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outubro
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A Referência Galeria de Arte inaugura a mostra “Gapoiando em águas ribeiras“, do artista visual Osvaldo Gaia, com curadoria de Paulo Vega Jr. Em sua primeira individual em Brasília, o
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A Referência Galeria de Arte inaugura a mostra “Gapoiando em águas ribeiras“, do artista visual Osvaldo Gaia, com curadoria de Paulo Vega Jr. Em sua primeira individual em Brasília, o artista paraense radicado no Rio de Janeiro apresenta obras inéditas em madeira, metal, linha e acetato para abordar a ancestralidade indígena e cabocla dos povos amazônicos, a lida com a água, a floresta, o alimento, o conhecimento passado de pai para filho. No dia da abertura, o artista e o curador realizam uma visita guiada à mostra que ocupará as salas Principal e Acervo. Visitação até 5 de outubro, de segunda a sexta, das 10h às 19h, sábado, das 10h às 15h. A Referência Galeria de Arte fica na 202 Norte Bloco B Loja 11, Subsolo, Brasília – DF. Telefone: +55 (61) 3963-3501; WhatsApp: +55 (61) 981-623-111. No Instagram @referenciagaleria.
“Os trabalhos que o artista apresenta na Referência podem ser vistos pela lente da síntese”, afirma o curador. “A produção do artista parte de experiências, objetos e situações reais e de seu contexto de origem para, então, em seu método particular, do insight aos projetos detalhados em seus cadernos de anotações e dos cadernos de anotações à execução de suas obras, resultando no amálgama de elementos de origem intangível e de origem tangível, da imaterialidade e da subjetividade da memória à concretude e fisicalidade da matéria”, continua Paulo Vega Jr.
“Gapoiando” é um termo do caboclo amazônico que se refere ao ato de adentrar no igapó e com as mãos espantar os peixes que se escondem debaixo de mururás, aguapés e vitórias-régias e assim capturá-los com mais facilidade. A palavra deriva de igapó, que significa “Rio de raízes”. Essa prática é bastante comum na região Amazônica e tem forte influência nas comunidades caboclas ribeirinhas, onde muitos encontram sustento na pesca.
Pra onde vão os trens, meu pai? Para Mahal Tamí, Camiri, espaços no mapa, e depois o pai ria: também pra lugar algum meu filho, tu podes ir e ainda que se mova o trem tu não te moves de ti.
Tu não te moves de ti, de Hilda Hilst
A mostra é composta por três instalações distribuídas pelos dois andares da Referência. “Mariscando no remanso das escamas” é uma instalação de piso, feita com madeira de demolição, chumbo de tarrafa, acetato, linha e manta. No centro, um círculo simboliza o curral, enquanto na extremidade há uma cortina de chumbo, representando o paradouro de sombra e uma corrente de escamas – camadas que desempenham diversas funções – que protegem e alertam sobre o perigo. “Garateia” é uma instalação de teto, com um tridente de anzóis de madeira de demolição, suspenso por fios e roldanas que sustentam a garateia. Abaixo, uma cúpula de chumbo de tarrafa funciona como uma espécie de armadilha de espera. “Descanso das Chumbadas” é uma instalação de parede, feita de madeira de demolição com chumbadas de chumbo, conectadas por linha em um círculo de madeira, em alusão a um estojo onde os pescadores cuidam de seus apetrechos.
“É como eu estivesse tateando esses saberes”, diz Gaia. “Nesta exposição, o observador terá que ficar atento aos sinais e símbolos que ela carrega. O foco da mostra é revelar alguns desses sinais: a ancestralidade, costumes e saberes, que já fazem parte das minhas pesquisas. Observando os desenhos e a dinâmica dos currais de pesca, percebi que envolvem certa complexidade na sua elaboração e uso; possuem seções, salas, rebatedores e guias que direcionam os peixes. Alguns são construídos por uma família, enquanto outros são erguidos pelas comunidades, com o objetivo comum de obter seu sustento. A atividade pesqueira ainda é uma das maiores fontes de renda dessas comunidades”, completa o artista.
Paulo Vega Jr. afirma que “na produção artística de Gaia, os marcadores da arte popular e da artesania amazônicas têm origem em sua biografia, em sua vivência pessoal como uma criança paraense que cresceu vendo seu avô criando e desenvolvendo utensílios característicos e tradicionais tanto da cultura quanto do modo de vida da região em que ele nasceu e cresceu”.
Esse universo de pertencimento, onde até os cânticos dos pássaros, direcionam e avisam das intempéries, só um conhecedor das matas e um observador, consegue decifrar esses códigos e símbolos. Para sobreviver, é necessário interagir e tratar com respeito a mãe natureza e seus recursos, como um ciclo da vida (metamorfose) constante. Este caminhar nos leva a aguçar os sentidos. “São lembranças afetivas quando meu pai me levava para o sítio do meu avô. Nesse local ele e alguns amigos saiam para caçar. Eu ficava observando o meu avô fazendo e tecendo paneiro, rede de pesca, fazendo canoa, remo… não sabia que aquele universo faria parte do meu aprendizado com artista mais tarde”, completa o artista.
Fazem parte da exposição um conjunto de trinta esculturas e objetos de base e parede que fazem parte desse universo, como Ferroada (madeira e chumbo incrustado, esporão de arraias e ferrões de alguns peixes), Na Luz da Espera (madeira, linha e chumbada, lamparina guia na escuridão da mata), Série Tramas (pranchas de madeiras com adornos e rede de chumbo, tipo rede de pesca, tarrafa) e Tracejado dos Currais (desenhos dos currais feitos com chumbo incrustado na madeira, com silhueta de animais marinhos), entre outros.
Para compreender e se conectar com a obra de Gaia não é necessário ter as “chaves” de um determinado conhecimento nem seguir pistas. Mas os trabalhos guardam visões cosmogônicas que remontam gerações e tradições. “A impermanência e a transitoriedade são dois conceitos que permeiam a poética de Gaia de uma maneira curiosa e interessantemente paradoxal, pois, de certa forma, é contraditório ou impossível materializar algo constante e duradouro sobre exatamente o oposto desses dois conceitos. Assim, o que a obra de Gaia faz, e faz muito bem, é evocar e, talvez, dedilhar a impossibilidade de tratarmos sobre algo que já não é mais o mesmo no instante em que tentamos abordá-lo. Afinal, tudo está em fluxo, em perpétua transformação e, no final das contas, não podemos nos agarrar a nada. Quero dizer, apenas, talvez, às nossas memórias e a nós mesmos” sentencia o curador.
