
Em uma audiência pública com dezenas de artistas, produtores e gestores de cultura na tarde de quarta-feira, 20, na Assembleia Legislativa, na capital paulista, ativistas do setor pediram a revogação imediata dos editais da Lei Paulo Gustavo (LPG) elaborados pela Secretaria de Cultura, Economia e Indústrias Criativas do Estado de São Paulo. Na manhã desta quinta-feira, 21, o próprio Ministério da Cultura, responsável pela execução da lei, soltou um comunicado advertindo para os desvios de finalidade de editais públicos.
A Lei Paulo Gustavo é uma lei federal de fomento à cultura que foi construída em 2021 e aprovada em 2022, com amplo apoio do Congresso Nacional e da comunidade artística nacional. A exemplo da Lei Aldir Blanc (LAB), de 2020, trata-se de uma legislação emergencial que dispõe sobre ações destinadas ao setor cultural (em decorrência dos efeitos econômicos e sociais da pandemia de Covid-19). Em todo o país, estão sendo injetados, até o final deste ano, R$ 3,8 bilhões na cultura por meio da LPG. Então, por que os artistas estão tão empenhados na suspensão de sua aplicação em São Paulo?
Segundo os diagnósticos apresentados por representantes dos setores artísticos e coletivos diversos aos deputados estaduais, os problemas decorrem do seguinte: os 24 editais publicados neste mês de setembro pela Secretaria de Cultura do Estado deverão ser distribuídos para apenas 900 projetos culturais, conforme estimativa do governo estadual. Isso representa 677,7% menos do que a Lei Aldir Blanc (que destinou R$ 264 milhões para São Paulo em 2020) conseguiu beneficiar em 2020, quando atingiu cerca de 7 mil projetos e iniciativas.
Os estudos dos coletivos artísticos apontam para outras formas de exclusão contidas nos editais. Os editais paulistas da LPG em São Paulo privilegiam grandes produções e propõem a concentração desses recursos – enquanto a Lei Aldir Blanc tinha uma média de R$ 37 mil por projeto (e o próprio PROAC 2023 do governo do Estado tem um valor médio em torno de R$ 100 mil), a LPG distribuirá uma média de recursos média superior a R$ 400 mil.
A análise também apontou que 21 dos 24 editais destinam-se a projetos de pessoas jurídicas, em detrimento das pessoas físicas (o que é um contrassenso, para uma lei emergencial, já que quem mais sofreu as consequências da pandemia foram as pessoas físicas). Os editais ainda exigem que essas pessoas jurídicas tenham ao menos cinco anos de funcionamento legal, o que, além de ser um número arbitrário, desconsidera as centenas de pessoas que durante os últimos anos saíram do trabalho informal para abrir suas empresas culturais e voltar à formalidade. Os ativistas veem aí um direcionamento flagrante.
DESVIO DE FINALIDADE
O conjunto de editais, segundo os relatórios entregues na Assembleia Legislativa, contribui para tornar a LPG (se for mantida essa publicação), injusta, restritiva, totalmente desalinhada com o que versa o texto da lei e ainda atendendo a desvio de finalidade, já que os editais de audiovisuais (a maior parte dos recursos) desconsideram desigualdades regionais e históricas, retirando a obrigação de que ao menos 50% dos inscritos sejam de fora da capital. Isso é contrário ao texto da lei, que pede desconcentração territorial.
O impasse em São Paulo, a pouco mais de uma semana de se encerrarem as inscrições para pleitear os recursos da legislação, já preocupa o Ministério da Cultura. O comunicado desta quinta-feira, assinado pelo secretário executivo do ministério, Márcio Tavares, adverte para a necessidade de que sejam observadas algumas peculiaridades da Lei Paulo Gustavo. O Ministério da Cultura salienta que os editais da legislação não se enquadram nas regras da Lei de Licitações e Contratos Administrativos, pois não se trata de contratação de serviços e aquisições de bens. “Assim, os estados, Distrito Federal e municípios devem abster-se de utilizar esses dispositivos para a execução das seleções públicas de fomento cultural”, avisa o texto.
O comunicado lembra que os agentes culturais que porventura forem contemplados com recursos dos editais só deverão focar no cumprimento de suas propostas (a efetivação do projeto é o critério primordial da prestação de contas), e que a exigência de relatório de execução financeira será uma medida excepcional. O espírito da lei é o de socorrer uma área fragilizada e vulnerabilizada pela pandemia e seus efeitos e pela “blitz” de obscurantismo empreendida pelo antigo governo de Jair Bolsonaro contra o setor, notoriamente crítico e independente em relação aos desmandos de uma gestão autoritária e fundada em preconceitos de gênero, raça e origem social.
