Estado São Paulo
outubro
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Entre 25 de abril e 1º de dezembro de 2024, “Um Defeito de Cor” toma o espaço expositivo do segundo andar do Sesc Pinheiros com desdobramentos que recepcionam visitantes desde
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Entre 25 de abril e 1º de dezembro de 2024, “Um Defeito de Cor” toma o espaço expositivo do segundo andar do Sesc Pinheiros com desdobramentos que recepcionam visitantes desde o muro da entrada como uma mostra de arte que parte do romance histórico homônimo de Ana Maria Gonçalves. Em seu livro, a autora reconta a saga de Kehinde, africana escravizada confrontada com a necessidade de reconstrução em terras brasileiras e a incessante luta por liberdade fazendo uso da comida, da arte, do afeto, da busca pela família, acolhimento e de sua fé nos encantados.
Os curadores Amanda Bonan e Marcelo Campos, ambos do MAR (Museu de Arte do Rio), fizeram o convite a Ana Maria para uma construção curatorial conjunta a repensar a trajetória do livro de forma imagética: da produção moderna e contemporânea que tem em seu cerne a cosmogonia africana nasceu esse encontro a partir de produções de 131 artistas – entre 77 vivos e 37 já falecidos, além de 17 convidados a produzir novas obras para a mostra, com nomes como Kwaku Ananse Kintê, Kika Carvalho, Antonio Oloxedê e Goya Lopes.
Assim, tal exposição se pretende um profundo mergulho pelas quase mil páginas do texto de “Um Defeito de Cor” e toma seus dez capítulos como metodologia de divisão de núcleos temáticos em uma estrutura circular de fruição que transborda as questões da ancestralidade nas visualidades da mostra e proposta expográfica. Além dos curadores, fazem parte do processo de criação os artistas Ayrson Heráclito, consultor que assina a expografia ao lado de Aline Arroyo, e Tiganá Santana, curador da paisagem sonora que envolve o ambiente.
Nos meses em que esteve em cartaz no Rio de Janeiro, a mostra foi bem recebida pelo público, com visitação expressiva, deixando clara sua potência. É importante destacar que, antes da vinda para o Sesc Pinheiros, esta itinerância passou pelo Museu da Cultura Afro-Brasileira (Muncab), fazendo uma importante triangulação entre instituições e abrangência de públicos do Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
Serviço
Exposição | Um Defeito de Cor
De 25 de abril a 01 de dezembro
Terça a sábado das 10h30 às 21h | domingos e feriados das 10h30 às 18h
Período
25 de abril de 2024 10:30 - 1 de dezembro de 2024 21:00(GMT-03:00)
Local
Sesc Pinheiros
Rua Paes Leme, 195, Pinheiros, São Paulo - SP
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O dia a dia do povo brasileiro é atravessado pelas presenças africanas na forma como nos expressamos – seja na entonação, no vocabulário, na pronúncia ou na forma de
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O dia a dia do povo brasileiro é atravessado pelas presenças africanas na forma como nos expressamos – seja na entonação, no vocabulário, na pronúncia ou na forma de construir o pensamento. É sobre essas presenças que trata a exposição temporária Línguas africanas que fazem o Brasil, com curadoria do músico e filósofo Tiganá Santana e realização do Museu da Língua Portuguesa, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo. A mostra abre ao público no dia 24 de maio e fica em cartaz até janeiro de 2025.
A exposição conta com patrocínio máster da Petrobras, patrocínio da CCR, do Instituto Cultural Vale, e da John Deere Brasil; e apoio do Itaú Unibanco, do Grupo Ultra e da CAIXA.
Línguas dos habitantes de terras da África Subsaariana, como o iorubá, eve-fom e as do grupo bantu, têm participação decisiva na configuração do português falado no Brasil, seja em seu vocabulário ou na maneira de pronunciar as palavras e de entoar as frases, mesmo que esta estruturação não seja do conhecimento dos falantes. Trata-se de uma história e de uma realidade legadas por cerca de 4,8 milhões de pessoas africanas trazidas de forma violenta ao país entre os séculos 16 e 19, durante o período do regime escravocrata. Além da língua, essa presença pode ser sentida em outras manifestações culturais, como a música, a arquitetura, as festas populares e rituais religiosos.
“Ao mesmo tempo que a gente quer mostrar ao público que falamos uma série de expressões e estruturas que remontam a línguas negro-africanas, também desejamos revelar de que maneira isso acontece. Por que falamos caçula e não benjamim? Por que dizemos cochilar e não dormitar? Essas palavras fazem parte de nosso vocabulário, da nossa vida, do nosso modo de pensar”, afirma Santana.
A exposição Línguas africanas que fazem o Brasil recebe o público com 15 palavras oriundas de línguas africanas impressas em estruturas ovais de madeira penduradas pela sala. Serão destacadas palavras como bunda, xingar, marimbondo, dendê, canjica, minhoca e caçula. O público também poderá ouvi-las nas vozes de pessoas que residem no território da Estação da Luz, onde o Museu está localizado.
Outro destaque no espaço é a obra do artista plástico baiano J. Cunha – um tecido estampado com os dizeres “Civilizações Bantu” que vestiu o tradicional Ilê Aiyê, primeiro bloco afro do Brasil, no Carnaval de 1996. Além disso, cerca de 20 mil búzios também estarão suspensos e distribuídos pelo ambiente. Na tradição afro-brasileira, as conchas são usadas em práticas divinatórias e funcionam como linguagem que conecta o mundo físico e espiritual.
“Os búzios estão presentes nos espaços afro-religiosos no Brasil que foram, não os exclusivos, mas os principais núcleos de preservação e reinvenção das línguas africanas do Brasil. A partir deles, as presenças negras se irradiaram para outras dimensões da cultura popular brasileira”, diz Santana.
Ainda na entrada da exposição, o público avistará vários adinkras espalhados pelas paredes. Trata-se de símbolos utilizados como sistema de escrita pelo povo Ashanti, que habita países como Costa do Marfim, Gana e Togo, na África. Eles podem representar desde diferentes elementos da cultura até sentenças proverbiais inteiras em um único ideograma. Evidenciando a presença desse povo como parte da diáspora africana, é possível encontrar, em diversas regiões do Brasil, gradis de residências e outras construções arquitetônicas adornados com alguns dos mais de 80 símbolos dos adinkras.
Fazem parte da exposição duas videoinstalações da relevante artista visual fluminense Aline Motta. Na obra Corpo Celeste III, emprestada pela Pinacoteca de São Paulo e projetada no chão em larga escala, a artista destaca formas milenares de grafias centro-africanas, especificamente as do povo bakongo, presente em territórios como o angolano. Este trabalho foi desenvolvido com o historiador Rafael Galante. Já em Corpo Celeste V, criada exclusivamente para o Museu da Língua Portuguesa, quatro provérbios em quicongo, umbundo, iorubá e quimbundo, traduzidos para o português, serão exibidos em movimento nas paredes e em diálogo com Corpo Celeste III.
Um dos principais nomes da nova geração da escultura no país, a baiana Rebeca Carapiá assina obras de arte criadas em diálogo com frequências e grafias afrocentradas, a partir de seu trabalho com metais.
A exposição também mostra como canções populares no Brasil foram criadas a partir da integração entre línguas africanas e o português, como Escravos de Jó e Abre a roda, tindolelê. O “jó”, da faixa Escravos de Jó, advém das línguas quimbundo e umbundo e quer dizer “casa”, “escravos de casa”. “Escravizados ladinos, crioulos e mulheres negras, que realizavam trabalho doméstico e falavam tanto o português de seus senhores quanto a língua dos que realizavam trabalhos externos, foram a ponte para a africanização do português e para o aportuguesamento dos africanos no sentido linguístico e cultural”, diz Tiganá Santana com base nas pesquisas da professora Yeda Pessoa de Castro.
Além dos búzios, a mostra explora outras linguagens não-verbais advindas das culturas africanas ou afro-diaspóricas. Entre elas, os cabelos trançados, que, durante o período de escravidão no Brasil, serviam como mapas de rotas de fugas. E de turbantes, cujas diferentes amarrações indicam posição hierárquica dentro do candomblé. Há ainda dois trabalhos da designer Goya Lopes, cujas principais referências são as capulanas, os panos coloridos usados por mulheres em Moçambique. Tais trabalhos enfatizam uma articulação significativa com a língua iorubá.
Outro exemplo da linguagem não-verbal são os tambores, que compõem uma cenografia constituída por uma projeção criada por Aline Motta, com imagens do mar e trechos do texto Racismo e Sexismo na Cultura Brasileira, de Lélia Gonzalez, uma das principais intelectuais do Brasil, referência nos estudos e debates de gênero, raça e classe. Nestes trechos, verifica-se o uso da expressão pretuguês cunhada pela intelectual. Por fim, ainda nessa cena, é importante ressaltar a presença de esculturas da Rebeca Carapiá, conversando com as frequências dos tambores.
Numa sala de cinema interativa, o visitante será surpreendido com uma projeção de imagens ao enunciar palavras de origem africana como axé, afoxé, zumbi e acarajé.
O público terá acesso a uma série de registros de manifestações culturais afro-brasileiras e de conteúdos sobre as línguas africanas e sua presença no português do Brasil. Há performance da cantora Clementina de Jesus, imagens da Missão de Pesquisas Folclóricas idealizada por Mário de Andrade, entrevistas com pesquisadores como Félix Ayoh’Omidire, Margarida Petter e Laura Álvarez López, além de gravações de apresentações do bloco Ilú Obá De Min e da Orkestra Rumpilezz, e o vídeo Encomendador de Almas, de Eustáquio Neves, que retrata o senhor Crispim, da comunidade quilombola do Ausente ou do Córrego do Ausente, na região do Vale do Jequitinhonha.
Tudo isso em meio a sons de canções rituais e narrativas em iorubá, fom, quimbundo e quicongo, captados pelo linguista norte-americano Lorenzo Dow Turner nos anos de 1940 na Bahia e cedidos pela Universidade de Indiana, nos Estados Unidos. Será possível, ainda, assistir aos filmes sobre o Quilombo Cafundó: um que já existia há mais de 40 anos e outro que foi concebido para a exposição, versando sobre a língua cupópia de modo mais enfático.
Serviço
Exposição | Línguas africanas que fazem o Brasil
De 24 de maio a 18 de janeiro de 2025
Terça a domingo, das 9h às 16h30 (permanência permitida até 18h)
Período
24 de maio de 2024 09:00 - 18 de janeiro de 2025 16:30(GMT-03:00)
Local
Museu da Língua Portuguesa
Praça da Luz, s/nº Centro, São Paulo - SP
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Com curadoria do crítico e curador Adolfo Montejo Navas, a mostra Ars Sonora apresenta ao público uma faceta menos conhecida do multi-instrumentista Hermeto Pascoal – sua produção como
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Com curadoria do crítico e curador Adolfo Montejo Navas, a mostra Ars Sonora apresenta ao público uma faceta menos conhecida do multi-instrumentista Hermeto Pascoal – sua produção como artista visual. Em 2019, uma primeira montagem da exposição integra a 14ª Bienal de Curitiba e, agora, chega a São Paulo ampliada e em voo solo.
Músico autodidata em atividade desde a década de 1940, Hermeto Pascoal grava o seu primeiro disco, “Hermeto”, nos Estados Unidos, em 1971. Um ano antes emplaca duas composições suas no icônico “Live-Evil”, gravado ao vivo com Miles Davis. Em 1979 se apresenta no Festival de Jazz de Montreaux, na Suíça. Em sua longeva trajetória recebeu o Grammy Latino em 2019, na categoria “Melhor Álbum de Música de Raízes em Língua Portuguesa”. E em maio do ano passado foi nomeado doutor honorário da Juilliard School, de Nova York (EUA) – o título foi entregue pelo trompetista Wynton Marsalis.
Em Ars Sonora – Hermeto Pascoal, o público pode conhecer sua criação no território das artes visuais. Pioneira, a mostra abrange diferentes linguagens, como desenhos, pinturas, objetos e proto-instrumentos musicais. A produção ultrapassa fronteiras disciplinares e, de modo ampliado, estabelece relações com a performance e as artes visuais.
A proposta da exposição Ars Sonora – Hermeto Pascoal é reconhecer sua produção para além dos já difundidos conceitos de Música Livre e Música Universal. Neles, o artista afirma a quebra das barreiras culturais, ultrapassando linguagens e suportes estabelecidos pela tradição. Nesse sentido, a mostra reúne objetos feitos dos mais diferentes materiais, deslocados do seu uso cotidiano e reconfigurados em seu sentido visual. Panos de prato, chaleiras, caixas de presente, sacolas, brinquedos, roupas e toalhas de mesa servem à ampliação musical transpostas para a apreciação visual, dando forma a um vasto arquivo sensorial e sonoro.
Articulando sons e ruídos a partir da musicalidade coletada de animais e de objetos do dia a dia, o artista transforma usos e funções, construindo assim o seu alfabeto sonoro e visual próprio até chegar no glossário da sua linguagem, a “Hermetologia”.
“A obra ímpar e caleidoscópica de Hermeto Pascoal deve ser reconhecida de forma mais ampla, muito além das coordenadas estritamente musicais nas quais é mal confinada a maioria das vezes”, afirma o curador. “A compreensão da obra de Hermeto Pascoal também como música visual se baseia na consideração porosa de sua obra, uma arte sonora que ultrapassa seus eixos musicais para desenvolver uma potência sinergética de escritura musical e visual ao mesmo tempo, de visualidade sonora e gestual, que contamina todo tipo de instrumentos-objetos-suportes como novos espaços-registros de representação sonora (experimentações diversas com a natureza, a animália, a voz das pessoas, as performances corporais, os desenhos, os objetos-partituras, os álbuns sonoros, visuais, as trilhas imagéticas…). Tudo isso corresponde com uma terminologia afim à poesia visual, à pangrafia, e ao mesmo tempo ao happening, à performance, a outro olhar-ver-fazer que é simultâneo às percepções, à interação som/imagem, gesto/pensamento”, completa Navas.
O que encontrar em Ars Sonora – Hermeto Pascoal
Reunindo nove diferentes vertentes de sua criação, a mostra está configurada em um conjunto de núcleos em torno da poética artística elaborada por Hermeto Pascoal. Numa combinação relacional e interconectada, tem como ponto de partida a “Música da Aura”, na qual mostra experiências sonoras realizadas com o som da voz das pessoas e a sua natureza tonal.
A seguir vêm as partituras-expansivas, os poemas-objetos e as obras em papel. É nesta seção que estão elementos retirados de seu fabrico industrial serializado e ora refeitos em música própria e pessoal, a partir das notações musicais sobrescritas, como se as partituras brotassem dos objetos.
“Cosmossonia”, a seguir, traz como ponto de partida o som e trata-se, portanto, de uma ampla conversão de todo objeto e utensílio em instrumento musical. Na sequência, “Obras-Arquivo” apresenta o Calendário do Som, obra em que Hermeto Pascoal compôs, de 1996 a 1997, uma música para cada dia do ano. Publicada em livro em 2000, foi interpretado por diferentes artistas, como a “Orquestra Família de Itiberê Zwarg” e o músico João Pedro. Ao lado das partituras estão os desenhos de Hermeto Pascoal para a obra, além de anotações e comentários do autor.
As “Pinturas Caligráficas” reúnem partituras feitas em guardanapos, convites, papeis de toda sorte, toalha de mesa, brinquedos, jogos americanos, cardápios de restaurantes e até em papel higiênico ou tampa de privada. Roupas e as paredes de locais públicos também servem de suportes às partituras. Na exposição, estão acompanhadas dos “Desenhos e Pinturas” do artista. Feitos com técnica mista, lápis de cor e caneta hidrográfica, são obras que apresentam numerosos elementos de cor e figurações livres em correspondência entre si.
O segmento “Brincando de Corpo e Alma”, uma ação performática de 2012, exibe registro audiovisual de captações sonoro-visual do artista produzindo diferentes sons no próprio corpo. É exibido ao lado de outra produção em áudio e vídeo, a peça “Ato de Criação”, trilha-sonora de Hermeto Pascoal para o curta-metragem “Eu Vi o Mundo, e Ele Começava no Recife”, de Mário Carneiro, dedicado ao artista Cícero Dias. Por fim, “Animália” é uma instalação sonora na qual diferentes formas de vida e de viver são celebradas em sua sonoridade, tendo o registro do som de bichos reunidos como parceiros artísticos de Hermeto Pascoal.
Para completar a exposição há a “Hermetologia”, glossário no qual se compila uma coleção de verbetes e citações sobre os mais diversos assuntos, com reflexões do próprio artista sobre música, som, arte, cultura, matéria e espírito.
Serviço
Exposição | Ars Sonora
De 29 de maio a 03 de novembro
Terça a sexta, das 9h às 20h, sábado, das 10h às 20h, domingo e feriado, das 10h às 18h
Período
29 de maio de 2024 09:00 - 3 de novembro de 2024 20:00(GMT-03:00)
Local
Sesc Bom Retiro
Alameda Nothmann, 185 – Bom Retiro – São Paulo - SP
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Trazendo destaque para a moda de rua do Japão, a Japan House São Paulo traz a exposição “Sutorīto Fashion: moda das ruas“, que apresenta as tendências de moda desde a década
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Trazendo destaque para a moda de rua do Japão, a Japan House São Paulo traz a exposição “Sutorīto Fashion: moda das ruas“, que apresenta as tendências de moda desde a década de 1950 até os dias atuais por meio de mais de 100 registros fotográficos. Com entrada gratuita, a mostra acontece de 25 de junho a 20 de outubro, no térreo da instituição. Assim como “Efeito Japão: moda em 15 atos” (em cartaz no segundo andar até 1° de setembro), a exposição “Sutorīto Fashion: moda das ruas” é coordenada pelo diretor de moda Souta Yamaguchi.
A seleção de fotografias analisa por década as mudanças da moda de rua no Japão dos anos 1950 aos anos 2020, abordando diversas tendências internacionais, cinema e música, assim como a contracultura japonesa que surgiu em resposta às mudanças culturais, sociais, políticas e econômicas dessas épocas.
“Essa exposição faz parte do ciclo de moda que iniciamos em maio deste ano e tem como foco o cotidiano japonês e como as recentes mudanças culturais e sociais afetaram a moda de rua dos jovens. Será uma oportunidade única para entender como cada período foi traduzido, adaptado e refletido nos looks cotidianos, gerando uma identidade muito particular, criativa e inovadora.”, comenta a Diretora Cultural da JHSP, Natasha Barzaghi Geenen.
A passagem histórica da exposição tem início na década de 1950, em um contexto pós-guerra. Nesse período de recuperação e reconstrução após a Segunda Guerra Mundial, referências internacionais da alta costura e o cinema japonês servem como inspiração, além de estilos como o rockabilly. Foi um período de aumento no consumo de roupas com a difusão de peças prêt-à-porter e o avanço na qualidade de fibras sintéticas. Na década de 1960, o ambiente doméstico japonês se modernizou e a influência de tendências internacionais na moda jovem, como o uso da minissaia e de calças pantalonas tornou-se popular no Japão. Nos anos 70, os primeiros estilistas japoneses despontam nas passarelas internacionais, ao mesmo tempo em que os movimentos de contracultura no Japão são acompanhados pelo mais conservador “nyuutora” (abreviação japonesa do termo em inglês New Traditional) adotado por estudantes, com saias até os joelhos.
A década de 1980, o momento de aumento do poder econômico permitiu um gasto maior de jovens e adultos em itens da moda, inclusive artigos de luxo. Foi o auge da popularidade das DC Brands (abreviação de Designer’s & Character’s), nome dado às marcas fundadas por designers renomados. As revistas de moda e lifestyle também eram essenciais em ditar tendências vistas nas ruas e o estilo “shibuya casual“, baseado no “amekaji” (abreviação japonesa do termo em inglês American Casual) tornou-se popular especialmente entre os estudantes. Já nos anos 90, surgiram várias culturas, subdividindo os estilos. A moda que mais impactou as gerações posteriores foi a “ura-harajuku” (estilo que surgiu quando lojas de designers famosos foram abertas no bairro de Harajuku), onde as marcas que herdaram o contexto da cultura de rua, como skatistas e DJs, criaram um grande movimento. Por outro lado, no bairro de Shibuya, que continuava sendo o centro da cultura jovem, surgiram as “kogal”, que desencadeou uma tendência da moda baseada na combinação de saias de uniforme escolar com bainhas curtas e meias até a altura da panturrilha, criando uma cultura singular que deu início ao boom das “colegiais”.
A década de 2000 é marcada pelo surgimento de várias redes de fast fashion internacionais no Japão. Os estilos ficaram mais globalizados em conjunto com a popularização da internet. Nos anos 2010, impactados pelo Grande Terremoto do Leste do Japão de 2011, jovens japoneses passaram a buscar um estilo mais simples e sustentável, fazendo com que a moda contemporânea priorizasse o conforto e um caimento solto das roupas.
Em complemento à evolução década a década, a exposição apresenta também uma coletânea de 25 fotos retiradas da Revista FRUiTS, uma das plataformas mais influentes de documentação acerca do streetstyle japonês entre os anos 1997 e 2017, quando teve sua última publicação. A revista foi responsável por registrar como os jovens, que resistiam aos padrões de estilo da época, se vestiam na região de Harajuku, no distrito de Shibuya, em Tóquio, local que viria a ser conhecido como um dos principais centros de cultura jovem do país, marcando toda uma geração. Até hoje, a criatividade e a espontaneidade desse movimento inspiram designers e amantes da moda do mundo todo.
De forma a estender a experiência do público para além da exposição, a JHSP promoverá atividades paralelas durante todo o período expositivo, como visitas mediadas, seminários, workshops e bate-papos com especialistas. Dentro do programa JHSP Acessível, a exposição “Sutorīto Fashion: moda das ruas” ainda conta com recursos de audiodescrição e vídeo libras. Esta exposição é realizada em cooperação com a “ACROSS” by PARCO CO., LTD. – mídia que pesquisa a cultura jovem e a moda de Tóquio – e a Revista FRUiTS, publicação que documentou a moda de rua japonesa.
Exposição | Sutorīto Fashion: moda das ruas
De 25 de junho a 20 de outubro
Terça a sexta, das 10h às 18h; sábados, domingos e feriados, das 10h às 19h
Período
25 de junho de 2024 10:00 - 20 de outubro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Japan House São Paulo
Avenida Paulista, 52 – Bela Vista, São Paulo - SP
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A partir de 26 de junho será possível conhecer o pensamento da antropóloga, historiadora e filósofa brasileira Lélia Gonzalez (1935 – 1994). O Sesc São Paulo, em parceria com a
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A partir de 26 de junho será possível conhecer o pensamento da antropóloga, historiadora e filósofa brasileira Lélia Gonzalez (1935 – 1994). O Sesc São Paulo, em parceria com a Boitempo, inaugura o projeto Lélia em nós: festas populares e amefricanidade, na unidade Vila Mariana. A exposição, que fica em cartaz até 24 de novembro de 2024, foi inspirada pelo livro Festas populares no Brasil (que ganha nova edição pela Boitempo) e promove uma celebração da cultura afro-brasileira – ou amefricana, como propõe a autora – a partir de um recorte que estabelece diálogos e reflexões suscitados pela produção intelectual de Gonzalez, uma proeminente ativista do movimento negro brasileiro e importante teórica do feminismo negro, cuja morte completará 30 anos em 10 de julho de 2024.
Com uma seleção de produções contemporâneas e de diferentes períodos, reunida em cinco eixos temáticos, Lélia em nós: festas populares e amefricanidade apresenta pinturas, fotografias, documentos históricos, objetos, performances, instalações e vídeos de artistas como Alberto Pitta, Heitor dos Prazeres, Januário Garcia, Maria Auxiliadora, Nelson Sargento, e Walter Firmo, além de 12 trabalhos inéditos, de artistas como Coletivo Lentes Malungas, Eneida Sanches, Lidia Lisboa, Lita Cerqueira, Manuela Navas, Maurício Pazz, Rafael Galante e Rainha Favelada.
A mostra também apresenta um recorte de sonoridades e musicalidades, tanto do universo das festas e festejos brasileiros quanto das intervenções do DJ Machintown e do trombonista Allan Abbadia, além de registros fonográficos da discoteca pessoal de Lélia. Parte do acervo do Instituto Memorial Lélia Gonzalez (IMELG), a coleção reúne álbuns de artistas como Wilson Moreira e Nei Lopes, Luiz Gonzaga, Tamba Trio, Clementina de Jesus, Jamelão e Lazzo Matumbi
Partindo de conceitos teóricos desenvolvidos por Lélia Gonzalez, como a categoria político-cultural de amefricanidade – termo cunhado pela acadêmica em contraposição à ideia hegemônica de afro-americanidade para, segundo ela, “ultrapassar as limitações de caráter territorial, linguístico e ideológico” e redimensionar a influência da diáspora atlântica para a formação das Américas do Sul, Central, do Norte e Insular –, a mostra convida o público à compreensão do potencial da cultura popular afro-brasileira como tecnologia de identidade e resistência.
Com curadoria de Glaucea Britto e Raquel Barreto, a exposição foi inspirada pelas proposições feitas por Lélia Gonzalez em Festas populares no Brasil. Único título publicado em vida pela intelectual exclusivamente como autora, o livro foi publicado originalmente em 1987. A obra não foi oficialmente lançada no mercado, tendo sido patrocinada por uma empresa multinacional e distribuída como presente de fim de ano. No mês de abertura da exposição, a publicação ganhará nova edição da Boitempo, a primeira voltada à circulação no mercado editorial. Com textos da acadêmica que evidenciam laços indissociáveis entre Brasil e África por meio de manifestações populares como o Carnaval, o Bumba-Meu-Boi, as Cavalhadas e festas afro-brasileiras como as Congadas e o Maracatu, a obra reúne mais de cem imagens de cinco fotógrafos: Leila Jinkings, Marcel Gautherot, Maureen Bisilliat, Januário Garcia e Walter Firmo (os dois últimos, integrando a exposição). A nova edição inclui também materiais inéditos, textos de apoio, fac-símiles, prólogo de Leci Brandão, prefácio de Raquel Marreto, posfácio de Leda Maria Martins, texto de orelha de Sueli Carneiro e quarta capa de Angela Davis e Zezé Motta.
Serviço
Exposição | Lélia em nós: festas populares e amefricanidade
De 27 de junho a 24 de novembro
Terça a sexta, das 10h às 21h; aos sábados, das 10h às 20h; domingos e feriados, das 10h às 18h
Período
27 de junho de 2024 10:00 - 24 de novembro de 2024 21:00(GMT-03:00)
Local
Sesc Vila Mariana
Rua Pelotas, 141 - Vila Mariana – São Paulo - SP
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É impossível refletir sobre a obra da artista e intelectual Lia D Castro (Martinópolis, São Paulo, 1978) sem falar de encontros, contrastes, fricções e transformações. A partir de 5 de julho, o público
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É impossível refletir sobre a obra da artista e intelectual Lia D Castro (Martinópolis, São Paulo, 1978) sem falar de encontros, contrastes, fricções e transformações. A partir de 5 de julho, o público pode encontrar a exposição Lia D Castro: em todo e nenhum lugar, no MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand. A primeira mostra individual da artista em um museu reúne 36 trabalhos, sendo a maioria pinturas de caráter figurativo. As obras selecionadas exploram cenários onde o afeto, o diálogo e a imaginação se tornam importantes ferramentas de transformação social.
O título da exposição parte da constatação da ausência histórica de grupos minorizados em posições de poder e decisão — em nenhum lugar —, enquanto sua presença e força de trabalho compõem as bases que sustentam a sociedade — em todo lugar. Com curadoria de Isabella Rjeille, curadora, MASP, e Glaucea Helena de Britto, curadora assistente, MASP, a mostra apresenta trabalhos que abrangem toda a produção da artista.
Lia D Castro utiliza a prostituição como ferramenta de pesquisa e desenvolve sua produção a partir de encontros com seus clientes – homens cisgêneros, em sua maioria brancos, heterossexuais, de classe média e alta – para subverter relações de poder ou violência que possam surgir entre eles, aliando história de vida e história social. Temas como masculinidade e branquitude, mas também afeto, cuidado e responsabilidade, são abordados nessas ocasiões e resultam em pinturas, gravuras, desenhos, fotografias e instalações criadas de modo colaborativo.
Nesses momentos, ela conversa com esses homens e os convida a refletir: quando você se percebeu branco? E quando se descobriu cisgênero, heterossexual? “Perguntas sobre as quais a artista não busca uma resposta definitiva, mas sim provocar um posicionamento dentro do debate racial, sobre gênero e sexualidade”, afirma a curadora Isabella Rjeille.
As conversas de Lia D Castro com esses homens são permeadas por referências a importantes intelectuais negros como Frantz Fanon, Toni Morrison, Conceição Evaristo e bell hooks. Frases retiradas dos livros desses autores, lidos pela artista na companhia de seus colaboradores, são inseridas nas telas e misturam-se aos gestos, cenas, cores e personagens. O trabalho de Lia D Castro torna-se um lugar de encontro, embate e fricção, no qual ações, imagens e imaginários são debatidos, revistos e transformados. Com frequência, a artista insere referências a outros trabalhos por ela realizados, incluindo-os em outro contexto e, consequentemente, atribuindo novos significados e leituras a essas imagens.
“Partindo da visão de Frantz Fanon de que o racismo é uma repetição, eu proponho combatê-lo com a repetição de imagens. Como a imagem constrói cultura e memória, ao colocar uma obra dentro da outra, busco criar novas referências estéticas”, comenta a artista.
PINTURAS E METODOLOGIA ARTÍSTICA
A produção de Lia D Castro é organizada em séries, sendo a maior delas Axs Nossxs Filhxs, presente nesta exposição. Desenvolvida na sala de estar e ateliê de Lia D Castro, um lugar de encontro e trocas, comerciais, intelectuais e afetivas, a série apresenta um processo criativo marcado por escolhas coletivas, da paleta de cores à assinatura das obras. A repetição é uma característica central: por meio desse recurso é possível reconhecer gestos, personagens e situações, assim como outras obras da artista que aparecem representadas nas telas, acumulando significados. A utilização do “x” no título da série se refere à diversidade de formações familiares e vínculos afetivos para além do parentesco consanguíneo ou da família heterossexual monogâmica. O uso do “x” também é utilizado para abarcar diferentes gêneros.
Lia D Castro também se retrata em pinturas dessa série. Enquanto os homens estão nus, ela encontra-se vestida. Seu corpo é coberto por esparadrapos colados sobre a tela formando um longo vestido branco, na contramão da tradição histórica da pintura ocidental, em que a grande maioria dos nus são femininos.
A artista subverte também pintando esses personagens em momentos de pausa, descanso, lazer, leitura e contemplação. “O caráter político da obra de Lia D Castro questiona o imaginário social que vincula violência e subalternidade a corpos não hegemônicos na arte ocidental”, afirma a co-curadora Glaucea Helena de Britto.
Lia D Castro: em todo e nenhum lugar integra a programação anual do MASP dedicada às Histórias da diversidade LGBTQIA+. Este ano a programação também inclui mostras de Gran Fury, Francis Bacon, Mário de Andrade, MASP Renner, Catherine Opie, Leonilson, Serigrafistas Queer e a grande coletiva Histórias da diversidade LGBTQIA+.
Exposição | Lia D Castro: em todo e nenhum lugar
De 5 de julho a 17 de novembro
Terças grátis e primeira quinta-feira do mês grátis; terças, das 10h às 20h (entrada até as 19h); quarta a domingo, das 10h às 18h (entrada até as 17h)
Período
5 de julho de 2024 10:00 - 17 de novembro de 2024 20:00(GMT-03:00)
Local
MASP
Avenida Paulista, 1578, São Paulo
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O Farol Santander São Paulo, centro de cultura, lazer, turismo e gastronomia, inaugura no dia 19 de julho (sexta-feira), a exposição inédita IURI SARMENTO – Suíte Barroca, destacando a trajetória
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O Farol Santander São Paulo, centro de cultura, lazer, turismo e gastronomia, inaugura no dia 19 de julho (sexta-feira), a exposição inédita IURI SARMENTO – Suíte Barroca, destacando a trajetória do artista contemporâneo que revisita o barroco brasileiro, mesclando o erudito e o popular, o sacro e o profano, o kitsch e o clássico, a nostalgia e a ironia. Com curadoria de Denise Mattar, a mostra apresenta 66 trabalhos realizados entre 1996 e 2024, incluindo pinturas e objetos.
A exposição é apresentada pelo Ministério da Cultura, Esfera e Santander Brasil, ocupa toda a galeria do 19º andar e fica em exibição até 03 de novembro (domingo).
Iuri Sarmento é um artista que resgata as heranças artísticas brasileiras por meio de um olhar dinâmico e atual. Suas obras, realizadas com riqueza de detalhes, combinam elementos como volutas, transparências, dourados, rendas, porcelanas e azulejos, transportando o visitante para um mundo pleno de memórias afetivas.
Em sua trajetória artística com mais de três décadas, Iuri Sarmento participou de exposições individuais e coletivas, em galerias e instituições nacionais e internacionais, recebendo em 2011 o prêmio Pipa on-line. Em São Paulo, esta será sua primeira grande mostra individual.
“É com alegria que o Farol Santander traz para o público a exposição IURI SARMENTO – Suíte Barroca, apresentando um artista brasileiro que resgata nossas heranças artísticas através de um olhar dinâmico e atual. A seleção de obras permite acompanhar as transformações no processo construtivo de Iuri Sarmento, evidenciando, ao mesmo tempo, a coerência que atravessa sua obra.”, comenta Maitê Leite, Vice-presidente Executiva Institucional do Santander Brasil.
Sem medo da beleza e do ornamento, Iuri fragmenta imagens para recodificá-las, e lá estão volutas, acantos, azulejos, grades, santos, anjos, dragões, assim como santinhos, bibelôs e personagens do sincretismo brasileiro. Flerta também com a moda e a história da pintura, introduzindo rendas, adamascados, vestidos, tecidos estampados, e obras emblemáticas de artistas plásticos. Inclusive, Iuri Sarmento já teve trabalhos exibidos na edição de 2016 do São Paulo Fashion Week.
A mostra reúne sessenta e seis obras em grupos de trabalhos do artista, como: conjunto de sutis e delicadas rendas; composições que incluem pratos antigos enfeixados pela reprodução de seus próprios detalhes florais; e o exercício de recomposição de azulejos e cacos de porcelanas. Além de telas, um dos conjuntos reúne 35 pinturas de pequenos formatos, compondo um denso e multicolorido painel que explicita a maestria do artista na percepção de detalhes. Estão também representadas às releituras de artistas como Di Cavalcanti e Debret, e entidades como Oxóssi, São Jorge e Cabocla Jurema.
Estabelecendo uma síntese e um ponto central para o qual converge a exposição, há uma vitrine na qual são apresentados os objetos do artista, peças confeccionadas com cacos de preciosas porcelanas e azulejos, que parecem partilhar o mundo fantástico do catalão Gaudí, com suas características misteriosas.
“Uma suíte musical é uma composição constituída por série de peças ou movimentos, geralmente unidos por um tema comum, estilo ou tonalidade. É uma definição perfeita para descrever a obra de Iuri Sarmento, cujas composições conectam diferentes elementos do universo barroco. Integrando técnicas do passado e do presente, ele processa e reprocessa, paciente e cuidadosamente essas representações eruditas que são parte da nossa história, dando a elas uma roupagem contemporânea e um contraponto popular.”, relata Denise Mattar, curadora.
Sarmento iniciou sua produção artística na década de 1990 e trouxe para esta mostra obras que abrangem todo seu processo criativo, incluindo também trabalhos recentes, como as telas e composições Cabocla Jurema (2023) e Oxóssi (2021). Entre trabalhos mais antigos destacam-se Sem Título (1996) e A Bola (2007).
Sobre Iuri Sarmento
Iuri Sarmento (Montes Claros, MG, 1969). Pintor e escultor. Nascido em Minas Gerais possui formação em Artes Plásticas pela Escola Guignard, Belo Horizonte, realizando sua primeira exposição individual em 1992. No mesmo ano, mudou-se para Salvador.
Em 2013, o artista radicou-se em São Paulo. Entre as exposições individuais do artista têm destaque: Sobre saudades e espelhos, curadoria Marcus Lontra (Museu de Arte Moderna da Bahia, 1999), Barroco Reinventado, curadoria Solange Farkas (Museu de Arte Moderna da Bahia, 2008), Pinturas (Celina Albuquerque Galeria, DF, 2000), Barroco Pop (Galerie Agnès Monplaisir, França, 2014), Pinturas (Laura Marsiaj Galeria, RJ, 2015), O Paraíso Resiste, curadoria Marcus Lontra (Galeria Luís Maluf, SP, 2019) e Pinturas (Galeria Murilo Castro, MG, 2022).
O artista participou de importantes mostras coletivas, entre elas seis edições do Salão MAM Bahia de Artes Plásticas, Pintura: repertórios alternativos do Rumos Itaú Cultural Artes Visuais (Belo Horizonte, Brasília, Penápolis e Curitiba, 1999), da mostra Cinco Artistas Contemporâneos no Centro Cultural Ramon Alonso Luzzy (Cartagena, Espanha, 2000), Salão da Bahia 1994-2002 (Fundação Joaquim Nabuco, PE, 2005), Novas aquisições, Coleção Gilberto Chateaubriand (Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, 2014), Bienal de Curitiba (PR, 2016), Museu de Dona Lina, curadoria Daniel Rangel (Museu de Arte Moderna da Bahia, 2021). Em 2011 o artista foi o vencedor online do Prêmio Pipa.
Serviço
Exposição | Suíte Barroca
De 19 de julho a 03 de novembro
Terça a domingo, das 09h às 20h
Período
19 de julho de 2024 09:00 - 3 de novembro de 2024 20:00(GMT-03:00)
Local
Farol Santander
Rua João Brícola, 24 – Centro, São Paulo - SP
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O circuito cultural da Av. Paulista, em São Paulo, volta a contar com um importante espaço de exposições. Fechada por um período de 18 meses para reformas estruturais e
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O circuito cultural da Av. Paulista, em São Paulo, volta a contar com um importante espaço de exposições. Fechada por um período de 18 meses para reformas estruturais e melhorias técnicas, a Galeria de Arte do Centro Cultural Fiesp será reinaugurada no final de julho de 2024.
O espaço expositivo de 850m2 – que integra o complexo de artes cênicas e visuais, audiovisual, música, literatura e tecnologia do SESI-SP – apresenta “outros navios: uma coleção afro-atlântica”, com período expositivo que vai de 24 de julho de 2024 a 16 de fevereiro de 2025. A mostra inédita permitirá que o grande público visitante do local conheça a rica e diversificada coleção de artes africana e afro-brasileira do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE/USP).
O acervo começou a ser formado no final da década de 1960 (época em que os movimentos de independência das ex-colônias em África se consolidavam), por meio de doações ou compras encomendadas pela universidade. Marianno Carneiro da Cunha (1926-1980), então professor do MAE/USP, foi um dos principais nomes à frente do projeto institucional e científico da construção da coleção.
Arqueólogo especialista em Médio Oriente, ele lecionou entre 1974 e 1976 em Ifé, na Nigéria, lugar sagrado para os iorubá, ficando incumbido de adquirir peças para o MAE. Com olhar antropológico e educativo, Marianno se preocupou em também trazer para o Brasil moldes, mostrando interesse não apenas pelo objeto artístico, mas também pela técnica de diferentes culturas da África central e ocidental.
O trio de curadores da mostra, Carla Gibertoni Carneiro, Renato Araújo da Silva e Rosa C. R. Vieira, apontam que essas duas regiões africanas estão conectadas ao Brasil por séculos de circuitos transatlânticos. Eles trouxeram até nosso litoral inúmeros navios de violência, mas também trouxeram outros navios, que nos permitem mergulhar por histórias alternativas e criar novos significados para as centenas de objetos selecionados para a exposição.
OUTROS NAVIOS: NÚCLEOS TEMÁTICOS
Aberta à visitação gratuita até 16 de fevereiro de 2025, a exposição que reabre a Galeria de Arte apresentará mais de 300 peças africanas e afro-brasileiras, muitas nunca antes exibidas ao público, que estarão divididas em sete núcleos temáticos.
A visita começa por “Dentro das águas”, onde poderão ser vistos objetos relacionados ao culto de Iemanjá e Oxum, orixás dos mares e das águas doces, como coroa, pulseira, leque (abebê) e espelho.
Em “Bagagens afro-atlânticas” também estão diversas peças ligadas a religiões de matrizes africanas: arco e flecha de Oxóssi, estatuetas de Exu, bastão (opaxoro) de Oxalá, machado (oxê) de Xangô, além de elementos de altar e instrumentos musicais.
No núcleo “De São Paulo a Ifé”, os visitantes encontrarão obras variadas dos iorubá, vindos especialmente da Nigéria e Benim. Há itens do dia a dia, como baú, pilão, enxada e colher, além de um conjunto de máscaras esculpidas em madeira e pintadas e pares de estatuetas de ibeji, que estão ligadas à gemealidade entre os povos iorubá.
O termo “bantu” designa genericamente toda uma gama de culturas da África Central, de países como República Democrática do Congo e Angola. Eles estarão representados no núcleo “Bantu, das terras centrais”, que traz peças como esteiras de ráfia (palha) em diferentes formatos, taças cerimoniais e um recipiente para leite com tampa decorado com conchas (cauris).
Em “Ventos no oeste africano” estão reunidos objetos de países como Gana, Mali e Costa do Marfim, incluindo um dos maiores itens da exposição, uma porta celeiro dogon. Há conjuntos de vestimentas, pentes do tipo garfo, figuras em bronze e uma balança para pesar pó de ouro, junto de um peso em formado de escorpião usado na pesagem.
“Técnicas” destaca os materiais utilizados nas diferentes etapas da técnica da cera perdida, técnica milenar que esculpe peças de liga metálica por moldagem, além de apresentar um conjunto de enxós e permitir ao visitante conhecer o processo de elaboração de uma máscara Gueledé.
O último núcleo, “Joias e tudo que reluz”, é também o mais notável da exposição, já que a coleção de joias africanas do MAE/USP é uma das mais expressivas do mundo. São diversos exemplares de pulseiras, tornozeleiras, colares, anéis e brincos, em materiais como vidro, bronze e marfim.
Há ainda uma seção especial que reúne obras de artistas contemporâneos negros brasileiros. São onze obras, em diferentes técnicas e suportes, de Denis Moreira, Denise Camargo, Guto Oca, Larissa de Souza e Renan Teles, que mostram que uma coleção não é fixa e pode ser recomposta para apontar outros navios à vista.
Serviço
Exposição | outros navios: uma coleção afro-atlântica
De 24 de julho de 2024 a 16 de fevereiro
Terça a domingo, das 10h às 20h
Período
24 de julho de 2024 10:00 - 16 de fevereiro de 2025 20:00(GMT-03:00)
Local
Centro Cultural Fiesp
Avenida Paulista, 1313 - São Paulo - SP
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O bom humor característico da relação do artista com os objetos mais triviais, que fazem parte do dia-a-dia e ele transforma em obras de arte, está patente entre as aproximadamente
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O bom humor característico da relação do artista com os objetos mais triviais, que fazem parte do dia-a-dia e ele transforma em obras de arte, está patente entre as aproximadamente 170 peças exibidas em Guto Lacaz: cheque mate. A mostra permanece em cartaz nos três pisos expositivos do Itaú Cultural (IC), de 1 de agosto a 27 de outubro. A curadoria e o partido expográfico são dos designers Kiko Farkas e Rico Lins, o desenho da expografia tem assinatura de Daniel Winik e a concepção, realização e projeto de acessibilidade são do Itaú Cultural.
Três dessas peças são inéditas: Volare reúne grandes cilindros transparentes, em pé, dentro dos quais um ventilador faz girar aletas sem sair do lugar, criando uma ilusão ótica. Nomes, brinca com uma das obsessões do artista: a nomenclatura e o jogo de palavras. Ele sempre colecionou frases, vocábulos, bilhetes, nomes e frases impressos em anúncios e notas de compras, entre outras, que agora compõem a obra. Eletrolinhas é construída com caixas pretas verticais, como colunas, com fendas e movimentos sutis.
Multimídia, Guto Lacaz é conhecido por suas instalações e performances, além de ter uma produção variada como desenhista, ilustrador, cartunista, designer, cenógrafo, e na assinatura de projetos gráficos editoriais e logomarcas para empresas. Formou-se em arquitetura e eletrônica industrial pela USP, na década de 1970, no entanto, como o próprio diz, não deu certo e decidiu fazer “esse negócio de ser artista”. Com o tempo, ele criou o que chama de convivência lúdica com os objetos – um método de observação e concentração que desemboca em seu trabalho artístico. Deu certo.
O universo do artista – hoje com 76 anos – é uma imensidão de objetos singulares, dispositivos engenhosos e incomuns, vídeos de performances inusitadas, peças com trocadilhos e jogos de palavras. Um fantástico mundo que ele construiu entre elementos visuais de objetos que transitam despercebidos pelo cotidiano de todos. Com a sua interferência, eles ganharam o circuito das artes.
“A produção de Guto Lacaz é marcada por sua criatividade, sempre muito atenta e curiosa, e pela multiplicidade de linguagens em que ele atua”, diz Sofia Fan, gerente de Artes Visuais e Acervos do Itaú Cultural. “Esta exposição celebra a sua trajetória, de quase 50 anos, e lança um olhar panorâmico sobre sua obra”.
Segundo os curadores, a mostra apresenta o trabalho de Lacaz dando luz a sua genialidade e destacando a sua importância no mundo das artes. Eles contam que pegaram o lado B do artista – erro, casualidades, processo criativo, tempo, espaço e verticalidade –, que sempre foi visto como outsider, mas que trafegou por todas as áreas das artes, do cinema e teatro ao livro e as artes visuais.
O seu primeiro trabalho artístico é Escultura com bandeira, criado em 1970 quando ainda estava na faculdade. Trata-se de um pequeno objeto cinético elaborado com arames retorcidos e engrenagens. Para ele próprio, no entanto, a sua carreira começou em 1978 ao ser premiado na 1ª Mostra do Móvel e do Objeto Inusitado, no Paço das Artes, em São Paulo, por um conjunto de trabalhos inscritos. Um deles é a obra Crushfixo, de 1974, também presente na exposição do IC, na qual ele simplesmente afixou uma garrafa do refrigerante em um retângulo de gesso. Assim, começou a fazer sucesso.
Lacaz costuma dizer que erra muito porque faz tudo pela primeira vez e essa é a melhor forma de aprender (leia neste PKD em falas do artista). De erro em erro, ele acerta rotundamente. O público constata isso ao circular pelo espaço expositivo, em peças, por exemplo, como Rádios pescando – uma série de radinhos de pilha enfileirados como pescadores, empunhando linhas de pescar esticadas em direção ao chão, que ele criou em 1986. Ou em Óleo Maria à procura da salada, de 1982, na qual uma lata desse produto com uma antena ziguezagueia em uma bandeja vazia. Ou, ainda, na obra que dá nome à exposição: em cheque mate, ele atribui a um cheque o papel de sustentar um saquinho de chá mate para prendê-lo na xícara.
Vale contar que, certa vez, ele resolveu levar um rolo de papel higiênico para a mesa de seu ateliê e observá-lo por dias e dias, aplicando, então, o seu método de convivência lúdica com o objeto. Por fim, entendeu que era um objeto injustiçado pois tem uma proporção perfeita entre altura e diâmetro, é macio e confortador quando colocado perto do rosto, se desenrola, pode ser usado como luneta e outras utilidades. E concluiu que o papel higiênico merece ser colocado em lugares mais nobres das residências. Surgiu daí uma obra de arte em que um desses rolos serve de base para um pequeno abajur, também presente na exposição (veja sua fala sobre o assunto em vídeos).
Atenção, ainda, para a série Eletro Livros, de 2012, estruturada a partir de livros abertos em páginas com fotografias. Neles, personagens de histórias, como Emília, do Sítio do Pica-Pau Amarelo, de Monteiro Lobato, e Robinson Crusoé, de Daniel Defoe, além de artistas, como Vladimir Maiakovski e Piet Mondrian, aparecem realizando uma determinada ação. As cenas expostas em cada página são compostas de mecanismos acionados por motores elétricos. Trata-se de uma traquitana artística eletrônica, que dá a ilusão de tridimensionalidade e movimento dos artistas retratados. Ainda, um dos pisos é ocupado por uma grande obra, a Pororoca, uma escultura cinética que pode ser atravessada pelo público.
A mostra também apresenta elementos do ateliê de Lacaz, onde ele guarda todos os seus caderninhos, blocos, fotos, memórias, em uma camada de paredes circulares de cores diferentes. Trata-se de um espaço que os curadores chamam de HD (hard disk), como o próprio artista chama algumas de suas salas onde organiza e armazena seu acervo e materiais referentes ao seu trabalho.
A parede vermelha apresenta suas influências externas e seu encanto por aviões, entre outras. Outra, amarela, tem foco em seu processo criativo, com ensaios fotográficos das performances multimídia Ludo Voo, Eletroperfomance, IOU – A Fábula do Cubo e do Cavalo, referências, objetos, memorabília. Por fim, a azul reproduz fotos desse ateliê, em adesivo vinílico, cobrindo a superfície e gerando uma sensação de imersão dentro do espaço.
Não poderiam faltar as ilustrações que Lacaz fez para a revista Caros Amigos, de 1997 a 2012, e na coluna de Joyce Pascowitch, na Folha de S. Paulo, de 1980 a 1990. Pares Ímpares (2007-2013) reúne colagens digitais feitas pelo artista com Edson Kumasaka para a Revista Wish. Pequenas grandes ações, de 2003, apresenta 12 serigrafias inspiradas em manuais de instruções de eletrodomésticos e objetos diversos.
Vídeos de performances e o teaser (veja em vídeos) do documentário Guto Lacaz – um olhar iluminado, complementam o entendimento do processo criativo do artista e seu olhar para dar vida às coisas que passam invisíveis. O filme é dirigido por Marcelo Machado e conduzido por Farkas e Lins Ele será disponibilizado no streaming Itaú Cultural Play (www.itauculturalplay.com.br), a partir da data de abertura da exposição. A plataforma também pode ser acessada nos aplicativos para dispositivos móveis (Android e iOS), no Chromecast e nas smart TVs da Samsung, LG e Apple TV.
Serviço
Exposição | Guto Lacaz: cheque mate
De 1 de agosto a 27 de outubro
Terça-feira a sábado, das 11h às 20h, domingos e feriados, das 11h às 19h
Período
1 de agosto de 2024 10:00 - 27 de outubro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Itaú Cultural
Avenida Paulista, 149, Sâo Paulo - SP
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Nara Roesler São Paulo tem o prazer de apresentar a partir do dia 8 de agosto de 2024 a exposição “Julio Le Parc: Couleurs”, com cerca de 50 obras recentes e inéditas do grande
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Nara Roesler São Paulo tem o prazer de apresentar a partir do dia 8 de agosto de 2024 a exposição “Julio Le Parc: Couleurs”, com cerca de 50 obras recentes e inéditas do grande mestre da arte cinética. As pinturas, desenhos, um móbile em grandes dimensões, com quatro metros de altura por três metros e meio de largura, e duas estruturas luminosas – em que a luz interage diretamente com as placas cromáticas, provocando um efeito luminoso vertical e ascendente – vão ocupar dois andares da Nara Roesler São Paulo. Ativo aos 96 anos, o artista argentino radicado em Paris desde os anos 1950, deu à exposição um título em francês, que significa “Cores”.
Entre as obras, está um conjunto de treze pinturas da série “Alquimias”, criadas este ano que, vistas de longe parecem nuvens cromáticas que vibram, e de perto se percebem as mínimas partículas de cor presentes nas composições.
Nesses trabalhos que têm tamanhos que variam de três metros a 1,5 metro, Le Parc se debruça sobre o estudo da cor, suas diferentes paletas e os resultados obtidos a partir da interação entre elas. Sua paleta é constituída de catorze tonalidades, que vem utilizando desde 1959, e que vai desde tons mais quentes, como o vermelho e o laranja, até os mais frios, como o azul e o roxo. No entanto, nas “Alquimias”, as cores são reduzidas a pequenos fragmentos, como se fossem partículas, que se agrupam e se organizam de diferentes maneiras. Vistas de longe, o espectador tem a sensação de estar diante de nuvens cromáticas que vibram conforme as tonalidades se friccionam entre si, mas, de perto, ficam visíveis as partículas de cor presentes nas composições.
Outra série pictórica presente na mostra é a em que Le Parc coloca lado a lado faixas de cor que vão dos tons mais quentes aos mais frios, e que através de esquemas sinuosos as cores se intercalam, criando uma superfície dinâmica. São elas “Ondes 174” (2024), 200 x 200 x 3,5 cm, “Gamme 14 couleurs Variation 8” (1972/2024), “Gamme 14 couleurs Variation 7” (1972/2024), ambas com 100 x 100 x 3,5 cm, e “Théme 72-7” (1973/2023), todas elas em tinta acrílica sobre tela.
Obras tridimensionais de Julio Le Parc, uma de suas marcas de beleza e de experimentos cinéticos, estão também na exposição: “Mobile Color” (2024), com placas de acrílico colorido suspensas por fio de nylon, totalizando quase quatro metros de altura por 3,5m de largura, em que o artista propõe a mesma transição cromática nas séries de pinturas expostas; e as duas estruturas luminosas – “Continuellumière” (1960/2023) e “Continuellumière – verte” (1960/2023), ambas em madeira, acrílico, luz e folha colorida, medindo 124 x 35 x 27 centímetros, que contém placas de acrílico coloridas com padrões geométricos. Uma vez acesas, a luz interage diretamente com as placas cromáticas, provocando um efeito luminoso vertical e ascendente.
Um conjunto de 27 desenhos feitos em técnica mista sobre papel, com 29 x 21 cm cada, chamados de “Proyectos para alquimia”, revela ao público o processo criativoe experimental de Le Parc, nos estudos de cor feitos para suas pinturas da série “Alquimia”.
O principal interesse poético de Julio Le Parc é o estudo do movimento, que ao longo de sua trajetória foi explorado das mais diversas maneiras: por meio de pinturas, experimentações com espelhos e outras superfícies reflexivas, instalações, motores e mesmo instalações mais ousadas, como o conjunto que realizou na Bienal de Veneza de 1966 que, para incluir o espectador, transformou a instalação em um parque de diversões.
Serviço
Exposição | Julio Le Parc: Couleurs
De 8 de agosto a 19 de outubro
Segunda a sexta, das 10h às 19h, sábado, das 11h às 15h
Período
8 de agosto de 2024 10:00 - 19 de outubro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Nara Roesler - SP
Avenida Europa, 655, São Paulo - SP
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A partir do dia 10 de agosto, a Arte132 Galeria apresenta a exposição “Transmutação e metáforas do inconsciente” do escultor italiano Renato Brunello, com curadoria de Laura Rago. Em sua segunda mostra
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A partir do dia 10 de agosto, a Arte132 Galeria apresenta a exposição “Transmutação e metáforas do inconsciente” do escultor italiano Renato Brunello, com curadoria de Laura Rago. Em sua segunda mostra individual na galeria, a produção de Brunello reflete a fusão entre a tradição escultórica italiana e a cultura brasileira. A mostra com 22 obras, todas inéditas, traz a adaptabilidade dos materiais utilizados, abrangendo novas concepções sobre seu manuseio.
Desde meados dos anos 1970, Renato Brunello, radicado no Brasil, incorporou em sua produção artística as influências da arte e da cultura popular nordestina, como o artesanato e o folclore, além das características da arquitetura vernacular pelo uso de materiais locais e técnicas construtivas tradicionais. Formado na Escola de Artes e Ofícios, em Veneza, Brunello trabalha com mármore e madeira em suas criações, transgredindo a maneira convencional de utilizar esses materiais ao incorporar a força expressiva da técnica e a adequabilidade do trabalhador de ofício. “A escultura deve necessariamente se relacionar com a dinâmica do espaço, articulando volumes de maneira a criar uma interação fluida e expressiva com o ambiente”, diz Brunello.
As obras de Brunello rejeitam a classificação tradicional da arte, que se apoia na separação do abstrato versus o figurativo ou engajamento versus “arte pela arte”. Nelas, o elemento abstrato evoca o figurativo, ao mesmo tempo que a beleza da forma provoca reflexões. Cada peça conta uma história que se revela a quem observa. A apreciação da arte contemporânea exige essa imersão no universo do artista. “A ocupação do espaço é vital para gerar pontos dinâmicos e dialogar eficazmente com o próprio espaço”, afirma o artista, comparando a composição espacial da escultura a um passo de dança.
Nesta exposição, as produções proporcionam leituras para a compreensão da intenção criativa de Brunello, consciente ou não. Essa visão integra a subjetividade do artista à exterioridade do mundo. As esculturas de pequeno porte, como “Gufo Rosa” (2024), carregada de camadas de significado metafórico, trazem à memória a coruja de Minerva, presente na mitologia romana, e evocam a ideia de renovação e transformação constante. A escolha dos materiais, como mármore rosa de Portugal e madeiras massaranduba e garapeira, evidencia a habilidade técnica do artista, ressaltando a ambiguidade das texturas alcançadas.
“Conceitos relativos a uma ampliação do campo da escultura são perceptíveis no eixo da produção axiomática do artista, que passou a abranger novas concepções, flertando com a metáfora e o simbólico”, escreve Laura Rago. “O resultado são obras tridimensionais que evocam a fauna e a flora do Brasil, ao mesmo tempo que ressaltam a expertise do artista no manejo da matéria”, completa a curadora.
Renato Brunello continua a explorar a relação entre o vazio e o cheio em suas esculturas, como em “Contorção” (2005) e “Ponto e Contraponto” (2023), criando uma interação entre presença e ausência. Essa interação convoca o espectador ao deslocamento corpóreo e imaginativo, permitindo uma experiência estética que transcende a simples observação visual. Suas esculturas podem ser experimentadas como um sistema de comunicação, que produz e reproduz signos a partir do seu imaginário
Serviço
Exposição | Transmutação e metáforas do inconsciente
De 10 de agosto a 26 de outubro
Segunda a sexta, das 14h às 19h. Sábados, das 11h às 17h
Período
10 de agosto de 2024 14:00 - 26 de outubro de 2024 19:00(GMT-03:00)
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A mostra Ofício: Barro: Gabriella Marinho – Argila-Griô reúne, no Sesc Pompeia, 25 trabalhos, cerca de metade deles inéditos, criados a partir de 2017 pela artista visual, educadora e
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A mostra Ofício: Barro: Gabriella Marinho – Argila-Griô reúne, no Sesc Pompeia, 25 trabalhos, cerca de metade deles inéditos, criados a partir de 2017 pela artista visual, educadora e pesquisadora que, em suas esculturas e instalações, reflete sobre corporeidade e subjetividade, explorando tanto as relações entre as peças e o espaço, quanto a plasticidade pictórica que a pintura oferece sobre esse material.
Desde sua criação em 2019, o projeto Ofício, desenvolvido no Galpão das Oficinas de Criatividade do Sesc Pompeia, tem se destacado como um espaço inovador para a exploração e valorização de diversas formas de expressão artística. A edição de 2024, intitulada Ofício: Barro, celebra a argila como um material fundamental na criação de utensílios e obras de arte que moldaram culturas milenares, desde a Mesopotâmia até o Egito Antigo. A modelagem do barro não só preserva tradições ancestrais, mas também se revela uma poderosa ferramenta para expressar reflexões e sensibilidades contemporâneas.
Gabriella Marinho, com sua participação no projeto Ofício, destaca a importância da arte em argila não apenas como forma de expressão, mas também como meio educativo e transformador. Primeira individual da artista fluminense em São Paulo, Argila-Griô demonstra como a argila pode ser utilizada para revisitar e reinterpretar narrativas, oferecendo novas perspectivas sobre questões de identidade e memória.
No espaço expográfico de Ofício: Barro: Argila-Griô, Gabriella Marinho e a curadora, Renata Felinto, estabelecem cinco eixos temáticos: Território; Corpo; Ritual; Memória; e Transformação. Reunindo pinturas, esculturas, mosaicos, fotografias e uma videoperformance, o conjunto de obras expostas, que envolve técnicas mistas como artes gráficas, tapeçaria, cerâmica, gravura, maquetes e marcenarias, é composto de trabalhos individuais e representativos de séries como Caminhos, Maré Mexida, Pedras, Declive, Cobogó, Porcelana e Acordelar. Dentre as obras que serão apresentadas na mostra, uma delas será desenvolvida em colaboração com a artista e a equipe de Ação Educativa da exposição.
Serviço
Exposição | Ofício: Barro: Gabriella Marinho – Argila-Griô
De 13 de agosto a 08 de dezembro
Terça a sexta, das 10h às 21h, sábado, domingos e feriados, das 10h às 18h. Grátis. Livre
Período
13 de agosto de 2024 10:00 - 8 de dezembro de 2024 21:00(GMT-03:00)
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O trabalho de Gisela Colón explora as interconexões entre ecofeminismo, histórias coloniais e as forças universais da natureza. Sua prática artística busca transformar o pessoal em universal, seguindo uma trajetória
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O trabalho de Gisela Colón explora as interconexões entre ecofeminismo, histórias coloniais e as forças universais da natureza. Sua prática artística busca transformar o pessoal em universal, seguindo uma trajetória elíptica que começa com o início dos tempos, a primeira luz primordial que criou a vida na Terra. Colón atravessa a violência da existência humana, processando experiências de opressão contra humanos, animais e a natureza, retornando catarticamente ao mundo natural em busca de respostas, utilizando uma linguagem de regeneração transformadora.
Colón utiliza sua arte para abordar as dolorosas realidades da violência armada, do feminicídio e da violência coletiva que presenciou durante sua juventude em Porto Rico. Em suas obras, ela canaliza essas experiências traumáticas, transformando-as em metáforas de renovação e resiliência. Observando e aprendendo com os processos de cura e regeneração, Colón desenvolveu uma estética que incorpora a vitalidade e a força dos elementos naturais, como exemplificado em suas esculturas monolíticas que simbolizam a transformação de balística em montanhas metamórficas, a Balística Holística.
A artista se apropria de materiais de alta tecnologia, frequentemente associados a funções militares, transformando-os em veículos de luz, vida e transcendência. Essa transmutação de materiais destinados à opressão em objetos que canalizam energia positiva subverte suas conotações originais. Com essa abordagem crítica, o espectador é desafiado a reconsiderar a relação entre tecnologia e a capacidade transformadora da arte.
Plasma, o quarto estado da matéria, reflete seu conceito de criação sob pressão extrema, emergindo como luz incandescente. Suas esculturas capturam e refratam a luz, criando uma cor estrutural que remete às cores naturais encontradas em besouros escaravelhos, conchas de abalone e mariscos pré-históricos. Esses elementos enfatizam a conexão entre a arte de Colón e a história primordial da vida na Terra, destacando a transformação da energia solar em energia química como a centelha inicial de vida.
Colón nos lembra que todas as respostas vêm do mundo natural. A energia da Terra e as leis da física oferecem um guia sobre como reparar os caminhos quebrados da humanidade e retornar a uma simbiose equilibrada de coexistência na Terra. Sua arte atua como um manifesto para o pós-Antropoceno, convidando-nos a nos reconectar com nossas origens universais e abraçar um futuro de regeneração com a natureza.
Marcello Dantas
Serviço
Exposição | O quarto estado da matéria
De 21 de agosto a 19 de outubro
Segunda a sexta, das 11h às 19h | sábado, das 11h às 15h
Período
21 de agosto de 2024 11:00 - 19 de outubro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Raquel Arnaud
Rua Fidalga, 125 – Vila Madalena, São Paulo - SP
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A Gomide&Co tem o prazer de apresentar a primeira individual de Megumi Yuasa (São Paulo, 1938) na galeria, que inaugura no dia 22 de agosto, às 18h. A exposição tem
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A Gomide&Co tem o prazer de apresentar a primeira individual de Megumi Yuasa (São Paulo, 1938) na galeria, que inaugura no dia 22 de agosto, às 18h. A exposição tem projeto concebido pela parceria entre o artista Alexandre da Cunha, a arquiteta Jaqueline Lessa (entre terras) e a pesquisadora Rachel Hoshino, que também assina o texto crítico.
A Gomide&Co tem o prazer de apresentar a primeira individual de Megumi Yuasa (São Paulo, 1938) na galeria, que inaugura no dia 22 de agosto, às 18h. A exposição tem projeto concebido pela parceria entre o artista Alexandre da Cunha, a arquiteta Jaqueline Lessa (entre terras) e a pesquisadora Rachel Hoshino, que também assina o texto crítico. Sem expor individualmente desde 1998, o artista realiza na Gomide&Co uma mostra que combina obras realizadas desde o fim da década de 1970 até algumas inéditas realizadas em 2024.
Megumi constrói ao longo de sua produção artística uma linguagem própria, dando forma a esculturas que combinam elementos variados, como argila, metais, limalhas e óxidos. Um mestre em seu meio, o artista enfatiza a comunhão dos ceramistas com a terra, defendendo que tudo o que está ao redor de uma obra faz parte dela e vai acompanhá-la ao infinito. É justamente essa relação dialógica, sempre imbuída pelo discurso filosófico e político do artista, que estrutura boa parte de seus trabalhos.
Suas paisagens imaginadas, entre árvores, nuvens, sementes e os chamados espássaros, irão agora compor o espaço expositivo da galeria, ganhando formas familiares e ao mesmo tempo improváveis, constituídas a partir de uma expografia singular que apresenta suas obras sem hierarquias. Tendo realizado suas primeiras exposições ainda no fim da década de 1960, o artista chega para a ocasião somando mais de meio século de trajetória como um nome fundamental da escultura no Brasil. Diante de seu repertório visual, é possível também perceber a amplitude de sua poética, que atravessa linguagens e constitui seu discurso interdisciplinar.
Serviço
Exposição | Megumi Yuasa
De 22 de agosto a 01 de novembro
Segunda a Sexta das 10h às 19h, sábado de 11 às 17h
Período
22 de agosto de 2024 10:00 - 1 de novembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Gomide & Co
Avenida Paulista, 2644 01310-300 - São Paulo - SP
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Dos desenhos em nanquim realizados em meados dos anos 1960, formas e corpos empilhados — aquelas a sugerirem blocos apoiados uns nos outros, possíveis visões sombrias e enigmáticas de muros,
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Dos desenhos em nanquim realizados em meados dos anos 1960, formas e corpos empilhados — aquelas a sugerirem blocos apoiados uns nos outros, possíveis visões sombrias e enigmáticas de muros, edifícios, cidades imaginárias, sabe-se lá o que sejam; estas, cabeças, troncos, sexos, todos desconjuntados —, a obra de Tuneu, como é comum acontecer, conheceu muitas variações. Nascido e criado em São Paulo, viciado em visitas a museus, a galerias e às sucessivas edições da Bienal de São Paulo, primeiramente como visitante e, a partir de 1967, na famosa Bienal Pop, como participante — de passagem, o mais jovem participante, ao menos até então —, era natural que fosse sensível à produção de seus colegas, daqui e de fora, a começar pela da sua mentora Tarsila do Amaral (sim, ela mesma, acompanhou-o dos 10 até seus 25 anos); que sentisse o impacto dos desenhos de Wesley Duke Lee; que acompanhasse deslumbrado a desembalagem das 39 pinturas da sala Edward Hopper, na mesma Bienal de 1967, onde viu Robert Rauschenberg pendurando sua imensa Barge, pintura de 980 cm de largura, a maior de toda sua série de 79 pinturas silk screen.
A indicação dessas quatro referências não é gratuita. Todos esses são artistas figurativos, enquanto Tuneu terminaria pendendo para a abstração, mais precisamente para a abstração geométrica. Mas que não se confunda com o Concretismo. Para começar, uma de suas afinidades estético-afetivas era Willys de Castro, que, como seu companheiro Hércules Barsotti, juntou-se aos neoconcretos cariocas. Tuneu divertia-se com Willys zombando do dogmatismo de Waldemar Cordeiro, o líder dos concretistas, para quem o marrom não era cor. O problema é que Tuneu, ademais do apuro formal, desde sempre cultuou a cor, jamais separando uma dimensão da outra.
A variação da obra de Tuneu não foi tanto pela anexação de territórios de linguagens exteriores a ela, mas pela exploração sistemática, diligente, meditativa dos elementos constitutivos da pintura, de formas geométricas aplicadas a ela, incluindo desde o campo quadrangular delimitado pela moldura, a própria moldura, às quatro linhas que perfazem os limites da folha de papel, do cartão, ou do tecido da tela; considere-se também as superfícies desses suportes, sobre os quais ele pinta, risca, corta, como as séries formadas por cortes, dobras e sobreposições de planos. E cores, claro, muitas cores, variações e contrastes tonais próprios de sua condição de ouvinte musical cultivado, daqueles que reconhecem ritmos compostos complexos e os matizes de certos glissandos.
Para essa exposição, composta por um conjunto de papéis e pinturas, Tuneu mantém o hexágono como protagonista. Como responder a isso? Talvez porque os favos das abelhas sejam pequenos hexágonos confinados com a pureza, com a doçura e sua condição de alimento vital; talvez porque o mundo tenha sido feito em seis dias; talvez porque o hexágono seja a soma e produto dos três primeiros números, o um, o dois e o três, o que o caracteriza como o primeiro dos números perfeitos; talvez porque uma infinidade de estruturas cristalinas, de um floco de neve ao átomo de carbono, sejam hexagonais; talvez porque a escala pentatônica, como queria Pitágoras, tenha seis intervalos iguais. Talvez, enfim, para encontramos um sentido de ordem e pureza numa vida carente de sentido, num mundo permanentemente em crise.
Sim, talvez tudo isso seja uma boa coincidência, o que pessoalmente duvido, e convido o leitor a ser prudente, pois não sei se ele está advertido do que podem, consciente ou inconscientemente, os artistas. Seja como for, olhe para cada um desses trabalhos e note que todos eles – formas abertas, expandidas, desdobradas, pontiagudas, que sejam – contêm, no seu interior, um hexágono perfeito. Por vezes, como que atendendo a sua natureza versátil, eles se esparramam, correm para os lados, para o alto, como pétalas geométricas de um lírio, que se vão abrindo em movimentos alternados e em posições desiguais, mas precisos como se dotados de dobradiças. E é frequente que, ao mesmo tempo em que isso acontece, uma das seis linhas laterais de um desses hexágonos resolva afirmar sua condição simultânea de aresta de um quadrado que se projeta para dentro dele, numa dinâmica que se repete e prolifera em triângulos, trapézios, cheios ou vazados, ocupados por uma ou duas cores, ou reduzidos às linhas de contorno, em alguns casos uma fenda retilínea de luz. Note como as cores se correspondem, vibram consoante se aproximam, quando acontece de serem contrastantes, dissolvem-se umas nas outras, quando vizinhas ou quando são sobrepostas, em velaturas mais ou menos discretas, com uma cor habitando um plano submerso à cor flutuando na superfície.
Trabalhando com o hexágono, essa forma perfeita, Tuneu examina-o com o apuro aparentado ao de Newton submetendo um prisma à luz, descobrindo que o simples sólido de secção triangular de vidro, com suas faces planas, polidas, e seu corpo transparente, tem o poder de transformar um feixe de luz branca na projeção de uma mancha com as cores do arco-íris.
Agnaldo Farias
Serviço
Exposição | OUTROPLANO
De 24 de agosto a 19 de outubro
Segunda a sexta, das 11h às 19h | sábado, das 11h às 15h
Período
24 de agosto de 2024 11:00 - 19 de outubro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Raquel Arnaud
Rua Fidalga, 125 – Vila Madalena, São Paulo - SP
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A galeria Verve abre ao público a mostra “Acará: delicadeza insurgente”, com texto curatorial da pesquisadora Ana Paula Rocha. Acará – do quicongo: kala, carvão ardente, brasa – dá nome ao
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A galeria Verve abre ao público a mostra “Acará: delicadeza insurgente”, com texto curatorial da pesquisadora Ana Paula Rocha. Acará – do quicongo: kala, carvão ardente, brasa – dá nome ao rito em que um naco de algodão, encharcado em óleo de dendê, é acendido em fogo para que seja engolido por pessoas em transe. A palavra também designa em terreiros preparações com feijão-fradinho, dentre eles o acarajé (“comer bola de fogo”), vinculados às tradições alimentares e de afeto transmitidas pelas mães pretas.
Ao mesmo tempo, Acará, do Tupi-guarani, nomeia diversas espécies de peixe – acará-bandeira, acará do Congo, acará-cascudo – e por vezes recebe, no dialeto popular, o sentido de “peixe que morde”. Ao representar as principais ritualísticas de diversos povos indígenas, o peixe se relaciona com aspectos de vigor e cuidado, próprios ao ato da pesca, do cozimento e do preparo. “ACARÁ: delicadeza insurgente” investiga essa coexistência entre força e sensibilidade. Com o objetivo de subverter estereótipos associados a grupos não-brancos tidos ora como violentos, ora passivos, na historiografia nacional e seus arquivos institucionais, a mostra evidencia o modo como os artistas, individual ou coletivamente, apresentam propostas políticas insurgentes, alinhadas à forte rigor e delicadeza estéticos.
