O MIS (Museu da Imagem e do Som) apresenta, a partir do dia 18 de junho em São Paulo, a mostra Björk Digital, uma exposição-instalação que une tecnologia e arte para ilustrar de forma contemporânea as imagens poéticas das músicas da cantora islandesa Björk.
A exposição, que estreou em Sydney em 2016 e já passou por Tóquio, Barcelona, Cidade do México, Moscou, Montreal, Londres e Los Angeles, é dividida em seis áreas compostas por realidade virtual e elementos audiovisuais imersivos que demandam a interação dos visitantes.
Björk Digital é um projeto de realidade virtual que mistura música, artes visuais e tecnologia e foi pensado em colaboração com artistas visuais como Andrew Thomas Huang e Jesse Kanda. A exposição-instalação traz seis trabalhos de Björk extraídos de seu penúltimo álbum, Vulnicura, lançado em 2015.
Além dos seis vídeos, a exposição apresenta o projeto educativo Biophilia e uma sala de cinema onde o público confere diversos clipes da carreira da artista feitos por diretores como Michel Gondry e Spike Jonze.
Björk Digital
MIS – Av. Europa, 158
Até 18 de agosto
R$30
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Como se constrói uma exposição de arte? Qual o papel de um curador de uma coleção? Na 69ª edição do programa Ocupação Itaú Cultural, somos convidados a conhecer a trajetória
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Como se constrói uma exposição de arte? Qual o papel de um curador de uma coleção? Na 69ª edição do programa Ocupação Itaú Cultural, somos convidados a conhecer a trajetória de um dos mais importantes pesquisadores das artes no Brasil, o curador, gestor cultural, crítico de arte e artista Paulo Herkenhoff.
A mostra – com curadoria de Leno Veras e da equipe do Itaú Cultural – apresenta documentos, fotografias, livros, obras de arte e diversos de seus cadernos de anotação para se debruçar sobre três aspectos fundamentais do trabalho de Paulo: o colecionismo, a curadoria de exposições e a edição de publicações de arte.
Nascido em Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo, nosso homenageado tem um trabalho marcado pela investigação profunda da história da arte, da cultura e de seus protagonistas; pela tessitura de redes de saber e pelas ações estruturantes em museus e organizações nas quais atua, sempre preocupado com o fortalecimento das bases que sustentam as instituições culturais, garantindo sua perenidade e permanência. Como gestor e crítico, se engaja na construção de coleções e análises críticas que olhem e representem, de fato, a multiplicidade que constitui o país, e a transmissão de seus saberes inerentes.
Na juventude, ainda em Cachoeiro de Itapemirim, Paulo Herkenhoff cresceu imerso em uma escola criada e gerida por sua família. Foi nela onde começou a trabalhar na biblioteca aos 10 anos, ministrou aulas aos 14 e montou sua primeira curadoria, uma mostra dedicada ao estado da Paraíba, aos 6 anos. Frequentou a Escolinha de Arte de Cachoeiro de Itapemirim, fundada por Isabel Braga em 1950 e, na década de 1970, foi aluno do artista Ivan Serpa. Foi inclusive enquanto aluno de Serpa que Paulo começou a carreira artística. Sua receptividade foi imediata, sendo premiado no Salão Universitário da PUC-Rio, no Salão de Verão, na exposição Valores Novos e na VII Jovem Arte Contemporânea. Nessa mesma década participou da Bienal de Veneza e da Bienal de Paris.
Seu sonho, desde a juventude, era trabalhar com diplomacia, que o leva a cursar Direito, carreira que deixaria de lado anos mais tarde para se dedicar à cultura e à arte. Foi Curador-chefe do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ), Diretor Cultural do Museu de Arte do Rio (MAR), também com passagens pelo Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA), pelo Museu de Belas Artes do Rio de Janeiro (MNBA) e muitas outras organizações dentro e fora do Brasil. Foi responsável por curadorias que ficaram para a história da arte brasileira, como a 24ª Bienal Internacional de São Paulo, conhecida como a “Bienal da Antropofagia”; o Pavilhão brasileiro da 47ª Bienal de Veneza (Itália), o Salão Arte Pará, em dezenas de edições; o Tempo, no MoMA (Nova Iorque); Vontade Construtiva na Coleção Fadel, no MAM-RJ; entre outras. No Itaú Cultural, foi curador das mostras Investigações: o trabalho do artista (2000), Trajetória da Luz na Arte Brasileira (2001), Caos e Efeito (2011), Modos de Ver o Brasil: 30 anos do Itaú Cultural (2017) e Sandra Cinto: das Ideias na Cabeça aos Olhos no Céu (2020).