Preocupados com o esgotamento dos prazos, os artistas, ativistas e gestores decidiram, na audiência pública da Assembleia Legislativa, procurar a secretária de Cultura, Economia e Indústrias Criativas, Marilia Marton, e também o próprio governador do Estado, Tarcísio de Freitas, para suspender com urgência o processo em curso com os 24 editais publicados. O setor diz que o governo do Estado ignorou as deliberações anteriores à publicação dos editais que foram fruto de pactuação, debates e discussões durante meses em todas as regiões de São Paulo, e pedem que esses subsídios voltem a ser considerados numa possível republicação.
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O Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (MUNCAB) inaugura a exposição “Memória: relatos de uma outra História”, um dos acontecimentos centrais da Temporada França-Brasil 2025. Com curadoria de Nadine Hounkpatin
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O Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (MUNCAB) inaugura a exposição “Memória: relatos de uma outra História”, um dos acontecimentos centrais da Temporada França-Brasil 2025.
Com curadoria de Nadine Hounkpatin e Jamile Coelho, a mostra reúne 20 artistas negras da diáspora africana e do continente africano, que se apropriam das artes visuais como campo de elaboração da memória e de reconstrução simbólica do mundo. Suas produções instauram um pensamento decolonial, no qual a arte atua como forma de escuta, reescrita e reexistência.
Participam: Amélia Sampaio, Barbara Asei Dantoni, Barbara Portailler, Beya Gille Gacha, Charlotte Yonga, Dalila Dalléas Bouzar, Enam Gbewonyo, Fabiana Ex-Souza, Gosette Lubondo, Josèfa Ntjam, Luana Vitra, Luisa Magaly, Luma Nascimento, Madalena dos Santos Reinbolt, Maria Lídia dos Santos Magliani, Myriam Mihindou, Na Chainkua Reindorf, Selly Raby Kane, Tuli Mekondjo e YêdaMaria.
Após itinerar por Bordeaux, Abidjan, Yaoundé e Antananarivo, a exposição chega a Salvador — cidade em que a herança africana se manifesta como fundamento estético e artístico — para instaurar um novo capítulo do projeto. No MUNCAB, essas artistas constroem um território de enunciação e reparação, no qual imagem, corpo e gesto tornam-se instrumentos de reconfiguração das narrativas históricas e de afirmação das subjetividades negras.
A exposição é uma realização do Ministério da Cultura, Petrobras e Embaixada da França no Brasil, em parceria com o MUNCAB, sob gestão da Amafro.
Serviço
Exposição | Memória: relatos de uma outra História
04 de novembro a 1º de março de 2026
Terça a domingo, das 10h às 16h30, sábado das 10h às 17h
Período
Local
Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira: MUNCAB
R. das Vassouras, 25 - Centro Histórico, Salvador - BA
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A última exposição de 2025 da Pinacoteca, “Trabalho de Carnaval”, é uma coletiva com obras de 70 artistas de diferentes gerações e origens, como Alberto Pitta, Bajado, Bárbara Wagner, Ilu Obá
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A última exposição de 2025 da Pinacoteca, “Trabalho de Carnaval”, é uma coletiva com obras de 70 artistas de diferentes gerações e origens, como Alberto Pitta, Bajado, Bárbara Wagner, Ilu Obá de Min, Heitor dos Prazeres, Juarez Paraíso, Lita Cerqueira, Maria Apparecida Urbano, Rafa Bqueer e Rosa Magalhães.
A mostra no edifício Pina Contemporânea expõe 200 obras dentre adereços, projetos de decoração e documentação histórica em fotografia e vídeo, além de comissionamentos de projetos inéditos dos artistas Adonai, Ana Lira e Ray Vianna.
Dividida em quatro temas – Fantasia, Trabalho, Poder e Cidade, “Trabalho de Carnaval” apresenta a maior festa popular do país como uma cadeia produtiva que envolve o trabalho das muitas mãos desde antes mesmo da festa acontecer, ao mesmo tempo em que alude à precariedade e invisibilidade desses profissionais.
NÚCLEOS TEMÁTICOS
O núcleo Fantasia faz referência a dois elementos característicos do carnaval: o ato de se fantasiar e a força da imaginação. Projetos e croquis integram a parte central da Grande Galeria, como os estudos de J. Cunha para o carnaval de Salvador e Joana Lira para as decorações de rua do Recife.
Discussões sobre as condições de trabalho da festa são apresentadas no núcleo Trabalho, no qual são apresentadas obras que trazem à tona a representatividade dos trabalhadores.
