá entrada gratuita até o final do mês de agosto, é apresentada pelo Governo Federal, Ministério da Cultura, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro através da Lei Paulo Gustavo.
“A ideia é provocar no espectador um convite á reflexão, instigada pela atualidade das questões tratadas pelos artistas em suas obras. Temas como: crimes de estado, meio ambiente, guerra, valor monetário, entre outros. Nosso propósito é que a pessoa pense sobre o seu papel no mundo de hoje”, diz a curadora Cristina Ventura.
As obras de Cildo Meireles e Carlos Scliar serão expostas juntas, como uma grande instalação, sem seguir uma ordem cronológica. São pinturas, desenhos, colagens, estudos, gravuras, objetos e vídeos. De Cildo, estarão as notas “Zero Dólar” (1984) e “Zero Cruzeiro” (1978), a instalação sonora “Rio Oir” (2011), o vídeo “15 segundos” (2021), em homenagem a Marielle Franco, entre outras obras. De Scliar, destacam-se os desenhos “Levante do Gueto de Varsóvia” (1957) e SOS (1989), além de desenhos e estudos, alguns inéditos, que tratam de temas como a cultura afro-brasileira e o holocausto. “Sou um grande admirador dos desenhos do Scliar, acho que ele era um desenhista dos mais talentosos do Brasil, verdadeiramente sensível”, afirma Cildo Meireles.
Na mostra, estará, ainda, a matriz da capa da Revista Horizonte, feita por Scliar em 1952, onde se lê: “Assine Apelo Paz”. “A Segunda Guerra Mundial o marcou muito, Scliar foi pracinha, atuou como cabo de artilharia. No período pós-guerra participa ativamente de movimentos a exemplo o Congresso pela paz ocorrido na antiga Tchecoslováquia, a mensagem trazida na obra é fundamental”, diz a curadora. Uma reprodução tátil desta matriz fará parte da exposição para que o visitante possa manuseá-la. Também estará na exposição um texto inédito do artista, da década de 1980, narrado pela cantora e compositora Marina Lima. No documento, Scliar expressa sua indignação e cansaço diante da nossa construção histórica. A artista cresceu vendo obras de Scliar, colecionadas por seu pai, segundo Marina, “uma imagem afetiva que nunca esqueço”. A gravação foi feita especialmente para a exposição.
Com trajetórias diversas, Carlos Scliar e Cildo Meireles se conheceram em 1966. “A partir do nosso primeiro encontro, onde mostrei meus desenhos, ele se interessou em mostrar esses trabalhos para alguns colecionadores e a partir daí praticamente me financiou. Sempre foi uma pessoa de uma generosidade muito grande, não só no meu caso, mas também com outros artistas jovens que estavam iniciando. Ele era uma pessoa de um entusiasmo intrínseco, estava sempre incentivando, sempre apoiando”, conta Cildo Meireles. Os dois foram muito amigos durante toda a vida e, em diversos momentos, tratam de questões similares em seus trabalhos, como no período da ditadura militar. Outras questões também convergem na produção dos dois: a icônica obra “Zero Dólar”, de Cildo Meireles, traz a imagem do Tio Sam, personagem que aparece sobrevoando a Amazônia com asas pretas, como se fosse um urubu, na obra SOS, de Carlos Scliar.
Serviço
Exposição | Os Artivistas: Carlos Scliar e Cildo Meireles
De 29 de junho a 01 de junho de 2025
Terça a sexta das 14h30 às 18h. Sábados das 15h30 às 19h
Período
29 de junho de 2024 14:30 - 1 de junho de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
Casa Museu Carlos Scliar
Rua Marechal Floriano (Orla Scliar), 253 – Cabo Frio - RJ
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Idealizada pelo Sesc RJ, a exposição Notícias do Brasil estreará repaginada em nova temporada no dia 31 de julho, desta vez no Centro Cultural PGE-RJ, antigo Convento do Carmo, no centro do
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Serviço
Exposição | Notícias do Brasil
De 31 de julho a 1 de novembro
Terça a sábado, das 10h às 18h
Período
31 de julho de 2024 10:00 - 1 de novembro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Centro Cultural PGE-RJ
Rua Primeiro de Março, S/Nº, Praça XV, Centro, Rio de Janeiro - RJ
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A exposição “Ideias radicais sobre o amor”, da carioca Panmela Castro, acontece no Museu de Arte do Rio (MAR). Com mais de 20 anos de trajetória, a artista apresentará uma
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A exposição “Ideias radicais sobre o amor”, da carioca Panmela Castro, acontece no Museu de Arte do Rio (MAR). Com mais de 20 anos de trajetória, a artista apresentará uma exposição com obras participativas, tendo como fio condutor a ideia da psicologia que fala sobre a necessidade de pertencimento como impulso vital dos seres humanos. Com curadoria de Daniela Labra e assistência curatorial de Maybel Sulamita, serão apresentadas 17 obras, sendo 10 inéditas, entre performances, fotografias, pinturas, esculturas e vídeos, que exploram questões como afetividade, solidão, visibilidade, empoderamento, autocuidado e memórias.
“Essa individual de Panmela Castro permite ao público conhecer muitas facetas de sua linguagem interdisciplinar. Seu trabalho navega por diferentes mídias e suportes de um modo único, reunindo questões estéticas, afetivas e ativistas em uma obra que é fundamentalmente performática e processual. A exposição no MAR traz obras inéditas e versões de outras já existentes, formando um ambiente lúdico, instigante e transformador”, afirma a curadora Daniela Labra.
A exposição irá se construir através de performances, ações e participações do público, que acontecerão ao longo do período da mostra. “Todas as obras de alguma forma precisam do outro para existir ou se completar, é uma exposição que começa em construção”, ressalta Panmela Castro. A exposição será inaugurada com três telas em branco da série “Vigília no Museu”, que serão pintadas quando o museu estiver fechado ao público. Em forma de vigílias dentro do MAR durante a noite, a artista se encontrará com pessoas para retratá-las. Um conjunto com 50 fotografias com registros da série “Vigília” também fará parte da mostra.
A exposição conta, ainda, com obras inéditas nas quais o público é convidado a participar. Na obra “Chá das Cinco”, por exemplo, o público é convidado a tomar um chá e compartilhar conselhos com outros visitantes da exposição através de bilhetes deixados debaixo do pires. Já em “Vestido Siamês”, duas pessoas poderão vestir, ao mesmo tempo, um grande vestido rosa feito em filó. Além disso, o público será convidado a trazer batons para a obra “Coleção de Batons” e objetos para deixar em um casulo, que serão transformados em esculturas pela artista. Esses objetos, que podem trazer memórias boas ou ruins, serão ressignificados e eternizados pela arte.
Inspirada nos tradicionais jogos arcade (fliperama), a obra “Luta no Museu” será um jogo para o público, no qual os lutadores são os artistas Allan Weber, Anarkia Boladona, Elian Almeida, Priscila Rooxo, Vivian Caccuri e Rafa Bqueer. Os cenários retratados são o Museu de Arte do Rio, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e a Escola de Artes Visuais do Parque Lage. A artista propõe o jogo como uma brincadeira de luta entre artistas, onde o vencedor expõe sua obra no museu.
Completando as obras inéditas, estará o vídeo “Stories”, uma coleção de pequenos vídeos publicados no Instagram da artista (@panmelacastro), que convidam o público a fazer parte das diferentes situações de sua vida e de seu processo artístico.
Além dos trabalhos inéditos, obras icônicas da artista também farão parte da exposição, como “Biscoito da sorte” (2021), que traz os tradicionais biscoitos japoneses com mensagens feministas criadas pela artista; “Bíblia feminista” (2021), na qual o público poderá escrever ideias que guiem a emancipação e a luta por direitos das mulheres cis e trans, e “Consagrada” (2021), fotoperformance na qual a artista aparece com o peito rasgado com esta escarificação, fazendo uma crítica à forma como o mercado de arte elege seus personagens.
“Não surpreende que Panmela hoje seja respeitada internacionalmente, tanto pela inventividade de sua arte quanto pela postura em relação a assuntos como violência de gênero de diversos tipos. Esse tema há anos a estimula a criar ações artísticas, pinturas, objetos e também desenvolver um trabalho de cunho pedagógico e político através de sua organização que usa as artes para promover direitos, principalmente o enfrentamento à violência doméstica, a Rede NAMI”, diz a curadora Daniela Labra.
Completam a mostra, quatro performances que a artista fará ao longo do período da exposição. No dia 17 de agosto, será realizada “Culto contra os embustes” (2020), um ritual onde a autoestima e a energia vital são usadas para afastar indivíduos malévolos da vida de cada participante. No dia 28 de setembro, será a vez de “Honra ao mérito” (2023), realizada na I Bienal das Amazônias, que aborda a falta de reconhecimento das mulheres e propõe uma cerimônia onde medalhas são concedidas ao público feminino, como forma valorizar seus talentos e ações dignas de destaque. “É uma reparação histórica”, afirma Panmela Castro. No dia 5 de outubro, será a vez da performance inédita “Revanche” (2019), na qual a artista confronta as imposições do feminino compulsório, convidando o público a apreciar o momento de um acerto de contas com o urso de 4 metros de altura que estará na mostra. Já no dia 12 de outubro, será realizada “Ruptura” (2015), na qual a artista se desfaz de uma espécie de “caricatura da feminilidade”, abrindo espaço para discussões mais amplas sobre gênero e alteridade. Todas as obras de performances serão registradas e terão seus vídeos exibidos na exposição.
