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dezembro
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Tunga (1952 – 2016) se interessou pela alquimia, pela psicanálise, pelas ciências e pela filosofia. Ao longo de quatro décadas, construiu uma mitologia singular, na qual as noções de permanência
Detalhes
Tunga (1952 – 2016) se interessou pela alquimia, pela psicanálise, pelas ciências e pela filosofia. Ao longo de quatro décadas, construiu uma mitologia singular, na qual as noções de permanência e transformação são fundamentais. Uma das últimas obras realizadas pelo artista e inédita no Brasil, Eu, Você e a Lua (2015), será apresentada de 09 de agosto a 28 de janeiro de 2024, na Sala de Vidro do Museu de Arte Moderna de São Paulo. A mostra tem apoio do Instituto Tunga.
“Na poética de Tunga, o que está no planeta Terra ou fora dele, o interno e o externo, assim como eu, você e a lua, formam um todo indivisível”, reflete Cauê Alves, curador-chefe do MAM, no texto que acompanha a obra.
Eu, Você e a Lua reúne elementos frequentes de sua obra, como pedras, espelhos, garrafas de cristal e de gesso, e pratos presos em aros e hastes. O corpo da instalação é formado por um grande tronco oco e petrificado, sustentado por dois tripés. Sob a sombra que a obra faz na Sala de Vidro, um âmbar percorre quase toda a extensão do tronco. Os espelhos que compõem a obra, refletem em cima e embaixo garrafas de quartzo.
“O fóssil de uma árvore que se manteve intacto, como se o tempo estivesse suspenso, convive com uma essência de âmbar, uma fragrância com toques amadeirados que goteja como se uma ampulheta marcasse a passagem do tempo e a transformação da matéria. Recorrendo ao olfato e à visão, os elementos originários e pré-históricos na obra de Tunga se fundem ao contemporâneo e à presença efêmera do perfume”, explica Cauê Alves.
A obra será exibida no MAM tal como ela foi originalmente mostrada na França, em 2015, no Centre d’Arts et de Nature, em Domaine de Chaumont-sur-Loire, com piso de saibro, que compõe a atmosfera amadeirada e terrosa do ambiente.
Tunga imaginava o corpo humano reconstruído a partir da paisagem e por isso unia elementos díspares, a fim de criar uma nova sensibilidade. “Eu chamo isso de ‘o olhar da lua’. O que está em jogo aqui é a transmutação do olhar em perfume […]”, afirmou o artista em artigo de Myriam Boutoulle, Tunga, l’amour, la lune et l’arbre alchimique, publicado em 2015.
Serviço
Exposições | Eu, Você e a Lua
De 09 de agosto a 28 de janeiro
Terça a domingo, das 10h às 18h
Período
Agosto 9 (Quarta) 10:00 - Janeiro 28 (Domingo) 18:00
Local
Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM SP)
Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, Vila Mariana, São Paulo – SP
Detalhes
Murilo Mendes (1901-1975) está entre as figuras mais influentes da vida artística brasileira. Atuou como crítico de arte, colecionador, organizador de exposições e poeta, e influenciou toda uma
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Murilo Mendes (1901-1975) está entre as figuras mais influentes da vida artística brasileira. Atuou como crítico de arte, colecionador, organizador de exposições e poeta, e influenciou toda uma geração de críticos e artistas. Essa faceta será evidenciada, agora, na nova exposição do MAM São Paulo: Murilo Mendes, poeta crítico: o infinito íntimo, em cartaz de 5 de setembro a 28 de janeiro de 2024, na Sala Milú Villela.
Com curadoria de Lorenzo Mammì, Maria Betânia Amoroso e Taisa Palhares, a mostra rememora a atividade crítica de Murilo Mendes por meio de obras de mais de 50 artistas cujas histórias se entrelaçam, de diferentes formas, com a do poeta.
“É com satisfação que o Museu de Arte Moderna de São Paulo, como parte da celebração de seus 75 anos de atividades culturais e artísticas, realiza a mostra Murilo Mendes, poeta-crítico: o infinito íntimo. A exposição conta com o inestimável apoio do Museu de Arte Murilo Mendes, ligado à Universidade Federal de Juiz de Fora, em Minas Gerais, cidade onde nasceu o escritor, e com sua realização, o MAM contribui para a pesquisa e difusão da arte moderna, em especial de um capítulo ainda pouco conhecido, a atuação marcante de Murilo Mendes como crítico de arte e colecionador, tanto no Rio de Janeiro entre os anos de 1920-1940, quanto na Europa a partir da década de 1950 até seu falecimento em 1975”, comentam Elizabeth Machado, presidente do MAM, e Cauê Alves, curador-chefe do museu, em texto que abre o catálogo da exposição.
Murilo Mendes, o poeta crítico: o infinito íntimo traz ao público um conjunto significativo de obras, formado por trabalhos de Abraham Palatnik, Achille Perilli, Alberto da Veiga Guignard, Alberto Magnelli, Aldo Caló, Alexandre Eulalio, Alfredo Volpi, Almir Mavignier, Antonio Corpora, Arpad Szenes, Axl Leskoschek, Bruno Giorgi, Candido Portinari, Carla Accardi, Carlos Moskovics, Cícero Dias, Djanira da Motta e Silva, Ettore Colla, Fayga Ostrower, Flávio de Carvalho, Foto Feruzzi, Frans Krajcberg, Franz Weissmann, Gastone Biggi, George Rouault, George Braque, Geraldo de Barros, Gino Severini, Giorgio De Chirico, Giorgio Morandi, Giuseppe Capogrossi, Glauco Rodrigues, Hans Richter, Ione Saldanha, Ismael Nery, James Ensor, Jean Arp, Jesús Rafael Soto, Joan Miró, Jorge de Lima, José Medeiros, Lasar Segall, Lívio Abramo, Li Yuan-Chia, Lucio Fontana, Marcelo Grassmann, Maria Bonomi, Maria Helena Vieira da Silva, Maria Martins, Max Ernst, Michelangelo Conte, Milton Dacosta, Oswaldo Goeldi, Pablo Picasso, Piero Dorazio, Sophie Tauber-Arp e Victor Vasarely.
