Como resultado de uma infância ribeirinha amazônica, Gaia mostra as criações fruto da união de uma criança observadora e de um artista primoroso, coexistentes em seu interior. No dia 06 de Julho aconteceu a abertura de “Transcendências”, individual do artista Osvaldo Gaia no Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães – MAMAM, em Recife. Com curadoria de Vânia Leal, a mostra se dá como um profundo mergulho no rio de memória do artista paraense.
Nascido em uma comunidade ribeirinha amazônica, Osvaldo Gaia foi uma criança observadora daqueles ao seu redor, especialmente de seu avô, pescador, que produzia os próprios paneiros, suas canoas e remos e tecia redes para pescar. Ofício genuinamente artesanal, porém, neste cenário usado como ferramenta de subsistência. Foi a partir destas práticas de sobrevivência que, dentro da criança, nascia o artista plástico que hoje povoa as salas do Museu de Arte Moderna de Recife com obras em madeira, policarbonato, linhas, acetato, bronze e mantas. Seguindo os aprendizados de seus conterrâneos, Gaia constrói e reconstrói formas as quais ele faz referência; armadilhas de caças, estruturas de embarcações, estruturas de asas das aves, a mandíbula de carcaças de animais, maquinários ribeirinhos, a vara de pesca e o anzol.
Em “Transcendências” Osvaldo Gaia apresenta algo além de suas obras de arte, mas uma memória contínua que reflete o fazer do cotidiano ribeirinho diante das observações na infância do artista em que o real e o imaginário se penetram mutuamente de maneira descontínua.Nas palavras da curadora Vânia Leal: “Gaia é como um pescador: ele joga a rede de pesca em suas memórias. Esta, acolhe, seleciona e recolhe suas esculturas vivas e afetivas em constante construção.”
Serviço
Exposição | Transcendências
De 06 de julho a 15 de setembro
Quarta a sexta, das 10h às 17h, sábado e domingo, das 10h às 16h.