Serviço
Exposição | ABERTO3 | TOMIE OHTAKE E CHU MING SILVEIRA
De 09 de agosto a 24 de novembro
De terça a domingo, das 11h às 18h (última entrada às 17h)
Período
9 de agosto de 2024 11:00 - 24 de novembro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Museu de Arte do Rio - MAR
Praça Mauá, 5 – Centro, Rio de Janeiro – RJ
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Celebrando a mudança de nome da galeria, a Maneco Müller | Mul.ti.plo, no Leblon, abre uma individual com a produção mais recente de Luiz Zerbini, que acaba de apresentar no
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Celebrando a mudança de nome da galeria, a Maneco Müller | Mul.ti.plo, no Leblon, abre uma individual com a produção mais recente de Luiz Zerbini, que acaba de apresentar no CCBB Rio uma grande mostra retrospectiva, atraindo mais de 70 mil visitantes. A exposição “Pedra, metal e madeira” reúne cerca de 20 obras recentes do artista, entre gravuras em metal, litogravuras e monotipias, sendo a maioria inédita. Quem assina o texto crítico é Fred Coelho. A mostra, que vai até 1º de novembro, inclui o lançamento de um livro de grandes dimensões, impresso manualmente, a ser apresentado na ArtRio. A abertura será no dia 4 de setembro (quarta-feira), às 18h, com entrada franca. A mudança de nome da galeria simboliza a sociedade entre Maneco Müller e Stella Ramos na Mul.ti.plo, desde 2018.
Atravessando seus quase 50 anos de produção, a poética de Luiz Zerbini destaca-se por uma voluptuosa e desconcertante paisagística, combinando vegetação, ambientes urbanos, fabulação, memória e alegorias. A recente produção em monotipia e gravura em metal do artista é fruto do encontro dele com o Estúdio Baren, criado pelo editor e impressor carioca João Sánchez. Há quase uma década, Zerbini e João pesquisam diversas formas de imprimir monotipias, misturando técnicas e materiais, papéis, matrizes e pigmentos. Mais recentemente, o artista carioca Gpeto passou a colaborar também com o Estúdio Baren, se juntando à produção de monotipias de João Sánchez e Luiz Zerbini.
O destaque da mostra na galeria são as gravuras em metal inéditas nas quais Zerbini se debruça sobre uma das mais tradicionais técnicas de impressão artesanal do mundo. Há cerca de cinco anos, Zerbini vem se dedicando a experimentações nesse campo graças à proximidade com o Estúdio Baren. A Maneco Müller | Mul.ti.plo surgiu como espaço natural da mostra dessa produção por conta da parceria da galeria com o Estúdio Baren e a amizade de longa data tanto com Luiz Zerbini quanto com João Sánchez.
Na mostra estão cinco obras em água-forte e água-tinta sobre papel de algodão em preto e branco, com edição limitada de 30 exemplares, no formato de 78 X 53 cm. “Num momento de enorme sucesso da sua carreira, Zerbini expande-se por outra frente, com a possibilidade de escapar da demanda permanente da pintura. Nas gravuras em metal, ele está podendo repensar as imagens de suas telas, oferecendo a elas novas dinâmicas, novas camadas, novas possibilidades. Isso leva a um outro caminho de debate sobre sua obra. A oportunidade de se desafiar, de se arriscar, experimentar, traz um incrível frescor e força aos novos trabalhos”, explica Fred Coelho.
Os desenhos de Zerbini, feitos a ponta-seca e buril sobre a superfície do metal, revelam-se no papel com uma incrível sutileza de tons e força da forma. “Aqui o tempo da impressão é outro. O processo em metal é trabalhoso, lento, complexo. Exige muita dedicação. É coisa de um mundo que não existe mais. Sempre tive vontade de me dedicar a isso, mas nunca tive chance. Agora com o João Sánchez encontramos esse caminho”, revela Zerbini.
Já as 12 monotipias são exemplares únicos, com dimensões de 107 x 80 cm, impressas em papel de algodão. Tirando as obras apresentadas na exposição MASP em 2022, incluindo quatro originais utilizados para ilustrar a edição do livro “Macunaíma, o herói do Brasil”, de Mário de Andrade (Editora Ubu, 2017), e outra sobre a Guerra de Canudos, a coleção de monotipias reunida é inédita. Mais do que representações de vegetação, nas monotipias de Zerbini são as próprias plantas e objetos entintados que são colocados na prensa, imprimindo e dando relevo com sua textura ao papel. “Quando descobri a possibilidade de utilizar as folhas como matriz, fiquei muito interessado. A partir daí começamos a experimentar outros materiais. Fomos fazendo uma pesquisa enorme”, comenta o artista sobre a parceria com o Estúdio Baren.
A exposição na Maneco Müller | Mul.ti.plo inclui também o lançamento de um livro de artista em grande formato na ArtRio, com trabalhos exclusivos de Zerbini. No tamanho de 77 X 98 cm (fechado), impressa manualmente, a edição tem apenas 11 exemplares e estará à venda no estande da galeria durante a feira de arte carioca, entre 25 e 29 de setembro. O livro “Monstera Deliciosa Pândanus Coccothrianax Crinita Útilis Cabeluda Mucuna” tem projeto editorial de João Sánchez, com colaboração editorial de Ana Luiza Fonseca. A impressão foi realizada no Estúdio Baren, pelas mãos de João Sánchez, Juliette Boulben, Luiza Stavale, entre 2018 e 2019.
.Serviço
Exposição | Pedra, metal e madeira
De 04 de setembro a 01 de novembro
Segunda a sexta, das 10h às 18h30, sábados, sob agendamento
Período
4 de setembro de 2024 10:00 - 1 de novembro de 2024 18:30(GMT-03:00)
Local
Galeria Maneco Müller | Mul.ti.plo
Rua Dias Ferreira, 417/206 - Leblon – Rio de Janeiro - RJ
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A exposição Ponto de fuga, um projeto instalativo de Antonio Bokel, será inaugurada na Galeria do Lago. Sob curadoria de Isabel Portella, a mostra celebra os 20 anos de carreira
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A exposição Ponto de fuga, um projeto instalativo de Antonio Bokel, será inaugurada na Galeria do Lago. Sob curadoria de Isabel Portella, a mostra celebra os 20 anos de carreira do artista plástico carioca e apresenta um trabalho em diálogo expresso com o Museu da República – antigo Palácio do Catete – um monumento de relevância histórica na Zona Sul do Rio de Janeiro.
Movido pelo convite para criar um cruzamento simbólico entre arte, arquitetura, história e paisagem, Bokel fez uma imersão nos arquivos da instituição e dedicou-se a pesquisar o local que, no final do século 19, sediou a Presidência da República e foi palco de intensas articulações políticas.
Entre fatos e muitas curiosidades, descobriu que havia ali um controverso ancoradouro conhecido como Ponte do Flamengo, erguido junto à Avenida Beira Mar (e demolido nos anos 1960, com a construção do Aterro), onde atracava uma embarcação de uso exclusivo do presidente em exercício. Era, possivelmente, uma rota de fuga.
Ao visitar a área expositiva da Galeria do Lago, Antonio observou que uma das janelas com vista para o jardim de 120 mil metros quadrados, que liga o palácio à Praia do Flamengo, enquadra um monumental corredor de palmeiras imperiais. Esta perspectiva que leva ao antigo ancoradouro foi o disparador poético do primeiro projeto instalativo do artista, que partiu de uma lógica construtivista.
“A verticalização das palmeiras simetricamente alinhadas, levando à saída do museu em direção ao Aterro, me instigou a reproduzir o mesmo paralelismo dentro do espaço expositivo. Criei dez totens em aço corten (180 cm x 30 cm), material que reage ao tempo, instalados lado a lado. No final da sala, um grande espelho reflete os totens, duplicando-os e dando a ilusão de continuidade do ponto de fuga”, descreve.
Na sala menor, duas barras de alumínio estão dispostas no chão, desconstruindo a arquitetura e estabelecendo uma composição geométrica que firma o caminho que leva o espectador à instalação dos totens. Entre elas, uma pintura em preto, com 200 cm x 120 cm, materializa a perspectiva e reforça a expressão sintética do construtivismo. Sobre a tela, repousa uma folha de palmeira esculpida em bronze.
“É um artista contemporâneo dialogando com a história de mais de 160 anos do Palácio do Catete. O Bokel conseguiu criar essa relação com o espaço, convertendo o desenho arquitetônico em formas geométricas. Ele explora a profundidade, incluindo a perspectiva do visitante que, através do espelho, se insere como mais uma camada da obra”, analisa Isabel. “É um diálogo arquitetônico, paisagístico e histórico”. A curadora ressalta ainda que aspectos característicos da produção de Antonio, como a diversidade de materiais e suportes, e a relação com a cidade, estão presentes.
