Foto: Iara Morselli

Na noite de ontem, 26/11, o Itaú Cultural recebeu o corpo representante da Fundação Edson Queiroz no evento de lançamento de seu Catálogo Coleção. Composto por dois livros, a edição traz 870 obras de mais de 300 artistas, majoritariamente brasileiros, e delineia cinco séculos de arte e história brasileiras.

O projeto

Idealizado por Airton Queiroz, irmão de Lenise Queiroz Rocha, atual Presidente da Fundação, o projeto é produto do desejo de sistematizar o trabalho realizado há anos no espaço da Universidade de Fortaleza. A Universidade privada fundada por seus pais, organiza mostras de arte abertas ao público no seu prédio.

A coleção conta com dois volumes. Foto: Iara Morselli

Lenise explica que seu irmão Airton foi o grande responsável pelo acervo atual. “Ele sempre acreditou no ensino através da cultura.” Viabilizar o acesso à cultura no Ceará gera um enorme impacto. Fora do eixo Rio-São Paulo, são menores as possibilidades do segmento. “Através da arte se aprende com mais facilidade, porque ela envolve emoção.

 

A arte e o futuro

A reprodução de um vídeo Institucional da Fundação Edson Queiroz abriu o evento, elucidando a atuação da Instituição em sua comunidade. Eduardo Saron apontou para a relevância do material publicado por ela. “Vivemos em um país que só se preocupa em inovar. É importante, mas impossível inovar sem conservar as memórias do Brasil”, opinou.

Max Perlingeiro enfatizou o conceito de coleção viva, fazendo referência às mais de 800 obras e os tantos artistas que compõem o volume. O organizador contou que, ao ser questionado sobre a impressão dos livros na era mais tecnológica já vivida, respondeu que era importante fazê-lo. “As bibliotecas existem e resistem”, acrescentou, colaborando com o posicionamento de Saron.

O historiador Pedro Corrêa do Lago apresentou 30 obras selecionadas ao público. “Confesso que algumas delas foram escolhidas pelo meu coração”, iniciou. Suas áreas de estudo, como os “artistas viajantes”, somaram-se aos aspectos de relevância, no sentido de preservação da história brasileira, por ele considerados.

Obras documentais e o retrato de Maurício de Nassau iniciaram a linha cronológica. As pinturas de Frans Post das terras brasileiras ganharam destaque. “O Brasil foi o primeiro país das Américas a ser pintado por um artista europeu profissional”, comentou.

A aquarela precedente ao quadro panorâmico da cidade de São Paulo, encomendado por D. Pedro, também presente na mostra “Brasiliana”, no Itaú Cultural, além de quadros de Debret, de Araújo Porto Alegre (seu aluno), Victor Meirelles, Belmiro de Almeida, Portinari, Di Cavalcanti, Ismael Nery, Tarsila do Amaral, Antonio Bandeira, entre tantos outros, foram comentados por ele. Corrêa do Lago enfatizou a importância de cada um dos trabalhos no delineamento da história brasileira por meio da arte.

Os impactos da arte

A Presidente da Fundação comentou que impactos positivos podem ser observados a partir dos projetos que desenvolvem junto à comunidade local, como a Escola de aplicação Yolanda Queiroz, Projeto Jovem Voluntário, entre outros.

“A arte tem o poder de integrar, ela proporciona aos artistas e seus consumidores a possibilidade de se expressar”, finaliza.


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