Debates contemporâneos
VIII Seminário Internacional Arte!Brasileiros:
Narrativas contra-hegemônicas
Vitória, Espírito Santo – 20 e 21/3 de 2025
O novo ciclo Debates Contemporâneos traz para Vitória (ES) o VIII Seminário Internacional Arte!Brasileiros: Narrativas Contra-hegemônicas.
Com patrocínio da EDP, empresa que atua em todos os segmentos do setor elétrico, o Seminário, em parceria com o Museu de Arte do Espírito Santo (MAES), é uma realização da Atmo e da Arte!Brasileiros, por meio da Lei de Incentivo à Cultura Capixaba (LICC) e do Governo do Estado do Espírito Santos / Secretaria de Estado da Cultura.
O Seminário Internacional Arte!Brasileiros realiza sua 8ª edição nos dias 20 e 21 de março de 2025, na cidade de Vitória (ES), e tem por objetivo mapear e debater as narrativas e práticas contra-hegemônicas nacionais e de fora do Brasil, que se manifestam no sistema da cultura e da arte contemporânea. O projeto de pesquisa e curadoria do evento contou com a colaboração de Nicolas Soares, artista, curador e diretor do Museu de Arte do Espírito Santo – MAES; Fabio Cypriano, jornalista e crítico de arte, professor no programa de pós-graduação em Comunicação e Semiótica da PUC-SP, onde é diretor da Faculdade de Filosofia, Comunicação, Letras e Arte, membro do conselho editorial de Arte!brasileiros, e de Patricia Rousseaux, psicanalista, pedagoga, fundadora e diretora editorial da Plataforma e Revista de cultura e arte contemporânea Arte!Brasileiros, desde 2010.
Vivemos em um momento polarizado, tanto no Brasil como no exterior, marcado pelo discurso de ódio e pelas guerras culturais, que buscam reinstaurar um sistema autoritário de poder, contra todos os avanços alcançados nas últimas décadas, contra princípios básicos, entre eles a defesa da igualdade racial e de gênero, a necessidade da educação e das leis de incentivo. Só a democracia não garante nossas conquistas.
Até 2022, do ponto de vista nacional, houve uma destruição das políticas públicas de apoio às artes. Mesmo assim, estados como Espírito Santo e Ceará encamparam ações importantes, compensando de certa forma a degradação do suporte do Estado brasileiro. Muitos coletivos e novas práticas institucionais buscaram, fora das políticas públicas, formas alternativas de atuação.
Hoje, existe um projeto nacional de reencontro e de reparação com inúmeros setores sociais apagados ao longo de centenas de anos.
O Seminário quer colaborar com este projeto, aprofundando o debate sobre a importância da cultura e da arte na formação de um povo, na escuta das diferentes vozes atuantes nessa construção, assim como refletir sobre o enfrentamento a narrativas propensas a retrocessos, obscurantismos e traumas coloniais que estão definitivamente introjetados na sociedade.
O Seminário visa tratar algumas das questões-chave deste embate, como uma contra ofensiva baseada na memória, em discursos saudáveis e baseados no amor como princípio. Busca também elencar iniciativas decoloniais em instituições, além de tratar da crise climática como central para a sustentabilidade da arte e do planeta, tendo a poesia como fator fundante da cultura. A programação do evento ao longo de dois dias, inclui workshops, apresentações especiais, mesas de debate, uma instalação inédita no Museu de Arte do Espírito Santo, criada pelos artistas Elvys Chaves e Carlo Schiavini, com curadoria de Clara Sampaio e Nicolas Soares e bandas de música capixaba no encerramento.
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Dia 20
MANHÃ
LOCAL: Museu de Arte do Espírito Santo (MAES)
HORÁRIO: 9h às 10h
Inauguração da Instalação “Wifi Grátis (ou Intromisssão)” de Carlo Schiavini & Elvys Chaves, no Museu de Arte do Espírito Santo, com curadoria de Clara Sampaio e Nicolas Soares, e da exposição do Acervo do MAES, ABSTRAÇÕES.
HORÁRIO: 10h15 às 12h30
Workshop: (limitado a 40 participantes)
Estratégias em curadorias decoloniais
Os projetos de pesquisa e exposições vem sofrendo na área de curadoria importantes transformações durante os últimos 15 anos. Exigiram um letramento contra o racismo estrutural e uma virada de página na forma de encarar o trabalho coletivo, na luta pela diversidade. No workshop serão debatidos dois casos ilustrativos.
Apresentação: Deri Andrade, curador, responsável pelo Projeto Afro Brasil, curador do Instituto INHOTIM
Mediação com o público a cargo da curadora e Professora no Departamento de Artes Visuais da Universidade Federal do Espírito Santo, Ananda Carvalho. Doutora e Mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP (bolsa CNPq), com pós-doutorado em Estudos Contemporâneos das Artes pela UFF.
ALMOÇO
Recepção para convidados no Parque Cultural Casa do Governador
HORÁRIO: das 13h às 14h30
TARDE
SEMINÁRIO
LOCAL: Casa da Música Sônia Cabral
HORÁRIO: 17h às 17h30
Abertura oficial:
Vídeo institucional da EDP, breve fala de agradecimento de Patricia Rousseaux, em nome da Arte!Brasileiros, e breve fala do Secretário da Cultura do Espírito Santo, Fabricio Noronha.
HORÁRIO: 17h30
Performance de Glicéria Tupinambá , artista
MESA 1
HORÁRIO: das 18h às 19h45
Experiências da luta anticolonial no sistema das artes: por uma contraofensiva saudável, radical e com amor
Visamos aqui trazer relatos de artistas, curadores/as, pesquisadores/as que desenvolvem projetos dissidentes, que conseguem se situar à margem de políticas institucionais rígidas e estimulam um pensamento e uma prática inclusivas.