Além da exposição, a Ocupação Paulo Herkenhoff conta com um site e uma publicação – disponíveis na data de abertura – que expandem e aprofundam os conteúdos trabalhados na mostra, com textos do próprio homenageado, além de depoimentos de parceiros e pesquisadores sobre o legado de sua atuação para a arte brasileira.
Serviço
Exposição | Ocupação Paulo Herkenhoff
De 30 de agosto a 23 de novembro de 2025
Terça a sábado, das 11h às 20h, domingos e feriados, das 11h às 19h
Período
30 de agosto de 2025 11:00 - 23 de novembro de 2025 20:00(GMT-03:00)
Local
Itaú Cultural
Avenida Paulista, 149, Sâo Paulo - SP
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Ailton Krenak consolidou-se, ao longo dos anos, como um dos principais porta-vozes da causa indígena no Brasil e no exterior. Sua trajetória impulsionou um movimento coletivo para repensar
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Ailton Krenak consolidou-se, ao longo dos anos, como um dos principais porta-vozes da causa indígena no Brasil e no exterior. Sua trajetória impulsionou um movimento coletivo para repensar o mundo, trazendo para o centro do debate temas como humanidade, natureza, espiritualidade e futuro.
Um marco histórico aconteceu em 1987, quando ele pintou o rosto com jenipapo durante um discurso na Assembleia Constituinte, gesto que se tornou símbolo de resistência, um aviso de que os povos indígenas existem, resistem e têm muito a dizer.
A Ocupação Ailton Krenak, realizada pelo Itaú Cultural (IC), celebra esse percurso. Nascido em 1953, no Vale do Rio Doce (MG), ele é autor de obras fundamentais que se tornaram referência em tempos de crise, como Ideias para adiar o fim do mundo, A vida não é útil e Futuro ancestral. Além da produção literária, Ailton foi responsável por importantes iniciativas, como a criação do Programa de Índio, do Jornal Indígena e do Núcleo de Cultura Indígena (NCI), que ampliaram e fortaleceram a voz dos povos originários.
A mostra ocupa o piso térreo do IC e apresenta depoimentos, manuscritos e registros de uma vida dedicada a pensar caminhos fora da lógica do consumo e da destruição. O projeto inclui, ainda, uma publicação impressa (disponível on-line) e um site com conteúdos exclusivos (itaucultural.org.br/ocupacao).
Além da dimensão de homenagem, esta Ocupação – palavra que na língua Krenak se traduz como Men am-ním – é um convite a desacelerar, conceber outros horizontes e descolonizar o olhar.
Serviço
Exposição | Ocupação Ailton Krenak
De 04 de setembro a 23 de novembro
Terça a sábado, das 11h às 20h, domingos e feriados, das 11h às 19h
Período
4 de setembro de 2025 11:00 - 23 de novembro de 2025 20:00(GMT-03:00)
Local
Itaú Cultural
Avenida Paulista, 149, Sâo Paulo - SP
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A Fortes D’Aloia & Gabriel apresenta Vagarosa Luminescência Voadora, nova exposição de Luiz Zerbini em São Paulo. Neste corpo de trabalho, a imagem de cupinzeiros do cerrado brasileiro, com larvas em
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A Fortes D’Aloia & Gabriel apresenta Vagarosa Luminescência Voadora, nova exposição de Luiz Zerbini em São Paulo. Neste corpo de trabalho, a imagem de cupinzeiros do cerrado brasileiro, com larvas em estado de bioluminescência, desencadeia uma nova investigação sobre cor, luz e ritmo, a partir dos fenômenos do mundo natural.
No espaço expositivo, uma grande instalação de esculturas dialoga com pinturas de larga escala, configurando um ambiente onde rastros da presença humana coexistem com a reprodução e transformação da própria imagem da natureza. Nesse meio interconectado e de atmosfera hipnótica, superfícies e volumes se tornam portais para uma percepção expandida. As propriedades pictóricas e esculturais se deslocam de uma obra a outra, instaurando um sistema de trocas visuais. O cupinzeiro, por sua vez, surge ora na pintura, ora como corpo escultórico de textura lisérgica.