Perguntado sobre o atravessamento do tempo em seu trabalho, ao longo dessas duas décadas de trajetória artística, Bokel afirma que nos últimos dez anos houve uma clara transformação em sua obra, pautada pela geometria e por um pensamento escultórico:
“Desde 2014, meu trabalho vem passando por um processo progressivo de eliminação de ruídos, mantendo só o que é essencial. A geometria foi o ponto de partida para essa fase em que a escultura ganhou protagonismo. Embora sejam formas atemporais, me interessa investigar de que maneiras essa lógica geométrica se conecta com a contemporaneidade”, revela o artista.
Serviço
Exposição | Ponto de fuga
De 12 de setembro a 12 de novembro
Terça a sexta, das 10h às 12h e das 13h às 17h, sábados, domingos e feriados, das 11h às 18h
Período
12 de setembro de 2024 10:00 - 12 de novembro de 2024 17:00(GMT-03:00)
Local
Galeria do Lago, Museu da República
Rua do Catete, 153 Catete – Rio de Janeiro - RJ
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A Nonada ZN recebe para o vernissage de quatro exposições que, embora distintas em suas abordagens, apresentam diálogos e interseções que enriquecem o olhar sobre a produção artística contemporânea. A
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A Nonada ZN recebe para o vernissage de quatro exposições que, embora distintas em suas abordagens, apresentam diálogos e interseções que enriquecem o olhar sobre a produção artística contemporânea. A galeria, localizada na Penha, Rio de Janeiro, trará ao público obras de Mário Cravo Júnior, Raylton Parga, Erick Peres, Manu Costa Lima e os artistas da exposição coletiva “Everything Tends To Ascend (Part II)”, que ocupará o mezanino da galeria. As exposições abrangem uma ampla diversidade de mídias e expressões artísticas, desde esculturas e relevos, passando por fotografias e instalações site-specific, até investigações conceituais que unem vídeo e performance.
“Mário, Cravo, Parga e Pedra” oferece uma oportunidade rara de ver reunidos dois artistas de diferentes gerações em um diálogo sobre a exploração da materialidade na escultura e em outras linguagens. Mário Cravo Júnior (1923-2018), um dos principais nomes da escultura moderna brasileira, apresenta trabalhos produzidos a partir dos anos 1980. Conhecido por suas esculturas monumentais em madeira e metal, Cravo desenvolveu uma abordagem única que dialoga profundamente com a cultura popular baiana e suas raízes afro-brasileiras. Através de temas como identidade e ancestralidade, suas obras refletem uma busca por representações simbólicas que conectam o homem à natureza e à cultura local. Raylton Parga, por sua vez, traz uma produção contemporânea que, embora dialogando com o legado de Cravo Júnior, expande as possibilidades de experimentação com diferentes materiais. Parga, nascido em Brasília em 1995, é um artista em ascensão, com uma abordagem investigativa que mescla pintura, fotografia, cianotipia e esculturas tridimensionais. Utilizando materiais como papel, plástico e objetos encontrados, sua obra questiona os limites entre o efêmero e o permanente, e como esses elementos podem ser reconfigurados na arte contemporânea. O texto crítico de João Victor Guimarães sublinha os contrastes e afinidades entre esses dois artistas, destacando a importância da materialidade como ponto central de suas pesquisas.
Na Sala 2, a exposição “Erick Peres – Fim da Cidade” apresenta uma série de trabalhos do artista Erick Peres, que retorna ao seu bairro de origem em Porto Alegre para revisitar as memórias e cicatrizes deixadas por uma enchente que devastou a região. Peres, conhecido por seu trabalho com fotografia e vídeo, utiliza esses meios para explorar a ideia de arquivo e representação. A exposição aborda a relação entre o pessoal e o coletivo, entre o passado e o presente, refletindo sobre a fragilidade dos espaços urbanos e a resiliência de suas comunidades. O texto crítico de Duan Kissonde mergulha na trajetória do artista, conectando suas experiências pessoais com questões mais amplas de urbanização e transformação geográfica. A sala se transforma em um espaço onde as marcas da destruição são visíveis, mas também onde a memória ressurge como um elemento de resistência.
A instalação “12”, de Manu Costa Lima, é uma obra site-specific que transforma o galpão da Nonada ZN por meio da manipulação da luz. Manu, que já realizou trabalhos em diálogo com espaços urbanos e arquitetônicos, utiliza luzes pontuais que percorrem todo o terreno e parte do espaço, convergindo no ponto central. A obra cria um percurso sensorial para o público, que é convidado a caminhar pelos arredores do galpão e a explorar o ambiente a partir de uma nova perspectiva. A relação entre interior e exterior é central em sua investigação, propondo um diálogo entre o espaço construído e o entorno urbano, além de revelar a beleza oculta que existe no cotidiano. A instalação, realizada em parceria com a galeria Quadra, é um convite à contemplação e à redescoberta da arquitetura e do espaço físico.
A coletiva “Everything Tends To Ascend (Part II)” ocupa o mezanino da Nonada ZN e dá continuidade a um projeto iniciado em Turim, Itália, na Societe Interludio. Sob curadoria de Francesco João, a mostra é inspirada na obra “Rock My Religion” (1982-1984) de Dan Graham, renomado artista conceitual americano. O vídeo de Graham, que mistura performances punk com xilogravuras dos Shakers, explora como diferentes culturas utilizam a arte para alcançar a transcendência espiritual e cultural. Essa interseção entre religião, música e arte é o ponto de partida para os artistas participantes – Bruno Moutinho, Francesco João, Luisa Brandelli e Virginia Ariu –, que expandem essa discussão através de suas próprias linguagens. A exposição propõe uma reflexão sobre como a arte pode ser um veículo para a transcendência e a transformação, tanto individual quanto coletiva. Bruno Moutinho, por exemplo, explora a relação entre som e imagem, criando instalações que evocam a espiritualidade presente na música. Francesco João, além de curador, apresenta trabalhos que investigam a estética da repetição e da performance ritualística, enquanto Luisa Brandelli e Virginia Ariu utilizam o vídeo e a fotografia para expandir os conceitos de memória e representação cultural. Juntas, as obras trazem uma abordagem contemporânea para temas históricos e espirituais, questionando a função da arte como meio de transformação.
As quatro exposições simultâneas, que ocupam diferentes espaços dentro da Nonada ZN, propõem uma rica diversidade de diálogos entre a materialidade, a memória, a espacialidade e a transcendência. Cada mostra, com suas particularidades e investigações próprias, contribui para uma visão abrangente da produção artística contemporânea. “Mário, Cravo, Parga e Pedra” explora o legado e a inovação na escultura; “Fim da Cidade” reflete sobre a urbanização e a resiliência comunitária; “12” transforma o espaço por meio da luz e da arquitetura; e “Everything Tends To Ascend (Part II)” oferece uma abordagem conceitual sobre as conexões entre arte, religião e música. Juntas, essas exposições proporcionam ao público uma experiência imersiva e plural, que se desdobra em múltiplas camadas de interpretação e sensibilidade.
Serviço
Exposições | “Mário, Cravo, Parga e Pedra”, “Fim da Cidade”, “12” ,e “Everything Tends To Ascend (Part II)”
De 14 de setembro a 25 de janeiro 2025
Quinta e sexta, das 12h às 17h || sábado, das 11h às 15h
Período
14 de setembro de 2024 12:00 - 25 de janeiro de 2025 17:00(GMT-03:00)
Local
Nonada ZN
Rua Conde de Agrolongo, 677 – Penha - Rio de Janeiro
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A Escola de Artes Visuais (EAV) do Parque Lage inaugura a exposição Presente, de Fábia Schnoor, artista visual carioca, pesquisadora independente e professora da instituição. A curadoria de Adriana Nakamuta
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A Escola de Artes Visuais (EAV) do Parque Lage inaugura a exposição Presente, de Fábia Schnoor, artista visual carioca, pesquisadora independente e professora da instituição. A curadoria de Adriana Nakamuta reuniu trabalhos dos últimos cinco anos em diálogo com obras concebidas dentro do espaço expositivo.
“Não por acaso, a estrutura arquitetônica preservada da Capelinha foi o local escolhido para receber esse conjunto plástico-visual que conecta elementos como tempo, memória, espaço, gente, história, matéria e técnica. Se a Capelinha é um bem cultural cuja preservação se justifica pela importância de sua existência enquanto bem portador de referência histórico-cultural, as obras de Fábia Schnoor, por sua vez, nos conectam com o tempo presente do ser-existir, cujo passado é uma invenção e o futuro um projeto”, analisa Adriana.
