Page 64 - artebrasileiros-65
P. 64

EXPOSIÇÃO RECIFE
















            fortalecimento das cadeias produtivas da cultura   O chão hoje é um galpão que fica no Centro
            nas áreas de atuação do bnb, chamada Banco do   Histórico de São Luís,  onde funcionavam os antigos
            Nordeste Cultural. As diferentes ações são progra- armazéns do Saber, da Praia Grande, tombado no
            madas e realizadas de forma integrada, envolvendo os   final do século xviii. “É aberto, fica numa rua do
            centros culturais presentes nas cidades de Fortaleza   Passa Carro. Isso é maravilhoso, porque a gente
            e Juazeiro do Norte, no Ceará, e Sousa, na Paraíba, os   tem uma expansão de uma praça, que permite
            acervos artísticos, históricos e bibliográficos, além de   realizar performances para o público. É um espaço
            projetos estruturados, como é o caso do Ecossistema   de experimentação que vive dessa nossa forma de
            Musical, do Galerias Urbanas e do Ecossistema das   ser, do desejo de fazer acontecer junto aos artistas
            Artes Visuais.                                  que estão lá, junto às nossas outras parcerias. Na
                                                            programação do chão a gente recebe  muitos pro-
              “O Banco do Nordeste Cultural vem desempenhando   jetos de residência para acolher. Existem institui-
            um importante papel no processo de visibilização da   ções parceiras que possibilitam acontecer outros
            produção artística dos agentes da área de atuação   projetos, como o Festival Verbo de performances,
            do Banco, por meio de programas como o Galerias   junto à Galeria Vermelho de São Paulo. Esse ano,
            Urbanas, o Ecossistema Musical e o Ecossistema das   expandimos para Fortaleza, e nos apresentamos
            Artes Visuais. São ações, somando-se ao fornecimento   na nova Pinacoteca. No Rio, por exemplo, o chão
            de crédito, que fortalecem a marca da instituição e   é uma residência parceira da feira ArtRio, já faz
            cumprem o papel de agente fomentador das cadeias   cinco anos. A gente recebe os artistas premiados,
            produtivas das artes”, afirmou Murilo Albuquerque,  assim como outros projetos de residências junto
            gerente de Gestão da Cultura do bnb.            a outros artistas selecionados, numa chamada
                                                            pública que a gente fez em caráter nacional e com
              “Difundir a riqueza artística que produzimos forta- artistas também do Maranhão.”
            lece os agentes produtivos que necessitam de espaço   O artista Luciano Feijão, graduado em Artes
            e de políticas estruturadas para dar continuidade ao   Plásticas e mestre em Arte pela Universidade
            seu ofício”.                                    Federal do Espírito Santo, foi professor no Depar-
                                                            tamento de Artes Visuais da ufes. Trabalhou
            Alguns palestrantes trouxeram as experiências culturais   com ilustração e gravura em Vitória, São Paulo,
            de seu estado de origem, como no caso de Saman- México e Eslováquia, com destaque para as ações
            tha Moreira, fundadora do chão, em São Luís (ma).  do Museu Capixaba do Negro. Feijão também
           “Encontros como este confirmam nossa intenção de   explicou seu percurso: “Venho trabalhando sobre
            fazer acontecer, de criar um espaço de afeto. O chão  o corpo, principalmente o corpo negro, desde
            não é um projeto que começa só comigo, começa com   2016. Foi exatamente o ano que eu assumi que
            um grupo de artistas, educadores, gestores, com o   o meu trabalho, enquanto artista visual, falaria
            desejo de pensar processos a partir do Maranhão.  fundamentalmente do corpo negro.”
            Tem grandes parceiros e tinha, anteriormente, o Tiago   A exposição Nordeste Expandido: estratégias
            Martins de Melo, a Márcia Araújo e a Nova Frente. Hoje   de (re)existir ficará aberta ao público até o dia 5 de
            somos eu, Dinho, Camila Grimaldi e Tadeu Macedo   janeiro de 2024, período em que poderá ser visitada
            que, enfim, gerimos o espaço, sempre trazendo novas   de quarta a sexta, das 10h às 17h, e aos sábados e
            parcerias para a programação acontecer, para ser um   domingos, das 10h às 16h. O acesso é gratuito.
            espaço aberto a receber articulações, pensamentos
            e tradições do Maranhão.”                      *Patricia Rousseaux viajou a convite do Centro Cultural do Banco do
                                                            Nordeste para participar do Seminário e visitar a exposição
            64
   59   60   61   62   63   64   65   66   67   68   69