Page 28 - ARTE!Brasileiros #41
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FEIRA MIAMI ART BASEL
O TRABALHO DE
WESLEY DUQUE LEE
PRESENTE NA
MAIOR FEIRA
AMERICANA
PINTURAS, COLAGENS, DESENHOS, MÓVEIS E
OBJETOS DE SEU ESTÚDIO ESTÃO NA MOSTRA
ORGANIZADA PELO INSTITUTO QUE LEVA SEU NOME
POR LEONOR AMARANTE
NÃO FAÇO UM TEXTO LINEAR para falar de
Wesley Duque Lee, artista multifacetado, cheio
de narrativas transterritoriais, inventor de iden-
tidades múltiplas fragmentadas, que desde sem-
pre provocam polêmicas. O estilo aristocrático,
já presente no sobrenome, o acompanha até a
morte em 2010. Filho de pai norte-americano
conservador, em 1951 vira a mesa, decide ser
artista, frequenta as aulas de desenho no MASP
e, no ano seguinte, ingressa na Parsons School of
Design, em Nova York.
Pintura, xerox, colagem, escultura, gravura, livro
de artista, computação gráfica, quase nada esca-
pou da criatividade de Wesley, pioneiro da lingua-
gem pop no Brasil. Em 1963 adere ao realismo
mágico e ensina artistas como Carlos Fajardo,
Frederico Nasser, José Resende e Luiz Paulo Bara-
velli, com os quais trabalha intensamente por dois
anos. Alguns anos depois, sua obra sai do plano e
ganha o espaço tridimensional. Trabalhos como
O Trapézio ou Uma Confusão (1966) e O Helicóp- FOTO FLÁVIO PINTO FREIRE
tero (1967) já se articulam como ambientes.
Como resgate da produção de um artista impres-
cindível, é inegável a contribuição do Wesley Duke
Lee Art Institute, criado em 2015 pelo galerista
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