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BIENAIS 35ª BIENAL DE SÃO PAULO
No alto, Resplandescente, Ventura Profana, 2019. Realização: Ventura Profana, podeserdesligado,
Rainha F., Davi de Jesus do Nascimento, Davi Nascimento, Vedroso, Antoine Golay e Carlos Queirozi
com obras de três artistas autodeclarados trans e queer na contemporaneidade, assentando sua nova
travesti (a carioca Tadáskia, a capixaba Castiel Vitorino edição, que começa em 6 de setembo, no trinômio corpo
Brasileiro e a baiana Ventura Fortuna), três artistas não feminino, gênero e negritude de forma radical, além de
bináries (o indiano Tejal Shah, o duo berlinense Pauline Bou- intensificar o diálogo com a produção dos povos origi-
dry e Renate Lorenz e o indonésio-pernambucano Daniel nários. Com o título Coreografias do impossível, a 35ª
Lie), o inventário vivo de um coletivo trans da Argentina (El Bienal terá ao todo obras de 119 artistas, selecionados
Archivo de la Memoria Trans) e uma investigação sobre o pelo coletivo curatorial formado por Diane Lima, Grada
registro de atuação da mais remota travesti não-indígena Kilomba, Hélio Menezes e Manuel Borja-Villel.
brasileira (Xica Manicongo, no século XVI), a 35ª Bienal de Três representações do pioneirismo da mulher negra
São Paulo tem quase 10% de sua escalação de artistas têm seu fulcro na evocação histórica, com Xica Mani-
constituída pelas chamadas sexodissidências. congo (morta em 1591), Aurora Cursino dos Santos
A mostra se propõe a apresentar dezenas de obras, (1896-1959) e Stella do Patrocínio (1941-1992). Mulheres
peças, representações e instalações que buscam a pre- negras do passado, que experimentaram a violência
sença histórica, o debate conceitual e o protagonismo da exclusão e do preconceito em sua forma mais cruel.
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