.Serviço
Exposição | Gapoiando em águas ribeiras
De 06 de setembro a 05 de outubro
Segunda a sexta, das 10h às 19h, sábado, das 10h às 15h
Período
6 de setembro de 2024 10:00 - 5 de outubro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Referência Galeria de Arte
202 Norte Bloco B Loja 11, Subsolo Asa Norte – Brasília - DF
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O Museu Correio em Brasília apresenta a mostra “Sulear“. Com curadoria de Isabela Simões, Helena Lopes e Marianne Vicentini e produção cultural de Augusto Herkenhoff, a mostra reúne 100 artistas
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O Museu Correio em Brasília apresenta a mostra “Sulear“. Com curadoria de Isabela Simões, Helena Lopes e Marianne Vicentini e produção cultural de Augusto Herkenhoff, a mostra reúne 100 artistas brasileiros contemporâneos que apresentam uma perspectiva inédita dos povos “do Sul”. Em uma época em que guerras e a crise climática assombram a humanidade, o projeto realizado pelo coletivo Zagut e busca apresentar um contraponto à visão colonial hegemônica do sistema da arte global, em prol da preservação ambiental e mudanças climáticas, quanto a temas caros à contemporaneidade. A mostra fica em cartaz até o dia 10 de novembro com visitação de terça a sexta-feira, das 10h às 18h, sábados, domingos e feriados, das 13h às 17h. O Museu Correios fica no Setor Comercial Sul, quadra 4, bloco A, n° 256, ed. Apolo, Asa Sul. Brasília/DF. A entrada é gratuita e livre para todos os públicos.
Quando o artista uruguaio Torres Garcia realizou em 1943 o desenho “América Invertida”, de forma a explicitar o que escrevera em 1935, a “Escuela del Sur”, simbolizou a importância da América Latina se conscientizar de forma a que o posicionamento norte-cêntrico não seja o seu guia, construindo suas próprias perspectivas, incluindo a sabedoria dos povos originários e a revisão de princípios normalizados pela colonização europeia (decolonização), ampliando a visão de mundo para uma maior aceitação de diferenças e fortalecendo a democracia. O brasileiro Marcio D’Olne Campos contrapôs “sulear” a “nortear”, e o neologismo foi usado por Paulo Freire.
A exposição Sulear organizada pela Galeria Zagut propõe repensar as percepções do mundo via possíveis perspectivas oriundas do eixo proveniente do Sul global, onde o Brasil se encontra. É o momento de explorar narrativas e estéticas que revertam, ou reorganizem nossos afetos vitais. Neste caso, sulear é questionar noções errôneas de poder cristalizadas de um “norte global desenvolvido” em contraposição a um hemisfério sul considerado “atrasado”. É criar estratégias que permitam apropriar a existência sob outras conexões vitais. É assumir a autonomia na criação dos próprios sentidos e significados culturais.
Criar novas cartografias é apresentar e riscar linhas na autorrepresentação realizada sobre nós mesmos. É imaginar novas coordenadas capazes de servir de orientação. Em 2022 a maior exposição de arte contemporânea do circuito mundial, a Documenta de Kassel na Alemanha, trouxe pela primeira vez na história um coletivo na curadoria advindo do Sul global da Indonésia tendo como resultado uma maior pluralidade de artistas na mostra. Seguindo essa tendência, a mostra “Sulear” abre as portas investigando, criando e experienciando novas imaginações artísticas. É a hora e o momento do Sul global mostrar do que é composto e das artes criar potências e transformações.
“A arte feita por artistas latino-americanos reflete a vivência de povos que têm enorme sabedoria, mas que em geral não são considerados centrais nas reflexões mundiais. Em especial em relação à ecologia, essas nações têm uma perspectiva bastante interessante quando comparada aos países considerados centrais do Norte”, aponta uma das curadoras da mostra, Isabela Simões.
Artistas
Participam da mostra os artistas visuais A.Shakti, Adel Gonzaga, Adriana Montenegro, Adrianne Schreiner, Alessandra França, Aleteia e Bosco, Amanda Erthal, Ana Lenzi, Ana Luiza Mello, Ana Meireles, Ana Morche, Ana Paula Alves de Souza, André Santangelo, André Sheik, Angela Morais, Augusto Herkenhoff, Barbara Moreira, Bel Noronha, Belladonna, Carla Crocchi, Carlos Hollanda, Carola Garcia, Carmen San Thiago, Catia Goffinet, Celina Nolli, Cerise.E, Clara Infante, Claudia Tolentino, Conceição Durães, Daisy Barros, Daniele Bloris, Debora Guimaraes, Deneir, Dulce Lysyj, Ed Di Lallo, Fabiana Barbosa, Fabiula Jesus, Fiamma Viola, Flavia Fernandes, Flavia S.Maurício, Flavio Abuhab, Franklin Valverde, Gilda Nogueira, Gilzo Junior, Gloria Conforto, Graci Kaley, Gringo Carioca, Gualnir Stivanello, Guto Goulart, Gustavo Tomé, Henrique Farage, Hortensia Pecegueiro, Ilda Fuchshuber, Iraceia de Oliveira, Isabela Frade, Isabella Marinho, Isadora Jochims, Jaci Castro, Jaci Rabelo, Jorge Cerqueira, Jorge Luiz, José Ivacy, Josiane Dias, Karla Politzer, Laudy Mendes, Léa Juliana, Leopoldo Wolf, Let Cotrim, Leticia Potengy, Liana González, Lino Valente, Lis Marina Oliveira, Lu Guedes, Lucia Lyra, Luiz Norões, Malu Perlingeiro, Mara Nunes, Marcelo Veiga, Marcio Borsoi, Maria Beatriz Trevisan, Maria Camocardi, Maria Cecilia Leão, Maria Clara Arruda, Maria Eugênia Baptista, Maria Ignez Peixoto, Maria Stefanon, Marianne Nassuno, Marilene Nacaratti, Marta Bonimond, Mauricio Theo, Miro OS, Morgana Souto Maior, Newton Scheufler, Noemi Ribeiro, Patricia Santos, Pierre, Priscilla Ramos, Rafael Marques, Ricardo Stumm, Rita Claro, Regina Moura, Regina Raick, Renato Shamá, Roberta Costa, Roberta Salgado, Roberto Kempler, Romario Batista, Rose Aguiar, Rose Bellarti, Rose Nobre, Rosiara Cavalcanti, Salazar Figueiredo, Sanagê, Sergio Torres, Silvana Godoi Câmara, Silvana Nicolli, Sissi Kleuser, Sofia Rodrigues, Sôla Ries, Sonia Xavier, Tania Torres, Tchello d’Barros, Teresinha Mazzei, Téssara, Thainã Reis, Theo Gomes, Triz Beatriz, Vania Ladeira, Vanize Claussen, Vera Lins, Veronica Miranda, Viviane Neves, Vilma Lima, Zacarias Gama e Zizi Pedrossa.
Serviço
Exposição | Sulear
13 de setembro a 10 de novembro
De terça a sexta-feira, das 10h às 18h, sábados, domingos e feriados, das 13h às 17h
Período
13 de setembro de 2024 10:00 - 10 de novembro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Museu Correios Brasília
Setor Comercial Sul, quadra 4, bloco A, n° 256, ed. Apolo, Asa Sul. Brasília - DF
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Numa reflexão sobre seu processo de criação, Luiz Zerbini afirma que “Viver é ruminar paisagens”. Com este mote, o Centro Cultural Banco do Brasil Brasília apresenta a primeira grande retrospectiva
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Numa reflexão sobre seu processo de criação, Luiz Zerbini afirma que “Viver é ruminar paisagens”. Com este mote, o Centro Cultural Banco do Brasil Brasília apresenta a primeira grande retrospectiva do artista, um dos principais expoentes da Geração 80 da arte brasileira. Intitulada Paisagens Ruminadas, a exposição, que tem curadoria de Clarissa Diniz, acontece de 17 de setembro a 10 de novembro de 2024, nas galerias 2, 3 e 5 do CCBB Brasília. A mostra é um convite para apreciar e refletir sobre os quase 50 anos de trajetória de Luiz Zerbini, cuja obra multifacetada e inovadora marca profundamente o cenário artístico nacional e internacional.