“Como em um inventário afetivo e botânico dos trópicos, o artista se volta mais uma vez para a paisagem — não como cenário idílico, mas como corpo vivo, habitado, tensionado por histórias visíveis e invisíveis. A floresta, os campos, as margens dos rios, os vestígios urbanos e os restos do que chamamos de civilização são traduzidos em esculturas e telas de grande dimensão, com padronagens geométricas e gestos orgânicos”, escreve Catarina Duncan no ensaio crítico que acompanha a exposição.
Conjuntamente, as pinturas e a instalação formam uma teia de relações, entre narrativa e geografia, que evidencia a contínua experimentação de Zerbini entre diferentes meios. A exposição mostra como os ambientes, sejam florestas tropicais, arquiteturas animais ou margens costeiras, são compostos de camadas vitais, de equilíbrios entre contrários, transformações em curso, um emaranhado histórico, ecológico e plástico.
Serviço
Exposição | Vagarosa Luminescência Voadora
01 de novembro a 24 de janeiro de 2026
Terça a sexta, das 10h às 19h, sábado das 10h às 18h
Período
1 de novembro de 2025 10:00 - 24 de janeiro de 2026 19:00(GMT-03:00)
Local
Galpão Fortes D'Aloia & Gabriel - SP
Rua James Holland 71, Barra Funda, São Paulo
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A Galeria Gabinete, no Parque Cultural Casa do Governador, em Vila Velha inaugura a exposição Moderna para Sempre – Fotografia Modernista Brasileira na Coleção Itaú Cultural. Depois de apresentada em
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A Galeria Gabinete, no Parque Cultural Casa do Governador, em Vila Velha inaugura a exposição Moderna para Sempre – Fotografia Modernista Brasileira na Coleção Itaú Cultural. Depois de apresentada em Vitória, a mostra volta ao Espírito Santo, chegando agora a Vila Velha com um novo recorte desta coleção feito por Iatã Cannabrava, curador de fotografia e pesquisador. Ela reúne 43 obras de 14 artistas renomados, com foco em suas participações no Foto Cine Clube Bandeirante, em particular, e na importância no movimento modernista para a cultura e identidade brasileiras.
Sempre com curadoria de Cannabrava, Moderna para Sempre passou por diferentes cidades do Brasil e do exterior, com diferentes recortes. Começou em 2010 pelo Museu de Arte do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. Seguiu para Belém, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Recife, Ribeirão Preto, Rio de Janeiro, Santos e novamente Porto Alegre, além de Vitória, e agora Vila Velha. Em São Paulo, foi apresentada no próprio IC, em 2014 com o conjunto completo de 115 imagens de 26 artistas. No exterior, esteve em Assunção, no Paraguai; Cidade do México, no México; Lima, no Peru; Buenos Aires, na Argentina; em Montevideo, no Uruguai; e em Santiago, no Chile.
A exposição
Nesta nova itinerância, Moderna para Sempre apresenta obras dos fotógrafos modernistas Ademar Manarini, Eduardo Enfeldt, Eduardo Salvatore, Gaspar Gasparian, Georges Radó, Geraldo de Barros, German Lorca, Gunter E. G. Schroeder, João Bizarro da Nave Filho, José Yalenti, Lucilio Correa Leite Júnior, Osmar Peçanha, Paulo Pires e Rubens Teixeira Scavone. Uma equipe de educadores do Itaú Cultural irá a Vila Velha para formar educadores locais sobre as obras expostas e os artistas, para conduzirem visitas mediadas com o público.
“Atentos às transformações que ocorriam no mundo, os fotógrafos modernistas brasileiros devoraram influências para criar uma nova fotografia, que teve como premissa uma leitura essencialmente criativa e de ruptura”, explica o curador.
“É uma honra para o Parque Cultural Casa do Governador receber a mostra Moderna para Sempre como a segunda exposição da Galeria Gabinete. Ao celebrar nomes como Geraldo de Barros, German Lorca e Eduardo Salvatore, a exposição permite que o público conheça uma parte da história do Brasil pelo olhar de grandes fotógrafos”, avalia Mirella Schena, gestora e coordenadora artístico-cultural do Parque Cultural Casa do Governador.
