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EXPOSIÇÃO RIO DE JANEIRO
DETALHE DA OBRA DE ROSÂNGELA
RENNÓ, #RIO UTÓPICO, 2018, NO MAR –
MUSEU DE ARTE DO RIO DE JANEIRO
das redes para a mostra, incluindo de tirinhas da Paulo, em 2014, a uma nova versão de Rio Utó-
Laerte às ações do coletivo #coleraealegria. Com pico, de Rosângela Rennó, visto antes no Instituto
isso, o curador aponta para situações limites, onde Moreira Salles.
não interessa tanto de onde vem a ação, mas a A mostra, contudo, ganha ao questionar a própria
importância de usar a linguagem em novas formas. estrutura da instituição, já que estruturas foram
Nesse sentido, a presença de Claudia Andujar, uma construídas sobre as paredes de vidro que limitam
artista sempre incluída nas exposições do curador, a entrada no MAR, permitindo que seja possível
ganha caráter de precursora, já que seu trabalho entrar no museu de outra forma, ao mesmo tempo
com os índios nunca esteve preocupado com a que esse novo espaço seja ocupado tanto por
arte em si, mas a defesa de uma causa. debates como por coletivos que o desejarem.
O panorama construído por Moacir é amplo: são O próprio espaço expositivo também contem uma
mais de 50 artistas e coletivas, que ocupam um área para reuniões, e é por conta desse tipo de
andar inteiro do museu e apresentam distintas acolhimento que a mostra se diferencia de uma
vertentes poéticas. Está lá Apelo, o vídeo visce- exposição convencional. Ela não é apenas um
ral sobre a morte de adolescentes pela polícia compêndio de arte e política, mas sim um espaço
na periferia de São Paulo visto na Bienal de São para se praticar arte e política.
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