O Museu de Arte Contemporânea da USP apresenta a exposição Bifurcações Vegetais, baseada no diálogo transdisciplinar entre arte contemporânea, arqueologia, antropologia, arquitetura e saberes tradicionais. Com curadoria de Karen Shiratori
O Museu de Arte Contemporânea da USP apresenta a exposição Bifurcações Vegetais, baseada no diálogo transdisciplinar entre arte contemporânea, arqueologia, antropologia, arquitetura e saberes tradicionais. Com curadoria de Karen Shiratori (Brasil) e Étienne de France (França), a mostra promove e cultiva reflexões críticas sobre os múltiplos e dissonantes sentidos da agricultura, em diferentes contextos sociais, e as complexas formas em que humanos e plantas se relacionam. A partir de contra narrativas, a exposição questiona o sentido hegemônico da agricultura como um marco civilizatório, único e linear, propondo outros modos de conceber os vínculos entre humanos e a diversidade vegetal.
Integrada à programação da Temporada França-Brasil 2025, a exposição “convida a pensar a criação como um processo atento às relações que constituem e sustentam o espaço que habitamos”, diz Fernanda Pitta, docente do MAC USP e responsável pelo acompanhamento curatorial da mostra. As obras — vídeos, instalações, registros arqueológicos, plantas, fotografias, pinturas e documentos — permitem cruzamentos entre arte, ciência e conhecimentos tradicionais para abordar temas como colapso ecológico, práticas de regeneração, desigualdade social, a urbanidade em sua diversidade, os modos de vida tradicionais em transformação, e a necessidade de repensar nossas relações com a terra, os alimentos e os ciclos da vida
“O que emerge quando interrogamos essas narrativas a partir da escuta de práticas indígenas, saberes tradicionais e científicos, e da linguagem da arte contemporânea?”, pergunta a curadoria. Na exposição, a produção artística se articula a práticas de cultivo, pesquisa, escuta e convivência, reconhecendo que mundos são feitos em associação com muitos outros seres. Em um momento marcado por crises ambientais e sociais, esta iniciativa propõe não apenas uma exposição, mas os encontros que promovem a regeneração e a produção da diversidade.
Ao receber Bifurcações Vegetais, o MAC USP reafirma seu compromisso como plataforma a modos expandidos de criar e aprender, “reconhecendo que cuidar da vida em comum é também um gesto estético, ético e político”, afirma Fernanda Pitta.
Serviço
Exposição | Bifurcações Vegetais
De 25 de novembro a 22 de fevereiro
Terça a domingo das 10 às 21 horas
MAC USP
Avenida Pedro Álvares Cabral, 1301 – Ibirapuera - São Paulo - SP