Formada na EAV Parque Lage, onde há cerca de cinco anos passou a integrar o corpo docente, Fabia Schnoor se interessa pelos estudos da memória, do tempo, do corpo e do gesto. De forma transdisciplinar, pesquisa as possibilidades de registro da vida e do tempo, criando conexões poéticas que ressignificam o passado. De acordo com a curadora, o curso “Arqueologia do Cotidiano”, que a artista orienta na EAV atualmente, tem relação direta com a discussão proposta pela exposição que ora se apresenta.
“Do mesmo modo que o cérebro humano dispõe de sistemas para memorizar os mais diversos conteúdos, há outro sistema análogo para esquecer informações consideradas menos importantes. O mesmo acontece na construção da história: dentre o que foi designado para registro e estudo, estão tantos outros fatos e versões perdidos no tempo”, reflete a artista. “De que forma esse esquecimento está implícito no que resiste? Que possibilidades de reconstrução se apresentam a partir das reminiscências? Quais as presentes relações possíveis com o tempo passado e como elas podem estar a serviço do futuro?”, questiona Fábia.
Seu processo criativo, pautado por diferentes campos do saber, se vale de materiais e meios muito diversos, como a escultura, a colagem, o desenho, a pintura, instalação, fotografia e vídeo. São as propriedades de cada material que orientam suas escolhas na construção do trabalho. A lida diária e o fazer artístico com a matéria revelam os gestos de seu corpo no tempo. “Tenho interesse especial pelo acaso, pelo erro (ou a falta de controle) e os caminhos que resultam de ambos”, afirma Schnoor.
Cerca de 20 obras ocupam a Capelinha, espaço ao lado das Cavalariças, aos pés da Floresta Tijuca. Os “Vibradores para ouvir e falar”, 2019, são esculturas em cerâmica de alta temperatura criadas para dois ou mais corpos se comunicarem – como um órgão externo ou os auscultadores médicos – através da voz, da escuta e de outros sons.
Da produção recente da artista, a seleção curatorial inclui também os pequenos vulcões em pintura, cuja materialidade plástica dá forma e suporte ao trabalho, e as escritas costuradas à mão em lã de ovelha, algodão cru e linha. A série “Frases de permanência” foi desenvolvida durante a pandemia.
O estudo do capítulo “A escrita das coisas”, do livro As palavras e as coisas, do filósofo francês Michel Foucault, foi o disparador de trabalhos como o “Objeto de desenhar – fuet fuet”, um set de lápis grafite e linha de nylon que revela a intenção de Fábia de desenhar seus gestos cotidianos. O exercício se desdobrou nas obras “Desenhos para fazer clara em neve” e “Desenhos de tocar sino”.
Completam a exposição as escritas em nanquim sobre papel de encapar livros, que a artista usa desde 2013 em seus trabalhos. São pequenas pistas que guardam acesso a seus estudos teóricos, práticas cotidianas e pedagógicas, e, de acordo com a própria, “às estratégias de manutenção da vida, de ativação de sentido e memória. São traços que restam de todo o tempo que passou, anunciando o que está por vir no corpo de quem está presente”, diz ela.
Em junho de 2015, o crítico de arte Paulo Sergio Duarte escreveu: “Os desenhos de Fábia Schnoor são a demonstração da potência que passa ao ato… O uso do nanquim sobre papel é outro elemento da tradição que os desenhos de Fábia trazem para o presente numa linguagem atual. E o suporte aqui não é neutro… é protagonista, junto com a tinta, e participa ativamente na constituição dos trabalhos. Tanto naqueles desenhos em que o papel, cuja textura na sua massa é constituída de fios têxteis, vai absorver e trabalhar a tinta expandindo-a na superfície além do gesto da artista… Estamos diante da potência do desenho em toda sua força contemporânea”.
Serviço
Exposição | Presente
De 17 de setembro a 24 de novembro
Quinta a terça, das 10h às 17h (a exposição não abre às quartas)
Período
17 de setembro de 2024 10:00 - 24 de novembro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Escola de Artes Visuais do Parque Lage
Rua Jardim Botânico, 414 Rio de Janeiro - RJ
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A Nonada ZS, localizada em Copacabana, RJ, inaugura no dia 20 de setembro de 2024, a mostra “Dançar no Sol e Descansar na Lua“, da artista visual Samara Paiva. Composta
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A Nonada ZS, localizada em Copacabana, RJ, inaugura no dia 20 de setembro de 2024, a mostra “Dançar no Sol e Descansar na Lua“, da artista visual Samara Paiva. Composta por 12 trabalhos, oferece um mergulho nas investigações da artista sobre o comportamento do corpo negro na intimidade dos espaços domésticos, utilizando a pintura a óleo como meio de explorar essas relações. A abertura ocorrerá das 17h às 21h, com visitação até o dia 16 de novembro.
A prática artística de Samara Paiva se caracteriza pela investigação da espacialidade e pela subjetividade do corpo negro, explorando como o ambiente doméstico possibilita humanização e contemplação. Através de uma paleta de cores quentes e suaves, suas obras borram as fronteiras entre o concreto e o abstrato, criando um universo em que as figuras retratadas encontram descanso e intimidade. O uso do baixo contraste, da noite e das sombras serve como ferramenta para libertar seus personagens da rigidez cotidiana.
Autodidata, a artista começou a desenhar e pintar após sua formação em arquitetura, utilizando a pintura como uma forma de traduzir experiências de intimidade e solitude. Nascida em 1995, em Maués, AM, e atualmente residente em São Paulo, busca retratar cenas do cotidiano, capturando emoções e a relação entre o corpo e o espaço. Suas obras convidam o público a refletir sobre a vulnerabilidade e a complexidade da experiência humana, especialmente do ponto de vista de uma mulher negra.
O texto crítico da exposição, assinado por Ariana Nuala, faz um paralelo entre as obras de Samara e a música brasileira, especialmente o samba de Clara Nunes. Nuala utiliza a canção Juízo Final como referência para compreender a dicotomia entre o bem e o mal, relacionando-a com a paleta e os temas explorados pela artista e sugere que suas obras transcendem o conflito, oferecendo uma narrativa visual que privilegia o repouso, o afeto e a convivência harmoniosa com o espaço e com o outro.
Com “Dançar no Sol e Descansar na Lua”, Samara Paiva não apenas apresenta seu olhar singular sobre a espacialidade do corpo, mas também abre um caminho de diálogo sobre como a arte pode ser um território de resistência e liberdade. A exposição reafirma o papel da Nonada ZS como um espaço de inovação e representatividade na cena artística contemporânea, promovendo novos talentos e incentivando discussões que refletem as pluralidades do Brasil atual.
Serviço
Exposição | Dançar no Sol e Descansar na Lua
De 20 de setembro a 16 de novembro
Terça a sexta-feira, das 11h às 19h; sábado, das 11h às 15h
Período
20 de setembro de 2024 11:00 - 16 de novembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Nonada ZS
Rua Aires Saldanha, 24 – Copacabana - Rio de Janeiro
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Artista proeminente no cenário da arte contemporânea carioca, Miguel Afa apresenta sua primeira individual na Gentil Carioca, reunindo um conjunto de 10 pinturas inéditas, além de uma instalação site specific
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Artista proeminente no cenário da arte contemporânea carioca, Miguel Afa apresenta sua primeira individual na Gentil Carioca, reunindo um conjunto de 10 pinturas inéditas, além de uma instalação site specific que ocupará a área da galeria conhecida como piscina. O texto de apresentação da mostra é assinado pelo rapper e compositor Emicida.
Resultado da produção recente do artista, a exposição reúne reflexões sobre território e memória. Nascido no Complexo do Alemão, Afa transpõe para as pinturas seu olhar sobre as transformações desse lugar e dos corpos que o habitam. As imagens figurativas, pinçadas da memória através das recordações da infância, integram-se às várias camadas de significado dispostas no campo pictórico dos trabalhos. Lembranças como “da terra indo embora do quintal para dar lugar ao concreto, as árvores frutíferas cortadas, os corpos racializados sendo lidos como marginais”, como conta o artista, conectam-se também a vivências de convívio fraternal. O título da exposição é uma referência ao sentimento de “cuidado e ordem afetiva”, oriundo desse lugar de memória, de que o artista se imbuiu para produzir as obras da exposição.
Elemento muito presente na pesquisa de território do artista, a pipa surge em grande parte dos trabalhos atuando como um fio condutor da mostra inédita. A representação desse objeto de desejo da infância se dá ora como elemento geométrico, ora como um recurso lúdico, ou apenas como um brinquedo em suas composições. Uma das principais pinturas da mostra, inspirada em Um Retrato de Artista, do britânico David Hockney, exibe uma piscina de pipas com a Serra da Misericórdia do início do século XX como cenário ao fundo – um conjunto de montanhas verdes em torno da Igreja da Penha, onde mais tarde se estabeleceu o Complexo do Alemão. Como um campo expandido dessa pintura, uma instalação site specific agrupará centenas de pipas no espaço da piscina da galeria, ampliando o imaginário onírico do artista para fora do quadro.