Organizada pela Verve, a exposição é fruto de uma colaboração entre as galerias Gomide & Co., Simões de Assis, Mendes Wood DM, Vermelho, Almeida e Dale, Millan e Portas Vilaseca Galeria, e reúne o trabalho dos artistas Ana Beatriz Almeida, Ayrson Heraclito, Eustáquio Neves, Emanoel Araujo, Jaider Esbell, Lita Cerqueira, Maria Auxiliadora, Maria Lira Marques, Moisés Patrício, Nádia Taquary, Paulo Nazareth, Sidney Amaral e Shai Andrade.
A exposição é inaugurada em diálogo com a mostra ‘Posesión’, individual do artista cubano Carlos Martiel com abertura no mesmo dia, evidenciando o duplo engajamento dos artistas reunidos, que criam propostas políticas tão insurgentes quanto carregadas de forte rigor e delicadeza estéticos. “A mostra é um convite à reflexão e consciência crítica dos impactos socioculturais das violências de classe-raça, sem jamais abrir mão de uma perspectiva propositiva de liberdade e de deslumbramento incendiário do mundo”, como define Ana Paula Rocha em seu ensaio crítico para a exposição.
Serviço
Exposição | Acará: delicadeza insurgente
De 24 de agosto a 24 de outubro
Terça a sexta-feira, das 11h às 18h, sábado, das 12h às 17h
Período
24 de agosto de 2024 11:00 - 24 de outubro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Verve Galeria
Avenida São Luis, 192, Sobreloja 06, República, São Paulo - SP
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A galeria Verve inaugura ‘Posesión’, primeira exposição individual do artista cubano Carlos Martiel no Brasil. A mostra conta com obras inéditas produzidas especialmente para o contexto brasileiro e texto crítico
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A galeria Verve inaugura ‘Posesión’, primeira exposição individual do artista cubano Carlos Martiel no Brasil. A mostra conta com obras inéditas produzidas especialmente para o contexto brasileiro e texto crítico de Ayrson Heráclito, artista com quem já colaborou inúmeras vezes e mantém intensa troca há muitos anos.
Radicado em Nova York, Martiel é um dos mais prestigiados performers da atualidade e já se apresentou em importantes instituições, como o Solomon R Guggenheim Museum, de Nova York (EUA); El Museo del Barrio, Nova York (EUA), Stedelijk Museum, Amsterdam Holanda); The Museum of Fine Arts Houston (EUA), entre outros. Ganhador de inúmeros prêmios, seus trabalhos também integram os acervos permanentes do Solomon R Guggenheim Museum, Nova York (EUA); The Pérez Art Museum Miami (Miami, EUA); do Museu de Arte do Rio (MAR), Rio de Janeiro, entre outros. Neste momento, o artista apresenta uma grande exposição retrospectiva no Museo del Barrio, também na cidade de Nova York, curada pelo diretor da instituição, Rodrigo Moura.
Nos trabalhos desenvolvidos para esta mostra, Martiel investiga as dinâmicas em torno dos corpos originários e diaspóricos, explorando questões de resistência e resiliência nos diferentes contextos da colonização. Desta forma, o artista tece conexões com a realidade brasileira em diferentes núcleos através da religiosidade (como o Candomblé), dos símbolos (bandeiras e medalhas) e do território (demarcações e disputas). Em obras muito sintéticas e de grande potência, Martiel transforma sua existência em uma experiência radical de arte. No texto crítico desenvolvido para a mostra, Ayrson Heráclito define com precisão a força de seu trabalho: “podemos pensar o seu discurso artístico enquanto a voz dissonante de um sujeito negro, queer, desterrado e imigrante em constante embate com as politicas de assujeitamento do seu tempo. Apresentando um arquivo de situações, onde racismo, sexismo, colonialismo e utopismos se entrecruzam nas mais torpes e sádicas violências, o artista produz um manifesto antirracista e libertário. A poética da sua obra desencadeia na audiência um desconfortável susto ético e político”, conclui o curador.
Serviço
Exposição | Posesión
De 24 de agosto a 24 de outubro
Terça a sexta-feira, das 11:00 às 18:00h / Sábado, das 12:00 às 17:00h
Período
24 de agosto de 2024 11:00 - 24 de outubro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Verve Galeria
Avenida São Luis, 192, Sobreloja 06, República, São Paulo - SP
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No centenário de nascimento de Paulo Vanzolini (1924 – 2013), compositor brasileiro responsável por clássicos como Ronda e Volta Por Cima, o Sesc São Paulo apresenta uma imersão na vida do
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No centenário de nascimento de Paulo Vanzolini (1924 – 2013), compositor brasileiro responsável por clássicos como Ronda e Volta Por Cima, o Sesc São Paulo apresenta uma imersão na vida do artista, revelando não apenas sua faceta musical, mas também a trajetória do zoólogo de renome internacional. A exposição 100 anos de Paulo Vanzolini, o cientista boêmio ocupa o Sesc Ipiranga a partir de 28 de agosto de 2024, e segue em cartaz até 16 de março de 2025. Idealizada pelos filhos do cientista, o diretor de arte e cineasta Toni Vanzolini e a psicóloga Maria Eugênia Vanzolini, a mostra conta com curadoria de Daniela Thomas, reconhecida cenógrafa, cineasta e diretora teatral.
“A data simbólica do centenário de Paulo Emilio Vanzolini, nosso pai, nos motivou a pensar uma exposição que mostrasse um pouco da pluralidade desse brasileiro que ouviu, traduziu, pesquisou, escreveu, cantou e pensou um Brasil bom, diverso e inclusivo. Que sempre valorizou o conhecimento e a arte, fazendo de ambas seu maior legado. O universo desse personagem interessado e interessante, ‘cientista boêmio’, como bem o definiu Antonio Candido, é o que queremos mostrar nessa exposição”, antecipa Toni Vanzolini.
Sem perder de vista o lado boêmio e artístico do homenageado, a exposição revisita as expedições científicas e as contribuições para a ciência empreendidas como herpetólogo, especializado no estudo de répteis e anfíbios. O Sesc Ipiranga como espaço para a exposição possui um simbolismo especial: a proximidade com o Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZUSP), onde Paulo Vanzolini trabalhou por cinco décadas – três destas, como diretor.
“Algumas figuras são incontornáveis na história de uma cidade, de um país. Algumas chegam a ser incontornáveis até no planeta. É o caso do nosso homenageado nessa exposição, Paulo Vanzolini, que completaria 100 anos este ano e que passou a maior parte da sua vida aqui do lado do Sesc Ipiranga, dirigindo o Museu de Zoologia da USP, sua casa. Ou uma de suas casas, já que se sentia perfeitamente integrado à paisagem numa picada na floresta, no seu laboratório ou no boteco, entre músicos ou entre os maiores intelectuais da sua época”, destaca Daniela Thomas. “Homem ímpar, de uma inteligência sobrenatural, uma inventividade que produziu versos inesquecíveis como ‘reconhece a queda e não desanima, levanta, sacode a poeira, dá a volta por cima’ e teorias revolucionárias na zoologia, e de uma determinação quase autoritária, características que fizeram dele essa potência realizadora que celebramos agora”.
Em parceria com o Museu de Zoologia da USP, a exposição exibe ao público 51 exemplares conservados de espécies animais identificadas e catalogadas por Vanzolini. Esses espécimes, emprestados pelo Museu ao Sesc, estão em destaque em uma sala que recria um laboratório de zoologia.
Cinco salas temáticas revelam a trajetória multifacetada de Vanzolini, abrangendo mais de meio século de pesquisa. A exposição destaca suas célebres expedições amazônicas e as conexões entre arte e ciência que ele promoveu. Documentos, fotografias e vídeos oferecem um vislumbre dos bastidores das descobertas marcantes do “cientista boêmio”, apelido carinhosamente atribuído por Antonio Cândido, sociólogo e crítico literário, no encarte do disco Acerto de Contas de Paulo Vanzolini (2002). Esta compilação apresenta 52 composições do cientista, interpretadas por renomados artistas como Chico Buarque, Paulinho da Viola e Martinho da Vila.
No percurso expositivo, ilustrações de Alice Tassara guiam os visitantes pela trajetória de Vanzolini, em uma cronologia biográfica que destaca aspectos de sua formação acadêmica e seu círculo de amizades com intelectuais, artistas e ícones da música popular brasileira.
O que encontrar na exposição 100 anos de Paulo Vanzolini, o cientista boêmio
Confira a seguir detalhes sobre os espaços que compõem a exposição espalhados pelo Sesc Ipiranga.
Sala Laboratório
O espaço é uma reprodução de um laboratório que retrata o cotidiano do zoólogo, destacando as etapas dos processos de sistematização. Na mesa de trabalho estão dispostos instrumentos como microscópios, além de um painel que elucida aspectos da Teoria dos Refúgios. A sala também reúne as espécies emprestadas pelo Museu de Zoologia da USP, apresentadas em um painel com cubos giratórios que identificam e contextualizam cada uma delas. Ilustrações de Gabriela Dássio complementam o ambiente, enriquecendo a experiência visual dos visitantes.
Sala Expedição Amazônia
Uma instalação sonora e visual imersiva projetada para simular uma caminhada pela floresta amazônica, enriquecida pelas ilustrações de Danilo Zamboni, que capturam a riqueza da biodiversidade do bioma. A experiência busca dimensionar a grandiosidade da fauna e flora amazônicas. Nas paredes do ambiente, o visitante encontra uma variedade de informações detalhadas sobre a biodiversidade da região, dados preocupantes sobre desmatamento e uma reflexão sobre a importância crucial da Amazônia para o equilíbrio do planeta.
Sala A Bordo do Garbe
O espaço convida o público a mergulhar no universo de múltiplos interesses e aventuras de Vanzolini, entrelaçando ciência, arte e cultura.
Aqui, o público pode embarcar em uma das viagens de Vanzolini à floresta amazônica a bordo do barco Garbe – parte da Expedição Permanente à Amazônia (EPA), projeto comandado pelo cientista durante duas décadas. Em 1975, esta expedição cruzou o Rio Madeira, de Manaus a Porto Velho. Entre os tripulantes do Garbe estava o pernambucano José Cláudio da Silva, apresentado a Vanzolini por seu amigo Arnaldo Pedroso d’Horta, artista plástico e jornalista que também o acompanhou em expedições à Amazônia. No decorrer de dois meses de viagem, José Claudio retratou em cem telas a diversidade da fauna e flora amazônicas, bem como a vastidão dos rios e o dia a dia das comunidades ribeirinhas.
Reproduções desses trabalhos, que foram compilados no livro José Claudio da Silva: 100 telas, 60 dias & um diário de viagem – Amazonas, 1975 (Imprensa Oficial, 2009) e hoje integram os acervos do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual de São Paulo, são exibidas na sala. O ambiente também apresenta um extenso painel com o mapa do Rio Madeira, mostrando onde cada uma dessas obras foi criada e oferecendo ao público uma experiência imersiva, que permite “reviver” a expedição.
Sala Boêmia
Afeito à vida noturna, Vanzolini se desenvolveu enquanto compositor em mesas de bares e rodas de samba, criando um método peculiar de escrita musical. Apesar de não dominar nenhum instrumento, ele concebeu a estrutura da maioria de suas mais de 70 canções, contando com o apoio dos amigos Adauto Santos e Luiz Carlos Paraná, violonistas e sócios no histórico bar Jogral, para dar forma às suas melodias e letras com harmonia e ritmo. Além dessas colaborações, Vanzolini deixou sua marca na música ao trabalhar com grandes nomes como Waldir Azevedo, Elton Medeiros, Toquinho, Paulinho Nogueira e Eduardo Gudin.
Essa característica boêmia é reverenciada em uma sala que reproduz a atmosfera da vida noturna. Elementos expositivos incluem rótulos personalizados com nomes de suas composições mais célebres, que podem ser ouvidas pelos visitantes. A cenografia da sala, que conta com balcão, prateleiras e mesas de bar, também destaca os nomes de seus grandes colaboradores em azulejos. Ampliações fotográficas da cidade de São Paulo, capturadas por Thomaz Farkas, entre outros, completam o ambiente, proporcionando uma imersão visual e sonora na história musical de Vanzolini.
Expedições terrestres
O pesquisador encontrou nas expedições científicas do século XIX inspiração para suas próprias viagens de campo pelo Brasil, onde explorou a fauna e flora dos diversos biomas nacionais. Para ele, esses ambientes naturais eram seu verdadeiro local de trabalho. As viagens eram realizadas a bordo de uma Kombi, percorrendo territórios diversos. Como não dirigia, sua filha Mariana frequentemente assumia a direção, ou então Francisca do Val, conhecida como Chica, que além de zoóloga, era ilustradora e documentava os trajetos cotidianos. Para revelar os bastidores dessas expedições, uma Kombi cenográfica será montada no acesso ao Sesc Ipiranga próximo ao Parque Independência e ao Museu do Ipiranga. Esta instalação reúne fotografias e diários, proporcionando aos visitantes uma imersão nas jornadas e descobertas de Vanzolini.
Sala Paulo por Paulo
Devido à sua intensa imersão na cultura e às suas inúmeras experiências, resultado das viagens por todo o Brasil, Vanzolini acumulava uma coleção de histórias e era um exímio contador de causos. Nesta sala, que reúne depoimentos em vídeo, frases emblemáticas e excertos de entrevistas documentadas ao longo de décadas, o público pode se aproximar de Vanzolini, explorando seu legado pessoal e intelectual de forma envolvente.
Do Butantan para o mundo: sobre Paulo Vanzolini
Paulo Emílio Vanzolini nasceu em São Paulo em 25 de abril de 1924. Aos 10 anos de idade, em um passeio ao Instituto Butantan, encantado pelas cobras e lagartos, decidiu que dedicaria sua vida ao estudo dos répteis e anfíbios, na especialidade de herpetologia. Após formar-se em Medicina pela Universidade de São Paulo (USP) em 1947, fez doutorado em Zoologia na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, entre 1949 e 1951.
De volta ao Brasil, aplicou suas inovadoras visões no Museu de Zoologia da USP, organizando conjuntos de animais conservados para pesquisa a partir de técnicas aprendidas em Harvard, tornando a coleção do museu paulistano uma das mais importantes dentro e fora do Brasil e aumentando o catálogo de Herpetologia da instituição de 1.200 para mais de 220 mil exemplares. Reflexo de sua imprescindível contribuição, 15 espécies animais foram nomeadas em sua homenagem, como o lagarto Vanzosaura savanicola e a serpente Lygophis vanzolini.
Ao papel de gestor, somou-se o de professor de pós-graduação da USP e o de cofundador da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Vanzolini ainda obteve reconhecimento internacional ao formular a Teoria dos Refúgios, uma hipótese para explicar a biodiversidade amazônica elaborada em meio a suas diversas expedições científicas e a partir de estudos realizados com o geomorfologista brasileiro Aziz Ab’Saber, e em conjunto com o herpetólogo americano Ernest Williams.
Ao longo de mais de 20 anos, durante as décadas de 1960 e 1970, o cientista comandou a Expedição Permanente à Amazônia – EPA, realizada a bordo do barco Garbe e financiada pela FAPESP. Nestas empreitadas, Vanzolini estabeleceu colaborações que resultaram em contribuições significativas não apenas para a ciência, mas também para as artes visuais. Um exemplo é sua parceria com o pintor José Claudio da Silva, com quem compartilhou uma destas expedições, em 1975.
A proximidade com artistas plásticos estimulou colaborações instigantes. Como exemplo, o zoólogo escreveu textos para os livros de Gerda Brentani e convidou Aldemir Martins para ilustrar seu Tempos de Cabo, um relato breve de sua passagem pelo Exército na segunda metade da década de 1940, época em que, aos 21 anos, compôs seu clássico Ronda.
Lançado pelo selo Fermata em 1967, o álbum de estreia de Vanzolini, Onze Sambas e Uma Capoeira, teve a capa assinada por Luís d’Horta. Pai de Luís, Arnaldo Pedroso d’Horta não só foi estopim para a criação da música Capoeira do Arnaldo, como se inspirou no trabalho de Vanzolini para produzir a série de gravuras Esqueletos de Animais. Essas conexões destacam como Vanzolini viveu uma vida profundamente entrelaçada com as artes e a cultura. Seus interesses e curiosidade se estendiam além de seu campo imediato, abrangendo diversas formas de expressão.
Paulo Vanzolini faleceu em 2013, três dias após completar 89 anos.
Serviço
Exposição | 100 anos de Paulo Vanzolini, o cientista boêmio
De 29 de agosto de 2024 a 16 de março de 2025
Terça a sexta, das 9h às 21h30. Sábados, das 10h às 20h. Domingos e feriados, das 10h às 18h30
Período
29 de agosto de 2024 09:00 - 16 de março de 2025 21:30(GMT-03:00)
Local
Sesc Ipiranga
R. Bom Pastor, 822 - Ipiranga, São Paulo - SP
Detalhes
A DAN Galeria Contemporânea abre suas portas no dia 31 de agosto para a mostra “Writing, painting, calculating, transcoding”, do coletivo de artistas LAb[au], de Bruxelas. Ativo desde 1996, o
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A DAN Galeria Contemporânea abre suas portas no dia 31 de agosto para a mostra “Writing, painting, calculating, transcoding”, do coletivo de artistas LAb[au], de Bruxelas. Ativo desde 1996, o grupo explora a interseção entre arte conceitual, sistemática e concreta, utilizando materiais e técnicas contemporâneas para questionar a estética atual por meio de uma lógica algorítmica. A mostra reúne cerca de 26 obras estruturadas em torno de três noções principais: modos, sistemas e conceitos, que se manifestam em instalações, integrações arquitetônicas e objetos de arte.
O LAb[au], originalmente formado pelo trio Manuel Abendroth, Jérôme Decock e Els Vermang, destacou-se por suas instalações dinâmicas, onde a interação entre arte e arquitetura é uma constante. Embora Els Vermang tenha deixado o grupo, Manuel e Jérôme continuam a explorar temas conceituais em obras como ‘Signal to Noise’ e ‘Chronoprints’. Essas criações exemplificam a abordagem única do LAb[au], que investiga a relação entre sinal e ruído, bem como a passagem do tempo, utilizando programação algorítmica para criar experiências visuais e auditivas envolventes, conectando o espectador à lógica por trás da criação artística.
Outras peças em destaque, como “Origami” e “Mosaique 8×8”, refletem a obsessão do grupo com a geometria e a cor, utilizando matrizes quadriculadas para criar padrões visuais que oscilam entre a ordem e a imprevisibilidade. Essas obras destacam a habilidade do LAb[au] em combinar elementos tradicionais da arte com tecnologias avançadas, resultando em composições que são ao mesmo tempo meticulosas e aleatórias.
Flávio Cohn, um dos sócios da galeria, comenta “Dando continuidade à tradição da Dan Galeria em promover a arte concreta, apresentamos a obra da dupla belga Lab[au]. Manuel Abendroth, o artista, Jérôme Decock, o engenheiro, colaboram em um “laboratório de construção”, como denominam, criando obras que integram conceito, sistema e tecnologia. Esse trabalho dialoga com o movimento das Novas Tendências, iniciado nos anos 1960 pelo brasileiro Almir Mavignier e que influenciou artistas como Le Parc, Joël Stein, François Morellet e Francisco Sobrino. A dupla se destaca no cenário artístico mundial, com exposições nos museus mais importantes do mundo. Esta é a primeira vez que o público brasileiro tem a oportunidade de conhecer uma exposição que apresenta o conjunto de suas obras de forma tão completa.”
A exposição oferece uma visão profunda sobre a metodologia artística do grupo demonstrando que seus projetos são concebidos e executados a partir da fusão de pesquisa teórica, prática experimental e execução técnica. Ao visitar a mostra, o público será convidado a vivenciar uma experiência imersiva que desafia as percepções tradicionais da estética contemporânea.
Serviço
Exposição | Writing, painting, calculating, transcoding
De 31 de agosto a 26 de outubro
Segunda a sexta, das 10h às 19h, e aos sábados das 10h às 13h
Período
31 de agosto de 2024 10:00 - 26 de outubro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
DAN Galeria Contemporânea
Rua Amauri, 73 01448-000 São Paulo - SP
Detalhes
Desenvolvida em colaboração com a Maison Gacha, em Paris, e com a Fondation Jean-Félicien Gacha, Cameroun, a mostra apresenta 129 peças têxteis que buscam estimular novas percepções sobre a África
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Desenvolvida em colaboração com a Maison Gacha, em Paris, e com a Fondation Jean-Félicien Gacha, Cameroun, a mostra apresenta 129 peças têxteis que buscam estimular novas percepções sobre a África no público brasileiro, a partir de um olhar diverso para um continente povoado de saberes, tradições e contribuições artísticas.
É a primeira vez que um conjunto tão importante de obras é mostrado ao público brasileiro, ainda muito acostumado a associar o têxtil africano às estampas coloridas de produção industrial.
Na mostra, visitantes podem entrar em contato com obras que resultam de um conjunto de saberes artesanais ancestrais, peças cujo processo de produção pode levar semanas, até meses.
A exposição nasceu a partir de uma pesquisa sobre tecnologias têxteis ancestrais e transmissão de saberes tradicionais de África. Os curadores Renato Menezes e Danilo Lovisi visitaram diferentes regiões do Cameroun para dialogar com lideranças e autoridades locais, instituições e artesãos. Os objetos apresentados, em sua maioria vindos do acervo da instituição franco-camaronesa, são produzidos com materiais diversos e funções múltiplas, e nos permitem conhecer ritos e cosmogonias de diversos povos da África.
NÚCLEOS
Na primeira sala, “Geometria animal”, visitantes são recepcionados por um conjunto excepcional de mais de vinte máscaras-elefante de diferentes tamanhos, todas bordadas com contas de vidro multicoloridas.
No segundo núcleo, “O azul vegetal”, são expostas uma diversidade de tecidos tingidos de índigo por meio de diferentes técnicas. No terceiro núcleo, “A tecnologia da linguagem”, é apresentado um diálogo entre os kenté e os ewe, tecido real utilizado entre os Ashanti e os Ewe.
O quarto núcleo, “A rota das miçangas”, apresenta um conjunto de peças têxteis e esculturas que têm em comum seu uso como suporte para a criação de símbolos com contas de vidro multicoloridas.
Na sala seguinte, o núcleo “Opacidade e transparência” busca criar um diálogo entre um conjunto denominado “veludos kassai”, peças produzidas pelos Shoowa, povo pertencente à província de Kassai, na República Democrática do congo, e véus de seda melhfa, produzidos na Mauritânia.
No sexto núcleo, “A dança das formas”, tecidos instalados no centro da sala dão um sentido de coreografia aos diversos tecidos produzidos pelos Kuba. O sétimo núcleo, “Tintas da terra”, conclui o percurso apresentando um conjunto de tecidos Bògólan, produzidos no Mali com uma mistura de lama e ervas.
Serviço
Exposição | Entre a cabeça e a terra: arte têxtil tradicional africana
De 31 de agosto a 02 de fevereiro
Quarta a segunda, das 10h às 18h, quintas estendidas das 10h às 20h (entrada gratuita a partir das 18h)
Período
31 de agosto de 2024 10:00 - 2 de fevereiro de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
Pina Luz
Praça da Luz, 2, Bom Retiro, São Paulo — SP
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Em “Terceiro Mundo – a dimensão descoberta”, a galeria expositiva do edifício Pina Contemporânea se transforma no universo imersivo criado pelo artista Gabriel Massan, com suas esculturas, desníveis e texturas
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Em “Terceiro Mundo – a dimensão descoberta”, a galeria expositiva do edifício Pina Contemporânea se transforma no universo imersivo criado pelo artista Gabriel Massan, com suas esculturas, desníveis e texturas que remetem à experiência de dentro das telas.
“Terceiro Mundo – a dimensão descoberta”, projeto desenvolvido em colaboração com a Serpentine Galleries, é uma exposição imersiva concebida a partir de uma perspectiva decolonial, de teorias queer e de estratégias descentralizadas em tecnologia. No projeto, o artista Gabriel Massan constrói um jogo de videogame ambientado em um universo fantástico que, a partir de uma narração colaborativa de história, desafia o conceito colonial de “exploração” e convoca o público a repensar suas ações no mundo.
Na mostra, visitantes podem escolher entre as quatros estações de jogos para começarem a jornada pelo jogo Terceiro Mundo ou podem permanecer no espaço para assistir a experiência dos jogadores em tempo real, por meio de cinco telas no espaço expositivo – como em canais dedicados a transmissão ao vivo de jogos.
A ESTRUTURA DO JOGO
O primeiro nível do jogo é Igba Tingbo, que em língua iorubá significa “longo prazo”. Caracterizado pelo trabalho da artista e psicóloga clínica Castiel Vitorino Brasileiro, a experiência nessa etapa enfoca o modo como o jogador se relaciona com a “alteridade”. Sòfo, que significa “Vazio” em Iorubá, é o segundo nível para onde os jogadores são enviados como Agente do QG.
Cada nível foi criado em colaboração com artistas e pensadores, que contribuíram na construção de diálogos, textos e narrativas, emprestando inclusive suas vozes aos personagens. Participaram LYZZA, Castiel Vitorino Brasileiro, Novíssimo Edgar e Ventura Profana, estando os três últimos incluídos na programação cultural que acontece no museu no 2º semestre de 2024.
O mundo foi criado em colaboração com o artista e rapper Novíssimo Edgar, a partir da sua vivência em São Paulo, sua cidade natal.
Serviço
Exposição | Gabriel Massan: Terceiro Mundo, a dimensão descoberta
De 31 de agosto a 02 de fevereiro
Quarta a segunda, das 10h às 18h
Período
31 de agosto de 2024 10:00 - 2 de fevereiro de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
Pinacoteca Contemporânea
Av. Tiradentes, 273, Luz, São Paulo - SP
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A Pinacoteca exibe o filme Irawo Bori: oferenda para a cabeça cósmica, concebido a partir da apresentação da performance ritualística Irawo Bori no Octógono da Pina Luz — em ocasião
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A Pinacoteca exibe o filme Irawo Bori: oferenda para a cabeça cósmica, concebido a partir da apresentação da performance ritualística Irawo Bori no Octógono da Pina Luz — em ocasião da primeira mostra individual do artista: “Ayrson Heráclito: Yorùbaiano” (em cartaz de abril a agosto de 2022 na Pina Estação).
O filme é dirigido por Ayrson Heráclito em parceria com o cineasta Lula Buarque de Hollanda.
Curadoria de Ana Paula Lopes.
Serviço
Exposição | Irawo Bori: oferenda para a cabeça cósmica
De 31 de agosto a 02 de fevereiro
Quarta a segunda, das 10h às 18h. Quintas-feiras com horário estendido B3 na Pina Luz, das 10h às 20h (gratuito a partir das 18h).
Período
31 de agosto de 2024 10:00 - 2 de fevereiro de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
Pina Luz
Praça da Luz, 2, Bom Retiro, São Paulo — SP
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Anita Schwartz Galeria de Arte convida para a exposição “Meu lugar”, com 21 pinturas recentes e inéditas de Rafael Baron (1986, Nova Iguaçu), que ocuparão os dois andares expositivos do
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Anita Schwartz Galeria de Arte convida para a exposição “Meu lugar”, com 21 pinturas recentes e inéditas de Rafael Baron (1986, Nova Iguaçu), que ocuparão os dois andares expositivos do espaço de arte na Gávea. A curadoria é de Jean Carlos Azuos, curador assistente do MAR. A exposição, a primeira do artista na Anita Schwartz, apresenta sua nova pesquisa, com a inserção da paisagem em seu trabalho. “Tem a paisagem íntima, do lar, e do entorno, em uma afirmação de pertencimento e de fruição da vida”, diz Rafael Baron. As pinturas, em óleo ou acrílica sobre tela – e muitas vezes os dois materiais – são de formatos variados: desde os grandes, com 3,5 metros de largura, aos médios, em torno de 1 metro, e ainda estão quatro guaches, com 40 cm x 30 centímetros. A pintura “Casa com piscina” (2024) traz aplicados nela dois pares de sandálias havaianas.
O artista vem de um período de exposições nos EUA nos últimos três anos – as individuais “Pose”, na galeria Albertz Benda, em Nova York, e “Rafael Baron: Portraits”, na mesma galeria, em Los Angeles, ambas em 2022; e no ano anterior “Wishyouwerehere”, no espaço The Cabin, em Los Angeles; e as coletivas “Rollwith It”, na galeria Scott Miller Projects, em Birmingham, no Alabama, e “Fragmented Bodies III”, na galeria Albertz Benda, em Nova York, também em 2021 – e, com trabalhos comissionados, nas coletivas “Crônicas Cariocas” e “Funk”, no Museu de Arte do Rio(MAR).
Em “Meu lugar”, Rafael Baron mergulha no universo de Nova Iguaçu, Baixada Fluminense, onde nasceu e trabalha, em que explora cenários nas paisagens rurais – “ora sozinhas, ora com personagens” – como nas pinturas “Primavera” (2023), “Casa de Campo” (2023), “Marapicu” (2024), “Tinguá” (2024), “Serra do Vulcão” (2024), “Casa de Vó” (2024), “Café, fumo e jornal” (2024) e “Pai e filho no parque” (2024).
“A função estruturante da família, o amor, o afeto, momentos de relaxamento no próprio lar” são cenários íntimos que Rafael Baron mostra na exposição. “É um convite para este lugar idílico”, afirma. “A vida não é só confronto, conflito”. As cenas de lar, de paz e alegria estão presentes nos trabalhos “Reunião de Família” (2024), “Dia das mães” (2024), “Fim de tarde” (2023), “Maurício” (2024), “Casa com piscina” (2024), “Primeiro ano” (2024), “Amor e afeto” (2024), “Lar” (2024), “André, Henrique e Leopoldo” (2024), “Mãe” (2024), “Recanto” (2024) e “Cosme e Lourdes” (2024).
Jean Carlos Azuos destaca que “lar, afeto, amor, localidade são palavras muito fundamentais para Baron”. “Ele traz um território muito particular dele, da biografia que foi construindo. Nas suas pinturas ele vai nos apontando a dimensão de como lida com a família nas viagens, na casa da piscina, nos retratos, e nos ritos de passagem que temos nas nossas vidas, as celebrações.de família, o Dia das Mães…”, afirma o curador.
“Em um outro vértice”, continua, “o trabalho vai caminhando para as paisagens bucólicas”. “Baron nos faz acessar esses espaços, e nos instiga a saber: que lugares são esses? É um trabalho que nos convida para nossa compreensão, as confidências, a troca. Mexe um pouco com nossa fabulação. A pintura ‘Serra do vulcão’: onde será? É Nova Iguaçu, dentro da perspectiva de Rafael Baron? Mas pode ser tantos outros lugares, a partir de locais familiares em outras perspectivas, outras geografias”. Azuos observa também que esta compreensão de Nova Iguaçu se estende para a Gávea, e “os trabalhos dialogam com este trânsito entre esses espaços”. “Ele também tem este endereçamento: parte desses lugares e se assenta na galeria e se coloca para essas e outras interpretações e leituras”.
Serviço
Exposição | Meu lugar
De 04 de setembro a 26 de outubro
Segunda a sexta, das 10h às 19h, e aos sábados das 12h às 18h
Período
4 de setembro de 2024 10:00 - 26 de outubro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Anita Schwartz Galeria de Arte
Rua José Roberto Macedo Soares, 30, Gávea, 22470-100, Rio de Janeiro - RJ
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O Memorial da Resistência de São Paulo, museu da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, apresenta no dia 7 de setembro de 2024, às
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O Memorial da Resistência de São Paulo, museu da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, apresenta no dia 7 de setembro de 2024, às 11h, a abertura de duas exposições concomitantes: Uma Vertigem Visionária – Brasil: Nunca Mais e Memória argentina para o mundo: o Centro Clandestino ESMA.
A mostra argentina é uma itinerância realizada pelo Museu Sítio de Memória ESMA – Ex-Centro Clandestino de Detenção, Tortura e Extermínio, em Buenos Aires e explora a história do edifício, desde a ocupação pelas Forças Armadas durante a última ditadura argentina (1976–1983) até seu reconhecimento como Patrimônio Imaterial da UNESCO, em 2023. As violações de direitos humanos cometidas contra mulheres no período também são revisitadas a partir dos testemunhos das sobreviventes.
Em paralelo, com curadoria do pesquisador e professor Diego Matos, a exposição Uma Vertigem Visionária – Brasil: Nunca Mais é dedicada à memória do projeto homônimo, responsável pela mais ampla pesquisa já realizada pela sociedade civil sobre a tortura no Brasil durante a Ditadura Civil-Militar (1964–1985).
Com as duas mostras, o Memorial explora as últimas ditaduras brasileira e argentina ao apresentar diferentes processos de luta e resistência protagonizados em ambos os países latino-americanos. A partir da história oral, coloca ambas as exposições em diálogo para a construção de uma memória coletiva sobre os períodos de repressão.
A abertura contará com a presença de Mayki Gorosito, diretora técnica do Museu Sítio de Memória ESMA, e do curador Diego Matos.
Uma Vertigem Visionária – Brasil: Nunca Mais
Em 400m², a mostra resgata a memória do projeto Brasil: Nunca Mais, empreendida entre 1979 e 1985. A iniciativa foi responsável por sistematizar e produzir cópias, clandestinamente, de mais de 1 milhão de páginas contidas em 707 processos do Superior Tribunal Militar (STM), revelando a extensão da repressão política do Brasil no período.
A história do projeto e seus desdobramentos é apresentada junto a testemunhos de advogados, jornalistas e defensores de direitos humanos envolvidos no projeto, que, por anos, tiveram seus nomes mantidos no anonimato: Paulo Vannuchi, Anivaldo Padilha, Ricardo Kotscho, Frei Betto, Carlos Lichtsztejn, Leda Corazza, Petrônio Pereira de Souza e Luiz Eduardo Greenhalgh.
O arquivo de 707 processos judiciais expõe os depoimentos de presos políticos sobre as ações de repressão, vigilância, perseguição e tortura do aparato estatal. As cópias desse conteúdo, que por anos foram mantidas em segurança em acervos preservados na Suíça e nos EUA, tiveram repatriamento e retornaram ao Brasil em 2011, onde atualmente encontram-se sob salvaguarda do Arquivo Edgard Leuenroth/Unicamp, em Campinas.
O projeto teve apoio do Conselho Mundial de Igrejas e da Arquidiocese de São Paulo, com participação de Dom Paulo Evaristo Arns (1921–2016), arcebispo de São Paulo, e do Rev. James Wright (1927-1999), da Missão Presbiteriana do Brasil Central.
Além dos arquivos do projeto Brasil: Nunca Mais, a exposição apresenta obras da Coleção Alípio Freire, sob salvaguarda do Memorial da Resistência, realizadas por ex-presos políticos como Artur Scavone, Ângela Rocha, Rita Sipahi, Manoel Cyrillo, Sérgio Ferro, Sérgio Sister e o próprio Alípio Freire, durante a permanência em presídios de São Paulo na Ditadura.
Também compõem a mostra obras de arte de artistas como Carmela Gross, Regina Silveira, Artur Barrio, Antonio Manuel, Rubens Gerchman, Claudio Tozzi e Carlos Zílio, do Acervo da Pinacoteca de São Paulo, e obras externas de Rivane Neuenschwander, Claudio Tozzi, Carlos Zilio. Rafael Pagatini apresentará uma obra comissionada para a exposição, ocupando um mural de 100m² na área externa do museu.
A exposição também lança luz sobre o tempo presente, oferecendo indícios da importância desse debate hoje na perpetuação das permanentes violências do Estado contra suas minorias e populações vulneráveis.
Memória argentina para o mundo: o Centro Clandestino ESMA
O lugar de memória, antiga sede da Escola Superior de Mecânica da Armada (ESMA), foi o maior centro clandestino da última ditadura civil-militar argentina (1976–1983), onde foram detidas ou desaparecidas cerca de 5 mil pessoas, entre militantes políticos, estudantes e artistas.
Com dois eixos principais divididos em 210m², a exposição apresenta a história do edifício junto a depoimentos com diferentes histórias de luta, lançando um olhar sobre o passado e conectando-o ao tempo presente e as reinvindicações por justiça, verdade e reparação.
O núcleo Patrimonio do Nunca Mais contém um vídeo institucional sobre a ESMA e seis painéis com textos e imagens que abordam a história do edifício. Já Ser mulheres na ESMA aborda as violências específicas a quais mulheres sofreram durante seus sequestros e detenções, como a maternidade durante a prisão, a solidariedade entre as presas e os caminhos adotadas para a recuperação física e psicológica das vítimas.
Também compõe o espaço expositivo uma ocupação com fotografias documentais do acervo Memoria Abierta, aliança de organizações argentinas de direitos humanos que promove a memória sobre as violações de direitos no passado recente, ações de resistência e lutas pela verdade e justiça, para refletir sobre o presente e fortalecer a democracia. A fim de apresentar ao público brasileiro a memória visual do período, a ocupação traz registros dos fotógrafos Daniel García, Eduardo Longoni e duas imagens sem autoria definida.
Além de reforçar a importância da história oral, a mostra busca valorizar a preservação e a musealização de lugares de memória difícil – em estreito diálogo com a exposição temporária dedicada ao projeto Brasil: Nunca Mais.
Serviço
Exposições | Uma Vertigem Visionária – Brasil: Nunca Mais e Memória argentina para o mundo: o Centro Clandestino ESMA
De 7 de setembro a 25 de julho de 2025
Terça a domingo das 09h às 20h, última entrada às 19h30
Período
7 de setembro de 2024 09:00 - 25 de julho de 2025 20:00(GMT-03:00)
Local
Memorial da Resistência de São Paulo, museu da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo
Largo General Osório, 66 Santa Ifigênia, São Paulo - SP
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Temos o prazer de apresentar Corte, exposição individual da artista paraguaia Claudia Casarino em São Paulo. Com curadoria de Keyna Eleison, a mostra marca o seu retorno à cidade após
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Temos o prazer de apresentar Corte, exposição individual da artista paraguaia Claudia Casarino em São Paulo. Com curadoria de Keyna Eleison, a mostra marca o seu retorno à cidade após quase dez anos. A artista, que participou da 54a Bienal de Veneza, no Pavilhão Latino-americano (IILA) em 2011, apresenta um panorama de sua obra, com trabalhos inéditos e peças-chave de seu repertório. Casarino produz instalações e objetos com vestes e tecidos, de modo a articular os mecanismos de desaparecimento e revelação do corpo feminino no espaço físico e social. Os vazios em seus trabalhos ressoam com as histórias e imagens de mulheres afetadas por sistemas estruturais de violência e se prestam a desnaturalizar esses dispositivos opressivos.
Em suas investigações recentes, o trabalho da artista passou a se concentrar em gestos mínimos, que muitas vezes não são percebidos, como a ausência de bolsos nas roupas das mulheres – algo premeditado e promovido pelo sistema patriarcal que evitou a autonomia dos corpos feminizados. Por caminhos como esse, a artista aproxima-se de uma poética da memória do tecido e da vestimenta.
Entre suas últimas exposições individuais estão La faena de habitar un contorno, Centro Cultural de la Ciudad Manzana de la Ribera, Asunción, Paraguay (2024); Desde el Umbral – Con esta boca, en este mundo, Fundación Migliorisi, Asunción, Paraguay (2023); Tan pequeño que [allí] cabía el mundo, María Casado, Buenos Aires, Argentina (2023) e Lo que nos mantiene vivos es la distancia, MuVIM –Museo Valenciano de la Ilustración y la Modernidad, Valencia, Espanha (2020)
Suas obras encontram-se em importantes coleções públicas, tais como The Victoria & Albert Museum, Londres, Reino Unido; The Spencer Museum, Kansas City, USA; Casa de América y Museo Wifredo Lam de La Habana, Havana, Cuba; Centro Atlántico de Arte Moderno, Las Palmas de Gran Canaria, Ilhas Canárias e Museo del Barro, Asunción, Paraguay, entre outras.
.Serviço
Exposição | Corte
De 14 de setembro a 16 de novembro
Terça a sexta, das 10h às 19h, sábado, das 10h às 18h
Período
10 de setembro de 2024 10:00 - 26 de outubro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galpão Fortes D'Aloia & Gabriel - SP
Rua James Holland 71, Barra Funda, São Paulo
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De entidade divina ao papel crucial para a vida na Terra, a jornada da estrela mais próxima de nosso planeta é o fio condutor da exposição Luz Æterna – Ensaio
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De entidade divina ao papel crucial para a vida na Terra, a jornada da estrela mais próxima de nosso planeta é o fio condutor da exposição Luz Æterna – Ensaio Sobre o Sol, a ser inaugurada no anexo do Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo, em 14 de setembro. Cinco obras imersivas evocam a poética do Sol por meio de projeções digitais, instalações interativas e contemplativas que permitem aos visitantes conferirem a evolução e o poder deste corpo celeste tão presente em nossas vidas e a 149 milhões de quilômetros da Terra.
Os cinco artistas da mostra foram convidados a conceber as obras exclusivamente (site specific) para o CCBB e utilizaram a tecnologia e a luz como os principais elementos das criações. “Elas são diferentes, mas se complementam ao fazerem uma ode à principal estrela do sistema solar”, destaca Antonio Curti, curador e co-fundador da AYA, estúdio paulistano de new media art que coordena a mostra. “As obras dessa exposição ilustram o que ocorre quando o Sol, transformado em luz artificial e eletricidade, é incorporado pela mente de um artista”, completa.
A mostra já esteve em cartaz no CCBB Brasília e CCBB Rio de Janeiro e conta com patrocínio do Banco do Brasil, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Linguagem acessível
A participação dos artistas brasileiros na exposição é, também, uma forma de mostrar a potência da arte digital realizada no país. “Eles fazem parte de um novo movimento artístico, de extrema importância”, avalia Curti. “Ao usarem recursos digitais e a luz como suporte para ativar poéticas, dialogam com aspectos contemporâneos da sociedade e com vários públicos”, explica.
Em LUZ ÆTERNA – Ensaio Sobre o Sol a linguagem é acessível e democrática, pois não é necessário o conhecimento prévio sobre arte para compreender a mostra. “As obras captam a atenção, mesmo em tempos de tantos estímulos. Qualquer pessoa, de qualquer idade, poderá vivenciá-las. Isso porque o visitante sai da contemplação e passa para a imersão, se torna parte da experiência”, afirma o curador.
Interação e contemplação
Em Gênesis, obra imersiva criada pelo estúdio AYA, mostra a história e influência do Sol, de sua origem ao seu papel fundamental na geração de eletricidade, é repassada ao público em uma sala de projeção. De uma forma lúdica, imersiva e sensorial, os visitantes podem vivenciar a evolução e potência dessa grande estrela. O trabalho ilustra como o Sol deu forma ao universo e continua impactando a vida diária, a tecnologia e a sustentabilidade.
Fluido Solar, da artista ErotidesNai, é uma obra participativa. Representa a busca pela iluminação, destacando o contraste entre o desconhecido e a luz interior de cada ser humano. A instalação desafia a bidimensionalidade ao flutuar no espaço central da sala. Transformando-se em um espelho interativo, a peça reflete a jornada do visitante, convidando-o à contemplação da própria essência.
Tecnologia e natureza
Além de enaltecer o Sol, a exposição provoca reflexões sobre o seu impacto na natureza, na sociedade e na sustentabilidade. Propõe, por exemplo, uma mensagem reflexiva sobre o meio ambiente, de uma forma lúdica e poética. “Somos bombardeados o tempo todo por notícias negativas. A exposição não tem esse intuito. É um lembrete sobre a importância essencial do Sol para a vida na Terra e como as pessoas podem ver sua beleza em pequenos momentos”, ressalta Antonio Curti.
Em Perihelion, o céu é captado, reprocessado e projetado, em tempo real, como uma câmera obscura. Relógios concêntricos são postos em ação e o primeiro, uma elipse, tem o ciclo de um minuto, da escuridão à luz intensa, com um som que funciona como um sino de anunciação. O segundo dura uma hora e marca a rotação em volta de um espelho convexo circular (representa a Lua, que reflete e difunde a luz do céu no ambiente). O terceiro circuito vai do solstício de verão ao equinócio.
Celebração sensorial
Unindo elementos astrofísicos e biológicos em uma experiência audiovisual sensorial, Photosphere, do artista Leandro Mendes, mostra a dinâmica da fotosfera solar com elementos e dados coletados do universo para elaborar padrões vibrantes em uma tela circular. Com uma trilha sonora original, a instalação conecta luz e som e reproduz a intensa variação da energia solar.
Céu Zero, produzida por Leston, questiona o que aconteceria se, de alguma maneira, nós conseguíssemos capturar linha do horizonte. O que aconteceria se, finalmente, ela estivesse ao nosso lado e na altura dos nossos olhos?
“Talvez assim fosse possível entender que o céu não é plano, como nos parece quando olhamos para cima”, reflete o artista. “E compreender que as coisas que vemos não acontecem apenas uma ao lado da outra, mas também uma atrás da outra”, explica. “Talvez assim fosse possível ver a luz se espalhando e dominando o espaço”, completa.
Serviço
Exposição | Luz Æterna
De 14 de setembro a 25 de novembro
Aberto todos os dias, das 9h às 20h, exceto às terças-feiras
Período
14 de setembro de 2024 09:00 - 25 de novembro de 2024 20:00(GMT-03:00)
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José Roberto Aguilar explora a Amazônia com suas dimensões físicas e simbólicas por meio da linguagem da pintura. Suas telas retratam a floresta como uma entidade viva, cheia de cor
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José Roberto Aguilar explora a Amazônia com suas dimensões físicas e simbólicas por meio da linguagem da pintura. Suas telas retratam a floresta como uma entidade viva, cheia de cor e movimento. “Amazônia Vida” discute a relação entre natureza e humanidade, os ciclos da vida, o conceito de tempo e impermanência.
Com curadoria de Fabio Magalhães, a exposição apresenta 31 telas e a instalação “Guardiões das Águas”, no espaço DAN Galeria Interior em Votorantim, espaço que abrange obras de grandes formatos e que funciona como um espaço mediador entre o interior e a capital.
“Tentar categorizar a arte de Aguilar é correr atrás do vento”, escreve o jornalista Leonor Amarante. José Roberto Aguilar entrou na cena artística brasileira no início dos anos 1960, quando foi selecionado para participar com três pinturas na VII Bienal São Paulo. A partir daí integra as mais importantes manifestações artísticas do país. Seus trabalhos e intervenções ao longo de seis décadas vão desde a pintura – passando por videoarte, videoinstalação, performances – à liderança da Banda Performática.
Participou de várias edições da Bienal de Arte de São Paulo e realizou inúmeras exposições individuais e coletivas, no Brasil e no exterior – Japão, Paris, Londres, Estados Unidos e Alemanha. Suas pinturas estão presentes no acervo de museus no Brasil e no exterior (Museu de Arte Moderna – Rio de Janeiro, Museu de Arte Contemporânea – São Paulo, Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museu de Arte Contemporânea – Niterói, Museu de Arte Brasileira -SP, Hara Museum-Japan, Austin Museum of Art-US) e também integram importantes coleções particulares (Gilberto Chateaubriand, João Sattamini, Haron Cohen, Greg Ryan, Joaquim Esteves, Jovelino Mineiro, Miguel Chaia, Roger Wright, Ricardo Akagawa, João Carlos Ferraz entre outros). Em meados nos anos 1990 tornou-se diretor da Casa das Rosas, dinamizando aquele espaço cultural com grandes exposições sobre cultura brasileira (1996-2002) e iniciativas pioneiras com arte e tecnologia. O seu trabalho como gestor cultural fez com que fosse convidado pelo então Ministro da Cultura, Gilberto Gil, para ser o representante do Ministério da Cultura em São Paulo (2004-2007). Atualmente, Aguilar concentra em seu acervo importantes obras e documentos da história da arte e da cultura no Brasil. Compreende quadros, instalações, fotografias, documentos, livros, entre outros.
Para o curador, “Aguilar sempre pintou como um lutador. O embate entre tintas e tela e a coreografia gestual, são atores importantes na construção da sua poética visual. Isto é, o artista desenvolve um verdadeiro corpo a corpo com a tela, numa relação veloz entre pensamento e ação. Basta visitar seu ateliê para perceber que nesses embates pictóricos seus golpes de tinta extravasam, em muito, os limites da tela.”
Desde 2004, o artista se divide entre São Paulo e Alter do Chão, no Pará, onde mantém casa ateliê e uma forte relação com a Floresta Amazônica e a comunidade ribeirinha local.
“O bioma amazônico acende uma nova poética no meu trabalho, onde as forças indomáveis da floresta tropical confrontam a sensibilidade urbana. Em Alter do Chão, mergulho na vastidão do ecossistema amazônico, onde a luz de cada manhã e o matiz de cada pôr do sol revelam a vida oculta da floresta. Aqui, entre as vinhas, os pássaros e a sabedoria dos xamãs, encontro um mundo onde tudo está conectado, onde a vida e a morte dançam em um ciclo contínuo de renovação.” — José Roberto Aguilar
“Como diretora da DAN Galeria Interior, é uma grande honra poder produzir a exposição “Amazônia Vida” de José Roberto Aguilar. Esta exposição, que conta com curadoria de Fabio Magalhães, inaugura a representação do artista pela galeria. O trabalho de Aguilar continua a ser relevante e influente na arte contemporânea assim como seu espírito inovador que deixou uma marca indelével no cenário artístico brasileiro. A curadoria sensível de Magalhães conseguiu comprovar porque Aguilar é uma figura central na história da arte brasileira, atravessando o tempo com mais de cinco décadas de produção artística.” — Cristina Delanhesi
Serviço
Exposição | Amazônia Vida
De 14 de setembro a 14 de janeiro
Segunda a sexta-feira das 10h às 18h e sábados das 10h às 13h
Período
14 de setembro de 2024 10:00 - 14 de janeiro de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
DAN Galeria Interior
Av. Ireno da Silva Venâncio, 199 - Protestantes, Votorantim - SP
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A exposição parte da curiosa coleção máscaras mortuárias — moldadas sobre o rosto de pintores como Almeida Júnior e Pedro Alexandrino — para investigar os modos como artistas lidam com
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A exposição parte da curiosa coleção máscaras mortuárias — moldadas sobre o rosto de pintores como Almeida Júnior e Pedro Alexandrino — para investigar os modos como artistas lidam com o tempo e sua experiência. Reunindo cerca de 40 esculturas, que vão do século XII aos dias de hoje, a mostra é uma oportunidade para refletir sobre a linguagem, ver e rever obras fundamentais do acervo da Pinacoteca.
Ao entrar no espaço expositivo, o público se depara com uma escultura medieval do século XII, que representa Cristo crucificado, de autoria desconhecida – além de obras do período barroco no Brasil. Na sequência estão as máscaras mortuárias, além de esculturas de bronze de Brecheret e Liuba Wolf.
Entre elas, há a tentativa de artistas do começo do século XX de representar mulheres e homens negros como “tipos brasileiros”. Até o início da pesquisa para essa exposição, apenas uma dessas esculturas tinha um nome: Maria da Glória (entre 1920 e 1988), de Luiz Morrone. Durante a pesquisa de análise da origem desses títulos, a equipe localizou o nome da modelo para uma escultura de José Cucê, Irina – que passa agora a integrar o título da obra.
O COMEÇO
“A forma do fim” nasce a partir do olhar para o acervo centenário da Pinacoteca, que conta com mais de 13 mil obras. Dessas, quase mil fazem parte da exposição permanente, “Pinacoteca: Acervo”.
Pensando o acervo como uma plataforma para novas pesquisas e aquisições, surge o interesse pela coleção de esculturas presentes na Pinacoteca, na busca de compreender como ela se forma e quais são suas características marcantes que foram desenvolvidas ao longo do tempo. A curadoria buscou perceber essas tendências históricas, organizando seu discurso a partir daquilo que é recorrente no acervo.
OBRAS
Uma das máscaras em “A forma do fim” é a do artista Almeida Júnior, um dos nomes da arte brasileira mais importantes do século XIX, cuja obra é fundadora da coleção da Pinacoteca.
Raízes mortas de natureza e cipó (2015 – 2013), de Advânio Lessa, ressignifica a matéria morta, a transformando em algo vivo através da arte. Dando forma às diferentes dimensões do tempo, esculturas como Bicho – Relógio de sol (1960), de Lygia Clark, Yuxin (2022), de Kássia Borges, Ferramenta de Tempo (2021), de José Adário, e a performance Passagem (1979), de Celeida Tostes, propõem entender a vida e os fazeres da arte de forma cíclica.
As esculturas de Marcia Pastore e Hudinilson Jr. (década de 1980), materializam no espaço membros do corpo ou peças de roupa, registros delicados de suas presenças, que não se impõem como ordenadoras do mundo. O famoso trabalho de Waltercio Caldas, A emoção estética (1977), é uma pista para compreender essa presença e nossa experiência diante da arte: um par de sapatos parece estar a ponto de flutuar diante da forma – uma maneira de estar diante de algo que nos emociona, de compreender nossa comoção por meio do diálogo, investigando a maneira de nos por em relação e, assim, imaginar nosso futuro.
Serviço
Exposição | A forma do fim: esculturas no acervo da Pinacoteca
De 14 de setembro a 04 de maio de 2025
Quarta a segunda, das 10h às 18h
Período
14 de setembro de 2024 10:00 - 4 de maio de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
Pina Estação
Lg. General Osório, 66, São Paulo - SP
Detalhes
Lidia Lisbôa (1970, Terra Roxa, PR, Brasil) apresenta “O Teatro”, sua segunda individual na Millan, com abertura em 14 de setembro. A exposição tem curadoria de Cristiano Raimondi e reúne
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Lidia Lisbôa (1970, Terra Roxa, PR, Brasil) apresenta “O Teatro”, sua segunda individual na Millan, com abertura em 14 de setembro. A exposição tem curadoria de Cristiano Raimondi e reúne uma ampla gama de materiais e suportes — têxteis, cerâmica, bronze, desenhos — apresentados em uma instalação imersiva. Ao longo da mostra, o espaço receberá performances e ativações, configurando-se como um palco onde as histórias e os gestos da artista possam ganhar forma.
O trabalho de Lidia Lisbôa é resultado de uma prática que constantemente entrelaça arte e vida, corpo e memória. A nova exposição permite adentrar seu universo poético por meio de uma montagem instalativa, na qual o piso e parte das paredes são recobertos por um carpete vermelho. A cor aqui é símbolo de uma força visceral, como define o curador, apontando para as dimensões interna e externa da obra da artista. “Teatro como metáfora e simulacro, teatro como espaço ideal para falar da vida, teatro como lugar de sacralidade e concentração”, afirma Cristiano Raimondi. Esse aspecto cênico também remonta ao início da carreira de Lidia, quando integrou grupos teatrais, além de trabalhar em ateliês de costura e atuar como figurinista.
A exposição reúne séries já consagradas da artista, como os Cupinzeiros, esculturas criadas em cerâmica ou bronze; os Cordões umbilicais, nos quais ela desenha linhas fluidas no espaço empregando fios de arame, botões e porcelana; as Tetas que deram de mamar ao mundo, esculturas têxteis criadas com crochê; e os Casulos, também de crochê, que são objetos vestíveis usados em performances. Em todos esses trabalhos a manualidade é uma característica determinante, atuando como exercício de construção subjetiva.
“O Teatro” também inclui obras sobre papel como a série Frutas (2009), Mulher (1995) — ambas expostas pela primeira vez — e os desenhos recentes da série Memórias de renda. Criados com nanquim ou aquarela, esses trabalhos revelam uma escala mais íntima da poética de Lidia e atestam uma prática incessante, que se manteve vigorosa ao longo dos anos. “A mesma energia que eu coloco em uma bola de argila, coloco também em um desenho no canto do papel ou em uma escultura enorme de crochê”, afirma a artista. “Estamos sempre nos reinventando”.
Lidia Lisbôa também está atualmente em cartaz com as individuais: Têta no MAR – Museu de Arte do Rio até 3 de novembro; e Mulher Esqueleto no Sesc Araraquara até 19 de janeiro. Suas exposições recentes incluem as coletivas: Threads to the South no ISLAA (Nova York, 2024); The Ocean is the Axis na Mariane Ibrahim Gallery (Cidade do México, 2024); Vai, vai, Saudade no Museo Madre (Nápoles, 2024); 37º Panorama da Arte Brasileira no MAM (São Paulo, 2022); e a 13ª Bienal do Mercosul (Porto Alegre, 2022). Suas obras integram importantes coleções institucionais como ISLAA (Nova York), Museo Del Barrio (Nova York), MARGS (Porto Alegre) e Pinacoteca de São Paulo.
Serviço
Exposição | O Teatro
De 14 de setembro a 19 de outubro
Segunda a sexta-feira, 10h às 19h, e sábados e feriados, 11h às 15h
Período
14 de setembro de 2024 11:00 - 19 de outubro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Millan
Rua Fradique Coutinho 1360/1430 São Paulo Sp
Detalhes
Suas obras são o resultado da sua experimentação com a tinta esmalte, uma tinta não convencional nas artes visuais, que seca de fora para dentro, criando uma espécie de película
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Suas obras são o resultado da sua experimentação com a tinta esmalte, uma tinta não convencional nas artes visuais, que seca de fora para dentro, criando uma espécie de película que gera “bolsas” ou “sacos” de tinta, permitindo que a tinta que não está em contato com o ar continue viva dentro da obra. Ventiladores “sopram” as tintas de cores vibrantes e soltas, escorridas em camadas extremamente finas de potes milimetricamente posicionados, que ao atingirem as obras, intervém na tela/objeto, dando um visual entre o excêntrico, belo e o grotesco.
Através dos sopros, a artista transforma não somente os objetos, uma vez que atrás deles estão imensos painéis que recebem o excedente da tinta, criando um negativo da feitura do processo. Nas obras de Karen, o negativo se torna um impulso interpretativo.
Ao unir esses 3 elementos, é possível trazer à tona o seu resultado conceitual, propondo a discussão da existência do vazio no trabalho artístico. Esse vazio questiona se a verdadeira obra está na tela pintada ou no objeto que recebeu a tinta.
Seus objetos tornam-se obra de arte pelo deslocamento e intervenção da artista, e as telas só funcionam como telas ao se entender que há algo criado sobre elas, resultado e não intenção, uma interpretação de fatores.
A mostra “Sopro” demonstra, seja através da plasticidade, do deslocamento, da técnica, processo ou material, que o trabalho da artista está calcado na simplicidade em demonstrar que a arte depende do olhar que se tem sobre ela. Essa liberdade contemporânea é o que mais atrai nas obras: elas são o que elas são.
Serviço
Exposição | Sopro
De 14 de setembro a 19 de outubro
Terça a Sexta, das 11h às 20h, sábado, das 10h às 18h
Período
14 de setembro de 2024 11:00 - 19 de outubro de 2024 20:00(GMT-03:00)
Local
Galeria 18
Rua Simpatia 23, Vila Madalena – São Paulo - SP
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A mostra “Rascunhos” , de Arnaldo Antunes faz parte do projeto Diálogos Contemporâneos – Acervo IAC, que tem como proposta o encontro de processos artísticos que desafiam a percepção espaço-temporal.
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A mostra “Rascunhos” , de Arnaldo Antunes faz parte do projeto Diálogos Contemporâneos – Acervo IAC, que tem como proposta o encontro de processos artísticos que desafiam a percepção espaço-temporal. A curadoria do evento fica por conta de Daniel Rangel – que reúne cerca de 500 itens, entre as obras de Arnaldo Antunes e do acervo.
Os escritos originais de Antunes se tornam o ponto de partida para diálogos visuais, processuais, materiais e temáticos com o acervo documental do IAC. Um conjunto composto por cadernos, anotações, desenhos, colagens, esboços e maquetes de Antonio Dias, Hermelindo Fiaminghi, Iole de Freitas, Luiz Sacilotto, Regina Silveira, Sérgio Camargo e Willys de Castro. A seleção cruzou nomes das artes visuais, da poesia e do design refletindo parte da riqueza do acervo do IAC e ainda a capilaridade da produção de Arnaldo.
“O Arnaldo é um exemplo claro de um grupo de artistas visuais e poetas (que envolvia também músicos e compositores), que produziu um conjunto de obras resultado do encontro de linguagens (poema, música, literatura, design) que ocorreram a partir da década de 1950”, afirma o curador Daniel Rangel, que já trabalhou com o músico em outras quatro ocasiões.
Os trabalhos inéditos são, na sua maioria, realizados em técnica pintura escrita, tendo como o suporte principal o papel, seja ele em sulfite, canson, sulfite off white e folha de moleskine, sendo que alguns tem no seu processo de finalização o computador. A seleção dos “rascunhos” do IAC foi pautada pela similaridade, seja visual, seja rítmica, seja pelo “modus operandi”, seja pela abordagem desses achados. Experimentos, acasos, junções, metodologias, projetos, excessos e vazios compartilhados.
A exposição é uma realização do Instituto de Arte Contemporânea. O educativo é apoiado pelo Instituto Galo da Manhã. As atividades do IAC são amparadas pela Lei Federal de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura, Governo Federal.
.Serviço
Exposição | Rascunhos – Arnaldo Antunes
De 14 de setembro a 07 de dezembro
Terça a sexta-feira, 11h às 17h, e sábados e feriados, 11h às 16h
Período
14 de setembro de 2024 11:00 - 7 de dezembro de 2024 17:00(GMT-03:00)
Local
Instituto de Arte Contemporânea (IAC)
Av. Dr. Arnaldo, 120/126, São Paulo - SP
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Com objetivo de fomentar e democratizar a arte brasileira, o projeto Contemporâneas Vivara retorna em 2024, em sua quarta edição com a Banca Galeria, desta vez sob a criatividade da
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Com objetivo de fomentar e democratizar a arte brasileira, o projeto Contemporâneas Vivara retorna em 2024, em sua quarta edição com a Banca Galeria, desta vez sob a criatividade da renomada artista Flávia Junqueira. Em sua primeira exposição ao ar livre, a artista – conhecida por suas obras que mesclam o real e o fictício -, cria um caminho imersivo com oito trabalhos que evocam a magia dos circos antigos e a nostalgia de uma infância romântica, que estarão disponíveis para visitação a partir de 14 de setembro no Parque Ibirapuera.
Balões, espelhos e plataformas reflexivas, elementos icônicos do trabalho de Flávia Junqueira, criam uma narrativa espacial coesa e harmônica e brincam com escalas e cores, transportando o espectador para um universo imaginário onde o passado e o presente se encontram. “A Banca Galeria é composta de algumas instalações que trazem elementos que as pessoas conhecem no meu trabalho na fotografia, como os balões, por exemplo; as cores, muita cor; as escalas dos objetos, vamos também brincar muito com essas escalas. Trago também uma nostalgia da minha infância, de uma infância dos anos 90 e que talvez as crianças nem conheçam hoje em dia,” comenta a artista.
Patrocinado pela Vivara, maior rede de joalheria da América Latina, e viabilizado por meio de Lei Federal de Incentivo à cultura, o Contemporâneas Vivara traz o foco para artistas mulheres, além de utilizar espaços públicos de maneira criativa e inclusiva para disseminar a arte e a conexão por meio de experiências únicas e inspiradoras. “Há anos a arte e as joias são responsáveis por contar histórias e marcar memórias por meio dos traços, do design e do olhar de vanguarda. Por isso, estamos muito felizes em promover esse projeto verdadeiramente democrático, que eleva o imaginário de quem o visita e o convida a uma viagem e, ainda, dá luz a poética de artistas brasileiras”, ressalta Leonardo Bichara, Diretor de Marketing e Varejo da Vivara.
O projeto itinerante idealizado pela Tête-à-tête já visitou várias cidades brasileiras, ocupando fachadas de edifícios, parques públicos e ciclovias com obras de diversas artistas mulheres. “Comemoramos a quarta edição do projeto com novidades: Pela primeira vez um conjunto de oito obras tridimensionais de Flávia Junqueira outdoor e no Parque mais icônico de São Paulo, o Ibira. Assim, convidamos o público a um estado de presença tão próprio das crianças, a se conectarem com os sonhos e memórias”, comenta Stefania Dzwigalska, sócia da produtora Tête-à-Tête.
Sobre a Vivara
Fundada em 1962 como uma loja familiar, a Vivara em mais de 60 anos é a maior rede de joalherias da América Latina. Com um modelo de negócios integrado, a empresa desenha, cria, produz, comercializa e distribui seus produtos em todo o território nacional, por meio de rede de mais de 400 lojas, espalhadas por todas as regiões do Brasil e uma plataforma multicanal, que atende mais de 2.900 municípios.
.Serviço
Exposição | Contemporâneas Vivara
De 14 de setembro a 14 de novembro
Das 17h às 23h, com monitoria das 10h às 20h
Período
14 de setembro de 2024 17:00 - 14 de novembro de 2024 23:00(GMT-03:00)
Local
Parque Ibirapuera – Jardim da Bienal
Av. Pedro Álvares Cabral, s/n° - Vila Mariana, São Paulo - SP
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Mostra reúne 129 fotografias vencedoras do 67º concurso anual. A mostra, que volta ao Brasil após um breve intervalo, apresenta uma seleção do melhor do fotojornalismo e fotografia documental do
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Mostra reúne 129 fotografias vencedoras do 67º concurso anual. A mostra, que volta ao Brasil após um breve intervalo, apresenta uma seleção do melhor do fotojornalismo e fotografia documental do mundo. As obras são um convite para que o visitante saia do ciclo de notícias e tenha um olhar mais profundo para histórias proeminentes e negligenciadas. As guerras em Gaza e na Ucrânia, migração, família, demência e meio ambiente estão entre os temas destacados na edição do prêmio em 2024. Este ano, o júri tomou a decisão excepcional de incluir duas menções especiais na seleção. Quatro fotógrafos brasileiros estão entre os expositores.
Ao todo, a World Press Photo 2024 será exibida em mais de 60 cidades em todo o mundo. A mostra já passou por Amsterdã, Londres, Sydney e Cidade do México. Além do Rio de Janeiro e de São Paulo, Berlim, Roma, Hong Kong, entre outras cidades, ainda receberão a exibição.
As fotografias que fazem parte do acervo da exposição foram selecionadas entre 61.062 inscrições de 3.851 fotógrafos de 130 países. São 24 projetos vencedores e seis menções honrosas, num total de 33 fotógrafos de 25 países: Argentina, Austrália, Azerbaijão, Brasil, Canadá, China, República Democrática do Congo, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Irã, Japão, Myanmar, Palestina, Peru, Filipinas, África do Sul, Espanha, Tunísia, Turquia, Ucrânia, Reino Unido, Estados Unidos e Venezuela.
E para representar melhor uma pluralidade de perspectivas e vozes globais, a World Press Photo introduziu em 2021 uma nova estratégia de premiação regional, dividindo os trabalhos pelos continentes onde foram criados. Este ano, o concurso premiou quatro categorias: Individual: fotografias individuais; Reportagem: 4-10 fotografias; Projetos de Longo Prazo: 24–30 fotografias; e Formato Aberto: projetos baseados em fotos que utilizam uma variedade de mídias e técnicas de narrativa. “O visitante tem a oportunidade de dar um passeio pelo mundo inteiro com as fotos premiadas pela Fundação World Press Photo”, explica Raphael.
Entre os destaques da World Press Photo 2024, está a foto do ano Uma Mulher Palestina Abraça o Corpo de Sua Sobrinha, do palestino Mohammed Salem, da Agência Reuters, que representa a perda de uma criança, a luta do povo palestino e as 33.000 pessoas mortas na Palestina, além de simbolizar o custo do conflito e fazer uma declaração sobre a futilidade de todas as guerras. Na reportagem do ano do World Press Photo, a série Valim-babena, da Sul-africana Lee-Ann Olwage para GEO, a fotógrafa aborda a demência, um problema de saúde universal, através da lente da família e do cuidado. A seleção de imagens feita pela fotógrafa lembra aos espectadores o amor e a proximidade necessários em tempos de guerra e agressão em todo o mundo.
O projeto vencedor da categoria de longo prazo, Os Dois Muros, do venezuelano Alejandro Cegarra, do The New York Times/Bloomberg, traz imagens que são ao mesmo tempo implacáveis e respeitosas, e transmitem as emoções íntimas presentes em diversas jornadas de migração em todo o planeta. E o prêmio de formato aberto A Guerra é Pessoal, da fotógrafa ucraniana Julia Kochetova, traz imagens emotivas sobre a contínua invasão russa da Ucrânia. A obra traz um fio de simbolismo visual, forte uso de sequências de cores e colaborações com um ilustrador e DJ ucranianos. O uso envolvente de áudio e ilustração – especialmente no diário poético e nas gravações de áudio – se destacou, conferindo uma qualidade cinematográfica ao trabalho.
Do Brasil
Quatro brasileiros, que se destacaram no concurso, estarão expondo na World Press Photo 2024. Com Seca na Amazônia, premiado na categoria Individual da América do Sul, Lalo de Almeida retrata a realidade de Porto Praia, lar dos povos indígenas Ticuna, Kokama e Mayoruna, que não tem acesso rodoviário e normalmente só é alcançável por via fluvial. A seca fez com que os moradores tivessem que caminhar quilômetros ao longo do leito seco do rio para chegar às suas casas. Esta fotografia captura a gravidade da crise ambiental global e da seca na Amazônia.
Agraciada com uma menção honrosa por Insurreição, Gabriela Biló, fotógrafa radicada em Brasília, lança luz sobre os acontecimentos de 8 de janeiro de 2023 no contexto mais amplo da dinâmica política do Brasil. Ao documentar o ataque às instituições democráticas e aos jornalistas, sua foto destaca a importância de defender os valores democráticos e a liberdade de imprensa no Brasil e no mundo.
Os brasileiros Felipe Dana e Renata Brito foram premiados na categoria formato com À Deriva. No ensaio, eles contam a história de um barco vindo da Mauritânia, cheio de homens mortos, que foi encontrado na costa da ilha caribenha de Tobago. Quem eram esses homens e por que estavam do outro lado do Oceano Atlântico? Os jornalistas procuraram respostas, descobrindo uma história sobre migrantes da África Ocidental que buscam oportunidades na Europa por meio de uma rota atlântica cada vez mais popular, mas traiçoeira.
Concurso
Desde 1955, o Concurso Anual World Press Photo celebra os exemplos mais cativantes, informativos e inspiradores do fotojornalismo e da narrativa visual de todo o mundo. Esta exposição destaca os talentosos vencedores do World Press Photo 2024, reconhecidos por um júri
independente e avaliados de acordo com quatro categorias: Individual: fotografias individuais; Reportagem: 4-10 fotografias; Projetos de Longo Prazo: 24–30 fotografias; e Formato Aberto: projetos baseados em fotos que utilizam uma variedade de mídias e técnicas de narrativa
Serviço
Exposição | World Press Photo 2024
De 15 de setembro a 10 de novembro
Terça a Sábado, das 10h às 18h, Domingo 9h às 17h
Período
15 de setembro de 2024 10:00 - 10 de novembro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
CAIXA Cultural São Paulo
Praça da Sé, 111 – Centro – SP
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O universo onírico da produção artística de Flávia Junqueira ocupa o espaço expositivo do Centro Cultural Fiesp, a partir do dia 18 de setembro, com a mostra intitulada “Extasia”, neologismo
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O universo onírico da produção artística de Flávia Junqueira ocupa o espaço expositivo do Centro Cultural Fiesp, a partir do dia 18 de setembro, com a mostra intitulada “Extasia”, neologismo que mescla o sentimento de êxtase com o delírio da fantasia.
A exposição apresenta desdobramentos da pesquisa da artista, passando pela cenografia, fotografia, escultura e iluminação. Com curadoria de Bianca Coutinho Dias, o público acessa um recorte de obras que percorre os últimos cinco anos de sua produção e que será exposto em conjunto pela primeira vez.
Pautada na criação de narrativas visuais que conectam a infância, o tempo e a memória, Flávia Junqueira faz de Extasia uma grande instalação imersiva, com uma atmosfera de magia e encantamento. “Estou continuamente buscando maneiras de conectar o público com suas próprias experiências emocionais, utilizando a arte como uma ferramenta para explorar esse complexo desejo”, afirma a artista.
A mostra abriga nove fotografias encenadas, sempre com a presença de balões de látex, produzidas dentro e fora do país, em ambientes internos e externos, como parques, teatros, bibliotecas, salas de palácios e monumentos icônicos.
É o caso do Parque Henrique Lage, do Theatro Municipal de Niterói e Real Gabinete Português de Leitura, todos no Rio de Janeiro; do Teatro de Ouro Preto, em Minas Gerais; e de um parque de diversões na cidade paulista de Amparo. Também estão em cena edificações espanholas como o Palacio de Fernan Nuñez, Palacio de Santoña, Liceu Opera Barcelona e Palacio de Linares.
Nesse mergulho sensorial proposto na exposição, os elementos presentes nas fotografias – luzes de parque de diversão, cortinas de teatro, cavalos de carrossel e os próprios balões de látex – se materializam no espaço, ganhando tamanho real e intensificando a sensação nostálgica da infância nos visitantes. É como se estivessem dentro da obra ao mesmo tempo que a observam. “O público não será só espectador da arte, mas também vai estar no meio dela, sentindo o que está na foto para além da imagem fotográfica”, explica.
A inventividade da artista é revelada, ainda, na série Magic Carnival, uma instalação formada por um conjunto de cavalos de carrossel em miniatura. Colocados em cúpulas separadas sobre uma mesa giratória, a obra faz referência a esse brinquedo encontrado nos parques.