Paisagens Ruminadas foi apresentada, com grande sucesso, no CCBB Rio de Janeiro, entre 19 de junho e 2 de setembro de 2024. O patrocínio é do Banco do Brasil, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Nesta retrospectiva, o público terá oportunidade de mergulhar no universo peculiar e instigante do artista e imergir no processo criativo de Zerbini, que descreve sua arte como uma jornada de ruminação, em que paisagens, sonhos e memórias são triturados e reconfigurados de forma involuntária. Com cerca de 140 obras – incluindo telas nunca exibidas antes e uma instalação criada especialmente para o CCBB -, divididas em cinco núcleos temáticos, a exposição conduz os visitantes por uma viagem visual que perpassa as constantes reelaborações paisagísticas do artista ao longo de sua carreira.
A mostra destaca a centralidade da paisagem na prática artística de Zerbini, que transcende os limites da pintura para se manifestar em múltiplas linguagens e experimentações. Sua produção artística revela-se como um verdadeiro mosaico de formas, cores, padrões e narrativas, refletindo não apenas a visão do artista, mas também sua inquietude e sensibilidade diante do mundo.
“Paisagens Ruminadas percorre alguns dos caminhos da voluptuosa e fascinante paisagística de Luiz Zerbini. Ao reunir obras de várias décadas e apresentar esculturas, objetos, monotipias, instalações e vídeos, a exposição matiza o já conhecido protagonismo de sua pintura, convidando os visitantes a observarem como a ruminação tem sido o principal método de criação desse artista que desde cedo vem mastigando, digerindo, regurgitando e novamente devorando suas próprias referências, signos, composições, perspectivas, narrativas, formas, cores, padronagens, imagens”, comenta Clarissa Diniz.
A obra de Zerbini é um convite à reflexão sobre a natureza da arte e sua relação intrínseca com a vida. Além de sua proeminência como pintor, ele destaca-se como um artista multimídia, cuja produção multifacetada explora os limites entre as artes visuais, a música e o cinema. Há quase 30 anos, a serem completados em 2025, Zerbini participa do coletivo sonoro Chelpa Ferro, criado junto com os artistas Barrão e Sergio Mekler, que produz obras como objetos, instalações, performances, além de shows e CDs.
A exposição
As cerca de 140 obras em vários suportes (pintura, escultura, instalação, vídeo) da exposição dividem-se em cinco núcleos:
“viver é ruminar paisagens”
Este núcleo tem a intenção de afirmar a centralidade da paisagem para a prática artística de Luiz Zerbini. Sua paisagística não se restringe à pintura ou a linguagens específicas, mas constitui um método e criação e de experimentação que, tanto na arte quanto na vida, tem atravessado seus quase 50 anos de trabalho. Um dos destaques deste núcleo é a obra de dimensões monumentais (250 x 394 cm) “High Definition” (2009), que marca o retorno de Zerbini às pinturas figurativas depois de alguns anos dedicados ao trabalho com o grupo Chelpa Ferro.
“o lugar de existência de cada coisa”
Reúne obras que apresentam algumas das estratégias de Zerbini para forjar os “lugares de existência” de sua obra, combinando as tradições naturalistas da representação da paisagem com o interesse pela fabulação, pela memória, pela alegorização, pelo onírico, pelo poético. Neste núcleo, são apresentados objetos que estão presentes nas pinturas, explorando a ideia de “o lugar de existência de cada coisa”, também no espaço expositivo, como em “Mesa Mar” (2017).
O núcleo também aponta para a sensação de vertigem que emerge quando as coisas parecem fora de seus lugares de existência, transformadas em espectros ou fragmentos de si mesmas. Emerge, daí, também uma reflexão sobre a morte e o luto.
“da natureza alegórica da paisagem: Massacre de Haximu e Primeira Missa”
Na última década, a ruminação que caracteriza a alegórica paisagística de Luiz Zerbini revelou sua vocação histórica, dando luz a pinturas que releem o Brasil e suas representações artístico-políticas. Nessa direção, o artista tem combinado signos e personagens em grandes paisagens alegóricas que revisitam a historicidade para, através da fabulação crítica, refazer leituras históricas e avivar memórias de resistência e insurgência. Desse exercício têm emergido obras que confrontam iconograficamente as narrativas oficiais do país, as quais comumente apagam
as memórias da violência social que caracteriza a constituição colonial da nação. O terceiro núcleo da exposição destaca duas dessas obras – “Massacre de Haximu” (2020) e “Primeira Missa” (2014) –, navegando por entre sua alegorização para nelas revelar as ruminações histórico-artísticas de Zerbini.
“eu paisagem”
A paisagística de Luiz Zerbini não alimenta a cartesiana separação entre o eu e o outro, a natureza e a cultura, o ponto de vista e o ponto de fuga. O quarto núcleo da mostra apresenta obras que, assim como “eu paisagem” (1998), exploram as implicações entre ‘retratado e retratante’ ou ‘o sujeito e a cena’, reconhecendo que a subjetivação é inerente aos territórios, aos objetos, às plantas, ao acaso, ao vazio, etc.
Como “Paisagem inútil” (2020), este núcleo também ambienta obras que investigam os esquemas formais e ontológicos de estruturas gráficas não-ocidentais que, como os kenes Huni Kuin ou os tecidos com o Batik da Indonésia, elaboram estéticas vinculadas a cosmovisões que concebem o mundo sem a separação cartesiana da qual, na Europa de séculos atrás, emergiu a ideia de “paisagem”.
“não é só sobre o que se vê”
Como escreve num poema do livro “Rasura”, para Zerbini, uma obra visual “não é só sobre o que se está vendo”, mas é também sobre “o que se pensa quando se está sentindo o que se está ouvindo quando se está vendo”. O último núcleo da exposição traz obras cuja inscrição paisagística se estende para além das referências visuais, acionando leituras sonoras, espaciais, rítmicas ou vibráteis. Em “Miragem” (2004), composta num momento em que Zerbini vinha trabalhando intensamente junto ao Chelpa Ferro, é possível ver como o artista articula alguns de seus principais interesses da época: a paisagem, a geometria e a sonoridade/musicalidade.
Serviço
Exposição | Paisagens Ruminadas
De 17 de setembro a 10 de novembro
Terça a domingo, das 9h às 21h
Período
17 de setembro de 2024 09:00 - 10 de novembro de 2024 21:00(GMT-03:00)
Local
CCBB Brasília
SCES Trecho 02 Lote 22 – Edif. Presidente Tancredo Neves – Setor de Clubes Espacial Sul – Brasília – DF
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Exposição Brasília, a arte do planalto, com curadoria de Paulo Herkenhoff e cocuradoria de Sara Seilert, no Museu da Nacional da República, em Brasília. Realizada pela FGV Arte, espaço experimental
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Exposição Brasília, a arte do planalto, com curadoria de Paulo Herkenhoff e cocuradoria de Sara Seilert, no Museu da Nacional da República, em Brasília. Realizada pela FGV Arte, espaço experimental e de pesquisa artística da Fundação Getulio Vargas, em parceria com o Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), a mostra fica aberta até o dia 24 de novembro.
