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BIENAIS BIENALSUR













                       Aliás, a BiEnalsur é um dos poucos eventos
                    internacionais que não alterou seu calendário
                    em função do Covid-19, como fizeram as bienais
                    de Veneza e São Paulo. Sua natural dispersão
                    geográfica e a presença cada vez mais intensa
                    das redes de internet em sua lógica estrutural
                   – com um destaque bastante importante dado
                    à comunicação virtual, por meio sobretudo do
                    site (bienalsur.org) estão entre as razões para a
                    manutenção do calendário. “Nos pareceu que a
                    lógica de rede, a lógica de trabalhar de maneira
                    simultânea, polifônica, descentralizada nos ia
                    permitir seguir adiante e creio que isso ficou
                    demonstrado pelo fato de que desde 8 de julho,
                    quando lançamos a primeira exposição, até hoje,
                    BiEnalsur veio crescendo, somando sedes,
                    somando projetos, articulando-se entre si e
                    gerando uma comunidade de arte que contribui
                    hoje com o desenvolvimento de uma cultura
                    crítica no tempo contemporâneo”, diz Diana.
                       Naturalmente, esse esgarçamento acaba por
                    provocar uma sensação de desorientação, que
                    pode ser captada por exemplo nos comentários
                    e pedidos de explicação que se acumulam nas
                    redes sociais do evento. Mas, por outro lado, traz,
                    segundo Diana, uma flexibilidade um tanto liber-
                    tadora, dando uma maleabilidade e uma grande
                    capacidade de adaptação. “A BiEnalsur é um
                    projeto associativo, que se adapta, que é flexível
                    e que trabalha com as lógicas de cada lugar. Não
                    é um projeto prepotente ou imperativo que vai a
                    cada lugar colonizando, mas o contrário: chega
                    a cada lugar com a humildade do estrangeiro, se
                    senta para conversar sobre a possibilidade de
                    trabalhar juntos e a partir de compartilhar uma
                    agenda de interesses e de questões a levar a cabo
                    juntos”, pondera a diretora artística e idealizadora
                    do evento. “Estamos atentos não só aos proces-
                    sos que de maneira singular fazem cada um dos
                    artistas, mas entendemos que esses processos
                    de alguma maneira são processos da sociedade,
                    são processos coletivos, são processos que se
                    fazem também na pluralidade e na diversidade”,
                    complementa.

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