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HOMENAGEM CARLOS CRUZ-DIEZ































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             figuras randômicas nessas junções. O público se torna   produção”. As fotografias trazem elementos tradicionais,
             parte da obra quando as projeções recaem sobre os   como retratos e paisagens, evidenciando um artista
             corpos que adentram a sala. Na sequência, vê-se duas   jovem. “Quase que temos que fazer um exercício de
             obras efêmeras adesivadas na parede: “As obras são   abstração para pensar que é o mesmo artista”, brinca.
             estáticas, mas o movimento está sempre presente na   Alguns dos cliques de Cruz-Diez lembram Pierre Ver-
             percepção do olhar”, diz Villela.                 ger e até Cartier Bresson, na opinião do curador, e
             Uma das obras mais icônicas, Cromossaturação  é   têm uma procura certa abstração. São imagens desde
             instalada em um espaço composto de três salas onde   a Venezuela dos anos 50 a fotos de viagens à Espa-
             são montadas, respectivamente, luzes vermelha, azul e   nha, que “tem uma coisa muito do calor da hora”, de
             verde. À medida que se anda entre elas e dependendo   acordo com Rodrigo, mas também um caráter docu-
             de  onde o olhar  parte, a  percepção  da  cor  sofre   mental evidente: “Quando eu vi essas fotos, fiquei muito
             modificações. “É realmente uma pintura no espaço”,   impactado justamente porque não dá para imaginar
             comenta o curador. Objetos em forma de cubos são   que é o mesmo artista”. O curador procurou fazer uma
             espalhados pelo espaço também, dando uma dimensão   seleção que fosse representativa de um contexto que
             de como as cores afetam cada uma de suas partes.     conectasse suas diferentes abordagens da fotografia.
             Um núcleo mais documental traz duas televisões que   Rodrigo revela que o contato para a exposição foi o
             exibem vídeos: um com fotografias de obras em espa-  primeiro que teve com Cruz-Diez, apesar de já conhecer
             ços público, trazendo a questão da arte envolvida com   muito de sua obra. O curador ficou impressionado com a
             a arquitetura, e outra com depoimentos de Cruz-Diez   infraestrutura da equipe do artista, muito afinada entre
             sobre os trabalhos.                               si, com o trabalho e com o artista: “Tinha uma coisa de
                                                               uma presença muito forte dele e uma clareza total”,
             UM OUTRO ARTISTA                                  conta ao se referir também a um “cotidiano de traba-
             A última sala da exposição abarca vinte fotografias em   lho” vivido pelo artista mesmo com 95 anos de idade.
             preto e branco tiradas por Cruz-Diez desde o início de   As fotografias ainda mostram um Cruz-Diez em relação
             sua carreira. Rodrigo conta que foi um desafio conven-  muito afetiva com a Venezuela, para onde voltava com
             cer o artista a mostrá-las junto aos outros formatos   certa frequência, residindo na França desde a década de
             que a exposição abraça: “Conseguimos compor de uma   60. Rodrigo comenta que ele falava muito de seu país de
             maneira que ele ficou contente, que é ter uma separa-  origem. Uma de suas maiores obras está no aeroporto
             ção das instalações e criar um cantinho mais íntimo   Simon Bolívar, em Caracas, que se tornou ponto de par-
             para essas fotografias, não conectando com o resto da   tida de muitos venezuelanos devido à crise vivida no país.


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