Mediação: Fabio Cypriano (crítico de arte, professor da PUC-SP)
Participantes: Lia D Castro (artista, Brasil), Marcus Vinicius Sant’Ana (historiador, pesquisador ES) , Guilherme Marcondes (sociólogo, antropólogo, UFRJ, SP)
MESA 2
HORÁRIO: das 20h às 21h30
O desafio da luta decolonial nas instituições
O objetivo aqui é refletir como é possível dentro do campo institucional e mesmo em espaços “desinstitucionalizados” a inserção de artistas e práticas até recentemente sem visibilidade em museus, centros culturais e grandes mostras. Esses instrumentos de reparação, contudo, precisam ir muito além de meros atos de marketing.
Mediação: Nicolas Soares (artista, curador, Diretor do Museu de Arte Espirito Santo – MAES)
Participantes: Deri Andrade (pesquisador e curador, Inhotim, BH); Luciara Ribeiro (pesquisadora, Sertão Negro, Goiás); José Eduardo dos Santos (pedagogo, psicólogo, doutor em Saúde Pública, Acervo da Laje, Bahia)
Horário: Encerramento 21h30 até às 23h
Apresentação SHOW Banda Fabriccio (ES)
Natural de Vitória (ES), é multi-instrumentista, compositor e produtor musical. Suas canções exploram temas como afetividade, sensibilidade masculina e espiritualidade, com influências da literatura, do cinema e da magia presente no cotidiano. Foi indicado ao Prêmio APCA de Artista Revelação (2021) e ao Prêmio da Música Capixaba (2023) na categoria Destaques Vozes Negras. Já se apresentou em palcos como Favela Sounds (Brasília), Festival Path, Blue Note SP, Mundo Pensante, Virada Cultural SP e diversas unidades do SESC, além de showcases no Sim São Paulo e Formemus (ES).
Dia 21
MANHÃ
LOCAL: Museu de Arte do Espírito Santo (MAES)
Workshop: (limitado a 40 participantes)
HORÁRIO: das 10h ao 12h
Por uma articulação interdisciplinar em arte e educação
Cada vez é mais imperativo um diálogo interdisciplinar entre a cultura e a educação. A arte tem sido um elo fundamental na construção de reflexões sobre o sujeito, seu desenvolvimento e sua relação com o meio ambiente. O workshop discutirá dois casos de implementação destas estratégias.
Apresentação: Gleyce Kelly Heitor, (educadora, curadora)
Mediação com o público a cargo da professora convidada Margarete Sacht Goes. Atua como Curadora do educativo da Galeria de Arte Espaço Universitário (GAEU/UFES). Doutora em Educação pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) na linha de pesquisa Educação e Linguagens.
Almoço livre
TARDE
SEMINÁRIO
LOCAL: Casa da Música Sônia Cabral
HORÁRIO: das 17h às 17h30
Abertura Oficial : repete vídeo institucional, e agradecimentos
Abertura
HORÁRIO: das 17h30 às 18h30
Apresentação Malcolm Ferdinand
A crise ambiental no limite da civilização
Escritor e pensador martinicano falará sobre a importância de não dissociar a questão ecológica da questão colonial, mostrando em que medida a destruição do meio ambiente está ligada tanto na sua origem como nas suas nefastas consequências ao legado colonial, propondo saídas para a tempestade em que nos encontramos.
MESA 3
HORÁRIO: das 18h30 às 19h45
A deseducação potencial:
“Desaprender é voltar à recusa inicial da despossessão e ao mundo no qual ela teve origem e trazer esse momento para nosso presente, em vez de buscar anti-imperialismos futuros e melhores”, defende a artista e acadêmica Ariela Aïsha
Azulay. Busca-se aqui nesta mesa trazer um debate relevante no que diz respeito ao papel da educação, através de projetos que questionam as estratégias formais desse campo.
Mediação: Gabriela Leandro Pereira (Gaia) (arquiteta, professora, curadora)
Participantes: Horrana de Kassia (Instituto Moreira Salles, SP); Gleyce Heitor (curadora, professora, Inhotim, MG); Napê Rocha (Pesquisadora, ES)
MESA 4
HORÁRIO: das 20h às 21h30
“Arte é conversa das almas, a arte alimenta a vida”:
A frase de Nego Bispo norteia essa última mesa, ressoando seu pensamento de que arte não pode ser mercadoria. Reunindo artistas e curadores, essa mesa busca traçar um panorama contemporâneo de poéticas artísticas contracolonialistas.
Mediação: Patricia Rousseaux (diretora editorial arte!brasileiros, educadora, Brasil)
Participantes: Sandra Gamarra (artista, Peru); Depoimento Exclusivo Kiluanji Kia Henda (artista, Luanda); Luciano Feijão (artista, ES);
Encerramento: Depoimento Exclusivo Rosana Paulino (artista, Brasil)
Horário: Encerramento 21h30 até às 23h
Apresentação Show Douglas Germano (SP)
Douglas Germano é compositor, violonista e atua na cena musical desde a década de 1980. Com cinco álbuns lançados — Duo Moviola (2009), Orí (2011), Golpe de Vista (2016), Escumalha (2019) e Partido Alto (2021) —, sua obra transita pelo samba e suas vertentes. Foi diretor musical da Cia. Teatro X, assinando trilhas para nove espetáculos, incluindo Calígula (2002), que lhe rendeu o Prêmio Shell de Melhor Trilha Original (2003). Finalista do 23º Prêmio da Música Brasileira como Melhor Cantor de Samba por Orí, venceu o Prêmio Multishow 2016 na categoria Música do Ano com “Maria de Vila Matilde” e foi finalista do Grammy Latino na categoria Melhor Música em Língua Portuguesa.
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