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EXPOSIÇÃO RECIFE
fortalecimento das cadeias produtivas da cultura O chão hoje é um galpão que fica no Centro
nas áreas de atuação do bnb, chamada Banco do Histórico de São Luís, onde funcionavam os antigos
Nordeste Cultural. As diferentes ações são progra- armazéns do Saber, da Praia Grande, tombado no
madas e realizadas de forma integrada, envolvendo os final do século xviii. “É aberto, fica numa rua do
centros culturais presentes nas cidades de Fortaleza Passa Carro. Isso é maravilhoso, porque a gente
e Juazeiro do Norte, no Ceará, e Sousa, na Paraíba, os tem uma expansão de uma praça, que permite
acervos artísticos, históricos e bibliográficos, além de realizar performances para o público. É um espaço
projetos estruturados, como é o caso do Ecossistema de experimentação que vive dessa nossa forma de
Musical, do Galerias Urbanas e do Ecossistema das ser, do desejo de fazer acontecer junto aos artistas
Artes Visuais. que estão lá, junto às nossas outras parcerias. Na
programação do chão a gente recebe muitos pro-
“O Banco do Nordeste Cultural vem desempenhando jetos de residência para acolher. Existem institui-
um importante papel no processo de visibilização da ções parceiras que possibilitam acontecer outros
produção artística dos agentes da área de atuação projetos, como o Festival Verbo de performances,
do Banco, por meio de programas como o Galerias junto à Galeria Vermelho de São Paulo. Esse ano,
Urbanas, o Ecossistema Musical e o Ecossistema das expandimos para Fortaleza, e nos apresentamos
Artes Visuais. São ações, somando-se ao fornecimento na nova Pinacoteca. No Rio, por exemplo, o chão
de crédito, que fortalecem a marca da instituição e é uma residência parceira da feira ArtRio, já faz
cumprem o papel de agente fomentador das cadeias cinco anos. A gente recebe os artistas premiados,
produtivas das artes”, afirmou Murilo Albuquerque, assim como outros projetos de residências junto
gerente de Gestão da Cultura do bnb. a outros artistas selecionados, numa chamada
pública que a gente fez em caráter nacional e com
“Difundir a riqueza artística que produzimos forta- artistas também do Maranhão.”
lece os agentes produtivos que necessitam de espaço O artista Luciano Feijão, graduado em Artes
e de políticas estruturadas para dar continuidade ao Plásticas e mestre em Arte pela Universidade
seu ofício”. Federal do Espírito Santo, foi professor no Depar-
tamento de Artes Visuais da ufes. Trabalhou
Alguns palestrantes trouxeram as experiências culturais com ilustração e gravura em Vitória, São Paulo,
de seu estado de origem, como no caso de Saman- México e Eslováquia, com destaque para as ações
tha Moreira, fundadora do chão, em São Luís (ma). do Museu Capixaba do Negro. Feijão também
“Encontros como este confirmam nossa intenção de explicou seu percurso: “Venho trabalhando sobre
fazer acontecer, de criar um espaço de afeto. O chão o corpo, principalmente o corpo negro, desde
não é um projeto que começa só comigo, começa com 2016. Foi exatamente o ano que eu assumi que
um grupo de artistas, educadores, gestores, com o o meu trabalho, enquanto artista visual, falaria
desejo de pensar processos a partir do Maranhão. fundamentalmente do corpo negro.”
Tem grandes parceiros e tinha, anteriormente, o Tiago A exposição Nordeste Expandido: estratégias
Martins de Melo, a Márcia Araújo e a Nova Frente. Hoje de (re)existir ficará aberta ao público até o dia 5 de
somos eu, Dinho, Camila Grimaldi e Tadeu Macedo janeiro de 2024, período em que poderá ser visitada
que, enfim, gerimos o espaço, sempre trazendo novas de quarta a sexta, das 10h às 17h, e aos sábados e
parcerias para a programação acontecer, para ser um domingos, das 10h às 16h. O acesso é gratuito.
espaço aberto a receber articulações, pensamentos
e tradições do Maranhão.” *Patricia Rousseaux viajou a convite do Centro Cultural do Banco do
Nordeste para participar do Seminário e visitar a exposição
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