A relação entre carnaval e espaço urbano ou rural aparece no núcleo Cidade por meio de representações de blocos, cordões, afoxés e outras formas de cortejos. O núcleo reúne obras como as fotografias realizadas por Diego Nigro no bloco de carnaval Galo da Madrugada (2025).
Por fim, o núcleo Poder celebra os encontros de trabalhadores dos canaviais em Pernambuco transformando-se em reis e rainhas do maracatu, assim como mulheres negras e grupos periféricos marginalizados se tornando, por alguns dias, as figuras de comando durante a festa na Bahia: Deusas de Ébano, Reis Momos, Rainhas do Carnaval.
Serviço
Exposição | Trabalho de Carnaval
De 8 de novembro de 2025 a 12 de abril de 2026
Quarta a segunda, das 10h às 18h
Período
Local
Pinacoteca Contemporânea
Av. Tiradentes, 273, Luz, São Paulo - SP
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A Mendes Wood DM tem o prazer de apresentar a exposição Nascimento de Antonio Obá, que ocupa todo o espaço da galeria na Barra Funda com obras inéditas e emblemáticas.
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A Mendes Wood DM tem o prazer de apresentar a exposição Nascimento de Antonio Obá, que ocupa todo o espaço da galeria na Barra Funda com obras inéditas e emblemáticas. Os trabalhos, desenvolvidos com técnicas distintas como pintura, desenho, instalação e filme, dão continuidade à investigação do artista sobre a construção da identidade nacional, e suas contradições e influências, por meio de ícones e símbolos presentes na cultura brasileira.
O título da exposição surge da ideia de nascimento como marco de um momento, de uma nova existência sobre a Terra. Este evento milagroso também carrega a contrapartida da fortuna e da sorte, que nos acompanha desde a concepção. Para Obá, “Estar sujeito a isso não diz a respeito de uma escolha. Estar sujeito a isso diz a respeito de uma irreverência ao inevitável. Então, o que podemos fazer é demarcar essas várias sortes através do rito, da celebração, do símbolo, da linguagem.”
Cada obra que compõe a exposição confere a essa tentativa de situar a ideia de sorte, fortuna, ora como uma prece, ora com um ritual que celebra isso.
Uma instalação inédita, localizada em um espaço fechado, no fundo da galeria, se refere diretamente a ideia de jogo e de sorte. Nela, colunas de búzios se derramam sobre peneiras de bronze douradas, carregando ovos de cerâmica pintados de vermelho. Os búzios representam elementos de tentativa de leitura da sorte, do destino e da sina, e simbolizam a moeda de troca, que também se transforma em oferenda. Na disposição que se encontram no espaço, os búzios formam colunas que estão ascendendo, como um território de elevação espiritual e de ressignificação da vida ante ao que ela propõe de fatal.
Na entrada do espaço expositivo, um caminho de espadas de São Jorge e Iansã, conduzem até um novo objeto instalativo: um altar com dois troncos que simbolizam o pelourinho. Os troncos estão inteiramente cravejados de pregos — em um deles, os pregos estão voltados para fora; no outro, para dentro — simbolizando proteção e punição e a dificuldade de harmonizar tensões. Entre os pelourinhos, cabos suspendem uma cabeça de bronze com um prumo na ponta. Esta instalação é uma oferenda ao senhor do caminho, portanto, tem uma relação com Exu.
A instalação Ka’a porá (2024), apresentada pela primeira vez na mostra itinerante Finca-Pé: Estórias da terra no CCBB Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília, ocupa lugar de destaque na exposição. Esculturas de pés, representando tanto o pé humano quanto o de uma árvore, enfatizam a conexão com o solo. A configuração da obra lembra um pequeno jardim, com troncos dispostos de forma aparentemente aleatória, cada um sugerindo uma direção diferente dentro de um labirinto. O título da instalação deriva do termo tupi ka’a porá, que se refere a um indivíduo que se estabelece e se ancora à terra. A expressão também remete à figura mítica da Caipora, protetora das florestas na mitologia indígena brasileira. Outro elemento simbólico da instalação revisita o conceito de poda, entendido aqui como um ato de violência que rompe com a vida e a natureza.
Telas de diferentes tamanhos e técnicas compõem a narrativa visual da mostra. Um conjunto de 22 pinturas de pequeno formato apresenta a leitura de Obá sobre o Tarô. Nas obras, o artista utiliza de uma mistura de técnicas junto a folhas de ouro, conferindo um tom mágico e fantasioso único às cartas do oráculo. Além dessas, a exposição reúne novas pinturas de grandes dimensões, bem como uma obra pintada diretamente sobre uma das paredes do espaço expositivo. Nessas peças, figuras e símbolos que compõem a identidade brasileira sugerem novas interpretações. A mostra também inclui desenhos inéditos feitos com carvão, nanquim, lápis e têmpera e sobre tela.