Sucedendo Brasília, a arte da democracia, exposição realizada no Rio de Janeiro de abril a agosto, a nova mostra retrata a história da cultura artística do planalto, sua diversidade e complexidade e seus desdobramentos contemporâneos. Enquanto a exibição carioca tratava da passagem da capital federal do Rio de Janeiro para Brasília, junto da consolidação das estruturas republicanas, a que será exposta no Museu Nacional da República aborda a dimensão estética do surgimento de Brasília, entendida como uma obra de arte coletiva. Ao mesmo tempo, põe em destaque um elenco de agentes culturais da capital e das cidades-satélites.
“A conceituação dessa mostra perfaz um arco histórico, desde a criação da cidade até os atuais movimentos em defesa da democracia e da liberdade. Se Brasília é uma epopeia notável no plano internacional, sua história da cultura se desdobra, ao longo de seis décadas, em brasilienses e brasileiros de todos os recantos”, descreve Paulo Herkenhoff.
Expande também o olhar para o hoje e para a arte que é feita no Centro-oeste, mais especificamente nesta região do planalto central brasileiro onde há mais de sessenta anos foi instalada Brasília. Além disso, esse projeto é uma homenagem à escritora Vera Brant, uma das habitantes pioneiras na capital. Sua amizade com figuras centrais da história brasileira, como o antropólogo e fundador da UnB, Darcy Ribeiro, o presidente Juscelino Kubitscheck e o poeta Carlos Drummond de Andrade reforçam a centralidade e importância de Brant na construção das relações sociais da cidade capital.
A ideia que direcionou Brasília, a arte do planalto foi a de reproduzir uma grande festa do olhar, mostrando que a capital federal, que não se reduz à sua esfera política, é intensa, ampla e surpreendente. “Essa mostra significa também um encontro entre dois olhares curatoriais. Porque agora nós unimos os olhares a Sara Seilert, que dirigia o Museu Nacional da República, e eu. Então nós buscamos produzir um olhar sobre Brasília. Assim, já não é mais apenas um olhar de fora”, afirma o curador.
Exposição
Com uma quantidade impressionante de artistas, desde os já consagrados no mercado da arte até os contemporâneos, a mostra reúne mais de 200 itens.
A exibição conta com documentos históricos, como o diploma de candango – conferido aos operários que levantaram a nova cidade por Juscelino Kubitschek, presidente do Brasil de 1955 a 1961, responsável pela construção de Brasília e a transferência do poder do Rio de Janeiro para o planalto central; o croqui do plano piloto assinado por Lúcio Costa; e o manuscrito de Oscar Niemeyer sobre o monumento JK.
Esse projeto representa, segundo os curadores, “a diversidade da arte contemporânea do Distrito Federal”, assim como o seu processo histórico e espontâneo. Ao visitar a mostra, o público é convidado a compreender a região geográfica em toda a sua potência criativa.
Localizado na Esplanada dos Ministérios, o Museu Nacional da República, intencionalmente escolhido para acolher a exposição Brasília, a arte do planalto, foi projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer e inaugurado em 2006. Sua edificação monumental tem formato semiesférico, com a cúpula medindo 25 metros de raio, tendo a base 35,55 metros de raio, e 26,25 metros de altura.
Serviço
Exposição | Brasília, a arte do planalto
De 25 de setembro a 24 de novembro
Terça a Domingo, das 9h às 18h30
Período
25 de setembro de 2024 09:00 - 24 de novembro de 2024 18:30(GMT-03:00)
Local
Museu Nacional da República Brasília DF
Setor Cultural Sul, Lote 2 Próximo à Rodoviária do Plano Piloto, Brasília - DF
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A partir de 28 de setembro, o Museu Nacional da República recebe a mostra “O Teatro do Terror“, de Ismael Monticelli, que explora os eventos de 8 de janeiro de
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A partir de 28 de setembro, o Museu Nacional da República recebe a mostra “O Teatro do Terror“, de Ismael Monticelli, que explora os eventos de 8 de janeiro de 2023, em diálogo com o Futurismo, vanguarda artística do início do século XX com conexões ao fascismo. No Mezanino do Museu, Monticelli cria uma cena de combate que enfatiza a teatralidade e o caráter midiático da tentativa de golpe contra o Estado Democrático de Direito. Nesta instalação, a violência e a destruição se entrelaçam com a festa e a celebração, propondo uma reflexão sobre a complexidade desses acontecimentos. O projeto foi contemplado no edital Retomada – Artes Visuais 2023 da Funarte.
A instalação de Monticelli ocupa os 30 metros de extensão do Mezanino do Museu Nacional de Brasília e apresenta uma cena de conflito com figuras humanas em escala real, pintadas em tinta acrílica sobre caixas de papelão abertas e recortadas. Para criar essas figuras, o artista se apropriou do imaginário das obras do italiano Fortunato Depero, produzidas na década de 1920. Nesse período, Depero estava alinhado ao programa estético e ideológico do futurismo, criando imagens que exploravam o tema da guerra e do combate. Em uma obra em particular, intitulada Guerra = Festa (1925), Depero retratou em tapeçaria uma cena da Primeira Guerra Mundial. No entanto, ao contrário das expectativas de truculência e sanguinolência, a imagem esconde a violência sob um véu alegre e lúdico, sugerido pela profusão de cores e formas na composição.
É na fronteira entre a violência e o jogo que se situa Guerra = Festa, onde Depero retratou o conflito como um grande espetáculo, uma celebração, num motim de formas e cores, alinhando-se completamente ao programa futurista de ‘glorificar a guerra’ como uma força capaz de ‘curar, purificar’ a sociedade’. As obras de Depero desse período parecem ressoar com os eventos de 8 de janeiro, que transformaram a violência e a destruição em um jogo festivo, um ‘turismo da violência’. Nos grupos de WhatsApp organizados para planejar a ação, os organizadores utilizavam uma mensagem em código para sinalizar a ocupação da Esplanada dos Ministérios, referindo-se ao evento como um “dia de festa.” A senha escolhida foi “Festa da Selma” (em alusão ao grito militar “Selva”).
Ismael Monticelli
Monticelli escolheu o papelão como material principal para sua instalação, não apenas por suas propriedades físicas, mas também por sua história simbólica. Durante as Guerras Mundiais, o papelão desempenhou um papel crucial em diversas aplicações militares, como na fabricação de capacetes, contêineres de armazenamento e até embarcações. Devido à necessidade de redirecionar metais para o esforço de guerra, muitos itens cotidianos, que antes eram feitos de lata, chumbo e ferro fundido, passaram a ser produzidos em papelão. Outra questão crucial da escolha do material é sua precariedade.
“A instalação, que tem frontalidade evidente, utiliza o mezanino do Museu Nacional como um palco teatral desprovido de sua caixa cênica, expondo a fragilidade que sustenta o conflito retratado na parte frontal. Ao observar a obra por trás, revela-se uma paisagem de silhuetas de papelão, com as bordas borradas pela tinta e sustentadas por blocos de concreto. Essa cenografia se desnuda, revelando suas próprias entranhas e ressaltando a vulnerabilidade inerente à materialidade e à narrativa que compõe”, ressalta o artista.