Assim, um dos destaques da mostra é a obra Formas (1950), de Eduardo Salvatore, nome importante no cenário fotoclubista sendo um dos fundadores do Foto Cine Clube Bandeirante, em 1939, em São Paulo. Outros nomes importantes do período que estão presentes na mostra são Eduardo Enfeldt, com a fotografia Escada Branca (1957), assim como Lucilio Correa Leite Júnior, com Sinfonia Fluorescente (1960), e Sem Título (1966), do português João Bizarro da Nave Filho.
Outro destaque é o conjunto de 13 fotografias de José Yalenti: nove são obras de 1950, além de Energia (1945), Fonte 9 de Julho (1952), e Exaustor e Arquitetura nº7, ambas de 1957. Geraldo de Barros, por sua vez, tem o seu trabalho presente na exposição com Autorretrato, da série Edition Museé de l´Elysé Lausanne (Suíça, 1949), e outras cinco fotografias da série Fotoformas. Também é seis o número de obras que integra o grupo de fotos de German Lorca na exposição. Ainda dos anos 1950, estão presentes Chuva na Vidraça, de 1952, e Curvas Concêntricas e Curvas Cruzadas, ambas de 1955, que se unem a Folhagens, de 1960, e Catedral Aparecida e Pernas, de 10 anos depois.
Integram a mostra, ainda, obras dos fotógrafos Osmar Peçanha e Ademar Manarini. Do primeiro, há Palmas (1951), Equilíbrio (1960) e Linhas (1993), e do segundo, apenas uma, Sem título (1954), que retrata o abstrato-geométrico do autor.
Juntam-se a elas, duas fotografias de Rubens Teixeira Scavone, ambas de 1950, uma de Gaspar Gasparian de 1954, um trabalho do ano de 1960 de Georges Radó, e outros dois de 1970, de Gunter E.G. Schroeder. Quem arremata o recorte em Vila Velha são as obras Páteo de Manobras (1961), Estrutura-Catedral (1954), Luz da Cerâmica (1963) e Sinfonia Industrial (1975), de Paulo Pires.
Fotoclubismo
O fotoclubismo brasileiro teve início em São Paulo, no Foto Cine Clube Bandeirante, em 1939, e se alargou para outros fotoclubes da cidade paulistana. Em geral, era composto por fotógrafos amadores que, livres das obrigações de um trabalho comercial, puderam experimentar e quebrar regras. Entre eles estão artistas como Geraldo de Barros, José Yalenti e German Lorca.
“Nas imagens, encontramos as buscas por formas e volumes, abstracionismos e surrealismo, em uma evidente influência das antigas vanguardas europeias”, conta Cannabrava.
Os trabalhos destes artistas começaram pictorialistas, imitando os padrões da pintura do século XIX. Com o desenvolvimento e crescimento econômico do país, desembocaram no celeiro da fotografia moderna brasileira, a chamada Escola Paulista. “As obras parecem uníssonas porque têm forte unidade temática, divididas em dois grupos: cidades ou formas, sejam elas geométricas, elaboradas ou simétricas”, explica o curador. “A partir deste momento, texturas, contraluzes, enquadramentos sóbrios, linhas, solarizações, fotomontagens, fotogramas, entre outros tópicos, passam a integrar o vocabulário criativo”, reforça.
Vale observar, também, que a maioria dos membros dos fotoclubes era de imigrantes de origem europeia ou descendentes de refugiados das guerras do hemisfério norte, estabelecendo no Brasil uma produção com olhar mais otimista e de esperança no futuro, distante de assuntos sociopolíticos que predominavam nos trabalhos da época, e diferenciando-se do movimento europeu focado nas dificuldades sociais.
Para o curador, este grupo se antecipou ao universo atual, montando o que poderia ser chamado de primeiras redes sociais de que se tem conhecimento na área de fotografia. Por meio de salões, catálogos e concursos, formaram uma teia internacional que divulgava a produção nos grandes centros da fotografia mundial e também do Brasil.