O filme Encantado (2024) apresenta uma performance do artista que propõe reflexões sobre sistemas simbólicos — especialmente os religiosos. A ação performática evoca uma perspectiva ritualística, centrada na figura do peregrino, que, em seu gesto, sintetiza elementos de crença, cultura e tradição associados ao imaginário do romeiro.
Com esse conjunto de obras, que atravessa diferentes mídias e simbologias, a exposição reafirma a potência da produção de Antonio Obá na construção de uma poética que investiga identidade, território e espiritualidade.
Serviço
Exposição | Nascimento
De 8 de novembro a 14 de março de 2026
Terça a sexta, das 11h às 19h, sábado das 10h às 17h
Período
Local
Mendes Wood DM
Rua Barra Funda, 216, São Paulo – SP
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A DAN Galeria apresenta a exposição O Brasil dos modernistas, com curadoria de Maria Alice Milliet. Reunindo cerca de 50 obras de emblemáticas de nomes fundamentais como Tarsila do Amaral,
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A DAN Galeria apresenta a exposição O Brasil dos modernistas, com curadoria de Maria Alice Milliet. Reunindo cerca de 50 obras de emblemáticas de nomes fundamentais como Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Cícero Dias, Victor Brecheret, Cândido Portinari, Guignard, Alfredo Volpi, Anita Malfatti e outros, a coletiva traça um panorama da arte moderna no país e destaca o papel do movimento que, a partir da década de 1920, redefiniu a linguagem artística nacional e acrescentou ao imaginário coletivo visões atualizadas do imaginário popular brasileiro.
O Brasil dos modernistas toma como ponto de partida das transformações que marcaram o surgimento da modernidade artística no Brasil, um movimento que se consolidou no confronto entre o conservadorismo cultural e o impulso de renovação de um país em transição. A Semana de Arte Moderna de 1922, é retomada aqui como marco simbólico desse embate: vaiada pelo público, expôs a resistência às novas linguagens e à ruptura com os padrões tradicionais, inaugurando uma produção voltada à atualização estética e à construção de uma identidade artística brasileira.
O percurso curatorial retrata como os primeiros modernistas, em busca de formação e reconhecimento, voltaram-se aos grandes centros artísticos da Europa. Foi a partir dessa experiência que muitos passaram a perceber a força e a originalidade da diversidade cultural brasileira para construção de suas próprias identidades artísticas. “Os nossos modernos não precisaram buscar em lugares exóticos os conteúdos populares ou étnicos que tanto encantavam os europeus. Encontraram em nossas paisagens e costumes os ingredientes para a constituição de uma visualidade de caráter nacional”, afirma a curadora Maria Alice Milliet.
Embora influenciada pelas vanguardas europeias, a arte moderna no Brasil manteve-se fiel à figuração. O contato com o movimento de “retorno à ordem”, no período entre guerras, levou os artistas a explorar linguagens expressionistas, cubistas e, mais tarde, surrealistas, em um processo que definiu as bases estéticas do primeiro modernismo brasileiro.
Dentre os destaques da mostra, está o Retrato de Judite (1944), de Alfredo Volpi. Pintado no ano em que o artista se casou com Benedita da Conceição, conhecida como Judite, o trabalho retrata sua esposa nua entre cortinas, de braços abertos, como se apresentasse as pinturas que a cercam. Volpi, que iniciou a carreira decorando fachadas paulistanas, desenvolveu uma linguagem própria, marcada pela geometrização e pelo uso refinado da cor. Seu trabalho simboliza a passagem da pintura figurativa para uma modernidade madura, iluminada e de forte identidade brasileira.
“É inegável que Tarsila, Di Cavalcanti, Cícero Dias, Rego Monteiro, Brecheret, Portinari, Guignard constituíram um corpus iconográfico identificado com o Brasil. Mais que isso, o modernismo acrescentou ao imaginário nacional visões atualizadas da nossa realidade sociocultural. Ou seja, quando pensamos na mulher brasileira, vem à nossa cabeça a sensualidade das morenas pintadas por Di Cavalcanti; a história da conquista do nosso território realiza-se no Monumento às Bandeiras, de Brecheret; nossos mitos são os de Tarsila; nossas praias são as de Pancetti; e as festas populares têm no colorido das bandeirinhas de Volpi sua melhor expressão”, completa Maria Alice Milliet sobre o eixo expositivo.
