Page 23 - ARTE!Brasileiros #55
P. 23
Acima, ateliê do Jardim Miriam Arte Clube - JAMAC; abaixo, banner do #coleraalegria
legitimador do circuito - só o que Não por acaso, em seu recente
vende deve ser considerado. livro O que vem depois da farsa, o
Como uma espécie de antídoto crítico norte-americano Hal Foster
a esse sistema, que já aponta que muitos artistas vêm
demonstrava decadência há trabalhando na chave da
alguns anos, esses coletivos “reconstrução”, isto é, estão
buscaram novas práticas, quase buscando sistemas que sirvam
sempre longe das feiras e das como possibilidades alternativas
casas dos colecionadores. Eles ao mundo em colapso.
estão tanto em instituições como O caso do #coleraalegria é
universidades, caso do Forensic exemplar, porque se trata de um
Architecture, baseado no agrupamento de militância, onde
Goldsmiths da Universidade de cada qual segue com seu trabalho
Londres, que aliás foi indicado ao individual, mas no coletivo há uma
Turner em 2018, ou são apenas energia que se multiplica pelas
grupos informais de artistas, singularidades.
como o #coleraalegria, no Brasil, Dessa forma, ao contrário do
que vem contribuindo em que se convencionou afirmar de
manifestações políticas relevantes que a documenta lança tendências,
com a criação de um material a próxima edição do evento vai
visual inovador e longe dos clichês consagrar práticas em construção
sisudos da militância há mais de duas décadas, que
convencional, além de ter forte estão reposicionando o sistema
inserção nas redes sociais. das artes.
23