Serviço
Exposição | Moderna para Sempre – Fotografia Modernista Brasileira na Coleção Itaú Cultural
De 05 a 30 de novembro
Terça-feira a sábado, das 08h às 17h (com última entrada às 16h), domingos e feriados, das 08h às 15h (com última entrada às 14h)
Período
5 de novembro de 2025 08:00 - 30 de novembro de 2025 17:00(GMT-03:00)
Local
Parque Cultural Casa do Governador
R. Santa Luzia, s/n - Praia da Costa, Vila Velha - ES
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A Nara Roesler São Paulo tem o prazer de apresentar Do Vento, exposição individual do artista francês Xavier Veilhan, com obras concebidas através do seu Transatlantic Studio – projeto no qual
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A Nara Roesler São Paulo tem o prazer de apresentar Do Vento, exposição individual do artista francês Xavier Veilhan, com obras concebidas através do seu Transatlantic Studio – projeto no qual o artista transfere seu estúdio para um veleiro, oferecendo uma alternativa ao transporte aéreo para o transporte de obras de arte.
A bordo do catamarã Outremer 5X – uma embarcação movida a energia eólica feita com 50% de fibra de linho –, Veilhan, sua equipe e suas obras atravessarão o Oceano Atlântico, partindo de Concarneau, na Bretanha, França, e chegando ao porto de Santos, Brasil. O artista desenvolverá parte das obras durante a viagem e as concluirá em São Paulo, onde serão apresentadas ao público na Nara Roesler São Paulo, de 8 de novembro de 2025 a 31 de janeiro de 2026. “Quero desenvolver ainda mais essa iniciativa de um estúdio flutuante e transporte movido a energia eólica para algumas das minhas próximas exposições. O objetivo é criar novos imaginários e oferecer uma alternativa às pressões e ao ritmo frenético do mundo da arte: feiras e exposições internacionais consomem enormes quantidades de energia e priorizam a velocidade”, explica o artista. “O setor precisa se adaptar aos desafios ecológicos, mas tem dificuldade em fazê-lo mantendo a competitividade. Este projeto é uma experiência, uma tentativa – que tem valor como obra de arte em si”, acrescenta. Para esta expedição, o artista será acompanhado por Roland Jourdain, velejador premiado e cofundador da Fondation Explore; Denis Juhel, capitão assistente; Matthias Colin, oceanógrafo, que estará a bordo para fins de pesquisa; Antoine Veilhan, filho do artista, especializado em carpintaria e marcenaria náutica; e Carmen Panfiloff, assistente de escultura e marcenaria.
A Fondation Explore e o Muséum National d’Histoire Naturelle, em Paris, são parceiros nesta viagem e usarão a travessia para pesquisa científica. Amostras de plâncton serão coletadas ao longo da rota e transmitidas via satélite para alimentar bancos de dados científicos. A bordo, um hidrofólio equipado com um hidrofone registrará a vida subaquática, de modo a conhecê-la e preservá-la.
A intenção é que Veilhan trabalhe como faz em seu estúdio na França. O barco não é apenas um meio de transporte, mas um estúdio em movimento. Para produzir esculturas a bordo, a equipe trará equipamentos para trabalhar madeira da França, projetados por Antoine, construídos para funcionar sem eletricidade, como uma serra de fita acionada por pedal.
Em Do vento, Xavier Veilhan revisita uma preocupação central em sua prática: a relação entre a segunda e a terceira dimensões. Para o artista, toda escultura começa como uma linha, e é através de sua acumulação e sucessão que o volume emerge. Essa articulação entre o gráfico e o espacial reflete a passagem da imagem para a realidade. Um ritmo linear se desdobra ao longo da exposição: em desenhos de parede, móbiles e esculturas, nas quais camadas de madeira compensada montadas sugerem ao mesmo tempo estrutura e fluidez.
Evocando a linha constante do horizonte e as coordenadas móveis das cartas náuticas que deram origem à exposição, essas formas traduzem a travessia transatlântica de Veilhan em um desenho espacial onde orientação e movimento coexistem.
A exposição também incluirá um vídeo, feito durante a viagem, que entrelaça elementos de ficção e documentário. Como observa Veilhan, o projeto é “uma celebração de tudo o que está vivo, uma celebração da natureza”.