Espalhados em jornais e revistas, em muitos poemas e prosas poéticas, o pensamento crítico de Murilo Mendes passou a ser organizado somente no fim de sua vida, quando ele compilou parte de seus textos críticos em um volume publicado postumamente, A invenção do finito. Em 1994, sua coleção de arte foi adquirida pela Universidade Federal de Juiz de Fora, que criou o Museu de Arte Murilo Mendes (MAMM) e desde então organiza mostras e publicações sobre o acervo.
O curador Lorenzo Mammì explica que a exposição do MAM foi pensada a partir do acervo do poeta que está disponível em Juiz de Fora, sua cidade natal, e que foi complementada com outros artistas que marcaram sua trajetória. “Além dos nomes presentes nesta coleção, nós fizemos uma pesquisa minuciosa sobre as obras de Murilo Mendes e acrescentamos outros artistas importantes que não estavam lá, como por exemplo Jorge de Lima e Maria Martins”, diz o curador. Ele complementa que o trio de curadores percebeu a importância de incluir artistas como Djanira da Motta e Silva, Lasar Segall, Milton Dacosta, Jesús Rafael Soto e Lucio Fontana, dada a relação que tiveram com Murilo Mendes. De acordo com Mammì, esses foram alguns nomes relevantes que foram descobertos ao longo da pesquisa, tanto do Brasil quanto do exterior. Além de Soto e Fontana, fora do país Murilo também teve contato com outros artistas, como o italiano Alberto Magnelli, que o ajudou a pensar em uma abstração que não era construtiva no sentido da arte concreta, sendo isso uma de suas divergências com Mário Pedrosa.
Murilo Mendes em três blocos
A exposição é organizada em três blocos, começando por destacar o círculo de Murilo Mendes e Ismael Nery no Rio de Janeiro nas décadas de 1920 e 1930, com alguns desdobramentos na década seguinte. Nessa fase, Murilo conviveu com um conjunto de artistas como o próprio Nery, Cícero Dias, Alberto da Veiga Guignard e Jorge de Lima, que cultivam uma relação estreita entre artes plásticas e poesia, próximos das poéticas surrealistas e metafísicas, mas com divergências. Por outro lado, o crítico opõe-se às tendências dominantes na época, realistas e defensoras de uma volta ao métier, a serviço do nacionalismo e do engajamento social. É a fase “rebelde” de Murilo.
“É notável como sua coleção de arte privada, que se inicia nos anos 1920 com trabalhos de Ismael Nery e de artistas que circundam mais diretamente a estética surrealista, nas décadas seguintes se abre a outros nomes, em geral de artistas em plena atuação no momento em que o crítico coleciona as obras”, comenta Taisa Palhares em texto que integra o catálogo da exposição.
O segundo bloco da exposição abrange desde meados da década de 1930 até sua mudança para a Itália em 1957, quando Mendes já é um poeta famoso e um crítico conhecido. Seu leque de interesses se amplia: Lasar Segall, Bruno Giorgi, Maria Martins, Alberto Magnelli. Começa a montar uma coleção de arte que reunia várias obras adquiridas em suas viagens à Europa. Esse recorte também retrata a relevante convivência com artistas que chegaram ao Rio de Janeiro vindos da Europa em fuga do nazismo, em particular o casal Maria Helena Vieira da Silva e Arpad Szenes. O círculo que se forma em volta desses artistas inclui Milton Dacosta, Djanira, Ione Saldanha, Almir Mavignier, Oswaldo Goeldi, Fayga Ostrower, entre outros. Murilo passa a se interessar por poéticas abstracionistas, mas não adere ao concretismo.
O terceiro bloco contempla o período em que Murilo viveu em Roma, a partir de 1957, onde leciona literatura brasileira na universidade. Lá, ele se aproxima do crítico de arte Giulio Carlo Argan, com quem compartilha o interesse por artistas italianos que praticavam um abstracionismo não geométrico, sem aderir de todo ao informalismo. É quando se interessa, também, pela arte óptica e cinética e colabora com artistas como Alberto Magnelli, Lucio Fontana e Soto em mostras e publicações. Neste momento, “os convites para escrever sobre exposições se sucedem e estão registrados nos textos dos catálogos; o próprio Murilo organiza exposições na Casa do Brasil pertencente à Embaixada Brasileira”, conta a curadora Maria Betânia Amoroso. Nas exposições que organiza, inclui artistas brasileiros contemporâneos, como Volpi, Weissmann, Mavignier, dentre outros.
Dessa última fase destaca-se a curadoria da representação brasileira na Bienal de Veneza de 1964, a primeira em que o Brasil conta com seu próprio pavilhão: “Com esta exposição, espera-se que o espaço reservado a Murilo Mendes crítico de arte e colecionador, tanto na sua biografia como na história da crítica brasileira, se afirme e se expanda”, afirma o trio de curadores em texto sobre a mostra.
Na grande parede que liga o espaço expositivo do começo ao fim, é exibido em painéis um conjunto de arquivos de Murilo, que conta com fotografias, publicações e outros documentos. O projeto expográfico, concebido pelo escritório UNA barbara e valentim, estabelece diálogos entre cada painel com os núcleos que ficam paralelos a eles. A mostra termina com o documentário Poesia em Pânico (1977), de Alexandre Eulálio, gravado em Roma entre 1971 e 1974. O filme de 21 minutos contém um dos únicos depoimentos filmados do poeta.
Serviço
Exposição | Murilo Mendes, poeta crítico: o infinito íntimo
De 06 de setembro a 28 de janeiro
Terça a domingo, das 10h às 18h (com a última entrada às 17h30)
Ingressos: R$25,00 inteira e R$12,50 meia-entrada.
Aos domingos, a entrada é gratuita e o visitante pode contribuir com o valor que quiser
Período
Setembro 6 (Quarta) 10:00 - Janeiro 28 (Domingo) 18:00
Local
Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM SP)
Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, Vila Mariana, São Paulo – SP
Detalhes
A partir de 19 de outubro, o Museu de Arte Moderna de São Paulo e o Museu Afro Brasil Emanoel Araujo apresentam a exposição Mãos: 35 anos da Mão Afro-Brasileira.