Um dos principais procedimentos artísticos de Ismael Monticelli é repensar imagens, histórias e narrativas estabelecidas, reorganizando-as ao confrontá-las com questões atuais. Em O Teatro do Terror, o artista revisita os eventos de 8 de janeiro à luz de uma das vanguardas do início do século XX – o futurismo. “Uma das primeiras perguntas que me fiz foi: como abordar esse acontecimento com uma estética e um programa ideológico que se alinhem a ele? O futurismo me pareceu uma forma de pensar as invasões em Brasília, especialmente porque tanto essa vanguarda quanto o 8 de janeiro parecem compartilhar uma ânsia pela destruição de tudo”, diz o artista.
O Futurismo e o Fascismo
Inaugurado há mais de 100 anos, o Manifesto Futurista (1909), escrito por Filippo Tommaso Marinetti e publicado no jornal francês Le Figaro, estabeleceu as bases de um programa que seria desenvolvido e refinado pelos artistas italianos ao longo dos anos. O manifesto exaltava a velocidade, a violência e a destruição como fontes de energia e renovação. Os futuristas celebravam a guerra, a masculinidade, o militarismo, o patriotismo como forças purificadoras, capazes de abrir caminho para uma nova ordem. A relação complexa do Futurismo com a guerra é destacada por sua postura paradoxal durante o conflito. Enquanto muitos movimentos vanguardistas, como o Dadaísmo, condenaram a guerra e as instituições responsáveis, os Futuristas, apoiaram-na entusiasticamente. Eles defendiam a destruição de museus, bibliotecas, universidades e qualquer resquício de sentimentalismo, que consideravam sinais de fraqueza. Para os futuristas, recomeçar do zero era essencial, incluindo a rejeição do feminismo e da igualdade social, vistos como valores ultrapassados e covardes.
“Os valores exaltados pelos futuristas parecem ecoar nas motivações das pessoas envolvidas nos eventos de 8 de janeiro. O militarismo faz parte do imaginário reacionário brasileiro. Um exemplo claro é o acampamento ‘300 do Brasil’ (2020) na Esplanada dos Ministérios, próximo ao Ministério da Justiça, em Brasília, que contava com membros armados e uniformizados, formando um batalhão paramilitar supostamente preparado para a guerra, tendo como principal alvo o STF. Uma das inspirações para essa ação veio do filme norte-americano 300 (2006 e 2014) – criticado por sua estética fascista –, que se tornou uma referência mundial para movimentos de extrema-direita”.
Oficina
Como parte do projeto, ao longo do período da exposição, o artista oferecerá gratuitamente uma oficina com uma conversa sobre o trabalho. As informações sobre como se inscrever serão divulgadas pelo Instagram @museunacionaldarepublica.
A mostra conta ainda com texto sobre a obra do artista produzido por Raphael Fonseca, curador de arte moderna e contemporânea latino-americana no Denver Art Museum/EUA e listado pela revista ArtReview como uma das 100 pessoas mais influentes das artes visuais globalmente.
Serviço
Exposições | O Teatro do Terror e Instalação
De 28 de setembro a 24 de novembro
terça a domingo, das 9h às 18h30
Período
28 de setembro de 2024 09:00 - 24 de novembro de 2024 18:30(GMT-03:00)
Local
Museu Nacional da República Brasília DF
Setor Cultural Sul, Lote 2 Próximo à Rodoviária do Plano Piloto, Brasília - DF
novembro
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O Museu Correio em Brasília apresenta a mostra “Sulear“. Com curadoria de Isabela Simões, Helena Lopes e Marianne Vicentini e produção cultural de Augusto Herkenhoff, a mostra reúne 100 artistas
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O Museu Correio em Brasília apresenta a mostra “Sulear“. Com curadoria de Isabela Simões, Helena Lopes e Marianne Vicentini e produção cultural de Augusto Herkenhoff, a mostra reúne 100 artistas brasileiros contemporâneos que apresentam uma perspectiva inédita dos povos “do Sul”. Em uma época em que guerras e a crise climática assombram a humanidade, o projeto realizado pelo coletivo Zagut e busca apresentar um contraponto à visão colonial hegemônica do sistema da arte global, em prol da preservação ambiental e mudanças climáticas, quanto a temas caros à contemporaneidade. A mostra fica em cartaz até o dia 10 de novembro com visitação de terça a sexta-feira, das 10h às 18h, sábados, domingos e feriados, das 13h às 17h. O Museu Correios fica no Setor Comercial Sul, quadra 4, bloco A, n° 256, ed. Apolo, Asa Sul. Brasília/DF. A entrada é gratuita e livre para todos os públicos.
Quando o artista uruguaio Torres Garcia realizou em 1943 o desenho “América Invertida”, de forma a explicitar o que escrevera em 1935, a “Escuela del Sur”, simbolizou a importância da América Latina se conscientizar de forma a que o posicionamento norte-cêntrico não seja o seu guia, construindo suas próprias perspectivas, incluindo a sabedoria dos povos originários e a revisão de princípios normalizados pela colonização europeia (decolonização), ampliando a visão de mundo para uma maior aceitação de diferenças e fortalecendo a democracia. O brasileiro Marcio D’Olne Campos contrapôs “sulear” a “nortear”, e o neologismo foi usado por Paulo Freire.
A exposição Sulear organizada pela Galeria Zagut propõe repensar as percepções do mundo via possíveis perspectivas oriundas do eixo proveniente do Sul global, onde o Brasil se encontra. É o momento de explorar narrativas e estéticas que revertam, ou reorganizem nossos afetos vitais. Neste caso, sulear é questionar noções errôneas de poder cristalizadas de um “norte global desenvolvido” em contraposição a um hemisfério sul considerado “atrasado”. É criar estratégias que permitam apropriar a existência sob outras conexões vitais. É assumir a autonomia na criação dos próprios sentidos e significados culturais.
Criar novas cartografias é apresentar e riscar linhas na autorrepresentação realizada sobre nós mesmos. É imaginar novas coordenadas capazes de servir de orientação. Em 2022 a maior exposição de arte contemporânea do circuito mundial, a Documenta de Kassel na Alemanha, trouxe pela primeira vez na história um coletivo na curadoria advindo do Sul global da Indonésia tendo como resultado uma maior pluralidade de artistas na mostra. Seguindo essa tendência, a mostra “Sulear” abre as portas investigando, criando e experienciando novas imaginações artísticas. É a hora e o momento do Sul global mostrar do que é composto e das artes criar potências e transformações.
“A arte feita por artistas latino-americanos reflete a vivência de povos que têm enorme sabedoria, mas que em geral não são considerados centrais nas reflexões mundiais. Em especial em relação à ecologia, essas nações têm uma perspectiva bastante interessante quando comparada aos países considerados centrais do Norte”, aponta uma das curadoras da mostra, Isabela Simões.