O estudo minucioso da cor e a escolha de uma paleta pouco saturada trazem significância e significado ao repertório poético, visual e temático da obra de Miguel Afa. Características que remetem a outras referências da história da arte, como alguns trabalhos do italiano Giorgio Morandi e do francês Edouard Villard, considerados por Afa como aqueles que conseguiram mostrar o interior pela matização da cor, que chegaram à “cor de dentro de casa”. Na obra do artista carioca, além de ser ferramenta para a investigação da pintura, a cor propõe uma reflexão racial profunda por meio da aproximação com a obra. “Quando vista de longe, a cor, quase metafisica, não comunica o que a minha pintura está trazendo, o que se configura como uma analogia ao corpo racializado”, elabora Afa. “O primeiro olhar para esse corpo passa pela ideia preconcebida que conduz o pensamento a um lugar marginal, cheio de questões raciais e sociais. Somente ao se aproximar do quadro percebese a complexidade da existência desse corpo. Quando penso na cor da minha pintura, penso num corpo propondo uma cor e convidando o espectador a dar um ou dois passos à frente, a fim de compreender realmente o que está vendo”, conclui o artista.
Serviço
Exposição | Entra pra Dentro
De 21 de setembro a 25 de janeiro
Terça a sexta, das 12h às 18h, sábado, das 12h às 16h (com agendamento prévio, exceto em dias de abertura)
Período
21 de setembro de 2024 12:00 - 25 de janeiro de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
A Gentil Carioca
Rua Gonçalves Lédo, 17 - Centro, Rio de Janeiro - RJ, 20060-020
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Com uma trajetória única e influente, Rosana Paulino traz à tona discussões sobre memória, natureza, identidade e história afro-brasileira na exposição “Novas Raízes”. Os trabalhos expostos são resultado de uma
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Com uma trajetória única e influente, Rosana Paulino traz à tona discussões sobre memória, natureza, identidade e história afro-brasileira na exposição “Novas Raízes”. Os trabalhos expostos são resultado de uma longa pesquisa acerca da arquitetura e do acervo da Casa Museu Eva Klabin, na Lagoa, propondo a separação conceitual entre os dois andares. Com o objetivo de celebrar os 30 anos de carreira da consagrada artista paulistana, “Novas Raízes” abre no dia 26 de setembro (quinta-feira) e poderá ser visitada gratuitamente de quarta-feira a domingo até 12 de janeiro de 2025.
A individual da artista é a primeira no Rio de Janeiro após a sua exposição no Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires, o MALBA. Com a mostra, Rosana se tornou a primeira mulher negra a ter uma individual exposta no museu argentino, que apresentou um olhar retrospectivo da trajetória da artista.
“Esta é uma oportunidade única de ver a obra de Rosana Paulino em diálogo direto com um acervo clássico, propondo assim uma revisão histórica e epistemológica aos olhos do visitante”, afirma o curador Lucas Albuquerque, sobre a combinação do acervo fixo da casa com as obras da artista. “Rosana pretende que esta exposição tenha um caráter educativo bem acentuado, questionando sobre como podemos repensar a produção contemporânea em diálogo com novas leituras de mundo, este bem diferente daquele deixado por Eva Klabin há mais de trinta anos”, complementa.
Os cômodos do térreo serão dedicados a produções que expõem a relação entre a arquitetura e botânica, com desenhos, colagens e instalações. As obras da série “Espada de Iansã”, integrante da 59ª Bienal de Veneza, se juntam a outros trabalhos que visam romper a separação entre dentro e fora, com plantas tomando as diferentes salas. Rosana chama a atenção para a incisiva separação entre o ambiente doméstico e o jardim, fruto de uma corrente de pensamento europeu que aponta para a necessidade de domar a natureza.
Os cômodos do segundo andar tangenciam uma discussão sobre a vida privada de mulheres negras ao longo da história. Obras como “Paraíso tropical”, “Ama de Leite” e “Das Avós” resgatam fotografias e símbolos da história afro-brasileira, tecendo uma reflexão sobre a subjugação dos corpos às políticas de apagamento resultantes do modelo escravocrata vivido pelo Brasil Colônia. Fazendo uso de tecidos em voil, fitas, lentes, recortes e outros objetos, Paulino propõe a preparação de um ambiente de descanso para todas as mulheres negras vítimas da história brasileira, em especial Mônica, a ama de leite fotografada por Augusto Gomes Leal em 1860, uma das poucas que tiveram o seu nome conservado ao longo da história.
‘Novas Raízes’ é uma iniciativa da Casa Museu Eva Klabin, com produção da AREA27, patrocínio da Klabin S.A e realização do Ministério da Cultura. Conta com o apoio da Atlantis Brazil, Everaldo Molduras e Galeria Mendes Wood, e parceria de mídia da Revista Piauí e do Canal Curta!.
Serviço
Exposição | Novas Raízes
De 26 de setembro a 12 de janeiro
Quarta a domingo , das 14h às 18h
Período
26 de setembro de 2024 14:00 - 12 de janeiro de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
Casa Museu Eva Klabin
Av. Epitácio Pessoa, 2480 - Lagoa - RJ
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A grande exposição “Fullgás – artes visuais e anos 1980 no Brasil” será inaugurada no dia 2 de outubro de 2024 no Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro,
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A grande exposição “Fullgás – artes visuais e anos 1980 no Brasil” será inaugurada no dia 2 de outubro de 2024 no Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro, como parte das comemorações pelos 35 anos do CCBB RJ. Com Raphael Fonseca como curador-chefe e Amanda Tavares e Tálisson Melo como curadores-adjuntos, a mostra, inédita, apresentará cerca de 300 obras de mais de 200 artistas de todas as regiões do país, mostrando um amplo panorama das artes brasileiras na década de 1980. Completam a mostra elementos da cultura visual da época, como revistas, panfletos, capas de discos e objetos icônicos, ampliando a reflexão sobre o período.
O projeto é patrocinado pela BB Asset, gestora de fundos do Banco do Brasil, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Mário Perrone, diretor comercial e de produtos da BB Asset, destaca que a responsabilidade da gestora vai além da administração de ativos. “Patrocinar a exposição ´Fullgás´ reforça nosso compromisso com o futuro, investindo não apenas em resultados, mas também naquilo que transforma uma sociedade: a cultura e arte. Como a maior gestora de fundos do Brasil, temos a honra de contribuir para a preservação do legado cultural do país, inspirando novas gerações e promovendo um Brasil mais vibrante e consciente da sua rica história e expressão artística. Este é o tipo de investimento que gera valor para todos.”
“Fullgás”, assim como a música de Marina Lima, deseja que o público tenha contato com uma geração que depositou muito de sua energia existencial não apenas no fazer arte, mas também em novos projetos de país e cidadania. Uma geração que, nesse percurso, foi da intensidade à consciência da efemeridade das coisas, da vida”, afirmam os curadores.
A exposição ocupará todas as oito salas do primeiro andar do CCBB RJ, além da rotunda, e será dividida em cinco núcleos conceituais cujos nomes são músicas da década de 1980: “Que país é este” (1987), “Beat acelerado” (1985), “Diversões eletrônicas” (1980), “Pássaros na garganta” (1982) e “O tempo não para” (1988). Na rotunda do CCBB haverá uma instalação com balões do artista paraense radicado no Rio de Janeiro Paulo Paes. “O balão é um objeto efêmero, que traz uma questão festiva, de cor e movimento”, dizem os curadores. Ainda no térreo, uma banca de jornal com revistas, vinis, livros e gibis publicados no período, com fatos marcantes da época, fará o público entrar no clima da exposição.
A mostra aborda o período de forma ampla, entendendo que seus questionamentos e impulsos começaram e terminaram fora do marco temporal de dez anos que tradicionalmente constitui uma década. Desta forma, a exposição abrange o período entre 1978 e 1993, tendo como marcos o final do Ato Institucional 5 e o ano posterior ao impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello. “Consideramos para a base de reflexões este arco de quinze anos e todas as suas mudanças estruturais e culturais para pensarmos o Brasil: do fim da ditadura militar ao retorno a uma democracia que, logo na sequência, lidará com o trauma de um impeachment”, contam os curadores, que selecionaram para a exposição obras de artistas cujas trajetórias começaram neste período.
Nas artes visuais, a Geração 80 ficou marcada pela icônica mostra “Como vai você, Geração 80?”, realizada no Parque Lage, em 1984. A exposição no CCBB entende a importância deste evento, trazendo, inclusive, algumas obras que estiveram na mostra, mas ampliando a reflexão. “Queremos mostrar que diversos artistas de fora do eixo Rio-São Paulo também estavam produzindo na época e que outras coisas também aconteceram no mesmo período histórico, como, por exemplo, o ‘Videobrasil’, realizado um ano antes, que destacava a produção de jovens videoartistas do país”, ressaltam os curadores. Desta forma, “Fullgás – artes visuais e anos 1980 no Brasil” terá nomes de destaque, como Adriana Varejão, Beatriz Milhazes, Daniel Senise, Leonilson, Luiz Zerbini, Leda Catunda, entre outros, mas também nomes importantes de todas as regiões do país, como Jorge dos Anjos (MG), Kassia Borges (GO), Sérgio Lucena (PB), Vitória Basaia (MT), Raul Cruz (PR), entre outros. Para realizar esta ampla pesquisa, a exposição contou, além dos curadores, com um grupo de consultores de diversos estados brasileiros.