Detalhes
A partir de 19 de outubro, o Museu de Arte Moderna de São Paulo e o Museu Afro Brasil Emanoel Araujo apresentam a exposição Mãos: 35 anos da Mão Afro-Brasileira. Exposta simultaneamente nas duas instituições, a mostra tem curadoria de Claudinei Roberto da Silva – curador, artista, membro da Comissão de Artes do MAM e curador convidado do MAB Emanoel Araujo – e reúne pinturas, gravuras, fotografias, esculturas e documentos de mais de 30 artistas afrodescendentes brasileiros, populares, acadêmicos, modernos e/ou contemporâneos. A exposição celebra e revisita o legado de A Mão Afro-Brasileira, mostra realizada no MAM, em 1988 – ano do centenário da abolição da escravidão – com curadoria de Emanoel Araujo e que marcou a história da arte do país. A mostra tem patrocínio do Instituto Cultural Vale por meio da lei de incentivo à cultura.
A ideia da exposição foi compartilhada com Emanoel Araujo (1940 – 2022), artista, curador, criador e diretor do Museu Afro Brasil, que se entusiasmou em realizar a parceria institucional, mas não pôde ver o projeto concretizado. A atual exposição é, também, uma homenagem das duas instituições ao seu legado.
“Mãos: 35 anos da Mão Afro-Brasileira no MAM, realizada em parceria com o Museu Afro Brasil Emanoel Araujo, rebatizado em homenagem ao seu fundador, é inaugurada 35 anos depois da pioneira versão feita no MAM São Paulo. Mais do que aderir a uma discussão hoje bastante presente nas instituições, o Museu de Arte Moderna de São Paulo revisita a sua história, revelando o seu pioneirismo em relação à valorização da arte afro-brasileira que marca tão profundamente a identidade e a cultura nacionais”, comenta Elizabeth Machado, presidente do MAM.
“Foi por meio de uma série de exposições realizadas por Emanoel Araujo que o projeto do Museu Afro Brasil – nome pelo qual a instituição ficou conhecida, antes de adotar o nome de seu fundador – foi adquirindo seus contornos, antes mesmo de existir oficialmente. E pode-se afirmar que se encontra na histórica exposição A Mão Afro-Brasileira (1988), assim como na publicação homônima, também organizada por Araujo, os genes do Museu por ele criado, tanto do ponto de vista conceitual quanto de constituição de seus acervos”, afirma Sandra Salles, diretora executiva do Museu Afro Brasil Emanoel Araujo.
No MAM, a exposição será exibida na Sala Paulo Figueiredo com obras de Agnaldo Manuel dos Santos, Aline Bispo, Almandrade, André Ricardo, Arthur Timótheo da Costa, Betto Souza, Claudio Cupertino, Cosme Martins, Denis Moreira, Diogo Nógue, Edival Ramosa, Edu Silva, Emanoel Araujo, Emaye – Natalia Marques, Eneida Sanches, Estevão Roberto da Silva, Flávia Santos, Genilson Soares, Heitor dos Prazeres, João Timótheo da Costa, Jorge dos Anjos, José Adário dos Santos, Leandro Mendes, Luiz 83, Maria Lídia Magliani, Maurino de Araújo, May Agontinmé, Mestre Didi, Néia Martins, Nivaldo Carmo, Otávio Araújo, Paulo Nazareth, Peter de Brito, Rebeca Carapiá, Rommulo Vieira Conceição, Rosana Paulino, Rubem Valentim, Sérgio Adriano H, Sidney Amaral, Sonia Gomes, Taygoara Schiavinoto, Wilson Tibério e Yêdamaria.
E no MAB Emanoel Araujo, as obras de Emanoel Araujo, Denis Moreira, May Agontinmé, Juliana dos Santos, Lidia Lisbôa e Renata Felinto serão exibidas na Biblioteca Carolina Maria de Jesus, ao lado de documentos referentes à exposição de 1988 pertencentes ao Arquivo do MAM.
Claudinei Roberto explica que Mãos:35 anos da Mão Afro-Brasileira revê a exposição histórica de 35 anos atrás partindo de produções hoje historicizadas e outras realizações contemporâneas que, naturalmente, não estiveram presentes na exibição de 1988, mas que, toda forma, dão prova do panorama atual da arte afro-brasileira.
“Epistemicídio é o termo criado para assinalar os processos de apagamento e silenciamento da história e da cultura de um determinado grupo. Num cenário social historicamente marcado pela profunda desigualdade de raça, classe e gênero, o epistemicídio é também um resultado do racismo estrutural que entre nós cria condições para que as instituições de educação, arte e cultura negligenciem as produções simbólicas dos setores sociais fragilizados, consequentemente, permanecem subalternizados. Portanto, a atual emergência e valorização da arte afro-brasileira e afro diaspórica, tem seu ritmo tangenciado pelo avanço das lutas por direitos civis empreendidas pelas negras e negros do país”, reflete Claudinei em texto que compõe o catálogo.
Para Cauê Alves, curador-chefe do MAM, além de sua relevância artística e social, Mãos: 35 anos da Mão Afro-Brasileira é fundamental para a reflexão sobre a história das exposições. “Realizada 35 anos depois de A Mão Afro-Brasileira, também feita no MAM de São Paulo por Emanoel Araujo, ela atualiza o debate e reabre um campo de possibilidades. “Esta narrativa, que aborda as primeiras exposições sobre arte afro-brasileira, tem A Mão Afro-Brasileira como peça fundamental de projeção de possibilidades de futuro. A exposição valoriza a produção simbólica dos que tradicionalmente estiveram relegados às margens nas narrativas oficiais das instituições que dominaram as discussões sobre artes nos últimos 150 anos”, comenta Cauê Alves em um ensaio presente no catálogo.
Serviço
Exposição | Mãos: 35 anos da Mão Afro-Brasileira
De 20 de outubro de 2023 a 03 de março de 2024
Terça a domingo, das 10h às 18h (com a última entrada às 17h30)
Ingressos: R$30,00 inteira e R$15,00 meia-entrada. Aos domingos, a entrada é gratuita e o visitante pode contribuir com o valor que quiser. Para ingressos antecipados, acesse mam.org.br/visite
Período
Outubro 20 (Sexta) 10:00 - Março 3 (Domingo) 18:00
Local
Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM SP)
Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, Vila Mariana, São Paulo – SP
Curadoria
Claudinei Roberto da Silva
janeiro
Detalhes
Tunga (1952 – 2016) se interessou pela alquimia, pela psicanálise, pelas ciências e pela filosofia. Ao longo de quatro décadas, construiu uma mitologia singular, na qual as noções de permanência
Detalhes
Tunga (1952 – 2016) se interessou pela alquimia, pela psicanálise, pelas ciências e pela filosofia. Ao longo de quatro décadas, construiu uma mitologia singular, na qual as noções de permanência e transformação são fundamentais. Uma das últimas obras realizadas pelo artista e inédita no Brasil, Eu, Você e a Lua (2015), será apresentada de 09 de agosto a 28 de janeiro de 2024, na Sala de Vidro do Museu de Arte Moderna de São Paulo. A mostra tem apoio do Instituto Tunga.