Extasia conta também com duas obras audiovisuais. Uma em formato de making of, sobre o processo de criação das fotografias encenadas, concebidas de forma analógica e com técnicas da cenografia teatral. A outra, é um videoarte, que projeta no espaço um carrossel criado pela artista, em uma instalação em Piracicaba (SP).
A gerente executiva de cultura do SESI-SP, Débora Viana, traz a importância de exposições como Extasia integrar a programação do SESI-SP: “Reiteramos o compromisso da nossa instituição em ofertar um ambiente cultural e artístico, proporcionando ao público projetos de qualidade, acesso a obras e ao processo criativo de artistas de diversas origens, e incentivando a reflexão e a experimentação. No SESI-SP, consideramos crucial a formação de novos apreciadores das artes, promovendo a difusão e o acesso à cultura de maneira gratuita. Por isso, concebemos e executamos projetos em uma ampla gama de áreas, convidando o público a mergulhar de cabeça no universo do conhecimento e da expressão artística”.
.Serviço
Exposição | Extasia
De 18 de setembro a 26 de janeiro de 2025
Terça a domingo, das 10h às 20h
Período
18 de setembro de 2024 17:00 - 26 de janeiro de 2025 23:00(GMT-03:00)
Local
Centro Cultural Fiesp
Avenida Paulista, 1313 - São Paulo - SP
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Como as transformações das paisagens urbanas podem afetar a memória das pessoas? É a partir deste questionamento, que a artista visual paulistana Marcia Gadioli conduz suas pesquisas que resultaram na
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Como as transformações das paisagens urbanas podem afetar a memória das pessoas? É a partir deste questionamento, que a artista visual paulistana Marcia Gadioli conduz suas pesquisas que resultaram na exposição “Territórios”. A mostra será aberta no Museu da Imagem e do Som de Campinas (MIS).
“Territórios”, com curadoria de Eder Ribeiro, reúne a produção dos últimos 10 anos da artista, desde sua primeira pesquisa sobre a paisagem urbana de São Paulo, até suas últimas experimentações com meios e processos fotográficos alternativos.
O conjunto é formado por mais de 70 obras produzidas em diferentes meios: vídeos, fotografia analógica e livros de artista. “Me considero uma artista que trabalha com a fotografia. No meu trabalho, o uso da poética está acima de qualquer técnica utilizada”, define a autora.
Em sua trajetória artística, Marcia Gadioli se mantém comprometida com a experimentação de técnicas e materiais. “No centro desta investigação está o meio fotográfico, que se desdobra de diversas formas – fotografias impressas ou, em alguns casos, produzidas artesanalmente, por transferência sobre papéis transparentes, ou ainda sobre parafina, obtendo-se assim, por sobreposição, novos sentidos e visualidades”, comenta o curador Eder Ribeiro.
“O olhar apurado da Marcia e os vários tipos de suportes que ela utiliza tornam a exposição dinâmica e instigante para o público. As pessoas poderão ter contato com trabalhos diversos, em variados suportes, que buscam transformar de maneira sutil o espaço da mostra”, comenta o arquiteto Marcelo Salles, responsável pela expografia de “Territórios”.
Os trabalhos da exposição surgem da combinação de imagens coletadas em álbuns da própria família Gadioli com outras produzidas pelo olhar atento da artista sobre as transformações urbanas, além de imagens e narrativas encontradas em recortes de jornais impressos. “Os jornais têm toda uma estética que, ela mesmo, ajuda a construir memórias, algo também sendo modificado na sociedade digital, uma vez que as imagens hoje são muitas vezes efêmeras, as mídias onde elas estão podem desaparecer de um momento para outro. Temos uma relação diferente com as imagens, o que pode levar, no futuro, a uma civilização sem memória dos lugares onde se viveu”, analisa Marcia Gadioli.
Conversas com o público
Além de conhecer a criativa produção de Marcia Gadioli, o público terá oportunidade de participar das conversas abertas. Na abertura da exposição, 20 de setembro, as 17h30, o curador Eder Ribeiro, participará de um bate-papo com o público sobre o processo de desenvolvimento dos trabalhos e as relações entre as obras no conceito curatorial.
No dia 19 de outubro, a partir das 11h, o arquiteto Marcelo Salles abordará as relações entre as obras e o espaço expositivo. E no encerramento da mostra, 31 de outubro, as 17h, será a vez de Marcia Gadioli ter esse contato mais próximo com os visitantes numa troca de informações sobre criação, percepções e olhares.
Serviço
Exposição | Territórios
De 20 de setembro a 31 de outubro
Terça a sexta, das 12h às 18h30, sábados: das 10h às 16h.
Visitas Guiadas: das 10h às 12h ou das 14 às 16h
Período
20 de setembro de 2024 12:00 - 31 de outubro de 2024 18:30(GMT-03:00)
Local
Museu da Imagem e do Som de Campinas
Rua Regente Feijó, no 859 - Centro, Campinas - SP
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Encantado pelas imagens desde que ganhou a primeira câmera fotográfica, aos oito anos, Thomaz Farkas (1924-2011) construiu horizontes de quem vê além, seja na fotografia, no cinema ou nos negócios.
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Encantado pelas imagens desde que ganhou a primeira câmera fotográfica, aos oito anos, Thomaz Farkas (1924-2011) construiu horizontes de quem vê além, seja na fotografia, no cinema ou nos negócios. Explorar luz e sombra, perceber beleza e humanidade estão entre as peculiaridades do olhar de Farkas. O Museu da Imagem e do Som do Ceará, instituição que integra a Rede Pública de Equipamentos Culturais da Secretaria da Cultura do Ceará, com gestão parceira do Instituto Mirante de Cultura e Arte, realiza a exposição Thomaz Farkas – a beleza diante dos olhos, cuja abertura será no dia 21 de setembro de 2024, às 18h, na praça do MIS.
A exposição propõe espaços diversos para contar sobre a vida de quem olhou com atenção e curiosidade para o país e para o povo que o acolheram. Com curadoria de Simonetta Persichetti e Rubens Fernandes Junior, o momento celebra o centenário de Farkas. Nascido na Hungria e apaixonado pelo Brasil, foi um dos nomes mais conhecidos na fotografia brasileira da segunda metade do século XX. Durante a abertura, estarão presentes os curadores, o diretor de cinema Lauro Escorel, além do fotógrafo e filho de Thomaz, João Farkas.
Por meio do trabalho como fotógrafo, diretor e produtor cinematográfico, Farkas procurava descobrir a beleza onde ela estivesse. Foi dentro desse universo que desenvolveu e praticou a singularidade de sua arte. “Fotografar é olhar e recordar”, disse Thomaz, em entrevista gravada em 2006. Ao ser perguntado se o Brasil retratado por ele durante a inauguração de Brasília, em abril de 1960, havia mudado muito, meio século depois, respondeu: “Não, porque eu vejo com o coração. Eu vejo pelo que me entra assim pelo coração”.
Para a curadoria, a linguagem de Thomaz Farkas está na fronteira entre a fotografia considerada clássica e a fotografia moderna ao buscar novas formas de visualidade e criar um modo próprio de fotografar. Um dos pioneiros e um dos principais expoentes da fotografia no Brasil, Farkas é reconhecido por sua produção fotográfica, tendo realizado exposições nos mais importantes centros culturais e museus do Brasil e do exterior, e também por sua vasta e inovadora produção cinematográfica, que se tornou conhecida como “Caravana Farkas”.
“Conhecer o Brasil através dos olhos dele é uma experiência sempre enriquecedora. Um olhar atento, imagens que nos aparecem demonstrando o que nossos olhos sozinhos, ou desacostumados a ver, seriam incapazes de perceber. O que mais fascina em suas fotografias é a sensação do divertimento, como se a descoberta do invisível fosse uma grande brincadeira para Farkas, como se ele ficasse feliz em poder nos ofertar a cada imagem um detalhe que nos surpreenda”, apresentam os curadores, que conviveram e aprenderam com ele.
O MIS destaca a relevância de realizar esta exposição no mês em que Farkas completaria cem anos. “O Museu da Imagem e do Som do Ceará tem a honra de realizar a exposição Thomaz Farkas – a beleza diante dos olhos no centenário de um profissional que se tornou referência para a cultura imagética no Brasil. Farkas também abriu caminhos por onde muitos outros profissionais da fotografia e do cinema puderam seguir. É uma grande oportunidade para que mais cearenses possam conhecê-lo”, disse o diretor do MIS CE Silas de Paula.
Serviço
Exposição | Thomaz Farkas – a beleza diante dos olhos
De 21 de setembro a 21 de novembro
Quarta e quinta, das 10h às 17h30, sexta a domingo, das 13h às 19h30
Período
21 de setembro de 2024 10:00 - 23 de outubro de 2024 17:30(GMT-03:00)
Local
Museu da Imagem e do Som do Ceará
Avenida Barão de Studart, 410 , Meireles, 60120-000, Fortaleza, CE
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A Galeria Alma da Rua II inaugura a exposição Vida Lúdica, primeira individual de Bruno BIG em São Paulo. Sob curadoria de Tito Bertolucci e Lara Pap, a mostra celebra
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A Galeria Alma da Rua II inaugura a exposição Vida Lúdica, primeira individual de Bruno BIG em São Paulo. Sob curadoria de Tito Bertolucci e Lara Pap, a mostra celebra os 18 anos de carreira do artista, destacando sua trajetória marcada pela street art e pela diversidade de temas que acompanham sua vida pessoal e artística. A exposição está aberta ao público até 23 de outubro de 2024.
Bruno BIG, conhecido por suas composições com linhas fluidas, cores vibrantes e gestualidade marcante, traz em Vida Lúdica, uma seleção de aproximadamente 20 obras, entre telas, aquarelas, desenhos e esculturas. A mostra reúne uma miscelânea de temas recorrentes na trajetória do artista, como a natureza, o esporte, os corpos e as paixões. Segundo Bruno, a escolha do título reflete a leveza e a desconstrução dos símbolos que marcam sua obra, conectando a arte com sua vivência pessoal e suas experiências de vida.
O local escolhido para o evento é de forte importância para Bruno BIG. Desde o início, o artista visitava o Beco do Batman, ponto de referência para a street art em São Paulo, e onde absorvia inspirações para suas criações. Para ele, esse é um local que simboliza a transformação da arte de rua e sua integração com a paisagem urbana e cultural da cidade. “Quando comecei a pintar em 2006, eu procurava os muros pintados nas cidades por onde passava. São Paulo sempre foi um destino certo, e o Beco do Batman foi um dos primeiros locais que me marcaram profundamente”, afirma o artista.
O processo criativo de Bruno BIG se destaca pela versatilidade. Ele alterna técnicas e suportes, indo do design gráfico à arte urbana, da aquarela à escultura. Em Vida Lúdica, o público terá contato com trabalhos que remetem à sua infância e ao começo de sua trajetória artística, com desenhos de lápis de cor e aquarelas, além de obras que trazem sua técnica mais atual, como o muralismo; também apresentará esculturas inéditas, expandindo ainda mais os limites de sua pesquisa artística.
A mostra reflete o desenvolvimento do artista ao longo dos anos. Depois de uma mostra individual em Nova York, centrada nos biomas brasileiros, Vida Lúdica amplia os temas, trazendo à tona outras facetas de sua obra, sempre marcadas por uma mensagem visual positiva. “Busco sempre cativar o olhar do observador com minhas composições, independentemente do tema”, explica o artista.
Bruno BIG é graduado em Comunicação Visual e pós-graduado em História da Arte e Arquitetura no Brasil pela PUC-Rio. Ao longo de sua carreira, desenvolveu projetos colaborativos com marcas como Nike, Heineken e Red Bull, além de levar sua arte para cidades como Paris, Nova York, Beijing e Amsterdã. Reconhecido por sua forte identidade visual, Bruno se destaca como um artista multidisciplinar, explorando diferentes meios e técnicas, sempre com uma linguagem própria. Vida Lúdica é uma oportunidade única de apreciar a obra de um dos principais nomes da street art contemporânea, em sua primeira exposição solo na capital paulista.
Serviço
Exposição | Vida Lúdica
De 21 de setembro a 23 de outubro
Segunda a domingo, das 10h às 18h
Período
21 de setembro de 2024 10:00 - 23 de outubro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Alma da Rua II
Rua Medeiros de Albuquerque, 188 – Beco do Batman, Vila Madalena, São Paulo - SP
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Alex Červený (1963, São Paulo, SP, Brasil) inaugura sua nova individual, Orbis sensualium pictus, na Millan, com curadoria de Ivo Mesquita. Apresentando um conjunto de mais de vinte pinturas recentes,
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Alex Červený (1963, São Paulo, SP, Brasil) inaugura sua nova individual, Orbis sensualium pictus, na Millan, com curadoria de Ivo Mesquita. Apresentando um conjunto de mais de vinte pinturas recentes, além de uma dupla de aquarelas do acervo do artista, a exposição é nutrida por uma miríade de narrativas, de clássicas a contemporâneas, que trazem reflexões sobre a condição humana na Terra, a relação com outros seres e os impasses ambientais.
A prática de Červený é marcada pelo emprego de múltiplas técnicas e suportes, mas sempre teve seu alicerce no desenho e na obra sobre papel. Esse aspecto é notável em sua recente exposição panorâmica na Estação Pinacoteca, em São Paulo, intitulada Mirabilia, que abrangia três décadas de sua produção. Orbis sensualium pictus, porém, é a primeira de sua carreira dedicada quase exclusivamente à pintura sobre tela. Nesta, que é também sua primeira individual na Millan, ele reúne um conjunto de mais de vinte pinturas inéditas, incluindo pequenos e médios formatos, além de um trio de grandes dimensões, com uma tela que atinge 4m de largura.
A diversidade narrativa é um traço marcante das obras do artista. Suas pinturas reúnem referências a diferentes universos — da literatura, da música e de suas próprias memórias — em cenas repletas de personagens e textos minuciosamente caligrafados, que ao serem exibidas em conjunto, resultam elas mesmas em novas narrativas. Não à toa, o título da mostra, Orbis sensualium pictus, é retirado de um livro didático do século XVII, frequentemente traduzido do latim como “O mundo sensível em imagens.”
“Alex Červený é um grande contador de histórias. Ao longo da carreira, sua prática artística vem constituindo uma obra feita de mapas, paisagens, retratos, relatos de viagens, permeados de mitos, heróis, trágicos, sátiros, aventureiros, deuses, ninfas, santos e rainhas”, descreve o curador Ivo Mesquita no texto da exposição. “A partir de sua experiência pessoal e de seu tempo, a figuração narrativa de suas criações nos conduz, com pinturas, desenhos e gravuras, por viagens imaginárias na superfície do papel ou da tela, a coleta paciente, amorosa, por extensos repertórios.”
Atingir essa riqueza de detalhes, que preenche as pinturas com acontecimentos vibrantes, no entanto, demanda tempo. Born This Way (2019–2024), por exemplo, levou alguns anos para ser concluída. De fato, para Červený, o processo é tão importante quanto o produto final e, naturalmente, ele volta a trabalhar em certas obras com intervalos de meses ou mesmo de anos.
Outra tela que atesta o preciso e zeloso trabalho do artista é As Lusíadas (2024). Sua maior pintura até o momento (medindo 270 x 400 cm), levou mais de um ano para ser concluída e é “um mergulho no universo feminino através do glossário das personagens citadas por Camões nos Lusíadas”, conforme explica o artista. A obra dá continuidade a uma série de telas de grande formato que o artista tem realizado desde 2018, inicialmente comissionadas pela Fondation Cartier pour l’art contemporain para exposições em Paris, Xangai e Milão, e mais recentemente, pela 15ª Bienal de Gwangju, inaugurada em setembro na Coreia do Sul.
Outro ponto de virada na trajetória do artista foi notado pelo curador durante os preparativos para a exposição na Millan. “Os trabalhos reunidos na presente exposição apontam para um outro momento na produção de Červený. Se em obras anteriores experimentávamos um tempo elíptico, entre presente e passado, com as imagens e referências que empregavam, o tempo agora parece suspenso”, escreve Mesquita. “Com uma atmosfera rarefeita, onírica, estes trabalhos trazem um olhar mais introspectivo, reflexivo do artista sobre sua condição humana, seu momento e seu lugar.”
Esse sentimento aparece de forma mais evidente na pintura Náufrago (2023-2024). A imagem de um homem isolado em uma ilha sugere leituras que vão desde o foro íntimo até as mudanças causadas pela catástrofe climática. “Não se trata apenas da solidão. É também sobre uma limitação territorial, sobre o aperto que começamos a experimentar no planeta em que vivemos”, afirma o artista.
Serviço
Exposição | Orbis sensualium pictus
De 21 de setembro a 26 de outubro
Segunda a sexta, das 10h às 19h; sábado, das 11h às 15h
Período
21 de setembro de 2024 10:00 - 26 de outubro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Millan
Rua Fradique Coutinho 1360/1430 São Paulo Sp
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Neurociência e Arte dialogam na exposição “Bosque Neural”, da artista Janaina Mello Landini, em cartaz na Zipper Galeria. Com texto curatorial de Ana Carolina Ralston, a mostra reúne obras que
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Neurociência e Arte dialogam na exposição “Bosque Neural”, da artista Janaina Mello Landini, em cartaz na Zipper Galeria. Com texto curatorial de Ana Carolina Ralston, a mostra reúne obras que promovem uma interpretação artística das paisagens microscópicas do cérebro humano.
As obras são inspiradas nas pesquisas da artista sobre o trabalho do neurocientista Santiago Ramón y Cajal, considerado o pai da neurociência. No final do século 19, Cajal utilizou a técnica de Golgi para observar e desenhar detalhadamente as células cerebrais, revelando pela primeira vez os chamados “bosques neurais” – redes de células que compõem o córtex cerebral. A partir desse referencial, Janaina Mello Landini explora as conexões invisíveis presentes tanto no cérebro quanto na natureza, e se debruça sobre as complexas redes de sinapses e impulsos nervosos para criar uma série de obras que remetem às estruturas neurais e à paisagem de uma floresta.
Descrito por Cajal como um “mundo misterioso, fascinante e mágico”, esse universo científico serve como base conceitual para a nova série de trabalhos de Janaina. A artista traduz a complexidade do funcionamento da mente humana em sua poética, revelando, como lâminas de laboratório, as interconexões das células que a compõem.
“A série não é apenas uma exploração visual, mas também uma reflexão filosófica sobre a individualidade e o conceito de “um”, não uma entidade estática, mas algo em constante evolução, moldado tanto pelas complexas redes neurais que regem nossos pensamentos quanto pelas possibilidades emergentes de um mundo cada vez mais tecnológico.” – Ana Carolina Ralston, curadora
Além das telas, a série “Bosque Neural” apresenta trabalhos tridimensionais, como esculturas feitas de fios metálicos que parecem flutuar no espaço, sugerindo a leveza das copas das árvores ou a fluidez das sinapses cerebrais. A artista utiliza sua técnica icônica de Ciclotramas, que consiste na criação de tramas cíclicas que, a partir de algoritmos matemáticos, se expandem e afunilam, criando uma metáfora visual para a expansão infinita do pensamento e da vida.
Serviço
Exposição | Bosque Neural
De 21 de setembro a 01 de novembro
Segunda a sexta, das 10h às 19h; sábado, das 11h às 17h
Período
21 de setembro de 2024 10:00 - 1 de novembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Zipper Galeria
R. Estados Unidos, 1494 Jardim America 01427-001 São Paulo - SP
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Com texto crítico de Agnaldo Farias, a exposição parte de impasses atrelados às tensões entre inventividade e automação, esgarçando perguntas quanto aos processos de construção digital da imagem plástica e
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Com texto crítico de Agnaldo Farias, a exposição parte de impasses atrelados às tensões entre inventividade e automação, esgarçando perguntas quanto aos processos de construção digital da imagem plástica e de exercícios de repetição e saturação ensaiados por modelos artificiais. Ao se envolver em tramas algorítmicas alusivas aos mapeamentos frenéticos que reordenam o papel autônomo da escolha em nome de percursos enviesados, Marcela se volta ao preâmbulo desses circuitos e coloca em xeque a própria lucidez que conduz a fantasiosa cisão entre real e digital enquanto paralelo de realidade e ficção. Já afrouxadas as distinções, os maniqueísmos caducam e a realidade, para a artista, esbanja o movimento contrariado de certo desajuste bem resolvido que desaba essas convenções.
Se o grid, enquanto estrutura vital da arte moderna, aponta para direções opostas de compreensão — da pretensa purificação do tableau na sua relação com o mundo, por um ângulo, que o tornaria um todo em si mesmo e, por outro lado, como parte de uma totalidade maior da qual ele se edifica enquanto fragmento de relações mais amplas —, Marcela parece recorrer sempre a trabalhos que se constituem enquanto unidades integrantes do mundo. Seja na tridimensionalidade falseada garantida pela série Quanta, que soa como um trocadilho às narrativas teleológicas do plano que deram chão a todo um setor da crítica de arte modernista, ou nos stills tridimensionais baseados em vídeos montados num espaço digital e inteiramente planar, de Meio da Jornada, os trabalhos exercitam algo de uma vocação entrópica que desorienta os termos dados. Afinal, em que medida ainda há algum sentido em especular sobre a realidade sem pensar o espaço digital enquanto campo ativo da sua integridade? E até que limite as convenções modernas ainda dão conta do discurso sobre arte?
Segundo Agnaldo, no texto crítico da mostra, “as obras apresentadas por Marcela Crosman, extraídas a partir de especulações sobre gráficos, diagramas, mapeamentos, varreduras, circuitos, somadas as múltiplas possibilidades abertas por programas de Design Generativo, programas voltados ao desenvolvimento de modelos paramétricos, têm a ver com a imaginação. Dizem respeito a expressão, à subjetividade da artista e a plasticidade do pensamento abstrato, deles não se deve procurar rebatimento no real, como se um mapeamento com pretensões de fidelidade ao objeto mapeado. O que está em jogo é a exploração da natureza dessa linguagem, exercício conectado com as circunvoluções, meneios, tateios envolvidos na expansão da linguagem, nas traduções ocorridas, no lento processo dispendido na sua depuração”.
Serviço
Exposição | Dados, mapeamentos e circuitos expressos
De 21 de setembro a 01 de novembro
Segunda a sexta, das 10h às 19h; sábado, das 11h às 17h
Período
21 de setembro de 2024 10:00 - 1 de novembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Aura Galeria
Rua da Consolação, 2767. Jardins, São Paulo - SP
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A Zipper Galeria apresenta a primeira exposição individual “Na Altura dos Olhos”, da artista paulistana Jessica Costa. A mostra explora as fronteiras entre arte através da tapeçaria esculpida, com instalações
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A Zipper Galeria apresenta a primeira exposição individual “Na Altura dos Olhos”, da artista paulistana Jessica Costa. A mostra explora as fronteiras entre arte através da tapeçaria esculpida, com instalações que transformam o espaço expositivo.
Jessica Costa, formada em design, traz sua experiência no tufting e arte têxtil, para o campo das artes visuais. Em “Na Altura dos Olhos”, a artista revisita a tapeçaria, uma prática situada entre arte, moda e o têxtil, transformando-a em elementos arquitetônicos e escultóricos. A exposição propõe a tapeçaria como uma prática artística contemporânea e subverte as convenções que legitimam o que é considerado “arte”.
Entre as obras expostas, a série “Sobejos” se destaca por questionar o conceito convencional de moldura, estendendo-se pelo chão da galeria em forma de “soft sculptures”. A artista utiliza elementos como lã e bordado, reimaginando a tapeçaria em contextos artísticos. Com referências à tapeçaria medieval e ao movimento Arts & Crafts, emprega a técnica da tufagem para “pintar” e “esculpir” suas criações, resultando em peças densas, escultóricas, mas ao mesmo tempo suaves e acolhedoras. Essas obras transitam entre a abstração e a figuração, frequentemente aludindo a fragmentos do corpo humano.
“A exposição questiona a separação histórica entre ‘belas artes’ e artesanato, utilizando a técnica da tufagem para criar objetos escultóricos”, segundo a curadora Ana Paula Cavalcanti Simioni.
A exposição faz parte do projeto Zip’Up, que visa promover artistas emergentes e novas abordagens artísticas. O programa oferece uma plataforma para novos talentos apresentarem seus trabalhos e interagirem com curadores independentes e o público, em um ambiente que favorece a experimentação e a troca de experiências.
Serviço
Exposição | Na Altura dos Olhos
De 21 de setembro a 01 de novembro
Segunda a sexta, das 10h às 19h; sábado, das 11h às 17h
Período
21 de setembro de 2024 10:00 - 1 de novembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Zipper Galeria
R. Estados Unidos, 1494 Jardim America 01427-001 São Paulo - SP
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Apresentando a nova série de retratos do pintor, em que mobiliza corpos absorvidos por fundos escuros, a exposição se volta a questões estruturais da produção de Douglas Ferreiro no que
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Apresentando a nova série de retratos do pintor, em que mobiliza corpos absorvidos por fundos escuros, a exposição se volta a questões estruturais da produção de Douglas Ferreiro no que se refere à autoficcionalização de narrativas e a personagens edificados a partir de certa incompletude atmosférica. Configuradas em sutilezas e gestos delicados, as suas figuras sustentam e tensionam uma gama de sensualidade atravessada pela instabilidade das definições que envolvem a cama e o lar enquanto espaços afetivos.
Lugar do conforto, da serenidade, da angústia, da insegurança, da inquietude e muito mais, a cama, nesses trabalhos, encontra as incertezas garantidas pela noite. Se o dia é o instante das expectativas e termos mais definidos — certa espécie de luz que rompe a nebulosidade da escuridão —, o anoitecer encontra uma realidade verdadeiramente incerta. A noite é a margem de erro da racionalidade: brecha do desejo, da vontade, da emoção, da reflexão. Os espaços, então, construídos pelo artista parecem como que suspensos do mundo que habitam, soam etéreos, inexistentes ou mesmo só incertos. Introspectivas, as suas figuras retornam para si e parecem interrogar sobre a sua própria identidade. Mas, com nada completo, os gestos modestos e as expressões singelas que estampam o rosto das suas personagens como que exercitam o percurso de uma poética da dúvida.
Segundo Lorraine Mendes, no texto crítico da mostra, “Ferreiro descreve um outro estado/espaço onde a alcova se reconfigura em lugar de vigília, insônia e ansiedade: o sentir que atravessa o corpo não é só o reflexo de desejos, mas também de angústias. O sono inquieto em kids see ghosts sometimes, continua a nos contar essa história. As nuances que, delicadamente, criam uma narrativa para essa série, atesta a complexidade humana mesmo em um momento-plano tão ordinário. Douglas Ferreiro nos convidou para nos sentarmos à beira dessa cama, para fazermos parte do azul e vermos ali um duplo de nossa própria inquietude”.
Serviço
Exposição | Afoiteza de Homem Jovem
De 21 de setembro a 01 de novembro
Segunda a sexta, das 10h às 19h, sábado, das 11h às 17h
Período
21 de setembro de 2024 10:00 - 1 de novembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Aura Galeria
Rua da Consolação, 2767. Jardins, São Paulo - SP
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Lilia Moritz Schwarcz intitulou a nova exposição de Vânia Mignone, que ocorre de 21 de setembro a 1 de novembro de 2024, na Casa Triângulo, de “A esperança equilibrista”. Interpretada
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Lilia Moritz Schwarcz intitulou a nova exposição de Vânia Mignone, que ocorre de 21 de setembro a 1 de novembro de 2024, na Casa Triângulo, de “A esperança equilibrista”. Interpretada por Elis Regina, a canção tornou-se um hino de resistência durante a Ditadura Militar no Brasil. A exposição busca resgatar o espírito de uma época marcada por desafios e sonhos de democratização. A obra de Mignone, conhecida por seu traço fino e consistente, sua representação ambígua e sua linguagem visual evocativa, continua a explorar narrativas abertas e incompletas, convidando o público a participar ativamente da construção do significado.
“A Esperança Equilibrista” não é apenas um título simbólico, mas uma reflexão sobre a própria natureza da obra de Mignone. A artista não nomeia suas exposições, mas Schwarcz resolveu batizá-la com base na sua percepção das obras apresentadas. As obras na exposição incluem figuras enigmáticas, palavras soltas e cenas que desafiam a compreensão direta, incentivando uma experiência de contemplação mais profunda.
Entre os destaques estão sequências que remetem ao universo do circo e ao teatro, com elementos que evocam tanto o espetáculo quanto a introspecção. Palavras como “Urso”, “Leão” e “Tigre” aparecem em contextos que questionam a dominação e a liberdade, enquanto outras obras apresentam cenários internos misteriosos, repletos de símbolos e perguntas sem respostas definitivas.
Mignone, com sua técnica única de criar e destruir, de adicionar e repintar, oferece ao público uma visão de um mundo onde a “incompletude completa” é celebrada. Seus trabalhos, que evitam conclusões definitivas, destacam a importância das perguntas sobre as respostas e a interação pessoal com a arte.
A exposição “A Esperança Equilibrista” é um convite a explorar a subjetividade e a ambiguidade através da arte, refletindo sobre como nossas próprias esperanças e medos se entrelaçam com o processo criativo. É uma experiência imersiva que destaca a habilidade de Mignone em transformar o aparentemente simples em uma exploração rica e complexa de emoções e conceitos.
Serviço
Exposição | A esperança equilibrista
De 21 de setembro a 01 de novembro
Segunda a sexta das 10h às 19h e sábado das 10h às 17h
Período
21 de setembro de 2024 10:00 - 1 de novembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Casa Triângulo
Rua Estados Unidos, 1324, São Paulo - SP
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Responsável pelo projeto original do recém-reinaugurado Teatro Cultura Artística, na capital paulista, o urbanista e arquiteto Rino Levi (1901-1965) será homenageado, a partir de 21/09, na Chácara Lane/Museu da Cidade
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Responsável pelo projeto original do recém-reinaugurado Teatro Cultura Artística, na capital paulista, o urbanista e arquiteto Rino Levi (1901-1965) será homenageado, a partir de 21/09, na Chácara Lane/Museu da Cidade de São Paulo (MCSP). Uma exposição apresentará sua obra e importância para a arquitetura moderna brasileira, por meio de fotos, desenhos e maquetes.
Os projetos do Edifício Prudência, dos prédios do Instituto de Arquitetos do Brasil, Banco Sul-Americano e Banco Paulista do Comércio são exemplos do acervo da exposição Rino Levi, história e utopia – destruição, permanência, renovação, com curadoria de Abilio Guerra e Renato Anelli. A mostra ainda revela propostas não construídas para a construção do Viaduto do Chá, Centro Social da USP e um Plano-Piloto para o concurso de Brasília, que seria uma cidade vertical, com megaestruturas de 300m de altura e 400m de comprimento.
Utilizando uma linguagem moderna e arrojada, Levi projetou edifícios habitacionais, escritórios, cinemas, hospitais, indústrias, além de centros administrativos e planos urbanísticos. O arquiteto também desenvolveu trabalhos voltados para a formação na área sobre técnicas construtivas e pré-fabricação.
A diversidade e amplitude da obra do urbanista norteou a divisão da exposição em módulos temáticos. Merece destaque a seção Detalhe e Elemento Arquitetônico, que evidencia sua predisposição por testar novidades. Um dos exemplos está no projeto do edifício Concórdia (1955), em que ele justapôs uma parede de alvenaria com tijolos perfurados a um brise-soleil – elemento arquitetônico que protege da incidência solar – feito com placas curvas de fibrocimento.
Em Síntese das Artes é possível acompanhar a integração entre a arte e a arquitetura na concepção de painéis, paisagens e relevos. No edifício Prudência (1944), Levi usou azulejos para cobrir as torres de escadas e elevadores, garantindo profundidade e relevo às superfícies. Para os trabalhos artísticos costumava selar parceria com nomes importantes como o do paisagista Roberto Burle Marx.
Linha do tempo
A linha do tempo, Atos e Fatos, destaca as principais passagens da vida e da obra de Rino Levi. Começa com o seu nascimento, em 1901, passando por sua formação na Escola Superior de Roma em 1926 e os principais projetos ao longo da carreira. O percurso teminha com a sua morte, em 1965, durante uma expedição botânica ao lado do amigo Burle Marx.
Parte das construções elaboradas pelo urbanista sofreram com a ação do tempo e o desinteresse na conservação por parte da sociedade. Os cinemas Arte Palácio, Ipiranga, Piratininga e Universo se deterioram. A Galeria R. Monteiro, o edifício Plavinil Elclor e o Laboratório Paulista de Biologia ficaram descaracterizados, enquanto a Companhia Jardim de Cafés Finos, os edifícios Columbus e Nicolau Schiesser, desapareceram.
Segundo os curadores, a exposição pretende despertar a curiosidade dos visitantes a respeito desse legado e sugere uma reflexão sobre a importância de valorizar o patrimônio arquitetônico de qualidade, que resiste ao tempo.
A mostra é parte do programa curatorial do Gabinete do Desenho, na Chácara Lane/Museu da Cidade de São Paulo, direcionado ao desenho como elemento preparatório do pensamento criativo para profissionais e estudiosos da arquitetura, do urbanismo e demais interessados na temática.
Serviço
Exposição | Rino Levi, história e utopia – destruição, permanência, renovação
De 21 de setembro a 29 de junho de 2025
Terça a sexta das 10h às 16h, sábado e domingo das 10h às 17h
Período
21 de setembro de 2024 10:00 - 29 de junho de 2025 16:00(GMT-03:00)
Local
Chácara Lane | Museu da Cidade de São Paulo
R. da Consolação, 1024 – Consolação - São Paulo - SP
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A exposição Terra de Gigantes convida o público do Sesc Casa Verde a uma imersão em um novo mundo possível e inspiração ao visitante a pensar em uma contemporaneidade e
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A exposição Terra de Gigantes convida o público do Sesc Casa Verde a uma imersão em um novo mundo possível e inspiração ao visitante a pensar em uma contemporaneidade e um porvir afroameríndio. Com concepção e curadoria do artista, editor e pesquisador Daniel Lima, a mostra se desdobra em uma videoinstalação composta por onze cenas, incluindo intervenção poética e ateliê educativo, que exaltam as forças poéticas, simbólicas e mitológicas interseccionais entre as culturas negras e indígenas no Brasil.
Repleta de recursos audiovisuais desenvolvidos especialmente para promover uma vivência interativa, sensorial e singular, a mostra tem como inspiração atrações de parques temáticos como trem-fantasma e labirinto de espelhos. Ao longo do percurso, o espectador é provocado por uma série de projeções geradas a partir de sensores óticos acionados por presença: às vezes gigante, às vezes minúsculo, em um trajeto de luzes e vislumbres fantásticos evocados por personagens, performances, entrevistas e criações visuais.
São protagonistas das cenas 12 artistas, coletivos e lideranças: Katú Mirim, rapper indígena paulista; Davi Kopenawa Yanomami, importante liderança yanomami e autor do livro “Queda do Céu”; Legítima Defesa, coletivo de atores e atrizes negros; Naruna Costa, atriz, cantora e diretora teatral que interpreta o texto “Da Paz”, de Marcelino Freire; Jota Mombaça, artista performática; Jonathan Neguebites, dançarino de passinho carioca; Daiara Tukano e Denilson Baniwa, artistas da cena da arte indígena contemporânea brasileira; a presença musical central de Naná Vasconcelos; cantos gravados por Juçara Marçal e Daiara Tukano, além da intervenção poética de Miró da Muribeca, poeta e performer pernambucano.
“Terra de Gigantes tem como proposição cruzar essas gerações de artistas negros e indígenas para questionar um ideário brasileiro contemporâneo, reivindicando outra imagem de Brasil, não a criada pelo Modernismo a partir da perspectiva branca”, defende Daniel Lima.
Segundo o curador, a exposição nasceu de um processo de pesquisa, autoeducação e investigação sobre o quilombismo que começou há anos, em projetos anteriores capitaneados por ele, como Quilombo Brasil, e a videoinstalação Palavras Cruzadas (2018/19), que deram as bases técnicas e poéticas do projeto atual.
“Terra de Gigantes é uma expressão de questionamentos sobre o momento histórico que vivemos. Um documento vivo de forças que nos constituem como sociedade contemporânea no Brasil. A videoinstalação investe também na representação das forças opressivas que nos cercam como fogo ao redor. Em contraste, posicionamos as linhas de resistências articuladas neste imaginário político-poético”, conclui o curador.
Interação e acessibilidade: saiba mais sobre algumas das obras na exposição
Um dos destaques da exposição, cujo gigantismo simboliza seu título, a intervenção de Davi Kopenawa Yanomami surge projetada em uma escala aumentada em 800%. A partir de excertos de seu livro A Queda do Céu, Kopenawa fala sobre a força de resistência que existe não só em sua figura, mas na cultura do povo yanomami que, simbolicamente, por meio da dança de seus xamãs, garante que o céu permaneça sobre as cabeças e não caia.
A série “Kahpi Hori” da artista indígena Daiara Tukano ganha animação em formato tridimensional em uma sala de imersão visual e sonora. Imerso em um cubo com projeções mapeadas nas paredes e no piso e sonorizado com cantos entoados pela própria artista, o público vivencia um mergulho no universo simbólico de uma das expressões da arte indígena contemporânea brasileira.
Na performance corporal Get Up, Stand Up do Legítima Defesa, os integrantes do coletivo, divididos em três grupos e sem emitir falas, desafiam o público com gestos de afirmação através de projeção que responde à interatividade, criando um jogo de ações e movimentos com o espectador.
Terra de Gigantes conta com recursos de acessibilidade como mapa tátil, legendas em braile, tinta ampliada, audiodescrição, videoguia, audioguia e recursos tecnológicos como o vibroblaster, que transforma o áudio em vibrações sensíveis. A exposição conta também com um ateliê educativo aberto ao público com atividades mediadas e um espaço de leitura.
Serviço
Exposição | Terra de Gigantes
De 21 de setembro a 22 de dezembro
Terças a sextas-feiras, das 10h30 às 18h30, sábados, domingos e feriados, das 10h30 às 17h30
Período
21 de setembro de 2024 10:30 - 22 de dezembro de 2024 18:30(GMT-03:00)
Local
Sesc Casa Verde
Avenida Casa Verde, 327, Casa Verde, São Paulo - SP
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A Casagaleria recebe a primeira exposição coletiva dos artistas Alberto Duvivier Tembo, Chris Coutinho e Maristela SR, que revela as muitas camadas de sentidos que uniram esses três artistas há
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A Casagaleria recebe a primeira exposição coletiva dos artistas Alberto Duvivier Tembo, Chris Coutinho e Maristela SR, que revela as muitas camadas de sentidos que uniram esses três artistas há pouco mais de um ano.
Olhar para a natureza por perspectivas múltiplas aponta tanto para o natural que somos nós, como espécie animal, mas também para o abismo que cavamos e que agora, nos ameaça a existência.
Pensar a vida animal em sua beleza e direito de existir, revela o olhar acurado de Alberto. Sua conversa com materiais naturais – terra, fogo, pigmento – saúda a vida que teima em (r)existir frente ao colapso iminente.
Nas escutas das incertezas, constroi seu caminho pictórico, também ele resistência.
Arrebatar-se com aquilo que resta de natural no ambiente urbano habita as imagens de Chris Coutinho. Seu processo envolve diversas camadas, tanto físicas – especialmente de papel, seu eixo principal de materialidade – quanto da própria feitura das obras, demandando de um tempo dilatado, em contraste com o ritmo das metrópoles.
Provocar o sensível para os ciclos naturais a partir de vestígios de vida desvela a ânsia de Maristela SR. Seus processos criativos envolvem um tempo dilatado, entre coletas, prensagens e flerte com as formas, até que se torne possível construir um diálogo gráfico entre uma humana e parte de outra criatura não humana.
Para além da natureza que lhes cabe, esses três artistas se encontram também nos processos criativos que envolvem feituras manuais e um tempo de criação que resiste ao automatismo da vida no século XXI, um tempo mais próximo da vida na/da natureza, um tempo que os artistas buscam ecoar em outras existências.
Serviço
Exposição | Ecos
De 21 de setembro a 26 de outubro
Terças à sexta, das 13h às 19h, sábados das 13h às 17h
Período
21 de setembro de 2024 13:00 - 26 de outubro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Casagaleria e Oficina de Arte Loly Demercian
Rua Fradique Coutinho, 1216 - São Paulo - SP
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Neste mês, a Fundação Maria Luisa e Oscar Americano sediará uma exposição em parceria com o Instituto Rebolo e a Galeria Marcelo Guarnieri, que vai celebrar um dos grandes mestres
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Neste mês, a Fundação Maria Luisa e Oscar Americano sediará uma exposição em parceria com o Instituto Rebolo e a Galeria Marcelo Guarnieri, que vai celebrar um dos grandes mestres das artes plásticas do Brasil: Francisco Rebollo Gonsales (1902-1980). A ser inaugurada no dia 22 de setembro, domingo, às 10h30, a mostra “Rebolo e o Morumbi: conectados pela natureza” reunirá pinturas produzidas pelo artista entre as décadas de 1940 e 1980, período em que viveu no bairro.
A exposição contará com obras nunca expostas, além de um esboço da última pintura de Rebolo, inacabada devido ao falecimento do artista. A mostra também trará fotografias de arquivo, publicações e objetos que fizeram parte do ateliê do pintor.
“Francisco Rebolo é o Pintor do Meio Ambiente, propõe a temática em suas obras desde as décadas de 1930 e 1940, quando decidiu viver no intocado bairro do Morumbi para ficar mais próximo de sua grande fonte de inspiração. Esta exposição mostrará esta bela relação”, diz Sergio Rebollo, publicitário, curador e presidente do Instituto Rebolo.
A exposição integra as comemorações dos 50 anos da Fundação Maria Luisa e Oscar Americano e ficará aberta ao público até o dia 14 de novembro. “É uma honra para a Fundação sediar uma mostra que homenageará um dos maiores paisagistas da arte brasileira”, diz Eduardo Monteiro, diretor cultural da Fundação. “Assim como Maria Luisa e Oscar Americano, Francisco Rebolo foi fundamental para a construção do bairro do Morumbi a partir de um olhar que valorizava a arte e a cultura”, acrescenta.
“Um mestre do meio-tom”
Reconhecido por críticos renomados, como Mário de Andrade e Sérgio Milliet, Francisco Rebolo foi considerado, desde o início de sua carreira artística, um dos mais importantes paisagistas da pintura nacional. Somando uma produção que ultrapassa 3 mil pinturas, além de centenas de desenhos, gravuras e retratos, a obra de Rebolo segue hoje uma referência, marcando presença nos principais museus brasileiros, no acervo de órgãos culturais e em coleções particulares de todo o país.
Por meio de sua obra, Rebolo contribuiu para a construção de um imaginário a respeito do Morumbi, que, à época, tratava-se de uma área quase inabitada, desprovida de infraestrutura urbana. Como um dos primeiros moradores do bairro, o artista foi responsável pela produção de pinturas que se baseavam em diferentes referentes paisagísticos, inclusive vegetações e topografias inexistentes.
“No conjunto de pinturas apresentadas na mostra, é possível observar o movimento inverso de Rebolo, que ia em direção ao campo e às montanhas; um movimento que o permitiu compreender, durante quatro décadas, os aspectos daquelas paisagens através de sua prática pictórica”, afirma o galerista Marcelo Guarnieri, um dos curadores da mostra.
Assim, Rebolo foi testemunha de um período de profundas transformações na cidade de São Paulo, que deixava de ser província para se tornar metrópole. “A paisagem lhe interessava não só como tema de pesquisa, mas também na perspectiva ecológica. Sair do centro para vir ao Morumbi era estar em contato íntimo com a natureza, algo necessário para ele. Veio morar no bairro”, conta a Conselheira Fiscal do Instituto Rebolo e professora emérita do Programa de Pós-Graduação em Integração da América Latina da USP, Lisbeth Rebollo Gonçalves, filha do pintor.
Palestra ilustrada ao piano
No mesmo dia, o público poderá conferir uma palestra ilustrada ao piano com o ensaísta, professor, compositor e pianista José Miguel Wisnik. A partir das 11h30, será realizada a segunda e última aula-show da Série José Miguel Wisnik na Fundação Maria Luisa e Oscar Americano, intitulada “Infinito vão – Conversa musical sobre arquitetura e canção”.
Dessa vez, Wisnik estará ao lado do filho, o arquiteto, ensaísta, professor e curador, Guilherme Wisnik, para conversar sobre uma paixão em comum: a canção brasileira. O bate-papo trará curiosidades sobre cancionistas brasileiros ligados à arquitetura, passeará sobre considerações acerca da forma das canções e das construções – como o infinito vão –, comentará e cantará obras e suas relações entre si e com a história.
“Será uma manhã agradável, com música e conversas interessantíssimas sobre música e arquitetura, em um espaço mais do que privilegiado: a própria Fundação, projeto do arquiteto Arthur Bratke, referência do modernismo em São Paulo”, diz Eduardo Monteiro.
Serviço
Exposição | Rebolo e o Morumbi: conectados pela natureza
De 22 de setembro a 14 de novembro
Terça a domingo, das 10h às 17h30
Período
22 de setembro de 2024 10:00 - 14 de novembro de 2024 17:30(GMT-03:00)
Local
Fundação Maria Luisa e Oscar Americano
Av. Morumbi, 4077 - São Paulo - SP
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O MIS, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, inaugura a exposição Frida: uma visão singular de beleza e dor, de Julia Fullerton-Baten.
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O MIS, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, inaugura a exposição Frida: uma visão singular de beleza e dor, de Julia Fullerton-Baten. Inédita no Brasil, a mostra, que tem curadoria de João Kulcsár, apresenta 18 imagens em homenagem a Frida Khalo, aos 70 anos após sua morte, produzidas na Cidade do México pela alemã Julia Fullerton-Baten (fotógrafa reconhecida por suas narrativas visuais de estilo cinematográfico e técnicas sofisticadas de iluminação).
Para criação dessas fotografias, Julia contou com a colaboração de modelos, de um figurinista de cinema local – empenhado em encontrar autênticos trajes artesanais de Oaxaca – e de produtores mexicanos (que lhe forneceram acesso a locais ocultos e secretos, como uma mansão abandonada no coração da Cidade do México, uma residência privada projetada pelo arquiteto de renome internacional Luis Barragán, antigas fazendas repletas de história e a enigmática Ilha das Bonecas, em Xochimilco, famosa por seus jardins flutuantes e permeada de misticismo).
“O resultado que vemos é uma série imagética que captura a vibrante energia e a força inconfundível de Frida por meio de cenários e figurinos mexicanos contemporâneos”, diz João Kulcsár curador da exposição. “Quando olho para suas pinturas, sinto-me inspirada a ser corajosa. Quando olho para suas pinturas, sinto seu amor pelo México”, afirma Julia.
Oficina especial
Dentro da programação da exposição, acontece a oficina gratuita Retratos como Frida (Somos Frida), no dia 17 de outubro. Durante a atividade, ministrada por Taiane Ferreiras e João Kulcsár, o público é convidado a fazer um retrato em um fundo infinito colorido e com adereços que a/o participante pode escolher, tendo como referência as imagens de Frida Kahlo. A oficina acontece às 18h, no foyer térreo do MIS, e tem 30 vagas (a serem preenchidas por ordem de chegada).
A artista mexicana permanece uma das figuras mais emblemáticas e revolucionárias da arte do século XX. Frida Kahlo produzia obras com cores vibrantes e emocionantes, mas também viveu de forma intensa e profunda, enfrentando a dor, o amor, a perda e a paixão de forma visceral. Suas pinturas capturaram não apenas sua imagem, mas a essência de uma mulher que desafiou convenções, rompendo barreiras culturais e de gênero, e afirmou sua identidade com coragem e autenticidade. Hoje, 70 anos após sua morte (1954), sua obra continua absolutamente contemporânea e ressoa profundamente com o espírito do nosso tempo.
Serviço
Exposição | Frida: uma visão singular de beleza e dor
De 27 de setembro a 27 de outubro
Terças a sextas, 10h às 19h; sábados, 10h às 20h; domingos e feriados, 10h às 18h
Período
27 de setembro de 2024 10:00 - 27 de outubro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Espaço Expositivo Maureen Bisilliat - Térreo MIS
Avenida Europa, 158, Jardim Europa, São Paulo - SP
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O lapa Lapa, espaço independente fundado em 2024 no bairro da Lapa, em São Paulo, inaugura Um lugar onde pousar, primeira exposição individual de Juliana Maia (1980, Recife, PE, Brasil)
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O lapa Lapa, espaço independente fundado em 2024 no bairro da Lapa, em São Paulo, inaugura Um lugar onde pousar, primeira exposição individual de Juliana Maia (1980, Recife, PE, Brasil) na capital paulista. A curadoria é de Sofia Steinvorth e apresenta um conjunto de obras produzidas entre 2022 e 2024.
A partir de exercícios de imaginação que não perdem a leveza do lúdico, a exposição Um lugar onde pousar se propõe uma revisitação crítica do espaço doméstico. A artista, que há mais de dez anos segue esta linha de investigação, parte de objetos tipicamente associados à casa, como almofadas, cortinas, bolsas e vasos, procurando um engajamento com a memória associada à História no feminino. As obras revelam-se assim como possíveis reparações históricas desde uma perspectiva contemporânea na qual os efeitos da desigualdade de gênero continuam sendo uma realidade vivida.
Na exposição, destacam-se duas séries de trabalhos recentemente completados e expostos pela primeira vez: Coisinhas (2023-2024) e Sacolas (2022-2024). Ambos seguem uma abordagem que poderíamos chamar de ficção arqueológica. Essas obras questionam a História, tradicionalmente narrada no masculino, ao imaginar o que poderiam ser rastos associados à vivência das mulheres. As três Coisinhas, pequenas esculturas feitas com fio de algodão e fio de cobre, relembram vasos ou jarras, do tipo que normalmente encontramos em museus etnológicos, enquanto as Sacolas são feitas a partir de pedaços de tecido de bolsas que não foram acabadas. Todas elas coletadas numa fábrica e mantidas no estado em que chegaram às mãos da artista⎯algumas com manchas, outras com buracos, mas todas elas bordadas com o objetivo de salientar as suas formas originais e remendadas para atender às marcas que os tecidos já carregavam. Esta série de sacolas homenageia um objeto cultural que, segundo Elizabeth Fisher, pode ter sido, ao invés de ferramentas de caça, o primeiro dispositivo cultural.
A prática de Juliana liga-se a uma linhagem de artistas (principalmente mulheres), que impulsionadas pela vontade de um futuro outro, perguntam pelo que constitui um abrigo e promovem encontros entre o corpo, a casa, a arquitetura e o espaço. São exemplos dessa relação A casa é o corpo (1968), de Lygia Clark, e as “ações na casa” de Brígida Baltar (Abrigo e Torre, ambas de 1996). Mas também a investigação do artista português Carlos Bunga, quem tem um desenho intitulado Minha Primeira Casa foi uma Mulher (1975), em que vemos uma mulher grávida, cuja cabeça é uma casa. Não, por acaso, Juliana Maia é formada em Arquitetura. Seu interesse pela arquitetura, no entanto, parece nunca ter sido o desejo da construção de uma materialidade como tal, mas o início de uma busca mais profunda pelo que constitui um abrigo. Esta abordagem é especialmente evidente nos painéis respiro aliviada (2024) e todo dia uma insônia (2023), em que o cetim, um tecido leve e brilhante, é a base para intervenções sutis que remetem, tal como os títulos sugerem, a partes e experiências do corpo⎯respirar, pulmões, insônia, saco gestacional. É assim, que no cruzamento de técnicas de tecelagem, costura, bordado e crochê, as obras de Juliana Maia que, ora se assemelham a pinturas, ora a esculturas, materializam uma busca profunda por um abrigo poético, um abrigo que passa, necessariamente, pelo sentir.
O lapa Lapa atua como aparelho articulador entre artistas, projetos e públicos para dar espaço a novas propostas de exposições, cursos, mostras e debates, com o intuito de expandir e integrar as diversas linguagens e formatos de atuação na produção independente e construções coletivas relevantes na contemporaneidade.
Serviço
Exposição | Um lugar onde pousar
De 27 de setembro a 18 de outubro
Terça a sexta, das 14h às 19h, sábabado, das 11 às 15h
Período
27 de setembro de 2024 14:00 - 18 de outubro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
lapa Lapa
Rua Afonso Sardinha 326. Lapa - SP
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Luiz Sacilotto (1924-2003) é um renomado artista brasileiro reconhecido pelo trabalho com a arte abstrata, em particular por obras que exploraram formas, cores, a matemática e a geometria. Nascido em
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Luiz Sacilotto (1924-2003) é um renomado artista brasileiro reconhecido pelo trabalho com a arte abstrata, em particular por obras que exploraram formas, cores, a matemática e a geometria. Nascido em Santo André, na Grande São Paulo, foi um dos pioneiros da arte concreta no Brasil. Nos anos 1970, levou adiante suas experiências ópticas desenvolvidas em meados do século, explorando ainda mais o cinetismo, enquanto acompanhava o que se desenvolvia internacionalmente. Sendo assim, sua obra contemporânea traz desdobramentos da arte abstrata em escala global e aponta para a atualidade que pautava a pesquisa do artista.
Reunindo 113 obras de instituições nacionais e internacionais e coleções particulares, a mostra “Sacilotto contemporâneo: cor, movimento, partilha” integra a programação especial de comemoração do centenário do artista, neste ano de 2024. Dentre elas, pela primeira vez desde que foram incorporadas aos acervos de duas instituições americanas, três obras voltam ao Brasil para compor a exposição, que tem curadoria de Ana Avelar e co-curadoria de Renata Rocco. São elas: Concreção 5730, 1957 e Concreção 5942, 1959, esculturas do Museum of Fine Arts, Houston, parte da The Adolpho Leirner Collection of Brazilian Constructive Art (colecionador brasileiro) — e a escultura Concreção 5941, 1959, proveniente da Cisneros Fontanals Art Foundation e que integra a Ella Fontanals-Cisneros Collection de Miami. A exposição traz ainda obras do MAC USP, Pinacoteca do Estado de SP, MAM -SP, Acervo Itaú e IAC.
“Sacilotto contemporâneo: cor, movimento, partilha” privilegia a produção realizada entre a década de 1970 e o final da vida do artista em 2003, quando ele mergulha na experimentação ótico-cinética aliada à exploração da cor. Para tanto, realiza uma investigação minuciosa aliando o desenho técnico ao desenvolvimento químico dos pigmentos. O artista suspendeu sua produção entre 1965 e 1974, mas seguiu estudando enquanto trabalhava com serralheria. Ao retornar, explora vibrações cromáticas e formais, como desdobramentos da arte concreta que desenvolvia na década de 1950.
As séries chamadas torções, tensões, progressões, giros, são milimetricamente calculadas e executadas. “Sacilotto convida a nos deslocarmos diante das imagens, brincando com as visualidades vibracionais”, escreve Ana Avelar no texto curatorial. Os efeitos são resultados das cores catalogadas em suas diversas tonalidades, testadas e estudadas – muitas delas recuperadas de suas primeiras pinturas. “Observando a coerência de sua obra, olhamos para a aproximação de cores, composições e tempos diversos: gravitam pinturas anteriores sobre as mais recentes, indicando formas e soluções cromáticas pesquisadas desde o início de sua carreira”, completa.
Para Sacilotto, a arte concreta era como um alfabeto que podia ser compartilhado com quem tivesse interesse, bastando, para tanto, realizar estudos. Assim, ele próprio lia e anotava textos de várias áreas do conhecimento (inclusive em outras línguas), sendo fundamentais para dominar os saberes do artista, artesão, operário, químico, matemático e engenheiro que ele aplicava em seus trabalhos.
A exposição “Sacilotto contemporâneo: cor, movimento, partilha” e toda a programação – iniciada em abril – para celebrar o centenário de Sacilotto contou com o apoio da Almeida & Dale, que representa o espólio do artista.
Serviço
Exposição | Sacilotto Contemporâneo: cor, movimento, partilha
De 28 de setembro a 26 de janeiro de 2025
Terça a domingo das 10 às 21 horas – Entrada gratuita
Período
28 de setembro de 2024 10:30 - 26 de janeiro de 2025 18:30(GMT-03:00)
Local
MAC USP
Avenida Pedro Álvares Cabral, 1301 – Ibirapuera - São Paulo - SP
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A exposição coletiva Faça Você Mesmo, no Quase espaço, local independente que vem ganhando destaque na cena paulistana. Artistas de diversas gerações são postos em diálogo com obras de Antonio
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A exposição coletiva Faça Você Mesmo, no Quase espaço, local independente que vem ganhando destaque na cena paulistana. Artistas de diversas gerações são postos em diálogo com obras de Antonio Dias, realizadas na década de 1970. A mostra evidencia a importância da obra do artista paraibano, fundamental para uma leitura da produção contemporânea brasileira.
A curadoria de Érica Burini seleciona sete vídeos da série The Illustration of Art (1971-1974) e também o disco Record: The Space Between (1971). “Antonio Dias era um artista pesquisador dos vários meios de circulação da sua obra, desde o papel jornal ao papel do Nepal, desde a alta reprodutibilidade até a obra única. Neste período, também é flagrante uma irreverente crítica ao sistema de arte em sua produção, usando da própria linguagem artística para fazê-lo”, explica a curadora
A mostra traz uma ampla gama de artistas, com trabalhos de André Komatsu, Cris Peres, Graziela Kunsch, Jaime Lauriano, Jorge Menna Barreto, Kauê Garcia, Marco do Valle, Pablo Vieira, Raphael Escobar, Renata Lucas, Tiago Gualberto, Vanessa Soares, Vitor Cesar e Yná Kabe Rodríguez. Há aqueles de tempos mais próximos a Antonio Dias, como Marco do Valle (1954-2018), e mais jovens, como Yná Kabe Rodríguez, que, no início de seus 30 anos, investiga uma possível relação entre a figura da onça e a da travesti, enquanto desejadas e caçadas, despertando medo e desejo.
O Instituto Marco do Valle vêm fazendo uma recuperação da memória do artista, que participou da XVIII e da XX Bienal Internacional de São Paulo. Serão exibidas peças da série Três pontos não-colineares determinam um plano (Euclides) (1979), que usa materiais comuns como PVC, rodízios, borracha e madeira, para produzir esculturas de chão com um contrassenso relativo ao movimento. Bolas de borracha com rodízios deixam de se mover, enquanto tubos ganham mobilidade, quando dotados de um rodízio. A recontextualização da função de uma peça a cada uso, aproxima a obra de Valle e Dias.
Faça Você Mesmo também conta com o trabalho de artistas em meio de carreira, com reconhecimento nacional e internacional, é o caso de André Komatsu e Jaime Lauriano. Komatsu exibe Ruído retórico_1 (2021), obra que também lida com o deslocamento de uma frase comum, “Tudo vai bem”, que também remete ao filme de Jean-Luc Godard e Jean-Pierre Gorin, de 1972. As palavras são gravadas sobre uma placa de MDF branco, material frequentemente usado na construção de cenografias, aludindo a uma leitura da frase como farsa.
Enquanto Lauriano apresenta obras da série Experiência concreta, na qual lida com a citação de procedimentos concretos e neoconcretos com uma atualização material que propõe uma aproximação maior com a vida comum brasileira, apontando os limites dos movimentos ocorridos nas décadas de 1950 e 1960. Em Experiência concreta #5 (sete linhas), a teoria da Gestalt mobilizada em pinturas como a de Geraldo de Barros, é aplicada em um volume paralelepipédico desenhado sobre a parede com fita silvertape preta.
A mostra toma emprestado um fragmento do título do famoso trabalho de Antonio Dias, Faça Você Mesmo: Território Liberdade, que, por sua vez, reproduz a frase que circula na indústria norte americana desde o início do século XX. A obra faz parte do Project-book: 10 plans for open projects [Livro-projeto: 10 planos para projetos abertos], concebido em 1968 pelo artista, com instruções para a delimitação de territórios e a construção de monumentos. Desenhos como esquemas gráficos destes projetos vão acompanhar Dias até o final da vida em xilogravuras, pinturas, impressões serigráficas e até mesmo offset.
Serviço
Exposições coletiva | Faça Você Mesmo
De 28 de setembro a 19 de outubro
Terça a sábado, das 14h às 19h
Período
28 de setembro de 2024 14:00 - 19 de outubro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Quase espaço
Rua Major Sertório, 347 - Vila Buarque, São Paulo - SP
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A Galatea inaugura, no dia 3 de outubro, a exposição inédita Bruno Novelli: Tudo se transforma na terra, a maior individual já apresentada pelo artista. Com texto crítico assinado pelo
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A Galatea inaugura, no dia 3 de outubro, a exposição inédita Bruno Novelli: Tudo se transforma na terra, a maior individual já apresentada pelo artista. Com texto crítico assinado pelo curador Thierry Freitas, a mostra é um convite ao universo tropical e fantástico de Novelli, reunindo 10 pinturas em grande formato criadas especialmente para a ocasião.
Com uma trajetória que soma quase duas décadas, o artista apresenta telas povoadas por seres fantasiosos elaborados em densas composições, cores e grafismos. Entre as obras expostas está a maior pintura que Novelli já produziu: Jardim dos daimons (2024), com 2,70 metros de altura por 4 metros de largura.
Fortemente inspirado pela exuberância do mundo amazônico e em diálogo de longa data com os artistas indígenas Huni Kuin, do coletivo MAKHU, Novelli traz em suas pinturas composições ricas em cor e complexas padronagens, nas quais figuram animais fantásticos e visões oníricas da natureza. Ele também explora a tensão entre o olhar europeu sobre a paisagem tropical e o embate entre a natureza e sua dominação pelo homem. Outra importante influência para Novelli é o pintor de ascendência indígena Chico da Silva (Alto Tejo, 1910 – 1985, Fortaleza), de quem absorveu o imaginário fantástico durante sua primeira infância em Fortaleza, onde o legado do artista é significativo.
Bruno Novelli consegue mobilizar em seu trabalho uma imagem pulsante da natureza, ou melhor, dos mundos vivos, parafraseando o título da exposição organizada pela Fondation Cartier pour l’art contemporain da qual participou: Les vivants (Living Worlds), realizada em 2022 no Tripostal, em Lille, França. Em 2023, Novelli participou de outra importante mostra organizada pela Fondation Cartier, dessa vez na Triennale de Milano, em Milão, Itália, sob o título Siamo Foresta.
Sobre seu processo criativo, Novelli comenta: “A minha pintura parte de um estado mental de fascínio, de mistério. A partir de um fundo imaginário universal relacionado ao que é tropical, ao que é místico, ao que é paradisíaco, brutal, eu me deparo com diversas imagens, desde um monumento de pedra da Mesopotâmia até um mito amazônico ou o imaginário de um bestiário medieval. Tudo isso forma um banco de dados de onde extraio essas referências e elaboro uma síntese pessoal, que levo para a pintura.”
Para o curador Thierry Freitas, que assina o texto crítico, “as imagens de Novelli resultam em figurações de um meio ambiente sinestésico e fantástico, cada vez mais influenciadas pelas vivências recentes do artista na floresta amazônica e junto aos povos originários. Desde 2017, ele se aproximou do coletivo de arte indígena MAHKU, grupo de artistas Huni Kuin, cuja pintura se constitui principalmente por representações das tradições e histórias desse povo, além de traduções visuais das mirações provocadas pela cerimônia do nixi pae, com o uso do chá de potencial psicodélico conhecido como ayahuasca.”
Serviço
Exposição | Bruno Novelli: Tudo se transforma na terra
De 03 de outubro a 01 de novembro
Segunda à quinta das 10h às 19h, sexta das 10h às 18h, sábado das 11h às 17h
Período
3 de outubro de 2024 09:00 - 1 de novembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Galatea
R. Oscar Freire, 379 – Jardins
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Após um hiato de cinco anos sem uma exposição robusta do artista no país, as mostras oferecem, juntas, uma visão ampla e complementar do trabalho de Cildo Meireles, para quem
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Após um hiato de cinco anos sem uma exposição robusta do artista no país, as mostras oferecem, juntas, uma visão ampla e complementar do trabalho de Cildo Meireles, para quem o desenho muitas vezes é a gênese da sua prática no campo tridimensional.
A Galatea traz uma seleção de desenhos produzidos desde 1964, quando o artista tinha apenas 17 anos, até 1977, colocando em destaque o Meireles desenhista, faceta menos explorada em comparação a outras vertentes do seu trabalho. Por outro lado, é essa a sua prática mais constante e longeva. O curador Diego Matos, que assina o texto crítico da exposição, comenta a esse respeito que:
“Trazer ao público uma seleção generosa de desenhos de Cildo Meireles é tornar visível e acessível a prática mais onipresente na trajetória de mais de 60 anos do artista. Prática, aliás, indissociável de sua produção objetual e instalativa. Feitos em um quarto de hotel, na calada da noite; na calmaria caseira da manhã; ou em ateliê, num momento intervalar de trabalho — seus desenhos nos contam muito de um repertório poético e conceitual que ele encadeou desde o início da sua produção.”
Serviço
Exposição | Cildo Meireles: desenhos, 1964-1977
De 03 de outubro a 01 de novembro
Segunda a quinta das 10h às 19h, sexta das 10h às 18h, sábado das 11h às 17h
Período
3 de outubro de 2024 10:00 - 1 de novembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Galatea
R. Oscar Freire, 379 – Jardins
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Luisa Strina tem o prazer de apresentar Uma e algumas cadeiras / Camuflagens, exposição inédita que reúne trabalhos do artista Cildo Meireles, retomando uma série de projetos idealizados pelo artista
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Luisa Strina tem o prazer de apresentar Uma e algumas cadeiras / Camuflagens, exposição inédita que reúne trabalhos do artista Cildo Meireles, retomando uma série de projetos idealizados pelo artista nas décadas de 1980 e 1990. Com abertura marcada para o dia 3 de outubro, a mostra permanece em cartaz até 23 de novembro de 2024.
Realizada pela primeira vez na Galeria Lelong, Nova York, a instalação Uma e Sete Cadeiras (1997) presta homenagem ao artista Joseph Kosuth. Composta por oito elementos elaborados a partir de diferentes materiais e técnicas – além de uma cadeira em madeira maciça –, integram a instalação 110 lâminas de vidro que formam uma torre, cujo interior, por sua vez, reflete a imagem de mais uma cadeira, gerada a partir de 1.100 lonas pintadas em tinta acrílica.
A cadeira reaparece na série Camuflagem, dessa vez acompanhada por um banco, um guarda-sol, um guarda-chuva, uma maca e tendas. “Essa parte da exposição, que chamo de Camuflagem, teria outro nome: Pintura de Chão. Pois todas as obras estão pousadas nele”, explica Cildo Meirelles.
Também em repouso no chão do espaço expositivo está o conjunto de pinturas hiper-realistas realizadas pelo artista apenas com pinceladas em branco no fundo azul. Épuras, conceito matemático que dá título à série, são as representações geométricas e bidimensionais para formas tridimensionais. Duas Épuras acompanhadas de dois estudos sobre cadeiras transmitem, em última análise, o pensamento artístico de Cildo Meireles, conectando a pintura à racionalidade matemática, onde o artista utiliza a geometria descritiva como ferramenta constitutiva da obra, valendo-se de dois planos perpendiculares onde são representadas duas visões do objeto, uma frontal e outra vista decima.
Uma e algumas cadeiras / camuflagens começou a ser produzida em 2020, totalizando 13 obras nas quais Cildo retoma a prática da pintura, em reverência aos seus grandes mestres, entre eles o brasileiro Alfredo Volpi.
Serviço
Exposições | Uma e algumas cadeiras / Camuflagens
De 03 de outubro a 23 de novembro
Segunda a sexta, das 10h às 19h, sábado, das 10h às 17h
Período
3 de outubro de 2024 10:00 - 23 de novembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Luisa Strina
ua Padre João Manuel 755, Cerqueira César, São Paulo
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o Mercado Municipal Paulistano, o Mercadão, será o palco de uma exposição especial dedicada aos personagens da icônica série Chaves. Intitulada “Chaves – A Turma da Vila Mais Querida!“, a
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o Mercado Municipal Paulistano, o Mercadão, será o palco de uma exposição especial dedicada aos personagens da icônica série Chaves. Intitulada “Chaves – A Turma da Vila Mais Querida!“, a mostra traz uma série de graffitis inspirados na série que conquistou gerações de fãs em todo o Brasil.
A iniciativa é uma colaboração entre o Ministério da Cultura, a Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, o Catavento Cultural e Educacional, e as Fábricas de Cultura Setor A. A exposição conta com a participação de oito grafiteiros renomados, cada um trazendo sua visão única dos personagens que marcaram época.
De acordo com o CEO da Mercado SP, concessionária que administra o Mercadão e o Mercado Kinjo Yamato, o evento não só celebra o Mês da Criança, mas também une a cultura popular com a arte urbana. “É uma oportunidade incrível de ver como a arte pode transformar e reimaginar elementos da cultura popular. No Mercadão, estamos sempre em busca de iniciativas que promovam a diversidade cultural e artística, e esta exposição é um exemplo perfeito disso”, afirma.
Entre os artistas convidados, estão:
- * RodryXXX, que homenageia Kiko;
- * Paco, com uma obra dedicada ao Chaves;
- * Vinil Colante, que retrata Chiquinha;
- * Kid, com um grafite do Seu Madruga;
- * Nill, que celebra Seu Barriga;
- * Zulu Tiquinho, com Nhonho;
- * Bomfim, que apresenta uma tela com Dona Florinda e Professor Girafales.
As obras foram criadas ao vivo durante o evento “Santos Festival Geek”, o maior festival da Baixada Santista no universo geek, promovido pela Secretaria de Cultura de Santos. Este evento contou com a presença de Edgar Vivar, o ator que interpretou o “Senhor Barriga”, proporcionando uma experiência única aos participantes, que puderam acompanhar de perto o processo criativo na Fábrica de Cultura Setor A.
A exposição “Chaves – A Turma da Vila Mais Querida!” tem entrada gratuita, é aberta ao público e fica em cartaz até 30 de outubro.
Saiba um pouco mais sobre os grafiteiros:
Grafiteiro: Vinil Colante / Instagram: @vinilcolante
Vlaidner Sibrão de Lima
Através da linguagem universal da arte graffiti, Vinil Colante transforma paredes apáticas e despercebidas em uma explosão de cores e formas, que passeiam entre o figurativo e o abstrato. Ninguém fica inerte ao se deparar com a força expressiva de suas obras que imprimem nas ruas desde imagens com raízes fincadas nos artistas urbanos das décadas de 1980 e 1990 em New York, como também podem conter informações de protesto e crítica social.
Grafiteiro: Paco / Instagram: @paco_fernando
Fernando Egea Uribe, artista que iniciou sua carreira na cena do graffiti em 2004, realizando intervenções pelas cidades da Baixada Santista, com um grande enfoque em letras e trabalhos abstratos. Formado em artes pela Universidade Metropolitana de Santos, ele tem exposto sua arte em telas, muros e projetos de arte urbana por todo o litoral paulista e capital. É integrante de duas importantes crews de graffiti da Baixada Santista: a OGS Crew (Organização Graffiti Santos) e também faz parte do coletivo de arte graffiti.
Grafiteiro: Kid / Instagram: @kid.1983
David de Matos Prieto, também conhecido como KID, transita da cena das pichações da década de 90 para as renomadas galerias contemporâneas na atualidade. Seu acervo abrange desde as raízes do vandalismo até expressões puras de arte contemporânea. Com um extenso portfólio urbano, suas obras podem ser apreciadas em toda a região metropolitana da Baixada Santista. A cada dia, novas inspirações surgem em sua mente, manifestando-se em intervenções artísticas que refletem seu cotidiano.
Grafiteiro: Zulu Tiquinho / Instagram: @santarosabreakers
Zulu Tiquinho, formado em Artes Visuais pela Universidade Santa Cecília, é membro ativo da Zulu Nation desde 2008, uma ONG dos Estados Unidos que promove os princípios fundamentais do Hip Hop: paz, amor, união e diversão. A Zulu Nation, liderada por Afrika Bambaataa, é reconhecida por sua abordagem educacional, realizando palestras chamadas “Infinity Lessons” que abrangem uma variedade de temas, desde conhecimentos até prevenção de doenças. Comprometido com os valores da Zulu Nation, Zulu Tiquinho, juntamente com King Nino Brown, fundador da Zulu Nation Brasil, promove a cultura Hip Hop por meio de ações educativas e eventos.
Grafiteiro: Bomfim / Instagram: @bomfim_erico
Erico Bomfim, também conhecido como BOMFIM, acumulou uma década de experiência como Diretor de Arte em uma agência de propaganda. Durante esse período, dedicou-se à ilustração, criação de campanhas, logomarcas e diversos projetos. Em busca de sua própria identidade artística, Bomfim deixou o ambiente de agências para se tornar um artista independente. Iniciou sua jornada artística pintando o icônico “5” do Cine Roxy, ganhando gradual reconhecimento na cidade. Contribuiu para a identidade das Vila Criativas, deixando sua marca em lugares como a Rua Gastronômica (Tolentino Filgueiras) e a Rua do Samba (Fundão do Estuário), demonstrando seu comprometimento com Santos.
Grafiteiro: RodryXXX / Instagram: @rodry3x
Ilustrador de nascimento, designer por formação, professor por acaso, filmmaker de profissão e músico por insistência! Ilustrador sob os pseudônimos.
