Page 91 - ARTE!Brasileiros #43
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A!B: É, são muitas coisas para pilotar de longe... Como nasce
a Fundação e com que objetivos?
Ela nasce com alguns objetivos. O de
difundir a minha obra como artista é
um deles. Hoje sou seu Presidente,
mas quanto mais conseguirmos
profissionaliza-la menos ela vai
precisar de mim. Assim, pode-
rei me dedicar mais a minha
obra como artista plástico.
Ela nasce com o objetivo de
investigar os caminhos da arte
contemporânea, poder documentar
o que se faz no Brasil e fundamen-
talmente promover o acervo.
Depois de 10 anos, a coleção tem mais de
1000 obras que vão do barroco ao contempo-
râneo. Será predominantemente brasileira, com-
posta de esculturas, uma coleção importante de
fotografias e pinturas - gravuras e desenhos - e com
artistas latinoamericanos. Nesse sentido comecei a
me desfazer de peças europeias e estadounidense
que deixaram de estar no foco da coleção.
[No fechamento desta edição, soubemos que Mar-
cos Amaro tinha doado um Andy Warhol à coleção
do MASP].
A coleção de esculturas não é aleatória, especifica-
mente ela dialoga com o meu trabalho. Alguns dos
artistas que já fazem parte são Cildo Meireles, Nuno
Ramos, Tunga, León Ferrari e Henrique Oliveira.
A Fundação Marcos Amaro juridicamente é uma
associação, uma Oscip. Justamente neste momento
estou separando aquilo que é da coleção particular
e o que será do acervo da Fundação. Para isso,
estou fazendo acordos de comodato. Acho neces-
sário criar essa profissionalização. Quero separar
claramente, dar densidade ao projeto.
A!B: Como você pretende mostrar a coleção?
Raquel Fayad é diretora da Fundação e convi-
dei o curador Ricardo Resende como curador
responsável de ir mostrando a coleção como
um todo, criando exposições com diferentes
poéticas. O que mostrar, o que escolher, porque
em cada mostra. Sempre fiquei muito focado em COLUNA, 2016, CACIPORÉ TORRES
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