“Na poética de Tunga, o que está no planeta Terra ou fora dele, o interno e o externo, assim como eu, você e a lua, formam um todo indivisível”, reflete Cauê Alves, curador-chefe do MAM, no texto que acompanha a obra.
Eu, Você e a Lua reúne elementos frequentes de sua obra, como pedras, espelhos, garrafas de cristal e de gesso, e pratos presos em aros e hastes. O corpo da instalação é formado por um grande tronco oco e petrificado, sustentado por dois tripés. Sob a sombra que a obra faz na Sala de Vidro, um âmbar percorre quase toda a extensão do tronco. Os espelhos que compõem a obra, refletem em cima e embaixo garrafas de quartzo.
“O fóssil de uma árvore que se manteve intacto, como se o tempo estivesse suspenso, convive com uma essência de âmbar, uma fragrância com toques amadeirados que goteja como se uma ampulheta marcasse a passagem do tempo e a transformação da matéria. Recorrendo ao olfato e à visão, os elementos originários e pré-históricos na obra de Tunga se fundem ao contemporâneo e à presença efêmera do perfume”, explica Cauê Alves.
A obra será exibida no MAM tal como ela foi originalmente mostrada na França, em 2015, no Centre d’Arts et de Nature, em Domaine de Chaumont-sur-Loire, com piso de saibro, que compõe a atmosfera amadeirada e terrosa do ambiente.
Tunga imaginava o corpo humano reconstruído a partir da paisagem e por isso unia elementos díspares, a fim de criar uma nova sensibilidade. “Eu chamo isso de ‘o olhar da lua’. O que está em jogo aqui é a transmutação do olhar em perfume […]”, afirmou o artista em artigo de Myriam Boutoulle, Tunga, l’amour, la lune et l’arbre alchimique, publicado em 2015.
Serviço
Exposições | Eu, Você e a Lua
De 09 de agosto a 28 de janeiro
Terça a domingo, das 10h às 18h
Período
Agosto 9 (Quarta) 10:00 - Janeiro 28 (Domingo) 18:00
Local
Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM SP)
Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, Vila Mariana, São Paulo – SP
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Murilo Mendes (1901-1975) está entre as figuras mais influentes da vida artística brasileira. Atuou como crítico de arte, colecionador, organizador de exposições e poeta, e influenciou toda uma
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Murilo Mendes (1901-1975) está entre as figuras mais influentes da vida artística brasileira. Atuou como crítico de arte, colecionador, organizador de exposições e poeta, e influenciou toda uma geração de críticos e artistas. Essa faceta será evidenciada, agora, na nova exposição do MAM São Paulo: Murilo Mendes, poeta crítico: o infinito íntimo, em cartaz de 5 de setembro a 28 de janeiro de 2024, na Sala Milú Villela.
Com curadoria de Lorenzo Mammì, Maria Betânia Amoroso e Taisa Palhares, a mostra rememora a atividade crítica de Murilo Mendes por meio de obras de mais de 50 artistas cujas histórias se entrelaçam, de diferentes formas, com a do poeta.
“É com satisfação que o Museu de Arte Moderna de São Paulo, como parte da celebração de seus 75 anos de atividades culturais e artísticas, realiza a mostra Murilo Mendes, poeta-crítico: o infinito íntimo. A exposição conta com o inestimável apoio do Museu de Arte Murilo Mendes, ligado à Universidade Federal de Juiz de Fora, em Minas Gerais, cidade onde nasceu o escritor, e com sua realização, o MAM contribui para a pesquisa e difusão da arte moderna, em especial de um capítulo ainda pouco conhecido, a atuação marcante de Murilo Mendes como crítico de arte e colecionador, tanto no Rio de Janeiro entre os anos de 1920-1940, quanto na Europa a partir da década de 1950 até seu falecimento em 1975”, comentam Elizabeth Machado, presidente do MAM, e Cauê Alves, curador-chefe do museu, em texto que abre o catálogo da exposição.
Murilo Mendes, o poeta crítico: o infinito íntimo traz ao público um conjunto significativo de obras, formado por trabalhos de Abraham Palatnik, Achille Perilli, Alberto da Veiga Guignard, Alberto Magnelli, Aldo Caló, Alexandre Eulalio, Alfredo Volpi, Almir Mavignier, Antonio Corpora, Arpad Szenes, Axl Leskoschek, Bruno Giorgi, Candido Portinari, Carla Accardi, Carlos Moskovics, Cícero Dias, Djanira da Motta e Silva, Ettore Colla, Fayga Ostrower, Flávio de Carvalho, Foto Feruzzi, Frans Krajcberg, Franz Weissmann, Gastone Biggi, George Rouault, George Braque, Geraldo de Barros, Gino Severini, Giorgio De Chirico, Giorgio Morandi, Giuseppe Capogrossi, Glauco Rodrigues, Hans Richter, Ione Saldanha, Ismael Nery, James Ensor, Jean Arp, Jesús Rafael Soto, Joan Miró, Jorge de Lima, José Medeiros, Lasar Segall, Lívio Abramo, Li Yuan-Chia, Lucio Fontana, Marcelo Grassmann, Maria Bonomi, Maria Helena Vieira da Silva, Maria Martins, Max Ernst, Michelangelo Conte, Milton Dacosta, Oswaldo Goeldi, Pablo Picasso, Piero Dorazio, Sophie Tauber-Arp e Victor Vasarely.
Espalhados em jornais e revistas, em muitos poemas e prosas poéticas, o pensamento crítico de Murilo Mendes passou a ser organizado somente no fim de sua vida, quando ele compilou parte de seus textos críticos em um volume publicado postumamente, A invenção do finito. Em 1994, sua coleção de arte foi adquirida pela Universidade Federal de Juiz de Fora, que criou o Museu de Arte Murilo Mendes (MAMM) e desde então organiza mostras e publicações sobre o acervo.