Além das obras de arte, a exposição trará, ainda, diversos elementos da cultura visual da década de 1980, como revistas, panfletos, capas de discos e objetos, que fazem parte da formação desta geração. “Mais do que sobre artes visuais, é uma exposição sobre imagem e as obras de arte estão dialogando o tempo inteiro com essa cultura visual, por exemplo, se apropriado dos materiais produzidos pelas revistas, televisões, rádios, outdoors e elementos eletrônicos. Por isso, propomos incorporar esses dados, que quase são comentários na exposição, que vão dialogando com os elementos que estão nas obras de fato”, ressaltam Raphael Fonseca, Amanda Tavares e Tálisson Melo.
Para Sueli Voltarelli, Gerente Geral do Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro, “é muito representativo realizarmos essa mostra no ano em que o CCBB comemora seus 35 anos. Ter esse olhar mais amplo sobre a produção artística dos anos 1980, se coaduna com o trabalho do próprio Centro Cultural, um equipamento que nasceu na nesta mesma década, com o compromisso de valorizar e amplificar as vozes de artistas de todo o Brasil, contribuindo para o acesso e para o processo de identificação e aproximação do público com a arte, promovendo a conexão de todos os brasileiros com a cultura”.
A mostra será acompanhada de um catálogo com fotos das obras e textos dos curadores e de autores de diversas regiões do Brasil, que abordarão os tópicos centrais da exposição, analisando os diversos aspectos culturais deste recorte histórico. Depois da temporada no CCBB RJ, onde fica até o dia 27 de janeiro de 2025, a exposição será apresentada no Centro Cultural Banco do Brasil Brasília, de 18 de fevereiro a 27 de abril de 2025, no Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo, de 21 de maio a 04 de agosto de 2025 e no Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte, de 27 de agosto a 17 de novembro de 2025.
NÚCLEOS TEMÁTICOS
A exposição será dividida em cinco núcleos:
1 – “Que país é este” – reflete sobre o fim da ditadura militar e a passagem para a democracia. “Este núcleo traz questões relativas à política e à economia, debates em torno da Constituição, organização civil, variação das moedas, inflação, além de questões relativas à violência, pensando na herança da década de 1970 e da ditadura militar. Todos esses elementos estão colocados de uma maneira que questiona e tenta definir os rumos do país, a ideia de nação através de identidade e território”, contam os curadores. Desta forma, estão neste núcleo movimentos negros, de mulheres, indígenas e seringueiros, além do movimento punk, vinculado a debates políticos e sociais, assim como os debates em torno da Constituição e da redemocratização. Integram este núcleo obras que citam a ditadura e a tortura, como “Sem título” (1982), de Aprígio e Frederico Fonseca, os registros de movimentos sociais feitos pelo fotógrafo paraense Miguel Chikaoka, além de trabalhos de coletivos que começam a ocupar as ruas, algo até então não permitido pela ditadura militar, como o coletivo Manga Rosa. Arthur Bispo do Rosário também está neste núcleo com “Uma obra tão importante que levou 1986 para ser escrita”. O filme “Patriamada”, dirigido por Tizuka Yamasaki , feito durante do processo das Diretas Já, também integra este núcleo, assim como diversos outros trabalhos
2 – “Beat acelerado” – traz obras e artistas que preferiram enfocar na nova aceleração do tempo, nos amores efêmeros, no prazer e na paixão pela cor. “Esse título remete ao corpo, à batida do coração, à empolgação, ao frenesi, e está mais em diálogo com artistas associados à pintura e ao desenho, com a comemoração e a negação da austeridade da arte dos anos 1970, que era vista como muito racional”, afirmam os curadores. Este é o maior núcleo da exposição e tem muitas obras onde a cor desempenha um papel central, como “Com que está a chave do banheiro 10?” (1989), de Beatriz Milhazes, e “Cérebro em stand” (1988), de Leda Catunda, mas também vídeos e esculturas, que trazem a ideia de emoção, como “Hommage aux marriages” (1989), de Marcos Chaves. “É o núcleo da abertura, da possibilidade de viver em um mundo colorido após a saída da ditadura”, contam os curadores. Neste núcleo também estão obras como a camisa “Overgoze” (1981), de Eduardo Kac, na época parte do Movimento de Arte Pornô, e “Dois coqueiros” (1990), de Ciro Cozzolino, entre muitas outras, além de diversos elementos da cultura visual da época.
3 – “Diversões eletrônicas” – traz artistas que mergulharam em um futurismo típico do momento histórico no qual a televisão desempenhou papel essencial, assim como as novas invenções tecnológicas e o desejo pela expansão aeroespacial. “É a experimentação no campo da arte a partir do acesso a determinadas mídias eletrônicas e pela expansão das mesmas – computadores, fotografias, vídeo cassete e walkman, por exemplo. Há trabalhos que fazem uma experimentação com essa tecnologia e outros que vão representar esses elementos”, contam os curadores. Exemplos disso são as obras “Painel de controle” (1987), de Luiz Hermano, e Carro” (1980), de Jailton Moreira. Há, ainda, pinturas que incorporam a TV, como uma série de trabalhos em xerox, de Alex Vallauri e “Família materialista” (1982), de Cristina Salgado, ou a obra de “Caderno Juquinha” (1980), de Lívia Flores, com referências da televisão e do design. Neste núcleo, estão também obras dos artistas baianos Leonardo Celuque – “Rastro de cometa” (1989) – e Jayme Figura – capacete feito de sucata “Sem título” (1980).
4 – “Pássaros na garganta” – neste núcleo estão presentes artistas que observavam mais a natureza e as discussões ecológicas do momento, assim como questões relativas à propriedade de terra e as consequências trágicas do capitalismo selvagem. Neste núcleo estão paisagens, como as obras “Lacrima Christie” (1989), de Cristina Canale, “O pranto dos animais II” (1989), de Hélio Melo e “Barranco” (1982), de Jacqmont, mas também trabalhos que alertam para as questões ambiental e indígena. Neste núcleo está a pintura da série “Césio 137” (1986), de Siron Franco, e os estudos para mosaico do Palácio da Cultura de Eliezer Rufino, feitos a partir de uma cultura visual de herança indígena. É um núcleo com mais esculturas, como “Totens” (1989), de Vitória Basaia. Há, ainda, a pintura na parede “Sem título” (1980), de Otoni Mesquita. “Esse núcleo vem quase como uma relação sublime sendo resgatada com a natureza, mas no sentido de uma natureza tanto quanto potencial de referência para a produção pictórica quanto de um assombro com as questões da Eco 92, com pautas colocando a nossa vulnerabilidade enquanto existência no planeta”, dizem os curadores.
5 – “O tempo não para” – quinto e último núcleo da exposição, reflete sobre a passagem do tempo, conectando-se também com o nome da exposição, “Fullgás”, música de Marina Lima. “Este núcleo reúne obras que pensam a respeito da finitude e de como há uma discreta melancolia em todos os elogios ao excesso tão atribuídos a essa geração”, contam os curadores. Integram este núcleo trabalhos como “Mapa a cores” (1987), de Ana Amorim, que aborda sua localização e seus trajetos, “Sem título” (1990), de Fernanda Gomes, que fala da passagem do tempo através de papéis de cigarro acumuladas, “Coluna de cinzas” (1987), de Nuno Ramos, “As ruas da cidade” (1988), de Leonilson, “Entre céus e ruínas” (1992), de Leila Danziger, além das “Polaroids” (1980), de Fernando Zarif, e do vídeo “O profundo silêncio das coisas mortas” (1988), de Rafael França, entre outras.
Serviço
Exposição | Fullgás – artes visuais e anos 1980 no Brasil
De 02 de outubro a 27 de janeiro de 2025
Quarta a segunda, das 9h às 20h. Fechado às terças-feiras
Período
2 de outubro de 2024 10:00 - 27 de janeiro de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
CCBB RJ
R. Primeiro de Março, 66 - Centro Rio de Janeiro - RJ
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A curadoria de Ulisses Carrilho exalta o Rio de Janeiro e a exuberância da sua paisagem natural, utilizando a arte para promover conscientização crítica e estimular a imaginação coletiva. O
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A curadoria de Ulisses Carrilho exalta o Rio de Janeiro e a exuberância da sua paisagem natural, utilizando a arte para promover conscientização crítica e estimular a imaginação coletiva. O artista convidado para esta primeira edição do projeto é o gaúcho Carlos Vergara, que celebra em 2024 os seus 60 anos de carreira.
“Queremos proporcionar uma vivência da arte contemporânea, além de ampliar a contemplação da paisagem e de toda a riqueza do ecossistema”, afirma Szwarcwald. Ferramentas digitais interativas complementam a proposta, enriquecendo a experiência sensorial e educativa do público.