A ideia é que a exposição na Nara Roesler São Paulo seja a primeira de um novo modelo de criação e transporte de obras pensado pelo artista, incorporando a sustentabilidade e também o processo criativo de uma maneira mais enfática a sua poética. Dessa forma, pretende-se, por meio de futuras parcerias dentro e fora da França, expandir esse formato, trazendo para ele novos arranjos, materiais e debates.
Serviço
Exposição | Do Vento
De 8 de novembro a 20 de dezembro
Segunda a sexta, das 10h às 18h, sábado das 11h às 15h
Período
8 de novembro de 2025 10:00 - 20 de dezembro de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Nara Roesler - SP
Avenida Europa, 655, São Paulo - SP
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O Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (MUNCAB) inaugura a exposição “Memória: relatos de uma outra História”, um dos acontecimentos centrais da Temporada França-Brasil 2025. Com curadoria de Nadine Hounkpatin
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O Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (MUNCAB) inaugura a exposição “Memória: relatos de uma outra História”, um dos acontecimentos centrais da Temporada França-Brasil 2025.
Com curadoria de Nadine Hounkpatin e Jamile Coelho, a mostra reúne 20 artistas negras da diáspora africana e do continente africano, que se apropriam das artes visuais como campo de elaboração da memória e de reconstrução simbólica do mundo. Suas produções instauram um pensamento decolonial, no qual a arte atua como forma de escuta, reescrita e reexistência.
Participam: Amélia Sampaio, Barbara Asei Dantoni, Barbara Portailler, Beya Gille Gacha, Charlotte Yonga, Dalila Dalléas Bouzar, Enam Gbewonyo, Fabiana Ex-Souza, Gosette Lubondo, Josèfa Ntjam, Luana Vitra, Luisa Magaly, Luma Nascimento, Madalena dos Santos Reinbolt, Maria Lídia dos Santos Magliani, Myriam Mihindou, Na Chainkua Reindorf, Selly Raby Kane, Tuli Mekondjo e YêdaMaria.
Após itinerar por Bordeaux, Abidjan, Yaoundé e Antananarivo, a exposição chega a Salvador — cidade em que a herança africana se manifesta como fundamento estético e artístico — para instaurar um novo capítulo do projeto. No MUNCAB, essas artistas constroem um território de enunciação e reparação, no qual imagem, corpo e gesto tornam-se instrumentos de reconfiguração das narrativas históricas e de afirmação das subjetividades negras.
A exposição é uma realização do Ministério da Cultura, Petrobras e Embaixada da França no Brasil, em parceria com o MUNCAB, sob gestão da Amafro.
Serviço
Exposição | Memória: relatos de uma outra História
04 de novembro a 1º de março de 2026
Terça a domingo, das 10h às 16h30, sábado das 10h às 17h
Período
8 de novembro de 2025 10:00 - 1 de março de 2026 16:30(GMT-03:00)
Local
Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira: MUNCAB
R. das Vassouras, 25 - Centro Histórico, Salvador - BA
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A última exposição de 2025 da Pinacoteca, “Trabalho de Carnaval”, é uma coletiva com obras de 70 artistas de diferentes gerações e origens, como Alberto Pitta, Bajado, Bárbara Wagner, Ilu Obá
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A última exposição de 2025 da Pinacoteca, “Trabalho de Carnaval”, é uma coletiva com obras de 70 artistas de diferentes gerações e origens, como Alberto Pitta, Bajado, Bárbara Wagner, Ilu Obá de Min, Heitor dos Prazeres, Juarez Paraíso, Lita Cerqueira, Maria Apparecida Urbano, Rafa Bqueer e Rosa Magalhães.
A mostra no edifício Pina Contemporânea expõe 200 obras dentre adereços, projetos de decoração e documentação histórica em fotografia e vídeo, além de comissionamentos de projetos inéditos dos artistas Adonai, Ana Lira e Ray Vianna.
Dividida em quatro temas – Fantasia, Trabalho, Poder e Cidade, “Trabalho de Carnaval” apresenta a maior festa popular do país como uma cadeia produtiva que envolve o trabalho das muitas mãos desde antes mesmo da festa acontecer, ao mesmo tempo em que alude à precariedade e invisibilidade desses profissionais.
NÚCLEOS TEMÁTICOS
O núcleo Fantasia faz referência a dois elementos característicos do carnaval: o ato de se fantasiar e a força da imaginação. Projetos e croquis integram a parte central da Grande Galeria, como os estudos de J. Cunha para o carnaval de Salvador e Joana Lira para as decorações de rua do Recife.
