Exposição "Qualquer forma é outra forma"

Apartamento 61 e Simões de Assis, apresentam “Qualquer forma é outra forma”, exposição coletiva que ocupa a sede da casa-galeria — uma histórica casa modernista no bairro dos Jardins, em São Paulo, projetada por Victor Brecheret e reformada por Rino Levi.

Com expografia assinada por Luiz Solano e texto de Julia Lima, a coletiva, concebida em diálogo entre as galerias, reúne 23 artistas e 13 designers brasileiros de diferentes gerações, combinando peças de mobiliário e produções visuais emolduradas pela arquitetura, fora dos tradicionais âmbitos expositivos.

Os artistas que participam da mostra são Alexandre Canônico, Alexandre da Cunha, Amelia Toledo, Ana Hortides, Anderson Borba, Claudio Cretti, Daniel Acosta, Emanoel Araujo, Ione Saldanha, Jacque Faus, João Trevisan, Lenora de Barros, Mano Penalva, Marcelo Pacheco, Marepe, Mari Ra, Marilá Dardot, Mestre Didi, Nelson Leirner, Nino Cais, Niobe Xandó, Rodrigo Sassi e Suanê.

Os designers que integram a coletiva são Aurelio Martinez Flores, Celina Zilberberg, Estúdio Rain, Giancarlo Palanti, Janete Costa, Joaquim Tenreiro, Jorge Zalszupin, Lina Bo Bardi, Lucio Costa, Luiz Solano, Maximiliano Crovato, Paola Muller e Sergio Rodrigues.

Em “Qualquer forma é outra forma” encontramos a epítome da confluência-confusão entre arte, arquitetura e design, colocando a casa-galeria em diálogo com nomes fundamentais do mobiliário moderno e contemporâneo, além dos 23 artistas de diferentes gerações.

O recorte curatorial parte da ideia de que as formas e categorias da história da arte – como abstrato e figurativo, geométrico e gestual, simbólico e material – não dão conta de abarcar a complexidade da produção contemporânea. Ao invés de reforçar dicotomias, a mostra propõe atravessamentos e zonas híbridas, reunindo artistas que exploram sistemas diversos de construção e expressão: da racionalidade geométrica ao gesto intuitivo, da materialidade bruta ao jogo da linguagem.

As obras apresentadas envolvem diferentes materialidades e suportes, como cerâmica, madeira, metal, couro, desenho, pintura, assemblage, relevo e escultura. Em conjunto, elas ativam a arquitetura da casa e seus móveis, criando novas relações de escala, ritmo e percepção entre corpo, objeto e espaço.

No texto crítico, Julia Lima reflete: “a casa transformada em espaço expositivo não coincide com nenhuma das esferas tradicionais de fruição da arte. Não é museu, nem galeria, nem residência habitada. Seus elementos arquitetônicos interferem na contemplação e sua escala desafia as proporções da produção contemporânea, criando um campo fértil para pensar modos outros de apresentação, leitura e consumo da arte”.

Vivian Lobato, diretora da Apartamento 61, comenta sobre a mostra: “Para nós, da Apartamento 61, é essencial trazer esse diálogo entre arte, arquitetura e design para dentro de um espaço que já carrega a memória modernista. Essa colaboração com a Simões de Assis amplia horizontes e reafirma nossa proposta de criar experiências que ultrapassam as fronteiras tradicionais da galeria.”

Guilherme Simões de Assis, diretor da Simões de Assis, conta que “a realização desta exposição reforça a importância das parcerias que temos construído. Ao lado da Apartamento 61 e em diálogo com as galerias que representam os artistas da mostra conseguimos ampliar o alcance e a força desse projeto, criando uma rede de colaboração que valoriza a produção contemporânea e a circulação de diferentes perspectivas artísticas.”

As galerias que apoiam seus artistas na realização dessa mostra são: Kubikgallery, Luisa Strina, Nara Roesler, Fortes D’Aloia & Gabriel, Marília Razuk, Verve, Aalvo Gallery, Superfície, Gomide & Co., Quadra, Lume, Bolsa de Arte e Estação.

Essa é a segunda iniciativa da Simões de Assis em residências modernistas. Em 2023, a galeria ocupou a Casa Gerassi, último projeto residencial de Paulo Mendes da Rocha, com um diálogo entre Ione Saldanha e Etel Adnan, acompanhado de peças de design autoral.

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