Grafiteiro: Thiago Martori / Instagram: @thiagomartori
Thiago Martori é graduado em Publicidade e Propaganda e Artes Visuais, além de possuir pós-graduação em Arte Educação e Arte Terapia. Autor de monografias sobre Arte Urbana e suas vertentes, atua como arte educador na rede pública e privada de ensino desde 2013. Além disso, ministra oficinas de arte em diversas cidades do país.
Grafiteiro: NILL / Instagram: @nilartesbr
Natural de Santos com 46 anos, é graduado em Gestão Administrativa com ênfase na área portuária e atua como artista autodidata desde 1999, destacando-se como muralista. Com mais de 1 mil painéis produzidos na Baixada Santista ao longo de 23 anos, é reconhecido por sua contribuição para a cena artística local.
Serviço
Exposições | Chaves – A Turma da Vila Mais Querida!
De 4 a 30 de outubro
Segunda a sábado, das 6h às 18h; aos domingos e feriados, das 6h às 16h
Período
4 de outubro de 2024 06:00 - 30 de outubro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Mercado Municipal Paulistano
Rua da Cantareira, 306, Centro Histórico, São Paulo - SP
Detalhes
Galeria Marcelo Guarnieri | São Paulo tem o prazer de anunciar desmesura, segunda individual do artista carioca Victor Mattina na cidade. A mostra, que reúne dez pinturas inéditas e um díptico, é acompanhada
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Galeria Marcelo Guarnieri | São Paulo tem o prazer de anunciar desmesura, segunda individual do artista carioca Victor Mattina na cidade. A mostra, que reúne dez pinturas inéditas e um díptico, é acompanhada pelo poema “O Monstro”, de Flávio Morgado.
Em “desmesura”, Mattina explora, através da pintura, a qualidade da representação monstruosa e a condição de liberdade sob a qual reside a figura do monstro. Suas composições se constroem a partir de visões fragmentadas, vultos, manchas, criaturas antropomórficas e associações improváveis, como se estivéssemos diante de um mundo que, ainda que orientado pelos mesmos símbolos que compõem o nosso, operasse sob uma outra lógica. É nesse limiar entre o reconhecível e o absurdo que se sustentam as pinturas de Mattina, e é nessa impossibilidade de categorizar suas figuras, como em “Capital amanhece sob um novo sol” ou seus encontros estranhos, como em “Missa para raios catódicos”, que o artista enxerga uma potencial emancipação da imagem. Embora tenha como base de sua prática a pintura figurativa, Victor Mattina não a utiliza como ferramenta para uma representação transparente, pelo contrário, é o seu domínio da técnica que lhe permite aproximar a figuração ao inverossímil. “Em ‘Arteriograma de Ka’ há uma cena algo barroca com corpos amontoados em primeiro plano, em frente a uma espécie de templo. É uma pintura de índices, alusiva a uma ideia de antiguidade sem nunca dizer onde ou sobre quem.”, observa o artista.
O Poema “O Monstro”, de Flávio Morgado, que acompanha a exposição, é fragmentado em seis partes, em diálogo com a montagem de “Elegia I” e “Elegia II”, pinturas que possuem mais de 4 metros de comprimento cada, também divididas em seis partes. O poema percorre alguns aspectos das pinturas de Mattina – A dimensão, A correspondência, A feitura, A técnica, A escala, A paleta –, aspectos estruturais que apontariam para uma análise mais categórica da obra, mas que por meio da linguagem poética, se libertam de definitivos, transbordando os seus limites. Em “desmesura”, texto e imagem se reconhecem pela recusa das funções que deveriam exercer em um mundo normativo. Criam, juntos, uma espécie de limbo visual. Como escreve Morgado na primeira parte do poema: “monturo de ossos, inóspita paisagem / que nos acolhe, o ponteiro da estranheza / marca meia-noite na consciência e / seis telas declamam, no eco de sua fatura, / um grande verso de desterro.”
Em diálogo com a mostra “desmesura”, de Victor Mattina, serão apresentadas no mezanino da Galeria um conjunto de obras de Marcello Grassmann (1925-2013), Oswaldo Goeldi (1895-1961), Guima (1927-1993) e Iberê Camargo (1914-1994), artistas brasileiros que, por meio da gravura e da pintura, também exploraram a dimensão monstruosa da representação figurativa.
Serviço
Exposição | desmesura
De 04 de outubro a 08 de novembro
Segunda e sextas das 10h às 19h Sábados, das 10h às 17h
Período
4 de outubro de 2024 10:00 - 8 de novembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Marcelo Guarnieri
Alameda Franca, 1054 São Paulo – SP
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A Galeria Leme tem o prazer de anunciar a primeira exposição individual de Germana Monte-Mór em seu espaço. A mostra Pinturas reúne uma seleção de trabalhos abstratos que dão continuidade
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A Galeria Leme tem o prazer de anunciar a primeira exposição individual de Germana Monte-Mór em seu espaço. A mostra Pinturas reúne uma seleção de trabalhos abstratos que dão continuidade à pesquisa de formatos e texturas já existente da artista. Os trabalhos incluem telas pequenas, obras tridimensionais e também grandes pinturas, revelando os diversos segmentos da produção de Monte-Mór, sempre fiel à exploração da forma através dos estudos de cromaticidade, contraste e textura.
Para além do óleo sobre linho, a artista incorpora também o asfalto ás suas obras. A investigação deste material já faz parte da produção de Monte-Mór há mais de três décadas e contribuí para a criação da abstração e do relevo no resultado final de suas telas.
As cores por sua vez, desempenham um papel central em suas obras. Nas pinturas menores, a artista explora a acidez e a potência das cores, que ela descreve como “estridentes”. Já nas telas maiores, a cor é mais suave e acolhedora, refletindo uma pesquisa tonal distinta.
A série “Fendas e Buracos” destaca as obras tridimensionais, feitas com linho grosso e cartão, que criam estruturas sustentando telas sobrepostas. Os buracos deixam de ser meras formas e tornam-se parte do jogo de planos e cores. Monte-Mór intensifica a relação entre cor e textura, apropriando-se de métodos como a aplicação de pigmentos soltos para criação de superfícies aveludadas e também o uso da tinta metálica, ampliando a série que iniciou em 2022. O resultado é uma investigação da matéria que ativa as sombras e volumes, expandindo a percepção visual.
Serviço
Exposições | Pinturas
De 05 de outubro a 01 de novembro
Terça a sexta, das 10h às 19h, sábados, das 10h às 17h
Período
5 de outubro de 2024 10:00 - 1 de novembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Leme
Av. Valdemar Ferreira, 130 - São Paulo - SP
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A 38ª edição do Panorama da Arte Brasileira do Museu de Arte Moderna de São Paulo será realizada no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, entre 5
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A 38ª edição do Panorama da Arte Brasileira do Museu de Arte Moderna de São Paulo será realizada no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, entre 5 de outubro de 2024 e 26 de janeiro de 2025, com entrada gratuita. A mudança de local e de data se deve à reforma da marquise do Parque Ibirapuera, onde o MAM está sediado. Projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer e tombada pelo Patrimônio Histórico, a marquise do Parque está passando por uma reforma em toda sua estrutura, e o trecho do MAM deve reabrir ao público no início de 2025.
Segundo Cauê Alves, curador-chefe do MAM,”embora a reforma da marquise do Parque Ibirapuera afete a programação do museu, ela será muito positiva para a cidade. Faz alguns anos que o MAM tem estabelecido parcerias com as instituições do eixo cultural do Parque Ibirapuera, mas realizar o 38º Panorama da Arte Brasileira do MAM no MAC, além de uma aproximação histórica entre as duas instituições, é um momento de integração e soma de esforços em benefício da arte e da cultura de modo geral”.
MAM São Paulo e MAC-USP compartilham de uma mesma origem, apesar de trilharem trajetórias bem distintas. O MAM é estruturado como uma sociedade civil de interesse público, sem fins lucrativos, e o MAC é um museu universitário, gerido pela Universidade de São Paulo. A história que conecta as duas instituições, bem como os projetos realizados em conjunto em diversos momentos, será apresentada ao visitante em uma linha do tempo que abre o espaço expositivo do 38º Panorama.
“É com enorme satisfação que o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo acolhe o 38º Panorama da Arte Contemporânea Brasileira, tradicionalmente realizado pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo. A qualidade do salão fez dele um espaço importantíssimo de fruição, reconhecimento e problematização dos rumos da arte no Brasil nas últimas décadas. Neste momento de interdição temporária da sede do MAM em função das obras de restauro da Marquise do Ibirapuera, o MAC USP não poderia deixar de apoiar a instituição co-irmã, parceira de tantos projetos museológicos, formativos e curatoriais conjuntos. Esta história de colaborações inspirou aliás os dois museus a incluírem na edição 2024 do Panorama uma pequena linha do tempo de seus múltiplos cruzamentos e reciprocidades”, comenta José Tavares Correia de Lira, diretor do MAC-USP.
Serviço
Exposição | 38º Panorama da Arte Brasileira: Mil graus
De 5 de outubro a 26 de janeiro
Terça a domingo, das 10h às 21h
Período
5 de outubro de 2024 10:00 - 26 de janeiro de 2025 21:00(GMT-03:00)
Local
MAC USP
Avenida Pedro Álvares Cabral, 1301 – Ibirapuera - São Paulo - SP
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Essa é para os apaixonados por videogames da capital de São Paulo. De 5 a 20 de outubro, o Museu do Videogame Itinerante estará no Shopping Parque da Cidade, que
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Essa é para os apaixonados por videogames da capital de São Paulo. De 5 a 20 de outubro, o Museu do Videogame Itinerante estará no Shopping Parque da Cidade, que fica à Av. das Nações Unidas, 14401 (ao lado da Estação Morumbi)
Fique ligado, pois será uma exposição interativa que resgata mais de 50 anos de videogames, desde o primeiro do mundo até os atuais, como PlayStation VR2, PlayStation 5, Xbox Series, Nintendo Switch, entre outros.
Além de conhecer consoles e jogos raros, os visitantes também poderão jogar totalmente de graça em alguns videogames que fizeram história, tais como o Telejogo Philco-Ford, Atari 2600 , Odyssey, Nintendinho 8 bits, Master System, Mega Drive, Sega CD, Super Nintendo, Neo Geo, Panasonic 3DO, PC Engine, Nintendo 64, Game Cube, Sega Dreamcast, Xbox, Playstation 1, PlayStation 2, entre outros.
Também teremos palco Just Dance, área PlayStation VR 2, simuladores de corrida, controles gigantes, concurso de cosplay, torneios de jogos e muito mais. Esperamos vocês.
Serviço
Exposição | Museu do videogame Itinerante
De 5 a 20 de outubro
Segunda a sextas, das 13h às 20h, sábado e domingo, das 14h às 20h
Período
5 de outubro de 2024 13:00 - 20 de outubro de 2024 20:00(GMT-03:00)
Local
Shopping Parque da Cidade
Av. das Nações Unidas, 14401 - Chácara Santo Antônio (Zona Sul), São Paulo - SP
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O Complexo Cultural Funarte, localizado no bairro Campos Elíseos, em São Paulo, inaugura a mostra “Geoprópolis Bioacústico”, uma exposição de arte interespécies focada na sonoridade de abelhas. O projeto, selecionado
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O Complexo Cultural Funarte, localizado no bairro Campos Elíseos, em São Paulo, inaugura a mostra “Geoprópolis Bioacústico”, uma exposição de arte interespécies focada na sonoridade de abelhas. O projeto, selecionado através do Edital Funarte Aberta 2023, tem entrada franca e apresenta as novas pesquisas de João Machado, artista visual e ativista em defesa das abelhas autóctones brasileiras, com curadoria de Arasy Benítez.
“Geoprópolis Bioacústico” estreia com a performance de “Zumbido”, um trabalho artístico pioneiro de pesquisa sobre os ruídos produzidos dentro de enxames, onde João capta ao vivo a toada desses pequenos seres e faz experimentos sonoros em parceria com o músico Daniel Magnani – seguida de um bate-papo com os artistas, a curadora e o público.
A mostra tem classificação livre e pode ser visitada diariamente até 3 de novembro.
Destaque para a escultura bioacústica, uma espécie de caixa de som em cerâmica e metal, que lembra uma corneta. De lá são ampliados e emitidos os diferentes sons captados pelo artista nos cerca de 50 enxames de abelhas nativas cultivados por ele na Serra da Mantiqueira, em Bocaina de Minas (MG).
“Das esculturas sairá um som que nunca foi possível escutar dessa forma, alguns inclusive fora da frequência da audição humana. Uns se parecem com o zumbido de mosquitos, outros lembram o barulho do videogame que jogávamos na infância, mas a sonoridade é outra. É algo que não estamos acostumados a ouvir”, explica João.
A mostra inclui também uma videoinstalação que transmitirá imagens captadas no interior e no exterior de uma colmeia. Os vídeos revelam não somente a movimentação e atividade das abelhas como também a arquitetura surpreendente criada por elas, que pode lembrar o interior do corpo humano.
Em outro vídeo, conhecemos a “Casa Mirim”, uma casa projetada para ser habitada por humanos e abelhas.
A mostra traz também uma tapeçaria de 4m x 1m, realizada em um antigo tear de madeira, em parceria com um coletivo de tecelãs do interior de Minas Gerais, a “Casa do Tear Dona Mariana”,
Nos dias 12 e 13 de outubro acontecerá uma deriva de mapeamento de abelhas nativas, uma caminhada coletiva para procurar e identificar abelhas nativas em ambiente urbano. A ação artística será realizada no entorno do Complexo Cultural Funarte. No dia 12 de outubro haverá ainda uma oficina de “Bombas de Sementes”, uma atividade focada na sustentabilidade urbana.
PROGRAMAÇÃO
Atividades abertas ao público geral
1. “Zumbido”
Uma experiência bioacústica por João Machado e Daniel Magnani. Experimentação sonora musical, fruto da parceria entre o artista João Machado e o músico Daniel Magnani. Utilizando uma mesa de mixagem com equipamentos de som, a dupla musicaliza sons de enxames captados ao vivo, com base em distorções, reverberações e improviso. Classificação livre.
Data: 05/10 (sábado) – dia da abertura
Horário: 14h às 14:30h
Local: Complexo Cultural Funarte – Galeria Mário Schenberg
Endereço: Alameda Nothmann, 1058 – Campos Elíseos, São Paulo – SP, 01216-001
2. Bate-papo de abertura com artista e curadora.
Os artistas João Machado e Daniel Magnani, e a curadora, Arasy Benitez, falam com o público sobre a importância ambiental e cultural das abelhas nativas do Brasil, e sobre a pesquisa estética dos artistas sobre o tema. O bate-papo acontece em seguida da experiência sonora “Zumbido”. Classificação livre.
Data: 05/10 (sábado)
Horário: 14:30h às 15:30h
Local: Complexo Cultural Funarte – Galeria Mário Schenberg
Endereço: Alameda Nothmann, 1058 – Campos Elíseos, São Paulo – SP, 01216-001
3. Oficina de “Bombas de Sementes”
Uma oficina com o artista João Machado para criação de “bombas de sementes” a serem utilizadas como alimento para abelhas que vivem em ambientes urbanos. Uma atividade para sujar as mãos e as roupas com muito barro e ao mesmo tempo aprender sobre abelhas nativas sem ferrão, como elas vivem e resistem na cidade. Classificação livre, menores de 0 a 10 anos acompanhados pelos seus adultos responsáveis.
Data: 12/10 (sábado)
Horário: 10h às 11h
Local: Complexo Cultural Funarte – Galeria Mário Schenberg
Endereço: Alameda Nothmann, 1058 – Campos Elíseos, São Paulo – SP, 01216-001
4. Deriva de mapeamento de abelhas nativas
O artista João Machado convida para uma experiência original de caminhada. Em um passeio coletivo, o grupo fará o mapeamento das abelhas nativas sem ferrão que resistem em ambiente urbano. A ideia é procurar, identificar e mapear os enxames de abelhas nativas encontrados no entorno do Complexo Cultural Funarte. Classificação livre, menores de 0 a 16 anos acompanhados pelos seus adultos responsáveis.
Data: 12/10 e 13/10 (sábado e domingo)
Horário: 11h às 12h
Local: Complexo Cultural Funarte – Galeria Mário Schenberg
Endereço: Alameda Nothmann, 1058 – Campos Elíseos, São Paulo – SP, 01216-001
Atividades para públicos específicos
1. Oficina de “Bombas de Sementes” e visita guiada à exposição para pessoas com deficiência visual
O artista João Machado, a curadora Arasy Benítez e a arte-educadora Gabriela Conceição oferecem uma oficina direcionada ao público portador de deficiência visual. O objetivo é fazer "bombas de sementes” de plantas a serem utilizadas depois como alimento para abelhas que vivem em ambientes urbanos. É uma atividade para sujar as mãos e as roupas com muito barro e ao mesmo tempo aprender sobre abelhas nativas sem ferrão, como elas vivem e resistem na cidade. Classificação livre, menores de 0 a 10 anos acompanhados pelos seus adultos responsáveis.
Data: 13/10
Horário: 10h às 11h
Local: Complexo Cultural Funarte – Galeria Mário Schenberg
Endereço: Alameda Nothmann, 1058 – Campos Elíseos, São Paulo – SP, 01216-001
2. Visitas mediadas com escolas da rede pública
As visitas mediadas com escolas públicas da região estarão a cargo da arte-educadora Gabriela Conceição. Serão 6 visitas mediadas com grupos em horário e data a combinar.
Serviço
Exposição | Geoprópolis Bioacústico
De 05 de outubro a 03 de novembro
Quarta a domingo 14h às 19h
Período
5 de outubro de 2024 14:00 - 3 de novembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Complexo Cultural Funarte SP
Alameda Nothmann, 1058 Campos Elíseos - São Paulo - SP
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Prepare-se para embarcar em uma jornada mágica com “Sonho Encantado de Cordel, o Musical” no Teatro Claro Mais, apresentado pelo Ministério da Cultura e pela CAIXA Vida e Previdência, patrocinado
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Prepare-se para embarcar em uma jornada mágica com “Sonho Encantado de Cordel, o Musical” no Teatro Claro Mais, apresentado pelo Ministério da Cultura e pela CAIXA Vida e Previdência, patrocinado através da Lei Federal de Incentivo à Cultura. O espetáculo é inspirado no enredo “Uma Delirante Confusão Fabulística” de 2005 criado por Rosa Magalhães para a Imperatriz Leopoldinense, escola de samba do Rio de Janeiro, que prestou homenagem a Hans Christian Andersen em seu centenário. A peça narra a vida do famoso autor e os contos de fadas por ele criados, envolvidos pela rica tradição da literatura de cordel e ambientados no Nordeste do Brasil. É uma celebração da arte, da poesia e do poder dos sonhos, trazendo ao palco uma narrativa única que vai emocionar e inspirar em um musical para todas as idades!
Com texto e direção de Thereza Falcão, o espetáculo é uma deslumbrante fusão de elementos da cultura nordestina com o universo encantado dos contos de fadas. No palco, mais de 10 cenários e 50 figurinos, criados pela eterna Rosa Magalhães e conduzido pelo seu braço direito, o carnavalesco Mauro Leite, ganham vida. A experiência visual é enriquecida pelas projeções e vídeos dirigidos pelo renomado artista visual Batman Zavareze. As coreografias são assinadas pelo premiado Renato Vieira, enquanto a direção musical fica a cargo do aclamado Marcelo Alonso Neves. Com 10 músicas inéditas e originais compostas pelos brilhantes Paulinho Moska, Chico César e Zeca Baleiro, o espetáculo mescla o vibrante ritmo do Nordeste com a magia das histórias eternas. Esta obra é uma fascinante interlocução cultural entre o Brasil e a Dinamarca, em que cada cena convida o público a mergulhar em um universo onde tudo é possível, e onde a esperança e o amor sempre prevalecem.
Serviço
Musical | Sonho Encantado de Cordel, o Musical
De 12 outubro a 03 novembro
Sábados e domingos, dias 12, 13, 19 e 20 de outubro às 11h30, 15h e 17h, e dias 26 e 27 de outubro e 02 e 03 de novembro às 11h30
Ingressos: de R$ 19,50 a R$ 120
Período
12 de outubro de 2024 11:30 - 3 de novembro de 2024 17:00(GMT-03:00)
Local
Teatro Claro Mais
Shopping Vila Olímpia – R. Olimpíadas, 360, Vila Olímpia, São Paulo – SP
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Reinaugurado em agosto, o Teatro Multiplan MorumbiShopping, localizado no Piso G2 do shopping, tem parte de sua programação exclusivamente pensada para os pequenos, que poderão curtir o mês das crianças com
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Reinaugurado em agosto, o Teatro Multiplan MorumbiShopping, localizado no Piso G2 do shopping, tem parte de sua programação exclusivamente pensada para os pequenos, que poderão curtir o mês das crianças com o espetáculo Do Ré Mika Show, que começa temporada dia 12 de outubro, sábado, 15h e segue em cartaz até 3 de novembro.
Sucesso em todo o país, o espetáculo traz, além dos personagens favoritos da criançada, um repertório com os maiores sucessos do desenho e também músicas conhecidas pelo grande público, como “Pop Pop”, “A Dona Aranha”, “Borboletinha” e “Fui No Mercado” Uma viagem lúdica no tempo que promete divertir pais e filhos, cheia de adereços cênicos e efeitos visuais para encantar os olhos de crianças e adultos.
A ida ao espetáculo é apenas uma das opções de lazer oferecidas aos frequentadores do MorumbiShopping, que também podem encontrar nas suas mais de 500 lojas uma diversidade de restaurantes, cafeterias e espaços pensados para os pequenos, fazendo o mês deles ainda mais especial.
Serviço
Exposições | Do Ré Mika Show
De 12 de outubro a 3 de novembro (exceto 27 de outubro)
Sábados e domingos, às 15h
Classificação Indicativa: Livre
Duração: 50 minutos
Ingressos: de R$28 a R$70 | Vendas pela Sympla
Período
12 de outubro de 2024 15:00 - 3 de novembro de 2024 16:00(GMT-03:00)
Local
Teatro Multiplan MorumbiShopping
Avenida Roque Petroni Júnior, nº 1.089, Piso G2, Jardim das Acácias, 04707-900, São Paulo - SP
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AnatoMinha – uma odisseia imagética a partir de uma narrativa audiovisual, exposição solo da multiartista e magista paranaense Elisa Riemer, fica em temporada na Galeria Olido com entrada gratuita. A mostra, composta por
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AnatoMinha – uma odisseia imagética a partir de uma narrativa audiovisual, exposição solo da multiartista e magista paranaense Elisa Riemer, fica em temporada na Galeria Olido com entrada gratuita. A mostra, composta por doze obras de proposição audiovisual com tecnologia videomapping, tem curadoria da multi-artista e gestora cultural Luciana Ramin e produção de Vanderlei B. Junior. Todas as obras ficam disponíveis também em audiodescrição.
Com 15 anos de carreira na área publicitária, na área editorial esotérica e nas artes visuais, Elisa é especializada em colagens analógicas e digitais. Alguns dos destaques de sua trajetória são a criação da Nosostras Tarot, o primeiro baralho feminista do Brasil, e a direção, edição e fragmentos de gifcolagem no clipe Que Estrago, da cantora e compositora carioca Letrux (nome artístico de Letícia Novaes). Elisa também foi capista do álbum Estilhaça e diretora de vídeo do clipe Muralha da China – ambos da banda Letuce, projeto anterior de Letícia Novaes.
Nas palavras de Elisa, AnatoMinha é uma cirurgia poética feita sobre telas digitais com uso das técnicas de colagem digital e animação bidimensional, a partir da estética frame by frame. Na exposição, Elisa expõe entranhas lesbo-afetivas a partir do estudo anatômico do corpo feminino cisgênero. A odisseia imagética apresentada é um conjunto de obras feitas em colagem analógica que, nessa nova roupagem, ganham um novo olhar pela perspectiva da tecnologia e da projeção de imagens em movimento.
“AnatoMinha é uma construção narrativa pela decupagem de uma mulher vitruviana, composta por órgãos afetados individualmente pela experiência afetivo-amorosa da artista. É um convite para observação do movimento dos órgãos internos que constroem essa mulher aprofundada no mundo interior sáfico”, completa a artista.
Serviço
Exposições | AnatoMinha – uma odisseia imagética a partir de uma narrativa audiovisual
De 26 de outubro a 15 de dezembro
Terça-feira a sábado, das 13h às 19h
Período
26 de outubro de 2024 13:00 - 15 de dezembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Olido
Av. São João, 473 - Centro Histórico de São Paulo, São Paulo - SP
novembro
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Entre 25 de abril e 1º de dezembro de 2024, “Um Defeito de Cor” toma o espaço expositivo do segundo andar do Sesc Pinheiros com desdobramentos que recepcionam visitantes desde
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Entre 25 de abril e 1º de dezembro de 2024, “Um Defeito de Cor” toma o espaço expositivo do segundo andar do Sesc Pinheiros com desdobramentos que recepcionam visitantes desde o muro da entrada como uma mostra de arte que parte do romance histórico homônimo de Ana Maria Gonçalves. Em seu livro, a autora reconta a saga de Kehinde, africana escravizada confrontada com a necessidade de reconstrução em terras brasileiras e a incessante luta por liberdade fazendo uso da comida, da arte, do afeto, da busca pela família, acolhimento e de sua fé nos encantados.
Os curadores Amanda Bonan e Marcelo Campos, ambos do MAR (Museu de Arte do Rio), fizeram o convite a Ana Maria para uma construção curatorial conjunta a repensar a trajetória do livro de forma imagética: da produção moderna e contemporânea que tem em seu cerne a cosmogonia africana nasceu esse encontro a partir de produções de 131 artistas – entre 77 vivos e 37 já falecidos, além de 17 convidados a produzir novas obras para a mostra, com nomes como Kwaku Ananse Kintê, Kika Carvalho, Antonio Oloxedê e Goya Lopes.
Assim, tal exposição se pretende um profundo mergulho pelas quase mil páginas do texto de “Um Defeito de Cor” e toma seus dez capítulos como metodologia de divisão de núcleos temáticos em uma estrutura circular de fruição que transborda as questões da ancestralidade nas visualidades da mostra e proposta expográfica. Além dos curadores, fazem parte do processo de criação os artistas Ayrson Heráclito, consultor que assina a expografia ao lado de Aline Arroyo, e Tiganá Santana, curador da paisagem sonora que envolve o ambiente.
Nos meses em que esteve em cartaz no Rio de Janeiro, a mostra foi bem recebida pelo público, com visitação expressiva, deixando clara sua potência. É importante destacar que, antes da vinda para o Sesc Pinheiros, esta itinerância passou pelo Museu da Cultura Afro-Brasileira (Muncab), fazendo uma importante triangulação entre instituições e abrangência de públicos do Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
Serviço
Exposição | Um Defeito de Cor
De 25 de abril a 01 de dezembro
Terça a sábado das 10h30 às 21h | domingos e feriados das 10h30 às 18h
Período
25 de abril de 2024 10:30 - 1 de dezembro de 2024 21:00(GMT-03:00)
Local
Sesc Pinheiros
Rua Paes Leme, 195, Pinheiros, São Paulo - SP
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O dia a dia do povo brasileiro é atravessado pelas presenças africanas na forma como nos expressamos – seja na entonação, no vocabulário, na pronúncia ou na forma de
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O dia a dia do povo brasileiro é atravessado pelas presenças africanas na forma como nos expressamos – seja na entonação, no vocabulário, na pronúncia ou na forma de construir o pensamento. É sobre essas presenças que trata a exposição temporária Línguas africanas que fazem o Brasil, com curadoria do músico e filósofo Tiganá Santana e realização do Museu da Língua Portuguesa, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo. A mostra abre ao público no dia 24 de maio e fica em cartaz até janeiro de 2025.
A exposição conta com patrocínio máster da Petrobras, patrocínio da CCR, do Instituto Cultural Vale, e da John Deere Brasil; e apoio do Itaú Unibanco, do Grupo Ultra e da CAIXA.
Línguas dos habitantes de terras da África Subsaariana, como o iorubá, eve-fom e as do grupo bantu, têm participação decisiva na configuração do português falado no Brasil, seja em seu vocabulário ou na maneira de pronunciar as palavras e de entoar as frases, mesmo que esta estruturação não seja do conhecimento dos falantes. Trata-se de uma história e de uma realidade legadas por cerca de 4,8 milhões de pessoas africanas trazidas de forma violenta ao país entre os séculos 16 e 19, durante o período do regime escravocrata. Além da língua, essa presença pode ser sentida em outras manifestações culturais, como a música, a arquitetura, as festas populares e rituais religiosos.
“Ao mesmo tempo que a gente quer mostrar ao público que falamos uma série de expressões e estruturas que remontam a línguas negro-africanas, também desejamos revelar de que maneira isso acontece. Por que falamos caçula e não benjamim? Por que dizemos cochilar e não dormitar? Essas palavras fazem parte de nosso vocabulário, da nossa vida, do nosso modo de pensar”, afirma Santana.
A exposição Línguas africanas que fazem o Brasil recebe o público com 15 palavras oriundas de línguas africanas impressas em estruturas ovais de madeira penduradas pela sala. Serão destacadas palavras como bunda, xingar, marimbondo, dendê, canjica, minhoca e caçula. O público também poderá ouvi-las nas vozes de pessoas que residem no território da Estação da Luz, onde o Museu está localizado.
Outro destaque no espaço é a obra do artista plástico baiano J. Cunha – um tecido estampado com os dizeres “Civilizações Bantu” que vestiu o tradicional Ilê Aiyê, primeiro bloco afro do Brasil, no Carnaval de 1996. Além disso, cerca de 20 mil búzios também estarão suspensos e distribuídos pelo ambiente. Na tradição afro-brasileira, as conchas são usadas em práticas divinatórias e funcionam como linguagem que conecta o mundo físico e espiritual.
“Os búzios estão presentes nos espaços afro-religiosos no Brasil que foram, não os exclusivos, mas os principais núcleos de preservação e reinvenção das línguas africanas do Brasil. A partir deles, as presenças negras se irradiaram para outras dimensões da cultura popular brasileira”, diz Santana.
Ainda na entrada da exposição, o público avistará vários adinkras espalhados pelas paredes. Trata-se de símbolos utilizados como sistema de escrita pelo povo Ashanti, que habita países como Costa do Marfim, Gana e Togo, na África. Eles podem representar desde diferentes elementos da cultura até sentenças proverbiais inteiras em um único ideograma. Evidenciando a presença desse povo como parte da diáspora africana, é possível encontrar, em diversas regiões do Brasil, gradis de residências e outras construções arquitetônicas adornados com alguns dos mais de 80 símbolos dos adinkras.
Fazem parte da exposição duas videoinstalações da relevante artista visual fluminense Aline Motta. Na obra Corpo Celeste III, emprestada pela Pinacoteca de São Paulo e projetada no chão em larga escala, a artista destaca formas milenares de grafias centro-africanas, especificamente as do povo bakongo, presente em territórios como o angolano. Este trabalho foi desenvolvido com o historiador Rafael Galante. Já em Corpo Celeste V, criada exclusivamente para o Museu da Língua Portuguesa, quatro provérbios em quicongo, umbundo, iorubá e quimbundo, traduzidos para o português, serão exibidos em movimento nas paredes e em diálogo com Corpo Celeste III.
Um dos principais nomes da nova geração da escultura no país, a baiana Rebeca Carapiá assina obras de arte criadas em diálogo com frequências e grafias afrocentradas, a partir de seu trabalho com metais.
A exposição também mostra como canções populares no Brasil foram criadas a partir da integração entre línguas africanas e o português, como Escravos de Jó e Abre a roda, tindolelê. O “jó”, da faixa Escravos de Jó, advém das línguas quimbundo e umbundo e quer dizer “casa”, “escravos de casa”. “Escravizados ladinos, crioulos e mulheres negras, que realizavam trabalho doméstico e falavam tanto o português de seus senhores quanto a língua dos que realizavam trabalhos externos, foram a ponte para a africanização do português e para o aportuguesamento dos africanos no sentido linguístico e cultural”, diz Tiganá Santana com base nas pesquisas da professora Yeda Pessoa de Castro.
Além dos búzios, a mostra explora outras linguagens não-verbais advindas das culturas africanas ou afro-diaspóricas. Entre elas, os cabelos trançados, que, durante o período de escravidão no Brasil, serviam como mapas de rotas de fugas. E de turbantes, cujas diferentes amarrações indicam posição hierárquica dentro do candomblé. Há ainda dois trabalhos da designer Goya Lopes, cujas principais referências são as capulanas, os panos coloridos usados por mulheres em Moçambique. Tais trabalhos enfatizam uma articulação significativa com a língua iorubá.
Outro exemplo da linguagem não-verbal são os tambores, que compõem uma cenografia constituída por uma projeção criada por Aline Motta, com imagens do mar e trechos do texto Racismo e Sexismo na Cultura Brasileira, de Lélia Gonzalez, uma das principais intelectuais do Brasil, referência nos estudos e debates de gênero, raça e classe. Nestes trechos, verifica-se o uso da expressão pretuguês cunhada pela intelectual. Por fim, ainda nessa cena, é importante ressaltar a presença de esculturas da Rebeca Carapiá, conversando com as frequências dos tambores.
Numa sala de cinema interativa, o visitante será surpreendido com uma projeção de imagens ao enunciar palavras de origem africana como axé, afoxé, zumbi e acarajé.
O público terá acesso a uma série de registros de manifestações culturais afro-brasileiras e de conteúdos sobre as línguas africanas e sua presença no português do Brasil. Há performance da cantora Clementina de Jesus, imagens da Missão de Pesquisas Folclóricas idealizada por Mário de Andrade, entrevistas com pesquisadores como Félix Ayoh’Omidire, Margarida Petter e Laura Álvarez López, além de gravações de apresentações do bloco Ilú Obá De Min e da Orkestra Rumpilezz, e o vídeo Encomendador de Almas, de Eustáquio Neves, que retrata o senhor Crispim, da comunidade quilombola do Ausente ou do Córrego do Ausente, na região do Vale do Jequitinhonha.
Tudo isso em meio a sons de canções rituais e narrativas em iorubá, fom, quimbundo e quicongo, captados pelo linguista norte-americano Lorenzo Dow Turner nos anos de 1940 na Bahia e cedidos pela Universidade de Indiana, nos Estados Unidos. Será possível, ainda, assistir aos filmes sobre o Quilombo Cafundó: um que já existia há mais de 40 anos e outro que foi concebido para a exposição, versando sobre a língua cupópia de modo mais enfático.
Serviço
Exposição | Línguas africanas que fazem o Brasil
De 24 de maio a 18 de janeiro de 2025
Terça a domingo, das 9h às 16h30 (permanência permitida até 18h)
Período
24 de maio de 2024 09:00 - 18 de janeiro de 2025 16:30(GMT-03:00)
Local
Museu da Língua Portuguesa
Praça da Luz, s/nº Centro, São Paulo - SP
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Com curadoria do crítico e curador Adolfo Montejo Navas, a mostra Ars Sonora apresenta ao público uma faceta menos conhecida do multi-instrumentista Hermeto Pascoal – sua produção como
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Com curadoria do crítico e curador Adolfo Montejo Navas, a mostra Ars Sonora apresenta ao público uma faceta menos conhecida do multi-instrumentista Hermeto Pascoal – sua produção como artista visual. Em 2019, uma primeira montagem da exposição integra a 14ª Bienal de Curitiba e, agora, chega a São Paulo ampliada e em voo solo.
Músico autodidata em atividade desde a década de 1940, Hermeto Pascoal grava o seu primeiro disco, “Hermeto”, nos Estados Unidos, em 1971. Um ano antes emplaca duas composições suas no icônico “Live-Evil”, gravado ao vivo com Miles Davis. Em 1979 se apresenta no Festival de Jazz de Montreaux, na Suíça. Em sua longeva trajetória recebeu o Grammy Latino em 2019, na categoria “Melhor Álbum de Música de Raízes em Língua Portuguesa”. E em maio do ano passado foi nomeado doutor honorário da Juilliard School, de Nova York (EUA) – o título foi entregue pelo trompetista Wynton Marsalis.
Em Ars Sonora – Hermeto Pascoal, o público pode conhecer sua criação no território das artes visuais. Pioneira, a mostra abrange diferentes linguagens, como desenhos, pinturas, objetos e proto-instrumentos musicais. A produção ultrapassa fronteiras disciplinares e, de modo ampliado, estabelece relações com a performance e as artes visuais.
A proposta da exposição Ars Sonora – Hermeto Pascoal é reconhecer sua produção para além dos já difundidos conceitos de Música Livre e Música Universal. Neles, o artista afirma a quebra das barreiras culturais, ultrapassando linguagens e suportes estabelecidos pela tradição. Nesse sentido, a mostra reúne objetos feitos dos mais diferentes materiais, deslocados do seu uso cotidiano e reconfigurados em seu sentido visual. Panos de prato, chaleiras, caixas de presente, sacolas, brinquedos, roupas e toalhas de mesa servem à ampliação musical transpostas para a apreciação visual, dando forma a um vasto arquivo sensorial e sonoro.
Articulando sons e ruídos a partir da musicalidade coletada de animais e de objetos do dia a dia, o artista transforma usos e funções, construindo assim o seu alfabeto sonoro e visual próprio até chegar no glossário da sua linguagem, a “Hermetologia”.
“A obra ímpar e caleidoscópica de Hermeto Pascoal deve ser reconhecida de forma mais ampla, muito além das coordenadas estritamente musicais nas quais é mal confinada a maioria das vezes”, afirma o curador. “A compreensão da obra de Hermeto Pascoal também como música visual se baseia na consideração porosa de sua obra, uma arte sonora que ultrapassa seus eixos musicais para desenvolver uma potência sinergética de escritura musical e visual ao mesmo tempo, de visualidade sonora e gestual, que contamina todo tipo de instrumentos-objetos-suportes como novos espaços-registros de representação sonora (experimentações diversas com a natureza, a animália, a voz das pessoas, as performances corporais, os desenhos, os objetos-partituras, os álbuns sonoros, visuais, as trilhas imagéticas…). Tudo isso corresponde com uma terminologia afim à poesia visual, à pangrafia, e ao mesmo tempo ao happening, à performance, a outro olhar-ver-fazer que é simultâneo às percepções, à interação som/imagem, gesto/pensamento”, completa Navas.
O que encontrar em Ars Sonora – Hermeto Pascoal
Reunindo nove diferentes vertentes de sua criação, a mostra está configurada em um conjunto de núcleos em torno da poética artística elaborada por Hermeto Pascoal. Numa combinação relacional e interconectada, tem como ponto de partida a “Música da Aura”, na qual mostra experiências sonoras realizadas com o som da voz das pessoas e a sua natureza tonal.
A seguir vêm as partituras-expansivas, os poemas-objetos e as obras em papel. É nesta seção que estão elementos retirados de seu fabrico industrial serializado e ora refeitos em música própria e pessoal, a partir das notações musicais sobrescritas, como se as partituras brotassem dos objetos.
“Cosmossonia”, a seguir, traz como ponto de partida o som e trata-se, portanto, de uma ampla conversão de todo objeto e utensílio em instrumento musical. Na sequência, “Obras-Arquivo” apresenta o Calendário do Som, obra em que Hermeto Pascoal compôs, de 1996 a 1997, uma música para cada dia do ano. Publicada em livro em 2000, foi interpretado por diferentes artistas, como a “Orquestra Família de Itiberê Zwarg” e o músico João Pedro. Ao lado das partituras estão os desenhos de Hermeto Pascoal para a obra, além de anotações e comentários do autor.
As “Pinturas Caligráficas” reúnem partituras feitas em guardanapos, convites, papeis de toda sorte, toalha de mesa, brinquedos, jogos americanos, cardápios de restaurantes e até em papel higiênico ou tampa de privada. Roupas e as paredes de locais públicos também servem de suportes às partituras. Na exposição, estão acompanhadas dos “Desenhos e Pinturas” do artista. Feitos com técnica mista, lápis de cor e caneta hidrográfica, são obras que apresentam numerosos elementos de cor e figurações livres em correspondência entre si.
O segmento “Brincando de Corpo e Alma”, uma ação performática de 2012, exibe registro audiovisual de captações sonoro-visual do artista produzindo diferentes sons no próprio corpo. É exibido ao lado de outra produção em áudio e vídeo, a peça “Ato de Criação”, trilha-sonora de Hermeto Pascoal para o curta-metragem “Eu Vi o Mundo, e Ele Começava no Recife”, de Mário Carneiro, dedicado ao artista Cícero Dias. Por fim, “Animália” é uma instalação sonora na qual diferentes formas de vida e de viver são celebradas em sua sonoridade, tendo o registro do som de bichos reunidos como parceiros artísticos de Hermeto Pascoal.
Para completar a exposição há a “Hermetologia”, glossário no qual se compila uma coleção de verbetes e citações sobre os mais diversos assuntos, com reflexões do próprio artista sobre música, som, arte, cultura, matéria e espírito.
Serviço
Exposição | Ars Sonora
De 29 de maio a 03 de novembro
Terça a sexta, das 9h às 20h, sábado, das 10h às 20h, domingo e feriado, das 10h às 18h
Período
29 de maio de 2024 09:00 - 3 de novembro de 2024 20:00(GMT-03:00)
Local
Sesc Bom Retiro
Alameda Nothmann, 185 – Bom Retiro – São Paulo - SP
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A partir de 26 de junho será possível conhecer o pensamento da antropóloga, historiadora e filósofa brasileira Lélia Gonzalez (1935 – 1994). O Sesc São Paulo, em parceria com a
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A partir de 26 de junho será possível conhecer o pensamento da antropóloga, historiadora e filósofa brasileira Lélia Gonzalez (1935 – 1994). O Sesc São Paulo, em parceria com a Boitempo, inaugura o projeto Lélia em nós: festas populares e amefricanidade, na unidade Vila Mariana. A exposição, que fica em cartaz até 24 de novembro de 2024, foi inspirada pelo livro Festas populares no Brasil (que ganha nova edição pela Boitempo) e promove uma celebração da cultura afro-brasileira – ou amefricana, como propõe a autora – a partir de um recorte que estabelece diálogos e reflexões suscitados pela produção intelectual de Gonzalez, uma proeminente ativista do movimento negro brasileiro e importante teórica do feminismo negro, cuja morte completará 30 anos em 10 de julho de 2024.
Com uma seleção de produções contemporâneas e de diferentes períodos, reunida em cinco eixos temáticos, Lélia em nós: festas populares e amefricanidade apresenta pinturas, fotografias, documentos históricos, objetos, performances, instalações e vídeos de artistas como Alberto Pitta, Heitor dos Prazeres, Januário Garcia, Maria Auxiliadora, Nelson Sargento, e Walter Firmo, além de 12 trabalhos inéditos, de artistas como Coletivo Lentes Malungas, Eneida Sanches, Lidia Lisboa, Lita Cerqueira, Manuela Navas, Maurício Pazz, Rafael Galante e Rainha Favelada.
A mostra também apresenta um recorte de sonoridades e musicalidades, tanto do universo das festas e festejos brasileiros quanto das intervenções do DJ Machintown e do trombonista Allan Abbadia, além de registros fonográficos da discoteca pessoal de Lélia. Parte do acervo do Instituto Memorial Lélia Gonzalez (IMELG), a coleção reúne álbuns de artistas como Wilson Moreira e Nei Lopes, Luiz Gonzaga, Tamba Trio, Clementina de Jesus, Jamelão e Lazzo Matumbi
Partindo de conceitos teóricos desenvolvidos por Lélia Gonzalez, como a categoria político-cultural de amefricanidade – termo cunhado pela acadêmica em contraposição à ideia hegemônica de afro-americanidade para, segundo ela, “ultrapassar as limitações de caráter territorial, linguístico e ideológico” e redimensionar a influência da diáspora atlântica para a formação das Américas do Sul, Central, do Norte e Insular –, a mostra convida o público à compreensão do potencial da cultura popular afro-brasileira como tecnologia de identidade e resistência.
Com curadoria de Glaucea Britto e Raquel Barreto, a exposição foi inspirada pelas proposições feitas por Lélia Gonzalez em Festas populares no Brasil. Único título publicado em vida pela intelectual exclusivamente como autora, o livro foi publicado originalmente em 1987. A obra não foi oficialmente lançada no mercado, tendo sido patrocinada por uma empresa multinacional e distribuída como presente de fim de ano. No mês de abertura da exposição, a publicação ganhará nova edição da Boitempo, a primeira voltada à circulação no mercado editorial. Com textos da acadêmica que evidenciam laços indissociáveis entre Brasil e África por meio de manifestações populares como o Carnaval, o Bumba-Meu-Boi, as Cavalhadas e festas afro-brasileiras como as Congadas e o Maracatu, a obra reúne mais de cem imagens de cinco fotógrafos: Leila Jinkings, Marcel Gautherot, Maureen Bisilliat, Januário Garcia e Walter Firmo (os dois últimos, integrando a exposição). A nova edição inclui também materiais inéditos, textos de apoio, fac-símiles, prólogo de Leci Brandão, prefácio de Raquel Marreto, posfácio de Leda Maria Martins, texto de orelha de Sueli Carneiro e quarta capa de Angela Davis e Zezé Motta.
Serviço
Exposição | Lélia em nós: festas populares e amefricanidade
De 27 de junho a 24 de novembro
Terça a sexta, das 10h às 21h; aos sábados, das 10h às 20h; domingos e feriados, das 10h às 18h
Período
27 de junho de 2024 10:00 - 24 de novembro de 2024 21:00(GMT-03:00)
Local
Sesc Vila Mariana
Rua Pelotas, 141 - Vila Mariana – São Paulo - SP
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É impossível refletir sobre a obra da artista e intelectual Lia D Castro (Martinópolis, São Paulo, 1978) sem falar de encontros, contrastes, fricções e transformações. A partir de 5 de julho, o público
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É impossível refletir sobre a obra da artista e intelectual Lia D Castro (Martinópolis, São Paulo, 1978) sem falar de encontros, contrastes, fricções e transformações. A partir de 5 de julho, o público pode encontrar a exposição Lia D Castro: em todo e nenhum lugar, no MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand. A primeira mostra individual da artista em um museu reúne 36 trabalhos, sendo a maioria pinturas de caráter figurativo. As obras selecionadas exploram cenários onde o afeto, o diálogo e a imaginação se tornam importantes ferramentas de transformação social.
O título da exposição parte da constatação da ausência histórica de grupos minorizados em posições de poder e decisão — em nenhum lugar —, enquanto sua presença e força de trabalho compõem as bases que sustentam a sociedade — em todo lugar. Com curadoria de Isabella Rjeille, curadora, MASP, e Glaucea Helena de Britto, curadora assistente, MASP, a mostra apresenta trabalhos que abrangem toda a produção da artista.
Lia D Castro utiliza a prostituição como ferramenta de pesquisa e desenvolve sua produção a partir de encontros com seus clientes – homens cisgêneros, em sua maioria brancos, heterossexuais, de classe média e alta – para subverter relações de poder ou violência que possam surgir entre eles, aliando história de vida e história social. Temas como masculinidade e branquitude, mas também afeto, cuidado e responsabilidade, são abordados nessas ocasiões e resultam em pinturas, gravuras, desenhos, fotografias e instalações criadas de modo colaborativo.
Nesses momentos, ela conversa com esses homens e os convida a refletir: quando você se percebeu branco? E quando se descobriu cisgênero, heterossexual? “Perguntas sobre as quais a artista não busca uma resposta definitiva, mas sim provocar um posicionamento dentro do debate racial, sobre gênero e sexualidade”, afirma a curadora Isabella Rjeille.
As conversas de Lia D Castro com esses homens são permeadas por referências a importantes intelectuais negros como Frantz Fanon, Toni Morrison, Conceição Evaristo e bell hooks. Frases retiradas dos livros desses autores, lidos pela artista na companhia de seus colaboradores, são inseridas nas telas e misturam-se aos gestos, cenas, cores e personagens. O trabalho de Lia D Castro torna-se um lugar de encontro, embate e fricção, no qual ações, imagens e imaginários são debatidos, revistos e transformados. Com frequência, a artista insere referências a outros trabalhos por ela realizados, incluindo-os em outro contexto e, consequentemente, atribuindo novos significados e leituras a essas imagens.
“Partindo da visão de Frantz Fanon de que o racismo é uma repetição, eu proponho combatê-lo com a repetição de imagens. Como a imagem constrói cultura e memória, ao colocar uma obra dentro da outra, busco criar novas referências estéticas”, comenta a artista.
PINTURAS E METODOLOGIA ARTÍSTICA
A produção de Lia D Castro é organizada em séries, sendo a maior delas Axs Nossxs Filhxs, presente nesta exposição. Desenvolvida na sala de estar e ateliê de Lia D Castro, um lugar de encontro e trocas, comerciais, intelectuais e afetivas, a série apresenta um processo criativo marcado por escolhas coletivas, da paleta de cores à assinatura das obras. A repetição é uma característica central: por meio desse recurso é possível reconhecer gestos, personagens e situações, assim como outras obras da artista que aparecem representadas nas telas, acumulando significados. A utilização do “x” no título da série se refere à diversidade de formações familiares e vínculos afetivos para além do parentesco consanguíneo ou da família heterossexual monogâmica. O uso do “x” também é utilizado para abarcar diferentes gêneros.
Lia D Castro também se retrata em pinturas dessa série. Enquanto os homens estão nus, ela encontra-se vestida. Seu corpo é coberto por esparadrapos colados sobre a tela formando um longo vestido branco, na contramão da tradição histórica da pintura ocidental, em que a grande maioria dos nus são femininos.
A artista subverte também pintando esses personagens em momentos de pausa, descanso, lazer, leitura e contemplação. “O caráter político da obra de Lia D Castro questiona o imaginário social que vincula violência e subalternidade a corpos não hegemônicos na arte ocidental”, afirma a co-curadora Glaucea Helena de Britto.
Lia D Castro: em todo e nenhum lugar integra a programação anual do MASP dedicada às Histórias da diversidade LGBTQIA+. Este ano a programação também inclui mostras de Gran Fury, Francis Bacon, Mário de Andrade, MASP Renner, Catherine Opie, Leonilson, Serigrafistas Queer e a grande coletiva Histórias da diversidade LGBTQIA+.
Exposição | Lia D Castro: em todo e nenhum lugar
De 5 de julho a 17 de novembro
Terças grátis e primeira quinta-feira do mês grátis; terças, das 10h às 20h (entrada até as 19h); quarta a domingo, das 10h às 18h (entrada até as 17h)
Período
5 de julho de 2024 10:00 - 17 de novembro de 2024 20:00(GMT-03:00)
Local
MASP
Avenida Paulista, 1578, São Paulo
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O Farol Santander São Paulo, centro de cultura, lazer, turismo e gastronomia, inaugura no dia 19 de julho (sexta-feira), a exposição inédita IURI SARMENTO – Suíte Barroca, destacando a trajetória
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O Farol Santander São Paulo, centro de cultura, lazer, turismo e gastronomia, inaugura no dia 19 de julho (sexta-feira), a exposição inédita IURI SARMENTO – Suíte Barroca, destacando a trajetória do artista contemporâneo que revisita o barroco brasileiro, mesclando o erudito e o popular, o sacro e o profano, o kitsch e o clássico, a nostalgia e a ironia. Com curadoria de Denise Mattar, a mostra apresenta 66 trabalhos realizados entre 1996 e 2024, incluindo pinturas e objetos.
A exposição é apresentada pelo Ministério da Cultura, Esfera e Santander Brasil, ocupa toda a galeria do 19º andar e fica em exibição até 03 de novembro (domingo).
Iuri Sarmento é um artista que resgata as heranças artísticas brasileiras por meio de um olhar dinâmico e atual. Suas obras, realizadas com riqueza de detalhes, combinam elementos como volutas, transparências, dourados, rendas, porcelanas e azulejos, transportando o visitante para um mundo pleno de memórias afetivas.
Em sua trajetória artística com mais de três décadas, Iuri Sarmento participou de exposições individuais e coletivas, em galerias e instituições nacionais e internacionais, recebendo em 2011 o prêmio Pipa on-line. Em São Paulo, esta será sua primeira grande mostra individual.
“É com alegria que o Farol Santander traz para o público a exposição IURI SARMENTO – Suíte Barroca, apresentando um artista brasileiro que resgata nossas heranças artísticas através de um olhar dinâmico e atual. A seleção de obras permite acompanhar as transformações no processo construtivo de Iuri Sarmento, evidenciando, ao mesmo tempo, a coerência que atravessa sua obra.”, comenta Maitê Leite, Vice-presidente Executiva Institucional do Santander Brasil.
Sem medo da beleza e do ornamento, Iuri fragmenta imagens para recodificá-las, e lá estão volutas, acantos, azulejos, grades, santos, anjos, dragões, assim como santinhos, bibelôs e personagens do sincretismo brasileiro. Flerta também com a moda e a história da pintura, introduzindo rendas, adamascados, vestidos, tecidos estampados, e obras emblemáticas de artistas plásticos. Inclusive, Iuri Sarmento já teve trabalhos exibidos na edição de 2016 do São Paulo Fashion Week.
A mostra reúne sessenta e seis obras em grupos de trabalhos do artista, como: conjunto de sutis e delicadas rendas; composições que incluem pratos antigos enfeixados pela reprodução de seus próprios detalhes florais; e o exercício de recomposição de azulejos e cacos de porcelanas. Além de telas, um dos conjuntos reúne 35 pinturas de pequenos formatos, compondo um denso e multicolorido painel que explicita a maestria do artista na percepção de detalhes. Estão também representadas às releituras de artistas como Di Cavalcanti e Debret, e entidades como Oxóssi, São Jorge e Cabocla Jurema.
Estabelecendo uma síntese e um ponto central para o qual converge a exposição, há uma vitrine na qual são apresentados os objetos do artista, peças confeccionadas com cacos de preciosas porcelanas e azulejos, que parecem partilhar o mundo fantástico do catalão Gaudí, com suas características misteriosas.
“Uma suíte musical é uma composição constituída por série de peças ou movimentos, geralmente unidos por um tema comum, estilo ou tonalidade. É uma definição perfeita para descrever a obra de Iuri Sarmento, cujas composições conectam diferentes elementos do universo barroco. Integrando técnicas do passado e do presente, ele processa e reprocessa, paciente e cuidadosamente essas representações eruditas que são parte da nossa história, dando a elas uma roupagem contemporânea e um contraponto popular.”, relata Denise Mattar, curadora.
Sarmento iniciou sua produção artística na década de 1990 e trouxe para esta mostra obras que abrangem todo seu processo criativo, incluindo também trabalhos recentes, como as telas e composições Cabocla Jurema (2023) e Oxóssi (2021). Entre trabalhos mais antigos destacam-se Sem Título (1996) e A Bola (2007).
Sobre Iuri Sarmento
Iuri Sarmento (Montes Claros, MG, 1969). Pintor e escultor. Nascido em Minas Gerais possui formação em Artes Plásticas pela Escola Guignard, Belo Horizonte, realizando sua primeira exposição individual em 1992. No mesmo ano, mudou-se para Salvador.
Em 2013, o artista radicou-se em São Paulo. Entre as exposições individuais do artista têm destaque: Sobre saudades e espelhos, curadoria Marcus Lontra (Museu de Arte Moderna da Bahia, 1999), Barroco Reinventado, curadoria Solange Farkas (Museu de Arte Moderna da Bahia, 2008), Pinturas (Celina Albuquerque Galeria, DF, 2000), Barroco Pop (Galerie Agnès Monplaisir, França, 2014), Pinturas (Laura Marsiaj Galeria, RJ, 2015), O Paraíso Resiste, curadoria Marcus Lontra (Galeria Luís Maluf, SP, 2019) e Pinturas (Galeria Murilo Castro, MG, 2022).
O artista participou de importantes mostras coletivas, entre elas seis edições do Salão MAM Bahia de Artes Plásticas, Pintura: repertórios alternativos do Rumos Itaú Cultural Artes Visuais (Belo Horizonte, Brasília, Penápolis e Curitiba, 1999), da mostra Cinco Artistas Contemporâneos no Centro Cultural Ramon Alonso Luzzy (Cartagena, Espanha, 2000), Salão da Bahia 1994-2002 (Fundação Joaquim Nabuco, PE, 2005), Novas aquisições, Coleção Gilberto Chateaubriand (Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, 2014), Bienal de Curitiba (PR, 2016), Museu de Dona Lina, curadoria Daniel Rangel (Museu de Arte Moderna da Bahia, 2021). Em 2011 o artista foi o vencedor online do Prêmio Pipa.
Serviço
Exposição | Suíte Barroca
De 19 de julho a 03 de novembro
Terça a domingo, das 09h às 20h
Período
19 de julho de 2024 09:00 - 3 de novembro de 2024 20:00(GMT-03:00)
Local
Farol Santander
Rua João Brícola, 24 – Centro, São Paulo - SP
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O circuito cultural da Av. Paulista, em São Paulo, volta a contar com um importante espaço de exposições. Fechada por um período de 18 meses para reformas estruturais e
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O circuito cultural da Av. Paulista, em São Paulo, volta a contar com um importante espaço de exposições. Fechada por um período de 18 meses para reformas estruturais e melhorias técnicas, a Galeria de Arte do Centro Cultural Fiesp será reinaugurada no final de julho de 2024.
O espaço expositivo de 850m2 – que integra o complexo de artes cênicas e visuais, audiovisual, música, literatura e tecnologia do SESI-SP – apresenta “outros navios: uma coleção afro-atlântica”, com período expositivo que vai de 24 de julho de 2024 a 16 de fevereiro de 2025. A mostra inédita permitirá que o grande público visitante do local conheça a rica e diversificada coleção de artes africana e afro-brasileira do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE/USP).
O acervo começou a ser formado no final da década de 1960 (época em que os movimentos de independência das ex-colônias em África se consolidavam), por meio de doações ou compras encomendadas pela universidade. Marianno Carneiro da Cunha (1926-1980), então professor do MAE/USP, foi um dos principais nomes à frente do projeto institucional e científico da construção da coleção.
Arqueólogo especialista em Médio Oriente, ele lecionou entre 1974 e 1976 em Ifé, na Nigéria, lugar sagrado para os iorubá, ficando incumbido de adquirir peças para o MAE. Com olhar antropológico e educativo, Marianno se preocupou em também trazer para o Brasil moldes, mostrando interesse não apenas pelo objeto artístico, mas também pela técnica de diferentes culturas da África central e ocidental.
O trio de curadores da mostra, Carla Gibertoni Carneiro, Renato Araújo da Silva e Rosa C. R. Vieira, apontam que essas duas regiões africanas estão conectadas ao Brasil por séculos de circuitos transatlânticos. Eles trouxeram até nosso litoral inúmeros navios de violência, mas também trouxeram outros navios, que nos permitem mergulhar por histórias alternativas e criar novos significados para as centenas de objetos selecionados para a exposição.
OUTROS NAVIOS: NÚCLEOS TEMÁTICOS
Aberta à visitação gratuita até 16 de fevereiro de 2025, a exposição que reabre a Galeria de Arte apresentará mais de 300 peças africanas e afro-brasileiras, muitas nunca antes exibidas ao público, que estarão divididas em sete núcleos temáticos.
A visita começa por “Dentro das águas”, onde poderão ser vistos objetos relacionados ao culto de Iemanjá e Oxum, orixás dos mares e das águas doces, como coroa, pulseira, leque (abebê) e espelho.
Em “Bagagens afro-atlânticas” também estão diversas peças ligadas a religiões de matrizes africanas: arco e flecha de Oxóssi, estatuetas de Exu, bastão (opaxoro) de Oxalá, machado (oxê) de Xangô, além de elementos de altar e instrumentos musicais.
No núcleo “De São Paulo a Ifé”, os visitantes encontrarão obras variadas dos iorubá, vindos especialmente da Nigéria e Benim. Há itens do dia a dia, como baú, pilão, enxada e colher, além de um conjunto de máscaras esculpidas em madeira e pintadas e pares de estatuetas de ibeji, que estão ligadas à gemealidade entre os povos iorubá.
O termo “bantu” designa genericamente toda uma gama de culturas da África Central, de países como República Democrática do Congo e Angola. Eles estarão representados no núcleo “Bantu, das terras centrais”, que traz peças como esteiras de ráfia (palha) em diferentes formatos, taças cerimoniais e um recipiente para leite com tampa decorado com conchas (cauris).
Em “Ventos no oeste africano” estão reunidos objetos de países como Gana, Mali e Costa do Marfim, incluindo um dos maiores itens da exposição, uma porta celeiro dogon. Há conjuntos de vestimentas, pentes do tipo garfo, figuras em bronze e uma balança para pesar pó de ouro, junto de um peso em formado de escorpião usado na pesagem.
“Técnicas” destaca os materiais utilizados nas diferentes etapas da técnica da cera perdida, técnica milenar que esculpe peças de liga metálica por moldagem, além de apresentar um conjunto de enxós e permitir ao visitante conhecer o processo de elaboração de uma máscara Gueledé.
O último núcleo, “Joias e tudo que reluz”, é também o mais notável da exposição, já que a coleção de joias africanas do MAE/USP é uma das mais expressivas do mundo. São diversos exemplares de pulseiras, tornozeleiras, colares, anéis e brincos, em materiais como vidro, bronze e marfim.
Há ainda uma seção especial que reúne obras de artistas contemporâneos negros brasileiros. São onze obras, em diferentes técnicas e suportes, de Denis Moreira, Denise Camargo, Guto Oca, Larissa de Souza e Renan Teles, que mostram que uma coleção não é fixa e pode ser recomposta para apontar outros navios à vista.
Serviço
Exposição | outros navios: uma coleção afro-atlântica
De 24 de julho de 2024 a 16 de fevereiro
Terça a domingo, das 10h às 20h
Período
24 de julho de 2024 10:00 - 16 de fevereiro de 2025 20:00(GMT-03:00)
Local
Centro Cultural Fiesp
Avenida Paulista, 1313 - São Paulo - SP
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A mostra Ofício: Barro: Gabriella Marinho – Argila-Griô reúne, no Sesc Pompeia, 25 trabalhos, cerca de metade deles inéditos, criados a partir de 2017 pela artista visual, educadora e
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A mostra Ofício: Barro: Gabriella Marinho – Argila-Griô reúne, no Sesc Pompeia, 25 trabalhos, cerca de metade deles inéditos, criados a partir de 2017 pela artista visual, educadora e pesquisadora que, em suas esculturas e instalações, reflete sobre corporeidade e subjetividade, explorando tanto as relações entre as peças e o espaço, quanto a plasticidade pictórica que a pintura oferece sobre esse material.
Desde sua criação em 2019, o projeto Ofício, desenvolvido no Galpão das Oficinas de Criatividade do Sesc Pompeia, tem se destacado como um espaço inovador para a exploração e valorização de diversas formas de expressão artística. A edição de 2024, intitulada Ofício: Barro, celebra a argila como um material fundamental na criação de utensílios e obras de arte que moldaram culturas milenares, desde a Mesopotâmia até o Egito Antigo. A modelagem do barro não só preserva tradições ancestrais, mas também se revela uma poderosa ferramenta para expressar reflexões e sensibilidades contemporâneas.
Gabriella Marinho, com sua participação no projeto Ofício, destaca a importância da arte em argila não apenas como forma de expressão, mas também como meio educativo e transformador. Primeira individual da artista fluminense em São Paulo, Argila-Griô demonstra como a argila pode ser utilizada para revisitar e reinterpretar narrativas, oferecendo novas perspectivas sobre questões de identidade e memória.
No espaço expográfico de Ofício: Barro: Argila-Griô, Gabriella Marinho e a curadora, Renata Felinto, estabelecem cinco eixos temáticos: Território; Corpo; Ritual; Memória; e Transformação. Reunindo pinturas, esculturas, mosaicos, fotografias e uma videoperformance, o conjunto de obras expostas, que envolve técnicas mistas como artes gráficas, tapeçaria, cerâmica, gravura, maquetes e marcenarias, é composto de trabalhos individuais e representativos de séries como Caminhos, Maré Mexida, Pedras, Declive, Cobogó, Porcelana e Acordelar. Dentre as obras que serão apresentadas na mostra, uma delas será desenvolvida em colaboração com a artista e a equipe de Ação Educativa da exposição.
Serviço
Exposição | Ofício: Barro: Gabriella Marinho – Argila-Griô
De 13 de agosto a 08 de dezembro
Terça a sexta, das 10h às 21h, sábado, domingos e feriados, das 10h às 18h. Grátis. Livre
Período
13 de agosto de 2024 10:00 - 8 de dezembro de 2024 21:00(GMT-03:00)
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A Gomide&Co tem o prazer de apresentar a primeira individual de Megumi Yuasa (São Paulo, 1938) na galeria, que inaugura no dia 22 de agosto, às 18h. A exposição tem
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A Gomide&Co tem o prazer de apresentar a primeira individual de Megumi Yuasa (São Paulo, 1938) na galeria, que inaugura no dia 22 de agosto, às 18h. A exposição tem projeto concebido pela parceria entre o artista Alexandre da Cunha, a arquiteta Jaqueline Lessa (entre terras) e a pesquisadora Rachel Hoshino, que também assina o texto crítico.
A Gomide&Co tem o prazer de apresentar a primeira individual de Megumi Yuasa (São Paulo, 1938) na galeria, que inaugura no dia 22 de agosto, às 18h. A exposição tem projeto concebido pela parceria entre o artista Alexandre da Cunha, a arquiteta Jaqueline Lessa (entre terras) e a pesquisadora Rachel Hoshino, que também assina o texto crítico. Sem expor individualmente desde 1998, o artista realiza na Gomide&Co uma mostra que combina obras realizadas desde o fim da década de 1970 até algumas inéditas realizadas em 2024.
Megumi constrói ao longo de sua produção artística uma linguagem própria, dando forma a esculturas que combinam elementos variados, como argila, metais, limalhas e óxidos. Um mestre em seu meio, o artista enfatiza a comunhão dos ceramistas com a terra, defendendo que tudo o que está ao redor de uma obra faz parte dela e vai acompanhá-la ao infinito. É justamente essa relação dialógica, sempre imbuída pelo discurso filosófico e político do artista, que estrutura boa parte de seus trabalhos.
Suas paisagens imaginadas, entre árvores, nuvens, sementes e os chamados espássaros, irão agora compor o espaço expositivo da galeria, ganhando formas familiares e ao mesmo tempo improváveis, constituídas a partir de uma expografia singular que apresenta suas obras sem hierarquias. Tendo realizado suas primeiras exposições ainda no fim da década de 1960, o artista chega para a ocasião somando mais de meio século de trajetória como um nome fundamental da escultura no Brasil. Diante de seu repertório visual, é possível também perceber a amplitude de sua poética, que atravessa linguagens e constitui seu discurso interdisciplinar.
Serviço
Exposição | Megumi Yuasa
De 22 de agosto a 01 de novembro
Segunda a Sexta das 10h às 19h, sábado de 11 às 17h
Período
22 de agosto de 2024 10:00 - 1 de novembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Gomide & Co
Avenida Paulista, 2644 01310-300 - São Paulo - SP
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No centenário de nascimento de Paulo Vanzolini (1924 – 2013), compositor brasileiro responsável por clássicos como Ronda e Volta Por Cima, o Sesc São Paulo apresenta uma imersão na vida do
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No centenário de nascimento de Paulo Vanzolini (1924 – 2013), compositor brasileiro responsável por clássicos como Ronda e Volta Por Cima, o Sesc São Paulo apresenta uma imersão na vida do artista, revelando não apenas sua faceta musical, mas também a trajetória do zoólogo de renome internacional. A exposição 100 anos de Paulo Vanzolini, o cientista boêmio ocupa o Sesc Ipiranga a partir de 28 de agosto de 2024, e segue em cartaz até 16 de março de 2025. Idealizada pelos filhos do cientista, o diretor de arte e cineasta Toni Vanzolini e a psicóloga Maria Eugênia Vanzolini, a mostra conta com curadoria de Daniela Thomas, reconhecida cenógrafa, cineasta e diretora teatral.
“A data simbólica do centenário de Paulo Emilio Vanzolini, nosso pai, nos motivou a pensar uma exposição que mostrasse um pouco da pluralidade desse brasileiro que ouviu, traduziu, pesquisou, escreveu, cantou e pensou um Brasil bom, diverso e inclusivo. Que sempre valorizou o conhecimento e a arte, fazendo de ambas seu maior legado. O universo desse personagem interessado e interessante, ‘cientista boêmio’, como bem o definiu Antonio Candido, é o que queremos mostrar nessa exposição”, antecipa Toni Vanzolini.
Sem perder de vista o lado boêmio e artístico do homenageado, a exposição revisita as expedições científicas e as contribuições para a ciência empreendidas como herpetólogo, especializado no estudo de répteis e anfíbios. O Sesc Ipiranga como espaço para a exposição possui um simbolismo especial: a proximidade com o Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZUSP), onde Paulo Vanzolini trabalhou por cinco décadas – três destas, como diretor.
“Algumas figuras são incontornáveis na história de uma cidade, de um país. Algumas chegam a ser incontornáveis até no planeta. É o caso do nosso homenageado nessa exposição, Paulo Vanzolini, que completaria 100 anos este ano e que passou a maior parte da sua vida aqui do lado do Sesc Ipiranga, dirigindo o Museu de Zoologia da USP, sua casa. Ou uma de suas casas, já que se sentia perfeitamente integrado à paisagem numa picada na floresta, no seu laboratório ou no boteco, entre músicos ou entre os maiores intelectuais da sua época”, destaca Daniela Thomas. “Homem ímpar, de uma inteligência sobrenatural, uma inventividade que produziu versos inesquecíveis como ‘reconhece a queda e não desanima, levanta, sacode a poeira, dá a volta por cima’ e teorias revolucionárias na zoologia, e de uma determinação quase autoritária, características que fizeram dele essa potência realizadora que celebramos agora”.
Em parceria com o Museu de Zoologia da USP, a exposição exibe ao público 51 exemplares conservados de espécies animais identificadas e catalogadas por Vanzolini. Esses espécimes, emprestados pelo Museu ao Sesc, estão em destaque em uma sala que recria um laboratório de zoologia.
Cinco salas temáticas revelam a trajetória multifacetada de Vanzolini, abrangendo mais de meio século de pesquisa. A exposição destaca suas célebres expedições amazônicas e as conexões entre arte e ciência que ele promoveu. Documentos, fotografias e vídeos oferecem um vislumbre dos bastidores das descobertas marcantes do “cientista boêmio”, apelido carinhosamente atribuído por Antonio Cândido, sociólogo e crítico literário, no encarte do disco Acerto de Contas de Paulo Vanzolini (2002). Esta compilação apresenta 52 composições do cientista, interpretadas por renomados artistas como Chico Buarque, Paulinho da Viola e Martinho da Vila.
No percurso expositivo, ilustrações de Alice Tassara guiam os visitantes pela trajetória de Vanzolini, em uma cronologia biográfica que destaca aspectos de sua formação acadêmica e seu círculo de amizades com intelectuais, artistas e ícones da música popular brasileira.
O que encontrar na exposição 100 anos de Paulo Vanzolini, o cientista boêmio
Confira a seguir detalhes sobre os espaços que compõem a exposição espalhados pelo Sesc Ipiranga.
Sala Laboratório
O espaço é uma reprodução de um laboratório que retrata o cotidiano do zoólogo, destacando as etapas dos processos de sistematização. Na mesa de trabalho estão dispostos instrumentos como microscópios, além de um painel que elucida aspectos da Teoria dos Refúgios. A sala também reúne as espécies emprestadas pelo Museu de Zoologia da USP, apresentadas em um painel com cubos giratórios que identificam e contextualizam cada uma delas. Ilustrações de Gabriela Dássio complementam o ambiente, enriquecendo a experiência visual dos visitantes.
Sala Expedição Amazônia
Uma instalação sonora e visual imersiva projetada para simular uma caminhada pela floresta amazônica, enriquecida pelas ilustrações de Danilo Zamboni, que capturam a riqueza da biodiversidade do bioma. A experiência busca dimensionar a grandiosidade da fauna e flora amazônicas. Nas paredes do ambiente, o visitante encontra uma variedade de informações detalhadas sobre a biodiversidade da região, dados preocupantes sobre desmatamento e uma reflexão sobre a importância crucial da Amazônia para o equilíbrio do planeta.
Sala A Bordo do Garbe
O espaço convida o público a mergulhar no universo de múltiplos interesses e aventuras de Vanzolini, entrelaçando ciência, arte e cultura.
Aqui, o público pode embarcar em uma das viagens de Vanzolini à floresta amazônica a bordo do barco Garbe – parte da Expedição Permanente à Amazônia (EPA), projeto comandado pelo cientista durante duas décadas. Em 1975, esta expedição cruzou o Rio Madeira, de Manaus a Porto Velho. Entre os tripulantes do Garbe estava o pernambucano José Cláudio da Silva, apresentado a Vanzolini por seu amigo Arnaldo Pedroso d’Horta, artista plástico e jornalista que também o acompanhou em expedições à Amazônia. No decorrer de dois meses de viagem, José Claudio retratou em cem telas a diversidade da fauna e flora amazônicas, bem como a vastidão dos rios e o dia a dia das comunidades ribeirinhas.
