O prédio hoje está numerado como 336 da rua Libero Badaró. O térreo, que sedia o restaurante Pirandello, é o número 332.

Na edição do último domingo, 27 de janeiro, o jornal O Estado de São Paulo publicou matéria na qual o pesquisador Edgar Santo Moretti teria descoberto o local exato onde teria sido realizada uma das primeiras – e mais importantes – exposições de Anita Malfatti, em dezembro de 1917.

O espaço que hoje se refere ao prédio no número 336, com térreo 332, na rua Líbero Badaró, no centro de São Paulo, àquela época era o número 111. Em 20 de maio de 1916, um engenheiro chamado Gustavo Lara Campos recebeu alvará da prefeitura pra construir um prédio ali. O seu contratante era Antonio de Toledo Lara, o conde Lara (1864-1935).

Antes de ser erguido um prédio, o local foi sede de uma loja de cerâmicas e também uma fábrica de coroa de flores para finados. Após o soerguimento do edifício, o Conde Lara começou a ceder o espaço do térreo para que fossem realizadas exposições de arte, especialmente as que ousassem. O local ficou conhecido como Salão da Líbero Badaró 111 ou como Salão do Palacete Lara.

Também existem referências históricas que nomeiam como Palacete Lara o número 185 da rua Álvares Penteado e também o prédio que hoje é conhecido como Palacete Tereza de Toledo Lara – nome da filha do conde – e hoje é sede da Casa de Francisca. O local é conhecido como ‘A Esquina Musical de São Paulo’  por já ter sido sede da Rádio Record e de várias lojas de instrumentos ao longo do século passado. Isso indica que todos os imóveis que pertenciam ao empresário, fundador da fábrica de bebidas Antarctica, recebiam o título de ‘Palacete Lara’.

Além de ter abrigado a exposição de Anita que serve como marco do movimento modernista, o salão anteriormente já havia recebido exposições de Alfredo Norfini e do argentino S.M. Franciscovich, dentre outros. Essa exposição de Malfatti, inaugurada em 12 de dezembro de 1917 e intitulada Exposição de Pintura Moderna, não foi a primeira mostra da artista, como muitos creem, mas foi fundamental pela substancialidade do modernismo em suas telas, que causou debates calorosos no meio cultural da época, culminando na Semana de Arte Moderna de 1922.

 

 


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