O curador Lorenzo Mammì explica que a exposição do MAM foi pensada a partir do acervo do poeta que está disponível em Juiz de Fora, sua cidade natal, e que foi complementada com outros artistas que marcaram sua trajetória. “Além dos nomes presentes nesta coleção, nós fizemos uma pesquisa minuciosa sobre as obras de Murilo Mendes e acrescentamos outros artistas importantes que não estavam lá, como por exemplo Jorge de Lima e Maria Martins”, diz o curador. Ele complementa que o trio de curadores percebeu a importância de incluir artistas como Djanira da Motta e Silva, Lasar Segall, Milton Dacosta, Jesús Rafael Soto e Lucio Fontana, dada a relação que tiveram com Murilo Mendes. De acordo com Mammì, esses foram alguns nomes relevantes que foram descobertos ao longo da pesquisa, tanto do Brasil quanto do exterior. Além de Soto e Fontana, fora do país Murilo também teve contato com outros artistas, como o italiano Alberto Magnelli, que o ajudou a pensar em uma abstração que não era construtiva no sentido da arte concreta, sendo isso uma de suas divergências com Mário Pedrosa.
Murilo Mendes em três blocos
A exposição é organizada em três blocos, começando por destacar o círculo de Murilo Mendes e Ismael Nery no Rio de Janeiro nas décadas de 1920 e 1930, com alguns desdobramentos na década seguinte. Nessa fase, Murilo conviveu com um conjunto de artistas como o próprio Nery, Cícero Dias, Alberto da Veiga Guignard e Jorge de Lima, que cultivam uma relação estreita entre artes plásticas e poesia, próximos das poéticas surrealistas e metafísicas, mas com divergências. Por outro lado, o crítico opõe-se às tendências dominantes na época, realistas e defensoras de uma volta ao métier, a serviço do nacionalismo e do engajamento social. É a fase “rebelde” de Murilo.
“É notável como sua coleção de arte privada, que se inicia nos anos 1920 com trabalhos de Ismael Nery e de artistas que circundam mais diretamente a estética surrealista, nas décadas seguintes se abre a outros nomes, em geral de artistas em plena atuação no momento em que o crítico coleciona as obras”, comenta Taisa Palhares em texto que integra o catálogo da exposição.
O segundo bloco da exposição abrange desde meados da década de 1930 até sua mudança para a Itália em 1957, quando Mendes já é um poeta famoso e um crítico conhecido. Seu leque de interesses se amplia: Lasar Segall, Bruno Giorgi, Maria Martins, Alberto Magnelli. Começa a montar uma coleção de arte que reunia várias obras adquiridas em suas viagens à Europa. Esse recorte também retrata a relevante convivência com artistas que chegaram ao Rio de Janeiro vindos da Europa em fuga do nazismo, em particular o casal Maria Helena Vieira da Silva e Arpad Szenes. O círculo que se forma em volta desses artistas inclui Milton Dacosta, Djanira, Ione Saldanha, Almir Mavignier, Oswaldo Goeldi, Fayga Ostrower, entre outros. Murilo passa a se interessar por poéticas abstracionistas, mas não adere ao concretismo.
O terceiro bloco contempla o período em que Murilo viveu em Roma, a partir de 1957, onde leciona literatura brasileira na universidade. Lá, ele se aproxima do crítico de arte Giulio Carlo Argan, com quem compartilha o interesse por artistas italianos que praticavam um abstracionismo não geométrico, sem aderir de todo ao informalismo. É quando se interessa, também, pela arte óptica e cinética e colabora com artistas como Alberto Magnelli, Lucio Fontana e Soto em mostras e publicações. Neste momento, “os convites para escrever sobre exposições se sucedem e estão registrados nos textos dos catálogos; o próprio Murilo organiza exposições na Casa do Brasil pertencente à Embaixada Brasileira”, conta a curadora Maria Betânia Amoroso. Nas exposições que organiza, inclui artistas brasileiros contemporâneos, como Volpi, Weissmann, Mavignier, dentre outros.
Dessa última fase destaca-se a curadoria da representação brasileira na Bienal de Veneza de 1964, a primeira em que o Brasil conta com seu próprio pavilhão: “Com esta exposição, espera-se que o espaço reservado a Murilo Mendes crítico de arte e colecionador, tanto na sua biografia como na história da crítica brasileira, se afirme e se expanda”, afirma o trio de curadores em texto sobre a mostra.
Na grande parede que liga o espaço expositivo do começo ao fim, é exibido em painéis um conjunto de arquivos de Murilo, que conta com fotografias, publicações e outros documentos. O projeto expográfico, concebido pelo escritório UNA barbara e valentim, estabelece diálogos entre cada painel com os núcleos que ficam paralelos a eles. A mostra termina com o documentário Poesia em Pânico (1977), de Alexandre Eulálio, gravado em Roma entre 1971 e 1974. O filme de 21 minutos contém um dos únicos depoimentos filmados do poeta.
Serviço
Exposição | Murilo Mendes, poeta crítico: o infinito íntimo
De 06 de setembro a 28 de janeiro
Terça a domingo, das 10h às 18h (com a última entrada às 17h30)
Ingressos: R$25,00 inteira e R$12,50 meia-entrada.
Aos domingos, a entrada é gratuita e o visitante pode contribuir com o valor que quiser
Período
Setembro 6 (Quarta) 10:00 - Janeiro 28 (Domingo) 18:00
Local
Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM SP)
Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, Vila Mariana, São Paulo – SP
Detalhes
A partir de 19 de outubro, o Museu de Arte Moderna de São Paulo e o Museu Afro Brasil Emanoel Araujo apresentam a exposição Mãos: 35 anos da Mão Afro-Brasileira.
Detalhes
A partir de 19 de outubro, o Museu de Arte Moderna de São Paulo e o Museu Afro Brasil Emanoel Araujo apresentam a exposição Mãos: 35 anos da Mão Afro-Brasileira. Exposta simultaneamente nas duas instituições, a mostra tem curadoria de Claudinei Roberto da Silva – curador, artista, membro da Comissão de Artes do MAM e curador convidado do MAB Emanoel Araujo – e reúne pinturas, gravuras, fotografias, esculturas e documentos de mais de 30 artistas afrodescendentes brasileiros, populares, acadêmicos, modernos e/ou contemporâneos. A exposição celebra e revisita o legado de A Mão Afro-Brasileira, mostra realizada no MAM, em 1988 – ano do centenário da abolição da escravidão – com curadoria de Emanoel Araujo e que marcou a história da arte do país. A mostra tem patrocínio do Instituto Cultural Vale por meio da lei de incentivo à cultura.