Ao reunir obras fundamentais do período, a mostra O Brasil dos modernistas destaca a relevância histórica e cultural do movimento que redefiniu os rumos da arte no país. A coletiva reforça o papel dessa geração de artistas na construção de uma identidade visual e reafirma a atualidade de seu legado na formação do que se entende por brasilidade.
Artistas presentes
Alberto da Veiga Guignard, Alfredo Volpi, Anita Malfatti, Candido Portinari, Cícero Dias, Emiliano Di Cavalcanti, Ernesto De Fiori, Ismael Nery, José Pancetti, Tarsila do Amaral, Vicente do Rego Monteiro e Victor Brecheret.
Serviço
Exposição | O Brasil dos modernistas
De 19 de novembro a 19 de janeiro
De segunda a sexta, das 10h às 19h, aos sábados, das 10h às 13h
Período
Local
DAN Galeria
Rua Estados Unidos, 1638 01427-002 São Paulo - SP
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Nome central da história do cinema, com filmes que marcaram gerações, Agnès Varda (1928–2019) também é autora de uma extensa produção fotográfica, tendo inclusive começado sua carreira como fotógrafa. Ao
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Nome central da história do cinema, com filmes que marcaram gerações, Agnès Varda (1928–2019) também é autora de uma extensa produção fotográfica, tendo inclusive começado sua carreira como fotógrafa. Ao longo dos anos, consolidou-se como cineasta, mas a fotografia continuou presente em sua trajetória, seja em seus filmes, seja nas instalações artísticas que produziu no século 21. Essa faceta de sua obra, ainda menos conhecida pelo público, é apresentada na mostra Fotografia AGNÈS VARDA Cinema, que abre no IMS Paulista, com entrada gratuita.
A exposição Fotografia AGNÈS VARDA Cinema reúne cerca de 200 fotografias tiradas por Varda, principalmente, entre as décadas de 1950 e 1960. O conjunto traz imagens clicadas em viagens, incluindo registros inéditos na China, em 1957, fotos em Cuba, no contexto pós-revolução, e nos EUA, onde a artista documentou os Panteras Negras. Há ainda fotos feitas em Paris, como as de uma peça encenada pelos Griôs, primeira companhia de teatro negro na cidade. Em diálogo, a mostra apresenta trechos de filmes da autora, enfatizando como o comprometimento social, o olhar afetuoso e o humor caracterizam a sua produção.
Serviço
Exposição | Fotografia AGNÈS VARDA Cinema
De 29 de novembro a 12 de abril de 2026
Terça a domingo e feriados das 10h às 20h (fechado às segundas)
Período
Local
IMS - Instituto Moreira Salles
Avenida Paulista, 2424 São Paulo - SP
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O Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (MUNCAB) inaugura a exposição “Memória: relatos de uma outra História”, um dos acontecimentos centrais da Temporada França-Brasil 2025. Com curadoria de Nadine Hounkpatin
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O Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (MUNCAB) inaugura a exposição “Memória: relatos de uma outra História”, um dos acontecimentos centrais da Temporada França-Brasil 2025.
Com curadoria de Nadine Hounkpatin e Jamile Coelho, a mostra reúne 20 artistas negras da diáspora africana e do continente africano, que se apropriam das artes visuais como campo de elaboração da memória e de reconstrução simbólica do mundo. Suas produções instauram um pensamento decolonial, no qual a arte atua como forma de escuta, reescrita e reexistência.
Participam: Amélia Sampaio, Barbara Asei Dantoni, Barbara Portailler, Beya Gille Gacha, Charlotte Yonga, Dalila Dalléas Bouzar, Enam Gbewonyo, Fabiana Ex-Souza, Gosette Lubondo, Josèfa Ntjam, Luana Vitra, Luisa Magaly, Luma Nascimento, Madalena dos Santos Reinbolt, Maria Lídia dos Santos Magliani, Myriam Mihindou, Na Chainkua Reindorf, Selly Raby Kane, Tuli Mekondjo e YêdaMaria.
Após itinerar por Bordeaux, Abidjan, Yaoundé e Antananarivo, a exposição chega a Salvador — cidade em que a herança africana se manifesta como fundamento estético e artístico — para instaurar um novo capítulo do projeto. No MUNCAB, essas artistas constroem um território de enunciação e reparação, no qual imagem, corpo e gesto tornam-se instrumentos de reconfiguração das narrativas históricas e de afirmação das subjetividades negras.
A exposição é uma realização do Ministério da Cultura, Petrobras e Embaixada da França no Brasil, em parceria com o MUNCAB, sob gestão da Amafro.