Reproduções desses trabalhos, que foram compilados no livro José Claudio da Silva: 100 telas, 60 dias & um diário de viagem – Amazonas, 1975 (Imprensa Oficial, 2009) e hoje integram os acervos do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual de São Paulo, são exibidas na sala. O ambiente também apresenta um extenso painel com o mapa do Rio Madeira, mostrando onde cada uma dessas obras foi criada e oferecendo ao público uma experiência imersiva, que permite “reviver” a expedição.
Sala Boêmia
Afeito à vida noturna, Vanzolini se desenvolveu enquanto compositor em mesas de bares e rodas de samba, criando um método peculiar de escrita musical. Apesar de não dominar nenhum instrumento, ele concebeu a estrutura da maioria de suas mais de 70 canções, contando com o apoio dos amigos Adauto Santos e Luiz Carlos Paraná, violonistas e sócios no histórico bar Jogral, para dar forma às suas melodias e letras com harmonia e ritmo. Além dessas colaborações, Vanzolini deixou sua marca na música ao trabalhar com grandes nomes como Waldir Azevedo, Elton Medeiros, Toquinho, Paulinho Nogueira e Eduardo Gudin.
Essa característica boêmia é reverenciada em uma sala que reproduz a atmosfera da vida noturna. Elementos expositivos incluem rótulos personalizados com nomes de suas composições mais célebres, que podem ser ouvidas pelos visitantes. A cenografia da sala, que conta com balcão, prateleiras e mesas de bar, também destaca os nomes de seus grandes colaboradores em azulejos. Ampliações fotográficas da cidade de São Paulo, capturadas por Thomaz Farkas, entre outros, completam o ambiente, proporcionando uma imersão visual e sonora na história musical de Vanzolini.
Expedições terrestres
O pesquisador encontrou nas expedições científicas do século XIX inspiração para suas próprias viagens de campo pelo Brasil, onde explorou a fauna e flora dos diversos biomas nacionais. Para ele, esses ambientes naturais eram seu verdadeiro local de trabalho. As viagens eram realizadas a bordo de uma Kombi, percorrendo territórios diversos. Como não dirigia, sua filha Mariana frequentemente assumia a direção, ou então Francisca do Val, conhecida como Chica, que além de zoóloga, era ilustradora e documentava os trajetos cotidianos. Para revelar os bastidores dessas expedições, uma Kombi cenográfica será montada no acesso ao Sesc Ipiranga próximo ao Parque Independência e ao Museu do Ipiranga. Esta instalação reúne fotografias e diários, proporcionando aos visitantes uma imersão nas jornadas e descobertas de Vanzolini.
Sala Paulo por Paulo
Devido à sua intensa imersão na cultura e às suas inúmeras experiências, resultado das viagens por todo o Brasil, Vanzolini acumulava uma coleção de histórias e era um exímio contador de causos. Nesta sala, que reúne depoimentos em vídeo, frases emblemáticas e excertos de entrevistas documentadas ao longo de décadas, o público pode se aproximar de Vanzolini, explorando seu legado pessoal e intelectual de forma envolvente.
Do Butantan para o mundo: sobre Paulo Vanzolini
Paulo Emílio Vanzolini nasceu em São Paulo em 25 de abril de 1924. Aos 10 anos de idade, em um passeio ao Instituto Butantan, encantado pelas cobras e lagartos, decidiu que dedicaria sua vida ao estudo dos répteis e anfíbios, na especialidade de herpetologia. Após formar-se em Medicina pela Universidade de São Paulo (USP) em 1947, fez doutorado em Zoologia na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, entre 1949 e 1951.
De volta ao Brasil, aplicou suas inovadoras visões no Museu de Zoologia da USP, organizando conjuntos de animais conservados para pesquisa a partir de técnicas aprendidas em Harvard, tornando a coleção do museu paulistano uma das mais importantes dentro e fora do Brasil e aumentando o catálogo de Herpetologia da instituição de 1.200 para mais de 220 mil exemplares. Reflexo de sua imprescindível contribuição, 15 espécies animais foram nomeadas em sua homenagem, como o lagarto Vanzosaura savanicola e a serpente Lygophis vanzolini.
Ao papel de gestor, somou-se o de professor de pós-graduação da USP e o de cofundador da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Vanzolini ainda obteve reconhecimento internacional ao formular a Teoria dos Refúgios, uma hipótese para explicar a biodiversidade amazônica elaborada em meio a suas diversas expedições científicas e a partir de estudos realizados com o geomorfologista brasileiro Aziz Ab’Saber, e em conjunto com o herpetólogo americano Ernest Williams.
Ao longo de mais de 20 anos, durante as décadas de 1960 e 1970, o cientista comandou a Expedição Permanente à Amazônia – EPA, realizada a bordo do barco Garbe e financiada pela FAPESP. Nestas empreitadas, Vanzolini estabeleceu colaborações que resultaram em contribuições significativas não apenas para a ciência, mas também para as artes visuais. Um exemplo é sua parceria com o pintor José Claudio da Silva, com quem compartilhou uma destas expedições, em 1975.
A proximidade com artistas plásticos estimulou colaborações instigantes. Como exemplo, o zoólogo escreveu textos para os livros de Gerda Brentani e convidou Aldemir Martins para ilustrar seu Tempos de Cabo, um relato breve de sua passagem pelo Exército na segunda metade da década de 1940, época em que, aos 21 anos, compôs seu clássico Ronda.
Lançado pelo selo Fermata em 1967, o álbum de estreia de Vanzolini, Onze Sambas e Uma Capoeira, teve a capa assinada por Luís d’Horta. Pai de Luís, Arnaldo Pedroso d’Horta não só foi estopim para a criação da música Capoeira do Arnaldo, como se inspirou no trabalho de Vanzolini para produzir a série de gravuras Esqueletos de Animais. Essas conexões destacam como Vanzolini viveu uma vida profundamente entrelaçada com as artes e a cultura. Seus interesses e curiosidade se estendiam além de seu campo imediato, abrangendo diversas formas de expressão.
Paulo Vanzolini faleceu em 2013, três dias após completar 89 anos.
Serviço
Exposição | 100 anos de Paulo Vanzolini, o cientista boêmio
De 29 de agosto de 2024 a 16 de março de 2025
Terça a sexta, das 9h às 21h30. Sábados, das 10h às 20h. Domingos e feriados, das 10h às 18h30
Período
29 de agosto de 2024 09:00 - 16 de março de 2025 21:30(GMT-03:00)
Local
Sesc Ipiranga
R. Bom Pastor, 822 - Ipiranga, São Paulo - SP
Detalhes
Desenvolvida em colaboração com a Maison Gacha, em Paris, e com a Fondation Jean-Félicien Gacha, Cameroun, a mostra apresenta 129 peças têxteis que buscam estimular novas percepções sobre a África
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Desenvolvida em colaboração com a Maison Gacha, em Paris, e com a Fondation Jean-Félicien Gacha, Cameroun, a mostra apresenta 129 peças têxteis que buscam estimular novas percepções sobre a África no público brasileiro, a partir de um olhar diverso para um continente povoado de saberes, tradições e contribuições artísticas.
É a primeira vez que um conjunto tão importante de obras é mostrado ao público brasileiro, ainda muito acostumado a associar o têxtil africano às estampas coloridas de produção industrial.
Na mostra, visitantes podem entrar em contato com obras que resultam de um conjunto de saberes artesanais ancestrais, peças cujo processo de produção pode levar semanas, até meses.
A exposição nasceu a partir de uma pesquisa sobre tecnologias têxteis ancestrais e transmissão de saberes tradicionais de África. Os curadores Renato Menezes e Danilo Lovisi visitaram diferentes regiões do Cameroun para dialogar com lideranças e autoridades locais, instituições e artesãos. Os objetos apresentados, em sua maioria vindos do acervo da instituição franco-camaronesa, são produzidos com materiais diversos e funções múltiplas, e nos permitem conhecer ritos e cosmogonias de diversos povos da África.
NÚCLEOS
Na primeira sala, “Geometria animal”, visitantes são recepcionados por um conjunto excepcional de mais de vinte máscaras-elefante de diferentes tamanhos, todas bordadas com contas de vidro multicoloridas.
No segundo núcleo, “O azul vegetal”, são expostas uma diversidade de tecidos tingidos de índigo por meio de diferentes técnicas. No terceiro núcleo, “A tecnologia da linguagem”, é apresentado um diálogo entre os kenté e os ewe, tecido real utilizado entre os Ashanti e os Ewe.
O quarto núcleo, “A rota das miçangas”, apresenta um conjunto de peças têxteis e esculturas que têm em comum seu uso como suporte para a criação de símbolos com contas de vidro multicoloridas.
Na sala seguinte, o núcleo “Opacidade e transparência” busca criar um diálogo entre um conjunto denominado “veludos kassai”, peças produzidas pelos Shoowa, povo pertencente à província de Kassai, na República Democrática do congo, e véus de seda melhfa, produzidos na Mauritânia.
No sexto núcleo, “A dança das formas”, tecidos instalados no centro da sala dão um sentido de coreografia aos diversos tecidos produzidos pelos Kuba. O sétimo núcleo, “Tintas da terra”, conclui o percurso apresentando um conjunto de tecidos Bògólan, produzidos no Mali com uma mistura de lama e ervas.
Serviço
Exposição | Entre a cabeça e a terra: arte têxtil tradicional africana
De 31 de agosto a 02 de fevereiro
Quarta a segunda, das 10h às 18h, quintas estendidas das 10h às 20h (entrada gratuita a partir das 18h)
Período
31 de agosto de 2024 10:00 - 2 de fevereiro de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
Pina Luz
Praça da Luz, 2, Bom Retiro, São Paulo — SP
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Em “Terceiro Mundo – a dimensão descoberta”, a galeria expositiva do edifício Pina Contemporânea se transforma no universo imersivo criado pelo artista Gabriel Massan, com suas esculturas, desníveis e texturas
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Em “Terceiro Mundo – a dimensão descoberta”, a galeria expositiva do edifício Pina Contemporânea se transforma no universo imersivo criado pelo artista Gabriel Massan, com suas esculturas, desníveis e texturas que remetem à experiência de dentro das telas.
“Terceiro Mundo – a dimensão descoberta”, projeto desenvolvido em colaboração com a Serpentine Galleries, é uma exposição imersiva concebida a partir de uma perspectiva decolonial, de teorias queer e de estratégias descentralizadas em tecnologia. No projeto, o artista Gabriel Massan constrói um jogo de videogame ambientado em um universo fantástico que, a partir de uma narração colaborativa de história, desafia o conceito colonial de “exploração” e convoca o público a repensar suas ações no mundo.
Na mostra, visitantes podem escolher entre as quatros estações de jogos para começarem a jornada pelo jogo Terceiro Mundo ou podem permanecer no espaço para assistir a experiência dos jogadores em tempo real, por meio de cinco telas no espaço expositivo – como em canais dedicados a transmissão ao vivo de jogos.
A ESTRUTURA DO JOGO
O primeiro nível do jogo é Igba Tingbo, que em língua iorubá significa “longo prazo”. Caracterizado pelo trabalho da artista e psicóloga clínica Castiel Vitorino Brasileiro, a experiência nessa etapa enfoca o modo como o jogador se relaciona com a “alteridade”. Sòfo, que significa “Vazio” em Iorubá, é o segundo nível para onde os jogadores são enviados como Agente do QG.
Cada nível foi criado em colaboração com artistas e pensadores, que contribuíram na construção de diálogos, textos e narrativas, emprestando inclusive suas vozes aos personagens. Participaram LYZZA, Castiel Vitorino Brasileiro, Novíssimo Edgar e Ventura Profana, estando os três últimos incluídos na programação cultural que acontece no museu no 2º semestre de 2024.
O mundo foi criado em colaboração com o artista e rapper Novíssimo Edgar, a partir da sua vivência em São Paulo, sua cidade natal.
Serviço
Exposição | Gabriel Massan: Terceiro Mundo, a dimensão descoberta
De 31 de agosto a 02 de fevereiro
Quarta a segunda, das 10h às 18h
Período
31 de agosto de 2024 10:00 - 2 de fevereiro de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
Pinacoteca Contemporânea
Av. Tiradentes, 273, Luz, São Paulo - SP
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A Pinacoteca exibe o filme Irawo Bori: oferenda para a cabeça cósmica, concebido a partir da apresentação da performance ritualística Irawo Bori no Octógono da Pina Luz — em ocasião
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A Pinacoteca exibe o filme Irawo Bori: oferenda para a cabeça cósmica, concebido a partir da apresentação da performance ritualística Irawo Bori no Octógono da Pina Luz — em ocasião da primeira mostra individual do artista: “Ayrson Heráclito: Yorùbaiano” (em cartaz de abril a agosto de 2022 na Pina Estação).
O filme é dirigido por Ayrson Heráclito em parceria com o cineasta Lula Buarque de Hollanda.
Curadoria de Ana Paula Lopes.
Serviço
Exposição | Irawo Bori: oferenda para a cabeça cósmica
De 31 de agosto a 02 de fevereiro
Quarta a segunda, das 10h às 18h. Quintas-feiras com horário estendido B3 na Pina Luz, das 10h às 20h (gratuito a partir das 18h).
Período
31 de agosto de 2024 10:00 - 2 de fevereiro de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
Pina Luz
Praça da Luz, 2, Bom Retiro, São Paulo — SP
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O Memorial da Resistência de São Paulo, museu da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, apresenta no dia 7 de setembro de 2024, às
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O Memorial da Resistência de São Paulo, museu da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, apresenta no dia 7 de setembro de 2024, às 11h, a abertura de duas exposições concomitantes: Uma Vertigem Visionária – Brasil: Nunca Mais e Memória argentina para o mundo: o Centro Clandestino ESMA.
A mostra argentina é uma itinerância realizada pelo Museu Sítio de Memória ESMA – Ex-Centro Clandestino de Detenção, Tortura e Extermínio, em Buenos Aires e explora a história do edifício, desde a ocupação pelas Forças Armadas durante a última ditadura argentina (1976–1983) até seu reconhecimento como Patrimônio Imaterial da UNESCO, em 2023. As violações de direitos humanos cometidas contra mulheres no período também são revisitadas a partir dos testemunhos das sobreviventes.
Em paralelo, com curadoria do pesquisador e professor Diego Matos, a exposição Uma Vertigem Visionária – Brasil: Nunca Mais é dedicada à memória do projeto homônimo, responsável pela mais ampla pesquisa já realizada pela sociedade civil sobre a tortura no Brasil durante a Ditadura Civil-Militar (1964–1985).
Com as duas mostras, o Memorial explora as últimas ditaduras brasileira e argentina ao apresentar diferentes processos de luta e resistência protagonizados em ambos os países latino-americanos. A partir da história oral, coloca ambas as exposições em diálogo para a construção de uma memória coletiva sobre os períodos de repressão.
A abertura contará com a presença de Mayki Gorosito, diretora técnica do Museu Sítio de Memória ESMA, e do curador Diego Matos.
Uma Vertigem Visionária – Brasil: Nunca Mais
Em 400m², a mostra resgata a memória do projeto Brasil: Nunca Mais, empreendida entre 1979 e 1985. A iniciativa foi responsável por sistematizar e produzir cópias, clandestinamente, de mais de 1 milhão de páginas contidas em 707 processos do Superior Tribunal Militar (STM), revelando a extensão da repressão política do Brasil no período.
A história do projeto e seus desdobramentos é apresentada junto a testemunhos de advogados, jornalistas e defensores de direitos humanos envolvidos no projeto, que, por anos, tiveram seus nomes mantidos no anonimato: Paulo Vannuchi, Anivaldo Padilha, Ricardo Kotscho, Frei Betto, Carlos Lichtsztejn, Leda Corazza, Petrônio Pereira de Souza e Luiz Eduardo Greenhalgh.
O arquivo de 707 processos judiciais expõe os depoimentos de presos políticos sobre as ações de repressão, vigilância, perseguição e tortura do aparato estatal. As cópias desse conteúdo, que por anos foram mantidas em segurança em acervos preservados na Suíça e nos EUA, tiveram repatriamento e retornaram ao Brasil em 2011, onde atualmente encontram-se sob salvaguarda do Arquivo Edgard Leuenroth/Unicamp, em Campinas.
O projeto teve apoio do Conselho Mundial de Igrejas e da Arquidiocese de São Paulo, com participação de Dom Paulo Evaristo Arns (1921–2016), arcebispo de São Paulo, e do Rev. James Wright (1927-1999), da Missão Presbiteriana do Brasil Central.
Além dos arquivos do projeto Brasil: Nunca Mais, a exposição apresenta obras da Coleção Alípio Freire, sob salvaguarda do Memorial da Resistência, realizadas por ex-presos políticos como Artur Scavone, Ângela Rocha, Rita Sipahi, Manoel Cyrillo, Sérgio Ferro, Sérgio Sister e o próprio Alípio Freire, durante a permanência em presídios de São Paulo na Ditadura.
Também compõem a mostra obras de arte de artistas como Carmela Gross, Regina Silveira, Artur Barrio, Antonio Manuel, Rubens Gerchman, Claudio Tozzi e Carlos Zílio, do Acervo da Pinacoteca de São Paulo, e obras externas de Rivane Neuenschwander, Claudio Tozzi, Carlos Zilio. Rafael Pagatini apresentará uma obra comissionada para a exposição, ocupando um mural de 100m² na área externa do museu.
A exposição também lança luz sobre o tempo presente, oferecendo indícios da importância desse debate hoje na perpetuação das permanentes violências do Estado contra suas minorias e populações vulneráveis.
Memória argentina para o mundo: o Centro Clandestino ESMA
O lugar de memória, antiga sede da Escola Superior de Mecânica da Armada (ESMA), foi o maior centro clandestino da última ditadura civil-militar argentina (1976–1983), onde foram detidas ou desaparecidas cerca de 5 mil pessoas, entre militantes políticos, estudantes e artistas.
Com dois eixos principais divididos em 210m², a exposição apresenta a história do edifício junto a depoimentos com diferentes histórias de luta, lançando um olhar sobre o passado e conectando-o ao tempo presente e as reinvindicações por justiça, verdade e reparação.
O núcleo Patrimonio do Nunca Mais contém um vídeo institucional sobre a ESMA e seis painéis com textos e imagens que abordam a história do edifício. Já Ser mulheres na ESMA aborda as violências específicas a quais mulheres sofreram durante seus sequestros e detenções, como a maternidade durante a prisão, a solidariedade entre as presas e os caminhos adotadas para a recuperação física e psicológica das vítimas.
Também compõe o espaço expositivo uma ocupação com fotografias documentais do acervo Memoria Abierta, aliança de organizações argentinas de direitos humanos que promove a memória sobre as violações de direitos no passado recente, ações de resistência e lutas pela verdade e justiça, para refletir sobre o presente e fortalecer a democracia. A fim de apresentar ao público brasileiro a memória visual do período, a ocupação traz registros dos fotógrafos Daniel García, Eduardo Longoni e duas imagens sem autoria definida.
Além de reforçar a importância da história oral, a mostra busca valorizar a preservação e a musealização de lugares de memória difícil – em estreito diálogo com a exposição temporária dedicada ao projeto Brasil: Nunca Mais.
Serviço
Exposições | Uma Vertigem Visionária – Brasil: Nunca Mais e Memória argentina para o mundo: o Centro Clandestino ESMA
De 7 de setembro a 25 de julho de 2025
Terça a domingo das 09h às 20h, última entrada às 19h30
Período
7 de setembro de 2024 09:00 - 25 de julho de 2025 20:00(GMT-03:00)
Local
Memorial da Resistência de São Paulo, museu da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo
Largo General Osório, 66 Santa Ifigênia, São Paulo - SP
Detalhes
De entidade divina ao papel crucial para a vida na Terra, a jornada da estrela mais próxima de nosso planeta é o fio condutor da exposição Luz Æterna – Ensaio
Detalhes
De entidade divina ao papel crucial para a vida na Terra, a jornada da estrela mais próxima de nosso planeta é o fio condutor da exposição Luz Æterna – Ensaio Sobre o Sol, a ser inaugurada no anexo do Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo, em 14 de setembro. Cinco obras imersivas evocam a poética do Sol por meio de projeções digitais, instalações interativas e contemplativas que permitem aos visitantes conferirem a evolução e o poder deste corpo celeste tão presente em nossas vidas e a 149 milhões de quilômetros da Terra.
Os cinco artistas da mostra foram convidados a conceber as obras exclusivamente (site specific) para o CCBB e utilizaram a tecnologia e a luz como os principais elementos das criações. “Elas são diferentes, mas se complementam ao fazerem uma ode à principal estrela do sistema solar”, destaca Antonio Curti, curador e co-fundador da AYA, estúdio paulistano de new media art que coordena a mostra. “As obras dessa exposição ilustram o que ocorre quando o Sol, transformado em luz artificial e eletricidade, é incorporado pela mente de um artista”, completa.
A mostra já esteve em cartaz no CCBB Brasília e CCBB Rio de Janeiro e conta com patrocínio do Banco do Brasil, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Linguagem acessível
A participação dos artistas brasileiros na exposição é, também, uma forma de mostrar a potência da arte digital realizada no país. “Eles fazem parte de um novo movimento artístico, de extrema importância”, avalia Curti. “Ao usarem recursos digitais e a luz como suporte para ativar poéticas, dialogam com aspectos contemporâneos da sociedade e com vários públicos”, explica.
Em LUZ ÆTERNA – Ensaio Sobre o Sol a linguagem é acessível e democrática, pois não é necessário o conhecimento prévio sobre arte para compreender a mostra. “As obras captam a atenção, mesmo em tempos de tantos estímulos. Qualquer pessoa, de qualquer idade, poderá vivenciá-las. Isso porque o visitante sai da contemplação e passa para a imersão, se torna parte da experiência”, afirma o curador.
Interação e contemplação
Em Gênesis, obra imersiva criada pelo estúdio AYA, mostra a história e influência do Sol, de sua origem ao seu papel fundamental na geração de eletricidade, é repassada ao público em uma sala de projeção. De uma forma lúdica, imersiva e sensorial, os visitantes podem vivenciar a evolução e potência dessa grande estrela. O trabalho ilustra como o Sol deu forma ao universo e continua impactando a vida diária, a tecnologia e a sustentabilidade.
Fluido Solar, da artista ErotidesNai, é uma obra participativa. Representa a busca pela iluminação, destacando o contraste entre o desconhecido e a luz interior de cada ser humano. A instalação desafia a bidimensionalidade ao flutuar no espaço central da sala. Transformando-se em um espelho interativo, a peça reflete a jornada do visitante, convidando-o à contemplação da própria essência.
Tecnologia e natureza
Além de enaltecer o Sol, a exposição provoca reflexões sobre o seu impacto na natureza, na sociedade e na sustentabilidade. Propõe, por exemplo, uma mensagem reflexiva sobre o meio ambiente, de uma forma lúdica e poética. “Somos bombardeados o tempo todo por notícias negativas. A exposição não tem esse intuito. É um lembrete sobre a importância essencial do Sol para a vida na Terra e como as pessoas podem ver sua beleza em pequenos momentos”, ressalta Antonio Curti.
Em Perihelion, o céu é captado, reprocessado e projetado, em tempo real, como uma câmera obscura. Relógios concêntricos são postos em ação e o primeiro, uma elipse, tem o ciclo de um minuto, da escuridão à luz intensa, com um som que funciona como um sino de anunciação. O segundo dura uma hora e marca a rotação em volta de um espelho convexo circular (representa a Lua, que reflete e difunde a luz do céu no ambiente). O terceiro circuito vai do solstício de verão ao equinócio.
Celebração sensorial
Unindo elementos astrofísicos e biológicos em uma experiência audiovisual sensorial, Photosphere, do artista Leandro Mendes, mostra a dinâmica da fotosfera solar com elementos e dados coletados do universo para elaborar padrões vibrantes em uma tela circular. Com uma trilha sonora original, a instalação conecta luz e som e reproduz a intensa variação da energia solar.
Céu Zero, produzida por Leston, questiona o que aconteceria se, de alguma maneira, nós conseguíssemos capturar linha do horizonte. O que aconteceria se, finalmente, ela estivesse ao nosso lado e na altura dos nossos olhos?
“Talvez assim fosse possível entender que o céu não é plano, como nos parece quando olhamos para cima”, reflete o artista. “E compreender que as coisas que vemos não acontecem apenas uma ao lado da outra, mas também uma atrás da outra”, explica. “Talvez assim fosse possível ver a luz se espalhando e dominando o espaço”, completa.
Serviço
Exposição | Luz Æterna
De 14 de setembro a 25 de novembro
Aberto todos os dias, das 9h às 20h, exceto às terças-feiras
Período
14 de setembro de 2024 09:00 - 25 de novembro de 2024 20:00(GMT-03:00)
Detalhes
José Roberto Aguilar explora a Amazônia com suas dimensões físicas e simbólicas por meio da linguagem da pintura. Suas telas retratam a floresta como uma entidade viva, cheia de cor
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José Roberto Aguilar explora a Amazônia com suas dimensões físicas e simbólicas por meio da linguagem da pintura. Suas telas retratam a floresta como uma entidade viva, cheia de cor e movimento. “Amazônia Vida” discute a relação entre natureza e humanidade, os ciclos da vida, o conceito de tempo e impermanência.
Com curadoria de Fabio Magalhães, a exposição apresenta 31 telas e a instalação “Guardiões das Águas”, no espaço DAN Galeria Interior em Votorantim, espaço que abrange obras de grandes formatos e que funciona como um espaço mediador entre o interior e a capital.
“Tentar categorizar a arte de Aguilar é correr atrás do vento”, escreve o jornalista Leonor Amarante. José Roberto Aguilar entrou na cena artística brasileira no início dos anos 1960, quando foi selecionado para participar com três pinturas na VII Bienal São Paulo. A partir daí integra as mais importantes manifestações artísticas do país. Seus trabalhos e intervenções ao longo de seis décadas vão desde a pintura – passando por videoarte, videoinstalação, performances – à liderança da Banda Performática.
Participou de várias edições da Bienal de Arte de São Paulo e realizou inúmeras exposições individuais e coletivas, no Brasil e no exterior – Japão, Paris, Londres, Estados Unidos e Alemanha. Suas pinturas estão presentes no acervo de museus no Brasil e no exterior (Museu de Arte Moderna – Rio de Janeiro, Museu de Arte Contemporânea – São Paulo, Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museu de Arte Contemporânea – Niterói, Museu de Arte Brasileira -SP, Hara Museum-Japan, Austin Museum of Art-US) e também integram importantes coleções particulares (Gilberto Chateaubriand, João Sattamini, Haron Cohen, Greg Ryan, Joaquim Esteves, Jovelino Mineiro, Miguel Chaia, Roger Wright, Ricardo Akagawa, João Carlos Ferraz entre outros). Em meados nos anos 1990 tornou-se diretor da Casa das Rosas, dinamizando aquele espaço cultural com grandes exposições sobre cultura brasileira (1996-2002) e iniciativas pioneiras com arte e tecnologia. O seu trabalho como gestor cultural fez com que fosse convidado pelo então Ministro da Cultura, Gilberto Gil, para ser o representante do Ministério da Cultura em São Paulo (2004-2007). Atualmente, Aguilar concentra em seu acervo importantes obras e documentos da história da arte e da cultura no Brasil. Compreende quadros, instalações, fotografias, documentos, livros, entre outros.
Para o curador, “Aguilar sempre pintou como um lutador. O embate entre tintas e tela e a coreografia gestual, são atores importantes na construção da sua poética visual. Isto é, o artista desenvolve um verdadeiro corpo a corpo com a tela, numa relação veloz entre pensamento e ação. Basta visitar seu ateliê para perceber que nesses embates pictóricos seus golpes de tinta extravasam, em muito, os limites da tela.”
Desde 2004, o artista se divide entre São Paulo e Alter do Chão, no Pará, onde mantém casa ateliê e uma forte relação com a Floresta Amazônica e a comunidade ribeirinha local.
“O bioma amazônico acende uma nova poética no meu trabalho, onde as forças indomáveis da floresta tropical confrontam a sensibilidade urbana. Em Alter do Chão, mergulho na vastidão do ecossistema amazônico, onde a luz de cada manhã e o matiz de cada pôr do sol revelam a vida oculta da floresta. Aqui, entre as vinhas, os pássaros e a sabedoria dos xamãs, encontro um mundo onde tudo está conectado, onde a vida e a morte dançam em um ciclo contínuo de renovação.” — José Roberto Aguilar
“Como diretora da DAN Galeria Interior, é uma grande honra poder produzir a exposição “Amazônia Vida” de José Roberto Aguilar. Esta exposição, que conta com curadoria de Fabio Magalhães, inaugura a representação do artista pela galeria. O trabalho de Aguilar continua a ser relevante e influente na arte contemporânea assim como seu espírito inovador que deixou uma marca indelével no cenário artístico brasileiro. A curadoria sensível de Magalhães conseguiu comprovar porque Aguilar é uma figura central na história da arte brasileira, atravessando o tempo com mais de cinco décadas de produção artística.” — Cristina Delanhesi
Serviço
Exposição | Amazônia Vida
De 14 de setembro a 14 de janeiro
Segunda a sexta-feira das 10h às 18h e sábados das 10h às 13h
Período
14 de setembro de 2024 10:00 - 14 de janeiro de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
DAN Galeria Interior
Av. Ireno da Silva Venâncio, 199 - Protestantes, Votorantim - SP
Detalhes
A exposição parte da curiosa coleção máscaras mortuárias — moldadas sobre o rosto de pintores como Almeida Júnior e Pedro Alexandrino — para investigar os modos como artistas lidam com
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A exposição parte da curiosa coleção máscaras mortuárias — moldadas sobre o rosto de pintores como Almeida Júnior e Pedro Alexandrino — para investigar os modos como artistas lidam com o tempo e sua experiência. Reunindo cerca de 40 esculturas, que vão do século XII aos dias de hoje, a mostra é uma oportunidade para refletir sobre a linguagem, ver e rever obras fundamentais do acervo da Pinacoteca.
Ao entrar no espaço expositivo, o público se depara com uma escultura medieval do século XII, que representa Cristo crucificado, de autoria desconhecida – além de obras do período barroco no Brasil. Na sequência estão as máscaras mortuárias, além de esculturas de bronze de Brecheret e Liuba Wolf.
Entre elas, há a tentativa de artistas do começo do século XX de representar mulheres e homens negros como “tipos brasileiros”. Até o início da pesquisa para essa exposição, apenas uma dessas esculturas tinha um nome: Maria da Glória (entre 1920 e 1988), de Luiz Morrone. Durante a pesquisa de análise da origem desses títulos, a equipe localizou o nome da modelo para uma escultura de José Cucê, Irina – que passa agora a integrar o título da obra.
O COMEÇO
“A forma do fim” nasce a partir do olhar para o acervo centenário da Pinacoteca, que conta com mais de 13 mil obras. Dessas, quase mil fazem parte da exposição permanente, “Pinacoteca: Acervo”.
Pensando o acervo como uma plataforma para novas pesquisas e aquisições, surge o interesse pela coleção de esculturas presentes na Pinacoteca, na busca de compreender como ela se forma e quais são suas características marcantes que foram desenvolvidas ao longo do tempo. A curadoria buscou perceber essas tendências históricas, organizando seu discurso a partir daquilo que é recorrente no acervo.
OBRAS
Uma das máscaras em “A forma do fim” é a do artista Almeida Júnior, um dos nomes da arte brasileira mais importantes do século XIX, cuja obra é fundadora da coleção da Pinacoteca.
Raízes mortas de natureza e cipó (2015 – 2013), de Advânio Lessa, ressignifica a matéria morta, a transformando em algo vivo através da arte. Dando forma às diferentes dimensões do tempo, esculturas como Bicho – Relógio de sol (1960), de Lygia Clark, Yuxin (2022), de Kássia Borges, Ferramenta de Tempo (2021), de José Adário, e a performance Passagem (1979), de Celeida Tostes, propõem entender a vida e os fazeres da arte de forma cíclica.
As esculturas de Marcia Pastore e Hudinilson Jr. (década de 1980), materializam no espaço membros do corpo ou peças de roupa, registros delicados de suas presenças, que não se impõem como ordenadoras do mundo. O famoso trabalho de Waltercio Caldas, A emoção estética (1977), é uma pista para compreender essa presença e nossa experiência diante da arte: um par de sapatos parece estar a ponto de flutuar diante da forma – uma maneira de estar diante de algo que nos emociona, de compreender nossa comoção por meio do diálogo, investigando a maneira de nos por em relação e, assim, imaginar nosso futuro.
Serviço
Exposição | A forma do fim: esculturas no acervo da Pinacoteca
De 14 de setembro a 04 de maio de 2025
Quarta a segunda, das 10h às 18h
Período
14 de setembro de 2024 10:00 - 4 de maio de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
Pina Estação
Lg. General Osório, 66, São Paulo - SP
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A mostra “Rascunhos” , de Arnaldo Antunes faz parte do projeto Diálogos Contemporâneos – Acervo IAC, que tem como proposta o encontro de processos artísticos que desafiam a percepção espaço-temporal.
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A mostra “Rascunhos” , de Arnaldo Antunes faz parte do projeto Diálogos Contemporâneos – Acervo IAC, que tem como proposta o encontro de processos artísticos que desafiam a percepção espaço-temporal. A curadoria do evento fica por conta de Daniel Rangel – que reúne cerca de 500 itens, entre as obras de Arnaldo Antunes e do acervo.
Os escritos originais de Antunes se tornam o ponto de partida para diálogos visuais, processuais, materiais e temáticos com o acervo documental do IAC. Um conjunto composto por cadernos, anotações, desenhos, colagens, esboços e maquetes de Antonio Dias, Hermelindo Fiaminghi, Iole de Freitas, Luiz Sacilotto, Regina Silveira, Sérgio Camargo e Willys de Castro. A seleção cruzou nomes das artes visuais, da poesia e do design refletindo parte da riqueza do acervo do IAC e ainda a capilaridade da produção de Arnaldo.
“O Arnaldo é um exemplo claro de um grupo de artistas visuais e poetas (que envolvia também músicos e compositores), que produziu um conjunto de obras resultado do encontro de linguagens (poema, música, literatura, design) que ocorreram a partir da década de 1950”, afirma o curador Daniel Rangel, que já trabalhou com o músico em outras quatro ocasiões.
Os trabalhos inéditos são, na sua maioria, realizados em técnica pintura escrita, tendo como o suporte principal o papel, seja ele em sulfite, canson, sulfite off white e folha de moleskine, sendo que alguns tem no seu processo de finalização o computador. A seleção dos “rascunhos” do IAC foi pautada pela similaridade, seja visual, seja rítmica, seja pelo “modus operandi”, seja pela abordagem desses achados. Experimentos, acasos, junções, metodologias, projetos, excessos e vazios compartilhados.
A exposição é uma realização do Instituto de Arte Contemporânea. O educativo é apoiado pelo Instituto Galo da Manhã. As atividades do IAC são amparadas pela Lei Federal de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura, Governo Federal.
.Serviço
Exposição | Rascunhos – Arnaldo Antunes
De 14 de setembro a 07 de dezembro
Terça a sexta-feira, 11h às 17h, e sábados e feriados, 11h às 16h
Período
14 de setembro de 2024 11:00 - 7 de dezembro de 2024 17:00(GMT-03:00)
Local
Instituto de Arte Contemporânea (IAC)
Av. Dr. Arnaldo, 120/126, São Paulo - SP
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Com objetivo de fomentar e democratizar a arte brasileira, o projeto Contemporâneas Vivara retorna em 2024, em sua quarta edição com a Banca Galeria, desta vez sob a criatividade da
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Com objetivo de fomentar e democratizar a arte brasileira, o projeto Contemporâneas Vivara retorna em 2024, em sua quarta edição com a Banca Galeria, desta vez sob a criatividade da renomada artista Flávia Junqueira. Em sua primeira exposição ao ar livre, a artista – conhecida por suas obras que mesclam o real e o fictício -, cria um caminho imersivo com oito trabalhos que evocam a magia dos circos antigos e a nostalgia de uma infância romântica, que estarão disponíveis para visitação a partir de 14 de setembro no Parque Ibirapuera.
Balões, espelhos e plataformas reflexivas, elementos icônicos do trabalho de Flávia Junqueira, criam uma narrativa espacial coesa e harmônica e brincam com escalas e cores, transportando o espectador para um universo imaginário onde o passado e o presente se encontram. “A Banca Galeria é composta de algumas instalações que trazem elementos que as pessoas conhecem no meu trabalho na fotografia, como os balões, por exemplo; as cores, muita cor; as escalas dos objetos, vamos também brincar muito com essas escalas. Trago também uma nostalgia da minha infância, de uma infância dos anos 90 e que talvez as crianças nem conheçam hoje em dia,” comenta a artista.
Patrocinado pela Vivara, maior rede de joalheria da América Latina, e viabilizado por meio de Lei Federal de Incentivo à cultura, o Contemporâneas Vivara traz o foco para artistas mulheres, além de utilizar espaços públicos de maneira criativa e inclusiva para disseminar a arte e a conexão por meio de experiências únicas e inspiradoras. “Há anos a arte e as joias são responsáveis por contar histórias e marcar memórias por meio dos traços, do design e do olhar de vanguarda. Por isso, estamos muito felizes em promover esse projeto verdadeiramente democrático, que eleva o imaginário de quem o visita e o convida a uma viagem e, ainda, dá luz a poética de artistas brasileiras”, ressalta Leonardo Bichara, Diretor de Marketing e Varejo da Vivara.
O projeto itinerante idealizado pela Tête-à-tête já visitou várias cidades brasileiras, ocupando fachadas de edifícios, parques públicos e ciclovias com obras de diversas artistas mulheres. “Comemoramos a quarta edição do projeto com novidades: Pela primeira vez um conjunto de oito obras tridimensionais de Flávia Junqueira outdoor e no Parque mais icônico de São Paulo, o Ibira. Assim, convidamos o público a um estado de presença tão próprio das crianças, a se conectarem com os sonhos e memórias”, comenta Stefania Dzwigalska, sócia da produtora Tête-à-Tête.
Sobre a Vivara
Fundada em 1962 como uma loja familiar, a Vivara em mais de 60 anos é a maior rede de joalherias da América Latina. Com um modelo de negócios integrado, a empresa desenha, cria, produz, comercializa e distribui seus produtos em todo o território nacional, por meio de rede de mais de 400 lojas, espalhadas por todas as regiões do Brasil e uma plataforma multicanal, que atende mais de 2.900 municípios.
.Serviço
Exposição | Contemporâneas Vivara
De 14 de setembro a 14 de novembro
Das 17h às 23h, com monitoria das 10h às 20h
Período
14 de setembro de 2024 17:00 - 14 de novembro de 2024 23:00(GMT-03:00)
Local
Parque Ibirapuera – Jardim da Bienal
Av. Pedro Álvares Cabral, s/n° - Vila Mariana, São Paulo - SP
Detalhes
Mostra reúne 129 fotografias vencedoras do 67º concurso anual. A mostra, que volta ao Brasil após um breve intervalo, apresenta uma seleção do melhor do fotojornalismo e fotografia documental do
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Mostra reúne 129 fotografias vencedoras do 67º concurso anual. A mostra, que volta ao Brasil após um breve intervalo, apresenta uma seleção do melhor do fotojornalismo e fotografia documental do mundo. As obras são um convite para que o visitante saia do ciclo de notícias e tenha um olhar mais profundo para histórias proeminentes e negligenciadas. As guerras em Gaza e na Ucrânia, migração, família, demência e meio ambiente estão entre os temas destacados na edição do prêmio em 2024. Este ano, o júri tomou a decisão excepcional de incluir duas menções especiais na seleção. Quatro fotógrafos brasileiros estão entre os expositores.
Ao todo, a World Press Photo 2024 será exibida em mais de 60 cidades em todo o mundo. A mostra já passou por Amsterdã, Londres, Sydney e Cidade do México. Além do Rio de Janeiro e de São Paulo, Berlim, Roma, Hong Kong, entre outras cidades, ainda receberão a exibição.
As fotografias que fazem parte do acervo da exposição foram selecionadas entre 61.062 inscrições de 3.851 fotógrafos de 130 países. São 24 projetos vencedores e seis menções honrosas, num total de 33 fotógrafos de 25 países: Argentina, Austrália, Azerbaijão, Brasil, Canadá, China, República Democrática do Congo, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Irã, Japão, Myanmar, Palestina, Peru, Filipinas, África do Sul, Espanha, Tunísia, Turquia, Ucrânia, Reino Unido, Estados Unidos e Venezuela.
E para representar melhor uma pluralidade de perspectivas e vozes globais, a World Press Photo introduziu em 2021 uma nova estratégia de premiação regional, dividindo os trabalhos pelos continentes onde foram criados. Este ano, o concurso premiou quatro categorias: Individual: fotografias individuais; Reportagem: 4-10 fotografias; Projetos de Longo Prazo: 24–30 fotografias; e Formato Aberto: projetos baseados em fotos que utilizam uma variedade de mídias e técnicas de narrativa. “O visitante tem a oportunidade de dar um passeio pelo mundo inteiro com as fotos premiadas pela Fundação World Press Photo”, explica Raphael.
Entre os destaques da World Press Photo 2024, está a foto do ano Uma Mulher Palestina Abraça o Corpo de Sua Sobrinha, do palestino Mohammed Salem, da Agência Reuters, que representa a perda de uma criança, a luta do povo palestino e as 33.000 pessoas mortas na Palestina, além de simbolizar o custo do conflito e fazer uma declaração sobre a futilidade de todas as guerras. Na reportagem do ano do World Press Photo, a série Valim-babena, da Sul-africana Lee-Ann Olwage para GEO, a fotógrafa aborda a demência, um problema de saúde universal, através da lente da família e do cuidado. A seleção de imagens feita pela fotógrafa lembra aos espectadores o amor e a proximidade necessários em tempos de guerra e agressão em todo o mundo.
O projeto vencedor da categoria de longo prazo, Os Dois Muros, do venezuelano Alejandro Cegarra, do The New York Times/Bloomberg, traz imagens que são ao mesmo tempo implacáveis e respeitosas, e transmitem as emoções íntimas presentes em diversas jornadas de migração em todo o planeta. E o prêmio de formato aberto A Guerra é Pessoal, da fotógrafa ucraniana Julia Kochetova, traz imagens emotivas sobre a contínua invasão russa da Ucrânia. A obra traz um fio de simbolismo visual, forte uso de sequências de cores e colaborações com um ilustrador e DJ ucranianos. O uso envolvente de áudio e ilustração – especialmente no diário poético e nas gravações de áudio – se destacou, conferindo uma qualidade cinematográfica ao trabalho.
Do Brasil
Quatro brasileiros, que se destacaram no concurso, estarão expondo na World Press Photo 2024. Com Seca na Amazônia, premiado na categoria Individual da América do Sul, Lalo de Almeida retrata a realidade de Porto Praia, lar dos povos indígenas Ticuna, Kokama e Mayoruna, que não tem acesso rodoviário e normalmente só é alcançável por via fluvial. A seca fez com que os moradores tivessem que caminhar quilômetros ao longo do leito seco do rio para chegar às suas casas. Esta fotografia captura a gravidade da crise ambiental global e da seca na Amazônia.
Agraciada com uma menção honrosa por Insurreição, Gabriela Biló, fotógrafa radicada em Brasília, lança luz sobre os acontecimentos de 8 de janeiro de 2023 no contexto mais amplo da dinâmica política do Brasil. Ao documentar o ataque às instituições democráticas e aos jornalistas, sua foto destaca a importância de defender os valores democráticos e a liberdade de imprensa no Brasil e no mundo.
Os brasileiros Felipe Dana e Renata Brito foram premiados na categoria formato com À Deriva. No ensaio, eles contam a história de um barco vindo da Mauritânia, cheio de homens mortos, que foi encontrado na costa da ilha caribenha de Tobago. Quem eram esses homens e por que estavam do outro lado do Oceano Atlântico? Os jornalistas procuraram respostas, descobrindo uma história sobre migrantes da África Ocidental que buscam oportunidades na Europa por meio de uma rota atlântica cada vez mais popular, mas traiçoeira.
Concurso
Desde 1955, o Concurso Anual World Press Photo celebra os exemplos mais cativantes, informativos e inspiradores do fotojornalismo e da narrativa visual de todo o mundo. Esta exposição destaca os talentosos vencedores do World Press Photo 2024, reconhecidos por um júri
independente e avaliados de acordo com quatro categorias: Individual: fotografias individuais; Reportagem: 4-10 fotografias; Projetos de Longo Prazo: 24–30 fotografias; e Formato Aberto: projetos baseados em fotos que utilizam uma variedade de mídias e técnicas de narrativa
Serviço
Exposição | World Press Photo 2024
De 15 de setembro a 10 de novembro
Terça a Sábado, das 10h às 18h, Domingo 9h às 17h
Período
15 de setembro de 2024 10:00 - 10 de novembro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
CAIXA Cultural São Paulo
Praça da Sé, 111 – Centro – SP
Detalhes
O universo onírico da produção artística de Flávia Junqueira ocupa o espaço expositivo do Centro Cultural Fiesp, a partir do dia 18 de setembro, com a mostra intitulada “Extasia”, neologismo
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O universo onírico da produção artística de Flávia Junqueira ocupa o espaço expositivo do Centro Cultural Fiesp, a partir do dia 18 de setembro, com a mostra intitulada “Extasia”, neologismo que mescla o sentimento de êxtase com o delírio da fantasia.
A exposição apresenta desdobramentos da pesquisa da artista, passando pela cenografia, fotografia, escultura e iluminação. Com curadoria de Bianca Coutinho Dias, o público acessa um recorte de obras que percorre os últimos cinco anos de sua produção e que será exposto em conjunto pela primeira vez.
Pautada na criação de narrativas visuais que conectam a infância, o tempo e a memória, Flávia Junqueira faz de Extasia uma grande instalação imersiva, com uma atmosfera de magia e encantamento. “Estou continuamente buscando maneiras de conectar o público com suas próprias experiências emocionais, utilizando a arte como uma ferramenta para explorar esse complexo desejo”, afirma a artista.
A mostra abriga nove fotografias encenadas, sempre com a presença de balões de látex, produzidas dentro e fora do país, em ambientes internos e externos, como parques, teatros, bibliotecas, salas de palácios e monumentos icônicos.
É o caso do Parque Henrique Lage, do Theatro Municipal de Niterói e Real Gabinete Português de Leitura, todos no Rio de Janeiro; do Teatro de Ouro Preto, em Minas Gerais; e de um parque de diversões na cidade paulista de Amparo. Também estão em cena edificações espanholas como o Palacio de Fernan Nuñez, Palacio de Santoña, Liceu Opera Barcelona e Palacio de Linares.
Nesse mergulho sensorial proposto na exposição, os elementos presentes nas fotografias – luzes de parque de diversão, cortinas de teatro, cavalos de carrossel e os próprios balões de látex – se materializam no espaço, ganhando tamanho real e intensificando a sensação nostálgica da infância nos visitantes. É como se estivessem dentro da obra ao mesmo tempo que a observam. “O público não será só espectador da arte, mas também vai estar no meio dela, sentindo o que está na foto para além da imagem fotográfica”, explica.
A inventividade da artista é revelada, ainda, na série Magic Carnival, uma instalação formada por um conjunto de cavalos de carrossel em miniatura. Colocados em cúpulas separadas sobre uma mesa giratória, a obra faz referência a esse brinquedo encontrado nos parques.
Extasia conta também com duas obras audiovisuais. Uma em formato de making of, sobre o processo de criação das fotografias encenadas, concebidas de forma analógica e com técnicas da cenografia teatral. A outra, é um videoarte, que projeta no espaço um carrossel criado pela artista, em uma instalação em Piracicaba (SP).
A gerente executiva de cultura do SESI-SP, Débora Viana, traz a importância de exposições como Extasia integrar a programação do SESI-SP: “Reiteramos o compromisso da nossa instituição em ofertar um ambiente cultural e artístico, proporcionando ao público projetos de qualidade, acesso a obras e ao processo criativo de artistas de diversas origens, e incentivando a reflexão e a experimentação. No SESI-SP, consideramos crucial a formação de novos apreciadores das artes, promovendo a difusão e o acesso à cultura de maneira gratuita. Por isso, concebemos e executamos projetos em uma ampla gama de áreas, convidando o público a mergulhar de cabeça no universo do conhecimento e da expressão artística”.
.Serviço
Exposição | Extasia
De 18 de setembro a 26 de janeiro de 2025
Terça a domingo, das 10h às 20h
Período
18 de setembro de 2024 17:00 - 26 de janeiro de 2025 23:00(GMT-03:00)
Local
Centro Cultural Fiesp
Avenida Paulista, 1313 - São Paulo - SP
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Neurociência e Arte dialogam na exposição “Bosque Neural”, da artista Janaina Mello Landini, em cartaz na Zipper Galeria. Com texto curatorial de Ana Carolina Ralston, a mostra reúne obras que
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Neurociência e Arte dialogam na exposição “Bosque Neural”, da artista Janaina Mello Landini, em cartaz na Zipper Galeria. Com texto curatorial de Ana Carolina Ralston, a mostra reúne obras que promovem uma interpretação artística das paisagens microscópicas do cérebro humano.
As obras são inspiradas nas pesquisas da artista sobre o trabalho do neurocientista Santiago Ramón y Cajal, considerado o pai da neurociência. No final do século 19, Cajal utilizou a técnica de Golgi para observar e desenhar detalhadamente as células cerebrais, revelando pela primeira vez os chamados “bosques neurais” – redes de células que compõem o córtex cerebral. A partir desse referencial, Janaina Mello Landini explora as conexões invisíveis presentes tanto no cérebro quanto na natureza, e se debruça sobre as complexas redes de sinapses e impulsos nervosos para criar uma série de obras que remetem às estruturas neurais e à paisagem de uma floresta.
Descrito por Cajal como um “mundo misterioso, fascinante e mágico”, esse universo científico serve como base conceitual para a nova série de trabalhos de Janaina. A artista traduz a complexidade do funcionamento da mente humana em sua poética, revelando, como lâminas de laboratório, as interconexões das células que a compõem.
“A série não é apenas uma exploração visual, mas também uma reflexão filosófica sobre a individualidade e o conceito de “um”, não uma entidade estática, mas algo em constante evolução, moldado tanto pelas complexas redes neurais que regem nossos pensamentos quanto pelas possibilidades emergentes de um mundo cada vez mais tecnológico.” – Ana Carolina Ralston, curadora
Além das telas, a série “Bosque Neural” apresenta trabalhos tridimensionais, como esculturas feitas de fios metálicos que parecem flutuar no espaço, sugerindo a leveza das copas das árvores ou a fluidez das sinapses cerebrais. A artista utiliza sua técnica icônica de Ciclotramas, que consiste na criação de tramas cíclicas que, a partir de algoritmos matemáticos, se expandem e afunilam, criando uma metáfora visual para a expansão infinita do pensamento e da vida.
Serviço
Exposição | Bosque Neural
De 21 de setembro a 01 de novembro
Segunda a sexta, das 10h às 19h; sábado, das 11h às 17h
Período
21 de setembro de 2024 10:00 - 1 de novembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Zipper Galeria
R. Estados Unidos, 1494 Jardim America 01427-001 São Paulo - SP
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Com texto crítico de Agnaldo Farias, a exposição parte de impasses atrelados às tensões entre inventividade e automação, esgarçando perguntas quanto aos processos de construção digital da imagem plástica e
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Com texto crítico de Agnaldo Farias, a exposição parte de impasses atrelados às tensões entre inventividade e automação, esgarçando perguntas quanto aos processos de construção digital da imagem plástica e de exercícios de repetição e saturação ensaiados por modelos artificiais. Ao se envolver em tramas algorítmicas alusivas aos mapeamentos frenéticos que reordenam o papel autônomo da escolha em nome de percursos enviesados, Marcela se volta ao preâmbulo desses circuitos e coloca em xeque a própria lucidez que conduz a fantasiosa cisão entre real e digital enquanto paralelo de realidade e ficção. Já afrouxadas as distinções, os maniqueísmos caducam e a realidade, para a artista, esbanja o movimento contrariado de certo desajuste bem resolvido que desaba essas convenções.
Se o grid, enquanto estrutura vital da arte moderna, aponta para direções opostas de compreensão — da pretensa purificação do tableau na sua relação com o mundo, por um ângulo, que o tornaria um todo em si mesmo e, por outro lado, como parte de uma totalidade maior da qual ele se edifica enquanto fragmento de relações mais amplas —, Marcela parece recorrer sempre a trabalhos que se constituem enquanto unidades integrantes do mundo. Seja na tridimensionalidade falseada garantida pela série Quanta, que soa como um trocadilho às narrativas teleológicas do plano que deram chão a todo um setor da crítica de arte modernista, ou nos stills tridimensionais baseados em vídeos montados num espaço digital e inteiramente planar, de Meio da Jornada, os trabalhos exercitam algo de uma vocação entrópica que desorienta os termos dados. Afinal, em que medida ainda há algum sentido em especular sobre a realidade sem pensar o espaço digital enquanto campo ativo da sua integridade? E até que limite as convenções modernas ainda dão conta do discurso sobre arte?
Segundo Agnaldo, no texto crítico da mostra, “as obras apresentadas por Marcela Crosman, extraídas a partir de especulações sobre gráficos, diagramas, mapeamentos, varreduras, circuitos, somadas as múltiplas possibilidades abertas por programas de Design Generativo, programas voltados ao desenvolvimento de modelos paramétricos, têm a ver com a imaginação. Dizem respeito a expressão, à subjetividade da artista e a plasticidade do pensamento abstrato, deles não se deve procurar rebatimento no real, como se um mapeamento com pretensões de fidelidade ao objeto mapeado. O que está em jogo é a exploração da natureza dessa linguagem, exercício conectado com as circunvoluções, meneios, tateios envolvidos na expansão da linguagem, nas traduções ocorridas, no lento processo dispendido na sua depuração”.
Serviço
Exposição | Dados, mapeamentos e circuitos expressos
De 21 de setembro a 01 de novembro
Segunda a sexta, das 10h às 19h; sábado, das 11h às 17h
Período
21 de setembro de 2024 10:00 - 1 de novembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Aura Galeria
Rua da Consolação, 2767. Jardins, São Paulo - SP
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A Zipper Galeria apresenta a primeira exposição individual “Na Altura dos Olhos”, da artista paulistana Jessica Costa. A mostra explora as fronteiras entre arte através da tapeçaria esculpida, com instalações
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A Zipper Galeria apresenta a primeira exposição individual “Na Altura dos Olhos”, da artista paulistana Jessica Costa. A mostra explora as fronteiras entre arte através da tapeçaria esculpida, com instalações que transformam o espaço expositivo.
Jessica Costa, formada em design, traz sua experiência no tufting e arte têxtil, para o campo das artes visuais. Em “Na Altura dos Olhos”, a artista revisita a tapeçaria, uma prática situada entre arte, moda e o têxtil, transformando-a em elementos arquitetônicos e escultóricos. A exposição propõe a tapeçaria como uma prática artística contemporânea e subverte as convenções que legitimam o que é considerado “arte”.
Entre as obras expostas, a série “Sobejos” se destaca por questionar o conceito convencional de moldura, estendendo-se pelo chão da galeria em forma de “soft sculptures”. A artista utiliza elementos como lã e bordado, reimaginando a tapeçaria em contextos artísticos. Com referências à tapeçaria medieval e ao movimento Arts & Crafts, emprega a técnica da tufagem para “pintar” e “esculpir” suas criações, resultando em peças densas, escultóricas, mas ao mesmo tempo suaves e acolhedoras. Essas obras transitam entre a abstração e a figuração, frequentemente aludindo a fragmentos do corpo humano.
“A exposição questiona a separação histórica entre ‘belas artes’ e artesanato, utilizando a técnica da tufagem para criar objetos escultóricos”, segundo a curadora Ana Paula Cavalcanti Simioni.
A exposição faz parte do projeto Zip’Up, que visa promover artistas emergentes e novas abordagens artísticas. O programa oferece uma plataforma para novos talentos apresentarem seus trabalhos e interagirem com curadores independentes e o público, em um ambiente que favorece a experimentação e a troca de experiências.
Serviço
Exposição | Na Altura dos Olhos
De 21 de setembro a 01 de novembro
Segunda a sexta, das 10h às 19h; sábado, das 11h às 17h
Período
21 de setembro de 2024 10:00 - 1 de novembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Zipper Galeria
R. Estados Unidos, 1494 Jardim America 01427-001 São Paulo - SP
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Apresentando a nova série de retratos do pintor, em que mobiliza corpos absorvidos por fundos escuros, a exposição se volta a questões estruturais da produção de Douglas Ferreiro no que
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Apresentando a nova série de retratos do pintor, em que mobiliza corpos absorvidos por fundos escuros, a exposição se volta a questões estruturais da produção de Douglas Ferreiro no que se refere à autoficcionalização de narrativas e a personagens edificados a partir de certa incompletude atmosférica. Configuradas em sutilezas e gestos delicados, as suas figuras sustentam e tensionam uma gama de sensualidade atravessada pela instabilidade das definições que envolvem a cama e o lar enquanto espaços afetivos.
Lugar do conforto, da serenidade, da angústia, da insegurança, da inquietude e muito mais, a cama, nesses trabalhos, encontra as incertezas garantidas pela noite. Se o dia é o instante das expectativas e termos mais definidos — certa espécie de luz que rompe a nebulosidade da escuridão —, o anoitecer encontra uma realidade verdadeiramente incerta. A noite é a margem de erro da racionalidade: brecha do desejo, da vontade, da emoção, da reflexão. Os espaços, então, construídos pelo artista parecem como que suspensos do mundo que habitam, soam etéreos, inexistentes ou mesmo só incertos. Introspectivas, as suas figuras retornam para si e parecem interrogar sobre a sua própria identidade. Mas, com nada completo, os gestos modestos e as expressões singelas que estampam o rosto das suas personagens como que exercitam o percurso de uma poética da dúvida.
Segundo Lorraine Mendes, no texto crítico da mostra, “Ferreiro descreve um outro estado/espaço onde a alcova se reconfigura em lugar de vigília, insônia e ansiedade: o sentir que atravessa o corpo não é só o reflexo de desejos, mas também de angústias. O sono inquieto em kids see ghosts sometimes, continua a nos contar essa história. As nuances que, delicadamente, criam uma narrativa para essa série, atesta a complexidade humana mesmo em um momento-plano tão ordinário. Douglas Ferreiro nos convidou para nos sentarmos à beira dessa cama, para fazermos parte do azul e vermos ali um duplo de nossa própria inquietude”.
Serviço
Exposição | Afoiteza de Homem Jovem
De 21 de setembro a 01 de novembro
Segunda a sexta, das 10h às 19h, sábado, das 11h às 17h
Período
21 de setembro de 2024 10:00 - 1 de novembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Aura Galeria
Rua da Consolação, 2767. Jardins, São Paulo - SP
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Lilia Moritz Schwarcz intitulou a nova exposição de Vânia Mignone, que ocorre de 21 de setembro a 1 de novembro de 2024, na Casa Triângulo, de “A esperança equilibrista”. Interpretada
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Lilia Moritz Schwarcz intitulou a nova exposição de Vânia Mignone, que ocorre de 21 de setembro a 1 de novembro de 2024, na Casa Triângulo, de “A esperança equilibrista”. Interpretada por Elis Regina, a canção tornou-se um hino de resistência durante a Ditadura Militar no Brasil. A exposição busca resgatar o espírito de uma época marcada por desafios e sonhos de democratização. A obra de Mignone, conhecida por seu traço fino e consistente, sua representação ambígua e sua linguagem visual evocativa, continua a explorar narrativas abertas e incompletas, convidando o público a participar ativamente da construção do significado.
“A Esperança Equilibrista” não é apenas um título simbólico, mas uma reflexão sobre a própria natureza da obra de Mignone. A artista não nomeia suas exposições, mas Schwarcz resolveu batizá-la com base na sua percepção das obras apresentadas. As obras na exposição incluem figuras enigmáticas, palavras soltas e cenas que desafiam a compreensão direta, incentivando uma experiência de contemplação mais profunda.
Entre os destaques estão sequências que remetem ao universo do circo e ao teatro, com elementos que evocam tanto o espetáculo quanto a introspecção. Palavras como “Urso”, “Leão” e “Tigre” aparecem em contextos que questionam a dominação e a liberdade, enquanto outras obras apresentam cenários internos misteriosos, repletos de símbolos e perguntas sem respostas definitivas.
Mignone, com sua técnica única de criar e destruir, de adicionar e repintar, oferece ao público uma visão de um mundo onde a “incompletude completa” é celebrada. Seus trabalhos, que evitam conclusões definitivas, destacam a importância das perguntas sobre as respostas e a interação pessoal com a arte.
A exposição “A Esperança Equilibrista” é um convite a explorar a subjetividade e a ambiguidade através da arte, refletindo sobre como nossas próprias esperanças e medos se entrelaçam com o processo criativo. É uma experiência imersiva que destaca a habilidade de Mignone em transformar o aparentemente simples em uma exploração rica e complexa de emoções e conceitos.
Serviço
Exposição | A esperança equilibrista
De 21 de setembro a 01 de novembro
Segunda a sexta das 10h às 19h e sábado das 10h às 17h
Período
21 de setembro de 2024 10:00 - 1 de novembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Casa Triângulo
Rua Estados Unidos, 1324, São Paulo - SP
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Responsável pelo projeto original do recém-reinaugurado Teatro Cultura Artística, na capital paulista, o urbanista e arquiteto Rino Levi (1901-1965) será homenageado, a partir de 21/09, na Chácara Lane/Museu da Cidade
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Responsável pelo projeto original do recém-reinaugurado Teatro Cultura Artística, na capital paulista, o urbanista e arquiteto Rino Levi (1901-1965) será homenageado, a partir de 21/09, na Chácara Lane/Museu da Cidade de São Paulo (MCSP). Uma exposição apresentará sua obra e importância para a arquitetura moderna brasileira, por meio de fotos, desenhos e maquetes.
Os projetos do Edifício Prudência, dos prédios do Instituto de Arquitetos do Brasil, Banco Sul-Americano e Banco Paulista do Comércio são exemplos do acervo da exposição Rino Levi, história e utopia – destruição, permanência, renovação, com curadoria de Abilio Guerra e Renato Anelli. A mostra ainda revela propostas não construídas para a construção do Viaduto do Chá, Centro Social da USP e um Plano-Piloto para o concurso de Brasília, que seria uma cidade vertical, com megaestruturas de 300m de altura e 400m de comprimento.
Utilizando uma linguagem moderna e arrojada, Levi projetou edifícios habitacionais, escritórios, cinemas, hospitais, indústrias, além de centros administrativos e planos urbanísticos. O arquiteto também desenvolveu trabalhos voltados para a formação na área sobre técnicas construtivas e pré-fabricação.
A diversidade e amplitude da obra do urbanista norteou a divisão da exposição em módulos temáticos. Merece destaque a seção Detalhe e Elemento Arquitetônico, que evidencia sua predisposição por testar novidades. Um dos exemplos está no projeto do edifício Concórdia (1955), em que ele justapôs uma parede de alvenaria com tijolos perfurados a um brise-soleil – elemento arquitetônico que protege da incidência solar – feito com placas curvas de fibrocimento.
Em Síntese das Artes é possível acompanhar a integração entre a arte e a arquitetura na concepção de painéis, paisagens e relevos. No edifício Prudência (1944), Levi usou azulejos para cobrir as torres de escadas e elevadores, garantindo profundidade e relevo às superfícies. Para os trabalhos artísticos costumava selar parceria com nomes importantes como o do paisagista Roberto Burle Marx.
Linha do tempo
A linha do tempo, Atos e Fatos, destaca as principais passagens da vida e da obra de Rino Levi. Começa com o seu nascimento, em 1901, passando por sua formação na Escola Superior de Roma em 1926 e os principais projetos ao longo da carreira. O percurso teminha com a sua morte, em 1965, durante uma expedição botânica ao lado do amigo Burle Marx.
Parte das construções elaboradas pelo urbanista sofreram com a ação do tempo e o desinteresse na conservação por parte da sociedade. Os cinemas Arte Palácio, Ipiranga, Piratininga e Universo se deterioram. A Galeria R. Monteiro, o edifício Plavinil Elclor e o Laboratório Paulista de Biologia ficaram descaracterizados, enquanto a Companhia Jardim de Cafés Finos, os edifícios Columbus e Nicolau Schiesser, desapareceram.
Segundo os curadores, a exposição pretende despertar a curiosidade dos visitantes a respeito desse legado e sugere uma reflexão sobre a importância de valorizar o patrimônio arquitetônico de qualidade, que resiste ao tempo.
A mostra é parte do programa curatorial do Gabinete do Desenho, na Chácara Lane/Museu da Cidade de São Paulo, direcionado ao desenho como elemento preparatório do pensamento criativo para profissionais e estudiosos da arquitetura, do urbanismo e demais interessados na temática.
Serviço
Exposição | Rino Levi, história e utopia – destruição, permanência, renovação
De 21 de setembro a 29 de junho de 2025
Terça a sexta das 10h às 16h, sábado e domingo das 10h às 17h
Período
21 de setembro de 2024 10:00 - 29 de junho de 2025 16:00(GMT-03:00)
Local
Chácara Lane | Museu da Cidade de São Paulo
R. da Consolação, 1024 – Consolação - São Paulo - SP
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A exposição Terra de Gigantes convida o público do Sesc Casa Verde a uma imersão em um novo mundo possível e inspiração ao visitante a pensar em uma contemporaneidade e
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A exposição Terra de Gigantes convida o público do Sesc Casa Verde a uma imersão em um novo mundo possível e inspiração ao visitante a pensar em uma contemporaneidade e um porvir afroameríndio. Com concepção e curadoria do artista, editor e pesquisador Daniel Lima, a mostra se desdobra em uma videoinstalação composta por onze cenas, incluindo intervenção poética e ateliê educativo, que exaltam as forças poéticas, simbólicas e mitológicas interseccionais entre as culturas negras e indígenas no Brasil.
Repleta de recursos audiovisuais desenvolvidos especialmente para promover uma vivência interativa, sensorial e singular, a mostra tem como inspiração atrações de parques temáticos como trem-fantasma e labirinto de espelhos. Ao longo do percurso, o espectador é provocado por uma série de projeções geradas a partir de sensores óticos acionados por presença: às vezes gigante, às vezes minúsculo, em um trajeto de luzes e vislumbres fantásticos evocados por personagens, performances, entrevistas e criações visuais.
São protagonistas das cenas 12 artistas, coletivos e lideranças: Katú Mirim, rapper indígena paulista; Davi Kopenawa Yanomami, importante liderança yanomami e autor do livro “Queda do Céu”; Legítima Defesa, coletivo de atores e atrizes negros; Naruna Costa, atriz, cantora e diretora teatral que interpreta o texto “Da Paz”, de Marcelino Freire; Jota Mombaça, artista performática; Jonathan Neguebites, dançarino de passinho carioca; Daiara Tukano e Denilson Baniwa, artistas da cena da arte indígena contemporânea brasileira; a presença musical central de Naná Vasconcelos; cantos gravados por Juçara Marçal e Daiara Tukano, além da intervenção poética de Miró da Muribeca, poeta e performer pernambucano.
“Terra de Gigantes tem como proposição cruzar essas gerações de artistas negros e indígenas para questionar um ideário brasileiro contemporâneo, reivindicando outra imagem de Brasil, não a criada pelo Modernismo a partir da perspectiva branca”, defende Daniel Lima.
Segundo o curador, a exposição nasceu de um processo de pesquisa, autoeducação e investigação sobre o quilombismo que começou há anos, em projetos anteriores capitaneados por ele, como Quilombo Brasil, e a videoinstalação Palavras Cruzadas (2018/19), que deram as bases técnicas e poéticas do projeto atual.
“Terra de Gigantes é uma expressão de questionamentos sobre o momento histórico que vivemos. Um documento vivo de forças que nos constituem como sociedade contemporânea no Brasil. A videoinstalação investe também na representação das forças opressivas que nos cercam como fogo ao redor. Em contraste, posicionamos as linhas de resistências articuladas neste imaginário político-poético”, conclui o curador.
Interação e acessibilidade: saiba mais sobre algumas das obras na exposição
Um dos destaques da exposição, cujo gigantismo simboliza seu título, a intervenção de Davi Kopenawa Yanomami surge projetada em uma escala aumentada em 800%. A partir de excertos de seu livro A Queda do Céu, Kopenawa fala sobre a força de resistência que existe não só em sua figura, mas na cultura do povo yanomami que, simbolicamente, por meio da dança de seus xamãs, garante que o céu permaneça sobre as cabeças e não caia.
A série “Kahpi Hori” da artista indígena Daiara Tukano ganha animação em formato tridimensional em uma sala de imersão visual e sonora. Imerso em um cubo com projeções mapeadas nas paredes e no piso e sonorizado com cantos entoados pela própria artista, o público vivencia um mergulho no universo simbólico de uma das expressões da arte indígena contemporânea brasileira.
Na performance corporal Get Up, Stand Up do Legítima Defesa, os integrantes do coletivo, divididos em três grupos e sem emitir falas, desafiam o público com gestos de afirmação através de projeção que responde à interatividade, criando um jogo de ações e movimentos com o espectador.
Terra de Gigantes conta com recursos de acessibilidade como mapa tátil, legendas em braile, tinta ampliada, audiodescrição, videoguia, audioguia e recursos tecnológicos como o vibroblaster, que transforma o áudio em vibrações sensíveis. A exposição conta também com um ateliê educativo aberto ao público com atividades mediadas e um espaço de leitura.
Serviço
Exposição | Terra de Gigantes
De 21 de setembro a 22 de dezembro
Terças a sextas-feiras, das 10h30 às 18h30, sábados, domingos e feriados, das 10h30 às 17h30
Período
21 de setembro de 2024 10:30 - 22 de dezembro de 2024 18:30(GMT-03:00)
Local
Sesc Casa Verde
Avenida Casa Verde, 327, Casa Verde, São Paulo - SP
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Neste mês, a Fundação Maria Luisa e Oscar Americano sediará uma exposição em parceria com o Instituto Rebolo e a Galeria Marcelo Guarnieri, que vai celebrar um dos grandes mestres
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Neste mês, a Fundação Maria Luisa e Oscar Americano sediará uma exposição em parceria com o Instituto Rebolo e a Galeria Marcelo Guarnieri, que vai celebrar um dos grandes mestres das artes plásticas do Brasil: Francisco Rebollo Gonsales (1902-1980). A ser inaugurada no dia 22 de setembro, domingo, às 10h30, a mostra “Rebolo e o Morumbi: conectados pela natureza” reunirá pinturas produzidas pelo artista entre as décadas de 1940 e 1980, período em que viveu no bairro.
A exposição contará com obras nunca expostas, além de um esboço da última pintura de Rebolo, inacabada devido ao falecimento do artista. A mostra também trará fotografias de arquivo, publicações e objetos que fizeram parte do ateliê do pintor.
“Francisco Rebolo é o Pintor do Meio Ambiente, propõe a temática em suas obras desde as décadas de 1930 e 1940, quando decidiu viver no intocado bairro do Morumbi para ficar mais próximo de sua grande fonte de inspiração. Esta exposição mostrará esta bela relação”, diz Sergio Rebollo, publicitário, curador e presidente do Instituto Rebolo.
A exposição integra as comemorações dos 50 anos da Fundação Maria Luisa e Oscar Americano e ficará aberta ao público até o dia 14 de novembro. “É uma honra para a Fundação sediar uma mostra que homenageará um dos maiores paisagistas da arte brasileira”, diz Eduardo Monteiro, diretor cultural da Fundação. “Assim como Maria Luisa e Oscar Americano, Francisco Rebolo foi fundamental para a construção do bairro do Morumbi a partir de um olhar que valorizava a arte e a cultura”, acrescenta.
“Um mestre do meio-tom”
Reconhecido por críticos renomados, como Mário de Andrade e Sérgio Milliet, Francisco Rebolo foi considerado, desde o início de sua carreira artística, um dos mais importantes paisagistas da pintura nacional. Somando uma produção que ultrapassa 3 mil pinturas, além de centenas de desenhos, gravuras e retratos, a obra de Rebolo segue hoje uma referência, marcando presença nos principais museus brasileiros, no acervo de órgãos culturais e em coleções particulares de todo o país.
Por meio de sua obra, Rebolo contribuiu para a construção de um imaginário a respeito do Morumbi, que, à época, tratava-se de uma área quase inabitada, desprovida de infraestrutura urbana. Como um dos primeiros moradores do bairro, o artista foi responsável pela produção de pinturas que se baseavam em diferentes referentes paisagísticos, inclusive vegetações e topografias inexistentes.
“No conjunto de pinturas apresentadas na mostra, é possível observar o movimento inverso de Rebolo, que ia em direção ao campo e às montanhas; um movimento que o permitiu compreender, durante quatro décadas, os aspectos daquelas paisagens através de sua prática pictórica”, afirma o galerista Marcelo Guarnieri, um dos curadores da mostra.
Assim, Rebolo foi testemunha de um período de profundas transformações na cidade de São Paulo, que deixava de ser província para se tornar metrópole. “A paisagem lhe interessava não só como tema de pesquisa, mas também na perspectiva ecológica. Sair do centro para vir ao Morumbi era estar em contato íntimo com a natureza, algo necessário para ele. Veio morar no bairro”, conta a Conselheira Fiscal do Instituto Rebolo e professora emérita do Programa de Pós-Graduação em Integração da América Latina da USP, Lisbeth Rebollo Gonçalves, filha do pintor.
