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SEMINÁRIO A ARTE COMO CONSTRUÇÃO DE MUNDOS
com esquizofrenia-paranoide. Ele já teve suas
obras expostas em inúmeras mostras nacionais
e internacionais, incluindo a Bienal de São Paulo,
e, agora, inaugura uma importante retrospectiva
em Itu, na FAMA. Bispo do Rosário: as coisas do
mundo tem curadoria de Ricardo Resende, que
será mediador do seminário. “A seleção de tra-
balhos de Bispo observou o gesto de serializar,
organizar e multiplicar como prática artística, tal
como se via na indústria têxtil, quando os operários
é que ‘produziam’ as coisas que seriam usadas no
cotidiano”, escreve Resende no texto curatorial.
Se desdobram no espaço da FAMA mostras simul-
tâneas de Pola Fernandez (vencedora do Edital de
Ocupação da instituição), com obras produzidas
durante residência no Museu Bispo do Rosário, e
uma coletiva de artistas com obras que conversam
com a produção de Bispo: Carmela Gross, Louise
Bourgeois, Nazareth Pacheco e Sonia Gomes.
Como parte da programação do seminário e para
melhor apreciação da densidade e singularidade
destes artistas, dia 9 de setembro a Galeria Esta-
ção abre, em São Paulo, exposições do brasileiro
Fernando Diniz e do austríaco Josef Hofer. Falecido
em março de 1999, Diniz era, para Mário Pedrosa,
um artista dotado de uma força decorativa que
nunca desarmava. O artista frequentou a Seção
de Terapêutica Ocupacional (STO) do Centro Psi-
quiátrico Pedro II. O STO foi fundado por Nise da
Silveira para estimular as habilidades de expressão
dos pacientes. A mostra, com curadoria de Luiz Car-
los Mello e Eurípedes Junior, faz um recorte entre
as cerca de 30 mil peças produzidas pelo artista.
A exposição de Diniz é uma parceria institucional
com o Museu de Imagens do Inconsciente (MII).
Pela primeira vez no Brasil, Josef Hofer terá indivi-
dual na Galeria Estação, com curadoria de Elisabeth
Telsnig. O artista, surdo e mudo, nascido na Áustria,
teve sua obra e sua história conhecidas por Vilma
Eid, diretora galeria, em viagens aos Estados Unidos
e à Europa. Em 2018, ela foi conhecer o trabalho
de Telsnig frente à representação do trabalho de
Hofer e, neste momento, decidiu mostrar a obra
do artista para o público brasileiro. Para ela, é
importante fomentar o interesse em Art Brut no
Brasil. “Na Europa há interesse e também mercado,
existe inclusive uma feira”, ela comenta.
ARTHUR BISPO DO ROSÁRIO, RETENTOR DE ÓLEO, S.D, ASSEMBLAGE, CARPINTARIA
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