A ideia da exposição foi compartilhada com Emanoel Araujo (1940 – 2022), artista, curador, criador e diretor do Museu Afro Brasil, que se entusiasmou em realizar a parceria institucional, mas não pôde ver o projeto concretizado. A atual exposição é, também, uma homenagem das duas instituições ao seu legado.
“Mãos: 35 anos da Mão Afro-Brasileira no MAM, realizada em parceria com o Museu Afro Brasil Emanoel Araujo, rebatizado em homenagem ao seu fundador, é inaugurada 35 anos depois da pioneira versão feita no MAM São Paulo. Mais do que aderir a uma discussão hoje bastante presente nas instituições, o Museu de Arte Moderna de São Paulo revisita a sua história, revelando o seu pioneirismo em relação à valorização da arte afro-brasileira que marca tão profundamente a identidade e a cultura nacionais”, comenta Elizabeth Machado, presidente do MAM.
“Foi por meio de uma série de exposições realizadas por Emanoel Araujo que o projeto do Museu Afro Brasil – nome pelo qual a instituição ficou conhecida, antes de adotar o nome de seu fundador – foi adquirindo seus contornos, antes mesmo de existir oficialmente. E pode-se afirmar que se encontra na histórica exposição A Mão Afro-Brasileira (1988), assim como na publicação homônima, também organizada por Araujo, os genes do Museu por ele criado, tanto do ponto de vista conceitual quanto de constituição de seus acervos”, afirma Sandra Salles, diretora executiva do Museu Afro Brasil Emanoel Araujo.
No MAM, a exposição será exibida na Sala Paulo Figueiredo com obras de Agnaldo Manuel dos Santos, Aline Bispo, Almandrade, André Ricardo, Arthur Timótheo da Costa, Betto Souza, Claudio Cupertino, Cosme Martins, Denis Moreira, Diogo Nógue, Edival Ramosa, Edu Silva, Emanoel Araujo, Emaye – Natalia Marques, Eneida Sanches, Estevão Roberto da Silva, Flávia Santos, Genilson Soares, Heitor dos Prazeres, João Timótheo da Costa, Jorge dos Anjos, José Adário dos Santos, Leandro Mendes, Luiz 83, Maria Lídia Magliani, Maurino de Araújo, May Agontinmé, Mestre Didi, Néia Martins, Nivaldo Carmo, Otávio Araújo, Paulo Nazareth, Peter de Brito, Rebeca Carapiá, Rommulo Vieira Conceição, Rosana Paulino, Rubem Valentim, Sérgio Adriano H, Sidney Amaral, Sonia Gomes, Taygoara Schiavinoto, Wilson Tibério e Yêdamaria.
E no MAB Emanoel Araujo, as obras de Emanoel Araujo, Denis Moreira, May Agontinmé, Juliana dos Santos, Lidia Lisbôa e Renata Felinto serão exibidas na Biblioteca Carolina Maria de Jesus, ao lado de documentos referentes à exposição de 1988 pertencentes ao Arquivo do MAM.
Claudinei Roberto explica que Mãos:35 anos da Mão Afro-Brasileira revê a exposição histórica de 35 anos atrás partindo de produções hoje historicizadas e outras realizações contemporâneas que, naturalmente, não estiveram presentes na exibição de 1988, mas que, toda forma, dão prova do panorama atual da arte afro-brasileira.
“Epistemicídio é o termo criado para assinalar os processos de apagamento e silenciamento da história e da cultura de um determinado grupo. Num cenário social historicamente marcado pela profunda desigualdade de raça, classe e gênero, o epistemicídio é também um resultado do racismo estrutural que entre nós cria condições para que as instituições de educação, arte e cultura negligenciem as produções simbólicas dos setores sociais fragilizados, consequentemente, permanecem subalternizados. Portanto, a atual emergência e valorização da arte afro-brasileira e afro diaspórica, tem seu ritmo tangenciado pelo avanço das lutas por direitos civis empreendidas pelas negras e negros do país”, reflete Claudinei em texto que compõe o catálogo.
Para Cauê Alves, curador-chefe do MAM, além de sua relevância artística e social, Mãos: 35 anos da Mão Afro-Brasileira é fundamental para a reflexão sobre a história das exposições. “Realizada 35 anos depois de A Mão Afro-Brasileira, também feita no MAM de São Paulo por Emanoel Araujo, ela atualiza o debate e reabre um campo de possibilidades. “Esta narrativa, que aborda as primeiras exposições sobre arte afro-brasileira, tem A Mão Afro-Brasileira como peça fundamental de projeção de possibilidades de futuro. A exposição valoriza a produção simbólica dos que tradicionalmente estiveram relegados às margens nas narrativas oficiais das instituições que dominaram as discussões sobre artes nos últimos 150 anos”, comenta Cauê Alves em um ensaio presente no catálogo.
Serviço
Exposição | Mãos: 35 anos da Mão Afro-Brasileira
De 20 de outubro de 2023 a 03 de março de 2024
Terça a domingo, das 10h às 18h (com a última entrada às 17h30)
Ingressos: R$30,00 inteira e R$15,00 meia-entrada. Aos domingos, a entrada é gratuita e o visitante pode contribuir com o valor que quiser. Para ingressos antecipados, acesse mam.org.br/visite
Período
Outubro 20 (Sexta) 10:00 - Março 3 (Domingo) 18:00
Local
Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM SP)
Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, Vila Mariana, São Paulo – SP
Curadoria
Claudinei Roberto da Silva
fevereiro
Detalhes
A partir de 19 de outubro, o Museu de Arte Moderna de São Paulo e o Museu Afro Brasil Emanoel Araujo apresentam a exposição Mãos: 35 anos da Mão Afro-Brasileira.