Serviço
Exposição | Memória: relatos de uma outra História
04 de novembro a 1º de março de 2026
Terça a domingo, das 10h às 16h30, sábado das 10h às 17h
Período
Local
Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira: MUNCAB
R. das Vassouras, 25 - Centro Histórico, Salvador - BA
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A última exposição de 2025 da Pinacoteca, “Trabalho de Carnaval”, é uma coletiva com obras de 70 artistas de diferentes gerações e origens, como Alberto Pitta, Bajado, Bárbara Wagner, Ilu Obá
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A última exposição de 2025 da Pinacoteca, “Trabalho de Carnaval”, é uma coletiva com obras de 70 artistas de diferentes gerações e origens, como Alberto Pitta, Bajado, Bárbara Wagner, Ilu Obá de Min, Heitor dos Prazeres, Juarez Paraíso, Lita Cerqueira, Maria Apparecida Urbano, Rafa Bqueer e Rosa Magalhães.
A mostra no edifício Pina Contemporânea expõe 200 obras dentre adereços, projetos de decoração e documentação histórica em fotografia e vídeo, além de comissionamentos de projetos inéditos dos artistas Adonai, Ana Lira e Ray Vianna.
Dividida em quatro temas – Fantasia, Trabalho, Poder e Cidade, “Trabalho de Carnaval” apresenta a maior festa popular do país como uma cadeia produtiva que envolve o trabalho das muitas mãos desde antes mesmo da festa acontecer, ao mesmo tempo em que alude à precariedade e invisibilidade desses profissionais.
NÚCLEOS TEMÁTICOS
O núcleo Fantasia faz referência a dois elementos característicos do carnaval: o ato de se fantasiar e a força da imaginação. Projetos e croquis integram a parte central da Grande Galeria, como os estudos de J. Cunha para o carnaval de Salvador e Joana Lira para as decorações de rua do Recife.
Discussões sobre as condições de trabalho da festa são apresentadas no núcleo Trabalho, no qual são apresentadas obras que trazem à tona a representatividade dos trabalhadores.
A relação entre carnaval e espaço urbano ou rural aparece no núcleo Cidade por meio de representações de blocos, cordões, afoxés e outras formas de cortejos. O núcleo reúne obras como as fotografias realizadas por Diego Nigro no bloco de carnaval Galo da Madrugada (2025).
Por fim, o núcleo Poder celebra os encontros de trabalhadores dos canaviais em Pernambuco transformando-se em reis e rainhas do maracatu, assim como mulheres negras e grupos periféricos marginalizados se tornando, por alguns dias, as figuras de comando durante a festa na Bahia: Deusas de Ébano, Reis Momos, Rainhas do Carnaval.
Serviço
Exposição | Trabalho de Carnaval
De 8 de novembro de 2025 a 12 de abril de 2026
Quarta a segunda, das 10h às 18h
Período
Local
Pinacoteca Contemporânea
Av. Tiradentes, 273, Luz, São Paulo - SP
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A Mendes Wood DM tem o prazer de apresentar a exposição Nascimento de Antonio Obá, que ocupa todo o espaço da galeria na Barra Funda com obras inéditas e emblemáticas.
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A Mendes Wood DM tem o prazer de apresentar a exposição Nascimento de Antonio Obá, que ocupa todo o espaço da galeria na Barra Funda com obras inéditas e emblemáticas. Os trabalhos, desenvolvidos com técnicas distintas como pintura, desenho, instalação e filme, dão continuidade à investigação do artista sobre a construção da identidade nacional, e suas contradições e influências, por meio de ícones e símbolos presentes na cultura brasileira.
O título da exposição surge da ideia de nascimento como marco de um momento, de uma nova existência sobre a Terra. Este evento milagroso também carrega a contrapartida da fortuna e da sorte, que nos acompanha desde a concepção. Para Obá, “Estar sujeito a isso não diz a respeito de uma escolha. Estar sujeito a isso diz a respeito de uma irreverência ao inevitável. Então, o que podemos fazer é demarcar essas várias sortes através do rito, da celebração, do símbolo, da linguagem.”
Cada obra que compõe a exposição confere a essa tentativa de situar a ideia de sorte, fortuna, ora como uma prece, ora com um ritual que celebra isso.
Uma instalação inédita, localizada em um espaço fechado, no fundo da galeria, se refere diretamente a ideia de jogo e de sorte. Nela, colunas de búzios se derramam sobre peneiras de bronze douradas, carregando ovos de cerâmica pintados de vermelho. Os búzios representam elementos de tentativa de leitura da sorte, do destino e da sina, e simbolizam a moeda de troca, que também se transforma em oferenda. Na disposição que se encontram no espaço, os búzios formam colunas que estão ascendendo, como um território de elevação espiritual e de ressignificação da vida ante ao que ela propõe de fatal.
