Exposição "Lar", de Mogle, Allan Souza Lima e Jota Andrade

A galeria Kovak & Vieira abre “Lar“, individual do artista André Mogle com participação dos artistas Allan Souza Lima e Jota Andrade. Com expografia e curadoria de Tito Bertolucci e texto crítico de Renata Rocco, a mostra “Lar”, de Mogle, apresenta mais de 30 obras, produzidas entre os anos de 2024 e 2025, e marca uma nova fase do artista que denota mais introspecção e autoconhecimento. “‘Lar’ é uma série que aborda nosso corpo enquanto nossa morada, o lugar mais íntimo. É onde armazenamos nossos conhecimentos e nossos sentimentos e, quanto mais a gente habitar o ‘lar’ que tem dentro de nós, mais conseguiremos viver com o lado de fora”, conta Mogle.

A estética contemporânea e ambiental que marcam o estilo de Mogle, representado por meio de seres lúdicos em uma espécie híbrida de humano e planta, preenchem telas, se revelam em objetos e esculturas nesta mostra. Renata Rocco pontua que o título da exposição se traduz como ponto de partida e de chegada. “Se o dicionário define ‘Lar’ como ‘casa onde habita uma família; domicílio, habitação’ e também como ‘lugar em que se nasceu; pátria, terra natal’, nas obras de Mogle essas ideias se expandem — e se aprofundam. Aqui, o lar também é corpo. Corpo como abrigo. Corpo que se aninhava no ventre materno — o primeiro lar. Corpo que guarda memórias, que cuida, que sente, que pensa. Corpo que retorna à sua origem, que revisita sua ancestralidade.”

Mogle, que tem origem indígena, exibe por meio de inconfundíveis traços e cores em suas obras, referências da natureza, da infância e do afeto. O artista convida o espectador a adentrar seu mundo, onde elementos que simbolizam terra, água e céu, se misturam ao corpo e, consequentemente, ao seu interior, o ‘lar’, criando caminhos para a refletir acerca das mensagens que escapam no ruído presente.

Assim, “Lar” é um impulso à reflexão em meio à efemeridade dos dias atuais. “Em um tempo marcado pela sobrecarga de tarefas, pela velocidade impiedosa e pelo bombardeio de imagens que nos anestesia e hipnotiza, somos empurrados para longe de nós mesmos — e, consequentemente, uns dos outros. O que Mogle propõe, com delicadeza e profundidade, é um movimento inverso: o retorno a si. Ouvir os sinais. Reativar a escuta e a sensibilidade do corpo, acessando a sabedoria ancestral que habita em cada um, como quem busca paz consigo”, finaliza Renata Rocco.

Allan Souza Lima e Jota Andrade, por sua vez, apresentam um conjunto com três fotografias que foram produzidas durante as filmagens da segunda temporada de “O Cangaço”, streaming que será lançado em 2026 no Prime Video. Durante as filmagens que aconteceram nas cidades de Cabaceiras e Campina Grande (Paraíba), Parelhas (Rio Grande do Norte) e no interior do Ceará, ambos os artistas produziram imagens icônicas, das quais três serão apresentadas na mostra de André Mogle. Allan e Jota Andrade bucaram retratar o sertão nordestino tanto em sua beleza quanto em autenticidade.

Serviço
Exposição | Lar
De 17 de setembro a 16 de outubro
Segunda à sexta-feira das 11h30 às 19h e aos sábados das 11h30 às 16h30 | domingos apenas com agendamento