Palestra ilustrada ao piano
No mesmo dia, o público poderá conferir uma palestra ilustrada ao piano com o ensaísta, professor, compositor e pianista José Miguel Wisnik. A partir das 11h30, será realizada a segunda e última aula-show da Série José Miguel Wisnik na Fundação Maria Luisa e Oscar Americano, intitulada “Infinito vão – Conversa musical sobre arquitetura e canção”.
Dessa vez, Wisnik estará ao lado do filho, o arquiteto, ensaísta, professor e curador, Guilherme Wisnik, para conversar sobre uma paixão em comum: a canção brasileira. O bate-papo trará curiosidades sobre cancionistas brasileiros ligados à arquitetura, passeará sobre considerações acerca da forma das canções e das construções – como o infinito vão –, comentará e cantará obras e suas relações entre si e com a história.
“Será uma manhã agradável, com música e conversas interessantíssimas sobre música e arquitetura, em um espaço mais do que privilegiado: a própria Fundação, projeto do arquiteto Arthur Bratke, referência do modernismo em São Paulo”, diz Eduardo Monteiro.
Serviço
Exposição | Rebolo e o Morumbi: conectados pela natureza
De 22 de setembro a 14 de novembro
Terça a domingo, das 10h às 17h30
Período
22 de setembro de 2024 10:00 - 14 de novembro de 2024 17:30(GMT-03:00)
Local
Fundação Maria Luisa e Oscar Americano
Av. Morumbi, 4077 - São Paulo - SP
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Luiz Sacilotto (1924-2003) é um renomado artista brasileiro reconhecido pelo trabalho com a arte abstrata, em particular por obras que exploraram formas, cores, a matemática e a geometria. Nascido em
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Luiz Sacilotto (1924-2003) é um renomado artista brasileiro reconhecido pelo trabalho com a arte abstrata, em particular por obras que exploraram formas, cores, a matemática e a geometria. Nascido em Santo André, na Grande São Paulo, foi um dos pioneiros da arte concreta no Brasil. Nos anos 1970, levou adiante suas experiências ópticas desenvolvidas em meados do século, explorando ainda mais o cinetismo, enquanto acompanhava o que se desenvolvia internacionalmente. Sendo assim, sua obra contemporânea traz desdobramentos da arte abstrata em escala global e aponta para a atualidade que pautava a pesquisa do artista.
Reunindo 113 obras de instituições nacionais e internacionais e coleções particulares, a mostra “Sacilotto contemporâneo: cor, movimento, partilha” integra a programação especial de comemoração do centenário do artista, neste ano de 2024. Dentre elas, pela primeira vez desde que foram incorporadas aos acervos de duas instituições americanas, três obras voltam ao Brasil para compor a exposição, que tem curadoria de Ana Avelar e co-curadoria de Renata Rocco. São elas: Concreção 5730, 1957 e Concreção 5942, 1959, esculturas do Museum of Fine Arts, Houston, parte da The Adolpho Leirner Collection of Brazilian Constructive Art (colecionador brasileiro) — e a escultura Concreção 5941, 1959, proveniente da Cisneros Fontanals Art Foundation e que integra a Ella Fontanals-Cisneros Collection de Miami. A exposição traz ainda obras do MAC USP, Pinacoteca do Estado de SP, MAM -SP, Acervo Itaú e IAC.
“Sacilotto contemporâneo: cor, movimento, partilha” privilegia a produção realizada entre a década de 1970 e o final da vida do artista em 2003, quando ele mergulha na experimentação ótico-cinética aliada à exploração da cor. Para tanto, realiza uma investigação minuciosa aliando o desenho técnico ao desenvolvimento químico dos pigmentos. O artista suspendeu sua produção entre 1965 e 1974, mas seguiu estudando enquanto trabalhava com serralheria. Ao retornar, explora vibrações cromáticas e formais, como desdobramentos da arte concreta que desenvolvia na década de 1950.
As séries chamadas torções, tensões, progressões, giros, são milimetricamente calculadas e executadas. “Sacilotto convida a nos deslocarmos diante das imagens, brincando com as visualidades vibracionais”, escreve Ana Avelar no texto curatorial. Os efeitos são resultados das cores catalogadas em suas diversas tonalidades, testadas e estudadas – muitas delas recuperadas de suas primeiras pinturas. “Observando a coerência de sua obra, olhamos para a aproximação de cores, composições e tempos diversos: gravitam pinturas anteriores sobre as mais recentes, indicando formas e soluções cromáticas pesquisadas desde o início de sua carreira”, completa.
Para Sacilotto, a arte concreta era como um alfabeto que podia ser compartilhado com quem tivesse interesse, bastando, para tanto, realizar estudos. Assim, ele próprio lia e anotava textos de várias áreas do conhecimento (inclusive em outras línguas), sendo fundamentais para dominar os saberes do artista, artesão, operário, químico, matemático e engenheiro que ele aplicava em seus trabalhos.
A exposição “Sacilotto contemporâneo: cor, movimento, partilha” e toda a programação – iniciada em abril – para celebrar o centenário de Sacilotto contou com o apoio da Almeida & Dale, que representa o espólio do artista.
Serviço
Exposição | Sacilotto Contemporâneo: cor, movimento, partilha
De 28 de setembro a 26 de janeiro de 2025
Terça a domingo das 10 às 21 horas – Entrada gratuita
Período
28 de setembro de 2024 10:30 - 26 de janeiro de 2025 18:30(GMT-03:00)
Local
MAC USP
Avenida Pedro Álvares Cabral, 1301 – Ibirapuera - São Paulo - SP
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A Galatea inaugura, no dia 3 de outubro, a exposição inédita Bruno Novelli: Tudo se transforma na terra, a maior individual já apresentada pelo artista. Com texto crítico assinado pelo
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A Galatea inaugura, no dia 3 de outubro, a exposição inédita Bruno Novelli: Tudo se transforma na terra, a maior individual já apresentada pelo artista. Com texto crítico assinado pelo curador Thierry Freitas, a mostra é um convite ao universo tropical e fantástico de Novelli, reunindo 10 pinturas em grande formato criadas especialmente para a ocasião.
Com uma trajetória que soma quase duas décadas, o artista apresenta telas povoadas por seres fantasiosos elaborados em densas composições, cores e grafismos. Entre as obras expostas está a maior pintura que Novelli já produziu: Jardim dos daimons (2024), com 2,70 metros de altura por 4 metros de largura.
Fortemente inspirado pela exuberância do mundo amazônico e em diálogo de longa data com os artistas indígenas Huni Kuin, do coletivo MAKHU, Novelli traz em suas pinturas composições ricas em cor e complexas padronagens, nas quais figuram animais fantásticos e visões oníricas da natureza. Ele também explora a tensão entre o olhar europeu sobre a paisagem tropical e o embate entre a natureza e sua dominação pelo homem. Outra importante influência para Novelli é o pintor de ascendência indígena Chico da Silva (Alto Tejo, 1910 – 1985, Fortaleza), de quem absorveu o imaginário fantástico durante sua primeira infância em Fortaleza, onde o legado do artista é significativo.
Bruno Novelli consegue mobilizar em seu trabalho uma imagem pulsante da natureza, ou melhor, dos mundos vivos, parafraseando o título da exposição organizada pela Fondation Cartier pour l’art contemporain da qual participou: Les vivants (Living Worlds), realizada em 2022 no Tripostal, em Lille, França. Em 2023, Novelli participou de outra importante mostra organizada pela Fondation Cartier, dessa vez na Triennale de Milano, em Milão, Itália, sob o título Siamo Foresta.
Sobre seu processo criativo, Novelli comenta: “A minha pintura parte de um estado mental de fascínio, de mistério. A partir de um fundo imaginário universal relacionado ao que é tropical, ao que é místico, ao que é paradisíaco, brutal, eu me deparo com diversas imagens, desde um monumento de pedra da Mesopotâmia até um mito amazônico ou o imaginário de um bestiário medieval. Tudo isso forma um banco de dados de onde extraio essas referências e elaboro uma síntese pessoal, que levo para a pintura.”
Para o curador Thierry Freitas, que assina o texto crítico, “as imagens de Novelli resultam em figurações de um meio ambiente sinestésico e fantástico, cada vez mais influenciadas pelas vivências recentes do artista na floresta amazônica e junto aos povos originários. Desde 2017, ele se aproximou do coletivo de arte indígena MAHKU, grupo de artistas Huni Kuin, cuja pintura se constitui principalmente por representações das tradições e histórias desse povo, além de traduções visuais das mirações provocadas pela cerimônia do nixi pae, com o uso do chá de potencial psicodélico conhecido como ayahuasca.”
Serviço
Exposição | Bruno Novelli: Tudo se transforma na terra
De 03 de outubro a 01 de novembro
Segunda à quinta das 10h às 19h, sexta das 10h às 18h, sábado das 11h às 17h
Período
3 de outubro de 2024 09:00 - 1 de novembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Galatea
R. Oscar Freire, 379 – Jardins
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Após um hiato de cinco anos sem uma exposição robusta do artista no país, as mostras oferecem, juntas, uma visão ampla e complementar do trabalho de Cildo Meireles, para quem
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Após um hiato de cinco anos sem uma exposição robusta do artista no país, as mostras oferecem, juntas, uma visão ampla e complementar do trabalho de Cildo Meireles, para quem o desenho muitas vezes é a gênese da sua prática no campo tridimensional.
A Galatea traz uma seleção de desenhos produzidos desde 1964, quando o artista tinha apenas 17 anos, até 1977, colocando em destaque o Meireles desenhista, faceta menos explorada em comparação a outras vertentes do seu trabalho. Por outro lado, é essa a sua prática mais constante e longeva. O curador Diego Matos, que assina o texto crítico da exposição, comenta a esse respeito que:
“Trazer ao público uma seleção generosa de desenhos de Cildo Meireles é tornar visível e acessível a prática mais onipresente na trajetória de mais de 60 anos do artista. Prática, aliás, indissociável de sua produção objetual e instalativa. Feitos em um quarto de hotel, na calada da noite; na calmaria caseira da manhã; ou em ateliê, num momento intervalar de trabalho — seus desenhos nos contam muito de um repertório poético e conceitual que ele encadeou desde o início da sua produção.”
Serviço
Exposição | Cildo Meireles: desenhos, 1964-1977
De 03 de outubro a 01 de novembro
Segunda a quinta das 10h às 19h, sexta das 10h às 18h, sábado das 11h às 17h
Período
3 de outubro de 2024 10:00 - 1 de novembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Galatea
R. Oscar Freire, 379 – Jardins
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Luisa Strina tem o prazer de apresentar Uma e algumas cadeiras / Camuflagens, exposição inédita que reúne trabalhos do artista Cildo Meireles, retomando uma série de projetos idealizados pelo artista
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Luisa Strina tem o prazer de apresentar Uma e algumas cadeiras / Camuflagens, exposição inédita que reúne trabalhos do artista Cildo Meireles, retomando uma série de projetos idealizados pelo artista nas décadas de 1980 e 1990. Com abertura marcada para o dia 3 de outubro, a mostra permanece em cartaz até 23 de novembro de 2024.
Realizada pela primeira vez na Galeria Lelong, Nova York, a instalação Uma e Sete Cadeiras (1997) presta homenagem ao artista Joseph Kosuth. Composta por oito elementos elaborados a partir de diferentes materiais e técnicas – além de uma cadeira em madeira maciça –, integram a instalação 110 lâminas de vidro que formam uma torre, cujo interior, por sua vez, reflete a imagem de mais uma cadeira, gerada a partir de 1.100 lonas pintadas em tinta acrílica.
A cadeira reaparece na série Camuflagem, dessa vez acompanhada por um banco, um guarda-sol, um guarda-chuva, uma maca e tendas. “Essa parte da exposição, que chamo de Camuflagem, teria outro nome: Pintura de Chão. Pois todas as obras estão pousadas nele”, explica Cildo Meirelles.
Também em repouso no chão do espaço expositivo está o conjunto de pinturas hiper-realistas realizadas pelo artista apenas com pinceladas em branco no fundo azul. Épuras, conceito matemático que dá título à série, são as representações geométricas e bidimensionais para formas tridimensionais. Duas Épuras acompanhadas de dois estudos sobre cadeiras transmitem, em última análise, o pensamento artístico de Cildo Meireles, conectando a pintura à racionalidade matemática, onde o artista utiliza a geometria descritiva como ferramenta constitutiva da obra, valendo-se de dois planos perpendiculares onde são representadas duas visões do objeto, uma frontal e outra vista decima.
Uma e algumas cadeiras / camuflagens começou a ser produzida em 2020, totalizando 13 obras nas quais Cildo retoma a prática da pintura, em reverência aos seus grandes mestres, entre eles o brasileiro Alfredo Volpi.
Serviço
Exposições | Uma e algumas cadeiras / Camuflagens
De 03 de outubro a 23 de novembro
Segunda a sexta, das 10h às 19h, sábado, das 10h às 17h
Período
3 de outubro de 2024 10:00 - 23 de novembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Luisa Strina
ua Padre João Manuel 755, Cerqueira César, São Paulo
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Galeria Marcelo Guarnieri | São Paulo tem o prazer de anunciar desmesura, segunda individual do artista carioca Victor Mattina na cidade. A mostra, que reúne dez pinturas inéditas e um díptico, é acompanhada
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Galeria Marcelo Guarnieri | São Paulo tem o prazer de anunciar desmesura, segunda individual do artista carioca Victor Mattina na cidade. A mostra, que reúne dez pinturas inéditas e um díptico, é acompanhada pelo poema “O Monstro”, de Flávio Morgado.
Em “desmesura”, Mattina explora, através da pintura, a qualidade da representação monstruosa e a condição de liberdade sob a qual reside a figura do monstro. Suas composições se constroem a partir de visões fragmentadas, vultos, manchas, criaturas antropomórficas e associações improváveis, como se estivéssemos diante de um mundo que, ainda que orientado pelos mesmos símbolos que compõem o nosso, operasse sob uma outra lógica. É nesse limiar entre o reconhecível e o absurdo que se sustentam as pinturas de Mattina, e é nessa impossibilidade de categorizar suas figuras, como em “Capital amanhece sob um novo sol” ou seus encontros estranhos, como em “Missa para raios catódicos”, que o artista enxerga uma potencial emancipação da imagem. Embora tenha como base de sua prática a pintura figurativa, Victor Mattina não a utiliza como ferramenta para uma representação transparente, pelo contrário, é o seu domínio da técnica que lhe permite aproximar a figuração ao inverossímil. “Em ‘Arteriograma de Ka’ há uma cena algo barroca com corpos amontoados em primeiro plano, em frente a uma espécie de templo. É uma pintura de índices, alusiva a uma ideia de antiguidade sem nunca dizer onde ou sobre quem.”, observa o artista.
O Poema “O Monstro”, de Flávio Morgado, que acompanha a exposição, é fragmentado em seis partes, em diálogo com a montagem de “Elegia I” e “Elegia II”, pinturas que possuem mais de 4 metros de comprimento cada, também divididas em seis partes. O poema percorre alguns aspectos das pinturas de Mattina – A dimensão, A correspondência, A feitura, A técnica, A escala, A paleta –, aspectos estruturais que apontariam para uma análise mais categórica da obra, mas que por meio da linguagem poética, se libertam de definitivos, transbordando os seus limites. Em “desmesura”, texto e imagem se reconhecem pela recusa das funções que deveriam exercer em um mundo normativo. Criam, juntos, uma espécie de limbo visual. Como escreve Morgado na primeira parte do poema: “monturo de ossos, inóspita paisagem / que nos acolhe, o ponteiro da estranheza / marca meia-noite na consciência e / seis telas declamam, no eco de sua fatura, / um grande verso de desterro.”
Em diálogo com a mostra “desmesura”, de Victor Mattina, serão apresentadas no mezanino da Galeria um conjunto de obras de Marcello Grassmann (1925-2013), Oswaldo Goeldi (1895-1961), Guima (1927-1993) e Iberê Camargo (1914-1994), artistas brasileiros que, por meio da gravura e da pintura, também exploraram a dimensão monstruosa da representação figurativa.
Serviço
Exposição | desmesura
De 04 de outubro a 08 de novembro
Segunda e sextas das 10h às 19h Sábados, das 10h às 17h
Período
4 de outubro de 2024 10:00 - 8 de novembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Marcelo Guarnieri
Alameda Franca, 1054 São Paulo – SP
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A Galeria Leme tem o prazer de anunciar a primeira exposição individual de Germana Monte-Mór em seu espaço. A mostra Pinturas reúne uma seleção de trabalhos abstratos que dão continuidade
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A Galeria Leme tem o prazer de anunciar a primeira exposição individual de Germana Monte-Mór em seu espaço. A mostra Pinturas reúne uma seleção de trabalhos abstratos que dão continuidade à pesquisa de formatos e texturas já existente da artista. Os trabalhos incluem telas pequenas, obras tridimensionais e também grandes pinturas, revelando os diversos segmentos da produção de Monte-Mór, sempre fiel à exploração da forma através dos estudos de cromaticidade, contraste e textura.
Para além do óleo sobre linho, a artista incorpora também o asfalto ás suas obras. A investigação deste material já faz parte da produção de Monte-Mór há mais de três décadas e contribuí para a criação da abstração e do relevo no resultado final de suas telas.
As cores por sua vez, desempenham um papel central em suas obras. Nas pinturas menores, a artista explora a acidez e a potência das cores, que ela descreve como “estridentes”. Já nas telas maiores, a cor é mais suave e acolhedora, refletindo uma pesquisa tonal distinta.
A série “Fendas e Buracos” destaca as obras tridimensionais, feitas com linho grosso e cartão, que criam estruturas sustentando telas sobrepostas. Os buracos deixam de ser meras formas e tornam-se parte do jogo de planos e cores. Monte-Mór intensifica a relação entre cor e textura, apropriando-se de métodos como a aplicação de pigmentos soltos para criação de superfícies aveludadas e também o uso da tinta metálica, ampliando a série que iniciou em 2022. O resultado é uma investigação da matéria que ativa as sombras e volumes, expandindo a percepção visual.
Serviço
Exposições | Pinturas
De 05 de outubro a 01 de novembro
Terça a sexta, das 10h às 19h, sábados, das 10h às 17h
Período
5 de outubro de 2024 10:00 - 1 de novembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Leme
Av. Valdemar Ferreira, 130 - São Paulo - SP
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A 38ª edição do Panorama da Arte Brasileira do Museu de Arte Moderna de São Paulo será realizada no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, entre 5
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A 38ª edição do Panorama da Arte Brasileira do Museu de Arte Moderna de São Paulo será realizada no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, entre 5 de outubro de 2024 e 26 de janeiro de 2025, com entrada gratuita. A mudança de local e de data se deve à reforma da marquise do Parque Ibirapuera, onde o MAM está sediado. Projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer e tombada pelo Patrimônio Histórico, a marquise do Parque está passando por uma reforma em toda sua estrutura, e o trecho do MAM deve reabrir ao público no início de 2025.
Segundo Cauê Alves, curador-chefe do MAM,”embora a reforma da marquise do Parque Ibirapuera afete a programação do museu, ela será muito positiva para a cidade. Faz alguns anos que o MAM tem estabelecido parcerias com as instituições do eixo cultural do Parque Ibirapuera, mas realizar o 38º Panorama da Arte Brasileira do MAM no MAC, além de uma aproximação histórica entre as duas instituições, é um momento de integração e soma de esforços em benefício da arte e da cultura de modo geral”.
MAM São Paulo e MAC-USP compartilham de uma mesma origem, apesar de trilharem trajetórias bem distintas. O MAM é estruturado como uma sociedade civil de interesse público, sem fins lucrativos, e o MAC é um museu universitário, gerido pela Universidade de São Paulo. A história que conecta as duas instituições, bem como os projetos realizados em conjunto em diversos momentos, será apresentada ao visitante em uma linha do tempo que abre o espaço expositivo do 38º Panorama.
“É com enorme satisfação que o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo acolhe o 38º Panorama da Arte Contemporânea Brasileira, tradicionalmente realizado pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo. A qualidade do salão fez dele um espaço importantíssimo de fruição, reconhecimento e problematização dos rumos da arte no Brasil nas últimas décadas. Neste momento de interdição temporária da sede do MAM em função das obras de restauro da Marquise do Ibirapuera, o MAC USP não poderia deixar de apoiar a instituição co-irmã, parceira de tantos projetos museológicos, formativos e curatoriais conjuntos. Esta história de colaborações inspirou aliás os dois museus a incluírem na edição 2024 do Panorama uma pequena linha do tempo de seus múltiplos cruzamentos e reciprocidades”, comenta José Tavares Correia de Lira, diretor do MAC-USP.
Serviço
Exposição | 38º Panorama da Arte Brasileira: Mil graus
De 5 de outubro a 26 de janeiro
Terça a domingo, das 10h às 21h
Período
5 de outubro de 2024 10:00 - 26 de janeiro de 2025 21:00(GMT-03:00)
Local
MAC USP
Avenida Pedro Álvares Cabral, 1301 – Ibirapuera - São Paulo - SP
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O Complexo Cultural Funarte, localizado no bairro Campos Elíseos, em São Paulo, inaugura a mostra “Geoprópolis Bioacústico”, uma exposição de arte interespécies focada na sonoridade de abelhas. O projeto, selecionado
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O Complexo Cultural Funarte, localizado no bairro Campos Elíseos, em São Paulo, inaugura a mostra “Geoprópolis Bioacústico”, uma exposição de arte interespécies focada na sonoridade de abelhas. O projeto, selecionado através do Edital Funarte Aberta 2023, tem entrada franca e apresenta as novas pesquisas de João Machado, artista visual e ativista em defesa das abelhas autóctones brasileiras, com curadoria de Arasy Benítez.
“Geoprópolis Bioacústico” estreia com a performance de “Zumbido”, um trabalho artístico pioneiro de pesquisa sobre os ruídos produzidos dentro de enxames, onde João capta ao vivo a toada desses pequenos seres e faz experimentos sonoros em parceria com o músico Daniel Magnani – seguida de um bate-papo com os artistas, a curadora e o público.
A mostra tem classificação livre e pode ser visitada diariamente até 3 de novembro.
Destaque para a escultura bioacústica, uma espécie de caixa de som em cerâmica e metal, que lembra uma corneta. De lá são ampliados e emitidos os diferentes sons captados pelo artista nos cerca de 50 enxames de abelhas nativas cultivados por ele na Serra da Mantiqueira, em Bocaina de Minas (MG).
“Das esculturas sairá um som que nunca foi possível escutar dessa forma, alguns inclusive fora da frequência da audição humana. Uns se parecem com o zumbido de mosquitos, outros lembram o barulho do videogame que jogávamos na infância, mas a sonoridade é outra. É algo que não estamos acostumados a ouvir”, explica João.
A mostra inclui também uma videoinstalação que transmitirá imagens captadas no interior e no exterior de uma colmeia. Os vídeos revelam não somente a movimentação e atividade das abelhas como também a arquitetura surpreendente criada por elas, que pode lembrar o interior do corpo humano.
Em outro vídeo, conhecemos a “Casa Mirim”, uma casa projetada para ser habitada por humanos e abelhas.
A mostra traz também uma tapeçaria de 4m x 1m, realizada em um antigo tear de madeira, em parceria com um coletivo de tecelãs do interior de Minas Gerais, a “Casa do Tear Dona Mariana”,
Nos dias 12 e 13 de outubro acontecerá uma deriva de mapeamento de abelhas nativas, uma caminhada coletiva para procurar e identificar abelhas nativas em ambiente urbano. A ação artística será realizada no entorno do Complexo Cultural Funarte. No dia 12 de outubro haverá ainda uma oficina de “Bombas de Sementes”, uma atividade focada na sustentabilidade urbana.
PROGRAMAÇÃO
Atividades abertas ao público geral
1. “Zumbido”
Uma experiência bioacústica por João Machado e Daniel Magnani. Experimentação sonora musical, fruto da parceria entre o artista João Machado e o músico Daniel Magnani. Utilizando uma mesa de mixagem com equipamentos de som, a dupla musicaliza sons de enxames captados ao vivo, com base em distorções, reverberações e improviso. Classificação livre.
Data: 05/10 (sábado) – dia da abertura
Horário: 14h às 14:30h
Local: Complexo Cultural Funarte – Galeria Mário Schenberg
Endereço: Alameda Nothmann, 1058 – Campos Elíseos, São Paulo – SP, 01216-001
2. Bate-papo de abertura com artista e curadora.
Os artistas João Machado e Daniel Magnani, e a curadora, Arasy Benitez, falam com o público sobre a importância ambiental e cultural das abelhas nativas do Brasil, e sobre a pesquisa estética dos artistas sobre o tema. O bate-papo acontece em seguida da experiência sonora “Zumbido”. Classificação livre.
Data: 05/10 (sábado)
Horário: 14:30h às 15:30h
Local: Complexo Cultural Funarte – Galeria Mário Schenberg
Endereço: Alameda Nothmann, 1058 – Campos Elíseos, São Paulo – SP, 01216-001
3. Oficina de “Bombas de Sementes”
Uma oficina com o artista João Machado para criação de “bombas de sementes” a serem utilizadas como alimento para abelhas que vivem em ambientes urbanos. Uma atividade para sujar as mãos e as roupas com muito barro e ao mesmo tempo aprender sobre abelhas nativas sem ferrão, como elas vivem e resistem na cidade. Classificação livre, menores de 0 a 10 anos acompanhados pelos seus adultos responsáveis.
Data: 12/10 (sábado)
Horário: 10h às 11h
Local: Complexo Cultural Funarte – Galeria Mário Schenberg
Endereço: Alameda Nothmann, 1058 – Campos Elíseos, São Paulo – SP, 01216-001
4. Deriva de mapeamento de abelhas nativas
O artista João Machado convida para uma experiência original de caminhada. Em um passeio coletivo, o grupo fará o mapeamento das abelhas nativas sem ferrão que resistem em ambiente urbano. A ideia é procurar, identificar e mapear os enxames de abelhas nativas encontrados no entorno do Complexo Cultural Funarte. Classificação livre, menores de 0 a 16 anos acompanhados pelos seus adultos responsáveis.
Data: 12/10 e 13/10 (sábado e domingo)
Horário: 11h às 12h
Local: Complexo Cultural Funarte – Galeria Mário Schenberg
Endereço: Alameda Nothmann, 1058 – Campos Elíseos, São Paulo – SP, 01216-001
Atividades para públicos específicos
1. Oficina de “Bombas de Sementes” e visita guiada à exposição para pessoas com deficiência visual
O artista João Machado, a curadora Arasy Benítez e a arte-educadora Gabriela Conceição oferecem uma oficina direcionada ao público portador de deficiência visual. O objetivo é fazer "bombas de sementes” de plantas a serem utilizadas depois como alimento para abelhas que vivem em ambientes urbanos. É uma atividade para sujar as mãos e as roupas com muito barro e ao mesmo tempo aprender sobre abelhas nativas sem ferrão, como elas vivem e resistem na cidade. Classificação livre, menores de 0 a 10 anos acompanhados pelos seus adultos responsáveis.
Data: 13/10
Horário: 10h às 11h
Local: Complexo Cultural Funarte – Galeria Mário Schenberg
Endereço: Alameda Nothmann, 1058 – Campos Elíseos, São Paulo – SP, 01216-001
2. Visitas mediadas com escolas da rede pública
As visitas mediadas com escolas públicas da região estarão a cargo da arte-educadora Gabriela Conceição. Serão 6 visitas mediadas com grupos em horário e data a combinar.
Serviço
Exposição | Geoprópolis Bioacústico
De 05 de outubro a 03 de novembro
Quarta a domingo 14h às 19h
Período
5 de outubro de 2024 14:00 - 3 de novembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Complexo Cultural Funarte SP
Alameda Nothmann, 1058 Campos Elíseos - São Paulo - SP
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Prepare-se para embarcar em uma jornada mágica com “Sonho Encantado de Cordel, o Musical” no Teatro Claro Mais, apresentado pelo Ministério da Cultura e pela CAIXA Vida e Previdência, patrocinado
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Prepare-se para embarcar em uma jornada mágica com “Sonho Encantado de Cordel, o Musical” no Teatro Claro Mais, apresentado pelo Ministério da Cultura e pela CAIXA Vida e Previdência, patrocinado através da Lei Federal de Incentivo à Cultura. O espetáculo é inspirado no enredo “Uma Delirante Confusão Fabulística” de 2005 criado por Rosa Magalhães para a Imperatriz Leopoldinense, escola de samba do Rio de Janeiro, que prestou homenagem a Hans Christian Andersen em seu centenário. A peça narra a vida do famoso autor e os contos de fadas por ele criados, envolvidos pela rica tradição da literatura de cordel e ambientados no Nordeste do Brasil. É uma celebração da arte, da poesia e do poder dos sonhos, trazendo ao palco uma narrativa única que vai emocionar e inspirar em um musical para todas as idades!
Com texto e direção de Thereza Falcão, o espetáculo é uma deslumbrante fusão de elementos da cultura nordestina com o universo encantado dos contos de fadas. No palco, mais de 10 cenários e 50 figurinos, criados pela eterna Rosa Magalhães e conduzido pelo seu braço direito, o carnavalesco Mauro Leite, ganham vida. A experiência visual é enriquecida pelas projeções e vídeos dirigidos pelo renomado artista visual Batman Zavareze. As coreografias são assinadas pelo premiado Renato Vieira, enquanto a direção musical fica a cargo do aclamado Marcelo Alonso Neves. Com 10 músicas inéditas e originais compostas pelos brilhantes Paulinho Moska, Chico César e Zeca Baleiro, o espetáculo mescla o vibrante ritmo do Nordeste com a magia das histórias eternas. Esta obra é uma fascinante interlocução cultural entre o Brasil e a Dinamarca, em que cada cena convida o público a mergulhar em um universo onde tudo é possível, e onde a esperança e o amor sempre prevalecem.
Serviço
Musical | Sonho Encantado de Cordel, o Musical
De 12 outubro a 03 novembro
Sábados e domingos, dias 12, 13, 19 e 20 de outubro às 11h30, 15h e 17h, e dias 26 e 27 de outubro e 02 e 03 de novembro às 11h30
Ingressos: de R$ 19,50 a R$ 120
Período
12 de outubro de 2024 11:30 - 3 de novembro de 2024 17:00(GMT-03:00)
Local
Teatro Claro Mais
Shopping Vila Olímpia – R. Olimpíadas, 360, Vila Olímpia, São Paulo – SP
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Reinaugurado em agosto, o Teatro Multiplan MorumbiShopping, localizado no Piso G2 do shopping, tem parte de sua programação exclusivamente pensada para os pequenos, que poderão curtir o mês das crianças com
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Reinaugurado em agosto, o Teatro Multiplan MorumbiShopping, localizado no Piso G2 do shopping, tem parte de sua programação exclusivamente pensada para os pequenos, que poderão curtir o mês das crianças com o espetáculo Do Ré Mika Show, que começa temporada dia 12 de outubro, sábado, 15h e segue em cartaz até 3 de novembro.
Sucesso em todo o país, o espetáculo traz, além dos personagens favoritos da criançada, um repertório com os maiores sucessos do desenho e também músicas conhecidas pelo grande público, como “Pop Pop”, “A Dona Aranha”, “Borboletinha” e “Fui No Mercado” Uma viagem lúdica no tempo que promete divertir pais e filhos, cheia de adereços cênicos e efeitos visuais para encantar os olhos de crianças e adultos.
A ida ao espetáculo é apenas uma das opções de lazer oferecidas aos frequentadores do MorumbiShopping, que também podem encontrar nas suas mais de 500 lojas uma diversidade de restaurantes, cafeterias e espaços pensados para os pequenos, fazendo o mês deles ainda mais especial.
Serviço
Exposições | Do Ré Mika Show
De 12 de outubro a 3 de novembro (exceto 27 de outubro)
Sábados e domingos, às 15h
Classificação Indicativa: Livre
Duração: 50 minutos
Ingressos: de R$28 a R$70 | Vendas pela Sympla
Período
12 de outubro de 2024 15:00 - 3 de novembro de 2024 16:00(GMT-03:00)
Local
Teatro Multiplan MorumbiShopping
Avenida Roque Petroni Júnior, nº 1.089, Piso G2, Jardim das Acácias, 04707-900, São Paulo - SP
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AnatoMinha – uma odisseia imagética a partir de uma narrativa audiovisual, exposição solo da multiartista e magista paranaense Elisa Riemer, fica em temporada na Galeria Olido com entrada gratuita. A mostra, composta por
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AnatoMinha – uma odisseia imagética a partir de uma narrativa audiovisual, exposição solo da multiartista e magista paranaense Elisa Riemer, fica em temporada na Galeria Olido com entrada gratuita. A mostra, composta por doze obras de proposição audiovisual com tecnologia videomapping, tem curadoria da multi-artista e gestora cultural Luciana Ramin e produção de Vanderlei B. Junior. Todas as obras ficam disponíveis também em audiodescrição.
Com 15 anos de carreira na área publicitária, na área editorial esotérica e nas artes visuais, Elisa é especializada em colagens analógicas e digitais. Alguns dos destaques de sua trajetória são a criação da Nosostras Tarot, o primeiro baralho feminista do Brasil, e a direção, edição e fragmentos de gifcolagem no clipe Que Estrago, da cantora e compositora carioca Letrux (nome artístico de Letícia Novaes). Elisa também foi capista do álbum Estilhaça e diretora de vídeo do clipe Muralha da China – ambos da banda Letuce, projeto anterior de Letícia Novaes.
Nas palavras de Elisa, AnatoMinha é uma cirurgia poética feita sobre telas digitais com uso das técnicas de colagem digital e animação bidimensional, a partir da estética frame by frame. Na exposição, Elisa expõe entranhas lesbo-afetivas a partir do estudo anatômico do corpo feminino cisgênero. A odisseia imagética apresentada é um conjunto de obras feitas em colagem analógica que, nessa nova roupagem, ganham um novo olhar pela perspectiva da tecnologia e da projeção de imagens em movimento.
“AnatoMinha é uma construção narrativa pela decupagem de uma mulher vitruviana, composta por órgãos afetados individualmente pela experiência afetivo-amorosa da artista. É um convite para observação do movimento dos órgãos internos que constroem essa mulher aprofundada no mundo interior sáfico”, completa a artista.
Serviço
Exposições | AnatoMinha – uma odisseia imagética a partir de uma narrativa audiovisual
De 26 de outubro a 15 de dezembro
Terça-feira a sábado, das 13h às 19h
Período
26 de outubro de 2024 13:00 - 15 de dezembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Olido
Av. São João, 473 - Centro Histórico de São Paulo, São Paulo - SP
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Sob o pulsar de veias abertas, a Galeria Raquel Arnaud recebe o projeto “OS VENTOS DO NORTE NÃO MOVEM MOINHOS” da artista Geórgia Kyriakakis. Com texto crítico de Paula Borghi,
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Sob o pulsar de veias abertas, a Galeria Raquel Arnaud recebe o projeto “OS VENTOS DO NORTE NÃO MOVEM MOINHOS” da artista Geórgia Kyriakakis. Com texto crítico de Paula Borghi, a mostra traz obras que suscitam reflexões sobre a cultura, a história e a herança social do processo colonizador na América Latina.
Inspirada pela canção “Sangue Latino”, composta em 1973 por Paulinho Mendonça e João Ricardo, e eternizada pela banda Secos e Molhados, a artista propõe uma visão ampliada da América Latina, que ultrapassa conceitos geográficos e contrapõe a influência cultural norte-americana. “O que chamamos de América Latina é um tipo de regionalização que considera os idiomas falados, os processos históricos de colonização e exploração, as desigualdades sociais e as origens indígenas ancestrais, entre outros fatores. Os ‘ventos do norte’, mencionados na canção, são uma alusão direta às forças imperialistas do norte global, que resultam em opressão e espoliação de recursos naturais e sociais, presentes na história da região. Essas forças ‘não movem moinhos’, promovem o subdesenvolvimento inexorável da América Latina”, explica Geórgia.
Composta por esculturas, desenhos, instalações e ações colaborativas, a exposição ocupa todo o espaço da galeria. No piso térreo estão duas séries de desenhos inspirados na história da cidade de Chuquicamata, no Chile, abandonada devido à poluição do ar e à contaminação causada pela exploração de cobre na região. Na parede principal, a artista apresenta VEIAS ABERTAS, uma extensa faixa de tecidos vermelhos de diferentes formatos e texturas, cobrindo toda a metade inferior da parede. São quase 20 metros de tecidos sobrepostos, dispostos de modo a representar a divisão geográfica entre norte e sul. Esses tecidos trazem recortes de trechos da música Sangue Latino: “minha vida, meus mortos, meus caminhos tortos, meu sangue latino, minha’alma cativa”. Ainda no térreo, outra frase da mesma canção inspira a criação das três esculturas chamadas LANÇA AO ESPAÇO, compostas por 15 lanças de madeira torneada, pontiagudas e encaixadas umas nas outras.
No andar superior, estão expostas ações colaborativas propostas por Kyriakakis em parceria com as artistas Carla Chaim, Aline Langendonck, Isis Gasparini e Vânia Medeiros, desenvolvidas para envolver a participação da equipe da galeria. Exceto Vânia Medeiros, todas as demais artistas, e também a curadora Paula Borghi, foram alunas de Kyriakakis no curso de Artes Visuais da FAAP. O projeto surgiu do desejo da artista de unir sua atuação como artista e professora em uma mesma iniciativa.
Todas as ações estabelecem relações com o tema geral da mostra e foram criadas para uma colaboração inicial com a equipe de trabalho da galeria realizada durante a montagem dos trabalhos. Depois da abertura, o público também poderá interagir com as propostas.
Serviço
Exposição | OS VENTOS DO NORTE NÃO MOVEM MOINHOS
De 7 de novembro a 17 de janeiro 2025
Segunda a sexta, das 11h às 19h, sábado, das 11h às 15h
Período
7 de novembro de 2024 11:00 - 17 de janeiro de 2025 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Raquel Arnaud
Rua Fidalga, 125 – Vila Madalena, São Paulo - SP
dezembro
Detalhes
Entre 25 de abril e 1º de dezembro de 2024, “Um Defeito de Cor” toma o espaço expositivo do segundo andar do Sesc Pinheiros com desdobramentos que recepcionam visitantes desde
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Entre 25 de abril e 1º de dezembro de 2024, “Um Defeito de Cor” toma o espaço expositivo do segundo andar do Sesc Pinheiros com desdobramentos que recepcionam visitantes desde o muro da entrada como uma mostra de arte que parte do romance histórico homônimo de Ana Maria Gonçalves. Em seu livro, a autora reconta a saga de Kehinde, africana escravizada confrontada com a necessidade de reconstrução em terras brasileiras e a incessante luta por liberdade fazendo uso da comida, da arte, do afeto, da busca pela família, acolhimento e de sua fé nos encantados.
Os curadores Amanda Bonan e Marcelo Campos, ambos do MAR (Museu de Arte do Rio), fizeram o convite a Ana Maria para uma construção curatorial conjunta a repensar a trajetória do livro de forma imagética: da produção moderna e contemporânea que tem em seu cerne a cosmogonia africana nasceu esse encontro a partir de produções de 131 artistas – entre 77 vivos e 37 já falecidos, além de 17 convidados a produzir novas obras para a mostra, com nomes como Kwaku Ananse Kintê, Kika Carvalho, Antonio Oloxedê e Goya Lopes.
Assim, tal exposição se pretende um profundo mergulho pelas quase mil páginas do texto de “Um Defeito de Cor” e toma seus dez capítulos como metodologia de divisão de núcleos temáticos em uma estrutura circular de fruição que transborda as questões da ancestralidade nas visualidades da mostra e proposta expográfica. Além dos curadores, fazem parte do processo de criação os artistas Ayrson Heráclito, consultor que assina a expografia ao lado de Aline Arroyo, e Tiganá Santana, curador da paisagem sonora que envolve o ambiente.
Nos meses em que esteve em cartaz no Rio de Janeiro, a mostra foi bem recebida pelo público, com visitação expressiva, deixando clara sua potência. É importante destacar que, antes da vinda para o Sesc Pinheiros, esta itinerância passou pelo Museu da Cultura Afro-Brasileira (Muncab), fazendo uma importante triangulação entre instituições e abrangência de públicos do Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
Serviço
Exposição | Um Defeito de Cor
De 25 de abril a 01 de dezembro
Terça a sábado das 10h30 às 21h | domingos e feriados das 10h30 às 18h
Período
25 de abril de 2024 10:30 - 1 de dezembro de 2024 21:00(GMT-03:00)
Local
Sesc Pinheiros
Rua Paes Leme, 195, Pinheiros, São Paulo - SP
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O dia a dia do povo brasileiro é atravessado pelas presenças africanas na forma como nos expressamos – seja na entonação, no vocabulário, na pronúncia ou na forma de
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O dia a dia do povo brasileiro é atravessado pelas presenças africanas na forma como nos expressamos – seja na entonação, no vocabulário, na pronúncia ou na forma de construir o pensamento. É sobre essas presenças que trata a exposição temporária Línguas africanas que fazem o Brasil, com curadoria do músico e filósofo Tiganá Santana e realização do Museu da Língua Portuguesa, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo. A mostra abre ao público no dia 24 de maio e fica em cartaz até janeiro de 2025.
A exposição conta com patrocínio máster da Petrobras, patrocínio da CCR, do Instituto Cultural Vale, e da John Deere Brasil; e apoio do Itaú Unibanco, do Grupo Ultra e da CAIXA.
Línguas dos habitantes de terras da África Subsaariana, como o iorubá, eve-fom e as do grupo bantu, têm participação decisiva na configuração do português falado no Brasil, seja em seu vocabulário ou na maneira de pronunciar as palavras e de entoar as frases, mesmo que esta estruturação não seja do conhecimento dos falantes. Trata-se de uma história e de uma realidade legadas por cerca de 4,8 milhões de pessoas africanas trazidas de forma violenta ao país entre os séculos 16 e 19, durante o período do regime escravocrata. Além da língua, essa presença pode ser sentida em outras manifestações culturais, como a música, a arquitetura, as festas populares e rituais religiosos.
“Ao mesmo tempo que a gente quer mostrar ao público que falamos uma série de expressões e estruturas que remontam a línguas negro-africanas, também desejamos revelar de que maneira isso acontece. Por que falamos caçula e não benjamim? Por que dizemos cochilar e não dormitar? Essas palavras fazem parte de nosso vocabulário, da nossa vida, do nosso modo de pensar”, afirma Santana.
A exposição Línguas africanas que fazem o Brasil recebe o público com 15 palavras oriundas de línguas africanas impressas em estruturas ovais de madeira penduradas pela sala. Serão destacadas palavras como bunda, xingar, marimbondo, dendê, canjica, minhoca e caçula. O público também poderá ouvi-las nas vozes de pessoas que residem no território da Estação da Luz, onde o Museu está localizado.
Outro destaque no espaço é a obra do artista plástico baiano J. Cunha – um tecido estampado com os dizeres “Civilizações Bantu” que vestiu o tradicional Ilê Aiyê, primeiro bloco afro do Brasil, no Carnaval de 1996. Além disso, cerca de 20 mil búzios também estarão suspensos e distribuídos pelo ambiente. Na tradição afro-brasileira, as conchas são usadas em práticas divinatórias e funcionam como linguagem que conecta o mundo físico e espiritual.
“Os búzios estão presentes nos espaços afro-religiosos no Brasil que foram, não os exclusivos, mas os principais núcleos de preservação e reinvenção das línguas africanas do Brasil. A partir deles, as presenças negras se irradiaram para outras dimensões da cultura popular brasileira”, diz Santana.
Ainda na entrada da exposição, o público avistará vários adinkras espalhados pelas paredes. Trata-se de símbolos utilizados como sistema de escrita pelo povo Ashanti, que habita países como Costa do Marfim, Gana e Togo, na África. Eles podem representar desde diferentes elementos da cultura até sentenças proverbiais inteiras em um único ideograma. Evidenciando a presença desse povo como parte da diáspora africana, é possível encontrar, em diversas regiões do Brasil, gradis de residências e outras construções arquitetônicas adornados com alguns dos mais de 80 símbolos dos adinkras.
Fazem parte da exposição duas videoinstalações da relevante artista visual fluminense Aline Motta. Na obra Corpo Celeste III, emprestada pela Pinacoteca de São Paulo e projetada no chão em larga escala, a artista destaca formas milenares de grafias centro-africanas, especificamente as do povo bakongo, presente em territórios como o angolano. Este trabalho foi desenvolvido com o historiador Rafael Galante. Já em Corpo Celeste V, criada exclusivamente para o Museu da Língua Portuguesa, quatro provérbios em quicongo, umbundo, iorubá e quimbundo, traduzidos para o português, serão exibidos em movimento nas paredes e em diálogo com Corpo Celeste III.
Um dos principais nomes da nova geração da escultura no país, a baiana Rebeca Carapiá assina obras de arte criadas em diálogo com frequências e grafias afrocentradas, a partir de seu trabalho com metais.
A exposição também mostra como canções populares no Brasil foram criadas a partir da integração entre línguas africanas e o português, como Escravos de Jó e Abre a roda, tindolelê. O “jó”, da faixa Escravos de Jó, advém das línguas quimbundo e umbundo e quer dizer “casa”, “escravos de casa”. “Escravizados ladinos, crioulos e mulheres negras, que realizavam trabalho doméstico e falavam tanto o português de seus senhores quanto a língua dos que realizavam trabalhos externos, foram a ponte para a africanização do português e para o aportuguesamento dos africanos no sentido linguístico e cultural”, diz Tiganá Santana com base nas pesquisas da professora Yeda Pessoa de Castro.
Além dos búzios, a mostra explora outras linguagens não-verbais advindas das culturas africanas ou afro-diaspóricas. Entre elas, os cabelos trançados, que, durante o período de escravidão no Brasil, serviam como mapas de rotas de fugas. E de turbantes, cujas diferentes amarrações indicam posição hierárquica dentro do candomblé. Há ainda dois trabalhos da designer Goya Lopes, cujas principais referências são as capulanas, os panos coloridos usados por mulheres em Moçambique. Tais trabalhos enfatizam uma articulação significativa com a língua iorubá.
Outro exemplo da linguagem não-verbal são os tambores, que compõem uma cenografia constituída por uma projeção criada por Aline Motta, com imagens do mar e trechos do texto Racismo e Sexismo na Cultura Brasileira, de Lélia Gonzalez, uma das principais intelectuais do Brasil, referência nos estudos e debates de gênero, raça e classe. Nestes trechos, verifica-se o uso da expressão pretuguês cunhada pela intelectual. Por fim, ainda nessa cena, é importante ressaltar a presença de esculturas da Rebeca Carapiá, conversando com as frequências dos tambores.
Numa sala de cinema interativa, o visitante será surpreendido com uma projeção de imagens ao enunciar palavras de origem africana como axé, afoxé, zumbi e acarajé.
O público terá acesso a uma série de registros de manifestações culturais afro-brasileiras e de conteúdos sobre as línguas africanas e sua presença no português do Brasil. Há performance da cantora Clementina de Jesus, imagens da Missão de Pesquisas Folclóricas idealizada por Mário de Andrade, entrevistas com pesquisadores como Félix Ayoh’Omidire, Margarida Petter e Laura Álvarez López, além de gravações de apresentações do bloco Ilú Obá De Min e da Orkestra Rumpilezz, e o vídeo Encomendador de Almas, de Eustáquio Neves, que retrata o senhor Crispim, da comunidade quilombola do Ausente ou do Córrego do Ausente, na região do Vale do Jequitinhonha.
Tudo isso em meio a sons de canções rituais e narrativas em iorubá, fom, quimbundo e quicongo, captados pelo linguista norte-americano Lorenzo Dow Turner nos anos de 1940 na Bahia e cedidos pela Universidade de Indiana, nos Estados Unidos. Será possível, ainda, assistir aos filmes sobre o Quilombo Cafundó: um que já existia há mais de 40 anos e outro que foi concebido para a exposição, versando sobre a língua cupópia de modo mais enfático.
Serviço
Exposição | Línguas africanas que fazem o Brasil
De 24 de maio a 18 de janeiro de 2025
Terça a domingo, das 9h às 16h30 (permanência permitida até 18h)
Período
24 de maio de 2024 09:00 - 18 de janeiro de 2025 16:30(GMT-03:00)
Local
Museu da Língua Portuguesa
Praça da Luz, s/nº Centro, São Paulo - SP
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O circuito cultural da Av. Paulista, em São Paulo, volta a contar com um importante espaço de exposições. Fechada por um período de 18 meses para reformas estruturais e
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O circuito cultural da Av. Paulista, em São Paulo, volta a contar com um importante espaço de exposições. Fechada por um período de 18 meses para reformas estruturais e melhorias técnicas, a Galeria de Arte do Centro Cultural Fiesp será reinaugurada no final de julho de 2024.
O espaço expositivo de 850m2 – que integra o complexo de artes cênicas e visuais, audiovisual, música, literatura e tecnologia do SESI-SP – apresenta “outros navios: uma coleção afro-atlântica”, com período expositivo que vai de 24 de julho de 2024 a 16 de fevereiro de 2025. A mostra inédita permitirá que o grande público visitante do local conheça a rica e diversificada coleção de artes africana e afro-brasileira do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE/USP).
O acervo começou a ser formado no final da década de 1960 (época em que os movimentos de independência das ex-colônias em África se consolidavam), por meio de doações ou compras encomendadas pela universidade. Marianno Carneiro da Cunha (1926-1980), então professor do MAE/USP, foi um dos principais nomes à frente do projeto institucional e científico da construção da coleção.
Arqueólogo especialista em Médio Oriente, ele lecionou entre 1974 e 1976 em Ifé, na Nigéria, lugar sagrado para os iorubá, ficando incumbido de adquirir peças para o MAE. Com olhar antropológico e educativo, Marianno se preocupou em também trazer para o Brasil moldes, mostrando interesse não apenas pelo objeto artístico, mas também pela técnica de diferentes culturas da África central e ocidental.
O trio de curadores da mostra, Carla Gibertoni Carneiro, Renato Araújo da Silva e Rosa C. R. Vieira, apontam que essas duas regiões africanas estão conectadas ao Brasil por séculos de circuitos transatlânticos. Eles trouxeram até nosso litoral inúmeros navios de violência, mas também trouxeram outros navios, que nos permitem mergulhar por histórias alternativas e criar novos significados para as centenas de objetos selecionados para a exposição.
OUTROS NAVIOS: NÚCLEOS TEMÁTICOS
Aberta à visitação gratuita até 16 de fevereiro de 2025, a exposição que reabre a Galeria de Arte apresentará mais de 300 peças africanas e afro-brasileiras, muitas nunca antes exibidas ao público, que estarão divididas em sete núcleos temáticos.
A visita começa por “Dentro das águas”, onde poderão ser vistos objetos relacionados ao culto de Iemanjá e Oxum, orixás dos mares e das águas doces, como coroa, pulseira, leque (abebê) e espelho.
Em “Bagagens afro-atlânticas” também estão diversas peças ligadas a religiões de matrizes africanas: arco e flecha de Oxóssi, estatuetas de Exu, bastão (opaxoro) de Oxalá, machado (oxê) de Xangô, além de elementos de altar e instrumentos musicais.
No núcleo “De São Paulo a Ifé”, os visitantes encontrarão obras variadas dos iorubá, vindos especialmente da Nigéria e Benim. Há itens do dia a dia, como baú, pilão, enxada e colher, além de um conjunto de máscaras esculpidas em madeira e pintadas e pares de estatuetas de ibeji, que estão ligadas à gemealidade entre os povos iorubá.
O termo “bantu” designa genericamente toda uma gama de culturas da África Central, de países como República Democrática do Congo e Angola. Eles estarão representados no núcleo “Bantu, das terras centrais”, que traz peças como esteiras de ráfia (palha) em diferentes formatos, taças cerimoniais e um recipiente para leite com tampa decorado com conchas (cauris).
Em “Ventos no oeste africano” estão reunidos objetos de países como Gana, Mali e Costa do Marfim, incluindo um dos maiores itens da exposição, uma porta celeiro dogon. Há conjuntos de vestimentas, pentes do tipo garfo, figuras em bronze e uma balança para pesar pó de ouro, junto de um peso em formado de escorpião usado na pesagem.
“Técnicas” destaca os materiais utilizados nas diferentes etapas da técnica da cera perdida, técnica milenar que esculpe peças de liga metálica por moldagem, além de apresentar um conjunto de enxós e permitir ao visitante conhecer o processo de elaboração de uma máscara Gueledé.
O último núcleo, “Joias e tudo que reluz”, é também o mais notável da exposição, já que a coleção de joias africanas do MAE/USP é uma das mais expressivas do mundo. São diversos exemplares de pulseiras, tornozeleiras, colares, anéis e brincos, em materiais como vidro, bronze e marfim.
Há ainda uma seção especial que reúne obras de artistas contemporâneos negros brasileiros. São onze obras, em diferentes técnicas e suportes, de Denis Moreira, Denise Camargo, Guto Oca, Larissa de Souza e Renan Teles, que mostram que uma coleção não é fixa e pode ser recomposta para apontar outros navios à vista.
Serviço
Exposição | outros navios: uma coleção afro-atlântica
De 24 de julho de 2024 a 16 de fevereiro
Terça a domingo, das 10h às 20h
Período
24 de julho de 2024 10:00 - 16 de fevereiro de 2025 20:00(GMT-03:00)
Local
Centro Cultural Fiesp
Avenida Paulista, 1313 - São Paulo - SP
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A mostra Ofício: Barro: Gabriella Marinho – Argila-Griô reúne, no Sesc Pompeia, 25 trabalhos, cerca de metade deles inéditos, criados a partir de 2017 pela artista visual, educadora e
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A mostra Ofício: Barro: Gabriella Marinho – Argila-Griô reúne, no Sesc Pompeia, 25 trabalhos, cerca de metade deles inéditos, criados a partir de 2017 pela artista visual, educadora e pesquisadora que, em suas esculturas e instalações, reflete sobre corporeidade e subjetividade, explorando tanto as relações entre as peças e o espaço, quanto a plasticidade pictórica que a pintura oferece sobre esse material.
Desde sua criação em 2019, o projeto Ofício, desenvolvido no Galpão das Oficinas de Criatividade do Sesc Pompeia, tem se destacado como um espaço inovador para a exploração e valorização de diversas formas de expressão artística. A edição de 2024, intitulada Ofício: Barro, celebra a argila como um material fundamental na criação de utensílios e obras de arte que moldaram culturas milenares, desde a Mesopotâmia até o Egito Antigo. A modelagem do barro não só preserva tradições ancestrais, mas também se revela uma poderosa ferramenta para expressar reflexões e sensibilidades contemporâneas.
Gabriella Marinho, com sua participação no projeto Ofício, destaca a importância da arte em argila não apenas como forma de expressão, mas também como meio educativo e transformador. Primeira individual da artista fluminense em São Paulo, Argila-Griô demonstra como a argila pode ser utilizada para revisitar e reinterpretar narrativas, oferecendo novas perspectivas sobre questões de identidade e memória.
No espaço expográfico de Ofício: Barro: Argila-Griô, Gabriella Marinho e a curadora, Renata Felinto, estabelecem cinco eixos temáticos: Território; Corpo; Ritual; Memória; e Transformação. Reunindo pinturas, esculturas, mosaicos, fotografias e uma videoperformance, o conjunto de obras expostas, que envolve técnicas mistas como artes gráficas, tapeçaria, cerâmica, gravura, maquetes e marcenarias, é composto de trabalhos individuais e representativos de séries como Caminhos, Maré Mexida, Pedras, Declive, Cobogó, Porcelana e Acordelar. Dentre as obras que serão apresentadas na mostra, uma delas será desenvolvida em colaboração com a artista e a equipe de Ação Educativa da exposição.
Serviço
Exposição | Ofício: Barro: Gabriella Marinho – Argila-Griô
De 13 de agosto a 08 de dezembro
Terça a sexta, das 10h às 21h, sábado, domingos e feriados, das 10h às 18h. Grátis. Livre
Período
13 de agosto de 2024 10:00 - 8 de dezembro de 2024 21:00(GMT-03:00)
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No centenário de nascimento de Paulo Vanzolini (1924 – 2013), compositor brasileiro responsável por clássicos como Ronda e Volta Por Cima, o Sesc São Paulo apresenta uma imersão na vida do
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No centenário de nascimento de Paulo Vanzolini (1924 – 2013), compositor brasileiro responsável por clássicos como Ronda e Volta Por Cima, o Sesc São Paulo apresenta uma imersão na vida do artista, revelando não apenas sua faceta musical, mas também a trajetória do zoólogo de renome internacional. A exposição 100 anos de Paulo Vanzolini, o cientista boêmio ocupa o Sesc Ipiranga a partir de 28 de agosto de 2024, e segue em cartaz até 16 de março de 2025. Idealizada pelos filhos do cientista, o diretor de arte e cineasta Toni Vanzolini e a psicóloga Maria Eugênia Vanzolini, a mostra conta com curadoria de Daniela Thomas, reconhecida cenógrafa, cineasta e diretora teatral.
“A data simbólica do centenário de Paulo Emilio Vanzolini, nosso pai, nos motivou a pensar uma exposição que mostrasse um pouco da pluralidade desse brasileiro que ouviu, traduziu, pesquisou, escreveu, cantou e pensou um Brasil bom, diverso e inclusivo. Que sempre valorizou o conhecimento e a arte, fazendo de ambas seu maior legado. O universo desse personagem interessado e interessante, ‘cientista boêmio’, como bem o definiu Antonio Candido, é o que queremos mostrar nessa exposição”, antecipa Toni Vanzolini.
Sem perder de vista o lado boêmio e artístico do homenageado, a exposição revisita as expedições científicas e as contribuições para a ciência empreendidas como herpetólogo, especializado no estudo de répteis e anfíbios. O Sesc Ipiranga como espaço para a exposição possui um simbolismo especial: a proximidade com o Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZUSP), onde Paulo Vanzolini trabalhou por cinco décadas – três destas, como diretor.
“Algumas figuras são incontornáveis na história de uma cidade, de um país. Algumas chegam a ser incontornáveis até no planeta. É o caso do nosso homenageado nessa exposição, Paulo Vanzolini, que completaria 100 anos este ano e que passou a maior parte da sua vida aqui do lado do Sesc Ipiranga, dirigindo o Museu de Zoologia da USP, sua casa. Ou uma de suas casas, já que se sentia perfeitamente integrado à paisagem numa picada na floresta, no seu laboratório ou no boteco, entre músicos ou entre os maiores intelectuais da sua época”, destaca Daniela Thomas. “Homem ímpar, de uma inteligência sobrenatural, uma inventividade que produziu versos inesquecíveis como ‘reconhece a queda e não desanima, levanta, sacode a poeira, dá a volta por cima’ e teorias revolucionárias na zoologia, e de uma determinação quase autoritária, características que fizeram dele essa potência realizadora que celebramos agora”.
Em parceria com o Museu de Zoologia da USP, a exposição exibe ao público 51 exemplares conservados de espécies animais identificadas e catalogadas por Vanzolini. Esses espécimes, emprestados pelo Museu ao Sesc, estão em destaque em uma sala que recria um laboratório de zoologia.
Cinco salas temáticas revelam a trajetória multifacetada de Vanzolini, abrangendo mais de meio século de pesquisa. A exposição destaca suas célebres expedições amazônicas e as conexões entre arte e ciência que ele promoveu. Documentos, fotografias e vídeos oferecem um vislumbre dos bastidores das descobertas marcantes do “cientista boêmio”, apelido carinhosamente atribuído por Antonio Cândido, sociólogo e crítico literário, no encarte do disco Acerto de Contas de Paulo Vanzolini (2002). Esta compilação apresenta 52 composições do cientista, interpretadas por renomados artistas como Chico Buarque, Paulinho da Viola e Martinho da Vila.
No percurso expositivo, ilustrações de Alice Tassara guiam os visitantes pela trajetória de Vanzolini, em uma cronologia biográfica que destaca aspectos de sua formação acadêmica e seu círculo de amizades com intelectuais, artistas e ícones da música popular brasileira.
O que encontrar na exposição 100 anos de Paulo Vanzolini, o cientista boêmio
Confira a seguir detalhes sobre os espaços que compõem a exposição espalhados pelo Sesc Ipiranga.
Sala Laboratório
O espaço é uma reprodução de um laboratório que retrata o cotidiano do zoólogo, destacando as etapas dos processos de sistematização. Na mesa de trabalho estão dispostos instrumentos como microscópios, além de um painel que elucida aspectos da Teoria dos Refúgios. A sala também reúne as espécies emprestadas pelo Museu de Zoologia da USP, apresentadas em um painel com cubos giratórios que identificam e contextualizam cada uma delas. Ilustrações de Gabriela Dássio complementam o ambiente, enriquecendo a experiência visual dos visitantes.
Sala Expedição Amazônia
Uma instalação sonora e visual imersiva projetada para simular uma caminhada pela floresta amazônica, enriquecida pelas ilustrações de Danilo Zamboni, que capturam a riqueza da biodiversidade do bioma. A experiência busca dimensionar a grandiosidade da fauna e flora amazônicas. Nas paredes do ambiente, o visitante encontra uma variedade de informações detalhadas sobre a biodiversidade da região, dados preocupantes sobre desmatamento e uma reflexão sobre a importância crucial da Amazônia para o equilíbrio do planeta.
Sala A Bordo do Garbe
O espaço convida o público a mergulhar no universo de múltiplos interesses e aventuras de Vanzolini, entrelaçando ciência, arte e cultura.
Aqui, o público pode embarcar em uma das viagens de Vanzolini à floresta amazônica a bordo do barco Garbe – parte da Expedição Permanente à Amazônia (EPA), projeto comandado pelo cientista durante duas décadas. Em 1975, esta expedição cruzou o Rio Madeira, de Manaus a Porto Velho. Entre os tripulantes do Garbe estava o pernambucano José Cláudio da Silva, apresentado a Vanzolini por seu amigo Arnaldo Pedroso d’Horta, artista plástico e jornalista que também o acompanhou em expedições à Amazônia. No decorrer de dois meses de viagem, José Claudio retratou em cem telas a diversidade da fauna e flora amazônicas, bem como a vastidão dos rios e o dia a dia das comunidades ribeirinhas.
Reproduções desses trabalhos, que foram compilados no livro José Claudio da Silva: 100 telas, 60 dias & um diário de viagem – Amazonas, 1975 (Imprensa Oficial, 2009) e hoje integram os acervos do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual de São Paulo, são exibidas na sala. O ambiente também apresenta um extenso painel com o mapa do Rio Madeira, mostrando onde cada uma dessas obras foi criada e oferecendo ao público uma experiência imersiva, que permite “reviver” a expedição.
Sala Boêmia
Afeito à vida noturna, Vanzolini se desenvolveu enquanto compositor em mesas de bares e rodas de samba, criando um método peculiar de escrita musical. Apesar de não dominar nenhum instrumento, ele concebeu a estrutura da maioria de suas mais de 70 canções, contando com o apoio dos amigos Adauto Santos e Luiz Carlos Paraná, violonistas e sócios no histórico bar Jogral, para dar forma às suas melodias e letras com harmonia e ritmo. Além dessas colaborações, Vanzolini deixou sua marca na música ao trabalhar com grandes nomes como Waldir Azevedo, Elton Medeiros, Toquinho, Paulinho Nogueira e Eduardo Gudin.
Essa característica boêmia é reverenciada em uma sala que reproduz a atmosfera da vida noturna. Elementos expositivos incluem rótulos personalizados com nomes de suas composições mais célebres, que podem ser ouvidas pelos visitantes. A cenografia da sala, que conta com balcão, prateleiras e mesas de bar, também destaca os nomes de seus grandes colaboradores em azulejos. Ampliações fotográficas da cidade de São Paulo, capturadas por Thomaz Farkas, entre outros, completam o ambiente, proporcionando uma imersão visual e sonora na história musical de Vanzolini.
Expedições terrestres
O pesquisador encontrou nas expedições científicas do século XIX inspiração para suas próprias viagens de campo pelo Brasil, onde explorou a fauna e flora dos diversos biomas nacionais. Para ele, esses ambientes naturais eram seu verdadeiro local de trabalho. As viagens eram realizadas a bordo de uma Kombi, percorrendo territórios diversos. Como não dirigia, sua filha Mariana frequentemente assumia a direção, ou então Francisca do Val, conhecida como Chica, que além de zoóloga, era ilustradora e documentava os trajetos cotidianos. Para revelar os bastidores dessas expedições, uma Kombi cenográfica será montada no acesso ao Sesc Ipiranga próximo ao Parque Independência e ao Museu do Ipiranga. Esta instalação reúne fotografias e diários, proporcionando aos visitantes uma imersão nas jornadas e descobertas de Vanzolini.
Sala Paulo por Paulo
Devido à sua intensa imersão na cultura e às suas inúmeras experiências, resultado das viagens por todo o Brasil, Vanzolini acumulava uma coleção de histórias e era um exímio contador de causos. Nesta sala, que reúne depoimentos em vídeo, frases emblemáticas e excertos de entrevistas documentadas ao longo de décadas, o público pode se aproximar de Vanzolini, explorando seu legado pessoal e intelectual de forma envolvente.
Do Butantan para o mundo: sobre Paulo Vanzolini
Paulo Emílio Vanzolini nasceu em São Paulo em 25 de abril de 1924. Aos 10 anos de idade, em um passeio ao Instituto Butantan, encantado pelas cobras e lagartos, decidiu que dedicaria sua vida ao estudo dos répteis e anfíbios, na especialidade de herpetologia. Após formar-se em Medicina pela Universidade de São Paulo (USP) em 1947, fez doutorado em Zoologia na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, entre 1949 e 1951.
De volta ao Brasil, aplicou suas inovadoras visões no Museu de Zoologia da USP, organizando conjuntos de animais conservados para pesquisa a partir de técnicas aprendidas em Harvard, tornando a coleção do museu paulistano uma das mais importantes dentro e fora do Brasil e aumentando o catálogo de Herpetologia da instituição de 1.200 para mais de 220 mil exemplares. Reflexo de sua imprescindível contribuição, 15 espécies animais foram nomeadas em sua homenagem, como o lagarto Vanzosaura savanicola e a serpente Lygophis vanzolini.
Ao papel de gestor, somou-se o de professor de pós-graduação da USP e o de cofundador da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Vanzolini ainda obteve reconhecimento internacional ao formular a Teoria dos Refúgios, uma hipótese para explicar a biodiversidade amazônica elaborada em meio a suas diversas expedições científicas e a partir de estudos realizados com o geomorfologista brasileiro Aziz Ab’Saber, e em conjunto com o herpetólogo americano Ernest Williams.
Ao longo de mais de 20 anos, durante as décadas de 1960 e 1970, o cientista comandou a Expedição Permanente à Amazônia – EPA, realizada a bordo do barco Garbe e financiada pela FAPESP. Nestas empreitadas, Vanzolini estabeleceu colaborações que resultaram em contribuições significativas não apenas para a ciência, mas também para as artes visuais. Um exemplo é sua parceria com o pintor José Claudio da Silva, com quem compartilhou uma destas expedições, em 1975.
A proximidade com artistas plásticos estimulou colaborações instigantes. Como exemplo, o zoólogo escreveu textos para os livros de Gerda Brentani e convidou Aldemir Martins para ilustrar seu Tempos de Cabo, um relato breve de sua passagem pelo Exército na segunda metade da década de 1940, época em que, aos 21 anos, compôs seu clássico Ronda.
Lançado pelo selo Fermata em 1967, o álbum de estreia de Vanzolini, Onze Sambas e Uma Capoeira, teve a capa assinada por Luís d’Horta. Pai de Luís, Arnaldo Pedroso d’Horta não só foi estopim para a criação da música Capoeira do Arnaldo, como se inspirou no trabalho de Vanzolini para produzir a série de gravuras Esqueletos de Animais. Essas conexões destacam como Vanzolini viveu uma vida profundamente entrelaçada com as artes e a cultura. Seus interesses e curiosidade se estendiam além de seu campo imediato, abrangendo diversas formas de expressão.
Paulo Vanzolini faleceu em 2013, três dias após completar 89 anos.
Serviço
Exposição | 100 anos de Paulo Vanzolini, o cientista boêmio
De 29 de agosto de 2024 a 16 de março de 2025
Terça a sexta, das 9h às 21h30. Sábados, das 10h às 20h. Domingos e feriados, das 10h às 18h30
Período
29 de agosto de 2024 09:00 - 16 de março de 2025 21:30(GMT-03:00)
Local
Sesc Ipiranga
R. Bom Pastor, 822 - Ipiranga, São Paulo - SP
Detalhes
Desenvolvida em colaboração com a Maison Gacha, em Paris, e com a Fondation Jean-Félicien Gacha, Cameroun, a mostra apresenta 129 peças têxteis que buscam estimular novas percepções sobre a África
Detalhes
Desenvolvida em colaboração com a Maison Gacha, em Paris, e com a Fondation Jean-Félicien Gacha, Cameroun, a mostra apresenta 129 peças têxteis que buscam estimular novas percepções sobre a África no público brasileiro, a partir de um olhar diverso para um continente povoado de saberes, tradições e contribuições artísticas.
É a primeira vez que um conjunto tão importante de obras é mostrado ao público brasileiro, ainda muito acostumado a associar o têxtil africano às estampas coloridas de produção industrial.
Na mostra, visitantes podem entrar em contato com obras que resultam de um conjunto de saberes artesanais ancestrais, peças cujo processo de produção pode levar semanas, até meses.
A exposição nasceu a partir de uma pesquisa sobre tecnologias têxteis ancestrais e transmissão de saberes tradicionais de África. Os curadores Renato Menezes e Danilo Lovisi visitaram diferentes regiões do Cameroun para dialogar com lideranças e autoridades locais, instituições e artesãos. Os objetos apresentados, em sua maioria vindos do acervo da instituição franco-camaronesa, são produzidos com materiais diversos e funções múltiplas, e nos permitem conhecer ritos e cosmogonias de diversos povos da África.
NÚCLEOS
Na primeira sala, “Geometria animal”, visitantes são recepcionados por um conjunto excepcional de mais de vinte máscaras-elefante de diferentes tamanhos, todas bordadas com contas de vidro multicoloridas.
No segundo núcleo, “O azul vegetal”, são expostas uma diversidade de tecidos tingidos de índigo por meio de diferentes técnicas. No terceiro núcleo, “A tecnologia da linguagem”, é apresentado um diálogo entre os kenté e os ewe, tecido real utilizado entre os Ashanti e os Ewe.
O quarto núcleo, “A rota das miçangas”, apresenta um conjunto de peças têxteis e esculturas que têm em comum seu uso como suporte para a criação de símbolos com contas de vidro multicoloridas.
Na sala seguinte, o núcleo “Opacidade e transparência” busca criar um diálogo entre um conjunto denominado “veludos kassai”, peças produzidas pelos Shoowa, povo pertencente à província de Kassai, na República Democrática do congo, e véus de seda melhfa, produzidos na Mauritânia.
No sexto núcleo, “A dança das formas”, tecidos instalados no centro da sala dão um sentido de coreografia aos diversos tecidos produzidos pelos Kuba. O sétimo núcleo, “Tintas da terra”, conclui o percurso apresentando um conjunto de tecidos Bògólan, produzidos no Mali com uma mistura de lama e ervas.
Serviço
Exposição | Entre a cabeça e a terra: arte têxtil tradicional africana
De 31 de agosto a 02 de fevereiro
Quarta a segunda, das 10h às 18h, quintas estendidas das 10h às 20h (entrada gratuita a partir das 18h)
Período
31 de agosto de 2024 10:00 - 2 de fevereiro de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
Pina Luz
Praça da Luz, 2, Bom Retiro, São Paulo — SP
Detalhes
Em “Terceiro Mundo – a dimensão descoberta”, a galeria expositiva do edifício Pina Contemporânea se transforma no universo imersivo criado pelo artista Gabriel Massan, com suas esculturas, desníveis e texturas
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Em “Terceiro Mundo – a dimensão descoberta”, a galeria expositiva do edifício Pina Contemporânea se transforma no universo imersivo criado pelo artista Gabriel Massan, com suas esculturas, desníveis e texturas que remetem à experiência de dentro das telas.
“Terceiro Mundo – a dimensão descoberta”, projeto desenvolvido em colaboração com a Serpentine Galleries, é uma exposição imersiva concebida a partir de uma perspectiva decolonial, de teorias queer e de estratégias descentralizadas em tecnologia. No projeto, o artista Gabriel Massan constrói um jogo de videogame ambientado em um universo fantástico que, a partir de uma narração colaborativa de história, desafia o conceito colonial de “exploração” e convoca o público a repensar suas ações no mundo.
Na mostra, visitantes podem escolher entre as quatros estações de jogos para começarem a jornada pelo jogo Terceiro Mundo ou podem permanecer no espaço para assistir a experiência dos jogadores em tempo real, por meio de cinco telas no espaço expositivo – como em canais dedicados a transmissão ao vivo de jogos.
A ESTRUTURA DO JOGO
O primeiro nível do jogo é Igba Tingbo, que em língua iorubá significa “longo prazo”. Caracterizado pelo trabalho da artista e psicóloga clínica Castiel Vitorino Brasileiro, a experiência nessa etapa enfoca o modo como o jogador se relaciona com a “alteridade”. Sòfo, que significa “Vazio” em Iorubá, é o segundo nível para onde os jogadores são enviados como Agente do QG.
