A OMA Galeria apresenta a exposição Aos Domingos, individual do artista Eduardo Freitas com texto crítico de Lorraine Mendes. Reunindo cerca de 15 obras entre esculturas, instalações e performances, a
A OMA Galeria apresenta a exposição Aos Domingos, individual do artista Eduardo Freitas com texto crítico de Lorraine Mendes. Reunindo cerca de 15 obras entre esculturas, instalações e performances, a mostra se inspira nas tradições dos domingos brasileiros para transformar a galeria em um espaço de convivência, humor e crítica.
Desenvolvidas ao longo de uma residência artística na Casa Azul, em Guarulhos (SP), as obras partem de rituais coletivos como missa, futebol, almoços em família e programas de auditório, para refletir sobre como o mercado de arte também é estruturado por ritos e performances sociais.
Radicado em Portugal desde 2017, Freitas toma como ponto de partida a expressão portuguesa “Anos a virar frango”, que se refere à experiência adquirida pela repetição de um ofício. Entre ateliê e cozinhas – espaços que sempre fizeram parte de sua trajetória como imigrante -, ele constrói uma linguagem visual marcada por humor, ironia e trocadilhos. Obras como Ave Maria e Pintura Pavê, feitas com esculturas de bolachas de maisena, e a instalação Televisão de Cachorro, na qual frangos de cerâmica giram dentro de uma vitrine de padaria, contrariam a aura intocável da obra de arte e a aproximam do cotidiano e do imaginário popular.
Ao longo da exposição, uma série de atividades e performances, como uma oficina de panos de prato, um leilão de esculturas beneficente com a ativista Luisa Mell e uma rifa valendo um frango assado de cerâmica cruzam estratégias do comércio popular com o ambiente institucional da galeria. O artista ironiza os rituais do mercado de arte e propõe novas formas de encontro, transformando o espaço em “uma venda, em um palco, ou em um botequim do fim da rua”, como escreve Lorraine Mendes.
Segundo Freitas, “Essa é a minha galeria comercial: atravessada por cheiros, sons e memórias. Um espaço onde virar frango é tão nobre quanto virar tela. Onde a poética é feita de práticas vividas, de trabalho acumulado, de humor e sobrevivência. Porque talvez a verdadeira obra de arte seja continuar — com fome, com ironia e com fogo aceso.”
Serviço
Exposição | Aos Domingos
De 08 de novembro a 13 de dezembro
Quarta a sexta, das 12h às 19h e sábado das 10h às 15h
OMA Galeria
Rua Pamplona, 1197, casa 4 - Jardins - São Paulo - SP