Vista da exposição Xilograffiti, no Sesc Consolação. Foto: Evelson de Freitas
Vista da exposição Xilograffiti, no Sesc Consolação. Foto: Evelson de Freitas

De um lado, cordéis; do outro, zines. Enquanto acontece um duelo de repentistas em uma praça, na quebrada rola uma batalha de slam. Ao que a goiva sulca a madeira, o estilete corta a máscara do stencil. “Mais do que linguagens artísticas, a xilo e o graffiti transformaram-se em símbolos culturais que atraem artistas e públicos engajados na sua perpetuação”, explica Baixo Ribeiro, curador de Xilograffiti, exposição que busca mostrar como apesar de aparentemente distantes por seus contextos de origem, graffiti e xilogravura fazem parte de culturas que se conectam.

Organizada em seis núcleos temáticos – cordel raiz, cordel contemporâneo, xilo urbana, lambegrafia, tipograffiti e graffiti xilográfico – a seleção de obras contempla uma diversidade no que diz respeito a territorialidade, técnicas, dimensões e processos. Porém, os trabalhos apresentam muitos pontos convergentes, em especial pelo caráter colaborativo de suas criações.

A arte!brasileiros visitou a mostra, em cartaz no Sesc Consolação, e conversou com o curador. Confira:

Participam da exposição J. Borges (PE); Lira Nordestina (CE); Samuel Casal (RS); Atelier Piratininga (SP); Turenko (AM); Paulestinos (SP); Oficina Tipográfica (SP); Romildo Rocha (MA); Derlon (PE); Xicra convida soupixo; Andréa Sobreiro e Carol Piene (CE); 23ª edição do Projeto Armazém – Mulher Artista Resiste (SC) e Lau Guimarães (SP).

“Muitos desses artistas e coletivos ainda fazem trabalho com a colaboração de outros artistas. Então, na verdade, é uma exposição de redes. São vários coletivos que se intersectam e se ampliam. Então se você me perguntar quantos artistas têm na exposição, direi que são cerca de 150 e mais você – o público”, diz Baixo Ribeiro. Isso, porque Xilograffiti traz uma série de ações interativas, onde o visitante pode utilizar carimbos, matrizes, cartazes e outros materiais para criar suas próprias obras e integrá-las à mostra.

Conforme explica o curador, essa articulação em rede se deu não só nos trabalhos expostos, mas também na elaboração da própria mostra. “Não é a exposição de um curador, nem de um artista, mas de muitas redes reunidas. Fomos desde a base da criação fazendo esse processo de articulação de redes”, compartilha.

Xilograffiti fica em cartaz no Sesc Consolação até 31 de julho de 2022 e pode ser visitada gratuitamente de terça a sábado, das 10h às 21h, e aos domingos e feriados, das 10h às 18h.


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