Cada nível foi criado em colaboração com artistas e pensadores, que contribuíram na construção de diálogos, textos e narrativas, emprestando inclusive suas vozes aos personagens. Participaram LYZZA, Castiel Vitorino Brasileiro, Novíssimo Edgar e Ventura Profana, estando os três últimos incluídos na programação cultural que acontece no museu no 2º semestre de 2024.
O mundo foi criado em colaboração com o artista e rapper Novíssimo Edgar, a partir da sua vivência em São Paulo, sua cidade natal.
Serviço
Exposição | Gabriel Massan: Terceiro Mundo, a dimensão descoberta
De 31 de agosto a 02 de fevereiro
Quarta a segunda, das 10h às 18h
Período
31 de agosto de 2024 10:00 - 2 de fevereiro de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
Pinacoteca Contemporânea
Av. Tiradentes, 273, Luz, São Paulo - SP
Detalhes
A Pinacoteca exibe o filme Irawo Bori: oferenda para a cabeça cósmica, concebido a partir da apresentação da performance ritualística Irawo Bori no Octógono da Pina Luz — em ocasião
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A Pinacoteca exibe o filme Irawo Bori: oferenda para a cabeça cósmica, concebido a partir da apresentação da performance ritualística Irawo Bori no Octógono da Pina Luz — em ocasião da primeira mostra individual do artista: “Ayrson Heráclito: Yorùbaiano” (em cartaz de abril a agosto de 2022 na Pina Estação).
O filme é dirigido por Ayrson Heráclito em parceria com o cineasta Lula Buarque de Hollanda.
Curadoria de Ana Paula Lopes.
Serviço
Exposição | Irawo Bori: oferenda para a cabeça cósmica
De 31 de agosto a 02 de fevereiro
Quarta a segunda, das 10h às 18h. Quintas-feiras com horário estendido B3 na Pina Luz, das 10h às 20h (gratuito a partir das 18h).
Período
31 de agosto de 2024 10:00 - 2 de fevereiro de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
Pina Luz
Praça da Luz, 2, Bom Retiro, São Paulo — SP
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O Memorial da Resistência de São Paulo, museu da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, apresenta no dia 7 de setembro de 2024, às
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O Memorial da Resistência de São Paulo, museu da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, apresenta no dia 7 de setembro de 2024, às 11h, a abertura de duas exposições concomitantes: Uma Vertigem Visionária – Brasil: Nunca Mais e Memória argentina para o mundo: o Centro Clandestino ESMA.
A mostra argentina é uma itinerância realizada pelo Museu Sítio de Memória ESMA – Ex-Centro Clandestino de Detenção, Tortura e Extermínio, em Buenos Aires e explora a história do edifício, desde a ocupação pelas Forças Armadas durante a última ditadura argentina (1976–1983) até seu reconhecimento como Patrimônio Imaterial da UNESCO, em 2023. As violações de direitos humanos cometidas contra mulheres no período também são revisitadas a partir dos testemunhos das sobreviventes.
Em paralelo, com curadoria do pesquisador e professor Diego Matos, a exposição Uma Vertigem Visionária – Brasil: Nunca Mais é dedicada à memória do projeto homônimo, responsável pela mais ampla pesquisa já realizada pela sociedade civil sobre a tortura no Brasil durante a Ditadura Civil-Militar (1964–1985).
Com as duas mostras, o Memorial explora as últimas ditaduras brasileira e argentina ao apresentar diferentes processos de luta e resistência protagonizados em ambos os países latino-americanos. A partir da história oral, coloca ambas as exposições em diálogo para a construção de uma memória coletiva sobre os períodos de repressão.
A abertura contará com a presença de Mayki Gorosito, diretora técnica do Museu Sítio de Memória ESMA, e do curador Diego Matos.
Uma Vertigem Visionária – Brasil: Nunca Mais
Em 400m², a mostra resgata a memória do projeto Brasil: Nunca Mais, empreendida entre 1979 e 1985. A iniciativa foi responsável por sistematizar e produzir cópias, clandestinamente, de mais de 1 milhão de páginas contidas em 707 processos do Superior Tribunal Militar (STM), revelando a extensão da repressão política do Brasil no período.
A história do projeto e seus desdobramentos é apresentada junto a testemunhos de advogados, jornalistas e defensores de direitos humanos envolvidos no projeto, que, por anos, tiveram seus nomes mantidos no anonimato: Paulo Vannuchi, Anivaldo Padilha, Ricardo Kotscho, Frei Betto, Carlos Lichtsztejn, Leda Corazza, Petrônio Pereira de Souza e Luiz Eduardo Greenhalgh.
O arquivo de 707 processos judiciais expõe os depoimentos de presos políticos sobre as ações de repressão, vigilância, perseguição e tortura do aparato estatal. As cópias desse conteúdo, que por anos foram mantidas em segurança em acervos preservados na Suíça e nos EUA, tiveram repatriamento e retornaram ao Brasil em 2011, onde atualmente encontram-se sob salvaguarda do Arquivo Edgard Leuenroth/Unicamp, em Campinas.
O projeto teve apoio do Conselho Mundial de Igrejas e da Arquidiocese de São Paulo, com participação de Dom Paulo Evaristo Arns (1921–2016), arcebispo de São Paulo, e do Rev. James Wright (1927-1999), da Missão Presbiteriana do Brasil Central.
Além dos arquivos do projeto Brasil: Nunca Mais, a exposição apresenta obras da Coleção Alípio Freire, sob salvaguarda do Memorial da Resistência, realizadas por ex-presos políticos como Artur Scavone, Ângela Rocha, Rita Sipahi, Manoel Cyrillo, Sérgio Ferro, Sérgio Sister e o próprio Alípio Freire, durante a permanência em presídios de São Paulo na Ditadura.
Também compõem a mostra obras de arte de artistas como Carmela Gross, Regina Silveira, Artur Barrio, Antonio Manuel, Rubens Gerchman, Claudio Tozzi e Carlos Zílio, do Acervo da Pinacoteca de São Paulo, e obras externas de Rivane Neuenschwander, Claudio Tozzi, Carlos Zilio. Rafael Pagatini apresentará uma obra comissionada para a exposição, ocupando um mural de 100m² na área externa do museu.
A exposição também lança luz sobre o tempo presente, oferecendo indícios da importância desse debate hoje na perpetuação das permanentes violências do Estado contra suas minorias e populações vulneráveis.
Memória argentina para o mundo: o Centro Clandestino ESMA
O lugar de memória, antiga sede da Escola Superior de Mecânica da Armada (ESMA), foi o maior centro clandestino da última ditadura civil-militar argentina (1976–1983), onde foram detidas ou desaparecidas cerca de 5 mil pessoas, entre militantes políticos, estudantes e artistas.
Com dois eixos principais divididos em 210m², a exposição apresenta a história do edifício junto a depoimentos com diferentes histórias de luta, lançando um olhar sobre o passado e conectando-o ao tempo presente e as reinvindicações por justiça, verdade e reparação.
O núcleo Patrimonio do Nunca Mais contém um vídeo institucional sobre a ESMA e seis painéis com textos e imagens que abordam a história do edifício. Já Ser mulheres na ESMA aborda as violências específicas a quais mulheres sofreram durante seus sequestros e detenções, como a maternidade durante a prisão, a solidariedade entre as presas e os caminhos adotadas para a recuperação física e psicológica das vítimas.
Também compõe o espaço expositivo uma ocupação com fotografias documentais do acervo Memoria Abierta, aliança de organizações argentinas de direitos humanos que promove a memória sobre as violações de direitos no passado recente, ações de resistência e lutas pela verdade e justiça, para refletir sobre o presente e fortalecer a democracia. A fim de apresentar ao público brasileiro a memória visual do período, a ocupação traz registros dos fotógrafos Daniel García, Eduardo Longoni e duas imagens sem autoria definida.
Além de reforçar a importância da história oral, a mostra busca valorizar a preservação e a musealização de lugares de memória difícil – em estreito diálogo com a exposição temporária dedicada ao projeto Brasil: Nunca Mais.
Serviço
Exposições | Uma Vertigem Visionária – Brasil: Nunca Mais e Memória argentina para o mundo: o Centro Clandestino ESMA
De 7 de setembro a 25 de julho de 2025
Terça a domingo das 09h às 20h, última entrada às 19h30
Período
7 de setembro de 2024 09:00 - 25 de julho de 2025 20:00(GMT-03:00)
Local
Memorial da Resistência de São Paulo, museu da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo
Largo General Osório, 66 Santa Ifigênia, São Paulo - SP
Detalhes
José Roberto Aguilar explora a Amazônia com suas dimensões físicas e simbólicas por meio da linguagem da pintura. Suas telas retratam a floresta como uma entidade viva, cheia de cor
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José Roberto Aguilar explora a Amazônia com suas dimensões físicas e simbólicas por meio da linguagem da pintura. Suas telas retratam a floresta como uma entidade viva, cheia de cor e movimento. “Amazônia Vida” discute a relação entre natureza e humanidade, os ciclos da vida, o conceito de tempo e impermanência.
Com curadoria de Fabio Magalhães, a exposição apresenta 31 telas e a instalação “Guardiões das Águas”, no espaço DAN Galeria Interior em Votorantim, espaço que abrange obras de grandes formatos e que funciona como um espaço mediador entre o interior e a capital.
“Tentar categorizar a arte de Aguilar é correr atrás do vento”, escreve o jornalista Leonor Amarante. José Roberto Aguilar entrou na cena artística brasileira no início dos anos 1960, quando foi selecionado para participar com três pinturas na VII Bienal São Paulo. A partir daí integra as mais importantes manifestações artísticas do país. Seus trabalhos e intervenções ao longo de seis décadas vão desde a pintura – passando por videoarte, videoinstalação, performances – à liderança da Banda Performática.
Participou de várias edições da Bienal de Arte de São Paulo e realizou inúmeras exposições individuais e coletivas, no Brasil e no exterior – Japão, Paris, Londres, Estados Unidos e Alemanha. Suas pinturas estão presentes no acervo de museus no Brasil e no exterior (Museu de Arte Moderna – Rio de Janeiro, Museu de Arte Contemporânea – São Paulo, Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museu de Arte Contemporânea – Niterói, Museu de Arte Brasileira -SP, Hara Museum-Japan, Austin Museum of Art-US) e também integram importantes coleções particulares (Gilberto Chateaubriand, João Sattamini, Haron Cohen, Greg Ryan, Joaquim Esteves, Jovelino Mineiro, Miguel Chaia, Roger Wright, Ricardo Akagawa, João Carlos Ferraz entre outros). Em meados nos anos 1990 tornou-se diretor da Casa das Rosas, dinamizando aquele espaço cultural com grandes exposições sobre cultura brasileira (1996-2002) e iniciativas pioneiras com arte e tecnologia. O seu trabalho como gestor cultural fez com que fosse convidado pelo então Ministro da Cultura, Gilberto Gil, para ser o representante do Ministério da Cultura em São Paulo (2004-2007). Atualmente, Aguilar concentra em seu acervo importantes obras e documentos da história da arte e da cultura no Brasil. Compreende quadros, instalações, fotografias, documentos, livros, entre outros.
Para o curador, “Aguilar sempre pintou como um lutador. O embate entre tintas e tela e a coreografia gestual, são atores importantes na construção da sua poética visual. Isto é, o artista desenvolve um verdadeiro corpo a corpo com a tela, numa relação veloz entre pensamento e ação. Basta visitar seu ateliê para perceber que nesses embates pictóricos seus golpes de tinta extravasam, em muito, os limites da tela.”
Desde 2004, o artista se divide entre São Paulo e Alter do Chão, no Pará, onde mantém casa ateliê e uma forte relação com a Floresta Amazônica e a comunidade ribeirinha local.
“O bioma amazônico acende uma nova poética no meu trabalho, onde as forças indomáveis da floresta tropical confrontam a sensibilidade urbana. Em Alter do Chão, mergulho na vastidão do ecossistema amazônico, onde a luz de cada manhã e o matiz de cada pôr do sol revelam a vida oculta da floresta. Aqui, entre as vinhas, os pássaros e a sabedoria dos xamãs, encontro um mundo onde tudo está conectado, onde a vida e a morte dançam em um ciclo contínuo de renovação.” — José Roberto Aguilar
“Como diretora da DAN Galeria Interior, é uma grande honra poder produzir a exposição “Amazônia Vida” de José Roberto Aguilar. Esta exposição, que conta com curadoria de Fabio Magalhães, inaugura a representação do artista pela galeria. O trabalho de Aguilar continua a ser relevante e influente na arte contemporânea assim como seu espírito inovador que deixou uma marca indelével no cenário artístico brasileiro. A curadoria sensível de Magalhães conseguiu comprovar porque Aguilar é uma figura central na história da arte brasileira, atravessando o tempo com mais de cinco décadas de produção artística.” — Cristina Delanhesi
Serviço
Exposição | Amazônia Vida
De 14 de setembro a 14 de janeiro
Segunda a sexta-feira das 10h às 18h e sábados das 10h às 13h
Período
14 de setembro de 2024 10:00 - 14 de janeiro de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
DAN Galeria Interior
Av. Ireno da Silva Venâncio, 199 - Protestantes, Votorantim - SP
Detalhes
A exposição parte da curiosa coleção máscaras mortuárias — moldadas sobre o rosto de pintores como Almeida Júnior e Pedro Alexandrino — para investigar os modos como artistas lidam com
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A exposição parte da curiosa coleção máscaras mortuárias — moldadas sobre o rosto de pintores como Almeida Júnior e Pedro Alexandrino — para investigar os modos como artistas lidam com o tempo e sua experiência. Reunindo cerca de 40 esculturas, que vão do século XII aos dias de hoje, a mostra é uma oportunidade para refletir sobre a linguagem, ver e rever obras fundamentais do acervo da Pinacoteca.
Ao entrar no espaço expositivo, o público se depara com uma escultura medieval do século XII, que representa Cristo crucificado, de autoria desconhecida – além de obras do período barroco no Brasil. Na sequência estão as máscaras mortuárias, além de esculturas de bronze de Brecheret e Liuba Wolf.
Entre elas, há a tentativa de artistas do começo do século XX de representar mulheres e homens negros como “tipos brasileiros”. Até o início da pesquisa para essa exposição, apenas uma dessas esculturas tinha um nome: Maria da Glória (entre 1920 e 1988), de Luiz Morrone. Durante a pesquisa de análise da origem desses títulos, a equipe localizou o nome da modelo para uma escultura de José Cucê, Irina – que passa agora a integrar o título da obra.
O COMEÇO
“A forma do fim” nasce a partir do olhar para o acervo centenário da Pinacoteca, que conta com mais de 13 mil obras. Dessas, quase mil fazem parte da exposição permanente, “Pinacoteca: Acervo”.
Pensando o acervo como uma plataforma para novas pesquisas e aquisições, surge o interesse pela coleção de esculturas presentes na Pinacoteca, na busca de compreender como ela se forma e quais são suas características marcantes que foram desenvolvidas ao longo do tempo. A curadoria buscou perceber essas tendências históricas, organizando seu discurso a partir daquilo que é recorrente no acervo.
OBRAS
Uma das máscaras em “A forma do fim” é a do artista Almeida Júnior, um dos nomes da arte brasileira mais importantes do século XIX, cuja obra é fundadora da coleção da Pinacoteca.
Raízes mortas de natureza e cipó (2015 – 2013), de Advânio Lessa, ressignifica a matéria morta, a transformando em algo vivo através da arte. Dando forma às diferentes dimensões do tempo, esculturas como Bicho – Relógio de sol (1960), de Lygia Clark, Yuxin (2022), de Kássia Borges, Ferramenta de Tempo (2021), de José Adário, e a performance Passagem (1979), de Celeida Tostes, propõem entender a vida e os fazeres da arte de forma cíclica.
As esculturas de Marcia Pastore e Hudinilson Jr. (década de 1980), materializam no espaço membros do corpo ou peças de roupa, registros delicados de suas presenças, que não se impõem como ordenadoras do mundo. O famoso trabalho de Waltercio Caldas, A emoção estética (1977), é uma pista para compreender essa presença e nossa experiência diante da arte: um par de sapatos parece estar a ponto de flutuar diante da forma – uma maneira de estar diante de algo que nos emociona, de compreender nossa comoção por meio do diálogo, investigando a maneira de nos por em relação e, assim, imaginar nosso futuro.
Serviço
Exposição | A forma do fim: esculturas no acervo da Pinacoteca
De 14 de setembro a 04 de maio de 2025
Quarta a segunda, das 10h às 18h
Período
14 de setembro de 2024 10:00 - 4 de maio de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
Pina Estação
Lg. General Osório, 66, São Paulo - SP
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A mostra “Rascunhos” , de Arnaldo Antunes faz parte do projeto Diálogos Contemporâneos – Acervo IAC, que tem como proposta o encontro de processos artísticos que desafiam a percepção espaço-temporal.
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A mostra “Rascunhos” , de Arnaldo Antunes faz parte do projeto Diálogos Contemporâneos – Acervo IAC, que tem como proposta o encontro de processos artísticos que desafiam a percepção espaço-temporal. A curadoria do evento fica por conta de Daniel Rangel – que reúne cerca de 500 itens, entre as obras de Arnaldo Antunes e do acervo.
Os escritos originais de Antunes se tornam o ponto de partida para diálogos visuais, processuais, materiais e temáticos com o acervo documental do IAC. Um conjunto composto por cadernos, anotações, desenhos, colagens, esboços e maquetes de Antonio Dias, Hermelindo Fiaminghi, Iole de Freitas, Luiz Sacilotto, Regina Silveira, Sérgio Camargo e Willys de Castro. A seleção cruzou nomes das artes visuais, da poesia e do design refletindo parte da riqueza do acervo do IAC e ainda a capilaridade da produção de Arnaldo.
“O Arnaldo é um exemplo claro de um grupo de artistas visuais e poetas (que envolvia também músicos e compositores), que produziu um conjunto de obras resultado do encontro de linguagens (poema, música, literatura, design) que ocorreram a partir da década de 1950”, afirma o curador Daniel Rangel, que já trabalhou com o músico em outras quatro ocasiões.
Os trabalhos inéditos são, na sua maioria, realizados em técnica pintura escrita, tendo como o suporte principal o papel, seja ele em sulfite, canson, sulfite off white e folha de moleskine, sendo que alguns tem no seu processo de finalização o computador. A seleção dos “rascunhos” do IAC foi pautada pela similaridade, seja visual, seja rítmica, seja pelo “modus operandi”, seja pela abordagem desses achados. Experimentos, acasos, junções, metodologias, projetos, excessos e vazios compartilhados.
A exposição é uma realização do Instituto de Arte Contemporânea. O educativo é apoiado pelo Instituto Galo da Manhã. As atividades do IAC são amparadas pela Lei Federal de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura, Governo Federal.
.Serviço
Exposição | Rascunhos – Arnaldo Antunes
De 14 de setembro a 07 de dezembro
Terça a sexta-feira, 11h às 17h, e sábados e feriados, 11h às 16h
Período
14 de setembro de 2024 11:00 - 7 de dezembro de 2024 17:00(GMT-03:00)
Local
Instituto de Arte Contemporânea (IAC)
Av. Dr. Arnaldo, 120/126, São Paulo - SP
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O universo onírico da produção artística de Flávia Junqueira ocupa o espaço expositivo do Centro Cultural Fiesp, a partir do dia 18 de setembro, com a mostra intitulada “Extasia”, neologismo
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O universo onírico da produção artística de Flávia Junqueira ocupa o espaço expositivo do Centro Cultural Fiesp, a partir do dia 18 de setembro, com a mostra intitulada “Extasia”, neologismo que mescla o sentimento de êxtase com o delírio da fantasia.
A exposição apresenta desdobramentos da pesquisa da artista, passando pela cenografia, fotografia, escultura e iluminação. Com curadoria de Bianca Coutinho Dias, o público acessa um recorte de obras que percorre os últimos cinco anos de sua produção e que será exposto em conjunto pela primeira vez.
Pautada na criação de narrativas visuais que conectam a infância, o tempo e a memória, Flávia Junqueira faz de Extasia uma grande instalação imersiva, com uma atmosfera de magia e encantamento. “Estou continuamente buscando maneiras de conectar o público com suas próprias experiências emocionais, utilizando a arte como uma ferramenta para explorar esse complexo desejo”, afirma a artista.
A mostra abriga nove fotografias encenadas, sempre com a presença de balões de látex, produzidas dentro e fora do país, em ambientes internos e externos, como parques, teatros, bibliotecas, salas de palácios e monumentos icônicos.
É o caso do Parque Henrique Lage, do Theatro Municipal de Niterói e Real Gabinete Português de Leitura, todos no Rio de Janeiro; do Teatro de Ouro Preto, em Minas Gerais; e de um parque de diversões na cidade paulista de Amparo. Também estão em cena edificações espanholas como o Palacio de Fernan Nuñez, Palacio de Santoña, Liceu Opera Barcelona e Palacio de Linares.
Nesse mergulho sensorial proposto na exposição, os elementos presentes nas fotografias – luzes de parque de diversão, cortinas de teatro, cavalos de carrossel e os próprios balões de látex – se materializam no espaço, ganhando tamanho real e intensificando a sensação nostálgica da infância nos visitantes. É como se estivessem dentro da obra ao mesmo tempo que a observam. “O público não será só espectador da arte, mas também vai estar no meio dela, sentindo o que está na foto para além da imagem fotográfica”, explica.
A inventividade da artista é revelada, ainda, na série Magic Carnival, uma instalação formada por um conjunto de cavalos de carrossel em miniatura. Colocados em cúpulas separadas sobre uma mesa giratória, a obra faz referência a esse brinquedo encontrado nos parques.
Extasia conta também com duas obras audiovisuais. Uma em formato de making of, sobre o processo de criação das fotografias encenadas, concebidas de forma analógica e com técnicas da cenografia teatral. A outra, é um videoarte, que projeta no espaço um carrossel criado pela artista, em uma instalação em Piracicaba (SP).
A gerente executiva de cultura do SESI-SP, Débora Viana, traz a importância de exposições como Extasia integrar a programação do SESI-SP: “Reiteramos o compromisso da nossa instituição em ofertar um ambiente cultural e artístico, proporcionando ao público projetos de qualidade, acesso a obras e ao processo criativo de artistas de diversas origens, e incentivando a reflexão e a experimentação. No SESI-SP, consideramos crucial a formação de novos apreciadores das artes, promovendo a difusão e o acesso à cultura de maneira gratuita. Por isso, concebemos e executamos projetos em uma ampla gama de áreas, convidando o público a mergulhar de cabeça no universo do conhecimento e da expressão artística”.
.Serviço
Exposição | Extasia
De 18 de setembro a 26 de janeiro de 2025
Terça a domingo, das 10h às 20h
Período
18 de setembro de 2024 17:00 - 26 de janeiro de 2025 23:00(GMT-03:00)
Local
Centro Cultural Fiesp
Avenida Paulista, 1313 - São Paulo - SP
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Responsável pelo projeto original do recém-reinaugurado Teatro Cultura Artística, na capital paulista, o urbanista e arquiteto Rino Levi (1901-1965) será homenageado, a partir de 21/09, na Chácara Lane/Museu da Cidade
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Responsável pelo projeto original do recém-reinaugurado Teatro Cultura Artística, na capital paulista, o urbanista e arquiteto Rino Levi (1901-1965) será homenageado, a partir de 21/09, na Chácara Lane/Museu da Cidade de São Paulo (MCSP). Uma exposição apresentará sua obra e importância para a arquitetura moderna brasileira, por meio de fotos, desenhos e maquetes.
Os projetos do Edifício Prudência, dos prédios do Instituto de Arquitetos do Brasil, Banco Sul-Americano e Banco Paulista do Comércio são exemplos do acervo da exposição Rino Levi, história e utopia – destruição, permanência, renovação, com curadoria de Abilio Guerra e Renato Anelli. A mostra ainda revela propostas não construídas para a construção do Viaduto do Chá, Centro Social da USP e um Plano-Piloto para o concurso de Brasília, que seria uma cidade vertical, com megaestruturas de 300m de altura e 400m de comprimento.
Utilizando uma linguagem moderna e arrojada, Levi projetou edifícios habitacionais, escritórios, cinemas, hospitais, indústrias, além de centros administrativos e planos urbanísticos. O arquiteto também desenvolveu trabalhos voltados para a formação na área sobre técnicas construtivas e pré-fabricação.
A diversidade e amplitude da obra do urbanista norteou a divisão da exposição em módulos temáticos. Merece destaque a seção Detalhe e Elemento Arquitetônico, que evidencia sua predisposição por testar novidades. Um dos exemplos está no projeto do edifício Concórdia (1955), em que ele justapôs uma parede de alvenaria com tijolos perfurados a um brise-soleil – elemento arquitetônico que protege da incidência solar – feito com placas curvas de fibrocimento.
Em Síntese das Artes é possível acompanhar a integração entre a arte e a arquitetura na concepção de painéis, paisagens e relevos. No edifício Prudência (1944), Levi usou azulejos para cobrir as torres de escadas e elevadores, garantindo profundidade e relevo às superfícies. Para os trabalhos artísticos costumava selar parceria com nomes importantes como o do paisagista Roberto Burle Marx.
Linha do tempo
A linha do tempo, Atos e Fatos, destaca as principais passagens da vida e da obra de Rino Levi. Começa com o seu nascimento, em 1901, passando por sua formação na Escola Superior de Roma em 1926 e os principais projetos ao longo da carreira. O percurso teminha com a sua morte, em 1965, durante uma expedição botânica ao lado do amigo Burle Marx.
Parte das construções elaboradas pelo urbanista sofreram com a ação do tempo e o desinteresse na conservação por parte da sociedade. Os cinemas Arte Palácio, Ipiranga, Piratininga e Universo se deterioram. A Galeria R. Monteiro, o edifício Plavinil Elclor e o Laboratório Paulista de Biologia ficaram descaracterizados, enquanto a Companhia Jardim de Cafés Finos, os edifícios Columbus e Nicolau Schiesser, desapareceram.
Segundo os curadores, a exposição pretende despertar a curiosidade dos visitantes a respeito desse legado e sugere uma reflexão sobre a importância de valorizar o patrimônio arquitetônico de qualidade, que resiste ao tempo.
A mostra é parte do programa curatorial do Gabinete do Desenho, na Chácara Lane/Museu da Cidade de São Paulo, direcionado ao desenho como elemento preparatório do pensamento criativo para profissionais e estudiosos da arquitetura, do urbanismo e demais interessados na temática.
Serviço
Exposição | Rino Levi, história e utopia – destruição, permanência, renovação
De 21 de setembro a 29 de junho de 2025
Terça a sexta das 10h às 16h, sábado e domingo das 10h às 17h
Período
21 de setembro de 2024 10:00 - 29 de junho de 2025 16:00(GMT-03:00)
Local
Chácara Lane | Museu da Cidade de São Paulo
R. da Consolação, 1024 – Consolação - São Paulo - SP
Detalhes
A exposição Terra de Gigantes convida o público do Sesc Casa Verde a uma imersão em um novo mundo possível e inspiração ao visitante a pensar em uma contemporaneidade e
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A exposição Terra de Gigantes convida o público do Sesc Casa Verde a uma imersão em um novo mundo possível e inspiração ao visitante a pensar em uma contemporaneidade e um porvir afroameríndio. Com concepção e curadoria do artista, editor e pesquisador Daniel Lima, a mostra se desdobra em uma videoinstalação composta por onze cenas, incluindo intervenção poética e ateliê educativo, que exaltam as forças poéticas, simbólicas e mitológicas interseccionais entre as culturas negras e indígenas no Brasil.
Repleta de recursos audiovisuais desenvolvidos especialmente para promover uma vivência interativa, sensorial e singular, a mostra tem como inspiração atrações de parques temáticos como trem-fantasma e labirinto de espelhos. Ao longo do percurso, o espectador é provocado por uma série de projeções geradas a partir de sensores óticos acionados por presença: às vezes gigante, às vezes minúsculo, em um trajeto de luzes e vislumbres fantásticos evocados por personagens, performances, entrevistas e criações visuais.
São protagonistas das cenas 12 artistas, coletivos e lideranças: Katú Mirim, rapper indígena paulista; Davi Kopenawa Yanomami, importante liderança yanomami e autor do livro “Queda do Céu”; Legítima Defesa, coletivo de atores e atrizes negros; Naruna Costa, atriz, cantora e diretora teatral que interpreta o texto “Da Paz”, de Marcelino Freire; Jota Mombaça, artista performática; Jonathan Neguebites, dançarino de passinho carioca; Daiara Tukano e Denilson Baniwa, artistas da cena da arte indígena contemporânea brasileira; a presença musical central de Naná Vasconcelos; cantos gravados por Juçara Marçal e Daiara Tukano, além da intervenção poética de Miró da Muribeca, poeta e performer pernambucano.
“Terra de Gigantes tem como proposição cruzar essas gerações de artistas negros e indígenas para questionar um ideário brasileiro contemporâneo, reivindicando outra imagem de Brasil, não a criada pelo Modernismo a partir da perspectiva branca”, defende Daniel Lima.
Segundo o curador, a exposição nasceu de um processo de pesquisa, autoeducação e investigação sobre o quilombismo que começou há anos, em projetos anteriores capitaneados por ele, como Quilombo Brasil, e a videoinstalação Palavras Cruzadas (2018/19), que deram as bases técnicas e poéticas do projeto atual.
“Terra de Gigantes é uma expressão de questionamentos sobre o momento histórico que vivemos. Um documento vivo de forças que nos constituem como sociedade contemporânea no Brasil. A videoinstalação investe também na representação das forças opressivas que nos cercam como fogo ao redor. Em contraste, posicionamos as linhas de resistências articuladas neste imaginário político-poético”, conclui o curador.
Interação e acessibilidade: saiba mais sobre algumas das obras na exposição
Um dos destaques da exposição, cujo gigantismo simboliza seu título, a intervenção de Davi Kopenawa Yanomami surge projetada em uma escala aumentada em 800%. A partir de excertos de seu livro A Queda do Céu, Kopenawa fala sobre a força de resistência que existe não só em sua figura, mas na cultura do povo yanomami que, simbolicamente, por meio da dança de seus xamãs, garante que o céu permaneça sobre as cabeças e não caia.
A série “Kahpi Hori” da artista indígena Daiara Tukano ganha animação em formato tridimensional em uma sala de imersão visual e sonora. Imerso em um cubo com projeções mapeadas nas paredes e no piso e sonorizado com cantos entoados pela própria artista, o público vivencia um mergulho no universo simbólico de uma das expressões da arte indígena contemporânea brasileira.
Na performance corporal Get Up, Stand Up do Legítima Defesa, os integrantes do coletivo, divididos em três grupos e sem emitir falas, desafiam o público com gestos de afirmação através de projeção que responde à interatividade, criando um jogo de ações e movimentos com o espectador.
Terra de Gigantes conta com recursos de acessibilidade como mapa tátil, legendas em braile, tinta ampliada, audiodescrição, videoguia, audioguia e recursos tecnológicos como o vibroblaster, que transforma o áudio em vibrações sensíveis. A exposição conta também com um ateliê educativo aberto ao público com atividades mediadas e um espaço de leitura.
Serviço
Exposição | Terra de Gigantes
De 21 de setembro a 22 de dezembro
Terças a sextas-feiras, das 10h30 às 18h30, sábados, domingos e feriados, das 10h30 às 17h30
Período
21 de setembro de 2024 10:30 - 22 de dezembro de 2024 18:30(GMT-03:00)
Local
Sesc Casa Verde
Avenida Casa Verde, 327, Casa Verde, São Paulo - SP
Detalhes
Luiz Sacilotto (1924-2003) é um renomado artista brasileiro reconhecido pelo trabalho com a arte abstrata, em particular por obras que exploraram formas, cores, a matemática e a geometria. Nascido em
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Luiz Sacilotto (1924-2003) é um renomado artista brasileiro reconhecido pelo trabalho com a arte abstrata, em particular por obras que exploraram formas, cores, a matemática e a geometria. Nascido em Santo André, na Grande São Paulo, foi um dos pioneiros da arte concreta no Brasil. Nos anos 1970, levou adiante suas experiências ópticas desenvolvidas em meados do século, explorando ainda mais o cinetismo, enquanto acompanhava o que se desenvolvia internacionalmente. Sendo assim, sua obra contemporânea traz desdobramentos da arte abstrata em escala global e aponta para a atualidade que pautava a pesquisa do artista.
Reunindo 113 obras de instituições nacionais e internacionais e coleções particulares, a mostra “Sacilotto contemporâneo: cor, movimento, partilha” integra a programação especial de comemoração do centenário do artista, neste ano de 2024. Dentre elas, pela primeira vez desde que foram incorporadas aos acervos de duas instituições americanas, três obras voltam ao Brasil para compor a exposição, que tem curadoria de Ana Avelar e co-curadoria de Renata Rocco. São elas: Concreção 5730, 1957 e Concreção 5942, 1959, esculturas do Museum of Fine Arts, Houston, parte da The Adolpho Leirner Collection of Brazilian Constructive Art (colecionador brasileiro) — e a escultura Concreção 5941, 1959, proveniente da Cisneros Fontanals Art Foundation e que integra a Ella Fontanals-Cisneros Collection de Miami. A exposição traz ainda obras do MAC USP, Pinacoteca do Estado de SP, MAM -SP, Acervo Itaú e IAC.
“Sacilotto contemporâneo: cor, movimento, partilha” privilegia a produção realizada entre a década de 1970 e o final da vida do artista em 2003, quando ele mergulha na experimentação ótico-cinética aliada à exploração da cor. Para tanto, realiza uma investigação minuciosa aliando o desenho técnico ao desenvolvimento químico dos pigmentos. O artista suspendeu sua produção entre 1965 e 1974, mas seguiu estudando enquanto trabalhava com serralheria. Ao retornar, explora vibrações cromáticas e formais, como desdobramentos da arte concreta que desenvolvia na década de 1950.
As séries chamadas torções, tensões, progressões, giros, são milimetricamente calculadas e executadas. “Sacilotto convida a nos deslocarmos diante das imagens, brincando com as visualidades vibracionais”, escreve Ana Avelar no texto curatorial. Os efeitos são resultados das cores catalogadas em suas diversas tonalidades, testadas e estudadas – muitas delas recuperadas de suas primeiras pinturas. “Observando a coerência de sua obra, olhamos para a aproximação de cores, composições e tempos diversos: gravitam pinturas anteriores sobre as mais recentes, indicando formas e soluções cromáticas pesquisadas desde o início de sua carreira”, completa.
Para Sacilotto, a arte concreta era como um alfabeto que podia ser compartilhado com quem tivesse interesse, bastando, para tanto, realizar estudos. Assim, ele próprio lia e anotava textos de várias áreas do conhecimento (inclusive em outras línguas), sendo fundamentais para dominar os saberes do artista, artesão, operário, químico, matemático e engenheiro que ele aplicava em seus trabalhos.
A exposição “Sacilotto contemporâneo: cor, movimento, partilha” e toda a programação – iniciada em abril – para celebrar o centenário de Sacilotto contou com o apoio da Almeida & Dale, que representa o espólio do artista.
Serviço
Exposição | Sacilotto Contemporâneo: cor, movimento, partilha
De 28 de setembro a 26 de janeiro de 2025
Terça a domingo das 10 às 21 horas – Entrada gratuita
Período
28 de setembro de 2024 10:30 - 26 de janeiro de 2025 18:30(GMT-03:00)
Local
MAC USP
Avenida Pedro Álvares Cabral, 1301 – Ibirapuera - São Paulo - SP
Detalhes
A 38ª edição do Panorama da Arte Brasileira do Museu de Arte Moderna de São Paulo será realizada no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, entre 5
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A 38ª edição do Panorama da Arte Brasileira do Museu de Arte Moderna de São Paulo será realizada no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, entre 5 de outubro de 2024 e 26 de janeiro de 2025, com entrada gratuita. A mudança de local e de data se deve à reforma da marquise do Parque Ibirapuera, onde o MAM está sediado. Projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer e tombada pelo Patrimônio Histórico, a marquise do Parque está passando por uma reforma em toda sua estrutura, e o trecho do MAM deve reabrir ao público no início de 2025.
Segundo Cauê Alves, curador-chefe do MAM,”embora a reforma da marquise do Parque Ibirapuera afete a programação do museu, ela será muito positiva para a cidade. Faz alguns anos que o MAM tem estabelecido parcerias com as instituições do eixo cultural do Parque Ibirapuera, mas realizar o 38º Panorama da Arte Brasileira do MAM no MAC, além de uma aproximação histórica entre as duas instituições, é um momento de integração e soma de esforços em benefício da arte e da cultura de modo geral”.
MAM São Paulo e MAC-USP compartilham de uma mesma origem, apesar de trilharem trajetórias bem distintas. O MAM é estruturado como uma sociedade civil de interesse público, sem fins lucrativos, e o MAC é um museu universitário, gerido pela Universidade de São Paulo. A história que conecta as duas instituições, bem como os projetos realizados em conjunto em diversos momentos, será apresentada ao visitante em uma linha do tempo que abre o espaço expositivo do 38º Panorama.
“É com enorme satisfação que o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo acolhe o 38º Panorama da Arte Contemporânea Brasileira, tradicionalmente realizado pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo. A qualidade do salão fez dele um espaço importantíssimo de fruição, reconhecimento e problematização dos rumos da arte no Brasil nas últimas décadas. Neste momento de interdição temporária da sede do MAM em função das obras de restauro da Marquise do Ibirapuera, o MAC USP não poderia deixar de apoiar a instituição co-irmã, parceira de tantos projetos museológicos, formativos e curatoriais conjuntos. Esta história de colaborações inspirou aliás os dois museus a incluírem na edição 2024 do Panorama uma pequena linha do tempo de seus múltiplos cruzamentos e reciprocidades”, comenta José Tavares Correia de Lira, diretor do MAC-USP.
Serviço
Exposição | 38º Panorama da Arte Brasileira: Mil graus
De 5 de outubro a 26 de janeiro
Terça a domingo, das 10h às 21h
Período
5 de outubro de 2024 10:00 - 26 de janeiro de 2025 21:00(GMT-03:00)
Local
MAC USP
Avenida Pedro Álvares Cabral, 1301 – Ibirapuera - São Paulo - SP
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AnatoMinha – uma odisseia imagética a partir de uma narrativa audiovisual, exposição solo da multiartista e magista paranaense Elisa Riemer, fica em temporada na Galeria Olido com entrada gratuita. A mostra, composta por
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AnatoMinha – uma odisseia imagética a partir de uma narrativa audiovisual, exposição solo da multiartista e magista paranaense Elisa Riemer, fica em temporada na Galeria Olido com entrada gratuita. A mostra, composta por doze obras de proposição audiovisual com tecnologia videomapping, tem curadoria da multi-artista e gestora cultural Luciana Ramin e produção de Vanderlei B. Junior. Todas as obras ficam disponíveis também em audiodescrição.
Com 15 anos de carreira na área publicitária, na área editorial esotérica e nas artes visuais, Elisa é especializada em colagens analógicas e digitais. Alguns dos destaques de sua trajetória são a criação da Nosostras Tarot, o primeiro baralho feminista do Brasil, e a direção, edição e fragmentos de gifcolagem no clipe Que Estrago, da cantora e compositora carioca Letrux (nome artístico de Letícia Novaes). Elisa também foi capista do álbum Estilhaça e diretora de vídeo do clipe Muralha da China – ambos da banda Letuce, projeto anterior de Letícia Novaes.
Nas palavras de Elisa, AnatoMinha é uma cirurgia poética feita sobre telas digitais com uso das técnicas de colagem digital e animação bidimensional, a partir da estética frame by frame. Na exposição, Elisa expõe entranhas lesbo-afetivas a partir do estudo anatômico do corpo feminino cisgênero. A odisseia imagética apresentada é um conjunto de obras feitas em colagem analógica que, nessa nova roupagem, ganham um novo olhar pela perspectiva da tecnologia e da projeção de imagens em movimento.
“AnatoMinha é uma construção narrativa pela decupagem de uma mulher vitruviana, composta por órgãos afetados individualmente pela experiência afetivo-amorosa da artista. É um convite para observação do movimento dos órgãos internos que constroem essa mulher aprofundada no mundo interior sáfico”, completa a artista.
Serviço
Exposições | AnatoMinha – uma odisseia imagética a partir de uma narrativa audiovisual
De 26 de outubro a 15 de dezembro
Terça-feira a sábado, das 13h às 19h
Período
26 de outubro de 2024 13:00 - 15 de dezembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Olido
Av. São João, 473 - Centro Histórico de São Paulo, São Paulo - SP
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Sob o pulsar de veias abertas, a Galeria Raquel Arnaud recebe o projeto “OS VENTOS DO NORTE NÃO MOVEM MOINHOS” da artista Geórgia Kyriakakis. Com texto crítico de Paula Borghi,
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Sob o pulsar de veias abertas, a Galeria Raquel Arnaud recebe o projeto “OS VENTOS DO NORTE NÃO MOVEM MOINHOS” da artista Geórgia Kyriakakis. Com texto crítico de Paula Borghi, a mostra traz obras que suscitam reflexões sobre a cultura, a história e a herança social do processo colonizador na América Latina.
Inspirada pela canção “Sangue Latino”, composta em 1973 por Paulinho Mendonça e João Ricardo, e eternizada pela banda Secos e Molhados, a artista propõe uma visão ampliada da América Latina, que ultrapassa conceitos geográficos e contrapõe a influência cultural norte-americana. “O que chamamos de América Latina é um tipo de regionalização que considera os idiomas falados, os processos históricos de colonização e exploração, as desigualdades sociais e as origens indígenas ancestrais, entre outros fatores. Os ‘ventos do norte’, mencionados na canção, são uma alusão direta às forças imperialistas do norte global, que resultam em opressão e espoliação de recursos naturais e sociais, presentes na história da região. Essas forças ‘não movem moinhos’, promovem o subdesenvolvimento inexorável da América Latina”, explica Geórgia.
Composta por esculturas, desenhos, instalações e ações colaborativas, a exposição ocupa todo o espaço da galeria. No piso térreo estão duas séries de desenhos inspirados na história da cidade de Chuquicamata, no Chile, abandonada devido à poluição do ar e à contaminação causada pela exploração de cobre na região. Na parede principal, a artista apresenta VEIAS ABERTAS, uma extensa faixa de tecidos vermelhos de diferentes formatos e texturas, cobrindo toda a metade inferior da parede. São quase 20 metros de tecidos sobrepostos, dispostos de modo a representar a divisão geográfica entre norte e sul. Esses tecidos trazem recortes de trechos da música Sangue Latino: “minha vida, meus mortos, meus caminhos tortos, meu sangue latino, minha’alma cativa”. Ainda no térreo, outra frase da mesma canção inspira a criação das três esculturas chamadas LANÇA AO ESPAÇO, compostas por 15 lanças de madeira torneada, pontiagudas e encaixadas umas nas outras.
No andar superior, estão expostas ações colaborativas propostas por Kyriakakis em parceria com as artistas Carla Chaim, Aline Langendonck, Isis Gasparini e Vânia Medeiros, desenvolvidas para envolver a participação da equipe da galeria. Exceto Vânia Medeiros, todas as demais artistas, e também a curadora Paula Borghi, foram alunas de Kyriakakis no curso de Artes Visuais da FAAP. O projeto surgiu do desejo da artista de unir sua atuação como artista e professora em uma mesma iniciativa.
Todas as ações estabelecem relações com o tema geral da mostra e foram criadas para uma colaboração inicial com a equipe de trabalho da galeria realizada durante a montagem dos trabalhos. Depois da abertura, o público também poderá interagir com as propostas.
Serviço
Exposição | OS VENTOS DO NORTE NÃO MOVEM MOINHOS
De 7 de novembro a 17 de janeiro 2025
Segunda a sexta, das 11h às 19h, sábado, das 11h às 15h
Período
7 de novembro de 2024 11:00 - 17 de janeiro de 2025 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Raquel Arnaud
Rua Fidalga, 125 – Vila Madalena, São Paulo - SP
janeiro
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O dia a dia do povo brasileiro é atravessado pelas presenças africanas na forma como nos expressamos – seja na entonação, no vocabulário, na pronúncia ou na forma de
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O dia a dia do povo brasileiro é atravessado pelas presenças africanas na forma como nos expressamos – seja na entonação, no vocabulário, na pronúncia ou na forma de construir o pensamento. É sobre essas presenças que trata a exposição temporária Línguas africanas que fazem o Brasil, com curadoria do músico e filósofo Tiganá Santana e realização do Museu da Língua Portuguesa, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo. A mostra abre ao público no dia 24 de maio e fica em cartaz até janeiro de 2025.
A exposição conta com patrocínio máster da Petrobras, patrocínio da CCR, do Instituto Cultural Vale, e da John Deere Brasil; e apoio do Itaú Unibanco, do Grupo Ultra e da CAIXA.
Línguas dos habitantes de terras da África Subsaariana, como o iorubá, eve-fom e as do grupo bantu, têm participação decisiva na configuração do português falado no Brasil, seja em seu vocabulário ou na maneira de pronunciar as palavras e de entoar as frases, mesmo que esta estruturação não seja do conhecimento dos falantes. Trata-se de uma história e de uma realidade legadas por cerca de 4,8 milhões de pessoas africanas trazidas de forma violenta ao país entre os séculos 16 e 19, durante o período do regime escravocrata. Além da língua, essa presença pode ser sentida em outras manifestações culturais, como a música, a arquitetura, as festas populares e rituais religiosos.
“Ao mesmo tempo que a gente quer mostrar ao público que falamos uma série de expressões e estruturas que remontam a línguas negro-africanas, também desejamos revelar de que maneira isso acontece. Por que falamos caçula e não benjamim? Por que dizemos cochilar e não dormitar? Essas palavras fazem parte de nosso vocabulário, da nossa vida, do nosso modo de pensar”, afirma Santana.
A exposição Línguas africanas que fazem o Brasil recebe o público com 15 palavras oriundas de línguas africanas impressas em estruturas ovais de madeira penduradas pela sala. Serão destacadas palavras como bunda, xingar, marimbondo, dendê, canjica, minhoca e caçula. O público também poderá ouvi-las nas vozes de pessoas que residem no território da Estação da Luz, onde o Museu está localizado.
Outro destaque no espaço é a obra do artista plástico baiano J. Cunha – um tecido estampado com os dizeres “Civilizações Bantu” que vestiu o tradicional Ilê Aiyê, primeiro bloco afro do Brasil, no Carnaval de 1996. Além disso, cerca de 20 mil búzios também estarão suspensos e distribuídos pelo ambiente. Na tradição afro-brasileira, as conchas são usadas em práticas divinatórias e funcionam como linguagem que conecta o mundo físico e espiritual.
“Os búzios estão presentes nos espaços afro-religiosos no Brasil que foram, não os exclusivos, mas os principais núcleos de preservação e reinvenção das línguas africanas do Brasil. A partir deles, as presenças negras se irradiaram para outras dimensões da cultura popular brasileira”, diz Santana.
Ainda na entrada da exposição, o público avistará vários adinkras espalhados pelas paredes. Trata-se de símbolos utilizados como sistema de escrita pelo povo Ashanti, que habita países como Costa do Marfim, Gana e Togo, na África. Eles podem representar desde diferentes elementos da cultura até sentenças proverbiais inteiras em um único ideograma. Evidenciando a presença desse povo como parte da diáspora africana, é possível encontrar, em diversas regiões do Brasil, gradis de residências e outras construções arquitetônicas adornados com alguns dos mais de 80 símbolos dos adinkras.
Fazem parte da exposição duas videoinstalações da relevante artista visual fluminense Aline Motta. Na obra Corpo Celeste III, emprestada pela Pinacoteca de São Paulo e projetada no chão em larga escala, a artista destaca formas milenares de grafias centro-africanas, especificamente as do povo bakongo, presente em territórios como o angolano. Este trabalho foi desenvolvido com o historiador Rafael Galante. Já em Corpo Celeste V, criada exclusivamente para o Museu da Língua Portuguesa, quatro provérbios em quicongo, umbundo, iorubá e quimbundo, traduzidos para o português, serão exibidos em movimento nas paredes e em diálogo com Corpo Celeste III.
Um dos principais nomes da nova geração da escultura no país, a baiana Rebeca Carapiá assina obras de arte criadas em diálogo com frequências e grafias afrocentradas, a partir de seu trabalho com metais.
A exposição também mostra como canções populares no Brasil foram criadas a partir da integração entre línguas africanas e o português, como Escravos de Jó e Abre a roda, tindolelê. O “jó”, da faixa Escravos de Jó, advém das línguas quimbundo e umbundo e quer dizer “casa”, “escravos de casa”. “Escravizados ladinos, crioulos e mulheres negras, que realizavam trabalho doméstico e falavam tanto o português de seus senhores quanto a língua dos que realizavam trabalhos externos, foram a ponte para a africanização do português e para o aportuguesamento dos africanos no sentido linguístico e cultural”, diz Tiganá Santana com base nas pesquisas da professora Yeda Pessoa de Castro.
Além dos búzios, a mostra explora outras linguagens não-verbais advindas das culturas africanas ou afro-diaspóricas. Entre elas, os cabelos trançados, que, durante o período de escravidão no Brasil, serviam como mapas de rotas de fugas. E de turbantes, cujas diferentes amarrações indicam posição hierárquica dentro do candomblé. Há ainda dois trabalhos da designer Goya Lopes, cujas principais referências são as capulanas, os panos coloridos usados por mulheres em Moçambique. Tais trabalhos enfatizam uma articulação significativa com a língua iorubá.
Outro exemplo da linguagem não-verbal são os tambores, que compõem uma cenografia constituída por uma projeção criada por Aline Motta, com imagens do mar e trechos do texto Racismo e Sexismo na Cultura Brasileira, de Lélia Gonzalez, uma das principais intelectuais do Brasil, referência nos estudos e debates de gênero, raça e classe. Nestes trechos, verifica-se o uso da expressão pretuguês cunhada pela intelectual. Por fim, ainda nessa cena, é importante ressaltar a presença de esculturas da Rebeca Carapiá, conversando com as frequências dos tambores.
Numa sala de cinema interativa, o visitante será surpreendido com uma projeção de imagens ao enunciar palavras de origem africana como axé, afoxé, zumbi e acarajé.
O público terá acesso a uma série de registros de manifestações culturais afro-brasileiras e de conteúdos sobre as línguas africanas e sua presença no português do Brasil. Há performance da cantora Clementina de Jesus, imagens da Missão de Pesquisas Folclóricas idealizada por Mário de Andrade, entrevistas com pesquisadores como Félix Ayoh’Omidire, Margarida Petter e Laura Álvarez López, além de gravações de apresentações do bloco Ilú Obá De Min e da Orkestra Rumpilezz, e o vídeo Encomendador de Almas, de Eustáquio Neves, que retrata o senhor Crispim, da comunidade quilombola do Ausente ou do Córrego do Ausente, na região do Vale do Jequitinhonha.
Tudo isso em meio a sons de canções rituais e narrativas em iorubá, fom, quimbundo e quicongo, captados pelo linguista norte-americano Lorenzo Dow Turner nos anos de 1940 na Bahia e cedidos pela Universidade de Indiana, nos Estados Unidos. Será possível, ainda, assistir aos filmes sobre o Quilombo Cafundó: um que já existia há mais de 40 anos e outro que foi concebido para a exposição, versando sobre a língua cupópia de modo mais enfático.
Serviço
Exposição | Línguas africanas que fazem o Brasil
De 24 de maio a 18 de janeiro de 2025
Terça a domingo, das 9h às 16h30 (permanência permitida até 18h)
Período
24 de maio de 2024 09:00 - 18 de janeiro de 2025 16:30(GMT-03:00)
Local
Museu da Língua Portuguesa
Praça da Luz, s/nº Centro, São Paulo - SP
Detalhes
O circuito cultural da Av. Paulista, em São Paulo, volta a contar com um importante espaço de exposições. Fechada por um período de 18 meses para reformas estruturais e
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O circuito cultural da Av. Paulista, em São Paulo, volta a contar com um importante espaço de exposições. Fechada por um período de 18 meses para reformas estruturais e melhorias técnicas, a Galeria de Arte do Centro Cultural Fiesp será reinaugurada no final de julho de 2024.
O espaço expositivo de 850m2 – que integra o complexo de artes cênicas e visuais, audiovisual, música, literatura e tecnologia do SESI-SP – apresenta “outros navios: uma coleção afro-atlântica”, com período expositivo que vai de 24 de julho de 2024 a 16 de fevereiro de 2025. A mostra inédita permitirá que o grande público visitante do local conheça a rica e diversificada coleção de artes africana e afro-brasileira do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE/USP).
O acervo começou a ser formado no final da década de 1960 (época em que os movimentos de independência das ex-colônias em África se consolidavam), por meio de doações ou compras encomendadas pela universidade. Marianno Carneiro da Cunha (1926-1980), então professor do MAE/USP, foi um dos principais nomes à frente do projeto institucional e científico da construção da coleção.
Arqueólogo especialista em Médio Oriente, ele lecionou entre 1974 e 1976 em Ifé, na Nigéria, lugar sagrado para os iorubá, ficando incumbido de adquirir peças para o MAE. Com olhar antropológico e educativo, Marianno se preocupou em também trazer para o Brasil moldes, mostrando interesse não apenas pelo objeto artístico, mas também pela técnica de diferentes culturas da África central e ocidental.
O trio de curadores da mostra, Carla Gibertoni Carneiro, Renato Araújo da Silva e Rosa C. R. Vieira, apontam que essas duas regiões africanas estão conectadas ao Brasil por séculos de circuitos transatlânticos. Eles trouxeram até nosso litoral inúmeros navios de violência, mas também trouxeram outros navios, que nos permitem mergulhar por histórias alternativas e criar novos significados para as centenas de objetos selecionados para a exposição.
OUTROS NAVIOS: NÚCLEOS TEMÁTICOS
Aberta à visitação gratuita até 16 de fevereiro de 2025, a exposição que reabre a Galeria de Arte apresentará mais de 300 peças africanas e afro-brasileiras, muitas nunca antes exibidas ao público, que estarão divididas em sete núcleos temáticos.
A visita começa por “Dentro das águas”, onde poderão ser vistos objetos relacionados ao culto de Iemanjá e Oxum, orixás dos mares e das águas doces, como coroa, pulseira, leque (abebê) e espelho.
Em “Bagagens afro-atlânticas” também estão diversas peças ligadas a religiões de matrizes africanas: arco e flecha de Oxóssi, estatuetas de Exu, bastão (opaxoro) de Oxalá, machado (oxê) de Xangô, além de elementos de altar e instrumentos musicais.
No núcleo “De São Paulo a Ifé”, os visitantes encontrarão obras variadas dos iorubá, vindos especialmente da Nigéria e Benim. Há itens do dia a dia, como baú, pilão, enxada e colher, além de um conjunto de máscaras esculpidas em madeira e pintadas e pares de estatuetas de ibeji, que estão ligadas à gemealidade entre os povos iorubá.
O termo “bantu” designa genericamente toda uma gama de culturas da África Central, de países como República Democrática do Congo e Angola. Eles estarão representados no núcleo “Bantu, das terras centrais”, que traz peças como esteiras de ráfia (palha) em diferentes formatos, taças cerimoniais e um recipiente para leite com tampa decorado com conchas (cauris).
Em “Ventos no oeste africano” estão reunidos objetos de países como Gana, Mali e Costa do Marfim, incluindo um dos maiores itens da exposição, uma porta celeiro dogon. Há conjuntos de vestimentas, pentes do tipo garfo, figuras em bronze e uma balança para pesar pó de ouro, junto de um peso em formado de escorpião usado na pesagem.
“Técnicas” destaca os materiais utilizados nas diferentes etapas da técnica da cera perdida, técnica milenar que esculpe peças de liga metálica por moldagem, além de apresentar um conjunto de enxós e permitir ao visitante conhecer o processo de elaboração de uma máscara Gueledé.
O último núcleo, “Joias e tudo que reluz”, é também o mais notável da exposição, já que a coleção de joias africanas do MAE/USP é uma das mais expressivas do mundo. São diversos exemplares de pulseiras, tornozeleiras, colares, anéis e brincos, em materiais como vidro, bronze e marfim.
Há ainda uma seção especial que reúne obras de artistas contemporâneos negros brasileiros. São onze obras, em diferentes técnicas e suportes, de Denis Moreira, Denise Camargo, Guto Oca, Larissa de Souza e Renan Teles, que mostram que uma coleção não é fixa e pode ser recomposta para apontar outros navios à vista.
Serviço
Exposição | outros navios: uma coleção afro-atlântica
De 24 de julho de 2024 a 16 de fevereiro
Terça a domingo, das 10h às 20h
Período
24 de julho de 2024 10:00 - 16 de fevereiro de 2025 20:00(GMT-03:00)
Local
Centro Cultural Fiesp
Avenida Paulista, 1313 - São Paulo - SP
Detalhes
No centenário de nascimento de Paulo Vanzolini (1924 – 2013), compositor brasileiro responsável por clássicos como Ronda e Volta Por Cima, o Sesc São Paulo apresenta uma imersão na vida do
Detalhes
No centenário de nascimento de Paulo Vanzolini (1924 – 2013), compositor brasileiro responsável por clássicos como Ronda e Volta Por Cima, o Sesc São Paulo apresenta uma imersão na vida do artista, revelando não apenas sua faceta musical, mas também a trajetória do zoólogo de renome internacional. A exposição 100 anos de Paulo Vanzolini, o cientista boêmio ocupa o Sesc Ipiranga a partir de 28 de agosto de 2024, e segue em cartaz até 16 de março de 2025. Idealizada pelos filhos do cientista, o diretor de arte e cineasta Toni Vanzolini e a psicóloga Maria Eugênia Vanzolini, a mostra conta com curadoria de Daniela Thomas, reconhecida cenógrafa, cineasta e diretora teatral.
“A data simbólica do centenário de Paulo Emilio Vanzolini, nosso pai, nos motivou a pensar uma exposição que mostrasse um pouco da pluralidade desse brasileiro que ouviu, traduziu, pesquisou, escreveu, cantou e pensou um Brasil bom, diverso e inclusivo. Que sempre valorizou o conhecimento e a arte, fazendo de ambas seu maior legado. O universo desse personagem interessado e interessante, ‘cientista boêmio’, como bem o definiu Antonio Candido, é o que queremos mostrar nessa exposição”, antecipa Toni Vanzolini.
Sem perder de vista o lado boêmio e artístico do homenageado, a exposição revisita as expedições científicas e as contribuições para a ciência empreendidas como herpetólogo, especializado no estudo de répteis e anfíbios. O Sesc Ipiranga como espaço para a exposição possui um simbolismo especial: a proximidade com o Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZUSP), onde Paulo Vanzolini trabalhou por cinco décadas – três destas, como diretor.
“Algumas figuras são incontornáveis na história de uma cidade, de um país. Algumas chegam a ser incontornáveis até no planeta. É o caso do nosso homenageado nessa exposição, Paulo Vanzolini, que completaria 100 anos este ano e que passou a maior parte da sua vida aqui do lado do Sesc Ipiranga, dirigindo o Museu de Zoologia da USP, sua casa. Ou uma de suas casas, já que se sentia perfeitamente integrado à paisagem numa picada na floresta, no seu laboratório ou no boteco, entre músicos ou entre os maiores intelectuais da sua época”, destaca Daniela Thomas. “Homem ímpar, de uma inteligência sobrenatural, uma inventividade que produziu versos inesquecíveis como ‘reconhece a queda e não desanima, levanta, sacode a poeira, dá a volta por cima’ e teorias revolucionárias na zoologia, e de uma determinação quase autoritária, características que fizeram dele essa potência realizadora que celebramos agora”.
Em parceria com o Museu de Zoologia da USP, a exposição exibe ao público 51 exemplares conservados de espécies animais identificadas e catalogadas por Vanzolini. Esses espécimes, emprestados pelo Museu ao Sesc, estão em destaque em uma sala que recria um laboratório de zoologia.
Cinco salas temáticas revelam a trajetória multifacetada de Vanzolini, abrangendo mais de meio século de pesquisa. A exposição destaca suas célebres expedições amazônicas e as conexões entre arte e ciência que ele promoveu. Documentos, fotografias e vídeos oferecem um vislumbre dos bastidores das descobertas marcantes do “cientista boêmio”, apelido carinhosamente atribuído por Antonio Cândido, sociólogo e crítico literário, no encarte do disco Acerto de Contas de Paulo Vanzolini (2002). Esta compilação apresenta 52 composições do cientista, interpretadas por renomados artistas como Chico Buarque, Paulinho da Viola e Martinho da Vila.
No percurso expositivo, ilustrações de Alice Tassara guiam os visitantes pela trajetória de Vanzolini, em uma cronologia biográfica que destaca aspectos de sua formação acadêmica e seu círculo de amizades com intelectuais, artistas e ícones da música popular brasileira.
O que encontrar na exposição 100 anos de Paulo Vanzolini, o cientista boêmio
Confira a seguir detalhes sobre os espaços que compõem a exposição espalhados pelo Sesc Ipiranga.
Sala Laboratório
O espaço é uma reprodução de um laboratório que retrata o cotidiano do zoólogo, destacando as etapas dos processos de sistematização. Na mesa de trabalho estão dispostos instrumentos como microscópios, além de um painel que elucida aspectos da Teoria dos Refúgios. A sala também reúne as espécies emprestadas pelo Museu de Zoologia da USP, apresentadas em um painel com cubos giratórios que identificam e contextualizam cada uma delas. Ilustrações de Gabriela Dássio complementam o ambiente, enriquecendo a experiência visual dos visitantes.
Sala Expedição Amazônia
Uma instalação sonora e visual imersiva projetada para simular uma caminhada pela floresta amazônica, enriquecida pelas ilustrações de Danilo Zamboni, que capturam a riqueza da biodiversidade do bioma. A experiência busca dimensionar a grandiosidade da fauna e flora amazônicas. Nas paredes do ambiente, o visitante encontra uma variedade de informações detalhadas sobre a biodiversidade da região, dados preocupantes sobre desmatamento e uma reflexão sobre a importância crucial da Amazônia para o equilíbrio do planeta.
Sala A Bordo do Garbe
O espaço convida o público a mergulhar no universo de múltiplos interesses e aventuras de Vanzolini, entrelaçando ciência, arte e cultura.
Aqui, o público pode embarcar em uma das viagens de Vanzolini à floresta amazônica a bordo do barco Garbe – parte da Expedição Permanente à Amazônia (EPA), projeto comandado pelo cientista durante duas décadas. Em 1975, esta expedição cruzou o Rio Madeira, de Manaus a Porto Velho. Entre os tripulantes do Garbe estava o pernambucano José Cláudio da Silva, apresentado a Vanzolini por seu amigo Arnaldo Pedroso d’Horta, artista plástico e jornalista que também o acompanhou em expedições à Amazônia. No decorrer de dois meses de viagem, José Claudio retratou em cem telas a diversidade da fauna e flora amazônicas, bem como a vastidão dos rios e o dia a dia das comunidades ribeirinhas.
Reproduções desses trabalhos, que foram compilados no livro José Claudio da Silva: 100 telas, 60 dias & um diário de viagem – Amazonas, 1975 (Imprensa Oficial, 2009) e hoje integram os acervos do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual de São Paulo, são exibidas na sala. O ambiente também apresenta um extenso painel com o mapa do Rio Madeira, mostrando onde cada uma dessas obras foi criada e oferecendo ao público uma experiência imersiva, que permite “reviver” a expedição.
Sala Boêmia
Afeito à vida noturna, Vanzolini se desenvolveu enquanto compositor em mesas de bares e rodas de samba, criando um método peculiar de escrita musical. Apesar de não dominar nenhum instrumento, ele concebeu a estrutura da maioria de suas mais de 70 canções, contando com o apoio dos amigos Adauto Santos e Luiz Carlos Paraná, violonistas e sócios no histórico bar Jogral, para dar forma às suas melodias e letras com harmonia e ritmo. Além dessas colaborações, Vanzolini deixou sua marca na música ao trabalhar com grandes nomes como Waldir Azevedo, Elton Medeiros, Toquinho, Paulinho Nogueira e Eduardo Gudin.
Essa característica boêmia é reverenciada em uma sala que reproduz a atmosfera da vida noturna. Elementos expositivos incluem rótulos personalizados com nomes de suas composições mais célebres, que podem ser ouvidas pelos visitantes. A cenografia da sala, que conta com balcão, prateleiras e mesas de bar, também destaca os nomes de seus grandes colaboradores em azulejos. Ampliações fotográficas da cidade de São Paulo, capturadas por Thomaz Farkas, entre outros, completam o ambiente, proporcionando uma imersão visual e sonora na história musical de Vanzolini.
Expedições terrestres
O pesquisador encontrou nas expedições científicas do século XIX inspiração para suas próprias viagens de campo pelo Brasil, onde explorou a fauna e flora dos diversos biomas nacionais. Para ele, esses ambientes naturais eram seu verdadeiro local de trabalho. As viagens eram realizadas a bordo de uma Kombi, percorrendo territórios diversos. Como não dirigia, sua filha Mariana frequentemente assumia a direção, ou então Francisca do Val, conhecida como Chica, que além de zoóloga, era ilustradora e documentava os trajetos cotidianos. Para revelar os bastidores dessas expedições, uma Kombi cenográfica será montada no acesso ao Sesc Ipiranga próximo ao Parque Independência e ao Museu do Ipiranga. Esta instalação reúne fotografias e diários, proporcionando aos visitantes uma imersão nas jornadas e descobertas de Vanzolini.
Sala Paulo por Paulo
Devido à sua intensa imersão na cultura e às suas inúmeras experiências, resultado das viagens por todo o Brasil, Vanzolini acumulava uma coleção de histórias e era um exímio contador de causos. Nesta sala, que reúne depoimentos em vídeo, frases emblemáticas e excertos de entrevistas documentadas ao longo de décadas, o público pode se aproximar de Vanzolini, explorando seu legado pessoal e intelectual de forma envolvente.
Do Butantan para o mundo: sobre Paulo Vanzolini
Paulo Emílio Vanzolini nasceu em São Paulo em 25 de abril de 1924. Aos 10 anos de idade, em um passeio ao Instituto Butantan, encantado pelas cobras e lagartos, decidiu que dedicaria sua vida ao estudo dos répteis e anfíbios, na especialidade de herpetologia. Após formar-se em Medicina pela Universidade de São Paulo (USP) em 1947, fez doutorado em Zoologia na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, entre 1949 e 1951.
De volta ao Brasil, aplicou suas inovadoras visões no Museu de Zoologia da USP, organizando conjuntos de animais conservados para pesquisa a partir de técnicas aprendidas em Harvard, tornando a coleção do museu paulistano uma das mais importantes dentro e fora do Brasil e aumentando o catálogo de Herpetologia da instituição de 1.200 para mais de 220 mil exemplares. Reflexo de sua imprescindível contribuição, 15 espécies animais foram nomeadas em sua homenagem, como o lagarto Vanzosaura savanicola e a serpente Lygophis vanzolini.
Ao papel de gestor, somou-se o de professor de pós-graduação da USP e o de cofundador da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Vanzolini ainda obteve reconhecimento internacional ao formular a Teoria dos Refúgios, uma hipótese para explicar a biodiversidade amazônica elaborada em meio a suas diversas expedições científicas e a partir de estudos realizados com o geomorfologista brasileiro Aziz Ab’Saber, e em conjunto com o herpetólogo americano Ernest Williams.
Ao longo de mais de 20 anos, durante as décadas de 1960 e 1970, o cientista comandou a Expedição Permanente à Amazônia – EPA, realizada a bordo do barco Garbe e financiada pela FAPESP. Nestas empreitadas, Vanzolini estabeleceu colaborações que resultaram em contribuições significativas não apenas para a ciência, mas também para as artes visuais. Um exemplo é sua parceria com o pintor José Claudio da Silva, com quem compartilhou uma destas expedições, em 1975.
A proximidade com artistas plásticos estimulou colaborações instigantes. Como exemplo, o zoólogo escreveu textos para os livros de Gerda Brentani e convidou Aldemir Martins para ilustrar seu Tempos de Cabo, um relato breve de sua passagem pelo Exército na segunda metade da década de 1940, época em que, aos 21 anos, compôs seu clássico Ronda.
Lançado pelo selo Fermata em 1967, o álbum de estreia de Vanzolini, Onze Sambas e Uma Capoeira, teve a capa assinada por Luís d’Horta. Pai de Luís, Arnaldo Pedroso d’Horta não só foi estopim para a criação da música Capoeira do Arnaldo, como se inspirou no trabalho de Vanzolini para produzir a série de gravuras Esqueletos de Animais. Essas conexões destacam como Vanzolini viveu uma vida profundamente entrelaçada com as artes e a cultura. Seus interesses e curiosidade se estendiam além de seu campo imediato, abrangendo diversas formas de expressão.
Paulo Vanzolini faleceu em 2013, três dias após completar 89 anos.
Serviço
Exposição | 100 anos de Paulo Vanzolini, o cientista boêmio
De 29 de agosto de 2024 a 16 de março de 2025
Terça a sexta, das 9h às 21h30. Sábados, das 10h às 20h. Domingos e feriados, das 10h às 18h30
Período
29 de agosto de 2024 09:00 - 16 de março de 2025 21:30(GMT-03:00)
Local
Sesc Ipiranga
R. Bom Pastor, 822 - Ipiranga, São Paulo - SP
Detalhes
Desenvolvida em colaboração com a Maison Gacha, em Paris, e com a Fondation Jean-Félicien Gacha, Cameroun, a mostra apresenta 129 peças têxteis que buscam estimular novas percepções sobre a África
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Desenvolvida em colaboração com a Maison Gacha, em Paris, e com a Fondation Jean-Félicien Gacha, Cameroun, a mostra apresenta 129 peças têxteis que buscam estimular novas percepções sobre a África no público brasileiro, a partir de um olhar diverso para um continente povoado de saberes, tradições e contribuições artísticas.
É a primeira vez que um conjunto tão importante de obras é mostrado ao público brasileiro, ainda muito acostumado a associar o têxtil africano às estampas coloridas de produção industrial.
Na mostra, visitantes podem entrar em contato com obras que resultam de um conjunto de saberes artesanais ancestrais, peças cujo processo de produção pode levar semanas, até meses.
A exposição nasceu a partir de uma pesquisa sobre tecnologias têxteis ancestrais e transmissão de saberes tradicionais de África. Os curadores Renato Menezes e Danilo Lovisi visitaram diferentes regiões do Cameroun para dialogar com lideranças e autoridades locais, instituições e artesãos. Os objetos apresentados, em sua maioria vindos do acervo da instituição franco-camaronesa, são produzidos com materiais diversos e funções múltiplas, e nos permitem conhecer ritos e cosmogonias de diversos povos da África.
NÚCLEOS
Na primeira sala, “Geometria animal”, visitantes são recepcionados por um conjunto excepcional de mais de vinte máscaras-elefante de diferentes tamanhos, todas bordadas com contas de vidro multicoloridas.
No segundo núcleo, “O azul vegetal”, são expostas uma diversidade de tecidos tingidos de índigo por meio de diferentes técnicas. No terceiro núcleo, “A tecnologia da linguagem”, é apresentado um diálogo entre os kenté e os ewe, tecido real utilizado entre os Ashanti e os Ewe.
O quarto núcleo, “A rota das miçangas”, apresenta um conjunto de peças têxteis e esculturas que têm em comum seu uso como suporte para a criação de símbolos com contas de vidro multicoloridas.
Na sala seguinte, o núcleo “Opacidade e transparência” busca criar um diálogo entre um conjunto denominado “veludos kassai”, peças produzidas pelos Shoowa, povo pertencente à província de Kassai, na República Democrática do congo, e véus de seda melhfa, produzidos na Mauritânia.
No sexto núcleo, “A dança das formas”, tecidos instalados no centro da sala dão um sentido de coreografia aos diversos tecidos produzidos pelos Kuba. O sétimo núcleo, “Tintas da terra”, conclui o percurso apresentando um conjunto de tecidos Bògólan, produzidos no Mali com uma mistura de lama e ervas.
Serviço
Exposição | Entre a cabeça e a terra: arte têxtil tradicional africana
De 31 de agosto a 02 de fevereiro
Quarta a segunda, das 10h às 18h, quintas estendidas das 10h às 20h (entrada gratuita a partir das 18h)
Período
31 de agosto de 2024 10:00 - 2 de fevereiro de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
Pina Luz
Praça da Luz, 2, Bom Retiro, São Paulo — SP
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Em “Terceiro Mundo – a dimensão descoberta”, a galeria expositiva do edifício Pina Contemporânea se transforma no universo imersivo criado pelo artista Gabriel Massan, com suas esculturas, desníveis e texturas
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Em “Terceiro Mundo – a dimensão descoberta”, a galeria expositiva do edifício Pina Contemporânea se transforma no universo imersivo criado pelo artista Gabriel Massan, com suas esculturas, desníveis e texturas que remetem à experiência de dentro das telas.
“Terceiro Mundo – a dimensão descoberta”, projeto desenvolvido em colaboração com a Serpentine Galleries, é uma exposição imersiva concebida a partir de uma perspectiva decolonial, de teorias queer e de estratégias descentralizadas em tecnologia. No projeto, o artista Gabriel Massan constrói um jogo de videogame ambientado em um universo fantástico que, a partir de uma narração colaborativa de história, desafia o conceito colonial de “exploração” e convoca o público a repensar suas ações no mundo.
