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NOVAS POLÍTICAS PÚBLICAS ARTIGO
A REFUNDAÇÃO
DA CULTURA
Recriação do MinC e presença de especialistas
como Sandra Benites em postos-chave trazem
esperança de reconstrução do setor, que no biênio
2020-21 teve perdas estimadas em R$ 69 bilhões
por fabio cypriano
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, e a presidenta da Fundação Nacional de Artes (Funarte), Maria Marighella, durante evento de sua
posse na entidade, no centro do Rio de Janeiro. Ao lado, a curadora indígena Sandra Benites, agora à frente da direção de artes visuais da Funarte
quando no início de fevereiro passado, funcioná- a renovação da instituição e, dessa vez, a resposta
rios do Museu Nacional receberam Leandro Grass, que foi imediata. “Onde assino”, perguntou logo Grass. O
acabava de ser empossado presidente do Instituto do comprometimento do governo com a instituição ficou
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), havia uma ainda mais explícito com a presença do presidente Lula
tensão no ar, como relata o jornalista Bernardo Esteves na no Museu Nacional, no dia 23 de março.
edição de março da revista Piauí. Desde o incêndio que Urgência, de certa forma, tem sido o ritmo dos pro-
destruiu 85% do acervo da instituição, o Iphan mais atra- fissionais da cultura no Brasil, em busca de recuperar
palhava a reconstrução do Palácio São Cristóvão, sendo o tempo perdido nos últimos seis anos, desde que
que seu então presidente, o monarquista Olav Antonio ocorreu o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff.
Schrader, chegou a propor que o local se tornasse um Não dá para esquecer que o Ministério da Cultura
centro dedicado à memória da família imperial. chegou a ser extinto por Michel Temer, mas a pressão
Pois na reunião com Grass, o diretor do Museu do setor fez o MinC continuar. Mesmo assim, desde
Nacional, Alexander Kellner, renovou o convite para que então, seu orçamento foi sendo reduzido, até que na
o Iphan integrasse o comitê institucional que acompanha gestão seguinte o ministério fosse extinto de vez.
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