Artistas
Participam da mostra os artistas visuais A.Shakti, Adel Gonzaga, Adriana Montenegro, Adrianne Schreiner, Alessandra França, Aleteia e Bosco, Amanda Erthal, Ana Lenzi, Ana Luiza Mello, Ana Meireles, Ana Morche, Ana Paula Alves de Souza, André Santangelo, André Sheik, Angela Morais, Augusto Herkenhoff, Barbara Moreira, Bel Noronha, Belladonna, Carla Crocchi, Carlos Hollanda, Carola Garcia, Carmen San Thiago, Catia Goffinet, Celina Nolli, Cerise.E, Clara Infante, Claudia Tolentino, Conceição Durães, Daisy Barros, Daniele Bloris, Debora Guimaraes, Deneir, Dulce Lysyj, Ed Di Lallo, Fabiana Barbosa, Fabiula Jesus, Fiamma Viola, Flavia Fernandes, Flavia S.Maurício, Flavio Abuhab, Franklin Valverde, Gilda Nogueira, Gilzo Junior, Gloria Conforto, Graci Kaley, Gringo Carioca, Gualnir Stivanello, Guto Goulart, Gustavo Tomé, Henrique Farage, Hortensia Pecegueiro, Ilda Fuchshuber, Iraceia de Oliveira, Isabela Frade, Isabella Marinho, Isadora Jochims, Jaci Castro, Jaci Rabelo, Jorge Cerqueira, Jorge Luiz, José Ivacy, Josiane Dias, Karla Politzer, Laudy Mendes, Léa Juliana, Leopoldo Wolf, Let Cotrim, Leticia Potengy, Liana González, Lino Valente, Lis Marina Oliveira, Lu Guedes, Lucia Lyra, Luiz Norões, Malu Perlingeiro, Mara Nunes, Marcelo Veiga, Marcio Borsoi, Maria Beatriz Trevisan, Maria Camocardi, Maria Cecilia Leão, Maria Clara Arruda, Maria Eugênia Baptista, Maria Ignez Peixoto, Maria Stefanon, Marianne Nassuno, Marilene Nacaratti, Marta Bonimond, Mauricio Theo, Miro OS, Morgana Souto Maior, Newton Scheufler, Noemi Ribeiro, Patricia Santos, Pierre, Priscilla Ramos, Rafael Marques, Ricardo Stumm, Rita Claro, Regina Moura, Regina Raick, Renato Shamá, Roberta Costa, Roberta Salgado, Roberto Kempler, Romario Batista, Rose Aguiar, Rose Bellarti, Rose Nobre, Rosiara Cavalcanti, Salazar Figueiredo, Sanagê, Sergio Torres, Silvana Godoi Câmara, Silvana Nicolli, Sissi Kleuser, Sofia Rodrigues, Sôla Ries, Sonia Xavier, Tania Torres, Tchello d’Barros, Teresinha Mazzei, Téssara, Thainã Reis, Theo Gomes, Triz Beatriz, Vania Ladeira, Vanize Claussen, Vera Lins, Veronica Miranda, Viviane Neves, Vilma Lima, Zacarias Gama e Zizi Pedrossa.
Serviço
Exposição | Sulear
13 de setembro a 10 de novembro
De terça a sexta-feira, das 10h às 18h, sábados, domingos e feriados, das 13h às 17h
Período
13 de setembro de 2024 10:00 - 10 de novembro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Museu Correios Brasília
Setor Comercial Sul, quadra 4, bloco A, n° 256, ed. Apolo, Asa Sul. Brasília - DF
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Numa reflexão sobre seu processo de criação, Luiz Zerbini afirma que “Viver é ruminar paisagens”. Com este mote, o Centro Cultural Banco do Brasil Brasília apresenta a primeira grande retrospectiva
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Numa reflexão sobre seu processo de criação, Luiz Zerbini afirma que “Viver é ruminar paisagens”. Com este mote, o Centro Cultural Banco do Brasil Brasília apresenta a primeira grande retrospectiva do artista, um dos principais expoentes da Geração 80 da arte brasileira. Intitulada Paisagens Ruminadas, a exposição, que tem curadoria de Clarissa Diniz, acontece de 17 de setembro a 10 de novembro de 2024, nas galerias 2, 3 e 5 do CCBB Brasília. A mostra é um convite para apreciar e refletir sobre os quase 50 anos de trajetória de Luiz Zerbini, cuja obra multifacetada e inovadora marca profundamente o cenário artístico nacional e internacional.
Paisagens Ruminadas foi apresentada, com grande sucesso, no CCBB Rio de Janeiro, entre 19 de junho e 2 de setembro de 2024. O patrocínio é do Banco do Brasil, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Nesta retrospectiva, o público terá oportunidade de mergulhar no universo peculiar e instigante do artista e imergir no processo criativo de Zerbini, que descreve sua arte como uma jornada de ruminação, em que paisagens, sonhos e memórias são triturados e reconfigurados de forma involuntária. Com cerca de 140 obras – incluindo telas nunca exibidas antes e uma instalação criada especialmente para o CCBB -, divididas em cinco núcleos temáticos, a exposição conduz os visitantes por uma viagem visual que perpassa as constantes reelaborações paisagísticas do artista ao longo de sua carreira.
A mostra destaca a centralidade da paisagem na prática artística de Zerbini, que transcende os limites da pintura para se manifestar em múltiplas linguagens e experimentações. Sua produção artística revela-se como um verdadeiro mosaico de formas, cores, padrões e narrativas, refletindo não apenas a visão do artista, mas também sua inquietude e sensibilidade diante do mundo.
“Paisagens Ruminadas percorre alguns dos caminhos da voluptuosa e fascinante paisagística de Luiz Zerbini. Ao reunir obras de várias décadas e apresentar esculturas, objetos, monotipias, instalações e vídeos, a exposição matiza o já conhecido protagonismo de sua pintura, convidando os visitantes a observarem como a ruminação tem sido o principal método de criação desse artista que desde cedo vem mastigando, digerindo, regurgitando e novamente devorando suas próprias referências, signos, composições, perspectivas, narrativas, formas, cores, padronagens, imagens”, comenta Clarissa Diniz.
A obra de Zerbini é um convite à reflexão sobre a natureza da arte e sua relação intrínseca com a vida. Além de sua proeminência como pintor, ele destaca-se como um artista multimídia, cuja produção multifacetada explora os limites entre as artes visuais, a música e o cinema. Há quase 30 anos, a serem completados em 2025, Zerbini participa do coletivo sonoro Chelpa Ferro, criado junto com os artistas Barrão e Sergio Mekler, que produz obras como objetos, instalações, performances, além de shows e CDs.
A exposição
As cerca de 140 obras em vários suportes (pintura, escultura, instalação, vídeo) da exposição dividem-se em cinco núcleos:
“viver é ruminar paisagens”
Este núcleo tem a intenção de afirmar a centralidade da paisagem para a prática artística de Luiz Zerbini. Sua paisagística não se restringe à pintura ou a linguagens específicas, mas constitui um método e criação e de experimentação que, tanto na arte quanto na vida, tem atravessado seus quase 50 anos de trabalho. Um dos destaques deste núcleo é a obra de dimensões monumentais (250 x 394 cm) “High Definition” (2009), que marca o retorno de Zerbini às pinturas figurativas depois de alguns anos dedicados ao trabalho com o grupo Chelpa Ferro.