Discussões sobre as condições de trabalho da festa são apresentadas no núcleo Trabalho, no qual são apresentadas obras que trazem à tona a representatividade dos trabalhadores.
A relação entre carnaval e espaço urbano ou rural aparece no núcleo Cidade por meio de representações de blocos, cordões, afoxés e outras formas de cortejos. O núcleo reúne obras como as fotografias realizadas por Diego Nigro no bloco de carnaval Galo da Madrugada (2025).
Por fim, o núcleo Poder celebra os encontros de trabalhadores dos canaviais em Pernambuco transformando-se em reis e rainhas do maracatu, assim como mulheres negras e grupos periféricos marginalizados se tornando, por alguns dias, as figuras de comando durante a festa na Bahia: Deusas de Ébano, Reis Momos, Rainhas do Carnaval.
Serviço
Exposição | Trabalho de Carnaval
De 8 de novembro de 2025 a 12 de abril de 2026
Quarta a segunda, das 10h às 18h
Período
8 de novembro de 2025 10:00 - 12 de abril de 2026 18:00(GMT-03:00)
Local
Pinacoteca Contemporânea
Av. Tiradentes, 273, Luz, São Paulo - SP
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A Mendes Wood DM tem o prazer de apresentar a exposição Nascimento de Antonio Obá, que ocupa todo o espaço da galeria na Barra Funda com obras inéditas e emblemáticas.
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A Mendes Wood DM tem o prazer de apresentar a exposição Nascimento de Antonio Obá, que ocupa todo o espaço da galeria na Barra Funda com obras inéditas e emblemáticas. Os trabalhos, desenvolvidos com técnicas distintas como pintura, desenho, instalação e filme, dão continuidade à investigação do artista sobre a construção da identidade nacional, e suas contradições e influências, por meio de ícones e símbolos presentes na cultura brasileira.
O título da exposição surge da ideia de nascimento como marco de um momento, de uma nova existência sobre a Terra. Este evento milagroso também carrega a contrapartida da fortuna e da sorte, que nos acompanha desde a concepção. Para Obá, “Estar sujeito a isso não diz a respeito de uma escolha. Estar sujeito a isso diz a respeito de uma irreverência ao inevitável. Então, o que podemos fazer é demarcar essas várias sortes através do rito, da celebração, do símbolo, da linguagem.”
Cada obra que compõe a exposição confere a essa tentativa de situar a ideia de sorte, fortuna, ora como uma prece, ora com um ritual que celebra isso.
Uma instalação inédita, localizada em um espaço fechado, no fundo da galeria, se refere diretamente a ideia de jogo e de sorte. Nela, colunas de búzios se derramam sobre peneiras de bronze douradas, carregando ovos de cerâmica pintados de vermelho. Os búzios representam elementos de tentativa de leitura da sorte, do destino e da sina, e simbolizam a moeda de troca, que também se transforma em oferenda. Na disposição que se encontram no espaço, os búzios formam colunas que estão ascendendo, como um território de elevação espiritual e de ressignificação da vida ante ao que ela propõe de fatal.
Na entrada do espaço expositivo, um caminho de espadas de São Jorge e Iansã, conduzem até um novo objeto instalativo: um altar com dois troncos que simbolizam o pelourinho. Os troncos estão inteiramente cravejados de pregos — em um deles, os pregos estão voltados para fora; no outro, para dentro — simbolizando proteção e punição e a dificuldade de harmonizar tensões. Entre os pelourinhos, cabos suspendem uma cabeça de bronze com um prumo na ponta. Esta instalação é uma oferenda ao senhor do caminho, portanto, tem uma relação com Exu.
A instalação Ka’a porá (2024), apresentada pela primeira vez na mostra itinerante Finca-Pé: Estórias da terra no CCBB Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília, ocupa lugar de destaque na exposição. Esculturas de pés, representando tanto o pé humano quanto o de uma árvore, enfatizam a conexão com o solo. A configuração da obra lembra um pequeno jardim, com troncos dispostos de forma aparentemente aleatória, cada um sugerindo uma direção diferente dentro de um labirinto. O título da instalação deriva do termo tupi ka’a porá, que se refere a um indivíduo que se estabelece e se ancora à terra. A expressão também remete à figura mítica da Caipora, protetora das florestas na mitologia indígena brasileira. Outro elemento simbólico da instalação revisita o conceito de poda, entendido aqui como um ato de violência que rompe com a vida e a natureza.