Na exposição inaugural, Carlos Vergara apresenta três esculturas de grande escala, instaladas na zona de preservação socioambiental a 360 metros de altura. Marcado por uma profunda investigação das culturas e paisagens brasileiras, o trabalho de Vergara dialoga diretamente com a iniciativa. “O Projeto Maravilha adota uma visão holística de cultura e natureza, integrando esses dois campos. Em toda a obra do Vergara, percebemos um artista que desafia a antiga separação entre essas esferas”, justifica Carrilho.
Ao longo da carreira, a relação do artista com a natureza se revela nas diferentes linguagens que explora, como pintura, fotografia, gravura e escultura. Na prática escultórica, Vergara é reconhecido pela habilidade de transformar espaços e envolver o público em reflexões sobre a interseção entre arte e natureza. “A arte enriquece o olhar, tornando-o mais profundo. Ver vai além de simplesmente ‘enxergar’. Na escultura, busco um olhar que se volta tanto para fora quanto para dentro”, resume o artista.
A interação artística proposta por Vergara – um dos principais representantes da Nova Figuração no Brasil – convida o espectador a ajustar seu olhar, ampliando a sensibilidade às sutilezas do ambiente e encontrando sentido no que observa. As obras apresentadas no Projeto Maravilha realçam a sintonia entre esculturas de grande formato e o bioma ao redor, dialogando com os reinos animal, vegetal e mineral.
Embora as esculturas – Parênteses, A Idade da Pedra e Pauta Musical – sejam de fases e pesquisas distintas, o projeto curatorial tem como ponto de partida a série Natureza Inventada, em que Vergara explora os padrões geométricos revelados nas formas orgânicas da natureza. Iniciada na pintura, essa série capta o ritmo visual da luz filtrada pelas folhas e galhos, e marca a produção escultórica do artista de forma subjetiva. “Há uma memória de natureza, mas não a pretensão de ser descritivo ou mimético”, afirma Vergara. Além da evidente conexão com o meio ambiente, as três esculturas têm em comum o material com que são produzidas.
Serviço
Exposições | Projeto Maravilha
De 31 de outubro a 30 de novembro
Diariamente, das 9h às 17h
Período
31 de outubro de 2024 09:00 - 30 de novembro de 2024 17:00(GMT-03:00)
Local
Bosque das Artes do Parque Bondinho Pão de Açúcar
Av. Pasteur, 520 - Urca, Rio de Janeiro - RJ
dezembro
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Para marcar os 20 anos da Casa Museu Carlos Scliar, foi inaugurada a exposição “Os Artivistas: Carlos Scliar e Cildo Meireles”, que une, pela primeira vez, a obra desses dois
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Para marcar os 20 anos da Casa Museu Carlos Scliar, foi inaugurada a exposição “Os Artivistas: Carlos Scliar e Cildo Meireles”, que une, pela primeira vez, a obra desses dois importantes artistas. “O Scliar foi fundamental na minha vida”, afirma Cildo Meireles sobre o amigo falecido em 2001. Com curadoria de Cristina Ventura, coordenadora da casa museu, serão apresentadas cerca de trinta obras, sendo algumas inéditas, que cobrem um período que vai desde a década de 1940 até 2021. Completam a mostra obras participativas, inspiradas nos trabalhos dos dois artistas. A exposição, que terá entrada gratuita até o final do mês de agosto, é apresentada pelo Governo Federal, Ministério da Cultura, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro através da Lei Paulo Gustavo.
“A ideia é provocar no espectador um convite á reflexão, instigada pela atualidade das questões tratadas pelos artistas em suas obras. Temas como: crimes de estado, meio ambiente, guerra, valor monetário, entre outros. Nosso propósito é que a pessoa pense sobre o seu papel no mundo de hoje”, diz a curadora Cristina Ventura.
As obras de Cildo Meireles e Carlos Scliar serão expostas juntas, como uma grande instalação, sem seguir uma ordem cronológica. São pinturas, desenhos, colagens, estudos, gravuras, objetos e vídeos. De Cildo, estarão as notas “Zero Dólar” (1984) e “Zero Cruzeiro” (1978), a instalação sonora “Rio Oir” (2011), o vídeo “15 segundos” (2021), em homenagem a Marielle Franco, entre outras obras. De Scliar, destacam-se os desenhos “Levante do Gueto de Varsóvia” (1957) e SOS (1989), além de desenhos e estudos, alguns inéditos, que tratam de temas como a cultura afro-brasileira e o holocausto. “Sou um grande admirador dos desenhos do Scliar, acho que ele era um desenhista dos mais talentosos do Brasil, verdadeiramente sensível”, afirma Cildo Meireles.
Na mostra, estará, ainda, a matriz da capa da Revista Horizonte, feita por Scliar em 1952, onde se lê: “Assine Apelo Paz”. “A Segunda Guerra Mundial o marcou muito, Scliar foi pracinha, atuou como cabo de artilharia. No período pós-guerra participa ativamente de movimentos a exemplo o Congresso pela paz ocorrido na antiga Tchecoslováquia, a mensagem trazida na obra é fundamental”, diz a curadora. Uma reprodução tátil desta matriz fará parte da exposição para que o visitante possa manuseá-la. Também estará na exposição um texto inédito do artista, da década de 1980, narrado pela cantora e compositora Marina Lima. No documento, Scliar expressa sua indignação e cansaço diante da nossa construção histórica. A artista cresceu vendo obras de Scliar, colecionadas por seu pai, segundo Marina, “uma imagem afetiva que nunca esqueço”. A gravação foi feita especialmente para a exposição.
Com trajetórias diversas, Carlos Scliar e Cildo Meireles se conheceram em 1966. “A partir do nosso primeiro encontro, onde mostrei meus desenhos, ele se interessou em mostrar esses trabalhos para alguns colecionadores e a partir daí praticamente me financiou. Sempre foi uma pessoa de uma generosidade muito grande, não só no meu caso, mas também com outros artistas jovens que estavam iniciando. Ele era uma pessoa de um entusiasmo intrínseco, estava sempre incentivando, sempre apoiando”, conta Cildo Meireles. Os dois foram muito amigos durante toda a vida e, em diversos momentos, tratam de questões similares em seus trabalhos, como no período da ditadura militar. Outras questões também convergem na produção dos dois: a icônica obra “Zero Dólar”, de Cildo Meireles, traz a imagem do Tio Sam, personagem que aparece sobrevoando a Amazônia com asas pretas, como se fosse um urubu, na obra SOS, de Carlos Scliar.
Serviço
Exposição | Os Artivistas: Carlos Scliar e Cildo Meireles
De 29 de junho a 01 de junho de 2025
Terça a sexta das 14h30 às 18h. Sábados das 15h30 às 19h
Período
29 de junho de 2024 14:30 - 1 de junho de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
Casa Museu Carlos Scliar
Rua Marechal Floriano (Orla Scliar), 253 – Cabo Frio - RJ
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A Nonada ZN recebe para o vernissage de quatro exposições que, embora distintas em suas abordagens, apresentam diálogos e interseções que enriquecem o olhar sobre a produção artística contemporânea. A
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A Nonada ZN recebe para o vernissage de quatro exposições que, embora distintas em suas abordagens, apresentam diálogos e interseções que enriquecem o olhar sobre a produção artística contemporânea. A galeria, localizada na Penha, Rio de Janeiro, trará ao público obras de Mário Cravo Júnior, Raylton Parga, Erick Peres, Manu Costa Lima e os artistas da exposição coletiva “Everything Tends To Ascend (Part II)”, que ocupará o mezanino da galeria. As exposições abrangem uma ampla diversidade de mídias e expressões artísticas, desde esculturas e relevos, passando por fotografias e instalações site-specific, até investigações conceituais que unem vídeo e performance.
“Mário, Cravo, Parga e Pedra” oferece uma oportunidade rara de ver reunidos dois artistas de diferentes gerações em um diálogo sobre a exploração da materialidade na escultura e em outras linguagens. Mário Cravo Júnior (1923-2018), um dos principais nomes da escultura moderna brasileira, apresenta trabalhos produzidos a partir dos anos 1980. Conhecido por suas esculturas monumentais em madeira e metal, Cravo desenvolveu uma abordagem única que dialoga profundamente com a cultura popular baiana e suas raízes afro-brasileiras. Através de temas como identidade e ancestralidade, suas obras refletem uma busca por representações simbólicas que conectam o homem à natureza e à cultura local. Raylton Parga, por sua vez, traz uma produção contemporânea que, embora dialogando com o legado de Cravo Júnior, expande as possibilidades de experimentação com diferentes materiais. Parga, nascido em Brasília em 1995, é um artista em ascensão, com uma abordagem investigativa que mescla pintura, fotografia, cianotipia e esculturas tridimensionais. Utilizando materiais como papel, plástico e objetos encontrados, sua obra questiona os limites entre o efêmero e o permanente, e como esses elementos podem ser reconfigurados na arte contemporânea. O texto crítico de João Victor Guimarães sublinha os contrastes e afinidades entre esses dois artistas, destacando a importância da materialidade como ponto central de suas pesquisas.
