Page 24 - ARTE!Brasileiros #49
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BIENAIS 21ª BIENAL SESC_VIDEOBRASIL

























                                                               NESTA PÁGINA, HRAIR SARKISSIAN, FOTOS DA SÉRIE EXECUTION SQUARES,
                                                               2008. NA PÁGINA SEGUINTE, EM CIMA, CLAUDIA MARTÍNEZ GARAY, I WILL
                                                               OUTLIVE YOU, 2017. ABAIXO, ALTO AMAZONAS AUDIOVISUAL, DETALHE DE
                                                               ABOUT CAMERAS, SPIRITS AND OCCUPATIONS: A MONTAGE-ESSAY TRIPTYCH, 2018.




















             tipo de arquitetura ainda existentes na Arábia Saudita.   a uma posição de invisibilidade. Grupos coletivos como o
             Evidentemente a presença do vídeo é marcante na   Alto Amazonas Audiovisual, que congrega antropólogos e
             mostra, mas não é de forma nenhuma hegemônica.    cineastas indígenas, costuram e colocam em diálogo ima-
             Muitos trabalhos mesclam a linguagem com outras   gens captadas na região. Há também registros históricos
             formas de expressão como a pintura, a fotografia e o   como as entrevistas feitas pelo cineasta Andrea Tonacci
             desenho ou simplesmente incorporam procedimentos   com lideranças indígenas no final dos anos 1970 e que só
             típicos do vídeo em obras que prescindem da imagem   agora, em 2014, foram recuperadas e restauradas. Mas
             em movimento, como é possível constatar em obras   ainda estão presentes na mostra, e em coro, contunden-
             como as do brasileiro André Griffo, do malinês Tiécoura   tes vozes de alerta sobre a situação de comunidades e
             N’Daou e do tunisiano Nidal Chamekh, que trafegam   grupos em busca de sobrevivência e espaços afetivos de
             livremente pelos mais diferentes meios de expressão   convívio e luta. Esforço que está sintetizado na incisiva
             para desenvolver um trabalho de alto teor de resistência   ação comandada pela mexicana Teresa Margolles, um dos
             política. Em outras palavras, o evento nos coloca diante   cinco artistas especialmente convidados para participar
             de uma série de trabalhos que falam, nas palavras da   da Bienal, que denuncia a brutal violência contra os tran-
             diretora artística Solange Farkas, “línguas diferentes   sexuais. A obra, intitulada Priscila Presente homenageia a
             para situações muito similares”.                  travesti assassinada a facadas há um ano atrás no centro
             No quesito denúncia, o ponto alto da mostra são os   de São Paulo e se desdobra em três diferentes elementos:
             trabalhos relativos à população indígena, tirando da   ação performática, bordado e vídeo. Ou nas pinturas de
             invisibilidade o drama dessas populações cada vez mais   No Martins, que associam potentes retratos de figuras
             ameaçadas pela violência e que há muito são relegadas   negras à frase “Já Basta!”.


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