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A exposição do acervo do fotógrafo abre capítulos
sobre museus e preservação de coleções indígenas.
Considerado um fotógrafo importante na época, algu-
mas de suas fotos são provas das técnicas inovadoras,
cuja experiência perceptiva define-se na sobreposição
de imagens e no uso de filtros e lentes especiais, um
recurso novo naquele tempo.
Culturas Indígenas no Brasil e a coleção Harald
Schultz, além de divulgar e fortalecer sua obra, também
provoca reflexões sobre vários aspectos que envolvem
os objetos coletados. Dividida em quatro partes, a
primeira foca a trajetória do fotógrafo-etnólogo com
alguns dados biográficos mais relevantes. Já a segun-
da coloca luz nas questões museológicas e reflete
como introduzir políticas que respeitem os direitos de
inclusão dos povos originários. A terceira toca no tema
dos estudos relacionados a coleções depositadas em
museus, enquanto a última aborda a iconografia de 12
etnias contactadas por Schultz, além de uma coleção
singular de fotografias dos objetos encontrados. O
livro traz forte contribuição para o resgate do trabalho
desenvolvido por Harald Schultz, tanto como fotógrafo
quanto como etnólogo, além de abrir portas para outros
estudos complementares.
À, esq, Harald Schultz e Vilma Chiara. No alto,
Homem Makú. Ao centro, pacote com dardos.
Acima, Vilma Chiara com os Aruanãs
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