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À dir., Uma vista do
atelier. Cantinho
com pigmentos de
cores variadas
cru, costurados e enchidos com argila. Como Marlene porte realizadas com celulose e pigmentos naturais
mesmo define, “essa instalação se reporta à primitiva que ganham formas orgânicas. Uma série de placas
forma de medir o tempo, com as sombras, modo ante- de celulose circulares obtém protagonismo pela mate-
rior às clepsidras (relógio de água, um dos primeiros rialidade pictórica das densas camadas de pigmentos.
sistemas criados para medir o tempo) e às ampulhetas”. Neste ano ela abriu uma galeria, o Escritório de Arte
A areia colocada nos tubos fechados não escorrega Costa e Almeida, localizada em Bananeiras, em um dos
lugares históricos da cidade, onde ela nasceu, com
pelas ampulhetas e alude a uma das vontades mais
FOTOS: ACERVO DA ARTISTA antigas do homem: parar o tempo. De caráter serialista, uma exposição de seus últimos trabalhos. Sob o título
Copaóba, reuniu obras de grandes dimensões com pin-
os tubos, que se repetem, podem ser produzidos com
vários metros, o que impacta quando são instalados
turas em têmpera. Ao visitar a mostra, o crítico Marcos
Lontra escreveu: “Todas as paisagens construídas por
em grandes espaços, como aconteceu na Alemanha.
No campo da escultura há peças de grande
Marlene têm por objetivo apresentar a cada um de nós
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