Na entrada do espaço expositivo, um caminho de espadas de São Jorge e Iansã, conduzem até um novo objeto instalativo: um altar com dois troncos que simbolizam o pelourinho. Os troncos estão inteiramente cravejados de pregos — em um deles, os pregos estão voltados para fora; no outro, para dentro — simbolizando proteção e punição e a dificuldade de harmonizar tensões. Entre os pelourinhos, cabos suspendem uma cabeça de bronze com um prumo na ponta. Esta instalação é uma oferenda ao senhor do caminho, portanto, tem uma relação com Exu.
A instalação Ka’a porá (2024), apresentada pela primeira vez na mostra itinerante Finca-Pé: Estórias da terra no CCBB Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília, ocupa lugar de destaque na exposição. Esculturas de pés, representando tanto o pé humano quanto o de uma árvore, enfatizam a conexão com o solo. A configuração da obra lembra um pequeno jardim, com troncos dispostos de forma aparentemente aleatória, cada um sugerindo uma direção diferente dentro de um labirinto. O título da instalação deriva do termo tupi ka’a porá, que se refere a um indivíduo que se estabelece e se ancora à terra. A expressão também remete à figura mítica da Caipora, protetora das florestas na mitologia indígena brasileira. Outro elemento simbólico da instalação revisita o conceito de poda, entendido aqui como um ato de violência que rompe com a vida e a natureza.
Telas de diferentes tamanhos e técnicas compõem a narrativa visual da mostra. Um conjunto de 22 pinturas de pequeno formato apresenta a leitura de Obá sobre o Tarô. Nas obras, o artista utiliza de uma mistura de técnicas junto a folhas de ouro, conferindo um tom mágico e fantasioso único às cartas do oráculo. Além dessas, a exposição reúne novas pinturas de grandes dimensões, bem como uma obra pintada diretamente sobre uma das paredes do espaço expositivo. Nessas peças, figuras e símbolos que compõem a identidade brasileira sugerem novas interpretações. A mostra também inclui desenhos inéditos feitos com carvão, nanquim, lápis e têmpera e sobre tela.
O filme Encantado (2024) apresenta uma performance do artista que propõe reflexões sobre sistemas simbólicos — especialmente os religiosos. A ação performática evoca uma perspectiva ritualística, centrada na figura do peregrino, que, em seu gesto, sintetiza elementos de crença, cultura e tradição associados ao imaginário do romeiro.
Com esse conjunto de obras, que atravessa diferentes mídias e simbologias, a exposição reafirma a potência da produção de Antonio Obá na construção de uma poética que investiga identidade, território e espiritualidade.
Serviço
Exposição | Nascimento
De 8 de novembro a 14 de março de 2026
Terça a sexta, das 11h às 19h, sábado das 10h às 17h
Período
Local
Mendes Wood DM
Rua Barra Funda, 216, São Paulo – SP
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A DAN Galeria apresenta a exposição O Brasil dos modernistas, com curadoria de Maria Alice Milliet. Reunindo cerca de 50 obras de emblemáticas de nomes fundamentais como Tarsila do Amaral,
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A DAN Galeria apresenta a exposição O Brasil dos modernistas, com curadoria de Maria Alice Milliet. Reunindo cerca de 50 obras de emblemáticas de nomes fundamentais como Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Cícero Dias, Victor Brecheret, Cândido Portinari, Guignard, Alfredo Volpi, Anita Malfatti e outros, a coletiva traça um panorama da arte moderna no país e destaca o papel do movimento que, a partir da década de 1920, redefiniu a linguagem artística nacional e acrescentou ao imaginário coletivo visões atualizadas do imaginário popular brasileiro.
O Brasil dos modernistas toma como ponto de partida das transformações que marcaram o surgimento da modernidade artística no Brasil, um movimento que se consolidou no confronto entre o conservadorismo cultural e o impulso de renovação de um país em transição. A Semana de Arte Moderna de 1922, é retomada aqui como marco simbólico desse embate: vaiada pelo público, expôs a resistência às novas linguagens e à ruptura com os padrões tradicionais, inaugurando uma produção voltada à atualização estética e à construção de uma identidade artística brasileira.
O percurso curatorial retrata como os primeiros modernistas, em busca de formação e reconhecimento, voltaram-se aos grandes centros artísticos da Europa. Foi a partir dessa experiência que muitos passaram a perceber a força e a originalidade da diversidade cultural brasileira para construção de suas próprias identidades artísticas. “Os nossos modernos não precisaram buscar em lugares exóticos os conteúdos populares ou étnicos que tanto encantavam os europeus. Encontraram em nossas paisagens e costumes os ingredientes para a constituição de uma visualidade de caráter nacional”, afirma a curadora Maria Alice Milliet.
