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dezembro
Detalhes
Escreva sobre a sua experiência sensível frente às obras. Não exatamente nessa ordem ou com essas palavras foi o convite generoso de Eduardo Haesbaert. Ao convite, excitação.
Detalhes
Escreva sobre a sua experiência sensível frente às obras. Não exatamente nessa ordem ou com essas palavras foi o convite generoso de Eduardo Haesbaert. Ao convite, excitação. Nas obras, violência e sutileza. Na folha em branco, um lastro tênue.
A palavra. Entulho. Massacre. Treva. Relâmpago. Árvore Genealógica. Matrioska, madre, fogo. Labareda. Vendaval. Suspensão. No alto da colina, um rio que passa. A alma do rio, água do céu.
E, assim poderia continuar em justaposições e deslocamentos, partilhando a mesma matéria, perto demais. “Encontrar palavras para aquilo que temos diante dos olhos é qualquer coisa que pode ser muito difícil. Mas, quando chegam, elas batem com pequenos martelos contra o real até arrancarem dele a imagem, como de uma chapa de cobre”, escreveu, certa vez, em carta, Walter Benjamin (1892-1940). Pensei nos desenhos, pinturas e monotipias de Eduardo, figurações não representativas no lugar das palavras. Assim, a fim de que o presente texto se atenha à própria função, gostaria de percorrer o caminho entre palavra, imagem e real até esticar e estender o convite generoso desse artista de ateliê — como ele gosta de ser chamado.
Rasgo. Lastro. Real. Captura-me nas obras de Eduardo um tênue lastro com o real. É nesse lastro tênue, que vejo a força e a delicadeza das obras. Vejo, com os olhos do estômago, logo acima do umbigo. É que a palavra rasga, escancara, esvazia e nem sempre a gente assim deseja. Elíptico? Rastros! Vejo você em cores.
São nas palavras soltas dos títulos das obras que encontramos as pistas para isso que chamei tênue lastro com o real. Mas não só. Podemos encontrá-las também em sua figuração não representativa. Uma figuração que remete à estrutura dos sonhos, aos restos do dia, recolhida entre detritos de imagens. Com efeito, no trabalho de Eduardo as figuras, na maioria das vezes, são apenas vislumbradas, não chegando até a clareza da forma. Condizente com nosso tempo, o artista parece coletar detritos entre os resíduos da inundação de imagens que nos submergem. Teve um tempo em que saia para fotografar, contou. Hoje não. Hoje coleta resíduos de imagens na fricção do material com a experiência da realidade sensível.
Sonho: rearranjo psíquico apto a estranhar elementos não necessariamente conscientemente apreendidos em estado de vigília. Imagens oníricas correspondentes. O barulho do despertador, o apito do trem. Procedimentos de decalagens. Como não lembrar do fascínio que despertaram entre os surrealistas? Mas, retornemos aos restos do dia, das imagens e da memória que estranhados tornam-se matéria prima de desenhos, monotipias e pinturas de Jardins Selvagens.
Se o ato experimental de Eduardo se desdobra da gravura em metal (seu ofício, sua matriz vivencial) em desenho e pintura, o ato experiencial que ele nos convida se desdobra da materialidade da obra para aquilo que dela escapa. O real. Sinalização. Relâmpago. Árvore genealógica. Matrioska. Madre. Alma do rio. Na contemporaneidade, grande parte das proposições estéticas, mascaram nossa percepção. Aturdidos, vemos, vemos e vemos e nada apreendemos. É na contramão, que, pó, tinta, linha, cor “batem com pequenos martelos contra o real até arrancarem dele a imagem” e nos provocam a libertar a imaginação.
Benjamin, em suas reflexões sobre os surrealistas, curiosamente narra uma anedota atribuída a Leonardo da Vinci (1452-1519). Teria o pintor renascentista molhado uma parede e orientado os pupilos a utilizarem-na como “modelo vivo”, encontrando nela “tudo aquilo de que precisassem: batalhas, corpos de mulheres e animais”. Cá estamos, de volta aos italianos. Ao encontro do artista com o artesão.
Na juventude, Eduardo ganhou um prêmio, uma viagem à Itália. Lá se deparou com os enormes afrescos de Giotto (1267-1337) e as gravuras de Piranesi (1720-1778). História da arte, citação e ponto de partida. Certas vezes, ele cita para desmontar. Constrói toda a cena, o Jardim das Delícias, por exemplo, e então entinta em denso preto. Para abrir luz, ele fere a fibra do papel. Rasga rio, alma, labaredas. Línguas de fogo impressas em negativo. Entintamento, sujidade, rasgo, termos utilizados pelo artista para descrever o seu saber fazer. Desse e de outros modos, ele questiona os materiais tradicionais da arte. São pequenas ironias, afirmou. Mas aqui abre-se todo um novo campo de discussão. Então voltemos ao sonho, esse ulterior tipo de citação.
Há um dito popular que para Freud ilustra a fonte e os estímulos do sonho: “Sonhos vêm do estômago”. É no “estômago” — entendido aqui como representante de uma percepção estética ampliada — que o trabalho de Eduardo Haesbaert encontra e extrai sua fonte de estímulos. Porque todo olhar é assombrado (no mínimo, pelas próprias marcas psíquicas) e, como as figuras da parede molhada de Leonardo, projeta para além do papel detritos de um mundo que desmorona e que não chega até a clareza da consciência. O lastro tênue. Aqui a resposta ao convite feito; o convite que, a meu ver, as obras ecoam; o convite que gostaria de lhes estender. Um convite para, tal qual o artista, mergulhar nos fragmentos dessa realidade que desaba, mas que se conserva em cada pedaço desagregado. Potência de vida. Jardim Selvagem.
Clara Figueiredo
Serviço
Exposição | Jardim Selvagem
De 07 de outubro a 16 de dezembro
Segunda a Sexta das 10h às 19h. Sábado das 10h às 13h30
Período
Outubro 7 (Sábado) 10:00 - Dezembro 16 (Sábado) 19:00
Local
Bolsa de Arte
Rua Mourato Coelho, 790, Vila Madalena - São Paulo - SP