Page 98 - ARTE!Brasileiros #37
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FOTOGRAFIA DIANE ARBUS
A NARRATIVA
MARGINAL DE
DIANE ARBUS
EXPOSIÇÃO NO METROPOLITAN DE NOVA YORK
E CATÁLOGO APRESENTAM A FORÇA DO
TRABALHO DA FOTÓGRAFA NORTE-AMERICANA,
QUE EXPLODIU NOS ANOS 1950 AO TORNAR
VISÍVEIS PERSONAGENS QUE NÃO ERAM
BEM-VISTOS OU SEQUER NOTADOS
POR SIMONETTA PERSICHETTI
O MUNDO DA FOTOGRAFIA acordou mais triste contato com imagens de fotógrafos como Matthew
no dia 26 de julho de 1971. Diane Arbus (1923-1971) Brady, Paul Strand e Eugene Atget. No pós-guerra
deixava o mundo após cometer suicídio. Perdíamos iniciou sua carreira como fotógrafa de moda e
uma grande fotógrafa, mas seu legado imagético assistente de seu marido, publicando em revistas
e sua visão da sociedade e da individualidade de como Vogue e Harper’s Baazar. Mas não era esse
cada um perdurariam. Suas imagens apresentando tipo de fotografia que lhe interessava. Dez anos
personagens que a sociedade norte-americana do depois, aluna de Lisette Model (1901-1983), começou
anos 1960 decididamente não queria ver, ou apenas a desenvolver seu próprio olhar para a fotografia,
ignorava, ficariam para sempre imortalizadas nas tornando visíveis personagens das ruas, das mar-
suas fotografias. Ninguém fica imune diante de gens da sociedade que não eram bem-vistos ou
uma fotografia de Diane Arbus. Nem quem gosta sequer notados. Dessa maneira, travestis, anões,
nem quem não gosta. gigantes, pessoas do circo, hermafroditas, jovens,
Seu interesse pela área começou nos anos 1940 idosos e bebês começaram a povoar seu portfólio.
ao conhecer a galeria de Alfred Stieglitz e tomar Foi no final dos anos 1950 que ela explodiu como
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