Embora influenciada pelas vanguardas europeias, a arte moderna no Brasil manteve-se fiel à figuração. O contato com o movimento de “retorno à ordem”, no período entre guerras, levou os artistas a explorar linguagens expressionistas, cubistas e, mais tarde, surrealistas, em um processo que definiu as bases estéticas do primeiro modernismo brasileiro.
Dentre os destaques da mostra, está o Retrato de Judite (1944), de Alfredo Volpi. Pintado no ano em que o artista se casou com Benedita da Conceição, conhecida como Judite, o trabalho retrata sua esposa nua entre cortinas, de braços abertos, como se apresentasse as pinturas que a cercam. Volpi, que iniciou a carreira decorando fachadas paulistanas, desenvolveu uma linguagem própria, marcada pela geometrização e pelo uso refinado da cor. Seu trabalho simboliza a passagem da pintura figurativa para uma modernidade madura, iluminada e de forte identidade brasileira.
“É inegável que Tarsila, Di Cavalcanti, Cícero Dias, Rego Monteiro, Brecheret, Portinari, Guignard constituíram um corpus iconográfico identificado com o Brasil. Mais que isso, o modernismo acrescentou ao imaginário nacional visões atualizadas da nossa realidade sociocultural. Ou seja, quando pensamos na mulher brasileira, vem à nossa cabeça a sensualidade das morenas pintadas por Di Cavalcanti; a história da conquista do nosso território realiza-se no Monumento às Bandeiras, de Brecheret; nossos mitos são os de Tarsila; nossas praias são as de Pancetti; e as festas populares têm no colorido das bandeirinhas de Volpi sua melhor expressão”, completa Maria Alice Milliet sobre o eixo expositivo.
Ao reunir obras fundamentais do período, a mostra O Brasil dos modernistas destaca a relevância histórica e cultural do movimento que redefiniu os rumos da arte no país. A coletiva reforça o papel dessa geração de artistas na construção de uma identidade visual e reafirma a atualidade de seu legado na formação do que se entende por brasilidade.
Artistas presentes
Alberto da Veiga Guignard, Alfredo Volpi, Anita Malfatti, Candido Portinari, Cícero Dias, Emiliano Di Cavalcanti, Ernesto De Fiori, Ismael Nery, José Pancetti, Tarsila do Amaral, Vicente do Rego Monteiro e Victor Brecheret.
Serviço
Exposição | O Brasil dos modernistas
De 19 de novembro a 19 de janeiro
De segunda a sexta, das 10h às 19h, aos sábados, das 10h às 13h
Período
Local
DAN Galeria
Rua Estados Unidos, 1638 01427-002 São Paulo - SP
Detalhes
Nome central da história do cinema, com filmes que marcaram gerações, Agnès Varda (1928–2019) também é autora de uma extensa produção fotográfica, tendo inclusive começado sua carreira como fotógrafa. Ao
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Nome central da história do cinema, com filmes que marcaram gerações, Agnès Varda (1928–2019) também é autora de uma extensa produção fotográfica, tendo inclusive começado sua carreira como fotógrafa. Ao longo dos anos, consolidou-se como cineasta, mas a fotografia continuou presente em sua trajetória, seja em seus filmes, seja nas instalações artísticas que produziu no século 21. Essa faceta de sua obra, ainda menos conhecida pelo público, é apresentada na mostra Fotografia AGNÈS VARDA Cinema, que abre no IMS Paulista, com entrada gratuita.
A exposição Fotografia AGNÈS VARDA Cinema reúne cerca de 200 fotografias tiradas por Varda, principalmente, entre as décadas de 1950 e 1960. O conjunto traz imagens clicadas em viagens, incluindo registros inéditos na China, em 1957, fotos em Cuba, no contexto pós-revolução, e nos EUA, onde a artista documentou os Panteras Negras. Há ainda fotos feitas em Paris, como as de uma peça encenada pelos Griôs, primeira companhia de teatro negro na cidade. Em diálogo, a mostra apresenta trechos de filmes da autora, enfatizando como o comprometimento social, o olhar afetuoso e o humor caracterizam a sua produção.
Serviço
Exposição | Fotografia AGNÈS VARDA Cinema
De 29 de novembro a 12 de abril de 2026
Terça a domingo e feriados das 10h às 20h (fechado às segundas)
Período
Local
IMS - Instituto Moreira Salles
Avenida Paulista, 2424 São Paulo - SP









