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EXPOSIÇÕES ARTIGO

conheci o trabalho de marcos zacariades, em e, finalmente, fui visitar sua mostra O tempo espelhado,
2019, na Art Rio e fiquei muito impressionado. Na época, em exibição na cave subterrânea da Vinícola uvva, na
eu não tinha noção do que mais havia do pensamento cidade de Mucugê, em plena Chapada Diamantina. Para
dele e hoje vejo que foi apenas a ponta do iceberg. mim foi uma grande revelação encontrar aquela exposição,
Mesmo em meio ao corre-corre da feira, imediatamente naquele lugar, com aquela força. Tenho dito que, embora
achei que aquele trabalho faria muito bem ao acervo do não tenha visto tudo o que se expôs este ano no Brasil,
mar (Museu de Arte do Rio), e generosamente Marcos mas vi bastante, eu acho difícil que tenha uma exposição
aceitou doar, mas não entregou a peça. Fiquei com que supere em rigor formal, em vigor político e intelectual
medo, afinal peça doada e não recolhida pode vir a ser a mostra que hoje temos naquela galeria. O trabalho do
peça não recebida. Depois compreendi se tratar de Marcos tem uma grande abrangência, um diapasão de
um excesso de rigor, disse que estava insatisfeito com muita largueza. É o que eu acho que é uma obra épica.
alguns elementos, que precisava repensar e refazer O susto começou logo no primeiro dia e se seguiu
algumas questões. Então, ali, já tive uma noção inteira depois, com a visita a Igatu, pequena vila a poucos qui-
de que era um artista rigoroso em termos de forma. lômetros de Mucugê, onde Marcos Zacariades vive e,
Depois tivemos mais um encontro no Rio e tive acesso desde 2002, mantém a Galeria Arte & Memória. Igatu é
a outras imagens do seu trabalho e pensei em escrever uma cidade de pedras, e cada pedra tem uma história
sobre ele, conversamos sobre sua obra, a exposição, o livro que vai se desenrolando. Essas pedras são marcos de

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