Telas de diferentes tamanhos e técnicas compõem a narrativa visual da mostra. Um conjunto de 22 pinturas de pequeno formato apresenta a leitura de Obá sobre o Tarô. Nas obras, o artista utiliza de uma mistura de técnicas junto a folhas de ouro, conferindo um tom mágico e fantasioso único às cartas do oráculo. Além dessas, a exposição reúne novas pinturas de grandes dimensões, bem como uma obra pintada diretamente sobre uma das paredes do espaço expositivo. Nessas peças, figuras e símbolos que compõem a identidade brasileira sugerem novas interpretações. A mostra também inclui desenhos inéditos feitos com carvão, nanquim, lápis e têmpera e sobre tela.
O filme Encantado (2024) apresenta uma performance do artista que propõe reflexões sobre sistemas simbólicos — especialmente os religiosos. A ação performática evoca uma perspectiva ritualística, centrada na figura do peregrino, que, em seu gesto, sintetiza elementos de crença, cultura e tradição associados ao imaginário do romeiro.
Com esse conjunto de obras, que atravessa diferentes mídias e simbologias, a exposição reafirma a potência da produção de Antonio Obá na construção de uma poética que investiga identidade, território e espiritualidade.
Serviço
Exposição | Nascimento
De 8 de novembro a 14 de março de 2026
Terça a sexta, das 11h às 19h, sábado das 10h às 17h
Período
8 de novembro de 2025 11:00 - 14 de março de 2026 19:00(GMT-03:00)
Local
Mendes Wood DM
Rua Barra Funda, 216, São Paulo – SP
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A Galeria Estação apresenta a exposição “Eu sou o Silva”, dedicada à obra de José Antônio da Silva, um dos grandes nomes
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A Galeria Estação apresenta a exposição “Eu sou o Silva”, dedicada à obra de José Antônio da Silva, um dos grandes nomes da arte brasileira do século XX. A mostra celebra o sucesso internacional do artista e marca a itinerância da exposição “Pintar o Brasil”, que iniciou no Musée de Grenoble, na França, abrindo o Ano Cultural Brasil–França 2025, e passou pela Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre. Agora, parte dessa celebração chega ao Museu de Arte Contemporânea da USP, acompanhada por uma nova seleção de obras do acervo da Galeria Estação e de colecionadores particulares.
Com curadoria de Paulo Pasta, a exposição revisita o legado de Silva, cuja pintura segue viva e atual, constantemente reinterpretada por novas gerações. Sua obra transcende o rótulo de “primitiva” e reafirma o artista como um criador de linguagem própria — alguém que reinventou a pintura brasileira ao unir forma e conteúdo, realidade e imaginação, vida e arte. Sua trajetória reflete uma busca incessante pela expressão autêntica da paisagem, da cultura e do povo do interior do Brasil.
Silva sempre se reconheceu como um intérprete da natureza e da vida rural, transformando cenas do cotidiano em imagens poéticas e simbólicas. Em sua pintura, o real e o fantástico convivem, revelando uma percepção singular da transformação da paisagem e das tensões entre progresso e tradição. Essa atual leitura de sua obra também ressoa com as preocupações contemporâneas sobre meio ambiente e identidade cultural.
Mais do que uma retrospectiva, “Eu sou o Silva” é uma afirmação da força e da atualidade de sua pintura. A exposição convida o público a redescobrir um artista que aprendeu com a própria experiência e que soube transformar o popular em sofisticação estética. Reunindo obras raramente vistas em São Paulo, a mostra reafirma José Antônio da Silva como um dos grandes intérpretes visuais do Brasil.
Serviço
Exposição | Eu sou o Silva
De 13 de novembro a 23 de dezembro
Segunda à sexta das 11h00 às 19h00, sábado das 11h às 15h00
Período
13 de novembro de 2025 11:00 - 23 de dezembro de 2025 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Estação
Rua Ferreira de Araújo, 625 - São Paulo - SP









