Page 70 - ARTE!Brasileiros #48
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EXPOSIÇÃO FOTOGRAFIA
Michelangelo e Rafael, que inaugurou o espaço no técnicas neste momento onde a vertiginosa
começo de 2016. transição tecnológica que nos assola há déca-
Nesta retrospectiva são cerca de 400 fotos, das, além do dito progresso, provoca também
escolhidas pelos curadores Fábio Furtado, Regina discussões onde nem os ícones são poupados.
Martins e Rodrigo Villela — que é diretor executivo Recentemente, Sebastião Salgado provocou bur-
e artístico do Espaço Cultural —, em um trabalho de burinho nas redes sociais ao disparar que, para
curadoria que começou em janeiro e mergulhou nos ele, as “imagens de celular não são fotografia”.
arquivos de mais de 50 anos do trabalho do fotógrafo.
Para os curadores, a “exposição nasceu diante
de alguns desafios consideráveis ainda que mara-
vilhosos… Foram inventariados mais de 150 mil
fotogramas coloridos - imagens inéditas que agora
podem ser vistas pelo público pela primeira vez.
A parte em preto e branco, embora já catalogada
e organizada previamente, representa outros 80
mil fotogramas, aproximadamente. Se juntarmos
a isso sua produção digital, desde o começo dos
anos 2000 até agora, o volume, no mínimo, duplica.
Sem falar no delicioso risco de se ter uma nova
e extraordinária sequência de imagens feita por
Carlos a cada dia, no decorrer do processo”.
Nascido em São Paulo em 1936, Carlos Moreira
começou a fotografar no começo dos anos 60,
quando encantou-se com Cartier-Bresson, de quem
a influencia mais tarde se afastou. Atualmente
o fotógrafo reconhece “uma certa ‘dureza’ em
Cartier-Bresson” que hoje o incomoda, “mas foi
importante na minha formação”.
Moreira formou-se pela Universidade Mackenzie,
em Economia, e optou pela fotografia em 1964,
abandonando a nem mal iniciada economia.
Conhecido por suas fotos analógicas em preto e
branco, produzidas em cidades por onde passou, nas
paredes do Espaço Cultural Porto Seguro também
estão expostas 250 fotos inéditas de suas fases cor e
digital. Dividida em núcleos, a exposição reúne desde
as fotos do começo da carreira até imagens digitais
recentes. Carlos Moreira já expôs em Paris (1983),
Washington (1986) e Nova York (1988). Suas fotos
estão em acervos importantes, como o do Pompidou.
Também são interessantes suas escolhas
O TRABALHO DE CURADORIA DA EXPOSIÇÃO COMEÇOU EM JANEIRO,
MERGULHOU EM CERCA DE 80 MIL FOTOGRAMAS PRETO-E-BRANCO
E MAIS DE 150 MIL EM CORES. A FOTO DA MÃO FORA DO CARRO
FOI FEITA EM SÃO PAULO, A DAS PERNAS NO GUARUJÁ, EM 1981
A DA SENHORA COM A SOMBRINHA, EM 1997 E A DO VENDEDOR
DE COCADA, EM 1991, NO LITORAL DE SÃO PAULO
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