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INSTITUIÇÃO ICOM

EM DEFESA

DO

PATRIMÔNIO

EM RISCO

Brasil ganha Lista Vermelha,
documento elaborado pelo
Conselho Internacional de Museus
(ICOM) que elenca bens culturais
brasileiros sob ameaça de tráfico

por eduardo simões

o conselho internacional de museus (icom) divul-
gou em fevereiro a Red List Brasil, um documento que
elenca as tipologias de bens culturais do país mais sus-
cetíveis à comercialização ilegal. Criada em parceria com
especialistas brasileiros, a Lista Vermelha traz exemplos
de fósseis, arte sacra, mapas, livros e peças etnográficas
e arqueológicas sob ameaça de tráfico internacional. O
lançamento aconteceu no Museu da Língua Portuguesa,
com a presença de Emma Nardi, presidente global do
ICOM; da ministra da Cultura, Margareth Menezes, e
de Renata Motta, presidente do ICOM Brasil e direto-
ra-executiva do museu paulistano, entre outros. de proteção ao patrimônio robusta. Mas é um país com
As Red Lists são publicadas desde 2000 pelo ICOM. dimensões continentais e fronteiras muito porosas. Por-
Hoje, 57 países estão cobertos pelos 20 documentos tanto, é sempre um grande desafio exercer o controle
editados pela instituição. Alguns deles foram criados em da saída desses objetos do território nacional”, avalia
caráter de emergência, como é o caso da recém-lançada Roberta. “Um documento como a Red List é muito
lista que contempla objetos em risco da Ucrânia, país estruturante porque, além de seu uso prático, junto à
em guerra contra a Rússia. Roberta Saraiva, diretora Receita Federal e Polícia Federal, por exemplo, ele arti-
do ICOM Brasil, destaca que, segundo levantamento cula diferentes instâncias governamentais, especialistas
feito pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico na área do país, como o Iphan, o Instituto Brasileiro de
Nacional (Iphan), de um total 1.974 objetos brasileiros Museus (Ibram) e o MinC”.
desaparecidos, apenas 48 foram recuperados. Ainda A Red List Brasil, ressalte-se, não mostra objetos já FOTOS: CORTESIA MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA
segundo Roberta, a Interpol (The International Criminal comercializados ilegalmente. Mas aponta as tipologias
Police Organization) aponta o Brasil como o 26º país mais em risco, por meio de fotografias e identificações
com maior número de bens traficados no mundo. fornecidas pela Fundação Biblioteca Nacional (FBN),
“Desde os anos 1940, o Brasil tem uma legislação pelo Iphan (MG e RJ), pelo Museu de Arqueologia e

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