“o lugar de existência de cada coisa”
Reúne obras que apresentam algumas das estratégias de Zerbini para forjar os “lugares de existência” de sua obra, combinando as tradições naturalistas da representação da paisagem com o interesse pela fabulação, pela memória, pela alegorização, pelo onírico, pelo poético. Neste núcleo, são apresentados objetos que estão presentes nas pinturas, explorando a ideia de “o lugar de existência de cada coisa”, também no espaço expositivo, como em “Mesa Mar” (2017).
O núcleo também aponta para a sensação de vertigem que emerge quando as coisas parecem fora de seus lugares de existência, transformadas em espectros ou fragmentos de si mesmas. Emerge, daí, também uma reflexão sobre a morte e o luto.
“da natureza alegórica da paisagem: Massacre de Haximu e Primeira Missa”
Na última década, a ruminação que caracteriza a alegórica paisagística de Luiz Zerbini revelou sua vocação histórica, dando luz a pinturas que releem o Brasil e suas representações artístico-políticas. Nessa direção, o artista tem combinado signos e personagens em grandes paisagens alegóricas que revisitam a historicidade para, através da fabulação crítica, refazer leituras históricas e avivar memórias de resistência e insurgência. Desse exercício têm emergido obras que confrontam iconograficamente as narrativas oficiais do país, as quais comumente apagam
as memórias da violência social que caracteriza a constituição colonial da nação. O terceiro núcleo da exposição destaca duas dessas obras – “Massacre de Haximu” (2020) e “Primeira Missa” (2014) –, navegando por entre sua alegorização para nelas revelar as ruminações histórico-artísticas de Zerbini.
“eu paisagem”
A paisagística de Luiz Zerbini não alimenta a cartesiana separação entre o eu e o outro, a natureza e a cultura, o ponto de vista e o ponto de fuga. O quarto núcleo da mostra apresenta obras que, assim como “eu paisagem” (1998), exploram as implicações entre ‘retratado e retratante’ ou ‘o sujeito e a cena’, reconhecendo que a subjetivação é inerente aos territórios, aos objetos, às plantas, ao acaso, ao vazio, etc.
Como “Paisagem inútil” (2020), este núcleo também ambienta obras que investigam os esquemas formais e ontológicos de estruturas gráficas não-ocidentais que, como os kenes Huni Kuin ou os tecidos com o Batik da Indonésia, elaboram estéticas vinculadas a cosmovisões que concebem o mundo sem a separação cartesiana da qual, na Europa de séculos atrás, emergiu a ideia de “paisagem”.
“não é só sobre o que se vê”
Como escreve num poema do livro “Rasura”, para Zerbini, uma obra visual “não é só sobre o que se está vendo”, mas é também sobre “o que se pensa quando se está sentindo o que se está ouvindo quando se está vendo”. O último núcleo da exposição traz obras cuja inscrição paisagística se estende para além das referências visuais, acionando leituras sonoras, espaciais, rítmicas ou vibráteis. Em “Miragem” (2004), composta num momento em que Zerbini vinha trabalhando intensamente junto ao Chelpa Ferro, é possível ver como o artista articula alguns de seus principais interesses da época: a paisagem, a geometria e a sonoridade/musicalidade.
Serviço
Exposição | Paisagens Ruminadas
De 17 de setembro a 10 de novembro
Terça a domingo, das 9h às 21h
Período
17 de setembro de 2024 09:00 - 10 de novembro de 2024 21:00(GMT-03:00)
Local
CCBB Brasília
SCES Trecho 02 Lote 22 – Edif. Presidente Tancredo Neves – Setor de Clubes Espacial Sul – Brasília – DF
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Exposição Brasília, a arte do planalto, com curadoria de Paulo Herkenhoff e cocuradoria de Sara Seilert, no Museu da Nacional da República, em Brasília. Realizada pela FGV Arte, espaço experimental
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Exposição Brasília, a arte do planalto, com curadoria de Paulo Herkenhoff e cocuradoria de Sara Seilert, no Museu da Nacional da República, em Brasília. Realizada pela FGV Arte, espaço experimental e de pesquisa artística da Fundação Getulio Vargas, em parceria com o Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), a mostra fica aberta até o dia 24 de novembro.
Sucedendo Brasília, a arte da democracia, exposição realizada no Rio de Janeiro de abril a agosto, a nova mostra retrata a história da cultura artística do planalto, sua diversidade e complexidade e seus desdobramentos contemporâneos. Enquanto a exibição carioca tratava da passagem da capital federal do Rio de Janeiro para Brasília, junto da consolidação das estruturas republicanas, a que será exposta no Museu Nacional da República aborda a dimensão estética do surgimento de Brasília, entendida como uma obra de arte coletiva. Ao mesmo tempo, põe em destaque um elenco de agentes culturais da capital e das cidades-satélites.
“A conceituação dessa mostra perfaz um arco histórico, desde a criação da cidade até os atuais movimentos em defesa da democracia e da liberdade. Se Brasília é uma epopeia notável no plano internacional, sua história da cultura se desdobra, ao longo de seis décadas, em brasilienses e brasileiros de todos os recantos”, descreve Paulo Herkenhoff.
Expande também o olhar para o hoje e para a arte que é feita no Centro-oeste, mais especificamente nesta região do planalto central brasileiro onde há mais de sessenta anos foi instalada Brasília. Além disso, esse projeto é uma homenagem à escritora Vera Brant, uma das habitantes pioneiras na capital. Sua amizade com figuras centrais da história brasileira, como o antropólogo e fundador da UnB, Darcy Ribeiro, o presidente Juscelino Kubitscheck e o poeta Carlos Drummond de Andrade reforçam a centralidade e importância de Brant na construção das relações sociais da cidade capital.
A ideia que direcionou Brasília, a arte do planalto foi a de reproduzir uma grande festa do olhar, mostrando que a capital federal, que não se reduz à sua esfera política, é intensa, ampla e surpreendente. “Essa mostra significa também um encontro entre dois olhares curatoriais. Porque agora nós unimos os olhares a Sara Seilert, que dirigia o Museu Nacional da República, e eu. Então nós buscamos produzir um olhar sobre Brasília. Assim, já não é mais apenas um olhar de fora”, afirma o curador.
Exposição
Com uma quantidade impressionante de artistas, desde os já consagrados no mercado da arte até os contemporâneos, a mostra reúne mais de 200 itens.
A exibição conta com documentos históricos, como o diploma de candango – conferido aos operários que levantaram a nova cidade por Juscelino Kubitschek, presidente do Brasil de 1955 a 1961, responsável pela construção de Brasília e a transferência do poder do Rio de Janeiro para o planalto central; o croqui do plano piloto assinado por Lúcio Costa; e o manuscrito de Oscar Niemeyer sobre o monumento JK.
Esse projeto representa, segundo os curadores, “a diversidade da arte contemporânea do Distrito Federal”, assim como o seu processo histórico e espontâneo. Ao visitar a mostra, o público é convidado a compreender a região geográfica em toda a sua potência criativa.
Localizado na Esplanada dos Ministérios, o Museu Nacional da República, intencionalmente escolhido para acolher a exposição Brasília, a arte do planalto, foi projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer e inaugurado em 2006. Sua edificação monumental tem formato semiesférico, com a cúpula medindo 25 metros de raio, tendo a base 35,55 metros de raio, e 26,25 metros de altura.