Detalhes
A partir de 19 de outubro, o Museu de Arte Moderna de São Paulo e o Museu Afro Brasil Emanoel Araujo apresentam a exposição Mãos: 35 anos da Mão Afro-Brasileira. Exposta simultaneamente nas duas instituições, a mostra tem curadoria de Claudinei Roberto da Silva – curador, artista, membro da Comissão de Artes do MAM e curador convidado do MAB Emanoel Araujo – e reúne pinturas, gravuras, fotografias, esculturas e documentos de mais de 30 artistas afrodescendentes brasileiros, populares, acadêmicos, modernos e/ou contemporâneos. A exposição celebra e revisita o legado de A Mão Afro-Brasileira, mostra realizada no MAM, em 1988 – ano do centenário da abolição da escravidão – com curadoria de Emanoel Araujo e que marcou a história da arte do país. A mostra tem patrocínio do Instituto Cultural Vale por meio da lei de incentivo à cultura.
A ideia da exposição foi compartilhada com Emanoel Araujo (1940 – 2022), artista, curador, criador e diretor do Museu Afro Brasil, que se entusiasmou em realizar a parceria institucional, mas não pôde ver o projeto concretizado. A atual exposição é, também, uma homenagem das duas instituições ao seu legado.
“Mãos: 35 anos da Mão Afro-Brasileira no MAM, realizada em parceria com o Museu Afro Brasil Emanoel Araujo, rebatizado em homenagem ao seu fundador, é inaugurada 35 anos depois da pioneira versão feita no MAM São Paulo. Mais do que aderir a uma discussão hoje bastante presente nas instituições, o Museu de Arte Moderna de São Paulo revisita a sua história, revelando o seu pioneirismo em relação à valorização da arte afro-brasileira que marca tão profundamente a identidade e a cultura nacionais”, comenta Elizabeth Machado, presidente do MAM.
“Foi por meio de uma série de exposições realizadas por Emanoel Araujo que o projeto do Museu Afro Brasil – nome pelo qual a instituição ficou conhecida, antes de adotar o nome de seu fundador – foi adquirindo seus contornos, antes mesmo de existir oficialmente. E pode-se afirmar que se encontra na histórica exposição A Mão Afro-Brasileira (1988), assim como na publicação homônima, também organizada por Araujo, os genes do Museu por ele criado, tanto do ponto de vista conceitual quanto de constituição de seus acervos”, afirma Sandra Salles, diretora executiva do Museu Afro Brasil Emanoel Araujo.
No MAM, a exposição será exibida na Sala Paulo Figueiredo com obras de Agnaldo Manuel dos Santos, Aline Bispo, Almandrade, André Ricardo, Arthur Timótheo da Costa, Betto Souza, Claudio Cupertino, Cosme Martins, Denis Moreira, Diogo Nógue, Edival Ramosa, Edu Silva, Emanoel Araujo, Emaye – Natalia Marques, Eneida Sanches, Estevão Roberto da Silva, Flávia Santos, Genilson Soares, Heitor dos Prazeres, João Timótheo da Costa, Jorge dos Anjos, José Adário dos Santos, Leandro Mendes, Luiz 83, Maria Lídia Magliani, Maurino de Araújo, May Agontinmé, Mestre Didi, Néia Martins, Nivaldo Carmo, Otávio Araújo, Paulo Nazareth, Peter de Brito, Rebeca Carapiá, Rommulo Vieira Conceição, Rosana Paulino, Rubem Valentim, Sérgio Adriano H, Sidney Amaral, Sonia Gomes, Taygoara Schiavinoto, Wilson Tibério e Yêdamaria.
E no MAB Emanoel Araujo, as obras de Emanoel Araujo, Denis Moreira, May Agontinmé, Juliana dos Santos, Lidia Lisbôa e Renata Felinto serão exibidas na Biblioteca Carolina Maria de Jesus, ao lado de documentos referentes à exposição de 1988 pertencentes ao Arquivo do MAM.
Claudinei Roberto explica que Mãos:35 anos da Mão Afro-Brasileira revê a exposição histórica de 35 anos atrás partindo de produções hoje historicizadas e outras realizações contemporâneas que, naturalmente, não estiveram presentes na exibição de 1988, mas que, toda forma, dão prova do panorama atual da arte afro-brasileira.
“Epistemicídio é o termo criado para assinalar os processos de apagamento e silenciamento da história e da cultura de um determinado grupo. Num cenário social historicamente marcado pela profunda desigualdade de raça, classe e gênero, o epistemicídio é também um resultado do racismo estrutural que entre nós cria condições para que as instituições de educação, arte e cultura negligenciem as produções simbólicas dos setores sociais fragilizados, consequentemente, permanecem subalternizados. Portanto, a atual emergência e valorização da arte afro-brasileira e afro diaspórica, tem seu ritmo tangenciado pelo avanço das lutas por direitos civis empreendidas pelas negras e negros do país”, reflete Claudinei em texto que compõe o catálogo.
Para Cauê Alves, curador-chefe do MAM, além de sua relevância artística e social, Mãos: 35 anos da Mão Afro-Brasileira é fundamental para a reflexão sobre a história das exposições. “Realizada 35 anos depois de A Mão Afro-Brasileira, também feita no MAM de São Paulo por Emanoel Araujo, ela atualiza o debate e reabre um campo de possibilidades. “Esta narrativa, que aborda as primeiras exposições sobre arte afro-brasileira, tem A Mão Afro-Brasileira como peça fundamental de projeção de possibilidades de futuro. A exposição valoriza a produção simbólica dos que tradicionalmente estiveram relegados às margens nas narrativas oficiais das instituições que dominaram as discussões sobre artes nos últimos 150 anos”, comenta Cauê Alves em um ensaio presente no catálogo.
Serviço
Exposição | Mãos: 35 anos da Mão Afro-Brasileira
De 20 de outubro de 2023 a 03 de março de 2024
Terça a domingo, das 10h às 18h (com a última entrada às 17h30)
Ingressos: R$30,00 inteira e R$15,00 meia-entrada. Aos domingos, a entrada é gratuita e o visitante pode contribuir com o valor que quiser. Para ingressos antecipados, acesse mam.org.br/visite
Período
Outubro 20 (Sexta) 10:00 - Março 3 (Domingo) 18:00
Local
Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM SP)
Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, Vila Mariana, São Paulo – SP
Curadoria
Claudinei Roberto da Silva
março
Detalhes
A partir de 19 de outubro, o Museu de Arte Moderna de São Paulo e o Museu Afro Brasil Emanoel Araujo apresentam a exposição Mãos: 35 anos da Mão Afro-Brasileira.
