Exposição "Tornado Subterrâneo"
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A artista Tatiana Blass realiza na Albuquerque Contemporânea exposição individual intitulada “Tornado Subterrâneo”. A mostra ocupa o primeiro piso da galeria e é composta de obras inéditas e algumas já
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A artista Tatiana Blass realiza na Albuquerque Contemporânea exposição individual intitulada “Tornado Subterrâneo”. A mostra ocupa o primeiro piso da galeria e é composta de obras inéditas e algumas já exibidas em mostras em outras cidades.
Nome de destaque da arte contemporânea brasileira, a artista explora diferentes linguagens para abordar a incomunicabilidade nas relações interpessoais e a subjetividade do indivíduo diante de um mundo em constante transformação. Para isso, recorre a diversos suportes – pintura, escultura, instalação e vídeos – nos quais explora as dimensões de tempo e espaço de maneiras singulares.
Na série “Meia Luz”, de oito pinturas em grande escala, a artista faz referências a filmes e obras teatrais, construindo cenas e sugerindo narrativas em que prevalece a ambiguidade. As formas e cores, pouco definidas, criam ambientes que questionam as relações entre os personagens e seu estar no mundo.
Duas pinturas de 2×3 metros sobre vidro da série “Teatro de Arena –Tornado Subterrâneo” serão expostas na entrada e no fundo da galeria. A artista aborda o tema da mineração, com paisagens desérticas e figuras minúsculas. Crateras pontuadas por alguns personagens na vastidão do espaço devastado retomam o tema do palco, como em busca por um papel a desempenhar em um teatro de arena e as diminutas possibilidades de ação frente à destruição ambiental. Nesses trabalhos, a luz e a transparência dialogam com a paisagem de fundo, criando um jogo espacial com o entorno.
Os temas da mineração e do espaço cênico adquirem outras formas nas esculturas em bronze, realizadas com tinta e cera, em um processo longo e delicado que evidencia os efeitos da temporalidade sobre a matéria, resultado de um processo de derretimento da cera e da tinta pelo calor sobre a peça metálica. Restam nas obras os vestígios das matérias mais efêmeras, que remetem à temporalidade e à decomposição. As imagens do processo são exibidas em vídeo, revelando o desaparecimento das figuras – ou atores – de cera no cenário criado pela artista, fundindo passado e presente.
A instalação “Metade da fala no chão – Bateria preta” é uma nova versão de um importante trabalho da artista que integra a série com instrumentos musicais. Quatro baterias cortadas em formato de um grande círculo, com bumbos, caixas, surdos e pratos, são preenchidas por cera ou espalhadas pelo chão, ocupando 25 metros quadrados. Novamente, o tema da impossibilidade de comunicação é trazido à tona, desta vez, através do silêncio, imposto com certa violência, um corte radical que emudece e explicita incompletude.
Fazendo uso de varados recursos materiais, as obras frequentemente operam o sentido a partir da sinestesia: o silêncio imposto pela cera, a dimensão tátil das cores, o tempo narrativo sugerido em imagens estáticas, o elemento cênico carregado de subjetividade, a impossibilidade de alcançar o outro nas relações interpessoais. São temas bastante atuais apresentados com rigor formal e uma sensibilidade artística que intrigam e convidam o espectador numa imersão a sensações e questionamentos.
Serviço
Exposição | Tornado Subterrâneo
De 24 Junho a 30 Agosto
Segunda a sexta, das 10h às 19h, sábado, das 10h às 13h30
Período
24 de junho de 2025 10:00 - 30 de agosto de 2025 19:00(GMT-03:00)
Local
Albuquerque Contemporânea
Rua Antônio de Albuquerque 885 - Savassi, elo Horizonte - MG