Serviço
Exposição | Brasília, a arte do planalto
De 25 de setembro a 24 de novembro
Terça a Domingo, das 9h às 18h30
Período
25 de setembro de 2024 09:00 - 24 de novembro de 2024 18:30(GMT-03:00)
Local
Museu Nacional da República Brasília DF
Setor Cultural Sul, Lote 2 Próximo à Rodoviária do Plano Piloto, Brasília - DF
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A partir de 28 de setembro, o Museu Nacional da República recebe a mostra “O Teatro do Terror“, de Ismael Monticelli, que explora os eventos de 8 de janeiro de
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A partir de 28 de setembro, o Museu Nacional da República recebe a mostra “O Teatro do Terror“, de Ismael Monticelli, que explora os eventos de 8 de janeiro de 2023, em diálogo com o Futurismo, vanguarda artística do início do século XX com conexões ao fascismo. No Mezanino do Museu, Monticelli cria uma cena de combate que enfatiza a teatralidade e o caráter midiático da tentativa de golpe contra o Estado Democrático de Direito. Nesta instalação, a violência e a destruição se entrelaçam com a festa e a celebração, propondo uma reflexão sobre a complexidade desses acontecimentos. O projeto foi contemplado no edital Retomada – Artes Visuais 2023 da Funarte.
A instalação de Monticelli ocupa os 30 metros de extensão do Mezanino do Museu Nacional de Brasília e apresenta uma cena de conflito com figuras humanas em escala real, pintadas em tinta acrílica sobre caixas de papelão abertas e recortadas. Para criar essas figuras, o artista se apropriou do imaginário das obras do italiano Fortunato Depero, produzidas na década de 1920. Nesse período, Depero estava alinhado ao programa estético e ideológico do futurismo, criando imagens que exploravam o tema da guerra e do combate. Em uma obra em particular, intitulada Guerra = Festa (1925), Depero retratou em tapeçaria uma cena da Primeira Guerra Mundial. No entanto, ao contrário das expectativas de truculência e sanguinolência, a imagem esconde a violência sob um véu alegre e lúdico, sugerido pela profusão de cores e formas na composição.
É na fronteira entre a violência e o jogo que se situa Guerra = Festa, onde Depero retratou o conflito como um grande espetáculo, uma celebração, num motim de formas e cores, alinhando-se completamente ao programa futurista de ‘glorificar a guerra’ como uma força capaz de ‘curar, purificar’ a sociedade’. As obras de Depero desse período parecem ressoar com os eventos de 8 de janeiro, que transformaram a violência e a destruição em um jogo festivo, um ‘turismo da violência’. Nos grupos de WhatsApp organizados para planejar a ação, os organizadores utilizavam uma mensagem em código para sinalizar a ocupação da Esplanada dos Ministérios, referindo-se ao evento como um “dia de festa.” A senha escolhida foi “Festa da Selma” (em alusão ao grito militar “Selva”).
Ismael Monticelli
Monticelli escolheu o papelão como material principal para sua instalação, não apenas por suas propriedades físicas, mas também por sua história simbólica. Durante as Guerras Mundiais, o papelão desempenhou um papel crucial em diversas aplicações militares, como na fabricação de capacetes, contêineres de armazenamento e até embarcações. Devido à necessidade de redirecionar metais para o esforço de guerra, muitos itens cotidianos, que antes eram feitos de lata, chumbo e ferro fundido, passaram a ser produzidos em papelão. Outra questão crucial da escolha do material é sua precariedade.
“A instalação, que tem frontalidade evidente, utiliza o mezanino do Museu Nacional como um palco teatral desprovido de sua caixa cênica, expondo a fragilidade que sustenta o conflito retratado na parte frontal. Ao observar a obra por trás, revela-se uma paisagem de silhuetas de papelão, com as bordas borradas pela tinta e sustentadas por blocos de concreto. Essa cenografia se desnuda, revelando suas próprias entranhas e ressaltando a vulnerabilidade inerente à materialidade e à narrativa que compõe”, ressalta o artista.
Um dos principais procedimentos artísticos de Ismael Monticelli é repensar imagens, histórias e narrativas estabelecidas, reorganizando-as ao confrontá-las com questões atuais. Em O Teatro do Terror, o artista revisita os eventos de 8 de janeiro à luz de uma das vanguardas do início do século XX – o futurismo. “Uma das primeiras perguntas que me fiz foi: como abordar esse acontecimento com uma estética e um programa ideológico que se alinhem a ele? O futurismo me pareceu uma forma de pensar as invasões em Brasília, especialmente porque tanto essa vanguarda quanto o 8 de janeiro parecem compartilhar uma ânsia pela destruição de tudo”, diz o artista.
O Futurismo e o Fascismo
Inaugurado há mais de 100 anos, o Manifesto Futurista (1909), escrito por Filippo Tommaso Marinetti e publicado no jornal francês Le Figaro, estabeleceu as bases de um programa que seria desenvolvido e refinado pelos artistas italianos ao longo dos anos. O manifesto exaltava a velocidade, a violência e a destruição como fontes de energia e renovação. Os futuristas celebravam a guerra, a masculinidade, o militarismo, o patriotismo como forças purificadoras, capazes de abrir caminho para uma nova ordem. A relação complexa do Futurismo com a guerra é destacada por sua postura paradoxal durante o conflito. Enquanto muitos movimentos vanguardistas, como o Dadaísmo, condenaram a guerra e as instituições responsáveis, os Futuristas, apoiaram-na entusiasticamente. Eles defendiam a destruição de museus, bibliotecas, universidades e qualquer resquício de sentimentalismo, que consideravam sinais de fraqueza. Para os futuristas, recomeçar do zero era essencial, incluindo a rejeição do feminismo e da igualdade social, vistos como valores ultrapassados e covardes.
“Os valores exaltados pelos futuristas parecem ecoar nas motivações das pessoas envolvidas nos eventos de 8 de janeiro. O militarismo faz parte do imaginário reacionário brasileiro. Um exemplo claro é o acampamento ‘300 do Brasil’ (2020) na Esplanada dos Ministérios, próximo ao Ministério da Justiça, em Brasília, que contava com membros armados e uniformizados, formando um batalhão paramilitar supostamente preparado para a guerra, tendo como principal alvo o STF. Uma das inspirações para essa ação veio do filme norte-americano 300 (2006 e 2014) – criticado por sua estética fascista –, que se tornou uma referência mundial para movimentos de extrema-direita”.
Oficina
Como parte do projeto, ao longo do período da exposição, o artista oferecerá gratuitamente uma oficina com uma conversa sobre o trabalho. As informações sobre como se inscrever serão divulgadas pelo Instagram @museunacionaldarepublica.
A mostra conta ainda com texto sobre a obra do artista produzido por Raphael Fonseca, curador de arte moderna e contemporânea latino-americana no Denver Art Museum/EUA e listado pela revista ArtReview como uma das 100 pessoas mais influentes das artes visuais globalmente.
Serviço
Exposições | O Teatro do Terror e Instalação
De 28 de setembro a 24 de novembro
terça a domingo, das 9h às 18h30
Período
28 de setembro de 2024 09:00 - 24 de novembro de 2024 18:30(GMT-03:00)
Local
Museu Nacional da República Brasília DF
Setor Cultural Sul, Lote 2 Próximo à Rodoviária do Plano Piloto, Brasília - DF