Na mostra, visitantes podem escolher entre as quatros estações de jogos para começarem a jornada pelo jogo Terceiro Mundo ou podem permanecer no espaço para assistir a experiência dos jogadores em tempo real, por meio de cinco telas no espaço expositivo – como em canais dedicados a transmissão ao vivo de jogos.
A ESTRUTURA DO JOGO
O primeiro nível do jogo é Igba Tingbo, que em língua iorubá significa “longo prazo”. Caracterizado pelo trabalho da artista e psicóloga clínica Castiel Vitorino Brasileiro, a experiência nessa etapa enfoca o modo como o jogador se relaciona com a “alteridade”. Sòfo, que significa “Vazio” em Iorubá, é o segundo nível para onde os jogadores são enviados como Agente do QG.
Cada nível foi criado em colaboração com artistas e pensadores, que contribuíram na construção de diálogos, textos e narrativas, emprestando inclusive suas vozes aos personagens. Participaram LYZZA, Castiel Vitorino Brasileiro, Novíssimo Edgar e Ventura Profana, estando os três últimos incluídos na programação cultural que acontece no museu no 2º semestre de 2024.
O mundo foi criado em colaboração com o artista e rapper Novíssimo Edgar, a partir da sua vivência em São Paulo, sua cidade natal.
Serviço
Exposição | Gabriel Massan: Terceiro Mundo, a dimensão descoberta
De 31 de agosto a 02 de fevereiro
Quarta a segunda, das 10h às 18h
Período
31 de agosto de 2024 10:00 - 2 de fevereiro de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
Pinacoteca Contemporânea
Av. Tiradentes, 273, Luz, São Paulo - SP
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A Pinacoteca exibe o filme Irawo Bori: oferenda para a cabeça cósmica, concebido a partir da apresentação da performance ritualística Irawo Bori no Octógono da Pina Luz — em ocasião
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A Pinacoteca exibe o filme Irawo Bori: oferenda para a cabeça cósmica, concebido a partir da apresentação da performance ritualística Irawo Bori no Octógono da Pina Luz — em ocasião da primeira mostra individual do artista: “Ayrson Heráclito: Yorùbaiano” (em cartaz de abril a agosto de 2022 na Pina Estação).
O filme é dirigido por Ayrson Heráclito em parceria com o cineasta Lula Buarque de Hollanda.
Curadoria de Ana Paula Lopes.
Serviço
Exposição | Irawo Bori: oferenda para a cabeça cósmica
De 31 de agosto a 02 de fevereiro
Quarta a segunda, das 10h às 18h. Quintas-feiras com horário estendido B3 na Pina Luz, das 10h às 20h (gratuito a partir das 18h).
Período
31 de agosto de 2024 10:00 - 2 de fevereiro de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
Pina Luz
Praça da Luz, 2, Bom Retiro, São Paulo — SP
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O Memorial da Resistência de São Paulo, museu da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, apresenta no dia 7 de setembro de 2024, às
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O Memorial da Resistência de São Paulo, museu da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, apresenta no dia 7 de setembro de 2024, às 11h, a abertura de duas exposições concomitantes: Uma Vertigem Visionária – Brasil: Nunca Mais e Memória argentina para o mundo: o Centro Clandestino ESMA.
A mostra argentina é uma itinerância realizada pelo Museu Sítio de Memória ESMA – Ex-Centro Clandestino de Detenção, Tortura e Extermínio, em Buenos Aires e explora a história do edifício, desde a ocupação pelas Forças Armadas durante a última ditadura argentina (1976–1983) até seu reconhecimento como Patrimônio Imaterial da UNESCO, em 2023. As violações de direitos humanos cometidas contra mulheres no período também são revisitadas a partir dos testemunhos das sobreviventes.
Em paralelo, com curadoria do pesquisador e professor Diego Matos, a exposição Uma Vertigem Visionária – Brasil: Nunca Mais é dedicada à memória do projeto homônimo, responsável pela mais ampla pesquisa já realizada pela sociedade civil sobre a tortura no Brasil durante a Ditadura Civil-Militar (1964–1985).
Com as duas mostras, o Memorial explora as últimas ditaduras brasileira e argentina ao apresentar diferentes processos de luta e resistência protagonizados em ambos os países latino-americanos. A partir da história oral, coloca ambas as exposições em diálogo para a construção de uma memória coletiva sobre os períodos de repressão.
A abertura contará com a presença de Mayki Gorosito, diretora técnica do Museu Sítio de Memória ESMA, e do curador Diego Matos.
Uma Vertigem Visionária – Brasil: Nunca Mais
Em 400m², a mostra resgata a memória do projeto Brasil: Nunca Mais, empreendida entre 1979 e 1985. A iniciativa foi responsável por sistematizar e produzir cópias, clandestinamente, de mais de 1 milhão de páginas contidas em 707 processos do Superior Tribunal Militar (STM), revelando a extensão da repressão política do Brasil no período.
A história do projeto e seus desdobramentos é apresentada junto a testemunhos de advogados, jornalistas e defensores de direitos humanos envolvidos no projeto, que, por anos, tiveram seus nomes mantidos no anonimato: Paulo Vannuchi, Anivaldo Padilha, Ricardo Kotscho, Frei Betto, Carlos Lichtsztejn, Leda Corazza, Petrônio Pereira de Souza e Luiz Eduardo Greenhalgh.
O arquivo de 707 processos judiciais expõe os depoimentos de presos políticos sobre as ações de repressão, vigilância, perseguição e tortura do aparato estatal. As cópias desse conteúdo, que por anos foram mantidas em segurança em acervos preservados na Suíça e nos EUA, tiveram repatriamento e retornaram ao Brasil em 2011, onde atualmente encontram-se sob salvaguarda do Arquivo Edgard Leuenroth/Unicamp, em Campinas.
O projeto teve apoio do Conselho Mundial de Igrejas e da Arquidiocese de São Paulo, com participação de Dom Paulo Evaristo Arns (1921–2016), arcebispo de São Paulo, e do Rev. James Wright (1927-1999), da Missão Presbiteriana do Brasil Central.
Além dos arquivos do projeto Brasil: Nunca Mais, a exposição apresenta obras da Coleção Alípio Freire, sob salvaguarda do Memorial da Resistência, realizadas por ex-presos políticos como Artur Scavone, Ângela Rocha, Rita Sipahi, Manoel Cyrillo, Sérgio Ferro, Sérgio Sister e o próprio Alípio Freire, durante a permanência em presídios de São Paulo na Ditadura.
Também compõem a mostra obras de arte de artistas como Carmela Gross, Regina Silveira, Artur Barrio, Antonio Manuel, Rubens Gerchman, Claudio Tozzi e Carlos Zílio, do Acervo da Pinacoteca de São Paulo, e obras externas de Rivane Neuenschwander, Claudio Tozzi, Carlos Zilio. Rafael Pagatini apresentará uma obra comissionada para a exposição, ocupando um mural de 100m² na área externa do museu.
A exposição também lança luz sobre o tempo presente, oferecendo indícios da importância desse debate hoje na perpetuação das permanentes violências do Estado contra suas minorias e populações vulneráveis.
Memória argentina para o mundo: o Centro Clandestino ESMA
O lugar de memória, antiga sede da Escola Superior de Mecânica da Armada (ESMA), foi o maior centro clandestino da última ditadura civil-militar argentina (1976–1983), onde foram detidas ou desaparecidas cerca de 5 mil pessoas, entre militantes políticos, estudantes e artistas.
Com dois eixos principais divididos em 210m², a exposição apresenta a história do edifício junto a depoimentos com diferentes histórias de luta, lançando um olhar sobre o passado e conectando-o ao tempo presente e as reinvindicações por justiça, verdade e reparação.
O núcleo Patrimonio do Nunca Mais contém um vídeo institucional sobre a ESMA e seis painéis com textos e imagens que abordam a história do edifício. Já Ser mulheres na ESMA aborda as violências específicas a quais mulheres sofreram durante seus sequestros e detenções, como a maternidade durante a prisão, a solidariedade entre as presas e os caminhos adotadas para a recuperação física e psicológica das vítimas.
Também compõe o espaço expositivo uma ocupação com fotografias documentais do acervo Memoria Abierta, aliança de organizações argentinas de direitos humanos que promove a memória sobre as violações de direitos no passado recente, ações de resistência e lutas pela verdade e justiça, para refletir sobre o presente e fortalecer a democracia. A fim de apresentar ao público brasileiro a memória visual do período, a ocupação traz registros dos fotógrafos Daniel García, Eduardo Longoni e duas imagens sem autoria definida.
Além de reforçar a importância da história oral, a mostra busca valorizar a preservação e a musealização de lugares de memória difícil – em estreito diálogo com a exposição temporária dedicada ao projeto Brasil: Nunca Mais.
Serviço
Exposições | Uma Vertigem Visionária – Brasil: Nunca Mais e Memória argentina para o mundo: o Centro Clandestino ESMA
De 7 de setembro a 25 de julho de 2025
Terça a domingo das 09h às 20h, última entrada às 19h30
Período
7 de setembro de 2024 09:00 - 25 de julho de 2025 20:00(GMT-03:00)
Local
Memorial da Resistência de São Paulo, museu da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo
Largo General Osório, 66 Santa Ifigênia, São Paulo - SP
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José Roberto Aguilar explora a Amazônia com suas dimensões físicas e simbólicas por meio da linguagem da pintura. Suas telas retratam a floresta como uma entidade viva, cheia de cor
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José Roberto Aguilar explora a Amazônia com suas dimensões físicas e simbólicas por meio da linguagem da pintura. Suas telas retratam a floresta como uma entidade viva, cheia de cor e movimento. “Amazônia Vida” discute a relação entre natureza e humanidade, os ciclos da vida, o conceito de tempo e impermanência.
Com curadoria de Fabio Magalhães, a exposição apresenta 31 telas e a instalação “Guardiões das Águas”, no espaço DAN Galeria Interior em Votorantim, espaço que abrange obras de grandes formatos e que funciona como um espaço mediador entre o interior e a capital.
“Tentar categorizar a arte de Aguilar é correr atrás do vento”, escreve o jornalista Leonor Amarante. José Roberto Aguilar entrou na cena artística brasileira no início dos anos 1960, quando foi selecionado para participar com três pinturas na VII Bienal São Paulo. A partir daí integra as mais importantes manifestações artísticas do país. Seus trabalhos e intervenções ao longo de seis décadas vão desde a pintura – passando por videoarte, videoinstalação, performances – à liderança da Banda Performática.
Participou de várias edições da Bienal de Arte de São Paulo e realizou inúmeras exposições individuais e coletivas, no Brasil e no exterior – Japão, Paris, Londres, Estados Unidos e Alemanha. Suas pinturas estão presentes no acervo de museus no Brasil e no exterior (Museu de Arte Moderna – Rio de Janeiro, Museu de Arte Contemporânea – São Paulo, Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museu de Arte Contemporânea – Niterói, Museu de Arte Brasileira -SP, Hara Museum-Japan, Austin Museum of Art-US) e também integram importantes coleções particulares (Gilberto Chateaubriand, João Sattamini, Haron Cohen, Greg Ryan, Joaquim Esteves, Jovelino Mineiro, Miguel Chaia, Roger Wright, Ricardo Akagawa, João Carlos Ferraz entre outros). Em meados nos anos 1990 tornou-se diretor da Casa das Rosas, dinamizando aquele espaço cultural com grandes exposições sobre cultura brasileira (1996-2002) e iniciativas pioneiras com arte e tecnologia. O seu trabalho como gestor cultural fez com que fosse convidado pelo então Ministro da Cultura, Gilberto Gil, para ser o representante do Ministério da Cultura em São Paulo (2004-2007). Atualmente, Aguilar concentra em seu acervo importantes obras e documentos da história da arte e da cultura no Brasil. Compreende quadros, instalações, fotografias, documentos, livros, entre outros.
Para o curador, “Aguilar sempre pintou como um lutador. O embate entre tintas e tela e a coreografia gestual, são atores importantes na construção da sua poética visual. Isto é, o artista desenvolve um verdadeiro corpo a corpo com a tela, numa relação veloz entre pensamento e ação. Basta visitar seu ateliê para perceber que nesses embates pictóricos seus golpes de tinta extravasam, em muito, os limites da tela.”
Desde 2004, o artista se divide entre São Paulo e Alter do Chão, no Pará, onde mantém casa ateliê e uma forte relação com a Floresta Amazônica e a comunidade ribeirinha local.
“O bioma amazônico acende uma nova poética no meu trabalho, onde as forças indomáveis da floresta tropical confrontam a sensibilidade urbana. Em Alter do Chão, mergulho na vastidão do ecossistema amazônico, onde a luz de cada manhã e o matiz de cada pôr do sol revelam a vida oculta da floresta. Aqui, entre as vinhas, os pássaros e a sabedoria dos xamãs, encontro um mundo onde tudo está conectado, onde a vida e a morte dançam em um ciclo contínuo de renovação.” — José Roberto Aguilar
“Como diretora da DAN Galeria Interior, é uma grande honra poder produzir a exposição “Amazônia Vida” de José Roberto Aguilar. Esta exposição, que conta com curadoria de Fabio Magalhães, inaugura a representação do artista pela galeria. O trabalho de Aguilar continua a ser relevante e influente na arte contemporânea assim como seu espírito inovador que deixou uma marca indelével no cenário artístico brasileiro. A curadoria sensível de Magalhães conseguiu comprovar porque Aguilar é uma figura central na história da arte brasileira, atravessando o tempo com mais de cinco décadas de produção artística.” — Cristina Delanhesi
Serviço
Exposição | Amazônia Vida
De 14 de setembro a 14 de janeiro
Segunda a sexta-feira das 10h às 18h e sábados das 10h às 13h
Período
14 de setembro de 2024 10:00 - 14 de janeiro de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
DAN Galeria Interior
Av. Ireno da Silva Venâncio, 199 - Protestantes, Votorantim - SP
Detalhes
A exposição parte da curiosa coleção máscaras mortuárias — moldadas sobre o rosto de pintores como Almeida Júnior e Pedro Alexandrino — para investigar os modos como artistas lidam com
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A exposição parte da curiosa coleção máscaras mortuárias — moldadas sobre o rosto de pintores como Almeida Júnior e Pedro Alexandrino — para investigar os modos como artistas lidam com o tempo e sua experiência. Reunindo cerca de 40 esculturas, que vão do século XII aos dias de hoje, a mostra é uma oportunidade para refletir sobre a linguagem, ver e rever obras fundamentais do acervo da Pinacoteca.
Ao entrar no espaço expositivo, o público se depara com uma escultura medieval do século XII, que representa Cristo crucificado, de autoria desconhecida – além de obras do período barroco no Brasil. Na sequência estão as máscaras mortuárias, além de esculturas de bronze de Brecheret e Liuba Wolf.
Entre elas, há a tentativa de artistas do começo do século XX de representar mulheres e homens negros como “tipos brasileiros”. Até o início da pesquisa para essa exposição, apenas uma dessas esculturas tinha um nome: Maria da Glória (entre 1920 e 1988), de Luiz Morrone. Durante a pesquisa de análise da origem desses títulos, a equipe localizou o nome da modelo para uma escultura de José Cucê, Irina – que passa agora a integrar o título da obra.
O COMEÇO
“A forma do fim” nasce a partir do olhar para o acervo centenário da Pinacoteca, que conta com mais de 13 mil obras. Dessas, quase mil fazem parte da exposição permanente, “Pinacoteca: Acervo”.
Pensando o acervo como uma plataforma para novas pesquisas e aquisições, surge o interesse pela coleção de esculturas presentes na Pinacoteca, na busca de compreender como ela se forma e quais são suas características marcantes que foram desenvolvidas ao longo do tempo. A curadoria buscou perceber essas tendências históricas, organizando seu discurso a partir daquilo que é recorrente no acervo.
OBRAS
Uma das máscaras em “A forma do fim” é a do artista Almeida Júnior, um dos nomes da arte brasileira mais importantes do século XIX, cuja obra é fundadora da coleção da Pinacoteca.
Raízes mortas de natureza e cipó (2015 – 2013), de Advânio Lessa, ressignifica a matéria morta, a transformando em algo vivo através da arte. Dando forma às diferentes dimensões do tempo, esculturas como Bicho – Relógio de sol (1960), de Lygia Clark, Yuxin (2022), de Kássia Borges, Ferramenta de Tempo (2021), de José Adário, e a performance Passagem (1979), de Celeida Tostes, propõem entender a vida e os fazeres da arte de forma cíclica.
As esculturas de Marcia Pastore e Hudinilson Jr. (década de 1980), materializam no espaço membros do corpo ou peças de roupa, registros delicados de suas presenças, que não se impõem como ordenadoras do mundo. O famoso trabalho de Waltercio Caldas, A emoção estética (1977), é uma pista para compreender essa presença e nossa experiência diante da arte: um par de sapatos parece estar a ponto de flutuar diante da forma – uma maneira de estar diante de algo que nos emociona, de compreender nossa comoção por meio do diálogo, investigando a maneira de nos por em relação e, assim, imaginar nosso futuro.
Serviço
Exposição | A forma do fim: esculturas no acervo da Pinacoteca
De 14 de setembro a 04 de maio de 2025
Quarta a segunda, das 10h às 18h
Período
14 de setembro de 2024 10:00 - 4 de maio de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
Pina Estação
Lg. General Osório, 66, São Paulo - SP
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O universo onírico da produção artística de Flávia Junqueira ocupa o espaço expositivo do Centro Cultural Fiesp, a partir do dia 18 de setembro, com a mostra intitulada “Extasia”, neologismo
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O universo onírico da produção artística de Flávia Junqueira ocupa o espaço expositivo do Centro Cultural Fiesp, a partir do dia 18 de setembro, com a mostra intitulada “Extasia”, neologismo que mescla o sentimento de êxtase com o delírio da fantasia.
A exposição apresenta desdobramentos da pesquisa da artista, passando pela cenografia, fotografia, escultura e iluminação. Com curadoria de Bianca Coutinho Dias, o público acessa um recorte de obras que percorre os últimos cinco anos de sua produção e que será exposto em conjunto pela primeira vez.
Pautada na criação de narrativas visuais que conectam a infância, o tempo e a memória, Flávia Junqueira faz de Extasia uma grande instalação imersiva, com uma atmosfera de magia e encantamento. “Estou continuamente buscando maneiras de conectar o público com suas próprias experiências emocionais, utilizando a arte como uma ferramenta para explorar esse complexo desejo”, afirma a artista.
A mostra abriga nove fotografias encenadas, sempre com a presença de balões de látex, produzidas dentro e fora do país, em ambientes internos e externos, como parques, teatros, bibliotecas, salas de palácios e monumentos icônicos.
É o caso do Parque Henrique Lage, do Theatro Municipal de Niterói e Real Gabinete Português de Leitura, todos no Rio de Janeiro; do Teatro de Ouro Preto, em Minas Gerais; e de um parque de diversões na cidade paulista de Amparo. Também estão em cena edificações espanholas como o Palacio de Fernan Nuñez, Palacio de Santoña, Liceu Opera Barcelona e Palacio de Linares.
Nesse mergulho sensorial proposto na exposição, os elementos presentes nas fotografias – luzes de parque de diversão, cortinas de teatro, cavalos de carrossel e os próprios balões de látex – se materializam no espaço, ganhando tamanho real e intensificando a sensação nostálgica da infância nos visitantes. É como se estivessem dentro da obra ao mesmo tempo que a observam. “O público não será só espectador da arte, mas também vai estar no meio dela, sentindo o que está na foto para além da imagem fotográfica”, explica.
A inventividade da artista é revelada, ainda, na série Magic Carnival, uma instalação formada por um conjunto de cavalos de carrossel em miniatura. Colocados em cúpulas separadas sobre uma mesa giratória, a obra faz referência a esse brinquedo encontrado nos parques.
Extasia conta também com duas obras audiovisuais. Uma em formato de making of, sobre o processo de criação das fotografias encenadas, concebidas de forma analógica e com técnicas da cenografia teatral. A outra, é um videoarte, que projeta no espaço um carrossel criado pela artista, em uma instalação em Piracicaba (SP).
A gerente executiva de cultura do SESI-SP, Débora Viana, traz a importância de exposições como Extasia integrar a programação do SESI-SP: “Reiteramos o compromisso da nossa instituição em ofertar um ambiente cultural e artístico, proporcionando ao público projetos de qualidade, acesso a obras e ao processo criativo de artistas de diversas origens, e incentivando a reflexão e a experimentação. No SESI-SP, consideramos crucial a formação de novos apreciadores das artes, promovendo a difusão e o acesso à cultura de maneira gratuita. Por isso, concebemos e executamos projetos em uma ampla gama de áreas, convidando o público a mergulhar de cabeça no universo do conhecimento e da expressão artística”.
.Serviço
Exposição | Extasia
De 18 de setembro a 26 de janeiro de 2025
Terça a domingo, das 10h às 20h
Período
18 de setembro de 2024 17:00 - 26 de janeiro de 2025 23:00(GMT-03:00)
Local
Centro Cultural Fiesp
Avenida Paulista, 1313 - São Paulo - SP
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Responsável pelo projeto original do recém-reinaugurado Teatro Cultura Artística, na capital paulista, o urbanista e arquiteto Rino Levi (1901-1965) será homenageado, a partir de 21/09, na Chácara Lane/Museu da Cidade
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Responsável pelo projeto original do recém-reinaugurado Teatro Cultura Artística, na capital paulista, o urbanista e arquiteto Rino Levi (1901-1965) será homenageado, a partir de 21/09, na Chácara Lane/Museu da Cidade de São Paulo (MCSP). Uma exposição apresentará sua obra e importância para a arquitetura moderna brasileira, por meio de fotos, desenhos e maquetes.
Os projetos do Edifício Prudência, dos prédios do Instituto de Arquitetos do Brasil, Banco Sul-Americano e Banco Paulista do Comércio são exemplos do acervo da exposição Rino Levi, história e utopia – destruição, permanência, renovação, com curadoria de Abilio Guerra e Renato Anelli. A mostra ainda revela propostas não construídas para a construção do Viaduto do Chá, Centro Social da USP e um Plano-Piloto para o concurso de Brasília, que seria uma cidade vertical, com megaestruturas de 300m de altura e 400m de comprimento.
Utilizando uma linguagem moderna e arrojada, Levi projetou edifícios habitacionais, escritórios, cinemas, hospitais, indústrias, além de centros administrativos e planos urbanísticos. O arquiteto também desenvolveu trabalhos voltados para a formação na área sobre técnicas construtivas e pré-fabricação.
A diversidade e amplitude da obra do urbanista norteou a divisão da exposição em módulos temáticos. Merece destaque a seção Detalhe e Elemento Arquitetônico, que evidencia sua predisposição por testar novidades. Um dos exemplos está no projeto do edifício Concórdia (1955), em que ele justapôs uma parede de alvenaria com tijolos perfurados a um brise-soleil – elemento arquitetônico que protege da incidência solar – feito com placas curvas de fibrocimento.
Em Síntese das Artes é possível acompanhar a integração entre a arte e a arquitetura na concepção de painéis, paisagens e relevos. No edifício Prudência (1944), Levi usou azulejos para cobrir as torres de escadas e elevadores, garantindo profundidade e relevo às superfícies. Para os trabalhos artísticos costumava selar parceria com nomes importantes como o do paisagista Roberto Burle Marx.
Linha do tempo
A linha do tempo, Atos e Fatos, destaca as principais passagens da vida e da obra de Rino Levi. Começa com o seu nascimento, em 1901, passando por sua formação na Escola Superior de Roma em 1926 e os principais projetos ao longo da carreira. O percurso teminha com a sua morte, em 1965, durante uma expedição botânica ao lado do amigo Burle Marx.
Parte das construções elaboradas pelo urbanista sofreram com a ação do tempo e o desinteresse na conservação por parte da sociedade. Os cinemas Arte Palácio, Ipiranga, Piratininga e Universo se deterioram. A Galeria R. Monteiro, o edifício Plavinil Elclor e o Laboratório Paulista de Biologia ficaram descaracterizados, enquanto a Companhia Jardim de Cafés Finos, os edifícios Columbus e Nicolau Schiesser, desapareceram.
Segundo os curadores, a exposição pretende despertar a curiosidade dos visitantes a respeito desse legado e sugere uma reflexão sobre a importância de valorizar o patrimônio arquitetônico de qualidade, que resiste ao tempo.
A mostra é parte do programa curatorial do Gabinete do Desenho, na Chácara Lane/Museu da Cidade de São Paulo, direcionado ao desenho como elemento preparatório do pensamento criativo para profissionais e estudiosos da arquitetura, do urbanismo e demais interessados na temática.
Serviço
Exposição | Rino Levi, história e utopia – destruição, permanência, renovação
De 21 de setembro a 29 de junho de 2025
Terça a sexta das 10h às 16h, sábado e domingo das 10h às 17h
Período
21 de setembro de 2024 10:00 - 29 de junho de 2025 16:00(GMT-03:00)
Local
Chácara Lane | Museu da Cidade de São Paulo
R. da Consolação, 1024 – Consolação - São Paulo - SP
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Luiz Sacilotto (1924-2003) é um renomado artista brasileiro reconhecido pelo trabalho com a arte abstrata, em particular por obras que exploraram formas, cores, a matemática e a geometria. Nascido em
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Luiz Sacilotto (1924-2003) é um renomado artista brasileiro reconhecido pelo trabalho com a arte abstrata, em particular por obras que exploraram formas, cores, a matemática e a geometria. Nascido em Santo André, na Grande São Paulo, foi um dos pioneiros da arte concreta no Brasil. Nos anos 1970, levou adiante suas experiências ópticas desenvolvidas em meados do século, explorando ainda mais o cinetismo, enquanto acompanhava o que se desenvolvia internacionalmente. Sendo assim, sua obra contemporânea traz desdobramentos da arte abstrata em escala global e aponta para a atualidade que pautava a pesquisa do artista.
Reunindo 113 obras de instituições nacionais e internacionais e coleções particulares, a mostra “Sacilotto contemporâneo: cor, movimento, partilha” integra a programação especial de comemoração do centenário do artista, neste ano de 2024. Dentre elas, pela primeira vez desde que foram incorporadas aos acervos de duas instituições americanas, três obras voltam ao Brasil para compor a exposição, que tem curadoria de Ana Avelar e co-curadoria de Renata Rocco. São elas: Concreção 5730, 1957 e Concreção 5942, 1959, esculturas do Museum of Fine Arts, Houston, parte da The Adolpho Leirner Collection of Brazilian Constructive Art (colecionador brasileiro) — e a escultura Concreção 5941, 1959, proveniente da Cisneros Fontanals Art Foundation e que integra a Ella Fontanals-Cisneros Collection de Miami. A exposição traz ainda obras do MAC USP, Pinacoteca do Estado de SP, MAM -SP, Acervo Itaú e IAC.
“Sacilotto contemporâneo: cor, movimento, partilha” privilegia a produção realizada entre a década de 1970 e o final da vida do artista em 2003, quando ele mergulha na experimentação ótico-cinética aliada à exploração da cor. Para tanto, realiza uma investigação minuciosa aliando o desenho técnico ao desenvolvimento químico dos pigmentos. O artista suspendeu sua produção entre 1965 e 1974, mas seguiu estudando enquanto trabalhava com serralheria. Ao retornar, explora vibrações cromáticas e formais, como desdobramentos da arte concreta que desenvolvia na década de 1950.
As séries chamadas torções, tensões, progressões, giros, são milimetricamente calculadas e executadas. “Sacilotto convida a nos deslocarmos diante das imagens, brincando com as visualidades vibracionais”, escreve Ana Avelar no texto curatorial. Os efeitos são resultados das cores catalogadas em suas diversas tonalidades, testadas e estudadas – muitas delas recuperadas de suas primeiras pinturas. “Observando a coerência de sua obra, olhamos para a aproximação de cores, composições e tempos diversos: gravitam pinturas anteriores sobre as mais recentes, indicando formas e soluções cromáticas pesquisadas desde o início de sua carreira”, completa.
Para Sacilotto, a arte concreta era como um alfabeto que podia ser compartilhado com quem tivesse interesse, bastando, para tanto, realizar estudos. Assim, ele próprio lia e anotava textos de várias áreas do conhecimento (inclusive em outras línguas), sendo fundamentais para dominar os saberes do artista, artesão, operário, químico, matemático e engenheiro que ele aplicava em seus trabalhos.
A exposição “Sacilotto contemporâneo: cor, movimento, partilha” e toda a programação – iniciada em abril – para celebrar o centenário de Sacilotto contou com o apoio da Almeida & Dale, que representa o espólio do artista.
Serviço
Exposição | Sacilotto Contemporâneo: cor, movimento, partilha
De 28 de setembro a 26 de janeiro de 2025
Terça a domingo das 10 às 21 horas – Entrada gratuita
Período
28 de setembro de 2024 10:30 - 26 de janeiro de 2025 18:30(GMT-03:00)
Local
MAC USP
Avenida Pedro Álvares Cabral, 1301 – Ibirapuera - São Paulo - SP
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A 38ª edição do Panorama da Arte Brasileira do Museu de Arte Moderna de São Paulo será realizada no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, entre 5
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A 38ª edição do Panorama da Arte Brasileira do Museu de Arte Moderna de São Paulo será realizada no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, entre 5 de outubro de 2024 e 26 de janeiro de 2025, com entrada gratuita. A mudança de local e de data se deve à reforma da marquise do Parque Ibirapuera, onde o MAM está sediado. Projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer e tombada pelo Patrimônio Histórico, a marquise do Parque está passando por uma reforma em toda sua estrutura, e o trecho do MAM deve reabrir ao público no início de 2025.
Segundo Cauê Alves, curador-chefe do MAM,”embora a reforma da marquise do Parque Ibirapuera afete a programação do museu, ela será muito positiva para a cidade. Faz alguns anos que o MAM tem estabelecido parcerias com as instituições do eixo cultural do Parque Ibirapuera, mas realizar o 38º Panorama da Arte Brasileira do MAM no MAC, além de uma aproximação histórica entre as duas instituições, é um momento de integração e soma de esforços em benefício da arte e da cultura de modo geral”.
MAM São Paulo e MAC-USP compartilham de uma mesma origem, apesar de trilharem trajetórias bem distintas. O MAM é estruturado como uma sociedade civil de interesse público, sem fins lucrativos, e o MAC é um museu universitário, gerido pela Universidade de São Paulo. A história que conecta as duas instituições, bem como os projetos realizados em conjunto em diversos momentos, será apresentada ao visitante em uma linha do tempo que abre o espaço expositivo do 38º Panorama.
“É com enorme satisfação que o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo acolhe o 38º Panorama da Arte Contemporânea Brasileira, tradicionalmente realizado pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo. A qualidade do salão fez dele um espaço importantíssimo de fruição, reconhecimento e problematização dos rumos da arte no Brasil nas últimas décadas. Neste momento de interdição temporária da sede do MAM em função das obras de restauro da Marquise do Ibirapuera, o MAC USP não poderia deixar de apoiar a instituição co-irmã, parceira de tantos projetos museológicos, formativos e curatoriais conjuntos. Esta história de colaborações inspirou aliás os dois museus a incluírem na edição 2024 do Panorama uma pequena linha do tempo de seus múltiplos cruzamentos e reciprocidades”, comenta José Tavares Correia de Lira, diretor do MAC-USP.
Serviço
Exposição | 38º Panorama da Arte Brasileira: Mil graus
De 5 de outubro a 26 de janeiro
Terça a domingo, das 10h às 21h
Período
5 de outubro de 2024 10:00 - 26 de janeiro de 2025 21:00(GMT-03:00)
Local
MAC USP
Avenida Pedro Álvares Cabral, 1301 – Ibirapuera - São Paulo - SP
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Sob o pulsar de veias abertas, a Galeria Raquel Arnaud recebe o projeto “OS VENTOS DO NORTE NÃO MOVEM MOINHOS” da artista Geórgia Kyriakakis. Com texto crítico de Paula Borghi,
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Sob o pulsar de veias abertas, a Galeria Raquel Arnaud recebe o projeto “OS VENTOS DO NORTE NÃO MOVEM MOINHOS” da artista Geórgia Kyriakakis. Com texto crítico de Paula Borghi, a mostra traz obras que suscitam reflexões sobre a cultura, a história e a herança social do processo colonizador na América Latina.
Inspirada pela canção “Sangue Latino”, composta em 1973 por Paulinho Mendonça e João Ricardo, e eternizada pela banda Secos e Molhados, a artista propõe uma visão ampliada da América Latina, que ultrapassa conceitos geográficos e contrapõe a influência cultural norte-americana. “O que chamamos de América Latina é um tipo de regionalização que considera os idiomas falados, os processos históricos de colonização e exploração, as desigualdades sociais e as origens indígenas ancestrais, entre outros fatores. Os ‘ventos do norte’, mencionados na canção, são uma alusão direta às forças imperialistas do norte global, que resultam em opressão e espoliação de recursos naturais e sociais, presentes na história da região. Essas forças ‘não movem moinhos’, promovem o subdesenvolvimento inexorável da América Latina”, explica Geórgia.
Composta por esculturas, desenhos, instalações e ações colaborativas, a exposição ocupa todo o espaço da galeria. No piso térreo estão duas séries de desenhos inspirados na história da cidade de Chuquicamata, no Chile, abandonada devido à poluição do ar e à contaminação causada pela exploração de cobre na região. Na parede principal, a artista apresenta VEIAS ABERTAS, uma extensa faixa de tecidos vermelhos de diferentes formatos e texturas, cobrindo toda a metade inferior da parede. São quase 20 metros de tecidos sobrepostos, dispostos de modo a representar a divisão geográfica entre norte e sul. Esses tecidos trazem recortes de trechos da música Sangue Latino: “minha vida, meus mortos, meus caminhos tortos, meu sangue latino, minha’alma cativa”. Ainda no térreo, outra frase da mesma canção inspira a criação das três esculturas chamadas LANÇA AO ESPAÇO, compostas por 15 lanças de madeira torneada, pontiagudas e encaixadas umas nas outras.
No andar superior, estão expostas ações colaborativas propostas por Kyriakakis em parceria com as artistas Carla Chaim, Aline Langendonck, Isis Gasparini e Vânia Medeiros, desenvolvidas para envolver a participação da equipe da galeria. Exceto Vânia Medeiros, todas as demais artistas, e também a curadora Paula Borghi, foram alunas de Kyriakakis no curso de Artes Visuais da FAAP. O projeto surgiu do desejo da artista de unir sua atuação como artista e professora em uma mesma iniciativa.
Todas as ações estabelecem relações com o tema geral da mostra e foram criadas para uma colaboração inicial com a equipe de trabalho da galeria realizada durante a montagem dos trabalhos. Depois da abertura, o público também poderá interagir com as propostas.
Serviço
Exposição | OS VENTOS DO NORTE NÃO MOVEM MOINHOS
De 7 de novembro a 17 de janeiro 2025
Segunda a sexta, das 11h às 19h, sábado, das 11h às 15h
Período
7 de novembro de 2024 11:00 - 17 de janeiro de 2025 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Raquel Arnaud
Rua Fidalga, 125 – Vila Madalena, São Paulo - SP
fevereiro
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O circuito cultural da Av. Paulista, em São Paulo, volta a contar com um importante espaço de exposições. Fechada por um período de 18 meses para reformas estruturais e
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O circuito cultural da Av. Paulista, em São Paulo, volta a contar com um importante espaço de exposições. Fechada por um período de 18 meses para reformas estruturais e melhorias técnicas, a Galeria de Arte do Centro Cultural Fiesp será reinaugurada no final de julho de 2024.
O espaço expositivo de 850m2 – que integra o complexo de artes cênicas e visuais, audiovisual, música, literatura e tecnologia do SESI-SP – apresenta “outros navios: uma coleção afro-atlântica”, com período expositivo que vai de 24 de julho de 2024 a 16 de fevereiro de 2025. A mostra inédita permitirá que o grande público visitante do local conheça a rica e diversificada coleção de artes africana e afro-brasileira do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE/USP).
O acervo começou a ser formado no final da década de 1960 (época em que os movimentos de independência das ex-colônias em África se consolidavam), por meio de doações ou compras encomendadas pela universidade. Marianno Carneiro da Cunha (1926-1980), então professor do MAE/USP, foi um dos principais nomes à frente do projeto institucional e científico da construção da coleção.
Arqueólogo especialista em Médio Oriente, ele lecionou entre 1974 e 1976 em Ifé, na Nigéria, lugar sagrado para os iorubá, ficando incumbido de adquirir peças para o MAE. Com olhar antropológico e educativo, Marianno se preocupou em também trazer para o Brasil moldes, mostrando interesse não apenas pelo objeto artístico, mas também pela técnica de diferentes culturas da África central e ocidental.
O trio de curadores da mostra, Carla Gibertoni Carneiro, Renato Araújo da Silva e Rosa C. R. Vieira, apontam que essas duas regiões africanas estão conectadas ao Brasil por séculos de circuitos transatlânticos. Eles trouxeram até nosso litoral inúmeros navios de violência, mas também trouxeram outros navios, que nos permitem mergulhar por histórias alternativas e criar novos significados para as centenas de objetos selecionados para a exposição.
OUTROS NAVIOS: NÚCLEOS TEMÁTICOS
Aberta à visitação gratuita até 16 de fevereiro de 2025, a exposição que reabre a Galeria de Arte apresentará mais de 300 peças africanas e afro-brasileiras, muitas nunca antes exibidas ao público, que estarão divididas em sete núcleos temáticos.
A visita começa por “Dentro das águas”, onde poderão ser vistos objetos relacionados ao culto de Iemanjá e Oxum, orixás dos mares e das águas doces, como coroa, pulseira, leque (abebê) e espelho.
Em “Bagagens afro-atlânticas” também estão diversas peças ligadas a religiões de matrizes africanas: arco e flecha de Oxóssi, estatuetas de Exu, bastão (opaxoro) de Oxalá, machado (oxê) de Xangô, além de elementos de altar e instrumentos musicais.
No núcleo “De São Paulo a Ifé”, os visitantes encontrarão obras variadas dos iorubá, vindos especialmente da Nigéria e Benim. Há itens do dia a dia, como baú, pilão, enxada e colher, além de um conjunto de máscaras esculpidas em madeira e pintadas e pares de estatuetas de ibeji, que estão ligadas à gemealidade entre os povos iorubá.
O termo “bantu” designa genericamente toda uma gama de culturas da África Central, de países como República Democrática do Congo e Angola. Eles estarão representados no núcleo “Bantu, das terras centrais”, que traz peças como esteiras de ráfia (palha) em diferentes formatos, taças cerimoniais e um recipiente para leite com tampa decorado com conchas (cauris).
Em “Ventos no oeste africano” estão reunidos objetos de países como Gana, Mali e Costa do Marfim, incluindo um dos maiores itens da exposição, uma porta celeiro dogon. Há conjuntos de vestimentas, pentes do tipo garfo, figuras em bronze e uma balança para pesar pó de ouro, junto de um peso em formado de escorpião usado na pesagem.
“Técnicas” destaca os materiais utilizados nas diferentes etapas da técnica da cera perdida, técnica milenar que esculpe peças de liga metálica por moldagem, além de apresentar um conjunto de enxós e permitir ao visitante conhecer o processo de elaboração de uma máscara Gueledé.
O último núcleo, “Joias e tudo que reluz”, é também o mais notável da exposição, já que a coleção de joias africanas do MAE/USP é uma das mais expressivas do mundo. São diversos exemplares de pulseiras, tornozeleiras, colares, anéis e brincos, em materiais como vidro, bronze e marfim.
Há ainda uma seção especial que reúne obras de artistas contemporâneos negros brasileiros. São onze obras, em diferentes técnicas e suportes, de Denis Moreira, Denise Camargo, Guto Oca, Larissa de Souza e Renan Teles, que mostram que uma coleção não é fixa e pode ser recomposta para apontar outros navios à vista.
Serviço
Exposição | outros navios: uma coleção afro-atlântica
De 24 de julho de 2024 a 16 de fevereiro
Terça a domingo, das 10h às 20h
Período
24 de julho de 2024 10:00 - 16 de fevereiro de 2025 20:00(GMT-03:00)
Local
Centro Cultural Fiesp
Avenida Paulista, 1313 - São Paulo - SP
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No centenário de nascimento de Paulo Vanzolini (1924 – 2013), compositor brasileiro responsável por clássicos como Ronda e Volta Por Cima, o Sesc São Paulo apresenta uma imersão na vida do
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No centenário de nascimento de Paulo Vanzolini (1924 – 2013), compositor brasileiro responsável por clássicos como Ronda e Volta Por Cima, o Sesc São Paulo apresenta uma imersão na vida do artista, revelando não apenas sua faceta musical, mas também a trajetória do zoólogo de renome internacional. A exposição 100 anos de Paulo Vanzolini, o cientista boêmio ocupa o Sesc Ipiranga a partir de 28 de agosto de 2024, e segue em cartaz até 16 de março de 2025. Idealizada pelos filhos do cientista, o diretor de arte e cineasta Toni Vanzolini e a psicóloga Maria Eugênia Vanzolini, a mostra conta com curadoria de Daniela Thomas, reconhecida cenógrafa, cineasta e diretora teatral.
“A data simbólica do centenário de Paulo Emilio Vanzolini, nosso pai, nos motivou a pensar uma exposição que mostrasse um pouco da pluralidade desse brasileiro que ouviu, traduziu, pesquisou, escreveu, cantou e pensou um Brasil bom, diverso e inclusivo. Que sempre valorizou o conhecimento e a arte, fazendo de ambas seu maior legado. O universo desse personagem interessado e interessante, ‘cientista boêmio’, como bem o definiu Antonio Candido, é o que queremos mostrar nessa exposição”, antecipa Toni Vanzolini.
Sem perder de vista o lado boêmio e artístico do homenageado, a exposição revisita as expedições científicas e as contribuições para a ciência empreendidas como herpetólogo, especializado no estudo de répteis e anfíbios. O Sesc Ipiranga como espaço para a exposição possui um simbolismo especial: a proximidade com o Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZUSP), onde Paulo Vanzolini trabalhou por cinco décadas – três destas, como diretor.
“Algumas figuras são incontornáveis na história de uma cidade, de um país. Algumas chegam a ser incontornáveis até no planeta. É o caso do nosso homenageado nessa exposição, Paulo Vanzolini, que completaria 100 anos este ano e que passou a maior parte da sua vida aqui do lado do Sesc Ipiranga, dirigindo o Museu de Zoologia da USP, sua casa. Ou uma de suas casas, já que se sentia perfeitamente integrado à paisagem numa picada na floresta, no seu laboratório ou no boteco, entre músicos ou entre os maiores intelectuais da sua época”, destaca Daniela Thomas. “Homem ímpar, de uma inteligência sobrenatural, uma inventividade que produziu versos inesquecíveis como ‘reconhece a queda e não desanima, levanta, sacode a poeira, dá a volta por cima’ e teorias revolucionárias na zoologia, e de uma determinação quase autoritária, características que fizeram dele essa potência realizadora que celebramos agora”.
Em parceria com o Museu de Zoologia da USP, a exposição exibe ao público 51 exemplares conservados de espécies animais identificadas e catalogadas por Vanzolini. Esses espécimes, emprestados pelo Museu ao Sesc, estão em destaque em uma sala que recria um laboratório de zoologia.
Cinco salas temáticas revelam a trajetória multifacetada de Vanzolini, abrangendo mais de meio século de pesquisa. A exposição destaca suas célebres expedições amazônicas e as conexões entre arte e ciência que ele promoveu. Documentos, fotografias e vídeos oferecem um vislumbre dos bastidores das descobertas marcantes do “cientista boêmio”, apelido carinhosamente atribuído por Antonio Cândido, sociólogo e crítico literário, no encarte do disco Acerto de Contas de Paulo Vanzolini (2002). Esta compilação apresenta 52 composições do cientista, interpretadas por renomados artistas como Chico Buarque, Paulinho da Viola e Martinho da Vila.
No percurso expositivo, ilustrações de Alice Tassara guiam os visitantes pela trajetória de Vanzolini, em uma cronologia biográfica que destaca aspectos de sua formação acadêmica e seu círculo de amizades com intelectuais, artistas e ícones da música popular brasileira.
O que encontrar na exposição 100 anos de Paulo Vanzolini, o cientista boêmio
Confira a seguir detalhes sobre os espaços que compõem a exposição espalhados pelo Sesc Ipiranga.
Sala Laboratório
O espaço é uma reprodução de um laboratório que retrata o cotidiano do zoólogo, destacando as etapas dos processos de sistematização. Na mesa de trabalho estão dispostos instrumentos como microscópios, além de um painel que elucida aspectos da Teoria dos Refúgios. A sala também reúne as espécies emprestadas pelo Museu de Zoologia da USP, apresentadas em um painel com cubos giratórios que identificam e contextualizam cada uma delas. Ilustrações de Gabriela Dássio complementam o ambiente, enriquecendo a experiência visual dos visitantes.
Sala Expedição Amazônia
Uma instalação sonora e visual imersiva projetada para simular uma caminhada pela floresta amazônica, enriquecida pelas ilustrações de Danilo Zamboni, que capturam a riqueza da biodiversidade do bioma. A experiência busca dimensionar a grandiosidade da fauna e flora amazônicas. Nas paredes do ambiente, o visitante encontra uma variedade de informações detalhadas sobre a biodiversidade da região, dados preocupantes sobre desmatamento e uma reflexão sobre a importância crucial da Amazônia para o equilíbrio do planeta.
Sala A Bordo do Garbe
O espaço convida o público a mergulhar no universo de múltiplos interesses e aventuras de Vanzolini, entrelaçando ciência, arte e cultura.
Aqui, o público pode embarcar em uma das viagens de Vanzolini à floresta amazônica a bordo do barco Garbe – parte da Expedição Permanente à Amazônia (EPA), projeto comandado pelo cientista durante duas décadas. Em 1975, esta expedição cruzou o Rio Madeira, de Manaus a Porto Velho. Entre os tripulantes do Garbe estava o pernambucano José Cláudio da Silva, apresentado a Vanzolini por seu amigo Arnaldo Pedroso d’Horta, artista plástico e jornalista que também o acompanhou em expedições à Amazônia. No decorrer de dois meses de viagem, José Claudio retratou em cem telas a diversidade da fauna e flora amazônicas, bem como a vastidão dos rios e o dia a dia das comunidades ribeirinhas.
Reproduções desses trabalhos, que foram compilados no livro José Claudio da Silva: 100 telas, 60 dias & um diário de viagem – Amazonas, 1975 (Imprensa Oficial, 2009) e hoje integram os acervos do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual de São Paulo, são exibidas na sala. O ambiente também apresenta um extenso painel com o mapa do Rio Madeira, mostrando onde cada uma dessas obras foi criada e oferecendo ao público uma experiência imersiva, que permite “reviver” a expedição.
Sala Boêmia
Afeito à vida noturna, Vanzolini se desenvolveu enquanto compositor em mesas de bares e rodas de samba, criando um método peculiar de escrita musical. Apesar de não dominar nenhum instrumento, ele concebeu a estrutura da maioria de suas mais de 70 canções, contando com o apoio dos amigos Adauto Santos e Luiz Carlos Paraná, violonistas e sócios no histórico bar Jogral, para dar forma às suas melodias e letras com harmonia e ritmo. Além dessas colaborações, Vanzolini deixou sua marca na música ao trabalhar com grandes nomes como Waldir Azevedo, Elton Medeiros, Toquinho, Paulinho Nogueira e Eduardo Gudin.
Essa característica boêmia é reverenciada em uma sala que reproduz a atmosfera da vida noturna. Elementos expositivos incluem rótulos personalizados com nomes de suas composições mais célebres, que podem ser ouvidas pelos visitantes. A cenografia da sala, que conta com balcão, prateleiras e mesas de bar, também destaca os nomes de seus grandes colaboradores em azulejos. Ampliações fotográficas da cidade de São Paulo, capturadas por Thomaz Farkas, entre outros, completam o ambiente, proporcionando uma imersão visual e sonora na história musical de Vanzolini.
Expedições terrestres
O pesquisador encontrou nas expedições científicas do século XIX inspiração para suas próprias viagens de campo pelo Brasil, onde explorou a fauna e flora dos diversos biomas nacionais. Para ele, esses ambientes naturais eram seu verdadeiro local de trabalho. As viagens eram realizadas a bordo de uma Kombi, percorrendo territórios diversos. Como não dirigia, sua filha Mariana frequentemente assumia a direção, ou então Francisca do Val, conhecida como Chica, que além de zoóloga, era ilustradora e documentava os trajetos cotidianos. Para revelar os bastidores dessas expedições, uma Kombi cenográfica será montada no acesso ao Sesc Ipiranga próximo ao Parque Independência e ao Museu do Ipiranga. Esta instalação reúne fotografias e diários, proporcionando aos visitantes uma imersão nas jornadas e descobertas de Vanzolini.
Sala Paulo por Paulo
Devido à sua intensa imersão na cultura e às suas inúmeras experiências, resultado das viagens por todo o Brasil, Vanzolini acumulava uma coleção de histórias e era um exímio contador de causos. Nesta sala, que reúne depoimentos em vídeo, frases emblemáticas e excertos de entrevistas documentadas ao longo de décadas, o público pode se aproximar de Vanzolini, explorando seu legado pessoal e intelectual de forma envolvente.
Do Butantan para o mundo: sobre Paulo Vanzolini
Paulo Emílio Vanzolini nasceu em São Paulo em 25 de abril de 1924. Aos 10 anos de idade, em um passeio ao Instituto Butantan, encantado pelas cobras e lagartos, decidiu que dedicaria sua vida ao estudo dos répteis e anfíbios, na especialidade de herpetologia. Após formar-se em Medicina pela Universidade de São Paulo (USP) em 1947, fez doutorado em Zoologia na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, entre 1949 e 1951.
De volta ao Brasil, aplicou suas inovadoras visões no Museu de Zoologia da USP, organizando conjuntos de animais conservados para pesquisa a partir de técnicas aprendidas em Harvard, tornando a coleção do museu paulistano uma das mais importantes dentro e fora do Brasil e aumentando o catálogo de Herpetologia da instituição de 1.200 para mais de 220 mil exemplares. Reflexo de sua imprescindível contribuição, 15 espécies animais foram nomeadas em sua homenagem, como o lagarto Vanzosaura savanicola e a serpente Lygophis vanzolini.
Ao papel de gestor, somou-se o de professor de pós-graduação da USP e o de cofundador da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Vanzolini ainda obteve reconhecimento internacional ao formular a Teoria dos Refúgios, uma hipótese para explicar a biodiversidade amazônica elaborada em meio a suas diversas expedições científicas e a partir de estudos realizados com o geomorfologista brasileiro Aziz Ab’Saber, e em conjunto com o herpetólogo americano Ernest Williams.
Ao longo de mais de 20 anos, durante as décadas de 1960 e 1970, o cientista comandou a Expedição Permanente à Amazônia – EPA, realizada a bordo do barco Garbe e financiada pela FAPESP. Nestas empreitadas, Vanzolini estabeleceu colaborações que resultaram em contribuições significativas não apenas para a ciência, mas também para as artes visuais. Um exemplo é sua parceria com o pintor José Claudio da Silva, com quem compartilhou uma destas expedições, em 1975.
A proximidade com artistas plásticos estimulou colaborações instigantes. Como exemplo, o zoólogo escreveu textos para os livros de Gerda Brentani e convidou Aldemir Martins para ilustrar seu Tempos de Cabo, um relato breve de sua passagem pelo Exército na segunda metade da década de 1940, época em que, aos 21 anos, compôs seu clássico Ronda.
Lançado pelo selo Fermata em 1967, o álbum de estreia de Vanzolini, Onze Sambas e Uma Capoeira, teve a capa assinada por Luís d’Horta. Pai de Luís, Arnaldo Pedroso d’Horta não só foi estopim para a criação da música Capoeira do Arnaldo, como se inspirou no trabalho de Vanzolini para produzir a série de gravuras Esqueletos de Animais. Essas conexões destacam como Vanzolini viveu uma vida profundamente entrelaçada com as artes e a cultura. Seus interesses e curiosidade se estendiam além de seu campo imediato, abrangendo diversas formas de expressão.
Paulo Vanzolini faleceu em 2013, três dias após completar 89 anos.
Serviço
Exposição | 100 anos de Paulo Vanzolini, o cientista boêmio
De 29 de agosto de 2024 a 16 de março de 2025
Terça a sexta, das 9h às 21h30. Sábados, das 10h às 20h. Domingos e feriados, das 10h às 18h30
Período
29 de agosto de 2024 09:00 - 16 de março de 2025 21:30(GMT-03:00)
Local
Sesc Ipiranga
R. Bom Pastor, 822 - Ipiranga, São Paulo - SP
Detalhes
Desenvolvida em colaboração com a Maison Gacha, em Paris, e com a Fondation Jean-Félicien Gacha, Cameroun, a mostra apresenta 129 peças têxteis que buscam estimular novas percepções sobre a África
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Desenvolvida em colaboração com a Maison Gacha, em Paris, e com a Fondation Jean-Félicien Gacha, Cameroun, a mostra apresenta 129 peças têxteis que buscam estimular novas percepções sobre a África no público brasileiro, a partir de um olhar diverso para um continente povoado de saberes, tradições e contribuições artísticas.
É a primeira vez que um conjunto tão importante de obras é mostrado ao público brasileiro, ainda muito acostumado a associar o têxtil africano às estampas coloridas de produção industrial.
Na mostra, visitantes podem entrar em contato com obras que resultam de um conjunto de saberes artesanais ancestrais, peças cujo processo de produção pode levar semanas, até meses.
A exposição nasceu a partir de uma pesquisa sobre tecnologias têxteis ancestrais e transmissão de saberes tradicionais de África. Os curadores Renato Menezes e Danilo Lovisi visitaram diferentes regiões do Cameroun para dialogar com lideranças e autoridades locais, instituições e artesãos. Os objetos apresentados, em sua maioria vindos do acervo da instituição franco-camaronesa, são produzidos com materiais diversos e funções múltiplas, e nos permitem conhecer ritos e cosmogonias de diversos povos da África.
NÚCLEOS
Na primeira sala, “Geometria animal”, visitantes são recepcionados por um conjunto excepcional de mais de vinte máscaras-elefante de diferentes tamanhos, todas bordadas com contas de vidro multicoloridas.
No segundo núcleo, “O azul vegetal”, são expostas uma diversidade de tecidos tingidos de índigo por meio de diferentes técnicas. No terceiro núcleo, “A tecnologia da linguagem”, é apresentado um diálogo entre os kenté e os ewe, tecido real utilizado entre os Ashanti e os Ewe.
O quarto núcleo, “A rota das miçangas”, apresenta um conjunto de peças têxteis e esculturas que têm em comum seu uso como suporte para a criação de símbolos com contas de vidro multicoloridas.
Na sala seguinte, o núcleo “Opacidade e transparência” busca criar um diálogo entre um conjunto denominado “veludos kassai”, peças produzidas pelos Shoowa, povo pertencente à província de Kassai, na República Democrática do congo, e véus de seda melhfa, produzidos na Mauritânia.
No sexto núcleo, “A dança das formas”, tecidos instalados no centro da sala dão um sentido de coreografia aos diversos tecidos produzidos pelos Kuba. O sétimo núcleo, “Tintas da terra”, conclui o percurso apresentando um conjunto de tecidos Bògólan, produzidos no Mali com uma mistura de lama e ervas.
Serviço
Exposição | Entre a cabeça e a terra: arte têxtil tradicional africana
De 31 de agosto a 02 de fevereiro
Quarta a segunda, das 10h às 18h, quintas estendidas das 10h às 20h (entrada gratuita a partir das 18h)
Período
31 de agosto de 2024 10:00 - 2 de fevereiro de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
Pina Luz
Praça da Luz, 2, Bom Retiro, São Paulo — SP
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Em “Terceiro Mundo – a dimensão descoberta”, a galeria expositiva do edifício Pina Contemporânea se transforma no universo imersivo criado pelo artista Gabriel Massan, com suas esculturas, desníveis e texturas
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Em “Terceiro Mundo – a dimensão descoberta”, a galeria expositiva do edifício Pina Contemporânea se transforma no universo imersivo criado pelo artista Gabriel Massan, com suas esculturas, desníveis e texturas que remetem à experiência de dentro das telas.
“Terceiro Mundo – a dimensão descoberta”, projeto desenvolvido em colaboração com a Serpentine Galleries, é uma exposição imersiva concebida a partir de uma perspectiva decolonial, de teorias queer e de estratégias descentralizadas em tecnologia. No projeto, o artista Gabriel Massan constrói um jogo de videogame ambientado em um universo fantástico que, a partir de uma narração colaborativa de história, desafia o conceito colonial de “exploração” e convoca o público a repensar suas ações no mundo.
Na mostra, visitantes podem escolher entre as quatros estações de jogos para começarem a jornada pelo jogo Terceiro Mundo ou podem permanecer no espaço para assistir a experiência dos jogadores em tempo real, por meio de cinco telas no espaço expositivo – como em canais dedicados a transmissão ao vivo de jogos.
A ESTRUTURA DO JOGO
O primeiro nível do jogo é Igba Tingbo, que em língua iorubá significa “longo prazo”. Caracterizado pelo trabalho da artista e psicóloga clínica Castiel Vitorino Brasileiro, a experiência nessa etapa enfoca o modo como o jogador se relaciona com a “alteridade”. Sòfo, que significa “Vazio” em Iorubá, é o segundo nível para onde os jogadores são enviados como Agente do QG.
Cada nível foi criado em colaboração com artistas e pensadores, que contribuíram na construção de diálogos, textos e narrativas, emprestando inclusive suas vozes aos personagens. Participaram LYZZA, Castiel Vitorino Brasileiro, Novíssimo Edgar e Ventura Profana, estando os três últimos incluídos na programação cultural que acontece no museu no 2º semestre de 2024.
O mundo foi criado em colaboração com o artista e rapper Novíssimo Edgar, a partir da sua vivência em São Paulo, sua cidade natal.
Serviço
Exposição | Gabriel Massan: Terceiro Mundo, a dimensão descoberta
De 31 de agosto a 02 de fevereiro
Quarta a segunda, das 10h às 18h
Período
31 de agosto de 2024 10:00 - 2 de fevereiro de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
Pinacoteca Contemporânea
Av. Tiradentes, 273, Luz, São Paulo - SP
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A Pinacoteca exibe o filme Irawo Bori: oferenda para a cabeça cósmica, concebido a partir da apresentação da performance ritualística Irawo Bori no Octógono da Pina Luz — em ocasião
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A Pinacoteca exibe o filme Irawo Bori: oferenda para a cabeça cósmica, concebido a partir da apresentação da performance ritualística Irawo Bori no Octógono da Pina Luz — em ocasião da primeira mostra individual do artista: “Ayrson Heráclito: Yorùbaiano” (em cartaz de abril a agosto de 2022 na Pina Estação).
O filme é dirigido por Ayrson Heráclito em parceria com o cineasta Lula Buarque de Hollanda.
Curadoria de Ana Paula Lopes.
Serviço
Exposição | Irawo Bori: oferenda para a cabeça cósmica
De 31 de agosto a 02 de fevereiro
Quarta a segunda, das 10h às 18h. Quintas-feiras com horário estendido B3 na Pina Luz, das 10h às 20h (gratuito a partir das 18h).
Período
31 de agosto de 2024 10:00 - 2 de fevereiro de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
Pina Luz
Praça da Luz, 2, Bom Retiro, São Paulo — SP
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O Memorial da Resistência de São Paulo, museu da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, apresenta no dia 7 de setembro de 2024, às
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O Memorial da Resistência de São Paulo, museu da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, apresenta no dia 7 de setembro de 2024, às 11h, a abertura de duas exposições concomitantes: Uma Vertigem Visionária – Brasil: Nunca Mais e Memória argentina para o mundo: o Centro Clandestino ESMA.
A mostra argentina é uma itinerância realizada pelo Museu Sítio de Memória ESMA – Ex-Centro Clandestino de Detenção, Tortura e Extermínio, em Buenos Aires e explora a história do edifício, desde a ocupação pelas Forças Armadas durante a última ditadura argentina (1976–1983) até seu reconhecimento como Patrimônio Imaterial da UNESCO, em 2023. As violações de direitos humanos cometidas contra mulheres no período também são revisitadas a partir dos testemunhos das sobreviventes.
Em paralelo, com curadoria do pesquisador e professor Diego Matos, a exposição Uma Vertigem Visionária – Brasil: Nunca Mais é dedicada à memória do projeto homônimo, responsável pela mais ampla pesquisa já realizada pela sociedade civil sobre a tortura no Brasil durante a Ditadura Civil-Militar (1964–1985).
Com as duas mostras, o Memorial explora as últimas ditaduras brasileira e argentina ao apresentar diferentes processos de luta e resistência protagonizados em ambos os países latino-americanos. A partir da história oral, coloca ambas as exposições em diálogo para a construção de uma memória coletiva sobre os períodos de repressão.
A abertura contará com a presença de Mayki Gorosito, diretora técnica do Museu Sítio de Memória ESMA, e do curador Diego Matos.
Uma Vertigem Visionária – Brasil: Nunca Mais
Em 400m², a mostra resgata a memória do projeto Brasil: Nunca Mais, empreendida entre 1979 e 1985. A iniciativa foi responsável por sistematizar e produzir cópias, clandestinamente, de mais de 1 milhão de páginas contidas em 707 processos do Superior Tribunal Militar (STM), revelando a extensão da repressão política do Brasil no período.
A história do projeto e seus desdobramentos é apresentada junto a testemunhos de advogados, jornalistas e defensores de direitos humanos envolvidos no projeto, que, por anos, tiveram seus nomes mantidos no anonimato: Paulo Vannuchi, Anivaldo Padilha, Ricardo Kotscho, Frei Betto, Carlos Lichtsztejn, Leda Corazza, Petrônio Pereira de Souza e Luiz Eduardo Greenhalgh.
O arquivo de 707 processos judiciais expõe os depoimentos de presos políticos sobre as ações de repressão, vigilância, perseguição e tortura do aparato estatal. As cópias desse conteúdo, que por anos foram mantidas em segurança em acervos preservados na Suíça e nos EUA, tiveram repatriamento e retornaram ao Brasil em 2011, onde atualmente encontram-se sob salvaguarda do Arquivo Edgard Leuenroth/Unicamp, em Campinas.
O projeto teve apoio do Conselho Mundial de Igrejas e da Arquidiocese de São Paulo, com participação de Dom Paulo Evaristo Arns (1921–2016), arcebispo de São Paulo, e do Rev. James Wright (1927-1999), da Missão Presbiteriana do Brasil Central.
Além dos arquivos do projeto Brasil: Nunca Mais, a exposição apresenta obras da Coleção Alípio Freire, sob salvaguarda do Memorial da Resistência, realizadas por ex-presos políticos como Artur Scavone, Ângela Rocha, Rita Sipahi, Manoel Cyrillo, Sérgio Ferro, Sérgio Sister e o próprio Alípio Freire, durante a permanência em presídios de São Paulo na Ditadura.
Também compõem a mostra obras de arte de artistas como Carmela Gross, Regina Silveira, Artur Barrio, Antonio Manuel, Rubens Gerchman, Claudio Tozzi e Carlos Zílio, do Acervo da Pinacoteca de São Paulo, e obras externas de Rivane Neuenschwander, Claudio Tozzi, Carlos Zilio. Rafael Pagatini apresentará uma obra comissionada para a exposição, ocupando um mural de 100m² na área externa do museu.
A exposição também lança luz sobre o tempo presente, oferecendo indícios da importância desse debate hoje na perpetuação das permanentes violências do Estado contra suas minorias e populações vulneráveis.
Memória argentina para o mundo: o Centro Clandestino ESMA
O lugar de memória, antiga sede da Escola Superior de Mecânica da Armada (ESMA), foi o maior centro clandestino da última ditadura civil-militar argentina (1976–1983), onde foram detidas ou desaparecidas cerca de 5 mil pessoas, entre militantes políticos, estudantes e artistas.
Com dois eixos principais divididos em 210m², a exposição apresenta a história do edifício junto a depoimentos com diferentes histórias de luta, lançando um olhar sobre o passado e conectando-o ao tempo presente e as reinvindicações por justiça, verdade e reparação.
O núcleo Patrimonio do Nunca Mais contém um vídeo institucional sobre a ESMA e seis painéis com textos e imagens que abordam a história do edifício. Já Ser mulheres na ESMA aborda as violências específicas a quais mulheres sofreram durante seus sequestros e detenções, como a maternidade durante a prisão, a solidariedade entre as presas e os caminhos adotadas para a recuperação física e psicológica das vítimas.
Também compõe o espaço expositivo uma ocupação com fotografias documentais do acervo Memoria Abierta, aliança de organizações argentinas de direitos humanos que promove a memória sobre as violações de direitos no passado recente, ações de resistência e lutas pela verdade e justiça, para refletir sobre o presente e fortalecer a democracia. A fim de apresentar ao público brasileiro a memória visual do período, a ocupação traz registros dos fotógrafos Daniel García, Eduardo Longoni e duas imagens sem autoria definida.
Além de reforçar a importância da história oral, a mostra busca valorizar a preservação e a musealização de lugares de memória difícil – em estreito diálogo com a exposição temporária dedicada ao projeto Brasil: Nunca Mais.
Serviço
Exposições | Uma Vertigem Visionária – Brasil: Nunca Mais e Memória argentina para o mundo: o Centro Clandestino ESMA
De 7 de setembro a 25 de julho de 2025
Terça a domingo das 09h às 20h, última entrada às 19h30
Período
7 de setembro de 2024 09:00 - 25 de julho de 2025 20:00(GMT-03:00)
Local
Memorial da Resistência de São Paulo, museu da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo
Largo General Osório, 66 Santa Ifigênia, São Paulo - SP
Detalhes
A exposição parte da curiosa coleção máscaras mortuárias — moldadas sobre o rosto de pintores como Almeida Júnior e Pedro Alexandrino — para investigar os modos como artistas lidam com
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A exposição parte da curiosa coleção máscaras mortuárias — moldadas sobre o rosto de pintores como Almeida Júnior e Pedro Alexandrino — para investigar os modos como artistas lidam com o tempo e sua experiência. Reunindo cerca de 40 esculturas, que vão do século XII aos dias de hoje, a mostra é uma oportunidade para refletir sobre a linguagem, ver e rever obras fundamentais do acervo da Pinacoteca.
Ao entrar no espaço expositivo, o público se depara com uma escultura medieval do século XII, que representa Cristo crucificado, de autoria desconhecida – além de obras do período barroco no Brasil. Na sequência estão as máscaras mortuárias, além de esculturas de bronze de Brecheret e Liuba Wolf.
Entre elas, há a tentativa de artistas do começo do século XX de representar mulheres e homens negros como “tipos brasileiros”. Até o início da pesquisa para essa exposição, apenas uma dessas esculturas tinha um nome: Maria da Glória (entre 1920 e 1988), de Luiz Morrone. Durante a pesquisa de análise da origem desses títulos, a equipe localizou o nome da modelo para uma escultura de José Cucê, Irina – que passa agora a integrar o título da obra.
O COMEÇO
“A forma do fim” nasce a partir do olhar para o acervo centenário da Pinacoteca, que conta com mais de 13 mil obras. Dessas, quase mil fazem parte da exposição permanente, “Pinacoteca: Acervo”.
Pensando o acervo como uma plataforma para novas pesquisas e aquisições, surge o interesse pela coleção de esculturas presentes na Pinacoteca, na busca de compreender como ela se forma e quais são suas características marcantes que foram desenvolvidas ao longo do tempo. A curadoria buscou perceber essas tendências históricas, organizando seu discurso a partir daquilo que é recorrente no acervo.
OBRAS
Uma das máscaras em “A forma do fim” é a do artista Almeida Júnior, um dos nomes da arte brasileira mais importantes do século XIX, cuja obra é fundadora da coleção da Pinacoteca.
Raízes mortas de natureza e cipó (2015 – 2013), de Advânio Lessa, ressignifica a matéria morta, a transformando em algo vivo através da arte. Dando forma às diferentes dimensões do tempo, esculturas como Bicho – Relógio de sol (1960), de Lygia Clark, Yuxin (2022), de Kássia Borges, Ferramenta de Tempo (2021), de José Adário, e a performance Passagem (1979), de Celeida Tostes, propõem entender a vida e os fazeres da arte de forma cíclica.
As esculturas de Marcia Pastore e Hudinilson Jr. (década de 1980), materializam no espaço membros do corpo ou peças de roupa, registros delicados de suas presenças, que não se impõem como ordenadoras do mundo. O famoso trabalho de Waltercio Caldas, A emoção estética (1977), é uma pista para compreender essa presença e nossa experiência diante da arte: um par de sapatos parece estar a ponto de flutuar diante da forma – uma maneira de estar diante de algo que nos emociona, de compreender nossa comoção por meio do diálogo, investigando a maneira de nos por em relação e, assim, imaginar nosso futuro.
Serviço
Exposição | A forma do fim: esculturas no acervo da Pinacoteca
De 14 de setembro a 04 de maio de 2025
Quarta a segunda, das 10h às 18h
Período
14 de setembro de 2024 10:00 - 4 de maio de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
Pina Estação
Lg. General Osório, 66, São Paulo - SP
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Responsável pelo projeto original do recém-reinaugurado Teatro Cultura Artística, na capital paulista, o urbanista e arquiteto Rino Levi (1901-1965) será homenageado, a partir de 21/09, na Chácara Lane/Museu da Cidade
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Responsável pelo projeto original do recém-reinaugurado Teatro Cultura Artística, na capital paulista, o urbanista e arquiteto Rino Levi (1901-1965) será homenageado, a partir de 21/09, na Chácara Lane/Museu da Cidade de São Paulo (MCSP). Uma exposição apresentará sua obra e importância para a arquitetura moderna brasileira, por meio de fotos, desenhos e maquetes.
Os projetos do Edifício Prudência, dos prédios do Instituto de Arquitetos do Brasil, Banco Sul-Americano e Banco Paulista do Comércio são exemplos do acervo da exposição Rino Levi, história e utopia – destruição, permanência, renovação, com curadoria de Abilio Guerra e Renato Anelli. A mostra ainda revela propostas não construídas para a construção do Viaduto do Chá, Centro Social da USP e um Plano-Piloto para o concurso de Brasília, que seria uma cidade vertical, com megaestruturas de 300m de altura e 400m de comprimento.
Utilizando uma linguagem moderna e arrojada, Levi projetou edifícios habitacionais, escritórios, cinemas, hospitais, indústrias, além de centros administrativos e planos urbanísticos. O arquiteto também desenvolveu trabalhos voltados para a formação na área sobre técnicas construtivas e pré-fabricação.
A diversidade e amplitude da obra do urbanista norteou a divisão da exposição em módulos temáticos. Merece destaque a seção Detalhe e Elemento Arquitetônico, que evidencia sua predisposição por testar novidades. Um dos exemplos está no projeto do edifício Concórdia (1955), em que ele justapôs uma parede de alvenaria com tijolos perfurados a um brise-soleil – elemento arquitetônico que protege da incidência solar – feito com placas curvas de fibrocimento.
Em Síntese das Artes é possível acompanhar a integração entre a arte e a arquitetura na concepção de painéis, paisagens e relevos. No edifício Prudência (1944), Levi usou azulejos para cobrir as torres de escadas e elevadores, garantindo profundidade e relevo às superfícies. Para os trabalhos artísticos costumava selar parceria com nomes importantes como o do paisagista Roberto Burle Marx.
Linha do tempo
A linha do tempo, Atos e Fatos, destaca as principais passagens da vida e da obra de Rino Levi. Começa com o seu nascimento, em 1901, passando por sua formação na Escola Superior de Roma em 1926 e os principais projetos ao longo da carreira. O percurso teminha com a sua morte, em 1965, durante uma expedição botânica ao lado do amigo Burle Marx.
Parte das construções elaboradas pelo urbanista sofreram com a ação do tempo e o desinteresse na conservação por parte da sociedade. Os cinemas Arte Palácio, Ipiranga, Piratininga e Universo se deterioram. A Galeria R. Monteiro, o edifício Plavinil Elclor e o Laboratório Paulista de Biologia ficaram descaracterizados, enquanto a Companhia Jardim de Cafés Finos, os edifícios Columbus e Nicolau Schiesser, desapareceram.
Segundo os curadores, a exposição pretende despertar a curiosidade dos visitantes a respeito desse legado e sugere uma reflexão sobre a importância de valorizar o patrimônio arquitetônico de qualidade, que resiste ao tempo.
A mostra é parte do programa curatorial do Gabinete do Desenho, na Chácara Lane/Museu da Cidade de São Paulo, direcionado ao desenho como elemento preparatório do pensamento criativo para profissionais e estudiosos da arquitetura, do urbanismo e demais interessados na temática.
Serviço
Exposição | Rino Levi, história e utopia – destruição, permanência, renovação
De 21 de setembro a 29 de junho de 2025
Terça a sexta das 10h às 16h, sábado e domingo das 10h às 17h
Período
21 de setembro de 2024 10:00 - 29 de junho de 2025 16:00(GMT-03:00)
Local
Chácara Lane | Museu da Cidade de São Paulo
R. da Consolação, 1024 – Consolação - São Paulo - SP