Na Sala 2, a exposição “Erick Peres – Fim da Cidade” apresenta uma série de trabalhos do artista Erick Peres, que retorna ao seu bairro de origem em Porto Alegre para revisitar as memórias e cicatrizes deixadas por uma enchente que devastou a região. Peres, conhecido por seu trabalho com fotografia e vídeo, utiliza esses meios para explorar a ideia de arquivo e representação. A exposição aborda a relação entre o pessoal e o coletivo, entre o passado e o presente, refletindo sobre a fragilidade dos espaços urbanos e a resiliência de suas comunidades. O texto crítico de Duan Kissonde mergulha na trajetória do artista, conectando suas experiências pessoais com questões mais amplas de urbanização e transformação geográfica. A sala se transforma em um espaço onde as marcas da destruição são visíveis, mas também onde a memória ressurge como um elemento de resistência.
A instalação “12”, de Manu Costa Lima, é uma obra site-specific que transforma o galpão da Nonada ZN por meio da manipulação da luz. Manu, que já realizou trabalhos em diálogo com espaços urbanos e arquitetônicos, utiliza luzes pontuais que percorrem todo o terreno e parte do espaço, convergindo no ponto central. A obra cria um percurso sensorial para o público, que é convidado a caminhar pelos arredores do galpão e a explorar o ambiente a partir de uma nova perspectiva. A relação entre interior e exterior é central em sua investigação, propondo um diálogo entre o espaço construído e o entorno urbano, além de revelar a beleza oculta que existe no cotidiano. A instalação, realizada em parceria com a galeria Quadra, é um convite à contemplação e à redescoberta da arquitetura e do espaço físico.
A coletiva “Everything Tends To Ascend (Part II)” ocupa o mezanino da Nonada ZN e dá continuidade a um projeto iniciado em Turim, Itália, na Societe Interludio. Sob curadoria de Francesco João, a mostra é inspirada na obra “Rock My Religion” (1982-1984) de Dan Graham, renomado artista conceitual americano. O vídeo de Graham, que mistura performances punk com xilogravuras dos Shakers, explora como diferentes culturas utilizam a arte para alcançar a transcendência espiritual e cultural. Essa interseção entre religião, música e arte é o ponto de partida para os artistas participantes – Bruno Moutinho, Francesco João, Luisa Brandelli e Virginia Ariu –, que expandem essa discussão através de suas próprias linguagens. A exposição propõe uma reflexão sobre como a arte pode ser um veículo para a transcendência e a transformação, tanto individual quanto coletiva. Bruno Moutinho, por exemplo, explora a relação entre som e imagem, criando instalações que evocam a espiritualidade presente na música. Francesco João, além de curador, apresenta trabalhos que investigam a estética da repetição e da performance ritualística, enquanto Luisa Brandelli e Virginia Ariu utilizam o vídeo e a fotografia para expandir os conceitos de memória e representação cultural. Juntas, as obras trazem uma abordagem contemporânea para temas históricos e espirituais, questionando a função da arte como meio de transformação.
As quatro exposições simultâneas, que ocupam diferentes espaços dentro da Nonada ZN, propõem uma rica diversidade de diálogos entre a materialidade, a memória, a espacialidade e a transcendência. Cada mostra, com suas particularidades e investigações próprias, contribui para uma visão abrangente da produção artística contemporânea. “Mário, Cravo, Parga e Pedra” explora o legado e a inovação na escultura; “Fim da Cidade” reflete sobre a urbanização e a resiliência comunitária; “12” transforma o espaço por meio da luz e da arquitetura; e “Everything Tends To Ascend (Part II)” oferece uma abordagem conceitual sobre as conexões entre arte, religião e música. Juntas, essas exposições proporcionam ao público uma experiência imersiva e plural, que se desdobra em múltiplas camadas de interpretação e sensibilidade.
Serviço
Exposições | “Mário, Cravo, Parga e Pedra”, “Fim da Cidade”, “12” ,e “Everything Tends To Ascend (Part II)”
De 14 de setembro a 25 de janeiro 2025
Quinta e sexta, das 12h às 17h || sábado, das 11h às 15h
Período
14 de setembro de 2024 12:00 - 25 de janeiro de 2025 17:00(GMT-03:00)
Local
Nonada ZN
Rua Conde de Agrolongo, 677 – Penha - Rio de Janeiro
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Artista proeminente no cenário da arte contemporânea carioca, Miguel Afa apresenta sua primeira individual na Gentil Carioca, reunindo um conjunto de 10 pinturas inéditas, além de uma instalação site specific
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Artista proeminente no cenário da arte contemporânea carioca, Miguel Afa apresenta sua primeira individual na Gentil Carioca, reunindo um conjunto de 10 pinturas inéditas, além de uma instalação site specific que ocupará a área da galeria conhecida como piscina. O texto de apresentação da mostra é assinado pelo rapper e compositor Emicida.
Resultado da produção recente do artista, a exposição reúne reflexões sobre território e memória. Nascido no Complexo do Alemão, Afa transpõe para as pinturas seu olhar sobre as transformações desse lugar e dos corpos que o habitam. As imagens figurativas, pinçadas da memória através das recordações da infância, integram-se às várias camadas de significado dispostas no campo pictórico dos trabalhos. Lembranças como “da terra indo embora do quintal para dar lugar ao concreto, as árvores frutíferas cortadas, os corpos racializados sendo lidos como marginais”, como conta o artista, conectam-se também a vivências de convívio fraternal. O título da exposição é uma referência ao sentimento de “cuidado e ordem afetiva”, oriundo desse lugar de memória, de que o artista se imbuiu para produzir as obras da exposição.
Elemento muito presente na pesquisa de território do artista, a pipa surge em grande parte dos trabalhos atuando como um fio condutor da mostra inédita. A representação desse objeto de desejo da infância se dá ora como elemento geométrico, ora como um recurso lúdico, ou apenas como um brinquedo em suas composições. Uma das principais pinturas da mostra, inspirada em Um Retrato de Artista, do britânico David Hockney, exibe uma piscina de pipas com a Serra da Misericórdia do início do século XX como cenário ao fundo – um conjunto de montanhas verdes em torno da Igreja da Penha, onde mais tarde se estabeleceu o Complexo do Alemão. Como um campo expandido dessa pintura, uma instalação site specific agrupará centenas de pipas no espaço da piscina da galeria, ampliando o imaginário onírico do artista para fora do quadro.
O estudo minucioso da cor e a escolha de uma paleta pouco saturada trazem significância e significado ao repertório poético, visual e temático da obra de Miguel Afa. Características que remetem a outras referências da história da arte, como alguns trabalhos do italiano Giorgio Morandi e do francês Edouard Villard, considerados por Afa como aqueles que conseguiram mostrar o interior pela matização da cor, que chegaram à “cor de dentro de casa”. Na obra do artista carioca, além de ser ferramenta para a investigação da pintura, a cor propõe uma reflexão racial profunda por meio da aproximação com a obra. “Quando vista de longe, a cor, quase metafisica, não comunica o que a minha pintura está trazendo, o que se configura como uma analogia ao corpo racializado”, elabora Afa. “O primeiro olhar para esse corpo passa pela ideia preconcebida que conduz o pensamento a um lugar marginal, cheio de questões raciais e sociais. Somente ao se aproximar do quadro percebese a complexidade da existência desse corpo. Quando penso na cor da minha pintura, penso num corpo propondo uma cor e convidando o espectador a dar um ou dois passos à frente, a fim de compreender realmente o que está vendo”, conclui o artista.
Serviço
Exposição | Entra pra Dentro
De 21 de setembro a 25 de janeiro
Terça a sexta, das 12h às 18h, sábado, das 12h às 16h (com agendamento prévio, exceto em dias de abertura)
Período
21 de setembro de 2024 12:00 - 25 de janeiro de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
A Gentil Carioca
Rua Gonçalves Lédo, 17 - Centro, Rio de Janeiro - RJ, 20060-020
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Com uma trajetória única e influente, Rosana Paulino traz à tona discussões sobre memória, natureza, identidade e história afro-brasileira na exposição “Novas Raízes”. Os trabalhos expostos são resultado de uma
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Com uma trajetória única e influente, Rosana Paulino traz à tona discussões sobre memória, natureza, identidade e história afro-brasileira na exposição “Novas Raízes”. Os trabalhos expostos são resultado de uma longa pesquisa acerca da arquitetura e do acervo da Casa Museu Eva Klabin, na Lagoa, propondo a separação conceitual entre os dois andares. Com o objetivo de celebrar os 30 anos de carreira da consagrada artista paulistana, “Novas Raízes” abre no dia 26 de setembro (quinta-feira) e poderá ser visitada gratuitamente de quarta-feira a domingo até 12 de janeiro de 2025.
A individual da artista é a primeira no Rio de Janeiro após a sua exposição no Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires, o MALBA. Com a mostra, Rosana se tornou a primeira mulher negra a ter uma individual exposta no museu argentino, que apresent