Detalhes
A partir de 19 de outubro, o Museu de Arte Moderna de São Paulo e o Museu Afro Brasil Emanoel Araujo apresentam a exposição Mãos: 35 anos da Mão Afro-Brasileira. Exposta simultaneamente nas duas instituições, a mostra tem curadoria de Claudinei Roberto da Silva – curador, artista, membro da Comissão de Artes do MAM e curador convidado do MAB Emanoel Araujo – e reúne pinturas, gravuras, fotografias, esculturas e documentos de mais de 30 artistas afrodescendentes brasileiros, populares, acadêmicos, modernos e/ou contemporâneos. A exposição celebra e revisita o legado de A Mão Afro-Brasileira, mostra realizada no MAM, em 1988 – ano do centenário da abolição da escravidão – com curadoria de Emanoel Araujo e que marcou a história da arte do país. A mostra tem patrocínio do Instituto Cultural Vale por meio da lei de incentivo à cultura.
A ideia da exposição foi compartilhada com Emanoel Araujo (1940 – 2022), artista, curador, criador e diretor do Museu Afro Brasil, que se entusiasmou em realizar a parceria institucional, mas não pôde ver o projeto concretizado. A atual exposição é, também, uma homenagem das duas instituições ao seu legado.
“Mãos: 35 anos da Mão Afro-Brasileira no MAM, realizada em parceria com o Museu Afro Brasil Emanoel Araujo, rebatizado em homenagem ao seu fundador, é inaugurada 35 anos depois da pioneira versão feita no MAM São Paulo. Mais do que aderir a uma discussão hoje bastante presente nas instituições, o Museu de Arte Moderna de São Paulo revisita a sua história, revelando o seu pioneirismo em relação à valorização da arte afro-brasileira que marca tão profundamente a identidade e a cultura nacionais”, comenta Elizabeth Machado, presidente do MAM.
“Foi por meio de uma série de exposições realizadas por Emanoel Araujo que o projeto do Museu Afro Brasil – nome pelo qual a instituição ficou conhecida, antes de adotar o nome de seu fundador – foi adquirindo seus contornos, antes mesmo de existir oficialmente. E pode-se afirmar que se encontra na histórica exposição A Mão Afro-Brasileira (1988), assim como na publicação homônima, também organizada por Araujo, os genes do Museu por ele criado, tanto do ponto de vista conceitual quanto de constituição de seus acervos”, afirma Sandra Salles, diretora executiva do Museu Afro Brasil Emanoel Araujo.
No MAM, a exposição será exibida na Sala Paulo Figueiredo com obras de Agnaldo Manuel dos Santos, Aline Bispo, Almandrade, André Ricardo, Arthur Timótheo da Costa, Betto Souza, Claudio Cupertino, Cosme Martins, Denis Moreira, Diogo Nógue, Edival Ramosa, Edu Silva, Emanoel Araujo, Emaye – Natalia Marques, Eneida Sanches, Estevão Roberto da Silva, Flávia Santos, Genilson Soares, Heitor dos Prazeres, João Timótheo da Costa, Jorge dos Anjos, José Adário dos Santos, Leandro Mendes, Luiz 83, Maria Lídia Magliani, Maurino de Araújo, May Agontinmé, Mestre Didi, Néia Martins, Nivaldo Carmo, Otávio Araújo, Paulo Nazareth, Peter de Brito, Rebeca Carapiá, Rommulo Vieira Conceição, Rosana Paulino, Rubem Valentim, Sérgio Adriano H, Sidney Amaral, Sonia Gomes, Taygoara Schiavinoto, Wilson Tibério e Yêdamaria.
E no MAB Emanoel Araujo, as obras de Emanoel Araujo, Denis Moreira, May Agontinmé, Juliana dos Santos, Lidia Lisbôa e Renata Felinto serão exibidas na Biblioteca Carolina Maria de Jesus, ao lado de documentos referentes à exposição de 1988 pertencentes ao Arquivo do MAM.
Claudinei Roberto explica que Mãos:35 anos da Mão Afro-Brasileira revê a exposição histórica de 35 anos atrás partindo de produções hoje historicizadas e outras realizações contemporâneas que, naturalmente, não estiveram presentes na exibição de 1988, mas que, toda forma, dão prova do panorama atual da arte afro-brasileira.
“Epistemicídio é o termo criado para assinalar os processos de apagamento e silenciamento da história e da cultura de um determinado grupo. Num cenário social historicamente marcado pela profunda desigualdade de raça, classe e gênero, o epistemicídio é também um resultado do racismo estrutural que entre nós cria condições para que as instituições de educação, arte e cultura negligenciem as produções simbólicas dos setores sociais fragilizados, consequentemente, permanecem subalternizados. Portanto, a atual emergência e valorização da arte afro-brasileira e afro diaspórica, tem seu ritmo tangenciado pelo avanço das lutas por direitos civis empreendidas pelas negras e negros do país”, reflete Claudinei em texto que compõe o catálogo.
Para Cauê Alves, curador-chefe do MAM, além de sua relevância artística e social, Mãos: 35 anos da Mão Afro-Brasileira é fundamental para a reflexão sobre a história das exposições. “Realizada 35 anos depois de A Mão Afro-Brasileira, também feita no MAM de São Paulo por Emanoel Araujo, ela atualiza o debate e reabre um campo de possibilidades. “Esta narrativa, que aborda as primeiras exposições sobre arte afro-brasileira, tem A Mão Afro-Brasileira como peça fundamental de projeção de possibilidades de futuro. A exposição valoriza a produção simbólica dos que tradicionalmente estiveram relegados às margens nas narrativas oficiais das instituições que dominaram as discussões sobre artes nos últimos 150 anos”, comenta Cauê Alves em um ensaio presente no catálogo.
Serviço
Exposição | Mãos: 35 anos da Mão Afro-Brasileira
De 20 de outubro de 2023 a 03 de março de 2024
Terça a domingo, das 10h às 18h (com a última entrada às 17h30)
Ingressos: R$30,00 inteira e R$15,00 meia-entrada. Aos domingos, a entrada é gratuita e o visitante pode contribuir com o valor que quiser. Para ingressos antecipados, acesse mam.org.br/visite
Período
Outubro 20 (Sexta) 10:00 - Março 3 (Domingo) 18:00
Local
Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM SP)
Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, Vila Mariana, São Paulo – SP